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EDUCAÇÃO ESCOLAR, OCUPAÇÃO E RENDA ENTRE INDÍGENAS DE MANAUS

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EDUCAÇÃO ESCOLAR, OCUPAÇÃO E RENDA

ENTRE INDÍGENAS DE MANAUS*

Evelyne Marie Therese Mainbourg1 Maria Ivanilde Araújo2 Gleici Jane Sena Cruz3

Palavras-chave: índio urbano; educação; emprego; renda. 1- INTRODUÇÃO E METODOLOGIA

A urbanização de populações indígenas constitui um fenômeno mais antigo do que se pensava, o que suscitou o interesse dos antropólogos antes dos outros cientistas. O Estado do Amazonas conta com o maior número de indígenas do Brasil. Manaus, sua capital, que possui uma população total de 1.832.424 habitantes (IBGE, estimativa 2011), tornou-se um exemplo de concentração urbana de população indígena e miscigenada relevante.

Em 2007, na ocasião de um Projeto do Programa de Pesquisa para o SUS / PPSUS, financiado pela FAPEAM e pelo CNPq (Parecer nº1535/2005 do Comitê de Ética em Pesquisa), realizou-se um estudo transversal a partir de uma amostragem aleatória estratificada proporcional por bairro, representativa da população indígena residente em Manaus (estimada em 9.294 indivíduos em 2005, com base nas zonas administrativas do Censo de 2000), bem como de uma amostragem da população não-indígena, morando nas mesmas áreas. Os questionários foram aplicados por entrevistadores indígenas (17) conforme exigido pelas associações indígenas de Manaus4

Aplicou-se dois tipos de questionários: um domiciliar e outro individual. Os dados apresentados a seguir se referem apenas ao questionário individual e em particular às variáveis relativas à educação escolar, ocupação e renda, além das variáveis independentes (etno-região, sexo e faixa etária). Foram 1527 questionários sendo 694 indígenas e 833 não-indígenas de 10 anos ou mais. Para evidenciar as relações estatisticamente significativas entre essas variáveis, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson

, após devidas seleção e capacitação. A distribuição das áreas entre os entrevistadores foi feita em função do conhecimento de cada um, da localização de famílias indígenas nos 57 bairros da cidade, conforme a amostragem. Alguns endereços (ou, pelo menos, localizações) foram fornecidos por funcionários de entidades governamentais e não governamentais indigenistas (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Fundação Estadual de Populações Indígenas do Amazonas, e Pastoral Indigenista de Manaus). Afora as áreas de forte concentração de população indígena, a busca da população alvo foi difícil. Foram feitas a revisão dos questionários com cada entrevistador e averiguações em campo. A pesquisa de campo ocorreu entre maio e dezembro de 2007.

( )

χ , com nível de significância de 5% e em caso onde as suposições do teste 2

qui-quadrado não foram satisfeitas usou-se to teste exato de Fisher.

2-RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.1-População em estudo

A amostra é constituída de 45,45% de indígena e 54,55% de não-indígenas. Os 694 indígenas cujo questionário foi validado se distribuem segundo a região de origem das suas etnias (etno-região),

*Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 20 a 24 de novembro de 2012.

1

ILMD/FIOCRUZ, Manaus-AM.

2

Departamento de Estatística/Instituto de Ciências Exatas/UFAM-AM.

3

Graduanda, Curso de Estatística/Instituto de Ciências Exatas/UFAM-AM.

4

AACIAM, AIMC, AMARN, AMISM, APN, Bayaróa, Comunidade Ticuna Wotchmäcü, COIAM, COIAMA, Comunidade Saterê-Mawé Inhaã-be, Comunidade Saterê-Mawé Waykyrú, Comunidade Saterê-Mawé Yapirehit, ICRASIM, MEIAM, ODESPI, UPIM.

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conforme tabela 1. Os indígenas das etnias do Rio Negro constituem quase a metade dos indígenas da amostra. Mais de um indígena em cada cinco é da região do Marau-Andira (etnia Sateré-Mawé) e um pouco menos, do Solimões. As outras etnias todas reunidas totalizam menos de 15%.

