CURSO
DE GRADUAÇÃO
EM
CIENCIAS
ECONOMICAS
~
QUALIFICAÇAO
PROFISSIONAL
COM
RECURSOS
DO
FAT
EM
FLORIANÓPOLIS
¬» - 1995/1999~
Monografia
submetidaao Departamento de
CiênciasEconômicas
para obtenção de cargahorária
na
disciplinaCNM
-Monografia
Por.
Glaucya
PiresOrientadora: Prof.
Carmen
Rosário Ortiz Gutierrez GelinskiÁrea
de Pequisa:Economia
do
TrabalhoPalavras - Chaves: 1
Mercado
de trabalho2 Qualificação 3
FAT
CURSO
DE
GRADUAÇAO
EM
CIENCIAS
ECONOMICAS
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir a nota9¡
0
a aluna Glaucya Prresna
d1sc1pl1naCNM
-5420
-Monografia,
pela apresentação deste trabalho.Banca
Examinadora:Prof.
C
. O. G. GelinskiP
esidentem7
é/lšrof. Norberto Sühnel
Membro
r‹\¡
Prof.Re
'fr . . Ep
Membro
Agzadecimentos especiais:
Meus
sinceros agradecimentosa
todas as pessoas que estiveram presentes na minha vidaeque de alguma maneira contribuíram para a realização deste e de muitos outros trabalhos... e,
em
especial:
A
Deus
pela força e coragem amim
destinadospor
intermédio de grandes amigos...Gostaria de agradecer imensamente aos
meus
pais Hélio Pires e Marli Pires pelo apoio,amor
e dedicaçãoem
todas as etapas de minha vida.A
minha querida irma Karine Pires pela amizade e cumplicidade.A
professoraCarmen
O. G. Gelinski pelo seu grande profissionalismo, amizade e preciosos ensinamentos, principalmenteno
tocante à pesquisa cientzfica.Aos
professores do curso de Ciências Econômicaspor
contribuírem para a minha formaçãoacadêmica.
Ao
professor Norberto Sühnelpor
sua atenção e boa vontadena
atualização de algunsdados deste trabalho.
Enfim, a
todos os meus colegas do Curso de Ciências Econômicas pelos momentos de descontração vividos durante esses anos.Cambia
el sol en su carreraCuando
la noche subsisteCambia
la plantay
se visteDe
verde la primaveraCambia
el pelo de lafieraCambia
el cabello el ancianoY
asícomo
todo cambiaQue yo
cambie no es extrañoPero no cambia mi
amor
Por
más
lejos queme
encuentreNi el recuerdo ni el dolor
De
mi puebloy
de mi genteLo
que cambió ayerT
endrâ que cambiarmañana
Así
como
cambioyo
En
estas tierras lejanas”SUMÁRIO
Páginas
RESUMO
... .. viiLISTA
DE
ANEXOS
... .. viiiLISTA
DE QUADROS
... .. ixLISTA
DE
TABELAS
... ... ... ..x
CAPÍTULO1
1.INTRODUÇÃO
... .. 11 1.1. Objetivos ... ._ 13 1.1.1 Geral ... .. 13 1.1.2. Específicos ... .. 13 1.1.3. Metodologia ... .. 14CAPÍTULO
11 2.O
DESEMPREGO
E AS
NOVAS
EXIGÊNCIAS
DO MERCADO
DE
TRABALHO
... ., ... ... .. 152.1.
Desemprego
estrutural:da
cooperação simples à atualidade ... ._ 15 2.2.O
desemprego
conj untural ... ..23
2.3.
A
restruturação produtiva e o desemprego: os novostempos
... ..28
CAPÍTULO
Lu
3.AÇÃO
DE
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
DO
GOVERNO
FEDERAL
... ..33
3.1. Plano Nacional de
Formação
Profissional -PLANFOR
... ..33
3.2. Plano Estadual de Qualificação -
PEQ
... ..39
CAPÍTULOW
A 4.AVALIAÇÃO
EXTERNA
DOS
CURSOS
... ..45
SCONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..ó.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO:
Até
os anos 70, a idéia era a produçãoem
massa
para diminuir os custos permitindoo aumento da
produtividade e, conseqüentemente dos lucros.Com
a globalizaçãoda
economia
surgem, nos anos 80,mudanças
em
tomo
do
eixo capital - trabalho por contada
tecnologia
de
base microeletrônica.As
empresas entramna
erada
flexibilização eda
restmturação produtiva para conseguir sobreviver
num
mercado
de acirrada concorrência.No
modelo
Taylorista/Fordista vigente até os anos 70, o trabalhadornão
necessitavade
muitos conhecimentos para executar
uma
dada
tarefa porque havia a separação entre ostrabalhadores
que
pensavam
e osque
a executavam.Nos
anos 80 e 90, as empresastêm
exigido pessoascom
habilidades suficientes para adaptarem-se às novas tecnologias;o
“fazer” une-se ao “pensar”. Necessita-sede
pessoas polivalentes,que
reunam
conhecimentos gerais e específicos eque saibam
agirem
situações inesperadas deforma
satisfatória. Diante
do problema do desemprego
é criado pelogovemo
federal o Plano Nacionalde
Formação
Profissional -PLANF
OR
que
utiliza recursosdo
Fundo
deAmparo
ao
Trabalhador -FAT.
Cada
estado elabora seu Plano Estadual de Qualificação -PEQ
de
acordo
com
determinaçõesdo Conselho
Deliberativodo
Fundo
de
Amparo
ao Trabalhador -CODEFAT
de
modo
a identificara
clientela priorizada peloPLANF
OR
ecom
os setoreseconômicos
estratégicos parao
desenvolvimentodo
estado.São
realizados fórunsde
debatesque
reúnem comunidades
de bairros,membros
do Conselho
Municipalde
Trabalho e
Emprego
-CMTE,
Conselho
Estadual de Trabalho eEmprego
-CETE,
ONG”s,
Sistema Nacionalde
Emprego
-SINE,
etc.,onde
são definidos os cursosde
(re)qualificação.
Uma
vez aprovados peloCODEFAT,
são liberados os recursosdo
FAT.
O
acompanhamento
intemo dosmesmos
é feito pela Secretaria de desenvolvimento Social eda
F
amília -SDF
e SINE/S.C..O
acompanhamento
extemo
é realizado pela Universidadedo
Estadode
Santa Catarina -UDESC.
