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A Utilização de Bloqueios Directos Iniciais na Liga Portuguesa de Basquetebol e na Liga ACB de Espanha em Função dos Factores Situacionais

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

A Utilização de Bloqueios Directos Iniciais Na Liga

Portuguesa de Basquetebol e Na Liga ACB de Espanha Em

Função Dos Factores Situacionais.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS

Norberto Almeida Monteiro Alves

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Vila Real, 2010

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO...1 2. MATERIAL E MÉTODOS…….………. 6 3. RESULTADOS………...11 4. DISCUSSÃO………...23 5. CONCLUSÕES………..27 6. BIBLIOGRAFIA………..28

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Delimitação dos corredores do campo de

basquetebol... 9 Figura 2: Bloqueio directo lateral executado nos limites do corredor central……… 9 Figura 3: Bloqueio directo central executado nos limites do corredor central………...10 Figura 4: Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o inicio do jogo – primeiras 5 posses de bola como factor situacional………14 Figura 5: Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o inicio do jogo – primeiras 5 posses de bola como factor situacional………15 Figura 6: Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a ganhar como factor situacional………16 Figura 7: Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a ganhar como factor situacional………17 Figura 8: Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a perder como factor situacional……….18 Figura 9: Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a perder como factor situacional……….18 Figura 10: Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o final do jogo – quarto período como factor situacional…18 Figura 11: Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o final do jogo - quarto período como factor situacional….19 Figura 12 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – em casa como factor situacional………20

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Figura 13 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – em casa como factor situacional………20 Figura 14 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – fora como factor situacional...21 Figura 15 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – fora como factor situacional………22

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Jogos seleccionados da Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB) - Época 2008/2009………6 Quadro 2: Jogos seleccionados da Liga Profissional de Basquetebol Espanhola (ACB) - Época 2008/2009………7 Quadro 3: Comparação entre os jogos da LPB e ACB na utilização das combinações tácticas………11 Quadro 4: Comparação quanto ao local de execução dos bloqueios directos iniciais entre os jogos da LPB e ACB………..12 Quadro 5 – Relação entre as combinações tácticas e o desfecho das posses de bola nos jogos da LPB e ACB………..13

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Abstract

The initial pick-and-roll (2x2In) is an offensive tactic combination used frequently with the aim of reaching the offensive objective of the basketball game. This study compared the two top leagues of Portugal (LPB) and Spain (ACB). The videos of 40 balanced games of the regular season were analyzed (20 from each competition). The parameters analyzed were: 2x2In use frequency, the zone inside the court where the 2x2In is taking place, as well as its efficiency, marking the ending of the ball possession. The correlation between the different teams was established regarding the use of this tactic combination considering different situational factors (place of the game, status of the game, moment of the game).

Overall, there were no differences in the 2x2In frequency of use in the Portuguese and Spanish leagues. In the two leagues the majority of the pick-and-rolls occur in the central corridor. The use of the 2x2In In the ACB league is more frequent followed by the execution of other(s) continuity on ball screens during the same ball possession. The outcome of this strategy is a great defensive capacity that obliges the attackers to perform a new attempt of gaining advantage repeating this tactic combination during the same ball possession. In the LPB league this tactic combination gave rise to more situations of converted 2-points shots and failed 3 points shots as compared to other types of ball possessions. These results suggest that the unbalance induced by this strategy cannot be compensated by the defensive players creating advantageous situations which allow us to classify the level of defense intensity. In the ACB league this strategy resulted in more situations of failed 2-points throws, block shots, and faults suffered associated with free throws as compared to other outcomes, which suggest elevated high level of defensive opposition in the actions of continuity towards the basket.

The relationship between the teams in terms of the use of this tactic combination and considering other situational factors, allow us to conclude that there is less variability in the LPB league. The ACB teams use this tactic combination in a more variable way which suggest different forms of using 2x2In.

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Resumo

O bloqueio directo inicial no basquetebol (2x2In) é uma combinação táctica ofensiva utilizada com frequência, por forma, a alcançar o objectivo ofensivo do jogo. Este estudo comparou as duas principais ligas de Portugal (LPB) e Espanha (ACB). Foram analisados através de vídeo, 40 jogos equilibrados das fases regulares, 20 de cada competição. Determinou-se a frequência de utilização do 2x2In, o local da sua realização no campo e a sua eficácia, assinalando o desfecho da posse de bola. Relacionaram-se as equipas na utilização desta combinação táctica considerando-se os factores situacionais (local do jogo, status do jogo, momento do jogo).

Não existiram diferenças na frequência de utilização do 2x2In nos campeonatos português e espanhol. Com efeito, nos dois campeonatos a maioria dos bloqueios realizam-se no corredor central sendo mais frequente na ACB a utilização do 2x2In com posterior execução de outro(s) bloqueio(s) directo(s) de continuidade na mesma posse de bola. Emerge deste resultado uma grande capacidade defensiva que obriga o ataque a nova tentativa de ganhar vantagem repetindo esta combinação táctica na mesma posse de bola. Na LPB esta combinação táctica originou mais situações de lançamentos de 2 pontos convertidos e lançamentos de 3 pontos falhados relativamente aos outros desfechos de posse de bola. Sugerem estes resultados que o desequilíbrio provocado não consegue ser anulado pela defesa possibilitando situações vantajosas o que classifica o nível de intensidade defensiva. Na ACB resultaram mais situações de lançamentos de 2 pontos falhados, desarmes de lançamento e faltas sofridas com lançamentos livres relativamente aos outros desfechos considerados, o que sugere um elevado nível de oposição defensiva nas acções de continuidade para o cesto.

A relação das equipas entre si na utilização desta combinação táctica e tendo em consideração os factores situacionais, remete-nos para uma variabilidade menor na LPB. Na ACB, as equipas utilizam esta combinação táctica de forma mais variável o que sugere diferentes formas de jogar utilizando 2x2In.

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1. Introdução

A análise do rendimento desportivo de uma equipa é importante para optimizar o treino, visto que possibilita o desenvolvimento de conceitos de treino e de estratégias para aumentar a sua eficácia (Jäger e Schöllhorn, 2007). No basquetebol moderno são diariamente treinadas as acções técnico-tácticas que conduzem à criação de situações que permitam realizar com sucesso o lançamento ao cesto. Estas acções encontram-se eminentemente associadas a uma noção de vantagem momentânea, de tempo e espaço, do atacante relativamente ao defensor. A análise do jogo de uma equipa de basquetebol no seu processo ofensivo conduz-nos a esta procura sistemática de reconhecimento ou criação de situações de vantagem. Na perspectiva de Scariolo, (2005) saber identificar e aproveitar uma situação de vantagem num emparelhamento de um contra um, ou conseguir criá-la quando tal não acontece, parece ser o objectivo constante do ataque.