Tabela 1 – Indígena por etno-região de origem, Manaus, 2007

Etno-Região (indivíduo) n % Juruá,Jutaí,Purus,Javari 51 7,35 Marau-Andirá 148 21,33 Rio Negro 315 45,39 Solimões 129 18,59 Tapajós-Madeira 38 5,48 Outras regiões 13 1,87 Total 694 100,00

2.2-Sexo e faixa etária

A distribuição por sexo dos dois grupos populacionais apresentada na tabela 2 mostra uma predominância feminina maior entre os indígenas (mais de 10%) que entre os não-indígenas. Porém, a diferença não é significativa. Isso pode se explicar pelo processo migratório que atrai as mulheres principalmente entre 10 e 29 anos que vêm na capital para ser empregadas domésticas ou ainda depois dos 30 anos para estudar (TEIXEIRA et al., 2009, p. 537).

Tabela 2 – “Indianidade” por sexo, Manaus, 2007*

Sexo Total % Indígena

Não-indígena P n % N % Feminino 819 53,63 387 55,76 432 51,86 0,1412 Masculino 708 46,37 307 44,24 401 48,14 Total 1527 100,00 694 100,00 833 100,00

*Foi criado o termo de “indianidade” para representar a variável: ser indígena ou não.

No que diz respeito à estrutura etária, a mesma evidencia uma população indígena significativamente mais jovem que a população não-indígena como mostra a tabela 3, com mais de um terço dos indivíduos indígenas tendo entre 10 e 19 anos. Não há diferença significativa entre as etnias.

Tabela 3 – “Indianidade” por faixa etária, Manaus, 2007

Faixa etária Total % Indígena Não-indígena P

n % N % 10 a 19 anos 481 31,50 242 34,87 239 28,69 0,03469 20 a 39 anos 622 40,73 270 38,90 352 42,26 40 anos e + 424 27,77 182 26,22 242 29,05 Total 1527 100,00 694 100,00 833 100,00 2.3-Línguas

Os menores de 40 anos dominam a língua portuguesa, mas os mais velhos têm limitações, principalmente na leitura e na escrita. A capacidade de falar fluentemente uma língua indígena é de 11,98% entre os mais jovens e de 32,22% na faixa dos 20-39 anos contra 55,49% entre os mais velhos. Essa faixa de 40 anos ou mais, como a dos jovens têm porcentagem significativamente elevada de indivíduos que não falam nenhuma língua indígena, muito provavelmente porque estas pessoas nasceram na cidade. Os indígenas do Rio Negro, mais do que os outros (45,40%) falam fluentemente

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uma língua indígena. Os índios Sateré-Mawé dizem falar razoavelmente sua língua. Os indígenas do rio Solimões são numerosos em afirmar não falar uma língua indígena (62,79%), nem fluentemente, nem razoavelmente. E é o grupo das outras etnias que menos fala uma língua indígena: 70,59% não falam nenhuma. De fato, mesmo com a criação pelos missionários do Rio Negro da língua nheengatu (a partir do Tupi), a língua portuguesa que foi imposta à força (de escova às vezes!) nos internatos, é a língua de comunicação nesse território que conta 19 etnias e várias línguas de três troncos lingüísticos diferentes. Pela prática exogâmica que é também exolinguística, a população fala pelo menos duas línguas indígenas além do português (com exceção dos Baré). Desta forma, não é surpreendente observar que os indígenas do Rio Negro que vivem em Manaus são também os que mais dominam a língua portuguesa tanto na fala (83,17%) quanto na leitura (82,22%). Os Sateré-Mawé, pelo contato antigo com a sociedade nacional não falam mais tão fluentemente sua língua na cidade, e além de falar fluentemente o português, o leem fluentemente (82,43%). No rio Solimões, há etnias que já perderam sua língua. Por isso, os de Manaus falam e leem bem o português (82,17% e 78,29% respectivamente). O grupo de outras etnias não domina tão bem nem a fala, nem a leitura do português quanto os outros grupos étnicos.

2.4-Educação escolar

2.4.1- Frequentação da escola

A juventude indicada acima se reflete na inserção no sistema de educação escolar já que o grupo de indígenas é significativamente mais inserido na escola atualmente que o grupo não-indígena, conforme tabela 4. Mas não há diferença significativa entre as etnias quanto ao fato de freqüentar a escola atualmente.

