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O efeito do extrato de semente de uva na resistência adesiva ao esmalte branqueado

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Academic year: 2021

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Artigo de Revisão Bibliográfica

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

O EFEITO DO EXTRATO DE SEMENTE DE UVA NA

RESISTÊNCIA ADESIVA AO ESMALTE BRANQUEADO

Raquel Henriques de Azevedo

Orientador

Prof. Doutor João Ricardo Cardoso Ferreira

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“O efeito do extrato de semente de uva na resistência adesiva ao esmalte branqueado”

Autora: Raquel Henriques de Azevedo Aluna do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Contacto: up201503635@fmd.up.pt

O Orientador: Prof. Doutor João Ricardo Cardoso Ferreira

Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

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Agradecimentos

Aos meus pais, pelo apoio incondicional de sempre, pela educação, por me transmitirem sempre os melhores valores e por todo o amor e carinho. Serei eternamente grata pela força e incentivo que me transmitem em todas as ocasiões, e tudo o que sou hoje devo-o a eles.

Ao meu orientador, Prof. Doutor João Ricardo Cardoso Ferreira, agradeço todo o apoio prestado, a paciência infinita, as opiniões e correções e a total disponibilidade e colaboração ao longo desta jornada. Agradeço ainda toda a motivação que me deu quando necessária.

À minha família, pela motivação constante e por acreditarem em mim ao longo destes 5 anos.

Aos meus amigos, por toda a amizade, por fazerem dos meus dias mais felizes, por tudo o que vivemos até agora e por serem um dos pilares mais importantes da minha vida.

Ao João, um agradecimento especial pelo amor, amizade e por todo o apoio e motivação que me deu quando o trabalho parecia não ter fim.

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Resumo

Introdução: Os produtos naturais têm sido cada vez mais empregues na área

da saúde porque têm demonstrado ser agentes terapêuticos com resultados promissores quando comparados com muitos agentes químicos comummente utilizados, apresentando como vantagem a sua menor toxicidade. O branqueamento dentário, por sua vez, tem vindo a tornar-se cada mais popular na área da medicina dentária; no entanto acarreta algumas consequências menos positivas tal como a diminuição na resistência adesiva ao esmalte logo após este ter sido sujeito a branqueamento. O extrato de semente de uva (proantocianidina), sendo um antioxidante natural, tem sido alvo de muitas investigações recentes e parece ter uma ação positiva em reverter os efeitos nefastos sobre a adesão aos tecidos dentários após o branqueamento dentário dos mesmos.

Objetivos: O objetivo desta monografia é analisar o efeito do extrato de semente

de uva (proantocianidina) na medicina dentária atual, mais concretamente no que concerne ao seu efeito na resistência adesiva ao esmalte branqueado e em que medida influencia o mesmo positivamente.

Materiais e Métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada em várias bases de

dados, através de combinações entre as palavras-chave. Depois de aplicados todos os critérios de seleção foram incluídas nesta revisão 54 referências bibliográficas.

Desenvolvimento/Conclusão: O branqueamento dentário apresenta como um

dos seus efeitos adversos, a diminuição da resistência adesiva do adesivo ao esmalte branqueado, quando tratamentos restauradores são realizados imediatamente após o branqueamento. As proantocianidinas são uma grande parte constituinte do extrato de semente de uva, e são substâncias que apresentam alta atividade antioxidante. O extrato de semente de uva influencia positivamente a resistência adesiva no esmalte branqueado, conseguindo reverter a mesma e levando-a a assumir valores normais, e pode ser assim

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considerada uma alternativa natural ao uso de outros agentes antioxidantes de origem não natural.

Palavras-chave: extrato de semente de uva, branqueamento dentário, esmalte

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Abstract

Introduction: Natural products have been increasingly used in the health field

because they have been shown to be therapeutic agents with promising results when compared to many chemical agents commonly used, presenting as an advantage its lower toxicity. Teeth whitening has become increasingly popular in the field of dentistry; however, it has some less positive consequences such as the decrease in bond strength of enamel right after being subjected to bleaching. Grape seed extract (proanthocyanidin), being a natural antioxidant, has been the subject of many recent investigations and seems to have a positive action in reversing the harmful effects on adhesion to dental tissues after teeth whitening.

Objectives: The objective of this dissertation is to analyze the effect of grape

seed extract (proanthocyanidin) on current dental medicine, more specifically due to its effect in the bond strength on bleached enamel and in which way it influences it positively.

Materials and Methods: The bibliographic search was carried out in several

databases, using combinations between the keywords. After applying all the selection criteria, 54 bibliographic references were included in this review.

Discussion/Conclusion: Tooth bleaching presents as one of its adverse effects,

the decrease of the bond strength of the adhesive to the bleached enamel, when restorative treatments are performed immediately after bleaching. Proanthocyanidins are a major constituent of grape seed extract, and are substances that have high antioxidant activity. The grape seed extract influences positively the bond strength in the bleached enamel, managing to revert it and leading to normal values, and can be considered a natural alternative to the use of other antioxidant agents of artificial origin.

Keywords: grape seed extract, tooth bleaching, dental enamel, antioxidants,

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Índice

I. INTRODUÇÃO……..………...…..1

II. MATERIAIS E MÉTODOS………...6

III. DESENVOLVIMENTO………..9

III.1) Descolorações/Pigmentações Dentárias ……….……..…...…..10

III.2) Branqueamento Dentário ……….………...…..10

III.2.1) Agentes Branqueadores e Mecanismo de Ação………....11

III.2.2) Tipos de Branqueamento………12

III.2.3) Efeitos Adversos do Branqueamento Dentário…...………13

III.2.4) Efeitos Adversos no Esmalte Dentário……….…………15

III.3) Diminuição da Resistência Adesiva………..16

III.3.1) Testes de Resistência Adesiva………….……….17

III.3.2) Aumento do Tempo de Espera……….…….18

III.3.3) Agentes Antioxidantes……….………19

III.4) Extrato de Semente de Uva………..…..21

III.4.1) Caracterização………..22

III.4.2) Polifenóis ………..…………23

III.4.3) Proantocianidinas ………24

III.4.4) Reversão da Resistência Adesiva ………24

IV. CONCLUSÃO………...…28

V. BIBLIOGRAFIA………..………..30

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Índice de Tabelas

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I. Introdução

O Branqueamento Dentário: agentes e mecanismos de ação

Ao longo dos anos, o interesse e a procura pela área da Medicina Dentária estética tem vindo a aumentar dado que a aparência do sorriso desempenha um papel de extrema importância na imagem do indivíduo perante a sociedade e inevitavelmente influencia a sua auto-estima e as relações interpessoais. Consequentemente, o número de abordagens minimamente invasivas e ultra-conservadoras realizadas, como os branqueamentos dentários, também(1).