A clara percepção de uma situação de vantagem releva a importância para a tomada de decisão. Esta deve ser célere e correcta devido ao breve tempo que se dispõe (Sánchez & Pérez, 2006). O treino sistemático sobre as acções técnico-tácticas ofensivas, conduz a jogadores cada vez mais eficazes e com um conhecimento mais perfeito do jogo, capacitando-os para uma melhor identificação e aproveitamento de uma situação de desequilíbrio defensivo. A criação de uma situação de vantagem ofensiva realiza-se através da execução de cortes ou bloqueios presentes nos processos ofensivos de uma equipa. A vantagem criada deve ser explorada rapidamente, por forma a proporcionar as melhores condições de espaço no campo, com o intuito de chegar ao melhor lançamento possível. Seja directamente a partir da vantagem criada, ou forçando a defesa a ajudar, rompendo assim, o seu equilíbrio (Scariolo, 2005). Os cortes - acção de interposição de um atacante no deslocamento defensivo do defensor de outro atacante - através de movimentos simples sem bola, ou

bloqueios estão presentes nos processos ofensivos das equipas,

independentemente da forma como atacam tacticamente e da filosofia dos diversos treinadores.

No que respeita à realização dos bloqueios, tem sido evidenciada por treinadores de referência a importância do bloqueio directo no basquetebol moderno (Obradovic, 2005; Bauermann, 2005; Filipovski, 2005). Esta combinação táctica caracteriza-se pela interposição legal de um atacante sem bola na trajectória defensiva do defensor do atacante com bola. Esta acção implica normalmente contacto físico (Comas, 1991). Neste sentido, Scariolo (2005), salienta a necessidade de criação de vantagens através da utilização dos bloqueios directos. Para este treinador, esta combinação táctica parece

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ainda de maior importância face ao surgimento da regra de 24 segundos para lançamento.

Esta regra, relativa à posse de bola foi implementada a partir da época 2000/01, na sequência da alteração realizada em 2000 pela Federação

Internacional Basquetebol Amador - FIBA.1∗ Neste contexto, Gómez et al.

(2006), salientam que a aplicação da regra dos vinte e quatro segundos forçou os ataques a terem que lançar mais rápido, aumentando o número de posses

de bola. Com efeito,este “novo” jogo, tem um maior número de posses de bola

o que influencia o seu ritmo de disputa (para refs. ver Cardenas, 1995; Leite, 2001; Lorenzo et al. 2003; Leite et al, 2004). Na perspectiva de López et al (2004), esta modificação deve inclusive implicar estilos e sistemas de jogo rápidos e dinâmicos, mesmo nos escalões de formação.

A utilização do bloqueio directo no início dos ataques organizados procura assim, de forma rápida, romper o equilíbrio da defesa (Obradovic, 2005) e dar resposta a uma necessidade de criar uma vantagem ofensiva, mais ainda, se o relógio dos 24 segundos coloca pressão (Scariolo 2005). Este tipo de bloqueios, são vulgarmente designados por bloqueios directos iniciais (2x2In), visto estarem associados ao inicio do ataque e quando esta fase do jogo se desenvolve no meio campo ofensivo, quer nas zonas centrais do campo, quer nas zonas laterais.

Alguns estudos têm procurado reconhecer a importância da utilização dos bloqueios directos em diversas competições. Destacamos Manzano et al. (2005) que ao analisarem 5684 posses de bola de 30 jogos da fase regular da Liga ACB, temporada 2001/ 02, concluíram que em 30% dos ataques se realizam bloqueios directos. Este resultado é explicado pelos autores pelo facto de nas posses de bola curtas no tempo (por exemplo contra ataques) não se realizarem bloqueios directos. Nas posses de bola em que se realizam bloqueios directos a percentagem de êxito é de 70%, superior àquelas em que não se realizam (60%). Para estes autores, o êxito é caracterizado por uma posse de bola que acaba em lançamento convertido ou em falta pessoal.

Por seu turno, Romero (2008), ao estudar em 5 jogos a decisão táctica envolvida nessa combinação táctica, conclui que em 371 do total de 632 ataques organizados e objecto de análise foi utilizado o bloqueio directo. Os jogos observados foram realizados em 2007 sendo 3 da liga Universitária

Americana (NCAA), 1 da ACB e 1 da Liga LEB2. A constatação de 58,70% dos

ataques organizados terem bloqueios directos é conivente com a opinião de treinadores de referência sobre a sua importância no jogo actual.

1

Com essa alteração, a posse de bola de trinta segundos passa para os actuais vinte e quatro segundos.

2

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Refoyo et al. (2007) estudaram a tomada de decisão na realização dos bloqueios directos considerando o local no campo onde eram realizados e a resposta defensiva. Concluíram que dos 202 bloqueios analisados na NCAA, 56,43% foram realizados nas zonas laterais do campo e 43,56% na zona central.

Num estudo comparativo entre a NCAA e a liga ACB, Domingues e Refoyo (2008) identificaram os locais do campo em que eram realizados bloqueios directos e o êxito que lhes estava associado no desfecho da posse de bola. Assim, 67,1% dos bloqueios realizados na liga ACB tiveram êxito e 55,56% dos bloqueios da NCAA também alcançaram um desfecho positivo. Procuraram ainda associar o êxito à acção técnico-táctica de continuidade do bloqueio. Apuraram as seguintes acções de continuidade e respectivo êxito: passar a outro jogador desmarcado - 53%, com 31,67% de êxito; penetração do bloqueado - 35% de execuções, com 56,82% de êxito; parar e lançar - 13,18%, com 37,22% de êxito e passar ao bloqueador- 7,92%, com 18,18% de êxito. Por sua vez, Battaglia (2008) analisou 10 jogos da fase regular da liga ACB da época 2007/08 com o objectivo de estudar tacticamente a defesa do bloqueio directo. Dos 770 bloqueios que considerou válidos para o estudo – de um total de 839 (69 foram eliminados por não pertencerem à categoria) - 51,6% dos bloqueios directos foram realizados no corredor central do campo – com um êxito defensivo de 58,7% e 48,4% foram realizados nos corredores laterais – com um êxito defensivo de 44,9%. Em média foram realizados 77 bloqueios directos por jogo.

Em toda a literatura, não estão disponíveis estudos sobre a frequência de utilização do bloqueio directo inicial, do local da sua realização e o desfecho na posse de bola em diferentes contextos competitivos. A observação do jogo sugere que o bloqueio directo é usado para diminuir a pressão defensiva no transporte da bola; na transição ofensiva no decorrer de um ataque rápido; no inicio dos ataques organizados e na continuidade dos ataques. Neste prisma, foi nossa pretensão comparar a Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB) e a Liga ACB de Espanha relativamente à utilização do bloqueio directo inicial. Por outro lado, este estudo comparativo não pode estar dissociado da categoria dos jogos analisados, porque os factores que determinam o resultado final de um jogo desequilibrado são muito diferentes daqueles que determinam um jogo equilibrado (Sampaio, 2001). Pretendemos ainda determinar se esta combinação táctica utilizada pelas equipas sofre efeitos do local (jogar em casa versus jogar fora) e do status do jogo (estar a ganhar versus estar empatado versus estar a perder). Estes factores situacionais têm sido alvo de grande interesse na literatura internacional e mostraram ter efeitos importantes na performance das equipas (para refs. ver Taylor et al, 2008; Lago, 2009; Sampaio et al, 2010).