Tabela 4 – Frequentação atual da escola por “indianidade”, Manaus, 2007 Frequenta a escola atualmente? Total % Indígena Não-indígena P n % N % Sim 579 37,92 299 43,08 280 33,61 0,000181 Não 948 62,08 395 56,92 553 66,39 Total 1527 100,00 694 100,00 833 100,00

O fato de freqüentar ou de ter freqüentado a escola alguma vez não apresenta diferença significativa entre os dois grupos: indígenas e não-indígenas. Mas, quando feita a comparação com cada uma das etno-regiões, aparece diferença significativa. Enquanto os Sateré-Mawé, as etnias do Rio Negro e do Solimões têm mais de 97% da sua população estudando ou tendo estudado, os não-indígenas apresentam porcentagem um pouquinho inferior e o grupo das etnias outras, muito menor ainda (86,27%), como mostra a tabela 5. Desta forma, pode se observar que tanto atualmente quanto no passado, o grupo de indígenas tem maior taxa de freqüentação da escola que o grupo de não-indígenas, com exceção do caso das etnias outras. De fato, a vontade de inserção na sociedade nacional por parte dos grupos indígenas não é de hoje. Pode-se considerar também que os indígenas que vieram a Manaus ou nasceram lá porque seus pais migraram para a capital já tinham um razoável nível de educação escolar, pois do contrário, não teriam tido chance nenhuma de se inserir no mercado. Vale também considerar que há uma tradição de qualidade de ensino nas missões em terras indígenas, onde todos eram instigados a estudar ou não tinham outra opção.

Tabela 5 – Frequentação atual ou anterior da escola por etno-região e não-indígena, Manaus, 2007 Frequenta ou frequentou a escola alguma vez? Total

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras

Não-indígena P N % N % n % N % N % Sim 1473 96,46 146 98,65 306 97,14 126 97,67 88 86,27 807 96,88 0,000001 Não 54 3,54 2 1,35 9 2,86 3 2,33 14 13,73 26 3,12 Total 1527 100,00 148 100,00 315 100,00 129 100,00 102 100,00 833 100,00

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2.4.2- Nível de educação escolar

A tabela 6 mostra que o nível de estudo atingido indica uma diversidade de situações interessantes, segundo a etno-região de origem ou o fato de não ser indígena. Se os não-indígenas estudaram até as últimas séries do ensino fundamental ou até o ensino médio, os indígenas (com exceção dos Sateré-Mawé) foram além, em proporção maior. De fato escolas primárias são implantadas, em função das missões, em quase todas as áreas indígenas; e dificilmente uma criança vai deixar de ir à escola como todas as outras; assim como não parece concebível um professor se ausentar de forma recorrente, por ele ser da própria comunidade. Mas acima da 4ª série, é muito mais difícil encontrar escolas nas áreas indígenas. Para continuar os estudos, muitas crianças das áreas indígenas são mandadas para a casa de parentes da cidade sede do município ou da capital, principalmente para os ensinos médio e superior. Não foi perguntado dos indivíduos o local onde estudaram, mas pode-se considerar que a práxis do estudo, por pressão histórica dos missionários, se manteve ao chegar na cidade e se transmitiu, talvez de forma mais premente que para a população não-indígena que é mais vítima da falta de escolas, da espera de reforma, da carência em professores ou da espera por um substituto. Outro fator que pode contribuir à explicação é o desejo de ascensão social e sócio-econômica para os indígenas que percebem o quanto os estudos podem abrir portas na sociedade nacional, enquanto os não-indígenas podem considerar que hora ou outra, o prefeito ou governador ou quem estiver na presidência da república, vai acabar dando casa, bolsas e outros benefícios, principalmente na capital, sem precisar estudar por isso.

Desta forma, os indígenas do Rio Negro apresentam maiores porcentagens em ensino médio e ensino superior. Mas os Sateré-Mawé (região Marau-Andira), de origem mais próxima de Manaus apresentam perfil menos favorável que os não-indígenas, com porcentagens elevadas apenas no ensino fundamental. Os indígenas do rio Solimões e do grupo de etnias outras apresentam um perfil dicotômico indicando dois tipos de alunos: os que mal tiveram condição de estudar nos primeiros anos do ensino fundamental e os que tiveram condição sócio-econômica de cursar o ensino médio ou até o ensino superior, o que pode traduzir um amplo leque de chances dentro do grupo.