A
avaliação externa feitaem
1999
parece apontar parao
fato dos cursos de (re)qualificaçãoem
Florianópolis estarem apresentandonúmeros
positivos quanto a reinserção
no mercado
de trabalho, amanutenção da
renda e apermanência
no
emprego.Porém, parecem não
estar ajudando muito a inserir pessoasno
mercado de
trabalho,na
obtençãoou
na
elevaçãoda
renda.O
mesmo
ocorreno
tocanteà
eficácia dos cursos para
que o
trabalhador possa conseguir Lunapromoção ou
mudar
de
emprego. Neste sentido, talvez fosse necessária a criação de cursos voltados
ao
empreendedorismo
e ao setor infonnal.Porém,
aUDESC
fomece poucos
dados paraque
LISTA
DE
ANEXOS
Páginas
Anexo
1: Distribuição de tunnas por executoraem
Florianópolis eno
estado -1999
Quadro
1: Profissõesem
baixa ..LISTA
DE
QUADROS
. . . . . . . . . . . . . . z.
Páginas
Páginas
1_"g1¿e_l¢¿l:
Evolução
anualdo
emprego
formalem
S.C. -1990
a 1999 ... ..27
Tabela 2: Flutuação
do
emprego
formal por setor de atividade econ.em
S.C. ... ..30
Tabela 3;
Metas
globaisdo
PLANFOR
-1996
a 1999
... ..`.... ..
34
Tabela 4:
Meta
globaldo
PEQ
- 1999 a2000
... ..40
Tabela 5:Empreendimentos
com
financiamento
do
PROGER
eempregos
geradosem
S.C. -jan. ajun./1998 ... ..47
Tabela 6;
Empreendimentos
com
financiamento
do
PROGER
eempregos
geradosem
S.C.- jul. a dez./
1998
... ..49
_Zç_1b_gl_a_Z: Distribuição dos alunos por faixa etária
em
F
polis eno
estado - 1999 ... ..52
Tabela 8: Distribuição dos alunos por grau de escolaridade
em
Fpolis eno
estado -1999
... .. 53
Tabela 9: Distribuição dos alunos por situação
na
famíliaem
Fpolis eno
estado -1999
... _.
54
Tabela 10: Distribuição dos alunos por faixa de renda familiar
em
Fpolis eno
estado -1999
... ._ 55Tabela II : Distribuição dos alunos por situação de trabalho
em
Fpolis eno
estado -1999
... ._
56
Tabela 12: Distribuição dos alunos por término de ação
em
Fpolis eno
estado -1999
...
56
Tabela 13: Situação dos egressos dos cursos
da
educação profissionalem
Florianópolis eCAPHULQI
nnRoDUçÃoz
Das
sociedades mais primitivas,onde
os sereshumanos
produziam
e trocavam seus alimentos até- omodo
de produção capitalista, isto é, durante toda a históriada
humanidade,
o
homem
sempre
realizou traballio.Porém,
o surgimentodo
capitalismo fezcom
que
a maneira de realizar este trabalho fossecompletamente modificada.
Da
cooperação simples capitalista, passando pela manufatura até as fábricas, aordem
era produzir muito para reduzir custos eaumentar
lucros. Dentro desta idéia,fica
fácil entendercomo
asmáquinas
tiveram papel importanteno
sentido de agilizar todoo
processo
de
fabricação deum
bem
que
antes era feito nas oficinas dos mestres artesãos.As
máquinas foram
então, substituindo asmãos
humanas. Desta forma, durante toda a história capitalistasempre que
uma
nova
tecnologia era introduzida, ocorria desemprego.No
modelo
Taylorista/Fordista vigente até os anos 70, osdesempregados
eram
reabsorvidos, rapidamente, pelomercado
em
faceda
grande necessidadede
mão-de-obra paraaumentar
a produção.Mas,
com
a crisedo
petróleo nos anos70
e o enfraquecimentodo
Estado, omodelo
Taylorista/Fordistacomeça
a dar sinais de queda.Nos
anos 80, inaugura-se a erada
tecnologia baseadana
microeletrônica.A
produçãoleva
em
conta a redução dos custos e a qualidade dos produtos. Torna-se necessáriomão-
de-obra especializada.
A
O
uso de novas tecnologias de base microeletrônicacomeça
a desempregar.A
globalização traz
a
disputa pornovos
mercados.A
demanda
por produtos cada vez melhores e variados fazcom
que
as empresasadotem o modelo
de organização flexível,que
penniteque
se produzaem
lotes menores, produtos mais diversificados.As
indústriasestão restruturando-se. Estão trocando as velhas formas de produção, pelas novas
que
incluem a preocupação
com
os clientesem
primeiro lugar,com
fornecedores,com
novastecnologias,
com
urnanova
estrutura dentro das fábricas, etc..`
Com
a ampliação dos mercados, as empresasem
todoo
mtmdo
iniciam a erada
chamada
reestruturação produtiva e flexibilização, adotandoo modelo
japonês deorganização
da
produção industrial.Começa
a ocorreruma
revoluçãona
base tecnológicacom
a introduçãoda
microeletrônica e as empresaspassam
a adotar novas formas de inter- relação entre si e de organizaçãodo
trabalho.A
relação entre empresastêm
sido estabelecidano
âmbito das subcontratações eda
terceirização, graças ao processo de desintegração vertical.
Para tanto, hoje a realidade
do
mercado
de trabalho exige trabalhadores “polivalentes”que
devem
ter,além do
conhecimento, a prática para realizar, executar e saber lidarcom
eventuais problemasna
fábrica,no
escritório, nas lojas, etc.Portanto,
mudanças
tecnológicas criam a necessidade de trabalhadoresmais
qualificados.E
mais do que
isto.Fazem
com
que, cada vezmais
um
menor número
depessoas seja exigido para
o
processo de produção.Neste sentido, alguns
empregos
estão deixandode
existir, outros estão surgindo eparece
que
poucas pessoasreunem
as novas qualidades exigidas por essenovo modelo de
produção.
O
trabalhador teráque
encontrar seu próprio emprego, prestando serviços àfirmas
terceirizadas, por exemplo,
sem
vínculo empregatício definitivo.Na
visãodo
govemo
federaldo
Brasil,um
trabalhador desempregado, enquanto procurauma
nova
ocupação,fica
logo desatualizado.A
realidadedo
mercado
exige,cada
vez mais, especialização e treinamento. Este fato parece fazer
aumentar
a taxa de desemprego, tendoem
vista que as poucas vagas oferecidasnão
conseguem
ser preenchidaspela falta desta qualificação profissional. Assim,
o
govemo
federal propõeem
1995, oPLANFOR.
O
PLANFOR
éum
dos42
projetosdo
Plano “Brasilem
Ação”
do
govemo
do
presidenteFemando
Henrique Cardoso.É
urna tentativa de reduçãodo
desemprego,utilizando os recursos
do
Fundo
de
Amparo
ao Trabalhador -FAT
- para treinartrabalhadores para o
mercado
de trabalho. Parte dos recursos parao
PLANFOR
sãooriginários
do FAT.