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Sampaio et al, (2010), procuraram examinar as diferenças nas estatísticas do jogo durante a fase regular da liga ACB de acordo com a qualidade das

equipas e o tempo de jogo disputado pelos jogadores. Os dados foram

recolhidos dos 306 jogos disputados pelas 18 equipas deste campeonato, tendo as estatísticas de jogo sido normalizadas de acordo com o tempo em campo dos jogadores. Concluíram que o tempo de jogo não está apenas relacionado com o passe e a marcação de pontos, sejam eles resultantes de lances livres ou lançamentos de campo, mas também com os erros cometidos. Estes perfis de rendimento desportivo não tiveram variação ao longo da época desportiva. A qualidade da equipa teve repercussões em todas as variáveis estatísticas com a excepção dos lances livres, ressaltos ofensivos e turn overs. Verificaram ainda que as equipas mais fortes eram melhores em todas as variáveis, seguidas das equipas médias e equipas mais fracas. O tempo de jogo teve efeito mais substantivo nos ressaltos ofensivos, lançamentos de 2 e 3 pontos, assistências e turn overs. A interacção entre a qualidade da equipa e o tempo de jogo foi significativa no que diz respeito aos lançamentos de 2 pontos e turn overs. Foram também observadas diferenças entre os jogadores importantes das equipas mais fortes versus as equipas mais fracas.

Também noutros jogos desportivos colectivos se procuraram verificar os efeitos dos factores situacionais na performance das equipas. Taylor et al, (2008) estudaram os efeitos do local do jogo, a qualidade da oposição e o status do jogo sobre os aspectos técnicos de uma equipa da liga inglesa de futebol na época 2002-2003. Os seus resultados enfatizam a necessidade de dos analistas e treinadores considerarem o potencial dos efeitos das interacções da localização do jogo, da qualidade da oposição e do status do jogo ao avaliar o desempenho técnico no futebol.

No estudo realizado por Lago (2009), a localização do jogo, a qualidade de oposição e o status do jogo foram examinados no sentido de perceber os seus efeitos sobre a estratégia a utilizar na posse de bola numa equipa profissional de futebol. Relativamente ao status do jogo, o estudo de 27 jogos dessa equipa no campeonato Espanhol de 2005-06, demonstraram que a posse de bola é maior quando se está a perder do que a ganhar ou mesmo em situação de

empate. Quer o status do jogo quer a localização do mesmo influenciava o

tempo de permanência em determinadas zonas do campo. No entanto, a localização do jogo não influenciava o tempo de posse de bola – apesar de o autor considerar que existe uma interacção entre as variáveis local de jogo e qualidade de oposição. O autor sugere ainda que uma combinação desses factores situacionais e respectivas interacções podem ser usadas no sentido de desenvolver um modelo de previsão futura relativamente à posse de bola e à sua influência no estilo de jogo das equipas.

Para o desenvolvimento do presente estudo centrámos o nosso estudo em dois contextos distintos: A Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB) e a Liga Profissional de Basquetebol Espanhola (ACB), organizada pela Associacion de

Clubes Baloncesto. Os motivos desta última escolha prendem-se sobretudo,

pelo facto da Liga ACB figurar como um dos melhores campeonatos da Europa tendo, na presente época - 2009/2010 – 4 clubes a participar na

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EuroLeague (a mais forte das competições europeias). Portugal não tem direito a nenhum representante. A Espanha é o país europeu melhor classificado no ranking da Federação Internacional Basquetebol Amador. Portugal encontra-se no 47º do referido ranking.

Pensamos que a análise comparativa desta combinação táctica de reconhecida importância no jogo actual é uma boa forma de validar o nível do basquetebol português.

Pretendemos com este trabalho caracterizar e comparar os jogos das referidas competições (ACB e LPB) na frequência de utilização do bloqueio directo inicial, do local da sua realização e a sua eficácia no desfecho da posse de bola, em função dos factores situacionais (local do jogo, status do jogo, momento do jogo).

Por fim, procuraremos contrastar separadamente os valores identificados no

início do jogo, assumindo que este é o momento em que o plano estratégico do jogo está mais presente nos jogadores, e também o final do jogo, assumindo que este é o momento decisivo dos jogos equilibrados.

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2. Material e métodos

Foram analisados vinte jogos (n=20) da Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB), organizada pela Federação Portuguesa de Basquetebol, e 20 jogos (n=20) da Liga Profissional de Basquetebol Espanhola (ACB), organizada pela Associacion de Clubes Baloncesto, num total de quarenta jogos (n=40) que se desenrolaram na fase regular da época desportiva de 2008/2009. Os jogos

foram seleccionados de forma aleatória, desde que a diferença no resultado

final fosse igual ou inferior a oito pontos, critério de referência para se considerarem jogos equilibrados (Sampaio and Janeira, 2003). Assim, os jogos analisados na liga LPB são os referenciados no quadro que segue:

Jornada Jogo Resultado

J7 – 08/11/2008 Sport Lisboa Benfica x Barreirense/UNILOGOS 87 x 79

J7 – 09/11/2008 Vagos NorbainLusavouga x Física Torres Vedras 92 x 87

J9 – 22/11/2008 Barreirense/UNILOGOS x FC Porto Ferpinta 88 x 85

J10 – 29/11/2008 Física Torres Vedras x FC Porto Ferpinta 73 x 71

J12 – 1/12/2008 Vagos NorbainLusavouga x Sport Lisboa Benfica 82 x 85

J14 – 13/12/2008 Vitória Sport Clube x FC Porto Ferpinta 65 x 63

J15 – 20/12/2008 Ovarense Dolce Vita x CAB Madeira SAD 98 x 94

J15 – 20/12/2008 FC Porto Ferpinta x Sport Lisboa Benfica 82 x 84

J15 – 20/12/2008 Física Torres Vedras x Vitória Sport Clube 83 x 76

J16 – 21/12/2008 Casino Ginásio x Barreirense/UNILOGOS 85 x 81

J18 – 30/01/2009 Vitória Sport Clube x Casino Ginásio 75 x 78

J22 – 07/02/2009 Casino Ginásio x CAB Madeira SAD 81 x 86

J22 – 07/02/2009 A. Académica de Coimbra x Física Torres Vedras 82 x 75

J22 – 08/02/2009 Vagos NorbainLusavouga x FC Porto Ferpinta 91 x 84

J27 – 07/03/2009 A. Académica de Coimbra x Vitória Sport Clube 78 x 72

J30 – 28/03/2009 Vitória Sport Clube x Ovarense Dolce Vita 85 x 78

J30 – 28/03/2009 Sport Lisboa Benfica x Vagos NorbainLusavouga 91 x 87

J33 – 25/04/2009 Sport Lisboa Benfica x FC Porto Ferpinta 81 x 76

J34 – 11/02/2009 CAB Madeira SAD x FC Porto Ferpinta 98 x 94

J34 – 25/04/2009 Vagos NorbainLusavouga x A. Académica de Coimbra 74 x 76

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No quadro seguinte estão mencionados os jogos analisados da liga ACB.

