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Analise estrategica do Parque de Alta Tecnologia de São Carlos-SP

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE ESTRATÉGICA DO PARQUE DE ALTA TECNOLOGIA DE SÃO CARLOS - SP

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA À UNIVERSIDADE FEDERAL DESANTA CATARINA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EMENGENHARIA.

3 0 1 ü w u. 3

JOSÉ LUÍS GARCIA HERMOSILLA

(2)

DE SÃO CARLOS - SP

JOSÉ LUÍS GARCIA HERMOSILLA

ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM ENGENHARIA

ESPECIALIDADE ENGENHARIA ECONÔMICA E APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

CRISTIANO J. C. A. CUNHA, Dr. Orientador

BANCA EXAMINADORA

CRISTIANO J. C. A. CUNHA Presidente

(3)

José C.G.Hermosilla e Maria Ap.de C. ambos, grandes empresários da vida.

(4)

Agradeço primeiramente à Rossana, minha companheira, que sempre me apoiou e acompanhou nesta

incansável caminhada.

Agradeço aos professores José Benedito Sacomano e Cristiano J.A.C. Cunha pela orientação.

Um agradecimento especial à Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos e aos empresários entrevista­ dos, que sem dúvida alguma foram os que permitiram e auxiliaram na realização deste trabalho.

A Luiz Eurico Junqueira Coli, pela enriquece- dora troca de idéias e experiências, por seu companheirismo e principalmente pela sua amizade.

Enfim gostaria de lembrar todos que direta ou indiretamente contribuiram para a realização deste trabalho.

(5)

TABELA 1 - Recursos para P & B (1985)...03

TABELA 2 - Período pré-Fundação... ..55

TABELA 3 - Fator universidade no período pré-Fundação... 57

TABELA 4 - Fator mercado no período pré-Fundação... ..58

TABELA 5 - Fator governo no período pré-Fundação... ..58

TABELA 6 - Fator capital no período pré-Fundação... .58

TABELA 7 - Períodos pós-Fundação... .59

TABELA 8 - Fator mercado no período pós-Fundação... .60

TABELA 9 - Fator universidade no período pós-Fundação... 60

TABELA 10 - Fator governo no período pós-Fundação... .61

TABELA 11 - Fator capital no período pós-Fundação... .62

TABELA 12 - Comparação entre períodos...63

TABELA 13 - Comparação do fator mercado...65

TABELA 14 - Comparação do fator universidade... .66

TABELA 15 - Comparação do fator governo...67

TABELA 16 - Comparação do fator capital...68

TABELA 17 - Extratificação das empresas...69

TABELA 18 - Segmento eletromecânico quanto ao produto.... 71

TABELA 19 - Segmento eletromecânico quanto ao capital.... 72

TABELA 20 - Segmento eletromecânico quanto à tecnologia.. 7 3 TABELA 21 - Segmento de materiais quanto ao produto... .7 5 TABELA 22 - Segmento de materiais quanto ao capital... .7 6 TABELA 23 - Segmento de materiais quanto à tecnologia.... 76

TABELA 24 - Segmento de informática quanto ao produto.... 81

TABELA 25 - Segmento de informática quanto ao capital.... 81

TABELA 26 - Segmento de informática quanto ã tecnologia.. 82

TABELA 27 - Segmento físico-químico quanto ao produto.... 86

TABELA 28 - Segmento físico-químico quanto ao capital.... 86

TABELA 29 - Segmento físico-químico quanto à tecnologia.. 87

TABELA 30 - Comparação entre os segmentos quanto ao produto... ...91

TABELA 31 - Comparação entre os segmentos quanto ao capital... .91

TABELA 32 - Comparação entre os segmentos quanto à tecnologia... .92

(6)

TABELA 34 - Sugestões do segmento de materiais... .97 TABELA 3 5 - Sugestões do segmento de informática... .97 TABELA 36 - Sugestões do segmento físico-químico... .98 TABELA 37 - Distribuição percentual das sugestões entre

(7)

APRESENTAÇÃO RESUMO

1. TEORIA E EXPLANAÇÃO GERAL SOBRE PARQUES TECNOLÓGICOS.. 01

1.1 Introdução... ..01

1.2 Origens... ..04

1.3 Definição... ..05

1.4 Características... ..06

1.5 Finalidades e Importância... ..08

2. A SITUAÇÃO MUNDIAL E A NACIONAL... ..10

2.1 Panorama Mundial... ..10

2.2 Experiências Estrangeiras do Io Mundo... ..11

2.2.1 Experiência Americana... ..11

2.2.2 Experiência Inglesa... ..12

2.2.3 Experiência Francesa... ..13

2.2.4 Experiência Alemã... ..16

2.2.5 Experiência Japonesa... ..16

2.3 Experiências Extrangeiras do 3 o Mundo... ..17

2.3.1 Experiência Argentina... ..19

2.3.2 Experiência Colombiana... ..20

2.3.3 Experiência Mexicana... ... ..22

2.3.4 Experiência Uruguaia... ..23

■>/ 2.4 O Caso Brasileiro... ..25

2.4.1 Experiências dos Estados...29

2.4.2 Conclusões Gerais... ..40

3. EXPLANAÇÃO GERAL SOBRE A ABORDAGEM METODOLÓGICA... ..42

3.1 Metodologia... ...42

4. ORIGENS DO PARQUE TECNOLÓGICO DE SÃO CARLOS... ..44

s. 4.1 São Carlos - Dados Gerais... ..44

4.2 História do Núcleo Urbano... ..45

4.3 0 Parque de Alta Tecnologia de São Carlos... ..47

4.4 Hipótese Básica... ..50

4.5 Processo Real de Origem Constatado... ..53

4.5.1 Fases do Aparecimento do Parque... ..54

4. 5.1.1 Fase Pré-fundação... ..55

4. 5.1.2 Fase Pós-Fundação...59

(8)

5.1 Extratificação das Empresas... 84

5.2 Análise por Segmento... 70

5.2.1 Segmento Eletromecânico... 70

5.2.2 Segmento de Materiais... 7 5 5.2.3 Segmento de Informática... 80

5.2.4 Segmento Físico-Químico... 85

5.3 Características Gerais... 90

5.4 Síntese dos Principais Problemas das Empresas.... 94

6. CONCLUSÕES E ESTRATÉGIAS... 96

6.1 Considerações Iniciais... 96

6.2 Sugestões dos Próprios Empresários... 96

6.3 Estratégias para Superação dos Problemas das Em­ presas... 98

6.4 Conclusões... 103

7. ANEXOS... ... ... 106

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA... 110

(9)

0 Parque de Alta Tecnologia de São Carlos é formado por aproximadamente 50 empresas.

Em 1984, através do CNPq - MCT, foi criada a Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos, entidade representativa do parque e sem fins lucrativos.

Este ato político (criação da Fundação), visava incentivar o desenvolvimento empresarial de base tecnológica local.

Apesar do crescimento do Parque atualmente e do seu desenvolvimento, poucos são os estudos de caráter particular, feitos a este respeito.

Este trabalho, parte do princípio que o Parque é um aglomerado de empresas de base tecnológica e portanto seus elementos formadores são as empresas.

0 objetivo deste trabalho é conhecer as reais condições que levaram ao surgimento do parque e como este vem se desenvolvendo até os dias atuais.

(10)

A tecnologia sempre foi um fator determinante docenário político-econômico mundial. Porém, a dificuldade em repassá-la dos órgãos geradores como institutos de pesquisa e laboratórios universitários às empresas também sempre se constituiu numa barreira.