O branqueamento dentário é um procedimento bastante comum e seguro que envolve agentes de branqueamento que apresentam determinadas concentrações de peróxido de carbamida ou de peróxido de hidrogénio (na União Europeia existem restrições de concentrações impostas pela diretiva 2011/84/EU com um limite de 6% para o peróxido de hidrogénio ou 16,66% para o peróxido de carbamida) e que pode ser utilizado para melhorar a estética dentária ou para tratamento de manchas superficiais (extrínsecas) ou intrínsecas dos dentes(1,2).

Este procedimento é baseado numa reação de oxidação-redução em que o peróxido de hidrogénio (H2O2) se dissocia e dá origem à formação de radicais

livres, que sendo altamente reativos alcançam regiões do pigmento dentário ricas em eletrões e quebram as grandes moléculas pigmentadas (cromóforos) dando origem a moléculas de menor tamanho e menos pigmentadas, criando assim o efeito de branqueamento por maior capacidade de reflexão da luz ao invés de absorção, ficando o dente menos saturado(3).

Efeitos secundários do Branqueamento Dentário sobre os tecidos dentários

Apesar dos grandes benefícios estéticos deste procedimento, vários estudos relataram alguns efeitos colaterais no que diz respeito à integridade da estrutura do dente tais como aumento da microporosidade, perda da estrutura prismática do esmalte e ainda redução da microdureza(4). Alguns destes efeitos

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mostraram ser reversíveis através do efeito da saliva, no entanto, a reversão dos efeitos secundários nem sempre é um processo rápido e simples(5).

Para além destes efeitos adversos, alguns estudos relatam ainda que os agentes branqueadores supracitados têm um efeito negativo na resistência adesiva do adesivo ao esmalte quando esta adesão é realizada imediatamente após o branqueamento, o que consequentemente influencia também a adesão do compósito. Isto deve-se à presença de oxigénio residual (radicais livres) que interfere na polimerização da resina(4,6).

De acordo com a literatura, a abordagem que parece reunir mais consenso entre os autores consiste em adiar qualquer procedimento de adesão dentária por um certo período de tempo após o branqueamento devido à correta reposição desta resistência adesiva(4,7). Este adiamento devido à diminuição da

resistência adesiva, segundo alguns autores, deverá ser de pelo menos uma semana(4), no entanto há quem defenda que esta espera deve ser entre pelo

menos 24 horas e varia até às 4 semanas, no máximo(2,8).

Os antioxidantes como solução para o problema

Uma vez que este intervalo de tempo não é clinicamente desejável, dado que impossibilita a execução imediata de outros procedimentos estéticos(9),

diversos estudos sugerem como solução o uso de agentes antioxidantes como ascorbato de sódio a 10% após o procedimento de branqueamento(10).

Porém, o ascorbato de sódio apresenta alguma toxicidade, e sendo assim é necessário encontrar substitutos de origem mais natural e menos tóxicos para o ser humano. Neste contexto, foi proposta a utilização de antioxidantes naturais de origem vegetal como o extrato de semente de uva, extrato de chá verde e extrato de casca de romã e de casca de pinheiro(11).

Perante todos estes antioxidantes naturais, o extrato de semente de uva revela uma maior importância clínica devido às suas propriedades antibacterianas e antioxidantes, uma vez que contém complexos oligoméricos de proantocianidina na sua composição, cuja atividade de eliminação de radicais livres é elevada(11,12).

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4

O extrato de semente de uva é também considerado um agente remineralizante e há alguns estudos acerca do seu papel na remineralização do esmalte quando este é previamente desmineralizado devido à formação de cáries(12,13).

Estrutura Dentária

Relativamente à estrutura dentária (local onde os agentes branqueadores vão exercer os seus efeitos benéficos e secundários indesejáveis), esta é constituída por esmalte, dentina, cemento e polpa. Nesta revisão, irá ser abordada a estrutura do esmalte mais detalhadamente, dado que é um dos focos principais deste trabalho e o local de atuação preferencial dos branqueamentos dentários.

O esmalte dentário é a estrutura que recobre a coroa dos dentes, sendo o único tecido mineralizado de origem epitelial e, consequentemente, o tecido mais duro e mineralizado do organismo humano(14).

Na composição do esmalte, o seu conteúdo inorgânico é de cerca de 97%, o que justifica a sua extrema dureza. Este é constituído principalmente por cristais de fosfato de cálcio sob a forma de hidroxiapatite e ainda por pequenas quantidades de carbonato de cálcio, sódio, potássio, magnésio, fósforo e flúor, e os restantes 3% são água e matéria orgânica (como proteínas – amelogeninas e enamelinas)(14,15).

O esmalte não possui células na sua composição e, por essa razão, não é capaz de se auto-regenerar. No entanto, é normalmente realizada uma troca de iões entre os tecidos dentários subjacentes (dentina e polpa) a partir da saliva, e existe assim um equilíbrio entre a desmineralização e a remineralização(16).

Apesar de ser um tecido permeável, o grau de permeabilidade do esmalte vai diminuindo ao longo do tempo sendo maior no esmalte de dentes decíduos e menor em dentes permanentes(16). Esta permeabilidade ocorre devido ao

dobramento dos prismas de esmalte, o que origina “gaps” que podem modificar a densidade e dureza do esmalte, tornando-o mais vulnerável à penetração de partículas que podem provocar o início de lesão de cárie dentária(14).

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Foi constatado que as proantocianidinas presentes no extrato de semente de uva também podem ajudar nesta regeneração do esmalte dado que impedem a produção de ácido por Streptococcus mutans, através da inibição de glicosiltransferases e interagem com a porção orgânica da dentina radicular através da ligação proantocianidinas-colagénio, aumentando a síntese de colagénio e estabilizando a matriz de colagénio(12,13).

Objetivos

Esta monografia tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica no que concerne aos efeitos do extrato de semente de uva na resistência adesiva no esmalte branqueado e em que medida influencia o mesmo positivamente, podendo assim ser considerado um produto de uso diário na prática clínica dos médicos dentistas.

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II. Materiais e Métodos

Para a realização desta monografia foi efetuada uma pesquisa bibliográfica recorrendo às bases de dados PubMed, Google Scholar e Google Books, e foi ainda utilizado o Repositório Aberto da Universidade do Porto.