Jornada Jogo Resultado

J3 - 12/10/2008 Unicaja x TAU Cerámica 69 x 75

J6 - 02/11/2008 Alta Gestión Fuenlabrada x Regal F.C. Barcelona 81 x 88

J6 - 02/11/2008 Kalise Gran Canaria x ViveMenorca 76 x 72

J10 - 23/11/2008 Ricoh Manresa - MMT Estudiantes 68 x 60

J11 - 30/11/2008 MMT Estudiantes x Unicaja 78 x 82

J15 - 27/12/2008 Pamesa Valencia x Kalise Gran Canaria 79 x 77

J16 - 04/01/2009 CAI Zaragoza x DKV Joventut 84 x 87

J18 - 17/01/2009 DKV Joventut x Regal F.C. Barcelona 64 x 68

J21 - 01/02/2009 Ricoh Manresa x DKV Joventut 83 x 84

J21- 01/02/2009 C.B. Granada x TAU Cerámica 86 x 87

J23 - 14/02/2009 Real Madrid x TAU Cerámica 81 x 79

J27 - 22/03/2009 ViveMenorca x MMT Estudiantes 70 x 75

J27 - 22/03/2009 Bruesa GBC x Kalise Gran Canaria 66 x 73

J27 - 22/03/2009 Cajasol x Club Baloncesto Murcia 83 x 81

J27 - 22/03/2009 C.B. Granada x CAI Zaragoza 66 x 67

J28 - 29/03/2009 Kalise Gran Canaria x Real Madrid 72 x 68

J28 - 28/03/2009 Regal F.C. Barcelona x Unicaja 95 x 94

J29 – 16/04/2009 iurbentia Bilbao Basket x Club Baloncesto Murcia 91 x 84

J29 - 04/04/2009 Cajasol x Kalise Gran Canaria 89 x 81

J29 – 16/04/2009 TAU Cerámica x Pamesa Valencia 90 x 86

Quadro 2:Jogos seleccionados da Liga Profissional de Basquetebol Espanhola (ACB) - Época 2008/2009

No desenvolvimento deste estudo foi utilizado um processo de notação manual pelo método de observação indirecta (videogramas). Na análise do vídeo foi utilizada uma ficha de registo de observação, criada para o propósito deste trabalho. Nesta ficha foram registadas as equipas intervenientes do jogo e o local da sua realização, com o intuito de identificar a equipa que joga em casa. Foram ainda registadas em todas as posses de bola o desfecho das mesmas, e a situação táctica que esteve na origem desse desfecho. Foi ainda utilizado o critério de posse e perda da posse de bola definido por Oliver (2004), que não considera o ressalto ofensivo como dando origem a uma nova posse de bola, mas sim reavivando a posse de bola anterior.

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1. Bloqueio Directo Inicial (2x2In)

2. Bloqueio Directo de Continuidade (2x2 Cont)

3. Bloqueio Directo no Ataque de Transição (P&R Transição) 4. Contra Ataque (CA)

5. Outros

6. Bloqueio Directo de Ajuda à Transposição defesa Ataque (Outros 2x2)

7. Bloqueio Directo Inicial seguido de Bloqueio Directo de Continuidade (2x2 In_Cont) 8. Mais do que um Bloqueio Directo de Continuidade (2x2 Cont_ Cont)

Por outro lado, no que ao desfecho da posse de bola diz respeito foram criadas dez categorias:

1. Lançamento de dois pontos convertido (2 pontos) 2. Lançamento de dois pontos falhado (2 pontos falhados)

3. Lançamento de dois pontos convertido mais falta sofrida (2 pontos mais falta) 4. Lançamento de três pontos convertido (3 pontos)

5. Lançamento de três pontos falhado (3 pontos falhados)

6. Lançamento de três pontos convertido mais falta sofrida (3 pontos mais falta) 7. Desarme de lançamento

8. Faltas sofridas

9. Faltas sofridas com direito a lance livre (faltas sofridas mais lance livre) 10. Turn overs

Em cada posse de bola, foi ainda registado o resultado momentâneo do jogo, tendo sido criado para o efeito três categorias: a ganhar, empatados, a perder. Foram ainda registados em cada posse de bola, os pontos marcados, os pontos sofridos, as acções positivas acumuladas, as acções negativas acumuladas e, caso se verifique, a utilização do bloqueio directo de continuidade, o local no campo onde este se realizou, tendo sido para este propósito criado duas categorias: Bloqueio directo de continuidade central e Bloqueio directo de continuidade lateral.

No sentido de se determinar com precisão o local de realização do bloqueio directo foi dividido o campo em três corredores: dois corredores laterais e um central. Esta divisão em três corredores resultou na criação de dois segmentos

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de recta cujos limites se situam na intercepção das duas linhas finais com as linhas laterais das áreas restritivas (Figura 1).

Figura 1: Delimitação dos corredores do campo de basquetebol

Na ficha de registo foi ainda considerado bloqueio directo central quando o referido bloqueio se realizou dentro dos limites do corredor central. Sempre que o bloqueio directo se realizou no espaço compreendido entre as linhas laterais e o limite do corredor central foi considerado como bloqueio directo lateral. Existindo, a possibilidade (vulgar) dos bloqueios directos serem realizados sobre as linhas imaginárias que delimitam os corredores, esse facto não os classificaria de acordo com nenhum dos critérios supra-mencionados. Assim, quando o bloqueio directo se realizou sobre uma das linhas limites imaginárias do corredor central/lateral, este foi classificado como bloqueio directo lateral, quando o sentido de deslocamento do atacante com bola foi para o corredor central (Figura 2).

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Quando o sentido de deslocamento do atacante foi para o corredor lateral o bloqueio classificou-se como central (Figura 3).

Figura3: Bloqueio directo central executado nos limites do corredor central

Relativamente aos procedimentos estatísticos, a análise estatística dos dados foi realizada em 2 fases. Assim, num primeiro momento foram calculadas tabelas de contingência de forma a relacionar os níveis das variáveis dependentes e independentes que respondem aos objectivos traçados. Posteriormente foram realizadas análises de correspondências múltiplas, com o propósito de representar num mesmo espaço de similaridade, níveis de diferentes variáveis e assim permitir a sua associação. Todos os cálculos foram realizados no programa SPSS ver 17.0 (SPSS Inc).

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3. Resultados

Começamos por apresentar a análise dos resultados relativamente às questões que estiveram na base deste trabalho. Deste modo, o quadro 3 mostra-nos os resultados da comparação dos jogos do campeonato Português e Espanhol no que concerne à frequência da utilização das situações tácticas.

Quadro 3: Comparação entre os jogos da LPB e ACB na utilização das combinações tácticas

A sua análise revela que em Espanha são mais frequentes situações de execução de mais do que um bloqueio directo de continuidade, o bloqueio directo de continuidade de ataque e o bloqueio directo de transição. Em Portugal são mais frequentes situações de contra ataque e outras combinações tácticas.