O parque tecnológico é uma maneira de transpô-la, mas pouco se conhece a seu respeito.

0 Parque Tecnológico de São Carlos, no interior de São Paulo, é constituído por aproximadamente 50 empresas de base tecnológica as quais podem ser agrupadas em quatro grandes áreas: materiais, mecânica e elétrica,

informática e físico-química.

A presença de duas universidades (USP e UFSCar) e de suas principais áreas de pesquisa foi que influenciou o surgimento das empresas, juntamente com a grande quantidade de pesquisadores e com o aparecimento de órgãos de apoio como o CEDIN - Centro de Desenvolvimento de Indústrias Nascentes e da FPATSC - Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos.

Apesar de contar com a presença das universidades e da oferta de mão-de-obra de qualidade, o aglomerado de empresas de base tecnológica também é influenciado por outros fatores, os quais são mais típicos das pequenas empresas, como por exemplo:

- tamanho: empresas pequenas não conseguem atingir o lote mínimo para compra, do fabricante, tendo que se sujeitar os preços e qualidades do varejo.

- formação do empreendedor: muito mais voltada ao campo técnico, dificultando o papel de administrador do empresário.

- mão-de-obra: falta mão-de-obra especializada para áreas tecnológicas recentes como ótica, vácuo etc.

(11)

para investir em marketing, recursos humanos, etc.

Desta forma, foram feitas pelos próprios empreendedores, sugestões com o intuito de ajudar no desenvolvimento destas empresas como:

- um departamento de compras que representasse o aglome­ rado e assim poderia comprar em melhores condições

(prazos, qualidade e preço).

- cursos voltados à área administrativa e formação de uma equipe para assessorar os empreendimento.

- cursos periódico voltados à mão-de-obra de nível médio. - abertura de linhas de crédito diferenciadas para as

empresas de base tecnológica, etc.

Desta forma, acreditam os empreendedores que em um estágio inicial de desenvolvimento, as empresas de base tecnológica obterão resultados mais positivos.

(12)

Technology has always been a determining factor in the world's political economic scenario.

However, the difficulty to pass it over from the generating agencies such as research institutes and university laboratories to the company is also a hindrance.

The technological park is a way to over come it but little is know about it.

The technological park in São Carlos, state of São Paulo, is made up of about fifty technological bases companies which can be gathered into for major areas: materials, mechanical and electrical, informatics and physical-chemical.

The existence of two universities (USP and UFSCar) and of their most important research areas has cooperated for creation of these companies, along with the great number of researches and after the creation of support agencies such as CEDIN - Centro de Desenvolvimento de Indústrias Nascentes and FPATSC - Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos.

Despite having these two universities and the offer of quality main power,, the whole group of technological basis companies has also been influenced by other factors which are mostly typical of the small companies as for

instance:

- size: small companies which can not reach the minimum for chasing lot from the manufacturer, having to submit to retail price and quality.

- entrepreneur formation: highly turned to the technical field making if difficult the hole of the entrepreneur as an administrator.

- manpower: shortage of specialized manpower for the recent technological areas such as optics, vacuum, etc.

(13)

to invest in marketing, human resources, etc.

This way, the entrepreneurs have made suggestions so as to help the development of these companies as follows:

- a purchasing department to represent the whole group of companies. This way purchases can be made more conveniently (terms, quality and price).

- courses in medium level manpower giving periodically. - opening of differentiated credit lines for technological

basis companies, etc.

This way, the entrepreneurs believe at an initial development stage, the technological bases companies will get more positive results.

(14)

1. TEORIA E EXPLANAÇXO GERAL SOBRE PARQUES TECNOLÓGICOS

1.1 Introdução

Uma questão de suma importância para este tra­ balho é a respeito da distinção entre ciência e tecnologia.

Embora sendo polêmico tal assunto, seu esclarecimento contribuirá muito para o melhor entendimento deste estudo.

Várias são as posições dos autores, como por exemplo, segundo Lacerda (1984, p. 369-370):

"...entende-se por ciência o conjunto organizado dos conhecimentos relativos no universo objetivo, envolvendo seus fenômenos * naturais, ambientais e comportamentais", e

"Tecnologia é o conjunto organizado de todos os conhecimentos-científicos, empíricos ou in­ tuitivos empregados na produção e comerciali­ zação de bens e serviços". Conforme Mansfield

(1982):

"a ciência objetiva o conhecimento enquanto a tecnologia objetiva o estudo.

Um fato que merece destaque é a distinção que usualmente se faz entre ciência básica e aplicada. Enquanto a ciência básica se "preocupa em adquirir novos conhecimentos, não estando subordinada a objetivos práticos e imediatos, a ciência aplicada, pelo contrário, se compromete com estes ti­ pos de objetivos, buscando conhecimentos para serem utiliza­ dos na solução de problemas identificados, conforme Barbieri

(1990).

Por exemplo, a química é considerada ciência básica, enquanto a química dos poluentes da água é ciência aplicada.

Devido a essas características, pode-se encontrar em alguns casos o termo "ciência aplicada" como sinônimo de tecnologia, porém tanto a ciência básica como a

(15)

difícil uma separação rigorosa na prática, dada as suas estreitas relações.

Barbieri (1990) explica ainda que, "na ciência aplicada, tanto quanto na ciência básica, busca-se conheci­ mentos para explicar a natureza física, biológica, social etc., observando-se aqueles procedimentos, operações e condu­ tas que se constituem o que se denomina de método científico.

A tecnologia os conhecimentos científicos disponíveis, mas não se reduz a eles".

Muitos são os posicionamentos a este respeito, mas a fim de otimizar este processo de distinção, será adotado um só, com o qual se trabalhará.

Segundo Barbieri (1990), por ciência "se entende uma forma específica de conhecimento sobre qualquer aspecto da natureza, as atividades voltadas para obter tais conhecimentos e a instituição social constituída dos indivíduos que se dedicam a estas atividades e que partilham de um ideária comum e de um padrão mínimo dê conduta que os identificam", enquanto "a tecnologia pode ser entendida como o estudo das técnicas e como conjunto de conhecimentos de diversas origens aplicados às atividades práticas de um modo geral", ou seja, "a aplicação sistemática de conhecimentos às atividades produtivas".

"Na área científica, a publicação dos resultados é a regra, pois presume-se que o conhecimento científico é patrimônio da humanidade e também porque o debate público faz parte da própria forma de conferir a validade desses conhecimentos. Na área tecnológica é o sigilo e o patenteamento, porque disto depende o seu sucesso como mercadoria", de acordo com Barbieri (1990).

Num processo de desenvolvimento de um país, esta relação a da ciência básica com a ciência aplicada ou tecnologia, é muito significativa, tanto que, segundo Colenci (1990, p.18), "no passado, a Alemanha ganhava a maioria dos prêmios Nobel, associados à Ciência e era, na época, a detentora do maior desenvolvimento tecnológico. Hoje, o maior desenvolvimento tecnológico pertence aos Estados Unidos, que concomitantemente é o maior detentor de prêmios Nobel em Ciência dos últimos tempos".

(16)

0 fato relatado acima em si, não tem grandes significados, mas por trás dele existe importantes estratégias que fazem parte de um cenário predominantemente político, que sem dúvida alguma tem como objetivo o poder, pois o desenvolvimento científico-tecnológico implica no desenvolvimento do conhecimento e "que detém o conhecimento, detém o poder!", conforme Colenci (1990).