Tabela 6 – Série e curso concluídos por etno-região e não-indígena, Manaus, 2007 Que série e curso*

frequenta ou foi concluído?

Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras

Não-indígena P n % N % N % n % N % Fundamental I (1ª - 4ª série) 288 19,59 41 28,28 41 13,44 31 24,60 29 32,95 146 18,11 0,0009 Fundamental II (5ª – 8ª série) 623 42,38 67 46,21 126 41,31 47 37,30 31 35,23 352 43,67 Ensino Médio 466 31,70 31 21,38 107 35,08 45 35,71 21 23,86 262 32,51 Ensino Superior 93 6,33 6 4,14 31 10,16 3 2,38 7 7,95 46 5,71 Total 1470 100,00 145 100,00 305 100,00 126 100,00 88 100,00 806 100,00

*As categorias apresentadas visam facilitar a compreensão do leitor e levam em consideração o fato que muitos indivíduos entrevistados estudaram antes da reforma de 2006 (lei federal 11.274). Nessas categorias são incluídos o supletivo e o ensino não seriado.

2.5-Emprego e renda

Nem dois indígenas em cada cinco têm algum trabalho ou realizam alguma tarefa remunerada (61,38% não recebem dinheiro por trabalho). Entre os não-indígenas, as proporções são um pouco mais favoráveis (42,50% recebem dinheiro por alguma atividade). Mas não há diferença significativa entre indígenas e não-indígenas, nem entre as etno-regiões.

2.5.1-Tipos de emprego

A partir dos 11 grandes grupos da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) do Ministério do Trabalho e Emprego, foram criadas as 6 categorias seguintes:

(5)

1 - Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas, gerentes, profissionais das ciências e das artes

2 - Técnicos de nível médio

3 - Trabalhadores de serviços administrativos

4 - Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados 5 - Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

6 – Outros: trabalhadores agropecuários, florestais, caça e pesca, trabalhadores da produção e manutenção, militares, policiais e bombeiros.

Na tabela 7 foram utilizados nomes resumindo o conteúdo dessas categorias.

Enquanto os indígenas ganham o pão de todo dia, em maiores porcentagens, fazendo e vendendo artesanato ou assumindo funções em ONG´s ou órgãos do governo ou ainda como técnicos de nível médio, os não-indígenas trabalham predominantemente nos serviços ou como vendedores em lojas e mercados ou ainda numa grande diversidade de empregos desde os ligados a serviços de reparação e manutenção até aqueles vinculados às forças armadas, polícia ou corpo de bombeiros e outros. As diferenças são significativas. Todavia, tanto indígenas quanto não-indígenas atuam por mais de um terço nos serviços e comércio. Mas os indígenas trabalham na indústria duas vezes menos que os não-indígenas, e como técnicos de nível médio quase duas vezes mais. Nas ocupações ligadas ao poder público, organizações de interesse público, artes entre outras, os indígenas representam mais do triplo dos não-indígenas, por conta da importância do artesanato e de funções de representação étnica (COIAB: Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e SEIND: Secretaria de Estado para os Povos Indígenas).

Tabela 7 – Ocupação principal remunerada por “indianidade”, excluídos os estudantes, Manaus, 2007 Qual é sua ocupação

principal? Total % Indígena Não-indígena P N % N % Gerência, artes 100 16,13 72 26,97 28 7,93 <0,00001 Técnicas 36 5,81 21 7,87 15 4,25 Administração 49 7,90 23 8,61 26 7,37 Serviços e comércio 224 36,13 92 34,46 132 37,39 Indústria 148 23,87 36 13,48 112 31,73 Outras 63 10,16 23 8,61 40 11,33 Total 620 100,00 267 100,00 353 100,00

O perfil de ocupações mostra diferenças significativas de uma etno-região de origem para outra, conforme mostra a tabela 8. Cada grupo de etnias parece ter suas especialidades de ramo da economia. Os Sateré-Mawé predominam nas ocupações de gerência e de artes, o que é conhecido pela visibilidade da produção e venda de artesanato. As etnias do Rio Negro se distribuem proporcionalmente mais entre as ocupações técnicas, a administração e os serviços e comércio. As etnias do rio Solimões e do grupo de etnias outras se encontram mais nos serviços e comércio, na indústria e em outras ocupações.