Como critérios de inclusão esta pesquisa englobou todo o tipo de artigos, sendo maioritariamente artigos de revisão sistemática, revisão bibliográfica, investigações, casos clínicos, estudos in vitro, estudos in vivo, e foram ainda analisados alguns capítulos de livros, com disponibilidade de texto completo gratuito ou pago. Para além de artigos foram utilizadas dissertações de mestrado e doutoramento retiradas do Repositório Aberto da Universidade do Porto. O intervalo temporal estabelecido foi de 10 anos (2010 a 2020) e a pesquisa foi feita nos idiomas inglês e português.

Como critérios de exclusão englobam-se os artigos baseados em opiniões pessoais e estudos realizados em animais.

Base de

Dados Palavras-Chave

Filtros

Aplicados Resultados Obtidos

Eliminados por leitura do resumo

Artigos selecionados

Pubmed “grape seed extract”,

“dental enamel” 10 anos, humans 2 2 1 1 Pubmed “tooth whitening”, “shear bond”, “dental enamel” 10 anos, humans 42 15 12 3 Google Scholar

“grape seed extract”, “dental enamel”, “bond strength” 10 anos 1860 27 12 15 Google Scholar “antioxidants”, “dental enamel”, “bond strength” 10 anos 5410 29 19 10 Google

Books “tooth whitening” 10 anos - 5 3 2

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Após leitura do resumo, foram selecionados 29 artigos para a realização deste trabalho e foram ainda incluídos capítulos de 2 livros. Foram também incluídas 23 referências bibliográficas, que eram referidas nos artigos selecionados previamente, e que foram considerados artigos fundamentais na realização desta revisão bibliográfica.

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III. Desenvolvimento

III.1) Descolorações/Pigmentações Dentárias

As descolorações/pigmentações dentárias são muitas vezes razão de descontentamento por parte dos pacientes, e estas podem ser divididas em dois grandes grupos: pigmentações intrínsecas e extrínsecas(17).

As pigmentações intrínsecas estão normalmente relacionadas com fatores genéticos (amelogenesis imperfecta e hiperbilirrubinemia por exemplo, que causam alterações durante o processo de odontogénese), defeitos no esmalte, antibióticos tomados em idade precoce (tetraciclinas por exemplo), ingestão excessiva de flúor, cáries dentárias e restaurações. Podem relacionar-se também com a idade, pois à medida que relacionar-se envelhece existe formação de dentina secundária, que sendo mais escura e mais opaca e o esmalte subjacente tornando-se mais fino, acaba por resultar em dentes mais escuros(18).

As pigmentações extrínsecas estão relacionadas com fatores ambientais tais como o consumo de tabaco, uma higiene oral deficiente e a ingestão de bebidas e alimentos cromatogénicos (ricos em taninos) ou uso de alguns colutórios (ex: uso de clorhexidina por tempo excessivo) e estas, na sua maioria, podem ser removidas através de procedimentos profiláticos de rotina(15,18,19).

III.2) Branqueamento Dentário

Atualmente, a Medicina Dentária moderna valoriza os procedimentos cuja intervenção seja mínima, e por isso, a maioria dos pacientes opta por uma abordagem mais conservadora como as facetas e o branqueamento dentário, que preservam muito a estrutura dentária. O branqueamento dentário funciona através da oxidação de cromóforos, sendo uma via ultraconservadora, sem necessidade de qualquer tipo de desgaste da estrutura dentária.

O branqueamento dentário é, atualmente, um procedimento estético eficaz e conservador que foi ganhando popularidade ao longo dos anos e serve como tratamento para melhorar a estética e aclarar os dentes, melhorando o aspeto estético de manchas de origem intrínseca ou extrínseca. É um tratamento

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bastante seguro que tem poucas contraindicações, apenas sendo desaconselhado em casos de alergia aos produtos usados, hipersensibilidade dentária aguda e pacientes com lesões de cárie em que seja recomendada a realização prévia de outros procedimentos(1).

Hoje em dia sabemos que os agentes de branqueamento mais utilizados são o peróxido de hidrogénio e peróxido de carbamida e inclusivé na Europa existem restrições de concentrações impostas pela diretiva 2011/84/EU, de 20 de setembro de 2011, com um limite de 6% para o peróxido de hidrogénio e de 16,66% para o peróxido de carbamida.

III.2.1) Agentes Branqueadores e Mecanismo de Ação

O peróxido de hidrogénio (H2O2) é o principal componente ativo presente

nos produtos de branqueamento atuais, podendo ser aplicado diretamente sobre o esmalte dentário, ou ser obtido a partir da decomposição do peróxido de carbamida, que quando entra em contato com a água, neste caso com a própria saliva, se dissocia em peróxido de hidrogénio e ureia (e a ureia em dióxido de carbono e amónia)(15,19).

O peróxido de hidrogénio é um agente oxidante que devido ao seu baixo peso molecular e à permeabilidade das estruturas dentárias consegue penetrar facilmente no esmalte e na matriz orgânica da dentina(20). Enquanto se difunde

no dente, este agente branqueador, através de enzimas presentes na saliva como catalase e peroxidase, sofre uma reação de oxidação-redução e dissocia-se originando radicais livres como radicais hidroxila (HO), radicais peridroxila (HO2) e radicais superóxido (O2•-)(21).

Estes radicais livres sendo altamente reativos e instáveis atacam as ligações duplas das moléculas pigmentadas orgânicas (cromóforos) localizadas na matriz interprismática (entre os prismas de esmalte) originando moléculas de menor tamanho e menos pigmentadas. Esta transformação leva a uma mudança no espectro de absorção dos cromóforos, criando-se o efeito de branqueamento por maior capacidade de reflexão da luz ao invés de absorção(3,17,20,21).

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12

Existem várias técnicas diferentes de branqueamento dentário, cada uma com o seu próprio mecanismo de ação, e a escolha depende do tipo de descoloração dentária a tratar e da sua etiologia. Podem inclusivé ser associadas técnicas se a situação clínica o justificar(19).

III.2.2) Tipos de Branqueamento

Quanto aos tipos de branqueamento estes podem ser divididos em branqueamentos dentários realizados em dentes vitais ou não vitais.