A história vem exemplificandá^isto no decorrer do tempo, como por exemplo: a Bomba Atômica na Guerra do «Pacífico Sul; a Guerra das Malvinas e outros episódios que podem servir como tal: o projeto Guerra nas estrelas e o conflito no Golfo Pérsico.

Neste século e mais especificamente em sua segunda metade, o mundo vem se servindo da geração e do uso cada vez mais intenso de novas tecnologias em resposta a diversos fatores, sendo um dos mais importantes a crescente competitividade, principalmente entre os países mais industrializados, conforme Anda (1987).

Nesta verdadeira batalha mundial, muito mais política, a ferramenta mais poderosa é a tecnologia, tanto que os países mais especificamente os pertencentes ao Io mun­ do, alocam grandes somas de dinheiro, representando elevadas porcentagens de seu PIB em seus órgãos de pesquisa, na busca de novas tecnologias, como pode ser visto na tabela abaixo: TABELA 1 - Recursos para P & B (1985)

Países % PIB

% gastos financiados por Estado setor Privado

Estados Unidos 2 , 8 50 48 Japão 2,8 19 74 Alemanha 2,7 37 62 Suíça (1986) 2,8 19 82 Suécia 2,6 34 63 França 2,3 53 41 Inglaterra 2,3 43 46 Holanda 2,3 44 52 Coréia do Sul 1/6 19 81 Itália 1,5 52 45 Canadá 1,4 48 46 Dinamarca 1,3 46 49 Espanha 0,5 45 50 Brasil (1989) 0,6 8 3 17

(17)

,r

1.2 Origens

Em algumas regiões dos Estados Unidos, co: formação de um ambiente propício, começaram a surgir as primeiras empresas de base tecnológica, oriundas e fortemente

ligadas aos centros de pesquisa.

Entende-se por empresa de base tecnológica o empresa de tecnologia avançada (ETA), com base em Spolidor (1989), aquela que tem como atividade principal a produção d bens de altá tecnologia ou a prestação de serviços técnicos baseados em bens de alta tecnologia.

O ambiente propício ao qual se referiu, em linhas gerais, foi o resultado da interação de quatro fatores básicos, conforme Santos (1985): centros de pesquisa, mercado, recursos financeiros e mão-de-obra.

Califórnia e Massachussetts foram os dois estados americanos pioneiros no surgimento de empresas de base tecnológica. Nestas duas regiões, a concentração de órgãos de pesquisa e universidades era muito alta, sendo bem cotadas e com grandes volumes de pesquisa de qualidade, as quais muitas vezes acabavam por resultar em novas tecnologias passíveis de serem repassadas ao setor industrial.

A este fator se uniu ainda a existência de condições empresariais favoráveis como capital de risco, apoio às empresas nascentes etc.

A sinergia de todos estes fatores acabou contagiando muitos pesquisadores daqueles centros de pesquisa, encorajando-os a abrirêm empresas de alta tecnologia, a fim de aproveitarem os chamados nichos de mercado (ver ANEXO I).

"A experiência histórica demonstra que uma política tecnológica que não seja parte de uma política industrial explícita para o setor produtivo é inócua e tende a pulverizar recursos e desmoralizar esforços, produzindo resultados por exceção, parcos e na maioria da vezes, decepcionantes, conforme Barra (1988).

Apesar desta consciência não ter nascida junto com as primeiras manifestações de parques tecnológicos, estudiosos da área como Medeiros (1988), acreditam na

(18)

existência de pré-condições que estimulam o surgimento como:

(1) uma instituição de ensino e pesquisa que possibilite a geração de tecnologias de bom nível e passíveis de serem transformadas em inovações tecnológicas;

(2) recursos e pessoas que personifiquem as idéias e promovam a transformação da pesquisa em produtos, processos e serviços;

(3) mercado que absorva esses resultados e, para isso, pode-se usar o poder de compra e incentivos governamentais que permitam a absorção da

gerada no país.

Surgem os chamados empreendedores^/ou ^seja, pessoas com espírito empresarial que se lançam ao desafio âíe

abrir uma empresa, neste caso de alta tecnologia com o objetivo de repassar ao mercado, produtos calcados sobre a tecnologia desenvolvida no interior dos laboratórios.

Assim, tanto em Stanford quanto em Boston, formaram-se parques industriais em torno de seus centros de pesquisa, constituídos por empresas de base tecnológica, que tinham como arma para atingirem o mercado, as tecnologias oriundas das universidades da região.

1.3 Definição

0 fenômeno estudado no item anterior, influenciou o mundo inteiro, pois era uma idéia viável e promissora para diminuir o abismo que sempre existiu entre o setor científico e o industrial, além de inúmeras outras vantagens como o aumento na oferta de emprego, o desenvolvimento regional etc.

Como todo fenômeno, a princípio, passível de "cópia", em cada país se manifestou de maneira diferente, de acordo com os fatores e suas intensidades a começar pela própria definição, a qual varia e muito com ò local onde se apresenta.

"A terminologia varia de acordo com cada país: tecnologiia

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'•science park", no Reino Unido; "technopoles", na França; "innovations centres", na Alemanha; "research park", nos Estados Unidos; etc", conforme Marchi (1990).

Muitas são as terminologias existentes na literatura atual, relativas ao conjunto de empresas de tecnologia avançada, como por exemplo: Parque Industrial de Alta Tecnologia, Parque de Ciência, Parque de Tecnologia, Pólo Tecnológico etc.

No entanto, neste trabalho será usada a termilogia Parque Tecnológico,cuja definição adotada é a de Ryan (1987,p .8).

É a iniciativa com base em uma área de terra que:

* tem vínculo formal e operacional com uma ou mais universidades, centros de pesquisa e outras instituições de ensino superior;

* é planejada para encorajar a formação e o crescimento de empresas de alta tecnologia e outras organizações normalmente existentes na área como incubadoras, escolas técnicas etc.

* tem uma gerência que está ativamente engajada na transferência de habilidades tecnológicas e empresariais às organizações participantes.

1.4 Características

Independente de onde ou como se originam, os parques tecnológicos possuem características gerais comuns, diferindo apenas em detalhes que variam de acordo com as peculiaridades de cada região, seus objetivos e meio ambiente.

Em suma, um parque tecnológico tem c o m o 1 características gerais o poder de acolher empresas e promover o que Faberon (1990) chama de a "fertilização cruzada".

"A fertilização cruzada é o efeito da sinergia resultante da reunião em um mesmo local dos meios científicos, industriais e financeiros, produtores das inovações técnicas", segundo Faberon (1990).

(20)

com a realização de eventos tais como congressos, seminários, enfim reuniões que visam uma maior integração entre seus participantes, que vão desde docentes pertencentes aos órgãos de pesquisa e universidades até agentes do setor industrial e financeiro, podendo desta relação sair frutos promissores como por exemplo:

* a detecção de tecnologias com potencial para se transformarem em empreendimentos;

* a "reprodução" industrial, ou seja, grandes empresas, gerando ao seu redor empresas chamadas de 2a. geração; * a chamada "gestação" da tecnologia, ou seja, estudos

preliminares a respeito de suas viabilidades técnicas, econômicas e mercadológicas.

* etc.

"Os parques tecnológicos são uma estrutura completa para acolher as empresas; ela (estrutura) promove a "fertilização cruzada" e deve permitir a transferência de tecnologia", conforme Faberon (1990).

Quanto às empresas, os parques tecnológicos são dotados de mecanismos e qualidades que objetivam o incentivo ao nascimento e desenvolvimento das empresas de tecnologia avançadas, como explicado por Faberon (1990):

* bem servido pelos diferentes meios de comunicação e transporte;

* proximidade dos centros de pesquisa e universidades;

* possui vantagens fiscais e financeiras como isenção de impostos e linhas especiais de crédito respectivamente; * facilidades de localização e instalação como incubadoras * bom nível de vida como clima, escolas, saúdes etc.