Tabela 8 –Ocupação principal remunerada por etno-região, excluídos os estudantes, Manaus, 2007 Qual é sua

ocupação principal?

Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras P

N % N % N % n % Gerência, artes 72 26,97 26 41,94 29 25,89 10 20,00 7 16,28 0,028049 Técnicas 21 7,87 2 3,23 12 10,71 4 8,00 3 6,98 Administração 23 8,61 5 8,06 14 12,50 1 2,00 3 6,98 Serviços e comércio 92 34,46 18 29,03 40 35,71 18 36,00 16 37,21 Indústria 23 8,61 3 4,84 9 8,04 5 10,00 6 13,95 Outras 36 13,48 8 12,90 8 7,14 12 24,00 8 18,60 Total 267 100,00 62 100,00 112 100,00 50 100,00 43 100,00

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Mas quando comparados os grupos de etnias com o grupo de não-indígenas, como na tabela 9, algumas modificações aparecem – com diferenças significativas - na distribuição relativa dos mesmos entre as diversas categorias de ocupações, principalmente quanto aos indígenas do rio Solimões e do grupo de etnias outras que se fazem mais presentes também na gerência e nas artes, assim como nas ocupações técnicas. Os Sateré-Mawé se destacam também na administração; as etnias do Rio Negro menos nos serviços e comércio e mais na gerência e nas artes. Quanto aos não-indígenas, eles têm mais ocupações nos serviços e comércio, assim como na indústria, mas, principalmente nas ocupações outras, em relação aos indígenas das diferentes etno-regiões de origem. O perfil de ocupações, baseado nessas categorias, dos não-indígenas tem semelhança parcial com o perfil de ocupações das etnias outras e dos índios do rio Solimões e é bastante diferente do perfil das etnias do Rio Negro e dos Sateré-Mawé. Isso pode se explicar em parte pelo artesanato muito praticado pelos Sateré-Mawé, mas também pelos índios do Rio Negro, e em parte pela inserção maior dos não-indígenas no setor industrial.

Tabela 9 – Ocupação principal remunerada por etno-região e não-indígena, excluídos os estudantes, Manaus, 2007 Qual é sua

ocupação principal?

Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras

Não-indígena P N % n % n % N % n % Gerência, artes 100 16,13 26 41,94 29 25,89 10 20,00 7 16,28 28 7,93 0,0005 Técnicas 36 5,81 2 3,23 12 10,71 4 8,00 3 6,98 15 4,25 Administração 49 7,90 5 8,06 14 12,50 1 2,00 3 6,98 26 7,37 Serviços e comércio 224 36,13 18 29,03 40 35,71 18 36,00 16 37,21 132 37,39 Indústria 63 10,16 3 4,84 9 8,04 5 10,00 6 13,95 40 11,33 Outras 148 23,87 8 12,90 8 7,14 12 24,00 8 18,60 112 31,73 Total 620 100,00 62 100,00 112 100,00 50 100,00 43 100,00 353 100,00

2.5.2-Tipos de vínculo empregatício

Um terço dos indígenas trabalha como autônomo: um pouco mais que entre os não-indígenas. Há tantos empregados ou trabalhadores com carteira assinada quanto sem carteira entre os indígenas; enquanto há muito mais com carteira entre os não-indígenas. Quase um em cada dez indígenas empregados é funcionário ou servidor público, mais do que entre os não-indígenas. Vale observar também uma porcentagem importante de aprendizes ou estagiários (mais de 4%), o dobro dos não-indígenas. Porém, as diferenças não são significativas.

Considerando que os autônomos raramente têm registro, podemos concluir que mais de dois terços dos indígenas trabalham no setor informal, contra um pouco mais da metade para os não-indígenas, conforme tabela 10.