Campeonatos

Total

Situação Portugal Espanha

2x2 In. Contagem (%) 611 (16,9%) 563 (15,5%) 1174 (16,2%) Resíduo Ajustado 1,6 -1,6 2x2 Cont. Contagem (%) 381 (10,5%) 564 (15,6%) 945 (13,1%) Resíduo Ajustado -6,3 6,3 2x2 Trans. Contagem (%) 46 (1,3%) 138 (3,8%) 184 (2,5%) Resíduo Ajustado -6,8 6,8 C.A Contagem (%) 464 (12,8%) 251 (6,9%) 715 (9,9%) Resíduo Ajustado 8,4 -8,4 Outros Contagem (%) 1962 (54,3%) 1885 (52%) 3847 (53,1%) Resíduo Ajustado 2 -2 2x2 Otr Contagem (%) 10 (0,3%) 16 (0,4%) 26 (0,4%) Resíduo Ajustado -1,2 1,2 2x2 In_Cont Contagem (%) 107 (3%) 139 (3,8%) 246 (3,4%) Resíduo Ajustado -2,1 2,1 2x2 Cont_Cont Contagem (%) 33 (0,9%) 69 (1,9%) 102 (1,4%) Resíduo Ajustado -3,6 3,6 Total Contagem (100%) 3614 3625 7239

(19)

No que diz directamente mais respeito ao objecto de estudo do nosso trabalho

e relativamente aos resultados dafrequência da utilização numa posse de bola

do 2x2 In e do 2x2 In_Cont podemos salientar que:

• Não existem diferenças na frequência de utilização do bloqueio directo

inicial entre os campeonatos português e espanhol.

• No campeonato espanhol existe uma utilização mais frequente do

bloqueio directo inicial quando a este se verifica a posterior realização de outro(s) bloqueio(s) directo(s) de continuidade na mesma posse de bola.

Por sua vez, o quadro 4 mostra-nos os resultados no que diz respeito à frequência da utilização numa posse de bola do 2x2 In e do 2x2 In_Cont relativamente ao seu local de realização.

Situação Local camp

Total Portugal Espanha 2 x 2 i n ic ia l Central Contagem (%) 467 (76,4%) 412 (73,2%) 879 (74,9%) Resíduo Ajustado 1,3 -1,3 Lateral Contagem (%) 144 (23,6%) 151 (26,8%) 295 (25,1%) Resíduo Ajustado -1,3 1,3 2 x 2 i n ic ia l c o n

t inicio central Contagem (%) 70 (65,4%) 103 (74,1%) 173 (70,3%)

Resíduo Ajustado -1,5 1,5 inicio lateral Contagem (%) 37 (34,6%) 36 25,9%) 73 (29,7%) Resíduo Ajustado 1,5 -1,5

Quadro 4: Comparação quanto ao local de execução dos bloqueios directos iniciais entre os jogos da LPB e ACB

A análise do quadro 4 remete os nossos resultados no seguinte sentido:

• Em ambos os campeonatos o 2x2 In e o 2x2 In_Cont são realizados na

sua maioria no corredor central. O 2x2 In é realizado no corredor central 76,4% no campeonato português e 73,2% na liga ACB. O 2x2 In é realizado nos corredores laterais 23,6% no campeonato português e 25,1% na liga ACB.

• Quando a realização desses bloqueios directos iniciais é seguida da

utilização de bloqueios directos de continuidade verifica-se uma utilização inicial no corredor central de 65,4% na liga disputada em Portugal e de 74,1% no campeonato espanhol. Nesta mesma situação, são realizados nos corredores laterais 34,6% desse tipo de combinações tácticas. Na liga ACB são realizados 29,7%.

(20)

• Não existem diferenças entre o campeonato espanhol e o português na utilização do bloqueio directo inicial, seja ele realizado em termos de localização numa zona central ou lateral do campo.

• Quando comparados os dois campeonatos, verifica-se ainda a

inexistência de diferenças quando a utilização desses bloqueios iniciais é seguida da utilização de bloqueios directos de continuidade. (Ver quadro 4)

Relativamente aos resultados da comparação entre o 2x2 In e o desfecho das posses de bola nos jogos do campeonato Português e Espanhol, os dados expressos nos quadros anteriores, permitem-nos fazer uma primeira leitura dos resultados. Assim:

• Quando associamos a situação objecto do nosso estudo (2x2 inicial) ao

desfecho da posse de bola, concluímos que no campeonato português esta combinação táctica deu origem a mais situações de lançamentos de 2 pontos convertidos e a lançamentos de 3 pontos falhados relativamente a outros desfechos de posse de bola;

• No campeonato espanhol, verifica-se que estas combinações tácticas

tiveram como desfecho mais situações de lançamentos de 2 pontos falhados, desarmes de lançamento e faltas sofridas seguidas de lançamentos livres relativamente aos outros desfechos considerados (ver quadro 5).

(21)

A análise de correspondência realizada, permitiu-nos, por outro lado, relacionar as diversas equipas dos dois campeonatos face à combinação táctica de 2x2

inicial considerando os seguintes factores situacionais:

• o momento do jogo - inicio do jogo (as primeiras 5 posses de bola) e

final do jogo (4º período);

o status do jogo (quando as equipas se encontram a ganhar ou a

perder);

• o local do jogo (jogo realizado em casa ou fora).

No que ao momento do jogo diz respeito, a figura 4 permite, através da análise de correspondência realizada, visualizar a relação entre diversas equipas no campeonato da LPB face à combinação táctica de 2x2 inicial e o início do jogo – primeiras cinco posses de bola.

Assim, no campeonato português a dispersão das equipas na relação com esta combinação táctica não sugere grande variabilidade de utilização dos bloqueios directos iniciais no início do jogo.

A imagem mostra que uma das equipas (CAB) está mais próximo da situação táctica considerada, quer do 2x2 In quer do 2x2 In_Cont. Uma equipa (Ginásio) encontra-se mais afastado do perfil (homogéneo) do campeonato. A maioria das outras equipas são muito semelhantes na relação com esta combinação táctica no inicio do jogo, estando no entanto mais próximas do 2x2 In.

AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Dimensão 1; Eigenvalue: ,17082 (46,35% of Inertia) Portugal 1as 5 Posses de Bola

-3,0 -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 9 7 3 0 ( 2 6 ,4 0 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 4 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o inicio do jogo – primeiras 5 posses de bola como factor situacional

Na figura 5 visualizamos a relação entre diversas equipas no campeonato da ACB face às combinações táctica de 2x2 inicial e o início do jogo – primeiras cinco posses de bola. A imagem traduz uma variabilidade grande da utilização desta combinação táctica. Duas das equipas (Bruesa e Bilbao) encontram-se muito associadas á utilização do 2x2 com continuidade, estando por seu turno muito afastadas do 2x2 inicia. Observa-se que outras 3 equipas (Menorca, Juventud e Granada), têm no início do jogo uma utilização superior do bloqueio

(22)

directo inicial quando comparadas com as outras equipas. No entanto, a relação das equipas com as duas situações tácticas consideradas, sugere uma grande diversidade de utilização do bloqueio directo inicial.

O confronto das imagens 4 e 5 sugere um perfil de utilização no início do jogo do bloqueio directo inicial relativamente homogéneo no campeonato português relativamente ao espanhol. Neste último existe uma maior variabilidade na forma como as equipas nas primeiras 5 posses de bola utilizam esta combinação táctica. R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Dimensão 1; Eigenvalue: ,33039 (40,93% of Inertia) Espanha 1as 5 Posses de Bola

-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,2 0 8 6 2 ( 2 5 ,8 5 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 5 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o inicio do jogo – primeiras 5 posses de bola como factor situacional

Na figura 6 visualizamos a relação entre diversas equipas no campeonato da LPB face às combinações táctica de 2x2 inicial e o status do jogo – a ganhar, ou seja, o momento do jogo no qual as equipas estão em vantagem pontual. A figura traduz pouca variabilidade na utilização desta combinação táctica por parte das equipas do campeonato português considerando este factor situacional. A equipa do CAB situa-se entre as duas situações consideradas, o 2x2 In e o 2x2 In_Cont.