A
liberação dos recursos para a realização dos cursos de (re)qualificação profissionalobedecem
determinaçãodo Conselho
Deliberativodo
Fundo
deAmparo
ao Trabalhador -CODEFAT.
Os
cursos de (re)qualificação são definidosem
fónms
de debate quereúnem
comunidades
de bairros,membros
dos Conselhos Municipais de Trabalho eEmprego
-CMT
E,ONGs,
etc., e priorizam asmetas
estabelecidas pelo - Plano Estadual deUma
vez aprovadas, são liberados os recursosdo
FAT
necessários para a realização doscursos.
Este trabalho pretende verificar se a preparação e atualização de trabalhadores para determinadas áreas é suficiente para possibilitar sua entrada
no
mercado
profissionaluma
vez que, ao
que
parece, a oferta deemprego
é insuficiente para a alta procura existente. . V Assim, o capítulo 2 trazalgumas
informações à respeitodo
mundo
do
trabalho e suasmudanças
enfocando a questãodo desemprego
e as novas exigênciasdo mercado de
trabalho.
O
capítulo 3, tratado
Plano Nacional deFormação
Profissional, seus objetivos, linhade ação e funcionamento
em
âmbito federal eno
estado de Santa Catarina atravésdo
PlanoEstadual de Qualificação.
Finalmente
no
capítulo 4, faz-sealgumas
consideraçõescom
relação a avaliação das ações de educação profissionalem
Florianópolis.1.1. Objetivos:
1.1.1. Geral: Verificar as ações de qualificação e requalificação proñssional
no
periodo de 1995 a 1999,
em
Florianópolis,no
contexto das políticaspúblicas brasileiras de
combate
ao desemprego.1.1.2.
Específicos:
- Pesquisar a evolução
do
mercado de
trabalhono
Brasil,no
período de1990
a1999,
buscando
identificar as possíveis causas e conseqüênciasdo
desemprego no
país;- Buscar conhecer quais as políticas públicas de
emprego
adotadas pelogovemo
programa
de qualificação e requalificação profissionalcom
recursosdo
FAT
em
Florianópolis;- Verificar se os cursos específicos de (re)qualificação profissional
do
govemo
federal
em
Florianópolis estão gerandoemprego
e renda.1.2.
Metodologia:
As
investigações quanto a evoluçãodo
emprego
fonnalno
estadoforam
realizadasconforme
dados fornecidos pelo setor de informações sobre omercado de
trabalhodo
SINE/S.C..A
análise referente ao funcionamentodo
PLANFOR
foi realizadacom
baseem
dados existentes de 1995 até l999, disponíveis junto a Secretaria de Estadodo
Desenvolvimento
Social eda
F
amília eem
bibliografiasna
áreado
trabalho - entrevistasem
revistas, anais de congressos, livros e apostilasdo
ministériodo
trabalho, etc. -que
tratem
da
questãoda
qualificação profissionalno
Brasil.Para verificar as ações de educação profissional
em
Florianópolis, o presente trabalho utilizou a avaliação externa realizada pelaUDESC
em
1999, constituida de duasetapas:
V
- avaliação
do
perfil das pessoasque
freqüentaram cursos de (re)qualificaçãoprofissional
que
resultounum
relatório final de avaliaçãocom
80.222 registros dealunos de
um
total de 183.692,que
foi a quantidade oficializada pelas entidades executoras junto ao Ministériodo
Trabalho eEmprego;
H
- avaliação
extema
relativa aos egressos dos cursos de (re)qualificação profissionalde
1999 a outubro de 2000.Em
Florianópolis, deuma
amostra de894
questionáriosenviados pela
UDESC,
868
retomaram.No
estado, onúmero
da
amostra consistiaCAPÍTULQ
11O DESEMPREGO
E
AS
NOVAS
EXIGÊNCIAS
DO
MERCADO
DE
TRABALHO
O
desemprego
estrutural,onde
asmudanças
tecnológicas criam a necessidadede
trabalhadoresmais
qualificados fazendocom
que
o nível de produçãoaumente
sem
que o
número
deempregos
cresça, diferedo desemprego
conjunturalonde algumas
políticasgovernamentais
ocasionam
a reduçãodo
nível de empregos. Portanto, a análisedo
desemprego no
Brasil não deve ser feitasomente
do
ponto de vista dasmudanças
estruturais. Deve-se
também
observar as políticasmacroeconômicas
adotadas pelogovemo
brasileiro.2.1.'
Desemprego
estrutural:da
cooperação
simples à
atualidadeO
desemprego
estrutural resulta dasmudanças na
estrutura de produção devido asubstituição
do
trabalhohumano
por novas tecnologias. Eletem
ocorrido ao longoda
história, pois a sociedade
sempre
foi organizadaem
tomo
do
trabalho,porém
seu impactoacentuou-se a partir
da
década de 80,em
decorrência das tecnologias de basemicroeletrônica e sua introdução
no
processo de fabricação, administração, marketing e vendas das empresas.Segundo
KarlMarx, quando alguém
despende força ñsica e mental para realizardeterminada tarefa, está realizando trabalho.
Porém, o
trabalho individual é limitado.Quando
duasou mais
pessoas trabalham juntas,produzem
mais,com
menor
esforço eem
menos
tempo.Sendo
assim, o trabalho éuma
força social baseadana
cooperação.Mas, o
que
diferenciaa
cooperação geral,da
cooperação capitalista?O
homem
que
pescava, caçava, construía sua casa e ajudavana
construçãoda
moradia do
seu vizinhotambém
realizava trabalho. Nessascomunidades
já existia urnadivisão natural
de
tarefas por sexo, idade, etc..Os homens
cooperavam
entre sina
preparação de seus alimentos, vestuário e habitação.Quando
um
número
de indivíduos reúne-se para realizar trabalho - cooperação - sobo
comando
demn
capital, tem-seo
períododenominado
manufatura.É
criada a divisãosocial
do
trabalho e a cooperação deixa de ser simples para tomar-se capitalista. Nestemomento
oshomens
que tinham
um
ofício e sabiam executar todoo
processode
produção de detenninado produto,passam
a especializar-seem
apenasuma
etapado
trabalho,transformando-se
em
trabalhadores parciais. Paracada
fasedo
processo,tomou-se
necessário ferramentasmais
aperfeiçoadas e trabalhadorescom
habilidades específicas paramanej
á-las.Com
o
tempo
ea
intensificaçãoda
produção edo
trabalho, descobriu-se quecom
as ferramentas simplespoderiam
ser elaboradas ferramentasmais
complexas.Porém,
estascriações ainda necessitavam das
mãos
de trabalhadoresque soubessem
como
utilizá-las.No
entanto,com
a invençãoda
máquina
a vapor edo
tomo
mecânico
gerou-seuma
grande revoluçãona forma
de produção: a forçahumana
é substituídacom
perfeição pela forçamecânica.