Em dentes vitais pode-se realizar branqueamento em consultório (inoffice/power-bleaching), em que são aplicadas altas concentrações (exceto na União Europeia que restringe aos 6% de peróxido de hidrogénio) de agentes branqueadores e o médico dentista tem um completo controlo sobre o procedimento; branqueamento em ambulatório (home-bleaching), no qual é utilizada uma baixa concentração de agente branqueador e o tratamento é realizado pelos próprios pacientes, ao seu ritmo, mas com claras indicações prévias por parte do médico dentista; ou branqueamento com produtos de venda livre/ produtos over-the-counter, cujos produtos são aplicados pelo paciente nos dentes através de pastilhas elásticas, tiras, dentífricos branqueadores, moldeiras pré-fabricadas e contêm a concentração mais baixa de agente branqueador(17,18).

Quanto ao branqueamento em dentes não-vitais pode-se optar pela técnica walking-bleach, que envolve a aplicação de uma mistura de peróxido de hidrogénio com água na câmara pulpar do dente em questão como forma de selamento ou pela técnica inside-outside bleaching, que consiste na aplicação de peróxido de carbamida na goteira e na cavidade de acesso do dente também(22). Existe ainda a técnica de branqueamento interno e externo, que

consiste numa combinação de branqueamento interno de dentes não-vitais com a técnica de branqueamento em casa e a combinação de In-Office com Home-Bleaching fazendo start-up no consultório e complementando em casa(17,18).

Nestes casos de branqueamento interno, é aconselhado realizar previamente o selamento biológico com pó de hidróxido de cálcio e o selamento mecânico do canal com ionómero de vidro ou com ionómero de vidro modificado

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13

com resina composta (IVMR). Isto serve para impedir possíveis reabsorções radiculares devido a excesso de produto que possa atingir a porção radicular ou a junção esmalte-cemento.

III.2.3) Efeitos Adversos do Branqueamento Dentário

Apesar dos inúmeros benefícios que o branqueamento dentário apresenta, existem também alguns efeitos adversos inerentes. De acordo com a bibliografia recolhida, segundo um artigo de Pasquali EL et al., o uso de baixas concentrações (10 a 15%) de peróxido de carbamida e durante um curto período de tempo (numa aplicação única de 3 a 8 horas)não traz consequências a nível de alterações morfológicas no esmalte(5). Por outro lado, existe um estudo de

Pinheiro HB et al. em que avaliaram a morfologia do esmalte humano submetido a duas técnicas diferentes de branqueamento dentário: branqueamento em consultório com peróxido de hidrogénio a 35% (durante cerca de uma hora) e branqueamento caseiro com peróxido de carbamida a 16% (com a duração de 2 horas por dia ao longo de 4 semanas), tendo verificado a existência de alterações não uniformes na superfície dentária, caracterizadas pelo aumento da microporosidade e algumas áreas de erosão sobre o esmalte, tanto com a aplicação de agentes de alta concentração como de baixa(23).

De acordo com a literatura recolhida, os efeitos adversos mais prevalentes são a hipersensibilidade dentinária(1,15,24) e a irritação da mucosa gengival, que

pode até produzir com facilidade queimaduras dos tecidos moles, principalmente no branqueamento em consultório(19). Isto deve-se à maior concentração de

peróxido de hidrogénio num curto período de tempo(17,25).

Num estudo efetuado por Basting RT et al., foi comparada a hipersensibilidade dentinária com o uso de agentes branqueadores de peróxido de carbamida a 10% e 20% em branqueamento em casa, e peróxido de hidrogénio a 35% e 38% em branqueamento in-office. Os resultados demonstraram que quase metade dos voluntários (43,2%) sofreu de hipersensibilidade dentinária ligeira a moderada durante o tratamento, sendo que foi verificada uma maior prevalência (71,4%) nos voluntários que usaram o peróxido de carbamida a 20%. Relativamente à técnica em consultório in-office,

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14

foi observada uma baixa prevalência de hipersensibilidade dentinária nos voluntários submetidos a branqueamento com peróxido de hidrogénio a 38% quando comparados com aqueles que usaram o mesmo agente branqueador a 35%. Este aspeto pode estar relacionado com a presença, tipo e concentração de agentes dessensibilizantes na sua composição(26). De acordo com Carey CM,

o branqueamento em ambulatório (home-bleaching) origina menor hipersensibilidade dentinária relativamente ao branqueamento em consultório (in-office)(19).

No entanto, estes dois efeitos supracitados são temporários e reversíveis e normalmente cessam cerca de 3-4 dias depois do término do branqueamento, sem danos aparente na polpa(15,24,25). Como medidas de prevenção, Majeed A et

al., propõem o uso de pasta dos dentes dessensibilizante à base de nitrato de potássio por 2-3 semanas, ou géis de flúor antes ou durante o tratamento(25), e,

segundo Perdigão J, deve-se complementar com a utilização de barreira gengival, isolando corretamente os tecidos, aquando da realização da técnica in-office(1).

No que concerne às restaurações dentárias, este tipo de procedimentos pode trazer consequências a nível de alterações nas propriedades físicas das restaurações dentárias(24). Segundo o artigo de revisão de Perchyonok VT et al.,

pode existir maior libertação de mercúrio nas restaurações em amálgama de prata, dependendo do tempo e do agente branqueador, originando efeitos adversos como a toxicidade e as alergias(24). Pelo contrário, segundo El-Murr J

et al., não existem consequências significativas a nível da amálgama de prata mas sim no que concerne ao cimento de ionómero de vidro, cujo branqueamento pode aumentar a sua solubilidade e alterar a cor original(27).

Existe um estudo in vitro realizado por Sharafeddin F et al. que mostrou alguns dos efeitos do branqueamento in-office (com gel de peróxido de carbamida a 35%) como a microdureza e a rugosidade de superfície nas resinas compostas híbridas. Comparando um compósito microparticulado e um compósito híbrido foi demonstrado que no primeiro não houve alterações significativas na dureza da superfície, enquanto no compósito híbrido a dureza aumentou. Este estudo não demonstrou diferenças significativas na rugosidade das resinas compostas testadas. Deste modo, não há evidência de que altas

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concentrações de gel de peróxido de carbamida causem alterações significativas na rugosidade destes compósitos, e conclui-se que efeitos na dureza estão dependentes do tipo de resina(28).

Clinicamente, deve ser feito um exame meticuloso à qualidade do selamento das restaurações antes de iniciar qualquer tratamento branqueador, e caso haja restaurações com este tipo de problema, devem ser substituídas antes do início do branqueamento. A falha de integridade marginal em restaurações preexistentes leva a uma maior probabilidade de infiltração do agente branqueador na câmara pulpar, o que poderá vir a originar problemas como a hipersensibilidade dentinária.

III.2.4) Efeitos Adversos no Esmalte Dentário

Alterações na morfologia do esmalte são também referidas como consequências pós-branqueamento.