A equipa do Benfica usa o 2x2 In de uma forma mais frequente perante esta situação do jogo e as equipas da Académica e do Ginásio estão mais afastadas de um perfil muito semelhante que as restantes equipas manifestam, estando, porém, todas mais próximas do 2x2 In relativamente ao 2x2 In_Cont. quando o seu status momentâneo é estar a vencer.

(23)

AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5

Dimensão 1; Eigenvalue: ,04163 (43,05% of Inertia) Portugal a ganhar -0,5 0,0 0,5 1,0 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 3 0 9 5 ( 3 2 ,0 1 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 6 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a ganhar como factor situacional

A figura 7 apresenta-nos a relação entre diversas equipas no campeonato da ACB face às combinações táctica de 2x2 inicial e o status do jogo – a ganhar. A utilização desta combinação táctica é muito variada pelas equipas emergindo um perfil muito heterogéneo deste campeonato relativamente a este factor situacional. O Bilbao está mais afastado de todas as outras equipas, manifestando uma relação muito próxima com o 2x2In_Cont. Apesar de menos afastadas em relação às outras equipas também o Bruesa e o Valência utilizam ambas as situações de bloqueios directos iniciais de uma forma semelhante.

R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

Dimensão 1; Eigenvalue: ,04723 (34,96% of Inertia) Espanha a ganhar -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 2 9 2 1 ( 2 1 ,6 2 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont Figura 7 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a ganhar como factor situacional

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Na figura 8 encontra-se representado o momento do jogo em que as equipas da LPB estão a perder. A análise de correspondência realizada permite visualizar a relação entre diversas equipas no campeonato da LPB face às combinações táctica de 2x2 inicial e o referido status do jogo. Assim, podemos observar alguma diversidade na relação entre as equipas com o 2x2 In e 2x2 In_Cont. Essa relativa diversidade na utilização desta combinação táctica está associada ao facto de 3 equipas (Académica, Benfica e CAB), estarem afastadas relativamente às outras. A Académica é a equipa que mais se afasta das outras na utilização dos bloqueios directos quando está a perder. Esta figura remete-nos para uma utilização pouco diversa da combinação táctica objecto de estudo por parte da maioria das equipas.

AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -2,0 -1,8 -1,6 -1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6

Dimensão 1; Eigenvalue: ,06172 (38,65% of Inertia) Portugal a perder -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 4 9 0 7 ( 3 0 ,7 3 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 8 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a perder como factor situacional

A figura 9 possibilita visualizar os resultados da análise de correspondência realizada, entre diversas equipas no campeonato da ACB face à utilização do bloqueio directo inicial nos momentos em que estão a perder. Nesta figura podemos observar uma grande variabilidade de utilização desta combinação táctica de acordo com este status de jogo. A equipa do Bruesa situa-se muito próxima do 2x2 In_Cont relativamente às outras. A dispersão que a figura revela, demonstra uma variabilidade na utilização dos bloqueios directos iniciais quando as equipas estão momentaneamente em situação de desvantagem pontual.

(25)

R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

Dimensão 1; Eigenvalue: ,03348 (29,45% of Inertia) Espanha a perder -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 2 3 8 6 ( 2 0 ,9 9 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 9 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o status do jogo – a perder como factor situacional

Quando consideramos o final do jogo (o 4º período) como factor situacional, podemos verificar que existe um perfil relativamente homogéneo na utilização desta combinação táctica no campeonato português. As equipas estão mais próximas da utilização do 2x2 inicial sem novo bloqueio directo na mesma posse de bola relativamente ao 2x2 com continuidade. Uma das equipas (Vagos), tem uma utilização que se afasta deste perfil de campeonato, relativamente a este factor situacional (figura 10).

AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Dimensão 1; Eigenvalue: ,03631 (34,80% of Inertia) Portugal 4º periodo -1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 3 1 8 2 ( 3 0 ,5 0 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 10 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o final do jogo - quarto período como factor situacional

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No campeonato espanhol, as equipas distribuem-se de forma bastante mais heterogénea na relação que têm com a utilização do 2x2 inicial e 2x2 inicial com continuidade, verificando-se uma maior variabilidade na utilização desta combinação táctica no final do jogo (figura11). A figura permite verificar que equipa do Bruesa está muito associada à utilização do 2x2 inicial com continuidade. As restantes equipas estão mais próximas – apesar da grande variabilidade - na relação com o 2x2 inicial sem mais nenhum bloqueio directo na mesma posse de bola.

R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

Dimensão 1; Eigenvalue: ,04862 (28,70% of Inertia) Espanha 4º periodo -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 3 9 2 2 ( 2 3 ,1 5 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Murcia Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 11 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o final do jogo - quarto período como factor situacional

O confronto das duas figuras anteriores indica que em ambos os campeonatos a maioria das equipas está mais próxima do 2x2 Inicial sem mais nenhum bloqueio directo de continuidade na posse de bola, sendo mais variável no campeonato espanhol a relação que as equipas têm com esta combinação táctica.

A figura 12 apresenta a relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – em casa como factor situacional. O perfil de utilização por parte da maioria das equipas é muito semelhante. A equipa do CAB afaste-se das outras na utilização desta combinação táctica quando joga em casa, estando mais associada à utilização do 2x2 In_Cont. As outras equipas estão mais afastadas relativamente a esta situação, utilizando em casa mais o 2x2 In. A equipa da Académica está mais afastada de um perfil muito semelhante das restantes equipas quando jogam em casa, apesar de também estar mais associada ao 2x2 In relativamente ao 2x2 In_Cont.

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AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -1,8 -1,6 -1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4

Dimensão 1; Eigenvalue: ,04962 (47,09% of Inertia) Portugal CASA -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 2 8 3 1 ( 2 6 ,8 6 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 12 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – em casa como factor situacional

Na figura 13 podemos observar que no campeonato da ACB as equipas quando jogam em casa têm uma grande variabilidade na utilização dos bloqueios directos iniciais. A figura revela uma grande dispersão das várias equipas quando considerado este factor situacional conduzindo a um perfil muito heterogéneo na utilização dos bloqueios directos iniciais.

R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

Dimensão 1; Eigenvalue: ,03198 (29,22% of Inertia) Espanha CASA -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 2 5 1 6 ( 2 2 ,9 8 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Granada Zaragoza Fuenlabrada Menorca Unicaja Bilbao Bruesa Cajasol Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 13 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – em casa como factor situacional

A figura 14 mostra-nos as equipas da LPB face à combinação táctica de 2x2 inicial considerando o local da realização do jogo – jogo fora, como factor situacional.

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Da análise de correspondência realizada podemos verificar que as equipas portuguesas quando jogam fora de casa assumem uma relação com a utilização dos bloqueios directos relativamente diferente apesar de um perfil semelhante entre as equipas do Porto, Vagos e Física. O 2x2 In_Cont está menos associado às equipas considerando este factor situacional.

AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6

Dimensão 1; Eigenvalue: ,05845 (43,00% of Inertia) Portugal FORA -1,8 -1,6 -1,4 -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 3 8 8 8 ( 2 8 ,6 1 % o f In e rt ia ) AAC Barreirense SLB Ovarense CAB Ginasio VSC Vagos Porto Fisica 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 14 - Relação das equipas da LPB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – fora como factor situacional

A figura 15 revela a relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o jogar fora de casa como factor situacional.

Podemos observar que a maioria das equipas do campeonato espanhol estão associadas a uma utilização importante do 2x2 In_Cont. Ou seja, perante este factor situacional, todas as equipas revelam uma necessidade de recorrer ao 2x2 inicial com continuidade no sentido de construir uma vantagem ofensiva. Duas das equipas analisadas – Estudiantes e Unicaja – têm uma maior utilização do 2x2 inicial relativamente às outras equipas quando jogam fora.

(29)

R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Zaragoza Menorca Unicaja Murcia Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4

Dimensão 1; Eigenvalue: ,02970 (39,07% of Inertia) Espanha FORA -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 D im e n s ã o 2 ; E ig e n v a lu e : ,0 1 5 7 3 ( 2 0 ,7 0 % o f In e rt ia ) R. Mad Canaria DKV Juventud Barcelona Zaragoza Menorca Unicaja Murcia Tau Ricoh Valencia Estudiantes 2x2 ini 2x2 cont P&R trans CA Outros Outros 2x2 2x2 ini_cont 2x2 cont_cont

Figura 15 - Relação das equipas da ACB face ao bloqueio directo inicial considerando o local da realização do jogo – fora como factor situacional

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4. Discussão

O presente trabalho teve como objectivo caracterizar e comparar os jogos de duas competições diferentes (ACB e LPB) no que respeita à frequência de utilização do bloqueio directo inicial, do local da sua realização e a sua eficácia no desfecho da posse de bola, em função dos factores situacionais (local do jogo, status do jogo, momento do jogo). Na generalidade, os resultados encontrados demonstraram a inexistência de diferenças na frequência de utilização do bloqueio directo inicial entre os campeonatos português e espanhol, seja ele central ou lateral. No entanto, os resultados obtidos também indicam que no campeonato espanhol existe uma utilização mais frequente do bloqueio directo inicial quando a este se verifica a posterior realização de outro(s) bloqueio(s) directo(s) de continuidade na mesma posse de bola.

A análise deste resultado, sugere que no campeonato espanhol, as equipas quando atacam têm mais necessidade de recorrer a novo bloqueio directo na mesma posse de bola, no sentido de criar uma vantagem que o bloqueio directo inicial não provocou. Ou seja, este resultado pode sugerir um nível de oposição defensiva muito superior no campeonato espanhol relativamente ao português. Battaglia (2008), na análise dos 10 jogos da ACB que realizou, conclui que a acção defensiva mais utilizada pelos defensores dos bloqueadores é o flash defensivo (vertical e horizontal) tendo sido também a mais eficiente. Esta defesa do bloqueio directo é caracterizada por uma grande agressividade e preocupação com a penetração do bloqueado. Neste prisma, o flash defensivo curto parece então muito associado ao êxito defensivo, o que vai ao encontro com o estudo de Refoyo et al. (2007). Não existem estudos no campeonato português relativamente aos tipos de defesa do bloqueio directo mais utilizados que permitam relacionar o tipo de defesa aos resultados

alcançados. Contudo, face ao nível do jogo e jogadores de ambas as ligas, os

resultados sugerem que no campeonato espanhol o jogo é mais físico na resposta defensiva à exploração atacante do bloqueio directo. Esta situação pode ser associada quer à maior velocidade de execução das acções ofensivas e defensivas quer à maior dimensão antropométrica dos jogadores. Os

resultados sugerem ainda que no campeonato espanhol as equipas procuram

neutralizar a capacidade ofensiva dos adversários, procurando atingir os objectivos da defesa definidos por Cardenas et al. (1996), designadamente: defender a penetração, defender linhas de passe e defender o lançamento. No que diz respeito ao local do campo de execução desta combinação táctica, em ambos os campeonatos o 2x2 In e o 2x2 In_Cont são realizados na sua maioria no corredor central. O 2x2 In é realizado no corredor central, 76,4% no campeonato português e 73,2% na liga ACB. O 2x2 In é realizado nos corredores laterais 23,6% no campeonato português e 25,1% na liga ACB. Estes resultados vão de encontro com os resultados evidenciados por Zamora (2007), Battaglia (2008) e Romero (2008). No entanto, na nossa investigação, constata-se que a quantidade de bloqueios realizados no corredor central é percentualmente superior aos apresentados pelos diversos autores enunciados neste trabalho. Estas divergências podem ser explicadas por particularidades de âmbito metodológico. Com efeito, no presente estudo foram analisados bloqueios directos que iniciam ataques organizados, enquanto nos estudos anteriormente realizados, os bloqueios não foram classificados em bloqueios

(31)

iniciais, de continuidade, de transição e outros. No início do ataque organizado, as equipas procuram ter várias opções de orientação do bloqueio directo e no maior espaço possível. Ao realizar o bloqueio directo no corredor central, estão à partida reunidas as melhores condições de espaço para explorar todas as

suas possibilidades ofensivas, classificadas por Refoyo et al. (2007), a saber:

tornar a bloquear; parar lançar; passar ao desfazer do bloqueador; mudança de orientação do bloqueio; passar à continuação em caso de troca; passar à continuação em triângulo ofensivo; aclaramento; passar ao jogador desmarcado, desfazer cedo o bloqueio; penetrar e outras acções.

Nesta perspectiva, os resultados apurados sugerem uma intenção de utilização do bloqueio directo inicial no corredor central em ambos os campeonatos. Estes resultados poderão estar associados ao objectivo do ataque de ter as melhores condições espaciais embora Battaglia (2008) tenha constatado que na liga ACB êxito defensivo elevado a estes bloqueios centrais.

Quando a realização desses bloqueios directos iniciais é seguida da utilização de bloqueios directos de continuidade verifica-se uma utilização inicial no corredor central de 65,4% na liga disputada em Portugal e de 74,1% no campeonato espanhol. Nesta mesma situação e no campeonato português, são realizados nos corredores laterais 34,6% desse tipo de combinações tácticas. Na liga ACB são realizados 29,7%. Estes resultados convergem com o exposto anteriormente que assinala que em ambos os campeonatos os bloqueios directos iniciais são realizados no corredor central. Ou seja, é expectável que face ao elevado número de 2x2 In centrais que os 2x2 In_Cont conduzam aos resultados apurados.

Quando associamos a situação objecto do nosso estudo (2x2 In) ao desfecho da posse de bola, concluímos que no campeonato português esta combinação táctica deu origem a mais situações de lançamentos de 2 pontos convertidos e a lançamentos de 3 pontos falhados relativamente a outros desfechos de posse de bola. Os resultados relativos aos lançamentos de 2 pontos sugerem que o bloqueio directo inicial provoca desajustes defensivos associados à penetração do jogador bloqueado, que Kruger (2007) considera como a acção privilegiada pelos jogadores para finalizar. Este desfecho de lançamento de 2 pontos convertidos pode sugerir que o desequilíbrio provocado pelo bloqueio possa conduzir ainda a uma nova penetração após passe exterior, o que de acordo com Romero (2008) é uma acção que resulta em 50% de eficácia.