Desta forma, acreditam os estudiosos do assunto que as empresas de tecnologia avançada funcionem como canais de transferência da tecnologia, do interior dos laboratórios dos centros de pesquisa, para o setor industrial.

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"Os pólos (parques) tecnológicos procuram eliminar as barreiras culturais existentes entre estes dois setores (cien- tífico e industrial), facilitar a utilização de laboratórios e equipamentos disponíveis nas instituições de ensino e pesquisa, auxiliar na formatação e condução de pedidos de financiamentos junto aos órgãos de fomento e, em alguns casos, prestar serviços básicos às empresas", de acordo com Marchi (1990).

) .( 1.5 Finalidades e Importância1

"0 processo de' industrialização das principais economias capitalistas no pós-guerra tem se caracterizado pela acelerada incorporação de inovações tecnológicas no sistema produtivo. Essas inovações foram responsáveis pela sofisticação de vários segmentos econômicos, industriais e não-industriais (setores de crédito e serviços, por exemplo) e, mesmo, pelas mudanças radicais no perfil de consumo das populações", conforme Brasil (1988).

De encontro a isso, os países, principalmente os pertencentes ao bloco central, estão cientes de que um caminho promissor rumo a um setor ^produtivo mais competitivo para a próxima década é o de promover uma maior interação 1

entre os setores de pesquisa e o industrial.

0 parque tecnológico é uma idéia que vem neste sentido tentar aproximar os setores em questão e com isto facilitar o fluxo de tecnologia de um setor ao outro.

Existe uma questão ainda mais ampla do que a

i da maior interação universidade-empresa, que é o uso da política científica e tecnológica para fomentar o desenvolvimento econômico e social do país, explorando os valores peculiares de cada região, através de um parque tecnológico com características particulares.

Desta forma, além de promover uma maior sintonia entre os setores de pesquisa e da indústria, o parque tecnológico contribui para um maior desenvolvimento regional, explorando suas potencialidades e contribuindo com isso para a elevação do nível de vida de seus habitantes através de:

(22)

* maior oferta de emprego;

* elevação do nível da qualidade de mão-de-obra;

* maior infra-estrutura urbana (transporte coletivo, sistema educacional, prestação de serviços gerais, sistemas médicos em geral, etc.)

* etc.

Como todo empreendimento, o parque tecnológico, se não for bem planejado, pode sofrer dois tipos de insucesso:

* caso o parque em si seja um verdadeiro sucesso, a população que vive ao seu redor pode ter que enfrentar sérios problemas como por exemplo o afluxo de grande quantidade de mão-de-obra para a região, a qual pode não comportar, ocasionando com isso problemas sociais (elevação do custo de vida, escassez de moradia, deficiência no abastecimento de água e no sistema de transporte, etc); instalação de grandes indústrias e com elas possíveis desequilíbrios ecológicos (rejeitos industriais, poluição sonora), causando a queda na qualidade de vida, etc.

* e o de não desenvolver, tendo este tipo de insucesso uma probabilidade aumentada de ocorrer, caso não se leve em consideração aqueles fatores que estimulam o surgimento do parque, "isto é, pesquisa passível de se tornar uma inovação; instituições e pessoas capacitadas a realizar a transformação da pesquisa em inovação; lideranças locais e empreendedores e mercado, conforme Marchi (1990).

(23)

2. A SITUAÇXO MUNDIAL E A NACIONAL

2.1 Panorama Mundial

" A maioria dos países centrais, por terem acumulado um grande acervo científico-tecnológico, possuem vantagens que os diferenciam enormemente dos periféricos, entre as quais, a utilização de processos produtivos mais automatizados e adequados e o melhor aproveitamento das matérias-primas disponíveis. Além disso são mais eficazes na geração de empregos, na melhor utilização de sua força de trabalho, na capacitação de recursos humanos e no aproveitamento de novos mercados externos", conforme Brescianini (1989).

A incessante escalada dos países de centro rumo a uma posição de destaque no cenário da soberania mundial, passa pelo crivo do conhecimento com base no desenvolvimento científico e na geração de novas tecnologias.

O parque tecnológico é um dos inúmeros projetos, destinados a viabilizar o surgimento de inovações tecnológicas, acelerando a interação entre ó setor de pesquisa e o setor de produção.

Este mecanismo tem se manifestado de maneiras diferentes, dependendo das características da região onde se implanta e dos objetivos que se pretende atingir, mas em linhas gerais guardam muitas semelhanças com relação aos dois parques americanos, pioneiros neste contexto: o Vale do Silício em Stanford e a Rota 128 em Boston.

Os países desenvolvidos contam com recursos financeiros que possibilitam-nos implementar programas de desenvolvimento científ ico-tecnológico.

Com relação aos países em desenvolvimento, o quadro é diferente, agravado em função da crise econômica.

Por exemplo enquanto nos países industrializados, os gastos em C & T atingem patamares de 2,5 a 3,5% do PIB, na América Latina, nenhum país aloca mais que 0,7%, segundo Marcovitch (1989).

(24)

Os países latino americanos, dispõem de uma experiência própria sobre parques tecnológicos, apesar de terem sofrido influência norte americana.

2.2 Experiências Estrangeiras do Io Mundo

"0 surgimento de novas tecnologias fez com que a maioria dos países industrializados optassem por um crescimento dos seus gastos em C & T até patamares de 2,5 a 3,5% do PIB. Com isso foi possível promover a inovação tecnológica e induzir a reconversão do setor produtivo, tornando-o mais competitivo para a próxima década", conforme Marcovitch (1989).

Um dos inúmeros meios utilizados neste sentido, qual seja, o das inovações tecnológicas, é o parque tecnológico, que apesar de ter como fonte de inspiração os dois primeiros casos americanos (Stanford e Boston), se manifestou de diferentes formas em cada país, respeitando as peculiaridades e os objetivos de cada um.

2.2.1 Experiência Americana

A experiência americana teve início por volta de 1952, quando surgiu o parque tecnológico de Stanford na Califórnia, incentivando daí uma série de outros surgimentos, que se intensificaram no início da década de 60 e declinaram no seu final, permanecendo quase que estagnada na década de 70, fato este devido à crise energética que transcorreu de 1973 a 1974, limitando o fator financeiro norte americano naquela época.

O processo tomou força novamente na década de 80, em resposta ao aumento da competitividade no mercado externo e mesmo interno americano por parte de outros países que começavam a despontar no cenário econômico mundial como o Japão, a Europa em geral e os chamados "Tigres Asiáticos", alicerçados numa compacta base tecnológica.

Os dois parques mais importantes dos Estados Unidos: o Vale do Silício em Stanford na Califórnia e a Rota 128 em Boston, Massachussetts; ambos tiveram origem de modo

(25)

espontâneo, como resultado da interação de quatro fatores, acreditam os estudiosos da área, segundo Santos (1985):

* proximidade das universidades, onde se deu a transferência tecnológica, do interior dos laboratórios para o mercado;

* oferta de mão-de-obra especializada, que não deixa de estar ligada também à presença das universidade;

* vocação e herança industrial regional, servindo como mercados em potencial;

* existência de investidores de capital de risco, os quais em grande parte financiavam os empreendimentos de alta tecnologia.