Tabela 10 – Tipo de vínculo na ocupação principal remunerada, por “indianidade”, Manaus, 2007

Nesse trabalho é? Total % Indígena

Não-indígena P

N % N %

Aprendiz ou estagiário 21 3,38 11 4,10 10 2,82 0,09228 Conta-própria ou autônomo 201 32,32 90 33,58 111 31,36

Empregado ou Trabalhador doméstico

com carteira assinada 196 31,51 69 25,75 127 35,88 Empregado ou Trabalhador doméstico

sem carteira assinada 150 24,12 72 26,87 78 22,03 Funcionário ou servidor público 54 8,68 26 9,70 28 7,91

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A situação do grupo de etnias outras aparece como tendo as condições mais precárias: sem carteira assinada, aprendizes ou estagiários, por conta própria ou autônomo (o que pode significar qualquer serviço). Os Sateré-Mawé, com porcentagens muito semelhantes de aprendizes ou estagiários e de conta própria ou autônomos se diferenciam radicalmente desse grupo de etnias outras em função da porcentagem relativamente elevada de trabalhadores com carteira assinada. Os índios do Rio Negro e do rio Solimões atingem nível mais elevado ainda de empregos com carteira assinada. Mas os do Rio Solimões trabalham por conta própria ou como autônomos quase tanto quanto os Sateré-Mawé e o grupo de etnias outras. São os indígenas do Rio Negro que, além de forte porcentagem de carteira assinadas possuem forte porcentagem de funcionários ou servidores públicos (o dobro da média), o que caracteriza a melhor situação e melhor inserção no mercado em relação aos outros grupos. As diferenças são significativas.

Tabela 11 – Tipo de vínculo na ocupação principal remunerada, por etno-região, Manaus, 2007

Nesse trabalho é? Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras P

n % N % n % n %

Aprendiz ou estagiário 11 4,10 3 4,84 4 3,54 2 4,00 2 4,65 0,02849

Conta-própria ou autônomo 90 33,58 26 41,94 27 23,89 19 38,00 18 41,86 Empregado ou Trabalhador

doméstico com carteira assinada 69 25,75 16 25,81 33 29,20 15 30,00 5 11,63 Empregado ou trabalhador

doméstico sem carteira assinada 72 26,87 15 24,19 30 26,55 11 22,00 16 37,21 Funcionário ou servidor público 26 9,70 2 3,23 19 16,81 3 6,00 2 4,65

Total 268 100,00 62 100,00 113 100,00 50 100,00 43 100,00

Mas quando comparados os grupos de etnias com o grupo de não-indígenas (tabela 12), algumas modificações aparecem – com diferenças significativas - na distribuição relativa dos mesmos entre as diversas categorias de vínculo na ocupação principal. Em função da porcentagem elevada de carteiras assinadas entre não-indígenas, a categoria de aprendiz ou estagiário passou a ter mais peso para os indígenas de todas as etno-regiões de origem; e a de trabalhadores sem carteira assinada não se limitou mais ao grupo de etnias outras, mas referiu-se também aos indígenas do Rio Negro, mesma que pouco acima da média. É conhecido o grande número de mulheres indígenas vindas do alto Rio Negro que trabalham como empregadas domésticas, e é possível que não tenham carteira assinada, tendo em vista as conhecidas relações de exploração entre membros da sociedade nacional e indígenas.

Tabela 12 – Tipo de vínculo na ocupação principal remunerada, por etno-região e não-indígena, Manaus, 2007

Nesse trabalho é? Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras

Não-indígena P n % n % N % N % N % Aprendiz ou estagiário 21 3,38 3 4,84 4 3,54 2 4,00 2 4,65 10 2,82 0,01399 Conta-própria ou autônomo 201 32,32 26 41,94 27 23,89 19 38,00 18 41,86 111 31,36 Empregado ou Trabalhador doméstico com carteira assinada

196 31,51 16 25,81 33 29,20 15 30,00 5 11,63 127 35,88

Empregado ou trabalhador doméstico sem carteira assinada

150 24,12 15 24,19 30 26,55 11 22,00 16 37,21 78 22,03 Funcionário ou servidor público 54 8,68 2 3,23 19 16,81 3 6,00 2 4,65 28 7,91 Total 622 100,00 62 100,00 11 3 100,00 50 100,00 43 100,00 354 100,00

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2.5.3-Situação ou ocupação de quem não trabalha

No que se refere aos que não têm emprego, observa-se, na tabela 13, que mais da metade dos indígenas é estudante contra 40% no caso dos não-indígenas. Excluindo-se os estudantes, observa-se, entre os indígenas, porcentagem maior de desempregados e menor de aposentados, pensionistas, inválidos ou ocupadas com afazeres domésticos que entre os não-indígenas. Mas a diferença não é significativa.