O
resultado de tudo isso éo
surgimento das fábricas, e toda essamodernidade
éaplicada nelas.
X
É
dentro das fábricasque
intensifica-se a divisão entre trabalhadoresmanuais
- osque
controlam e consertam asmáquinas
-, e os trabalhadores intelectuais - osque
executam
funções de controleda
produção, administram setoresda
fábrica e criam novastecnologias.
Tem-se
uma
hierarquiaque
vaido dono da
fábrica, passa pelos chefesmenores
e chega ao trabalhadormais
simples. Este último, treinado apenas para controlaruma
máquina,não
precisava ter -freqüentadonenhuma
escola,nem
ser possuidor de grandes conhecimentos. Assim, as características destemodo
de organizar a produçãopermaneceram
atéo
séculoXX,
onde
foram
intensificadascom
a introduçãodo
Taylorismo e,
um
pouco mais
tarde,do
F
ordismo.É
importante salientarque
a introdução dasmáquinas
acontece para diminuir custos eaumentar
a produção mas,começa
a ocasionar odesemprego
em
massa,no
finaldo
século XVIII, e principalmente,no
séculoXIX.
No
séculoXX, também
não seria diferente.A
leide
Say,onde
toda a oferta de bens gera sua própriademanda,
foi postaem
questãoem
1929com
a quebrado
mercado
de açõesque
fezcom
que
omundo
caísseem
No
finalda
década de20
as inovações tecnológicashaviam
propiciadoum
grandeaumento na
produção euma
drásticaqueda no
nível de emprego.“A linha de montagem da Ford e a revolução organizacional da General Motors mudaram
radicalmente o
modo
como as empresas produziam bens e serviços.O
motor de combustão interna e o automóvel estavam acelerando o ritmo do transporte.A
eletricidade ƒomeceu energia barataeabundante para impulsionar 0 processo produtivo.
A
produtividade aumentava continuamente desde a virada do século. (...)Entre 1920 e 192 7, a produtividade americana aumentouem
40%.(..)Ao mesmo tempo, mais de 2,5 milhões de empregos desapareceram. Só no setor da manufatura
foram demitidos mais de 825 mil operários. ” (Rifldn, 1995, 13.18)
Embora
a produção amnentasse, as vendascaíam
vertiginosamente devido ao grandenúmero
dedesempregados
e aqueda
dos salários reais.A
situaçãotomou-se
tão crítica a ponto deHenry
Ford sugerir “(...)que os trabalhadoresfossem
suficientementepagos
para
que
pudessem
comprar
os produtosque produziam
nas empresas. Senão, dizia ele,'Quem
vai
comprar
meus
carros? '” (Rifldn, 1995, p.24)Em
meio
aos tumultuosos acontecimentosdo
inicioda
década de30
sãotambém
adotadas pelos
govemos
as idéias deKeynes
sobre a intervenção estatalna
economia. Foiinaugurada
uma
nova
era. Criam-se:- )uma legislação social referente ao salário mínimo, à generalização das convenções
coletivas, induzindo os patrões a conceder aos assalariados ganhos anuais de poder aquisitivo
correspondentes ao crescimento da produtividade nacional;
- “um 'Estado-providência ',
um
sistema de previdência social desenvolvido, permitindo aos assalariados (e, de fato a toda a população) continuar como consumidores até no caso deestarem impedidos de 'ganhar a vida doença, aposentadoria, desemprego, etc. ;e
- “uma moeda de crédito (isto é, pura moeda de papel) emitida pelos bancos privados,
em
funçãodas necessidades da economia (e não mais
em
junção do estoque de ouro disponível), mas sobo controle dos bancos. ” (Lipietz, 1991, p. 32-33)Surgem
as idéias de Taylor.Segundo
estes seo
trabalho cria riqueza, então quantomaior
a produtividadedo
trabalho,maior
a acrnnulação de capital. Paraaumentar
aprodutividade é necessário reduzir custos, produzindo grandes quantidades de bens.
Essa
produção
em
massa
diminuiriao
desemprego, jáque
seria necessárioum
grandenúmero
de pessoas para aumentar a quantidade produzida; possibilitaria a ampliação dos mercados, pois,mais
pessoas trabalhando e mais produção permitiriam maiorconsumo;
e gerariaum
aumento na acumulação de
capital emais
riqueza para a economia.As
idéiasdo modelo
de Taylorforam
unidas às deHemy
Ford, que desenvolveuna
indústria automobilística dos Estados
Unidos da
América,um
processo de trabalhobaseado nurna grande inovação: a
máquina
automática. Esta invenção permitiuuma
maior
precisão nas peças utilizadasna
fabricaçãode
seus carros, pennitindo a produçãoem
massa.O
também
desenvolvimento de esteiras automáticas,que levavam
ao trabalhador aspeças necessárias à execução
da
tarefaque
lhe competiano
processo produtivo, evitavam a “perda detempo” que
ocorriaquando o
trabalhador tinhaque
parar seu serviço para buscarmatéria-prima.
Tudo
isso possibilitou a produçãoem
larga escalaem
sua fábrica.A
idéia deFord
era produzirem
massa
e incentivar oconsumo
através deaumentos
de salários,
que
também
serviam, obviamente, para evitar revoltas e o descontentamento dos trabalhadores. Trabalhadorescom
baixos saláriosproduziam
menos
por faltar-lhesmotivação.