Um outro fator que apesar de não ter sido citado é de grande importância no aparecimento de parques tecnológicos é o chamado de empreendedor Schumpeteriano (termo oriundo da interpretação Schumpeteriana do desenvolvimento econômico), ou seja, aquele indivíduo com espírito empreendedor/inovador, disposto a assumir riscos, personificado muitas fezes na figura do cientista.

2.2.2 Experiência Inglesa

No Reino Unido teve basicamente três ondas de surgimentos dos chamados "sciénce park".

A primeira onda teve início por volta de 1972 com o aparecimento do Heriot-Watt University Reserch Park, em Edinburgh, tendo como origem o departamento de física da univer- sidade. Nesta época surgiram mais dois parques no Reino Unido aos quais se seguiram nove anos de nenhum empreendimento nesta área, até 1982/83, quando voltou a ser desenvolvida tal idéia.

Durante este período de latência, os parques existentes, que surgiram sob forte influência dos norte americanos, se desenvolveram vagarosamente, mas continuamente, deparando-se com uma série de dificuldades tanto de origem administrativa quanto financeira.

A partir de 1985 o Reino Unido se depara com a terceira onda de parques, mas tanto a segunda quanto esta

(26)

última passam a ter características distintas das da primeira.

Enquanto a primeira onda nasceu sob forte influência norte americana e sob a mão da iniciativa acadêmica ao redor das universidades com o objetivo de empreender as idéias dos pesquisadores e aproveitar os nichos de mercado, a segunda e terceira onda se caracterizaram de maneira diferente.

Estes parques tecnológicos mais recentes são "geralmente localizados em áreas de indústria tradicional, em graus variáveis, as quais estavam sofrendo de uma recessão e/ou longo tempo de declínio. Um objetivo comum foi agir como catalizador e ajudar a mudar a estrutura industrial de sua região, conforme Dalton (1987).

"Sciences Parks" é a terminologia usada no Reino Unido para parques tecnológicos. São áreas próximas às úniversi- dades, destinadas a acolher empresas de alta tecnologia e pos- sibilitando o intercâmbio de informações com as diversas áreas do campus.

Este "Parks" são gerenciados por empresas privadas e auxiliados financeiramente pelo governo municipal.

Além desses, o governo britânico criou a "MSC Manpower Service Comission" que é um programa para desenvolver novos empreendedores: são cursos de 16 semanas de duração, grátis, para os interessados.

Outra iniciativa, sao as "Enterprise Agencies", financiadas por grandes empresas e estimuladas pelo governo a apoiar pequenas iniciativas privadas.

Para Dalton (1987, p.19), como todo investimento de longo prazo, os parques não atingiram ainda uma maturidade suficiente, que possibilite traçar conclusões a seu respeito.

2.2.3 Experiência Francesa

Na França o início do movimento aconteceu de modo um pouco diferente.

O Governo preocupado com a "baixa natalidade" de empresas no país, nomeou uma comissão para estudar o caso.

(27)

A comissão governamental, após ter averiguado a situação, sugeriu quatro medidas:

- promoção da imagem do empreendedor, junto à sociedade; - eliminação da burocracia;

- mobilização da iniciativa privada;

- apoio institucional (capital de risco).

Com isto a taxa de natalidade que era de 2%, saltou para 4% em 5 anos, graças ao prosseguimento do projeto pelo Governo seguinte, que baseado no modelo americano incentivou ainda mais a criação de empresas (principalmente de alta tecnologia), da seguinte forma, conforme Santos

(1985):

cedendo áreas ao redor e dentro dos campus universitários, promovendo a interação científica;

- isenção de imposto nos três primeiros anos com 50% no quarto e quinto anos;

- incentivando a contratação de estagiários pelas empresas para despertar novos interesses e aumentar o nível tecnológico empresarial (investimento em recursos humanos);

- bolsas de tecnologia (tecnologias passíveis de serem exploradas comercialmente);

banco de dados computadorizados a respeito da competência e recursos dos laboratórios de pesquisa franceses (consulta).

Apesar da forte influência dos dois principais exemplos norte americano, na França o processo assumiu caracte- rísticas próprias quanto ao gerenciamento e promoção do fenômeno (Parque Tecnológico).

Basicamente, as funções dos parques tecnológicos franceses de um maneira geral são três: acolher empresas, transferência da tecnologia e por fim o chamado efeito da fertilização cruzada.

Quanto às duas primeiras, não se tem tantas dúvidas, até porque são funções que já foram comentadas

(28)

anteriormente; a questão realmente de destaque é sobre a última, a chamada fertilização cruzada, característica esta que vem inovar o processo de geração de inovações tecnológicas, conferindo-lhe particularidades que vão muito além do que o simples incentivo ao nascimento de empresas de base tecnológica.

A corrente francesa diverge da americana justamente neste ponto, pois acredita que a base para o nascer e o desenvolver de todo este fenômeno, está numa maior interação entre os chamados cérebros (cientistas, políticos, engenheiros, financista, publicitários, etc), conferindo ao processo uma característica mais abrangente e multidisciplinar, acreditando assim estimular enormemente o poder criativo daquela sociedade e com ele o empreendedor.

A base do processo francês calca-se no fato de que se deve "projetar e construir novas cidades ou parte de cidades em diferentes regiões da França, as quais poderiam ter algumas das características do QUARTIER LATIN (ver Anexo II) adaptado aos tempos modernos. Uma alta concentração de cérebros, uma boa capacidade para fertilização cruzada a fim de desenvolver a transferência tecnológica e a alta criatividade", conforme Fache (1987).

Para se deixar bem clara a mentalidade francesa nesta área, a seguir relacionam-se algumas de suas considerações mais importantes:

- as telecomunicações são um ponto chave para um parque tecnológico;

- não é necessário ser grande para se ter sucesso; - a iniciativa deve partir das autoridades locais;

- um dos pontos mais importantes é o investimento na inteli­ gência ;

- os parques tecnológicos devem estimular outros tipos de pesquisa, como a pesquisa cooperativa (indústrias encomen­ dando pesquisas);

- deve ser inovativo;

- possuir programas de incubação; - investir na fertilização cruzada;

(29)

Fâche (1987).

2.2.4 Experiência Alemã

Na Alemanha existem duas linhas de ação para desenvolver empresas de alta tecnologia, segundo Santos (1985):

a) o "BIG" é praticamente um berçário de empresas nascentes, instaladas em locais que,outrora, funcionavam como fábricas e, agora, desativadas.

Surgiu a idéia da universidade de Berlim, quando criou um escritório de consultoria para auxiliar as empresas. "Para acolher estas novas empresas, foi assinado um acordo entre a prefeitura de Berlim que facilitou à Universidade, alugar algumas instalações disponíveis para a criação destas maternidades. A universidade através do BIG admi­ nistra este empreendimento que é realugado às novas empresas a preços acessíves. A acesso a toda infra-estru- tura da universidade é facilitado para estas novas empresas.

b) o segundo programa é de maior púrte, incluindo quatro fases:

FASE 1 - aconselhamento dos criadores com apoio gerencial de mercado, tecnológico, patentes, etc.

FASE 2 - subvenção de até 75% das empresas

FASE 3 - participação do governo em até 80% dos riscos FASE 4 - estudo de planejamento, considerando 3 pontos:

- vocação industrial da região;

- existência de centros de pesquisa; - interesse governamental.

2.2.5 Experiência Japonesa

No Japão, apesar também da forte influência norte americana, o fenômeno se deu numa escala muito mais ampla, tanto em termos físicos, quanto financeiros.