Numa revisão da literatura efetuada por Carey CM, sobre os efeitos adversos do branqueamento dentário, foi relatada diminuição da microdureza do esmalte, maior rugosidade da superfície e aumento da suscetibilidade do dente à desmineralização, baseado em resultados in vitro(19). Estes achados vão

de encontro ao estudo de Pinheiro HB et al. que revela alterações morfológicas na superfície do esmalte tais como: aumento no número e na profundidade dos poros de desenvolvimento (aumento de porosidade), presença de depósitos cristalinos e algumas áreas de erosão do esmalte(23).

Pelo contrário, num estudo in vivo de Cadenaro M et al., foi testado o efeito da aplicação de peróxido de hidrogénio a 38% no esmalte, com quatro aplicações de 10 minutos, com uma semana de intervalo entre aplicações. Constatou-se que a superfície do esmalte não apresentou alterações mecânicas, morfológicas ou químicas após o branqueamento(29).

Há estudos que defendem que o fluxo salivar normal ou a utilização de saliva artificial podem ter um papel crucial na remineralização da superfície do esmalte durante os intervalos de aplicação do produto, no entanto, dependendo da concentração e tempo de atuação do produto, a capacidade tampão da saliva

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pode não ser suficientemente capaz de reverter os efeitos no esmalte(5). Assim,

parece ser aconselhável o uso subsequente de géis dentários que apresentem na sua composição agentes remineralizantes, após cada ciclo de branqueamento, de modo a promover a remineralização do esmalte, como medida de prevenção(20).

Contudo, a influência do procedimento de branqueamento na morfologia e dureza da superfície do esmalte irá depender sempre das concentrações dos ingredientes ativos e do tempo de duração do tratamento(17).

III.3) Diminuição da Resistência Adesiva

Para além destes efeitos adversos, existe um outro bastante relevante na prática clínica dos dias de hoje: a diminuição da resistência adesiva ao esmalte branqueado(4,8,25,30). A resistência adesiva fornecida pelos sistemas adesivos é

a força, por unidade de área, necessária para quebrar uma união adesiva e está relacionada com o tamanho da área de adesão(31).

Esta diminuição é justificada pela presença de resíduos derivados da degradação do peróxido de hidrogénio ou carbamida, nomeadamente, radicais livres residuais do branqueamento que se encontram no espaço interprismático e na matriz dentinária(7,32). Existe assim uma elevada concentração de oxigénio

residual nas porosidades do esmalte, o que leva a uma diminuição das forças de adesão e impede a polimerização completa dos monómeros presentes no sistema adesivo(33).

Silva J et al. concluiu que o branqueamento com 38% de peróxido de hidrogénio reduziu a resistência adesiva da resina composta ao esmalte, utilizando o teste de resistência à microtração (µTBS)(6). Em concordância,

Subramonian R et al. relatou num estudo in vitro, um maior valor de resistência adesiva ao cisalhamento (SBS) da resina composta ao esmalte na amostra cujo esmalte não foi submetido a branqueamento, quando comparado com as amostras submetidas a 10% de ascorbato de sódio, 10% de extrato de semente de uva e 10% de extrato de casca de pinheiro após branqueamento com gel de peróxido de hidrogénio a 37,5%, em três aplicações de oito minutos cada(3).

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aplicação de dois antioxidantes durante 10 minutos, nomeadamente, gel de ascorbato de sódio a 10% e solução de proantocianidina a 5%, na resistência adesiva ao esmalte branqueado. Foi constatado que, de todas as amostras em estudo, a que apresentava menor resistência adesiva era a amostra que continha o esmalte branqueado com gel de peróxido de carbamida a 15%, e pelo contrário, a que mostrou resultados mais favoráveis foi a amostra, que depois de branqueada, foi submetida a solução de proantocianidina a 5%(34).

Por outro lado, Alrafaa AA et al. relata a diminuição da resistência adesiva através do branqueamento com peróxido de carbamida a 22%, mas não considera que seja uma redução significativa a nível clínico que impossibilite a realização de tratamentos dentários de seguida(35).

Alguns estudos demonstraram que as interfaces entre resina e esmalte branqueado são significativamente diferentes das interfaces entre resina e esmalte não branqueado, como comprovado no estudo de Dabas D et al., onde detetaram áreas de superfície isentas de resina no esmalte branqueado e em alguns casos são observados prolongamentos de resina fragmentados e mal definidos e cuja profundidade de penetração é menor(10). Em concordância,

Alqahtani MQ, relata na sua revisão de literatura, a aparência porosa, granular e “borbulhante” na interface entre a resina e o esmalte branqueado, que pode ser causada por bolhas gasosas que contêm os tais radicais livres “presos” na camada subsuperficial do esmalte(17). Estes aspetos são responsáveis pela

diminuição da adesão ao esmalte branqueado.

A redução na resistência adesiva ao esmalte tornou-se assim uma preocupação na medicina dentária estética, no que diz respeito aos procedimentos clínicos que envolvem a adesão de resina, como colocação de facetas ou futuras restaurações compostas(9).

III.3.1) Testes de Resistência Adesiva

A resistência adesiva entre materiais restauradores e a estrutura dentária pode ser calculada através de vários testes que conseguem avaliar a mesma em pequenas áreas do dente(6). O teste de resistência adesiva ao cisalhamento

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resistência à tração (TBS) e teste de resistência à microtração (µTBS) são exemplos de testes aplicados nestas situações. Estes testes podem ser influenciados por outras variáveis como o substrato, o condicionador, o primer, o adesivo e tratamentos restauradores(14).

III.3.2) Aumento do Tempo de Espera

A diminuição da resistência adesiva parece ser um acontecimento temporário e reversível, podendo repor os seus valores normais uma vez que os radicais livres se dispersam gradualmente ao longo do tempo(8). Assim, a maioria

dos autores sugere que se cumpra um determinado tempo de espera após o branqueamento, para que os tratamentos a realizar de seguida não sofram danos devido a possíveis alterações químicas resultantes da presença de agentes branqueadores(4,7).