O
tipo predominantena
estrutura organizacionalda
grande indústria deste períodoera
o da
estratégia de integração vertical.A
empresa
deveria reunirem uma mesma
unidade de produção
o
máximo
de atividades dentroda
cadeia produtiva.Dentro
do
modelo
Taylorista/Fordistacomeça
a haver a separação entreo
trabalhadorque
concebe eo
trabalhadorque
executauma
dada
tarefa,)ƒazendo com que a maioria do trabalho qualificado esteja ligado a concepção. Esta minoria de trabalhadores possui habilidades e conhecimentos mais complexos adquiridos através de longa
experiência nos locais de trabalho. Os trabalhadores ligados à execução não exercem poder de
decisão, não há
uma
definição requisitos mínimos de educação, enquanto para ostrabalhadores que operam nas áreas de gerência que são na verdade os que concentram o
conhecimento técnico organizacional há
uma
clara correlação entre níveis de qualificação e escolaridade. ” (Chieza, 1995 , p. 209) _Sendo
assim, a educação deveria ser suficiente paraque
o trabalhador exercesse as funçõesque
lhecabiam
dentroda
fábrica.Então, é a partir dos anos 20,
que
a atividade dos trabalhadores é padronizada parareduzir
o
tempo
de
produção eaumentar
a produtividade.Cada
vezmais o
trabalhador seespecializa
em uma
tarefa; a produção hierarquizada gera, deforma mais
intensa dentroda
fábrica, trabalhadoresque
necessitam pensar e osque
necessitam fazer.O
modelo
Taylorista/Fordista foia
basede
expansãoeconômica
atémeados
dos anos70,
mas
já apresentava seu declíniono
final dos anos 60.Os
ganhos de produtividade nos setores industriais passaram a cair a partir dos anos70,
mas
os salários continuavam altosnão
permitindo a recuperação dos lucros.As
tentativas dos empresários
em
reduzir salários fracassa, pois a força dos sindicatos nesteperíodo é bastante grande. Restava apenas
uma
solução: demitir funcionários para reduzir custos e aumentar os preços.A
elevação dos preços, tenninou por gerar inflação.No
entanto, odesemprego
nessa fase era apenas conj untural. Estava ligado amomentos
de
criseem
alguns setoresda
economia.De
modo
que
das pessoasque perdiam
seusempregos
algumaseram
logo absorvidas pelo mercado, devido à grande necessidadede
mão-de-obra parao
aumento da
produção; outras,eram amparadas
pelo Estado entrando nos programas de seguro-desemprego.O
Estado patemalista e controlador inaugurado nos anos 30, chegaao
fim
dos anos70
com
grandes deficits econômicos, herança dostempos
gloriosos de ascensãoeconômica
graças aomodelo
Taylorista/Fordista.A
crisesdo
petróleoide 1973 ede 1979
tinham feitoo
mundo
perceber a necessidade depromover mudanças
urgentesna
produção, nos ganhosde
produtividade ena
progressãodo
emprego. Jáque o
Estado apresentava dificuldadesem
promover
aquele bem-estareconômico do
pós guerra, a questão era:como
aumentar
a produtividade nos setoresda
economia?
Surge
o
discurso neo-liberalque
pregava anão
intervençãodo
Estadona
economia
eapostava nas novas tecnologias
como
fonna
de sairda
crise.“Há
uma
revolução tecnológicaem
curso. Mas, nos anos 70, os rigores impostos pelo Estadoepelos sindicatos - a legislação social, o Estado-providência, as normas antipoluição, etc. -
bloquearam seu livre desenvolvimento, ao privar as empresas de capacidade financeira, ao
impedir as “dolorosas, mas necessárias mutações”. (Lipietz, 1991, p.57)
A
globalização traz a disputa de novos mercados, por parte dos empresários.A
demanda
por produtos cada vez melhores e variados fazcom
que
as empresasadotem
omodelo
de organização flexível,que
permiteque
se produzaem
lotes menores, produtosmais
diversificados. Isso sótomou-se
possível por contada
busca de novas tecnologiaspara tentar amnentar a produtividade.
H
Desde
o
pós-guerra emais
precisamente dos anos70
em
diante, a princípiotimidamente e hoje
mais
fortemente, as empresasem
todoo
mundo
têm
procurado adotaro
modelo
de organização e produção industrial japonês, implantado a partirdo
pós-guerra.Tais
mudanças
são as seguintes:- revolução
da
base tecnológicacom
a introduçãoda
microeletrônica; - novas formas de inter-relação entre empresas;- novas fonnas
na
organizaçãodo
trabalho;A
partirda
década de 80,ocorrem
mudanças
tecnológicas que estão ligadas,principalmente, aos equipamentos de base microeletrônica.
As
indústriascomeçam
a se informatizar.Os
computadores entramno
processo de fabricação, administração,marketing e vendas.
Nos
anos 90, o avançona
área das telecomunicaçõestem
possibilitado a expansãoâmbito das subcontratações e
da
terceirização, graçasao
processo de desintegração verticalque
“fi..)refere-se, naturalmente, ao movimento de redução do tamanho da cadeia de atividades de
uma
dada empresa, tanto no nível administrativo (redução do número dos níveis hierárquicos deuma
dada estrutura organizacional) como também no nivel da produção, por meio da redução e/ o eliminação de alguns processos, de seções produtivas ou de apoio à produção, ou,simplesmente, eliminação de alguns postos de trabalho. ”
(Amato
Neto, 1995, p.35)Os
impactosda automação
microeletrônica(AME)
sobre as relaçõesdo
trabalho,traduzem-se
em
reduçãodo
nívelde
emprego
eaumento da
qualificação profissional.De
modo
que
as tarefasmais
simples e repetitivasque
até os anos70
eram
feitas por pessoas,hoje
têm
sido feitas por máquinas, sendoque
os trabalhadoresmenos
qualificados estãosendo dispensados e outros mais qualificados estão sendo mantidos.
“Em
nenhum lugar o efeito da revolução do computador e da reengenharia do ambiente detrabalho é tão acentuado quanto no setor industrial. Cento e cinqüenta anos depois que Karl
Marx
conclamou os trabalhadores do mundo a se unirem, Jacques Attali, ministro francês e consultor de tecnologia do presidente Françóis Mitterrand, proclamou confiante ofim
da era dohomem
e da mulher trabalhadores. 'As máquinas são o novo proletariado”, afirmou Attali. 'Aclasse trabalhadora está recebendo seu bilhete azul. ” (Rifldn, 1995, p.8)
A
revolução tecnológica está conseguindo facilitar a produção de bens e serviços e estimular as economias,mas
não
está permitindoum
aumento do
nível de emprego.As
novas formas organizacionaisdo
trabalhocom
basena
microeletrônica e nas novasrelações entre empresas
permitem
variações nos contratos de trabalho,mudanças na
escolha
do
perfildo
indivíduo contratado pelas empresas e diminuição dos encargossociais e trabalhistas.
O
problema
éque
)no passado, quando
uma
revolução tecnológica ameaçava a perdaem
massa dos empregosem
determinado setor econômico,um
novo setor surgia para absorver a mão›de-obra excedente.No
início do século, o setor industrial emergente conseguia absorver grande parte dos milhões detrabalhadores agrícolas e fazendeiros que foram deslocados pela rápida mecanização da
agricultura. Entre meados da década de 1950 e o início da década de 1980, o setor de serviços,
que crescia rapidamente, foi capaz de reempregar muitos dos operários demitidos
em
junção daautomação. Atualmente, no entanto, à medida que todos esses setores vão sucumbindo, vítimas da
rápida reestruturação e da automação, nenhum novo setor 'significativo' foi desenvolvido para
absorver os milhões que estão sendo demitidos.