O país definiu uma política exclusiva, voltada à construção de 19 verdadeiras cidades tecnológicas, lá chamadas de cidades científicas (tecnópolis). Esta tecnópolis são realmente

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cidades montadas sobre forte estrutura com capacidade para acolher as famílias dos cientistas, os quais constituirão sua população.

Tais cidades objetivam única e exclusivamente a produção científica e tecnológica por parte das universidades e instituições de pesquisa lá criadas e movida pela força humano- científica para lá deslocada.

Estes verdadeiros complexos urbano-científicos de uma maneira geral, localizam-se próximos aos grandes centros japoneses, além de contar com uma total cobertura dos sistemas de transporte: proximidade de aeroporto bem servidos por transporte rodo-ferroviária, possibilitando um elo de ligação permanente e contínuo com outras regiões de interesse, além é claro de um eficiente sistema de comunicação.

"As tecnópolis consistem em três zonas solidárias: uma zona industrial, abrigando as fábricas, os centros de distribuição e os escritórios; uma constituída por núcleos de universidades, de institutos de pesquisa públicos e de laborató­ rios privados de pesquisa e desenvolvimento e, por fim, de zonas residenciais para os pesquisadores e seus familiares, conforme Tatsuno (1987).

Um dos exemplos mais expressivos japoneses, desta chamada revolução da inteligência por Pierre Laffitte (considera­ do a maior autoridade francesa e mesmo européia no assunto), é a cidade científica de Tsukuba, construída nos anos 60 pelo governo japonês que investiu mais de 5,5 milhões de dólares nesta cidade; os laboratórios de pesquisa de Tsukuba são circundados por uma quase religiosa aura em razão de sua importância para o futuro econômico do Japão. Estes são os novos templos do saber e do progresso iluminados, os viveiros onde se desenvolvem a geração seguinte japonesa, científica e industrial, segundo Fache (1987).

2.3 Experiências Estrangeiras do 3 o Mundo

A atenção neste item será mais voltada aos países latino americanos, os quais fazem parte de um contexto político-econômico e social, semelhante ao brasileiro.

São países que convivem com graves problemas sociais como analfabetismo, desnutrição, má distribuição de

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renda, etc e com uma economia corroída pela inflação.

Os investimentos caíram 9% (de 1980 a 1985) juntamente com o PIB per capita, sendo a capacidade de investimentos sufocada pela dívida externa, de acordo com Marcovitch (1987, p.67).

Vários destes países como o Brasil, Argentina e México, possuem massa crítica (cientistas) e mercado, mas não dispõem de recursos financeiros e não conseguem fugir da dependência tecnológica dos países industrializados.

Quanto as suas experiências com relação a pólos tecnológicos, nota-se grandes dificuldades em seus processos de geração de inovação tecnológica.

Como já foi visto nos capítulos precedentes, "os pólos surgem de diferentes maneiras, mas os dois principais objetivos permanecem inalterados: formação de empresas de base tecnológica e aproximação dos setores de pesquisa e produção", conforme Medeiros (1990).

As empresas de base tecnológica, constituenj í investimentos de longo prazo e alto risco e desta forma necessitam de recursos financeiros diferenciados como por , exemplo: capital de risco, recursos financeiros subsidiados,/ aplicação de impostos diferenciada, etc.

Nas economias instáveis e com altas taxas inflacionárias, como as latino-americanas, o mercado especulativo acaba afastando o capital de risco, fator importante na inovação tecnológica, de acordo com Marcovitch

(1991, p.19).

Desta forma, as experiências em alguns países se resumem em um primeiro passo, ao estudo dos potenciais científicos e tecnológicos próprios com posterior geração de incubadoras (para empresas de base tecnológica), como por exemplo a Colômbia.

Outros buscam aproveitar a infra-estrutura das principais regiões do país, conciliando o potencial urbano ao científico tecnológico, para fomentar o aparecimento de parques tecnológicos a partir das empresas geradas com o potencial local; é o caso da Argentina por exemplo.

• No caso do Uruguai, o objetivo é fortalecer seus principais ramos da atividade econômica (agropecuária e

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agroin- dustrial) com a geração de empresas de base tecnológica e a ruptura das inércias institucionais, principalmente das universidades.

Os países latino-americanos buscam alternativas para a geração de inovações tecnológicas, condizentes com seus recursos financeiros e econômicos, tentando, mesmo que de uma forma remota, inspirar—se nas experiências americanas.

2.3.1 Experiência Argentina

A Argentina, como país de terceiro mundo possui desníveis sócio-econômicos consideráveis afetando significativamente o setor de ciência e tecnologia.

Houve no país duas iniciativas no sentido de implantar parques tecnológicos em algumas de suas regiões, ambas datadas do início da década de 70.

A primeira das inciativas tinha por objetivo a construção de um prédio, única e exclusivamente com a intenção de abrigar laboratórios de pesquisa públicos e privados.

O objetivo final era atrair para suas proximidades, empresas ligadas àqueles ramos, mas não chegou a concretizar—se, cedendo espaço à segunda iniciativa.

Esta, por sua vez, tinha como meta aproveitar todo o potencial tanto de infra-estrutura quanto da presença de uma "massa crítica" (termo usado para designar uma população científica) na região de Bariloche, com duas linhas de investimento: uma chamada de "ciência—produção", visando suporte tecnológico às empresas da região e uma segunda denominada de "ciência-ciência", objetivando um maior desenvolvimento científico na região e consequentemente o aumento da produção tecnológica por parte daqueles órgãos.

"A situação econômica não tem sido brilhante nestes últimos tempos, vendo-se afetada em particular pela elevada dívida externa, pela queda na balança comercial, pelo protecionismo crescente dos países industrializados e pela falta de dinamismo no processo econômico mundial. Por essas razões e também por razões estruturais próprias do país, se

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enfrenta, desde vários anos, uma situação de pouco crescimento, alta inflação e queda nos ingressos reais da força de trabalho", segundo Araoz (1987, p.159).

Tais investimentos não obtiveram êxito por completo, mas no caso específico de Bariloche, o parque industrial local vem se fortalecendo a cada dia.

Apesar de todos estes percalços pelos quais o país vem passando, o governo argentino adotou nova postura com relação à política dos parques tecnológicos, isto é, a de tentar desenvolver determinadas áreas científicas que estejam em sintonia com as potencialidades oferecidas pela região.

É o que está acontecendo por exemplo com Chascomús (125 km de Buenos Aires) ligadas às áreas de biotecnologia animal, vegetal e ecologia da região; com a própria Buenos Aires, onde se concentra aproximadamente 30% da população, representando 60% do PIB nacional com a já mencionada Bariloche, cidade que vive atualmente do turismo e é considerada a mais rica do país, contando paralelamente a isto com ótima infra-estrutura urbana e com vários centros de pesquisa, os quais conferem à cidade uma considerável "massa crítica", etc.

De uma forma ou de outra, a idéia básica não muda, ou seja, a intenção dos parques tecnológicos argentinos é gravitarem ao redor de algum instituto de pesquisa e neste contexto contam com a forte vontade de suas autoridades nacionais, provinciais e municipais.

2.3.2 Experiência Colômbiana

"A indústria colombiana e o Modelo de Desenvolvimento, mostra uma economia nacional em processo de recuperação, alcançando o PIB de 1986 em crescimento superior a 5%, cifra esta que não se havia alcançado desde os últimos 7 anos, segundo Pradilla (1987, p.192).

Interessados na situação, a OEA como patrocinadora e a Finep como coordenadora, realizam uma investigação exploratória, intitulada "Viabilidade de Implantação de Parques de Novas Tecnologias em Universidades

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Colombianas."