Alguns autores defendem que apenas uma semana é o tempo suficiente para recuperar a totalidade da resistência adesiva. Inclusivé, no estudo de Silva J et al. que avaliou o efeito de agentes antioxidantes na resistência de união microtênsil (µTBS) da resina composta ao esmalte branqueado, foi constatado que o adiamento de procedimentos restauradores por uma semana após o branqueamento aumentou a força de adesão ao esmalte branqueado para valores aceitáveis(6,36). Por outro lado, de acordo com Ergün KG et al., o

aconselhável é esperar cerca de duas semanas(7). Há ainda quem reconheça

que estes períodos de espera são demasiado curtos e defenda que o ideal é aguardar entre três a quatro semanas(3,8,37). Alguns autores sugeriram diferentes

períodos de espera para o esmalte e dentina, de sete e catorze dias, respetivamente(38). Na generalidade, a média do tempo de espera após o

branqueamento é então variável entre uma a quatro semanas.

Bittencourt ME et al. realizou um estudo in situ, cujos grupos de fragmentos de esmalte foram sujeitos a tratamentos restauradores 7, 14 e 21 dias após o branqueamento com peróxido de hidrogénio a 35%, e não apresentaram diferenças estatisticamente significativas relativamente aos valores da resistência adesiva iniciais. Estes valores foram então aumentando, e a exposição à saliva ao longo do tempo foi suficiente para restabelecer os

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valores iniciais de resistência adesiva devido ao seu alto conteúdo mineral, o que leva a uma maior remineralização do esmalte branqueado, diluindo o efeito do peróxido de hidrogénio. Além disso, o aumento do pH superficial faz com que o esmalte retorne aos seus valores iniciais e aumente a sua microdureza(39).

Contudo, nem sempre os pacientes podem ou devem aguardar para realizar certos tratamentos, principalmente quando se trata de dentes localizados no setor anterior(39). Deste modo, este problema complica a prática clínica dos

médicos dentistas e é necessária uma solução mais rápida.

Para permitir a realização de tratamentos imediatos após o branqueamento e contrariar este tempo de espera, foram testadas algumas técnicas para impedir a redução da resistência adesiva, tal como a aplicação de soluções que contenham agentes antioxidantes(3). Entre esses antioxidantes,

podem salientar-se o ascorbato de sódio e alguns agentes antioxidantes de origem vegetal como o extrato de semente de uva, extrato de chá verde e extrato de casca de romã e de casca de pinheiro(8,9,35).

III.3.3) Agentes Antioxidantes

Vários pesquisadores testaram também o uso de diferentes agentes antioxidantes e conseguiram resultados promissores, tornando assim possível a realização de procedimentos restauradores imediatamente após o branqueamento.

O ascorbato de sódio a 10% foi testado e foi comprovada a sua eficácia significativa na reversão da redução da resistência adesiva(32,35,40). Este

fenómeno deve-se à sua capacidade de neutralizar o oxigénio residual presente no dente após o branqueamento(38). Assim, é capaz de restaurar o potencial

redox da superfície oxidada, permitir a polimerização adequada da resina composta, e consequentemente reverter a resistência adesiva comprometida(31,35).

Há um estudo de Alrafaa AA et al. que testou a capacidade antioxidante da aplicação de ascorbato de sódio a 10% por 10 minutos, e os resultados mostraram que após 24h aumentou significativamente a resistência adesiva no

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esmalte branqueado(35). Contrariamente, no estudo de Kimyai S et al., foi

aplicado hidrogel de ascorbato de sódio a 10% por dez minutos e três horas em grupos de amostras diferentes, e demonstrou-se que o uso de ascorbato de sódio por três horas pode reverter a resistência adesiva reduzida dos braquetes ortodônticos ao esmalte branqueado, enquanto que o período de dez minutos não se mostrou suficiente na restauração completa da resistência adesiva. Os resultados afirmam que o ascorbato de sódio deve ser aplicado durante, pelo menos, um terço do tempo de atuação do branqueamento para neutralizar o efeito oxidante do agente de branqueamento, o que implica um tratamento de longa duração, não sendo algo clinicamente desejável(31).

Existe também um relato de um caso clínico realizado por Garcia EJ et al., cujo plano de tratamento da paciente seria iniciar com o branqueamento (branqueamento in-office com peróxido de hidrogénio a 35% combinado com home-bleaching com peróxido de carbamida a 7%), e após duas semanas, avançar para a realização das restaurações em resina composta, localizadas no setor anterior. No entanto, foi aplicado o gel de ascorbato de sódio a 10% por 60 minutos no consultório, de modo a eliminar os radicais livres devido à sua ação antioxidante e conseguir avançar com o plano de tratamento sem esperar as duas semanas. A paciente foi avaliada durante um ano, e ao fim desse tempo não foram observadas alterações de forma ou cor nas restaurações, concluindo que a colocação de ascorbato de sódio após o branqueamento pode ser considerada uma técnica eficiente, fácil e prática de utilizar(41).

Mais recentemente, num estudo desenvolvido por Ozelin AA et al., foi avaliado o efeito de aplicação de gel de chá verde a 10% durante uma hora, na resistência adesiva do esmalte após o branqueamento, tendo sido utilizado o teste de resistência à microtração (µTBS)(42). Foi demonstrado que as catequinas

presentes no chá verde possuem uma forte atividade antioxidante e foi suficiente para reverter o efeito do branqueamento, apresentando resultados semelhantes ao ascorbato de sódio(42). Também num estudo de Berger SB et al., foi testada

a força de ligação microtênsil (μTBS) no esmalte humano, após o branqueamento com peróxido de carbamida a 10%, seguido de tratamento com os antioxidantes ascorbato de sódio a 10% ou chá verde a 10% na sua

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composição. Os resultados demonstraram que a força de ligação foi significativamente maior quando após o branqueamento o grupo foi submetido a tratamento com extrato de chá verde, ao contrário do grupo sujeito a branqueamento sem tratamento antioxidante posterior, onde foi detetado o menor valor(43).

O chá branco tem um mecanismo semelhante ao chá verde, e segundo o estudo de Rana R et al. é apontado como mais um antioxidante natural alternativo. Neste estudo foi realizado branqueamento seguido de tratamento com chá branco a 5% por 10 minutos, e observou-se um aumento significativo da força adesiva(9).

De acordo com o estudo in vitro de Eggula A et al., foi também comprovada a eficácia da solução de arando vermelho (cranberry) a 6% como possível antioxidante na reversão da força adesiva comprometida do esmalte branqueado(44).

No estudo in vitro de Subramonian R et al., avaliou-se o efeito de 10% de ascorbato de sódio, 10% de extrato de semente de uva e 10% de extrato de casca de pinheiro na resistência adesiva ao cisalhamento (SBS) da resina composta ao esmalte branqueado (com gel de peróxido de hidrogénio a 37,5%, em três aplicações de oito minutos cada). Os resultados demonstraram que apesar de todos os antioxidantes conseguirem reverter a reduzida resistência adesiva da resina composta ao esmalte branqueado, o extrato de casca de pinheiro a 10% apresentou os melhores resultados(3).