O
único novo setor no horizonte é o do conhecimento,um
grupo de indústrias e de especialistas de elite serão responsáveis pelacondução da nova economia automatizada da alta tecnologia do futuro. Os novos profissionais-
os chamados analistas simbólicos ou trabalhadores do conhecimento - vêm de áreas da ciência,
engenharia, administração, consultoria, ensino, mídia e entretenimento. ” (Rifkin, 1995, 13.37)
Antes dos anos 90, existia
numa
empresa, por exemplo,uma
datilógrafa,uma
telefonista euma
secretária.Hoje
estas profissõestêm
sidonormalmente
ocupadas por apenasuma
pessoa devidamente capacitada paradesempenhar
várias funções aomesmo
tempo, e
com
salários reais geralmente mais baixos. Pode-se dizerque
até os anos70
um
aumento da
qualificação profissional poderia indicarum
aumento no
nível de salários.Mas
nos anos 90, esta situaçãonão
éuma
realidade.Além
da
extinção de muitas profissões e, consequentemente de empregos, as vagas de trabalho restantesnão
contemplam
as pessoas que asocupam
com
um
salário razoável.O
Quadro
1 identifica as profissõesem
baixa. Dentre elas datilógrafos, digitadores,telefonistas e secretárias.
Uma
outra profissãoem
declínio é a de caixa de banco,obviamente
devido a automatização das agências.Os
cargosde
chefia
intennediária estãodesaparecendo
na
atualidade por conta das novas formas de gerenciamentoQuadro
1: Profissõesem
baixaDatilógrafo uma profissão
em
franca extinção. Foi substituído há muito pelos digitadoresque, no entanto, já estão desaparecendo.
Digitador saber digitar é
uma
exigência das empresas na hora de contratar, mas não éum
critério suficiente. Os digitadores também podem ser substituídos por máquinas que lêem textos manuscritos.
Operador microcomputador
de O
Como
no caso da digitação, éuma
habilidade necessária, mas não bastante para contratação deum
profissional.Telefonista
A
ocupação está se transfonnando na atendente de telemarketing, que temuma
função mais ativa além da de atender bem aos telefonemas. Algumas vezes, a
atividade é exercida por
uma
recepcionista.Secretária as novas formas de gestão e a redução de custos tendem a eliminar a figura da
secretária, bem como de todas as atividades de auxiliares administrativos.
Operador de máquinas
especializadas
a preferência hoje é por profissionais que saibam operar várias máquinas; o
operário polivalente.
Chefias intermediárias os novos modelos de gestão nas empresas dispensam a figura do chefe
intermediário, o que também reduz os gastos com pessoal.
Caixa de banco com a informatização dos serviços bancários, essa profissão deve desaparecer, ou pelo menos o número desses empregos tende a diminuir consideravelmente.
A
tendência dos bancos é investirem
agências informatizadas e na prestaçãodireta de serviços por meio de computadores pessoais, que o cliente mantém
em
Sua C3Sa.
PROFISSÕES em baixa. Palestra proferida por membro da Confederação Nacional das Profissões Liberais -
CNPL
em 17set/ 1998 na UFSC.
O
finaldo
séculoXX
vem
sendomarcado
porum
conjunto de transformaçõeseconômicas que
têm
ocasionado a reduçãodo
nível deemprego no
Brasil. Atualmente, todos os setoresda
sociedadebuscam
uma
resposta para este fenômeno.As
opiniões sedividem. Uns, consideram
que
os impactos das tecnologiasna
áreada
produção aliadas aspolíticas
econômicas
adotadas pelo governo brasileiro estariam ocasionando ofim
do
emprego
formal, outros acreditamque
novos postos de trabalho estão sendo criados eque
o maior problema do mercado
de trabalho brasileironão
seria ofim
do
emprego,mas
sim
a baixa qualidade
do
mesmo. “Na
verdade,empregos
vêm
sendo criadosem
número
relativamente altoao
longo das últimasdécadas
no
Brasil.No
entanto,a
qualidadedos
postos
de
trabalho e',em
média, muito ruim. ” (Gonzaga, 1998, p. 121)A
corrente depensamento
contrária à idéiado
fim
do emprego
acreditaque
como
o
“I ~
Brasil passa por
mudanças
estruturais e desejávelque
hajauma
certa ƒlexibilizaçaoque
permita
o remanejamento de
pessoal dos setores negativamente atingidospor
esteschoques estruturais
para
os setores positivamente atingidos. ” (Gonzaga, 1998, p.l22)Porém,
ainda segundoGonzaga
(1998), a flexibilidadedo
emprego no
Brasil é excessiva.Isto ocasionaria
uma
diminuiçãona
qualidadedo
emprego, oque
seria muitoruim porque
pennitiriauma
reduçãona
produtividade por dois motivos.Primeiro, porque a alta rotatividade
da
mão-de-obra incentiva o baixo investimentoem
treinamento,uma
vezque
os empresáriosnão
vão
treinar pessoal para demitir logoem
seguida. Segundo, porque a alta rotatividade provoca
também,
a informalização doscontratos de trabalho diminuindo o grau de
compromisso
entre trabalhadores e firmas: -do
ladoda firma,
pelo fatoda
legislação brasileira incentivar as demissõesem
momentos
de crise e pornão
permitir ajustes quanto às horas trabalhadas e aostumos
de trabalho. Assim, os empresários prefeririam poupar nos custoscom
demissão, contratando pessoas
sem
carteira assinada; _-
do
ladodo
trabalhador, por contada
existênciade
benefíciosna
mudança
de
emprego,como
oFGTS
e o recebimento dos beneficios trabalhistasnão
pagosdurante o período de vigência
do
contrato de trabalho, que serviriamcomo
incentivo àmudança
de emprego,num
paíscomo
o
Brasil cheio de problemasA . . .
CCOIIOIIIICOS C SOClalS. _
Assim
sendo,o
autoracima
citado é à favor de certa flexibilização dos contratosde
trabalhocomo
forma
de reduzir custos, desdeque
estanão
afete a produtividade.No
entanto, vale destacar
que
“Em
estudo recente, o Banco Mundial (1996) argumenta que os ganhos com a flexibilização dosdireitos do trabalho poderiam responder, aproximadamente, por
uma
redução de4%
do CustoBrasil, desde que ela não afetasse os fundos públicos, fato altamente questionável devido a
dependência do financiamento dos programas sociais
em
relação aos salários e a massa salarial.Ainda segundo este estudo, os ganhos permitidos pela flexibilização seriam diminutos,
comparativamente aos que poderiam ser gerados por
uma
política de recuperação do sistema deDe
qualquermodo,
os fatosparecem
indicarque
no
finaldo
séculoXX
arestruturação produtiva
com
base nas tecnologias de base microeletrônicatem
gerado,numa
maior
velocidade, a extinção de algumas profissões e, consequentemente, de postosde
trabalho,ao
mesmo
tempo
em
que
tem
exigido pessoascom
muita qualificaçãoprofissional e
com
nível escolar cada vezmaior de forma
a permitir a adaptaçãodo
homem
ànova
realidadedo
sistema de produção.Na
atualidadeum
trabalhadornão
qualificado e
sem
certo nível de escolaridade setoma
um
desempregado.Hoje
um
repositor de produtos
no
supermercado, por exemplo,deve
ter,no mínimo,
o ensinomédio.