Tabela 13 – Situação ou ocupação atual dos que não trabalham por “indianidade”, Manaus, 2007 Qual a situação ou ocupação atual de

quem não trabalha? Total %

Indígena Não-indígena P

n % n %

Afazeres domésticos ou doente ou inválido 132 26,72 53 25,36 79 27,72 0,5664 Aposentado ou pensionista ou vive de renda 92 18,62 36 17,22 56 19,65

Desempregado 270 54,66 120 57,42 150 52,63

Total 494 100,00 209 100,00 285 100,00

Mais da metade da amostra estudada se declarou desempregada. Como mostra a tabela 14, os mais atingidos pelo desemprego são os do rio Solimões e em seguida, os Sateré-Mawé. Os indígenas do Rio Negro possuem a menor taxa de desemprego. Os indígenas de outras etnias são, junto com os do Rio Negro, os que mais pertencem à categoria de aposentados ou pensionistas ou vivendo de renda. Os índios do Rio Negro apresentam um perfil muito semelhante e até um pouco melhor que os não-indígenas. Mas a diferença não é significativa. Se fosse, a explicação para tal situação teria que ser procurada no cruzamento das variáveis ocupação e vínculo que poderia sugerir, para aqueles que são empregados, a vulnerabilidade de determinados tipos de emprego, e então, de risco de desemprego para as etnias ou para os não-indígenas que predominam nessas categorias à luz do detalhamento das mesmas. Porém, por conta do pequeno número de observações, a validade da significância estatística é comprometida. Por essa razão, um estudo qualitativo é indicado.

Tabela 14 – Situação ou ocupação atual dos que não trabalham por etno-região de origem e não-indígenas, Manaus, 2007

Qual a situação ou ocupação principal de quem não trabalha?

Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras

Não-indígena n % n % n % n % n % Afazeres domésticos ou doente ou inválido 132 26,72 9 20,93 28 28,86 11 24,44 5 20,83 79 27,71 Aposentado ou pensionista ou vive de renda 92 18,62 7 16,27 22 22,68 2 4,44 5 20,83 56 19,64 Desempregado 270 54,65 27 62,79 47 48,45 32 71,11 14 58,33 150 52,63 Total 494 100,00 43 100,00 97 100,00 45 100,00 24 100,00 285 100,00 *P-valor = 0,2054

2.5.3-Fonte e faixa de renda

Não há diferença significativa entre indígenas e não-indígenas quanto à fonte de renda para os não-estudantes. Apenas um pouco mais da metade dos não-estudantes (55,11%) tem o trabalho como fonte de renda. Uma em cada 10 pessoas (11,47%) vive de aposentadoria ou pensão ou renda mínima ou bolsa família ou seguro-desemprego. Um terço dos não-estudantes entrevistados (32,35%) não tem fonte de renda nenhuma.

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Mais da metade da amostra sem os estudantes (54,91%) recebe até um salário mínimo. Como mostram as tabelas 15 e 16, os não-indígenas que não estudam apresentam porcentagem maior para renda superior a um salário mínimo. Entre os indígenas não-estudantes, são os índios do Rio Negro e do rio Solimões que possuem melhor renda. Mas a diferença não é significativa.