Como anteriormente foi referido, no campeonato português são ainda verificados mais lançamentos de 3 pontos falhados relativamente aos outros desfechos. Este resultado pode ser explicado quando associado às conclusões de Domingues & Refoyo (2008). Nesse estudo, 53% das opções tácticas resultantes do bloqueio directo foram passar a um jogador desmarcado (com 31,67% de êxito). Neste sentido os resultados apurados sugerem que em Portugal atraem-se muitas ajudas com a utilização do bloqueio directo inicial. Também Romero (2008) conclui que passar ao jogador desmarcado é a decisão táctica ofensiva mais utilizada (43,40%) – o que conduz ao grande número de lançamentos exteriores, logo seguida de penetrar (19,41%). Battaglia (2008) também salienta o passe ao jogador desmarcado como a acção posterior ao bloqueio mais utilizada (27,7%), logo seguida, do passe à continuação.

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No campeonato espanhol, verifica-se que estas combinações tácticas tiveram como desfecho mais situações de lançamentos de 2 pontos falhados, desarmes de lançamento e faltas sofridas seguidas de lançamentos livres relativamente aos outros desfechos considerados. Estes resultados podem ser relacionados com o estudo de Battaglia (2008), que em jogos da ACB , verificou que a forma defensiva mais utilizada por parte do defensor do bloqueador era o flash defensivo ou aberto atrás, defendendo assim a penetração. Neste estudo, perseguir o jogador com bola foi a forma defensiva mais observada. Efectivamente, com esta opção defensiva, controlam-se melhor as penetrações não envolvendo muitas ajudas e rotações que libertam os lançadores exteriores. Também os lançamentos curtos assim resultantes, encontram elevado grau de oposição efectuada normalmente com o jogador poste que sendo mais alto tem maior capacidade de intervenção defensiva sobre os lançamentos curtos. Battaglia (2008) refere o passe à continuação do bloqueio como sendo a segunda acção mais utilizada (20,1%), logo seguida da penetração (14,9%), o que sugere que as equipas vão frequentemente à procura de lançamentos curtos, apesar da elevada oposição que referimos associada ao tipo de defesa verificada. Também Domínguez y Refoyo (2008) referem a penetração como a segunda acção mais utilizada a seguir ao bloqueio (35%). No seu estudo comparativo da NCAA e a liga ACB , esta acção tinha 56,82% de êxito (lançamento convertido ou falta sofrida). Este contexto de jogo mais físico, pode explicar as faltas sofridas com lance livre, o

lançamento de 2 pontos falhados e os desarmes de lançamento como os

desfechos da posse de bola mais encontrados no campeonato espanhol.

No que respeita aos factores situacionais, a literatura disponível é muito escassa e centrada exclusivamente nos efeitos da qualidade de oposição e do local do jogo. Estas variáveis influenciam as performances das equipas (para refs. ver Taylor et al, 2008; Lago, 2009; Sampaio et al, 2010). Os efeitos dos

factores situacionais nos comportamentos das equipas parecem

completamente omissos na literatura. Pelos resultados do presente estudo parece evidente que os factores situacionais estudados influenciam o perfil das equipas. Na generalidade, o comportamento das equipas da liga ACB é mais heterogéneo do que o comportamento das equipas da LPB, sugerindo que as equipas de maior nível utilizam diferentes estratégias tácticas para atingir os objectivos. No que ao local do jogo diz respeito, e quando o jogo é em casa o perfil de utilização por parte da maioria das equipas da LPB é muito semelhante enquanto que na ACB as equipas têm uma grande variabilidade na utilização dos bloqueios directos iniciais. No entanto, essa diferença de variabilidade entre os dois campeonatos não se verifica quando os jogos são fora de casa. Esta situação sugere que as equipas ao jogar fora procuram de forma semelhante controlar a posse de bola e ir á procura das soluções mais eficazes. O inicio do jogo, também conduz a uma semelhança entre os dois campeonatos nos comportamentos das diversas equipas. Este comportamento no início do jogo parece associado ao facto desse ser o momento em que o plano estratégico do jogo está mais presente nos jogadores optando as

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equipas por entradas seguras. No que ao status do jogo diz respeito, existe pouca variabilidade de comportamentos das equipas da LPB. Por seu turno na ACB, e quando as equipas estão a perder, existe uma grande variabilidade na utilização destas combinações tácticas o que sugere que neste status do jogo as equipas procuram de formas diversas inverter a situação de desvantagem momentânea.

O final do jogo apresenta novamente perfis diferentes nos dois campeonatos. Assim, na ACB as equipas voltam a apresentar uma dispersão superior na utilização destas combinações tácticas relativamente à liga LPB. Neste momento crítico do jogo as equipas da ACB parecem reflectir um perfil diverso de jogar já constatado nos outros factores situacionais analisados, procurando de forma diferente atingir a vitória nos momentos decisivos.

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5. Conclusões

Os resultados encontrados demonstraram a inexistência de diferenças na frequência de utilização do bloqueio directo inicial entre os campeonatos português e espanhol, seja ele central ou lateral. No campeonato espanhol existe uma utilização mais frequente do bloqueio directo inicial quando a este se verifica a posterior realização de outro(s) bloqueio(s) directo(s) de continuidade na mesma posse de bola o que sugere maior necessidade de recorrer a novo bloqueio directo na mesma posse de bola, no sentido de criar uma vantagem que o bloqueio directo inicial não provocou.

No que diz respeito ao local do campo de execução desta combinação táctica, em ambos os campeonatos o 2x2 In e o 2x2 In_Cont são realizados na sua maioria no corredor central. O 2x2 In é realizado no corredor central, 76,4% no campeonato português e 73,2% na liga ACB. O 2x2 In é realizado nos corredores laterais 23,6% no campeonato português e 25,1% na liga ACB. No que respeita ao desfecho da posse de bola, concluímos que na LCB esta combinação táctica deu origem a mais situações de lançamentos de 2 pontos convertidos e a lançamentos de 3 pontos falhados relativamente a outros desfechos de posse de bola sugerindo uma capacidade elevada de provocar desequilíbrios ofensivos. Na ACB estas combinações tácticas tiveram como desfecho mais situações de lançamentos de 2 pontos falhados, desarmes de lançamento e faltas sofridas seguidas de lançamentos livres relativamente aos outros desfechos considerados. Este resultado sugere um nível de oposição defensiva muito superior no campeonato espanhol e um jogo mais físico relativamente ao português.

Existe uma variabilidade na utilização do bloqueio directo inicial acentuada no campeonato ACB relativamente à LPB em função dos factores situacionais (local do jogo, status do jogo, momento do jogo). O 2x2 In_Cont assume na liga ACB maior preponderância independentemente do factor situacional analisado. Apenas quando associada à realização dos jogos fora de casa se pode visualizar um perfil de utilização destas combinações tácticas semelhante nos dois campeonatos. Esta análise sugere uma maior diversidade de formas de jogar na ACB em função dos factores situacionais considerados e perante a oposição defensiva encontrada.

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6. Bibliografia

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Referências

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