III.4) Extrato de Semente de Uva

Nos últimos anos, com a evolução da medicina e a procura crescente de produtos biológicos, o extrato de semente de uva tem sido alvo de bastantes estudos, dado que é um produto natural de origem vegetal com propriedades antioxidantes, tal como o extrato de chá verde e o extrato de casca de pinheiro (já descritos anteriormente), o extrato de licopeno (presente no tomate e na melancia) e o extrato de rosmaninho.

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O extrato de semente de uva, para além de propriedades antioxidantes, apresenta também um alto potencial de remineralização do esmalte branqueado(45).

III.4.1) Caracterização

As uvas têm uma longa história e estão entre as culturas de frutas mais amplamente cultivadas no mundo(11). A população costuma apreciar os vários

produtos de uva, como a fruta em si, as passas, produção de sumo e de vinho.Atualmente, existem várias espécies de uvas: Vitis labrusca (origem americana, normalmente utilizada na produção de sumos), Vitis rotundifolia (utilizada para preparar doces) e Vitis vinifera (bastante utilizada na produção de vinho na Europa) são alguns dos exemplos(38).

Esta fruta está entre as mais ricas em potássio, vitaminas B1, B6 e C e é uma fonte rica em compostos fenólicos como os polifenóis, que podem atuar como antioxidantes(11,46).

As sementes de uva são um dos subprodutos obtidos através do processo de vinificação e constituem uma fonte barata de compostos antioxidantes. As sementes de uva normalmente são compostas por fibras, óleo essencial, proteínas, compostos fenólicos, açúcares, minerais e outras substâncias(46).

Segundo o artigo de revisão de Xia EQ et al., a maior capacidade antioxidante da uva foi encontrada nas suas sementes, seguidas pela pele, e por fim a polpa, que apresentou a menor capacidade antioxidante(47). Existe uma

maior concentração de compostos fenólicos nas sementes (nomeadamente flavonóides oligoméricos e poliméricos) relativamente às outras partes constituintes da uva, o que está diretamente relacionado com a capacidade antioxidante do extrato de semente de uva(46).

Pensa-se que os benefícios da uva para a saúde advenham principalmente das bioatividades dos seus polifenóis, sendo as proantocianidinas e os flavonóides os principais componentes responsáveis pela maioria das atividades biológicas da uva(47).

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III.4.2) Polifenóis

Os compostos fenólicos são amplamente encontrados na maioria das frutas e legumes, e estão associados a variadas atividades biológicas, incluindo propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e antibacterianas atribuídas principalmente à sua atividade antioxidante. Os polifenóis, devido à sua ação antibacteriana, podem reduzir a taxa de crescimento bacteriano e a aderência à superfície do dente, além de exercerem efeitos inibitórios sobre a atividade enzimática da glicosiltransferase e amilase(11,47).

As características antioxidantes, sendo a bioatividade mais importante dos compostos fenólicos das uvas, têm sido amplamente estudadas, incluindo a sua capacidade de eliminação de radicais livres, inibição da oxidação lipídica e redução da formação de hidroperóxido(47).

Estes compostos fenólicos são uma classe de compostos químicos que consistem num grupo hidroxilo ligado diretamente a um grupo hidrocarboneto aromático, e podem ser classificados como fenóis simples ou polifenóis, baseado no número de unidades fenol presentes na molécula(48).

Os polifenóis são os compostos fenólicos mais importantes da uva, devido aos seus benefícios promotores de saúde. A característica mais importante dos polifenóis é a capacidade antioxidante de eliminar espécies reativas de oxigénio, através das suas propriedades de dadores de eletrões, formando radicais fenóxilo relativamente estáveis(49,50).

Os polifenóis incluem principalmente proantocianidinas, antocianinas, flavonóides, estilbenos e ácidos fenólicos.

As proantocianidinas são os principais compostos fenólicos presentes nas sementes e na casca da uva(47). As antocianinas são pigmentos responsáveis

pela cor da uva e existem principalmente na pele das mesmas, enquanto que os flavonóides fazem parte da constituição das sementes de uva e caules e contêm principalmente catequina, epicatequina e procianidina(38).

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III.4.3) Proantocianidinas

As proantocianidinas são substâncias que têm sido alvo de estudos recentes. As proantocianidinas (taninos condensados) são considerados compostos fenólicos naturais e são oligómeros ou polímeros de flavan-3-que se encontram em diversos alimentos, tais como frutas, leguminosas, cacau, bebidas alcoólicas e chá, tendo um papel regular na dieta humana(50). A maior

concentração conhecida de proantocianidinas é relatada na semente da uva Vitis vinifera e a segunda maior na casca de pinheiro(51).

Além da atividade de eliminação de radicais livres, as proantocianidinas apresentam também atividade vasodilatadora, anti-alérgica, anticancerígena, anti-inflamatória, antibacteriana, cardio-protetora, bem como são inibidoras das enzimas fosfolipase A2, ciclooxigenase e lipooxigenase(11,47).

O extrato de semente de uva é uma fonte rica em proantocianidinas, geralmente oligómeros e polímeros de poli-hidroxi-flavan-3-ols, como (+) - catequina e (-) – epicatequina(47).

III.4.4) Reversão da Resistência Adesiva

O extrato de semente de uva tem sido considerado um produto natural com elevada atividade antioxidante, capaz de modificar os efeitos do branqueamento no esmalte, nomeadamente reverter a redução da resistência adesiva e retornar a mesma aos seus valores normais. Nesse sentido, vários estudos foram realizados com o objetivo de avaliar o efeito do extrato de semente de uva no esmalte branqueado, previamente à realização de tratamentos restauradores.

No estudo in vitro de Vidhya S et al., as amostras foram sujeitas a branqueamento com gel de peróxido de hidrogénio a 38% por 10 minutos e foi avaliada a capacidade neutralizante de dois antioxidantes: solução de ascorbato de sódio a 10% e solução de proantocianidina a 5% (mistura de 5 g de extrato de semente de uva na forma de pó e 100 mL de água destilada). Através do teste de resistência adesiva ao cisalhamento (SBS), observaram-se valores mais elevados de resistência adesiva ao esmalte branqueado nas amostras tratadas

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com solução de proantocianidina quando comparadas às amostras tratadas com ascorbato de sódio, tanto na aplicação imediatamente a seguir ao branqueamento, durante dez minutos, como na aplicação após duas semanas(2).