A intenção era a de identificar as variáveis que concorrem para a implantação, aceleração ou melhora deste processos de "Novas Tecnologias nas Universidades Colombianas", segundo Pradilla (1987, p.191).

Esta investigação, para efeito de melhor estudo, dividiu o cenário pertinente ao assunto em segmentos: universitário, produtivo industrial e governamental.

O setor universitário como gerador de inovações tecnológicas e repassador destas; o setor produtivo como o usuário das inovações do setor anterior e o governamental, aquele que gerencia e direciona o processo como um todo rumo ao desenvolvimento econômico e social do país.

Desta forma não se pode afirmar que a Colômbia já possui parques tecnológicos em funcionamento; o país, como » primeiro passo, está estudando os diversos segmentos

pertencentes àquele processo, antes de fazer qualquer investimento concreto neste sentido.

O governo colombiano através deste estudo, dividiu o setor univesitário em duas partes: aquela com capacidade tecnológica presente, passíveis de já serem passadas à indústria e aquelas com capacidade tecnológicas potenciais, ou seja, que ainda necessitam desenvolve-se.

Quanto ao setor produtivo industrial, descobriu-se que o vínculo que este tem com a universidade é no tocante a serviços científicos (controle de qualidade, ensaios, melhora de processos, desenvolvimento de modelos) e, mesmo assim, tal vínculo é ainda muito insipiente, devido a fatores como a desconfiança da indústria na universidade e a falta de divulgação do potencial universitário.

Com relação ao Governo em si, está preocupado com a relação colombiana frente à revolução científica e a competitividade do mercado internacional.

Com a conclusão desta investigação, alguns fatores foram eleitos como prováveis determinantes no desenvolvimento dos programas de parques tecnológicos: a ausência de uma política integral em C & T, a debilidade nas relações universidade- indústria e a falta de mais

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investigação nos centros científicos, de acordo com Pradilla (1987, p.210).

Apesar deste resultado, o país se encontra numa outra etapa, considerada preliminar, a da formação de pesquisadores e consolidação de áreas científicas prioritárias para o desenvolvimento nacional, porém, sem descartar a figura dos Parques Tecnológicos.

2.2.3 Experiência Mexicana

A posição mexicana, representada na opinião de Mário Waissbluth, diretor do Centro para Inovação Tecnológica da Universidade Autonôma do México, é muito clara; não pode usar os parques tecnológicos para forçarem o surgimento de determinados fatores, os quais na verdade, em termos gerais tem se mostrado muito mais precursores que sucessores do » movimento de implantação dos parques.

Na opinião do diretor, a implantação de um parque tecnológico se constitui muito mais em um nascimento, ou seja, um fenômeno espontâneo, advindo da interação de diversos fatores, como:

a) sólida infra-estrutura para formação de recursos humanos;

b) existência de mecanismos ' que possibilitem tal interação, ou seja, "é muito importante, a tradição de vinculação entre a infra-estrutura e a indústria", com base em Waissbluth (1987, P.201).

Neste contexto, o México possui dois parques tecnológicos, que na verdade, antes disso, são considerados parques industriais, pois a interação com as universidades e os institutos de pesquisa datam de antes do movimento em questão e contemplam vínculos fortes entre o setor industrial e o universitário local.

Os dois casos são: a universidade do México no Distrito Federal e seu campus na cidade de Cuernavaca, a uma hora da capital.

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com o setor industrial local, trabalhando em conjunto com as empresas da região, porém sem ter manifestado até o momento, qualquer sintoma no sentido de constituir ao seu redor um parque tecnológico, mesmo porque no momento atual tanto o México quanto outros países latinos, passam por uma época de crise, fato este que tem inibido os investimentos governamentais neste sentido.

A Universidade do México no Distrito Federal e seu campus na cidade de Cuernavaca tem como áreas de especialização: a de biotecnologia e a de eletrônica e

informática.

No caso do Distrito Federal é uma redundância se falar em parque tecnológico, pois é uma cidade com aproximadamente 17 milhões de habitantes com um parque industrial já consolidado e ligado à universidade, constituído já por diversos tipos de empresas; assim o movimento na capital está sendo na direção de constituir uma incubadora, facilitando o nascimento das chamadas empresas de base tecnológica.

Com relação a cidade de Cuernavaca, o processo de um parque tecnológico já é bem mais forte, no sentido de consolidar o parque industrial local, fortalecendo as relações existentes e facilitando o nascimento das EBT's.

2.3.4 Experiência Uruguaia

Como todos os outros casos, o Uruguai também tem suas características próprias e é voltada a estas que o país tenta direcionar seu desenvolvimento, particularmente a política de parques tecnológicos, sintonizando estas com suas peculiaridades, segundo Sanguinetti (1987, p.209): "é um país subdesenvolvido de pequena dimensão geográfica e reduzida magnitude demográfica".

Na opinião de Sanguinetti (1987), a criação de um parque tecnológico está apoiada no tripé formado pela universidade, empresa e pelo Estado, com uma sintonia afinada entre eles, que possibilite a geração, o repasse e principalmente o uso de tecnologias novas; interação esta que tem tido pouco espaço na experiência do país.

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Neste sentido, o país optou por adotar uma política mais consciente e realista, tendo em vista o atual quadro e a experiência; assim ao invés de voltar a atenção para os chamados parques tecnológicos, encontrou na figura da incubadora de empresas de base tecnológica, o caminho que leva ao desenvolvimento tecnológico, tendo em contas as características do país,, atribuindo dois motivos a esta escolha:

a) "a incubadora de empresas de base tecnológica se aproxima melhor do grau de desenvolvimento real do país, de suas empresas e de suas organizações;

b) a noção de incubadora pode interpretar-se como um prérequisito ao desenvolvimento dos parques tecnológicos, já que o êxito de uma experiência deste tipo ajuda a criar as condições para a viabilidade de um parque tecnológico, conforme Sanguinetti (1987).

Através de estudos feitos em todo o país, três foram as áreas científicas eleitas, nas quais o Governo deveria atuar no sentido de desenvolvê-las para que se atinja uma situação econômica e social mais avançada: informática, eletrônica e biotecnologia.

Das relacionadas acima a que mais se destaca é a biotecnologia, devido as características nacionais. "Este país baseia sua atividade econômica na pecuária e na agricultura, setores dos quais provém a maioria de suas exportações, tanto direta como indiretamente. Grande parte da atividade industrial se desenvolve em torno dos insumos de origem agropecuária ou de produtos e serviços a ele destinados", baseado em Sanguinetti (1987).

Decidiu-se que o setor biotecnológico seria o mais indicado para o lançamento de uma experiência de incubadora de empresas de base tecnológica, justificadas pelas seguintes:razões:

a) constitui tecnologia de ponta e em plena expansão e, além do mais, requerendo relativamente baixos investimentos, o que está ao alcance do país;

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b) importantes impactos na produção:

- resultados significativos a médio prazo;

influência direta sobre as atividades de maior importância no país: produção agropecuária e agroindustrial.

c) além de ser algo espontâneo no país, existe "massa crítica" para isso e empresas interessadas no setor.

Infelizmente, o diagnóstico do quadro econômicocientífico e social do país se repete novamente, ou seja, conforme Sanguinetti (1987), "a escassez de recursos econômicos constitui uma séria dificuldade da universidade para manter seus pesquisadores e para propiciar a investigação. O contato entre as empresas e a universidade ainda é muito débil".