Tabela 15 – Faixa de renda, por “indianidade”, excluídos os estudantes, Manaus, 2007 Quantos salários mínimos? Total % Indígena Não-indígena P N % N % Até um SM 374 54,91 162 56,64 212 53,67 0,4893 Mais de um SM 307 45,08 124 43,35 183 46,32 Total 681 100,00 286 100,00 395 100,00

Tabela 16 – Faixa de renda, por etno-região de origem, excluídos os estudantes, Manaus, 2007

Quantos salários

mínimos? Total %

Marau-Andirá Rio Negro Solimões Outras P

N % n % n % n %

Até um SM 164 56,94 40 60,60 63 50,80 29 54,71 32 71,11 0,077 Mais de um SM 124 43,05 26 39,39 61 49,19 24 45,28 13 28,88

Total 288 100,00 66 100,00 124 100,00 53 100,00 45 100,00

3-CONCLUSÃO

Resumindo os principais achados, pode-se ressaltar que a freqüentação atual ou passada da escola mostra diferenças significativas não entre indígenas e não-indígenas, mas entre as etnias de algumas etno-regiões de origem e os não-indígenas. Assim, os Sateré-Mawé, as etnias do Rio Negro e do Solimões têm maior porcentagem de freqüentação da escola que os não-indígenas e o grupo de outras etnias, por motivos provavelmente ligados à história da educação escolar de cada região e de Manaus.

Se os não-indígenas estudaram até as últimas séries do ensino fundamental ou até o ensino médio, os indígenas (com exceção dos Sateré-Mawé) foram além, em proporção maior, principalmente os do Rio Negro que apresentam maiores porcentagens em ensino médio e ensino superior, provavelmente em função da história da região em relação aos missionários. No entanto, os indígenas do rio Solimões e do grupo de outras etnias apresentam um perfil dicotômico que pode traduzir um amplo leque de chances dentro do grupo.

No que diz respeito ao emprego, nem dois indígenas em cada cinco têm algum trabalho ou ocupação remunerada, e não há diferença significativa entre as etno-regiões de origem. Entre os não-indígenas, as proporções não são muito mais favoráveis.

Quanto ao tipo de ocupação remunerada, observa-se diferenças significativas entre indígenas e não-indígenas, assim como entre etno-regiões de origem. Enquanto os indígenas se encontram mais no artesanato ou assumindo funções em ONG´s ou órgãos do governo, principalmente os Sateré-Mawé e os indígenas do Rio Negro, os índios do rio Solimões e do grupo outras etnias têm perfil um pouco semelhante ao dos não-indígenas que trabalham predominantemente numa grande diversidade de serviços e na indústria. Por isso, se trata de uma variável que merece investigação aprofundada.

O tipo de vínculo empregatício mostra que entre os não-indígenas, há muito mais trabalhadores com carteira assinada que sem carteira assinada, enquanto tem a mesma porcentagem de cada categoria entre os indígenas onde tem muitos aprendizes e estagiários. Mas a diferença não é significativa. No entanto, observa-se entre as etno-regiões de origem que o trabalho informal é maior

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no grupo de etnias outras, enquanto os Sateré-Mawé e, sobretudo, os índios do Rio Negro e do rio Solimões têm mais inserção no mercado formal. Além disso, os indígenas do Rio Negro se destacam pela porcentagem importante de funcionários ou servidores públicos (o dobro da média), o que caracteriza a melhor situação e melhor inserção no mercado em relação aos outros grupos.

De forma geral, a situação de emprego é precária, pois apenas um pouco mais da metade dos não estudantes tem o trabalho como fonte de renda, um em cada dez vive de aposentadoria ou pensão ou renda mínima ou bolsa família ou seguro-desemprego, e um terço dos entrevistados não estudantes não tem fonte de renda nenhuma. Em termos de nível de renda, mais da metade da amostra não-estudante recebe até um salário mínimo.

Perante esses dados, conclui-se que as diferenças observadas são geralmente mais ligadas à especificidade de cada grupo do que ao fato de ser indígena ou não-indígena. Por tanto, a categoria “indígena” é menos relevante que as categorias étnicas agrupadas por região de origem, pois é a cultura e a história de contato e de inserção socioeconômica na cidade de Manaus que podem explicar as diferenças entre esses grupos populacionais. Em função do número pequeno de observações, devido à escassez da população indígena e da sua dispersão na cidade, assim como da grande quantidade de categorias de certas variáveis dependentes (como ocupações), recomenda-se estudo qualitativo complementar de forma a explicitar a peculiaridade das formas de inserção socioeconômicas numa cidade como Manaus.

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