Em concordância, no estudo in vitro realizado por Abraham S et al. onde foi avaliado o efeito do extrato de semente de uva na resistência adesiva da resina composta ao esmalte branqueado, utilizando sistemas adesivos de 5ª geração (etch-and-rinse de 2 passos) e 7ª geração (self-etch de um passo único), em que as amostras foram branqueadas com gel de peróxido de hidrogénio a 38% durante 10 minutos, e através da realização do teste de resistência ao cisalhamento (SBS), concluiu-se que o tratamento da superfície do esmalte imediatamente a seguir ao branqueamento, com solução de proantocianidina a 5% por 10 minutos, reverteu a resistência adesiva reduzida e resultou em resistência adesiva significativamente maior(4). Também de acordo com Aulakh

GS et al., a aplicação de extrato de semente de uva (solução de proantocianidina a 5%) por 10 minutos em esmalte branqueado com peróxido de hidrogénio a 35%, conseguiu reverter a redução na resistência adesiva ao esmalte branqueado, através do teste de resistência adesiva ao cisalhamento (SBS)(36).

Estes resultados são consistentes com os resultados obtidos no estudo de Dhingra A et al., cujas amostras foram submetidas a tratamento com vários antioxidantes após branqueamento com peróxido de hidrogénio a 37,5% e concluiu-se que a aplicação de extrato de semente de uva a 6,5% por 10 minutos conseguiu repor os níveis de resistência adesiva para níveis mais altos, próximos do esmalte não branqueado, que era o grupo controlo com níveis de resistência adesiva mais altos(52).

Relativamente aos efeitos sobre o peróxido de carbamida, Manoharan M et al. realizou um estudo cujo objetivo foi avaliar o efeito da aplicação de 10% de gel de ascorbato de sódio e de 5% de agente proantocianidina no esmalte branqueado com gel de peróxido de carbamida a 15%, e as amostras foram avaliadas quanto à sua resistência ao cisalhamento (SBS). O branqueamento foi realizado durante 5 dias, 8 horas por dia, e de seguida foram então aplicados os antioxidantes por 10 minutos. O extrato de semente de uva (agente de proantocianidina) revelou ser o antioxidante mais eficaz na reversão da

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resistência adesiva ao esmalte branqueado, quando comparado com o gel de ascorbato de sódio a 10%, podendo ser uma opção inovadora para o tratamento estético após o branqueamento e uma alternativa natural ao ascorbato de sódio(34). Também segundo o estudo in vitro de Nair R et al., a aplicação imediata

de extrato de semente de uva (proantocianidina) a 6,5% por 10 minutos em esmalte branqueado (com peróxido de carbamida a 35% durante 30 minutos), apresentou melhores resultados em relação aos outros antioxidantes, nomeadamente, aloe vera e ascorbato de sódio(53).

Recentemente, foi realizado um estudo in vitro por Zhang H et al. que contraria a ideia de que o extrato de semente de uva é mais eficaz que o ascorbato de sódio no que concerne à reversão da resistência adesiva. Neste estudo as amostras foram branqueadas com peróxido de hidrogénio a 35%, durante 3 vezes com duração de 10 minutos cada, e foram submetidas posteriormente a gel de ascorbato de sódio a 10% por 30, 60, e 120 minutos e 5% de agente proantocianidina durante os mesmos períodos de tempo, e no final foi realizado o teste de resistência à microtração (µTBS). Ambos os antioxidantes se revelaram eficazes, durante os vários períodos de tempo testados, no entanto, foi detetada uma melhoria mais promissora da resistência adesiva imediata através do uso de ascorbato de sódio durante 120 minutos, comparativamente ao uso do extrato de semente de uva (proantocianidina)(54).

Sharafeddin F et al., concluiu que não existiram diferenças estatisticamente significativas entre a resistência adesiva ao cisalhamento detetada no esmalte branqueado submetido a tratamento restaurador de seguida e as amostras tratadas com antioxidantes previamente ao tratamento restaurador. Os antioxidantes utilizados foram ascorbato de sódio a 10%, solução de extrato de romã a 10%, solução de extrato de semente de uva a 10%, extrato de chá verde a 5% e gel de aloe vera e todos atuaram por 10 minutos, sendo que não foram detetadas diferenças significativas entre os vários antioxidantes, nem entre as amostras tratadas com antioxidante e as amostras não tratadas(8).

Para terminar, importa referir que a maioria dos estudos aplicaram extrato de semente de uva no esmalte branqueado por um período de tempo de 10

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minutos dado que é considerada uma duração adequada para a aplicação clínica do antioxidante em forma de solução(36).

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IV. Conclusão

O branqueamento dentário apresenta alguns efeitos adversos no que concerne à resistência adesiva do adesivo ao esmalte quando esta adesão é realizada imediatamente após o branqueamento, o que consequentemente influencia também a adesão do compósito. Isto deve-se à presença de radicais livres, provenientes do branqueamento tanto com peróxido de hidrogénio como com peróxido de carbamida.

Segundo alguns autores, é recomendado aguardar algum tempo após o branqueamento para possibilitar a execução de tratamentos restauradores com valores de resistência adesiva aceitáveis, e na generalidade, o tempo de espera situa-se entre uma a quatro semanas. Para permitir a realização de tratamentos imediatamente após o branqueamento e contrariar este tempo de espera que em alguns casos, é clinicamente indesejável, foram testadas algumas técnicas como a aplicação de diversas soluções que contenham agentes antioxidantes.

Entre os agentes antioxidantes, o extrato de semente de uva destaca-se devido à elevada concentração de proantocianidinas na sua composição, que são substâncias com alta atividade de eliminação de radicais livres, atividade vasodilatadora,anticancerígena, anti-alérgica, anti-inflamatória e antibacteriana.

Após a revisão da literatura, verificou-se que o extrato de semente de uva influencia positivamente a resistência adesiva no esmalte branqueado, conseguindo reverter a mesma e levando-a a assumir valores normais, isto é, valores de resistência adesiva do esmalte semelhantes aos verificados antes de ser submetido a branqueamento.

O extrato de semente de uva pode ser assim considerado uma alternativa natural relativamente ao uso de outros agentes antioxidantes de origem não natural (nomeadamente o ascorbato de sódio). No entanto, estudos adicionais devem ser realizados para avaliar o efeito das diferentes concentrações e tempos de aplicação na resistência adesiva ao esmalte branqueado, uma vez que a maioria dos estudos abordados nesta monografia são estudos in vitro.

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Referências

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