O
problema
éque
onúmero
de trabalhadorestem
crescido enão
estão sendocriadas novas vagas de trabalho para todos.
2.2.
O
desemprego
conjuntural:Sem
dúvida a introdução das novas tecnologiasna
produção, administração,marketing e vendas nas indústrias traz
como
conseqüência o desemprego.No
entanto, fala-se muito
em
qualificação profissionalcomo
peça
fundamental para elevar os níveisde
empregabilidade
de forma
a colocar a culpado desemprego
nos trabalhadores.Porém, não
se deve esquecer
que
as políticas governamentaistêm
papel fundamental e determinantesobre o nível de emprego. Isto quer dizer que
não
é possível criaruma
política deemprego
sem
que
hajauma
política fiscal e monetáriaque
permitaum
aumento no
número
de
pessoas empregadas.Desta forma,
como
o Brasil,que
ao longo de toda sua história esteve subordinado a padrões de produção econsumo
internacionais eque
possui problemaseconômicos
e,conseqüentemente sociais tão sérios,
pode
superaro problema do desemprego?
O
processo deacumulação
de capital,)que nas economias cêntricas havia levado à escassez de mão-de-obra criando as condições
para que emergissem pressões sociais que conduziram à elevação dos salários reais e
à
homogeneização social, produziu nas regiões perifiéricas efeitos totalmente diversos: engendrou a
marginalização social e reforçou as estruturas tradicionais de dominação ou as substituiu por
outras similares.” (FUl”tad0, 1998, p.48)
Durante os quatro primeiros séculos após
o
descobrimentodo
Brasil, a baseprodução
estava centradaem
produtos primários,ou
seja, produtos agrícolasque
serviam de matéria-prima para os paises industrializados.A
mão-de-obra escrava foi permitida elargamente utilizada até
o
séculoXIX
e a terrasempre
esteve concentrada nasmãos
de
uma
minoria. Assim, enquanto a Inglaterra encontrava-seem
pleno desenvolvimentoindustrial,
no
Brasildo
séculoXIX
aindanão
tinha sido possível afonnação
deum
mercado intemo
com
dinamismo
suficientemente capaz de gerarum
processode
industrialização.
Nosso
país manteve-se essencialmente agrário até o final dos anos 30.“Os padrões de consumo que modelavam o comportamento das elites eram ditados do exteriore
requeríam
um
nível de renda que somente era alcançado por reduzida parcela da população. Daique o mercado interno de produtos industriais fosse abastecido quase que exclusivamente de bens
importados. ” (Fl1I'tad0, 1998, 13.55)
A
partirda
primeira guerra mundial, devido às dificuldades de importação - os paísescom
os quais o Brasilmantinha
relações comerciais tinham sua atenção voltada para a confecçãode
produtoscom
fins
bélicos -, devido aum
crescentemercado
intemo e a crisedo
café - esta crise faziacom
que o
excedentede
capital gerado pala culturado
café fosseaplicado
em
outrosramos
de negócio -, omodelo
primário exportador foi sendo suplantado pelomodelo
de industrialização substitutiva de importações.Foi
a partir dos anos30 que o
Estado passou demero
gerenciador das exportaçõesde
produtos primários e importador
de
alguns produtos industrializados, a promotor deum
parque industrial nacional. “Aeconomia
brasileiracomo
que
se despregarado
sistema internacionalem
crise eganham
autonomia
dinâmica,ampliando
e diversificandoo
mercado
interno. ” (Furtado, 1998, p.56)O
Brasil passa a viver ochamado
modelo de
substituição de importações. .
Apesar
da sempre
presente influência norte americana,o
Estado passou a investirna
infra-estrutura e nos setores estratégicos, e apoiar o setor privado através de subsídios e incentivos fiscais.
“A ação básica do Estado como fomentador do processo de industrialização se resumia a proteção do mercado intemo, impondo obstáculos às importações, seja por elevação da tarifa
aduaneira, seja através de
um
política de taxas múltiplas de câmbio que resultava nastrangferências de recursos dos setores exportadores para as indústrias prioritárias, importadoras de máquinas e equipamentos.
Em
seguida tratava-se de estimular ou o próprio govemo fazerinvestimentos para complementar e integrar o parque industrial. (Diniz, 1990, p.74)
Da
década de 50em
diante, o Estado brasileiro consolida a industrialização substitutiva de importaçõescom
a união entre iniciativa privada, capital e tecnologiasinfra-estrutura necessária à instalação e
manutenção
das empresas multinacionais.Os
recursosfinanceiros entravam
no
Brasilcomo:
- investimentos dirigidos às multinacionais aqui instaladas;
-
financiamentos
para projetosdo
governo e para empresas privadas; -compra
de empresas nacionais por grupos estrangeiros;- associação de empresas multinacionais e empresas privadas.
No
período de 1963-1966o
país passou poruma
profunda recessão.O
mesmo
déficítque
impulsionava a inflação,também
reduzia os investimentosdo
governo.A
solução encontrada foium
planode
estabilizaçãoeconômica de aumentos
dos tributos e cortes nosgastos governamentais,
com
o avaldo
FMI
edo -Banco
Mundial,que concederam
vultuosos empréstimos ao Brasil.Nesse
periodo, o paíscomeça
a apresentar condições para urnanova
expansãoeconômica
de tal maneiraque
ao finalda
década de60
) a política macroeconômica foi fortemente expansionista com a realização de
uma
amplo programa de investimentos públicos nas áreas de infia-estrutura econômica e social (energia,transporte, comunicações, urbanização, etc.) e setores estratégicos como exploração de petróleo,
siderurgia, etc..