2.4 O Caso Brasileiro

A implantação de parques tecnológicos é um fenômeno que hoje já atinge o mundo todo manifestando-se de modo diferente em cada região, de acordo com as características locais, mas "guardam entre si semelhanças,^ especialmente o interesse em acelerar o processo de| desenvolvimento e comerciali— zação das tecnologias geradas

localmente, segundo Pereira (1987, p. 108).

O pensamento de que as inovações tecnológicas apareceriam de forma espontânea, como resultado da evolução científica (da pesquisa básica à aplicada e desta à produtos manufaturados), predominou por longo tempo no período pós

segunda guerra.

Porém, no início da década de 80, com a constatação do extraordinário avanço tecnológico japonês, tal mentalidade sofreu sérios abalos, principalmente em função do aumento da competitividade no mercado internacional.

Cada país procura então, reorganizar o seu sistema de desenvolvimento científico e tecnológico para fazer frente à nova realidade internacional.

No Brasil, assim como noutros países do terceiro mundo, apesar de possuirem características bem

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diferentes das do primeiro mundo, como o próprio estágio de desenvolvimento, mão-de-obra abundante, políticas de substituição de importação, etc, tiveram que voltar a atenção para o processo que se desenvolvia no restante do mundo, pois o impacto tecnológico a nível global foi de tal ordem que os países subdesenvolvidos corriam o sério risco de perderem por completo suas competitivi- dades tanto no mercado externo quanto no interno.

Ações propositadas passadas do Governo em determinadas áreas ligadas à estratégia de Segurança Nacional, acabaram por gerar no país "núcleos de competência tecnológica-industrial, que envolveram maciço aporte de capital a saber: o complexo aeronáutico (ITA 1946, Embraer 1969), o complexo petro-químico, o complexo de telecomunicações (lei básica de telecomunicações 1965, Embratel 1965, Telebrás 1972), reserva de mercado 1976 e lei de informática 1974, além dos investimentos federais de pesquisa e treinamento nas áreas correlatas (aeronáutica, química e engenharia do petróleo, telecomunicações e informática)", conforme Pereira (1987).

No entanto o que se observa no Brasil nestes últimos 30 anos é uma política de industrialização acelerada em contraposição a um deíieiente planejamento científicotecnológico.

"Houve a criação da competência a nível das instituições de ensino e pesquisa em várias áreas do conhecimento, porém o processo de assimilação tecnológica não foi facilitado", segundo Pereira (1987).

O país investiu maciçamente na formação de mão-de-obra altamente especializada através de cursos de pós-graduação para a formação da chamada "massa crítica", ou seja, uma quantidade adequada de cientístias altamente capacitados, no intuito de utilizarem-nos para diminuirem o "gap" tecnológico existente entre os países centrais e os subdesenvolvidos.

0 Governo Federal com ò objetivo de aumentar a interação instituição de ensino-empresas, para facilitar o desenvolvimento industrial criou em 1982, através do CNPq, o Programa de Inovação Tecnológica com a implantação de Núcleos

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de Inovação Tecnológica - NIT"s nas principais instituições de pesquisa do país.

"Esse Núcleo é definido como um agrupamento de 2 a 5 pessoas pertencentes ao quadro de pessoal da universidade ou de institutos de pesquisa, os quais, após receberem treinamento especializado, atuam como elo entre a instituição e o setor de produção. Esse núcleo pode ser visualizado como a porta de entrada da instituição", com base em Medeiros (1990).

Os objetivos dos núcleos de inovação tecnológica, segundo Medeiros (1990), são:

divulgar e transferir as tecnologias geradas nas universidades e nos institutos de pesquisa;

- mapear as demandas tecnológicas e as oportunidades comerciais;

identificar fontes de financiamento e colaborar na elaboração de propostas e negociações;

auxiliar o contato do pesquisador com o setor de produção e estabelecer sistemáticas que possibilitem documentar a tecnologia gerada;

desenvolver ações de propriedade industrial (patenteamente, redação de contratos, etc) ;

difundir a sistemática de gestão tecnológica nas instituições de pesquisa e ensino;

- apoiar a comunidade da região, servindo de instância descentralizadora das agências governamentais de fomento a C & T;

- propor instrumentos de apoio aos inventores;

- efetuar estudos de oferta e damanda tecnológicas em setores selecionados;

- coletar e :divulgar informações, promovendo a troca de experiências e participar de uma rede nacional de Núcleos de Inovação.

Existem 15 Núcleos de Inovação Tecnológica, dos quais 2 foram desativados:

- NIT-IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo, SP

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- NIT-TECPAR - NIT-INPE - NIT-ITEP - NIT-CETEC - NIT-CIENTEC - NIT-UFRJ - NIT-UFPb - NIT-UFSC - NIT-UFSM - NIT-FPTSC - NIT-NUTEC - NIT-CEPED - NIT-CTA

Instituto de tecnologia do Paraná, Curitiba, PR

Instituto de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, SP

Instituto de tecnologia de Pernambuco, Recife, PE

Fundação Centro tecnológico de Minas Gerias Belo Horizonte, MG

Fundação de Ciência e Tecnologia, Porto Alegre, RS

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa e Campina Grande, Pb.

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC

ç~

Universidade Federal de Santa C~ d , Santa Maria, RS

Fundação Parque Tecnológico de São Carlos, São Carlos, SP

Fundação núcleo de tecnologia indus­ trial, Fortaleza, CE

Centro de pesquisa e desenvolvimento, Camaçari, BA

Centro Tecnológico Aeroespacial, São José dos Campos, SP (desativado)

- NIT-FDTE/USP Fundação para o Desenvolvimento Tecno­ lógico da Engenharia da USP, São Paulo, SP (desativado).

Paralelamente a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica, em 1984, também através do CNPq, o Governo cria o Programa de Implantação de Parques Tecnológicos com características diferentes do anterior.

0 propósito do Programa desta vez era beneficiar o lado da demanda tecnológica, "otimizar os investimentos efetuados em C & T e facilitar o surgimento de vocações locais e regionais, segundo Pereira (1987), através de iniciativa de três elementos que atuam no desenvolvimento tecnológico: as empresas, o Governo e as instituições de

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pesquisa e ensino.

Os parques apoiados pelo Governo foram: São Carlos (SP), Manaus (AM), Joinville (SC), Campina Grande

(PB), Santa Maria (RS) e Petrópolis (RJ).

Seus objetivos, segundos Medeiros (1990, p.10), são:

- promover a criação e consolidação de empresas de base tecnológica;

fornecer suporte gerencial através de consultoria e cursos nas áreas de gestão tecnológica e gestão empresarial. Esse treinamento é destinado às empresas e ao setor acadêmico.

- facilitar a interação sistemática entre as empresas e as instituições de ensino e pesquisa, possibilitando o uso de recursos humanos, equipamentos e laboratórios,

inclusive de forma compartilhada.

- viabilizar o envolvimento de instituições financeiras (inclusive capital de risco) e governamentais, enfatizando a participação dos governos federal, estadual e municipal.

2.4.1 Experiências dos Estados

a) Amazonas

O estado do Amazonas tem uma característica toda própria, a respeito de sua experiência industrial.

As preocupações com relação a aspectos de segurança nacional, pela baixa taxa de ocupação do território, levaram a criação da ZFM - Zona Franca de Manaus em 1967, gerida pela SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus, contando com livre comércio para importar e exportar, além de inúmeros incentivos especiais para instalação de indústrias.

Quatro pólos industriais se beneficiaram e se desenvolveram na região: o relojoeiro, eletro-eletrônico, o de veículos de duas rodas e o ótico.

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