A
reforma tributária, realizada na fase recessiva inicial, permitia oƒinanciamento dos investimentos públicos, mas a partir de 1971 com a Lei complementar n° 12, o Executivo ƒica autorizado a se endividar sem qualquer limite, recorrendo assim, a emissão de títulos parafinanciar os investimentos. ” (Diniz, 1990, p.75)
Nos
primeiros anosda
ditadura o déficit era elevado. Contudo, a abundânciado
crédito internacional e as taxas de juros
fixas
impediam
um
colapsodo
sistema.“A pcatir dos anos 70, principalmente depois do choque do petróleo, a política econômica do
govemo brasileiro passou a ser conduzida através da captação de recursos extemos para fechara
balança de pagamentos. Âquela época, a taxa de poupança interna era insuficiente para atender as necessidades govemamentais.
Como
havia elevada liquidez nos mercados financeirosintemacionais de crédito, resultante da reciclagem dos excedentes comerciais acumulados pelos
paises exportadores de petróleo, e as taxas de juros eram baixas, o govemo incentivou a
utilização da poupança externa nos programas de desenvolvimento. " (F Iança, 1987, p. 13 1)
Surgiram obras faraônicas
coma
a transamazônica, a ferrovia norte-sul, etc.,com
o
intuito de desenvolver e levar o Brasil às portas
do
progresso eda
modemidade. Era
um
momento
de grande euforia, erao
“milagreeconômico
brasileiro”.O
govemo
pedia empréstimos intemacionais e utilizava-os paraformação de
reservas.Quando
o sistema financeiro passou a operarcom
taxa de juros flutuante criou-seuma
profunda instabilidade internacional quejogou
os países dependentesem
um
ciclode
endividamento extemo,
do
qual aindanão
sairam.Por
conseguinte,o
Brasilchegou
à década de 80 endividado.Com
as taxasde
jurosdívida crescia.
O
déficit públicotomou-se
cada vez maior.Tudo
isso ocorreu tendocomo
pano
de fundouma
crescente inflação.Deve-se
compreender que
até então, apesar de todas as dificuldades econômicas, os trabalhadores que perdiam seusempregos conseguiam
ser reabsorvidos por contada
necessidadede
mão-de-obra nas empresas privadas, nas obras, órgãos e empresas públicos.Dos
anos30
atéo
final dos70
aeconomia
brasileira encontrava-se totalmente centralizadanas
mãos
do
Estado.As
políticas deemprego
estavam subordinadasao
crescimentoeconômico do
país. Já nos anos 90, oque
vem
ocorrendo éuma
redução euma
descentralizaçãoda
participaçãodo
Estadona
economia. Encerra-se, defonna
quaseque
completa a era
do
“Estado Providência” e inaugura-se a das privatizações eda
integraçãodo
Brasilao
mercado
intemacional.Sem
dúvida a saídado
Estadoda economia
brasileira e apromoção
e prática depolíticas
govemamentais
decunho
neo-liberaltêm
tido efeitosnada
animadores quantoao
nível de emprego.
“A partir de 1990, a política de abertura econômica e o programa de estabilização com âncora
cambial, adotado
em
1994, vêm induzindoum
rápido processo de racionalização produtivaem
que se associam modemização tecnológica, transferências patrimoniais com crescente íntemacionalização e especialização da base produtiva.Os
efeitos dessas transformações sobreaprodução e o emprego têm sido claramente negativos. " (D8d6CCa, 1998, p.99-100)
A
políticaeconômica do
governo federal e as transformaçõesna
produção eno
mundo
do
trabalho trazem conseqüências aomercado de
trabalhode
Santa Catarina.Conforme
observa-sena
Tabela 1, nos anosde
1990, 1991, 1992, 1995 e1996
0número
de
pessoas desligadas superouo de
admitidas, exceto nos anosde
1993, 1994, 1997 e1999
onde
estenúmero
tomou-se
positivo.O
que leva a concluirque
ao longoda
década de90
houve mais
desligamentosdo que
admissões.O
saldo total foi negativo de 87.121trabalhadores desligados.
O
que
é bastante coerentecom
a
política neo-liberal adotadano
Brasil principalmente após a posse de
Femando
Collor deMello
em
1990, e que teve suacontinuidade
no
govemo
deFernando
Henrique Cardoso.A
forma
como
foi feita a aberturado mercado
brasileiro a partir de 1990,sem
nenhuma
compensação
às indústrias nacionais, e as privatizaçõesque
acarretaram a saídado
Estadoda
economia,levam
aos saldos negativos indicadosna
Tabela 1 referentes aos anos 1990, 1991 e 1992.Em
1993 e 1994,com
a implantaçãodo
realforam
criados alguns postos de trabalho devido àqueda da
inflação a índices muito baixos. “Vale destacar os1997 após
a
crise asiática, eno segundo
semestrede 1998 após a
crise russa. (Gonçalves, 1999, p. 195)O
governo deFHC
estádependendo
de capital estrangeiro para sanar o deficirnas contas públicas intemas e extemas.
Com
isto, serve-se de políticasde câmbio
e dejuros altos para atrair capitais internacionais.
A
crise cambial de 1999 foi o resultado destas políticasque foram
conduzidas para criar estabilidade de preços enão
empregos. Assim, pode-se constatarna
Tabela 1que
em
periodos de crisecomo
1995,1996
e1998 o
saldodo
nível deempregos
é negativo.Em
1999 o
saldo toma-se positivo devido adesvalorização cambial
que
gerouum
aumento
das exportações brasileiras.H
Tabela
1:Evolução
anualdo
emprego
formalem
Santa Catarina- 1990 a
1999
-Ano
Admitidos Desligados Saldo Variação -Emägo
%
1990 1991 1992 19931994
1995 19961997
19981999
340.387 295.004 236.085 304.606 365.911 394.830 327.391 351.628 327.268 378.580 387.655 319.746 253.695 287.759 341.329 416.195 344.106 348.340 347.095 362.891 -47.268 -24.742 -17.610 16.847 24.582 -21.365 -16.715 3.288 -19.827 15.689 -5,00 -2,76 -1,87 1,83 2,62 -2,22 -1,77 0,33 -2,30 1,85 Total 3.321.690 3.408.811 -87.121 -9,15SH\1E/S.C.. Informativo para a imprensa. Florianópolis : setor de informação e análise do mercado de trabalho,
fev./2000. l5p.
Apesar do
fatodo
país ter experimentado ao longo de sua história períodos deaumento da
produção, renda edo consumo, o
Brasilnão
foi capaz de reduzir seusproblemas sociais, pois seu processo de desenvolvimento econômico, desde seus primórdios, esteve basicamente voltado para atender às necessidades
do
mercado
extemo.Mesmo
com
a criaçãode
um
mercado
intemo nosmomentos
de criseseconômicas
internacionais
ou
em
períodosde
guerra, osgovemos
tendiam a favorecerum
ou
outrosetor
da
economia
brasileira: nos anos30
os cafeicultores, nos anos seguintes os grandesindustriais e,
finalmente
nos anos60
as grandes empresas multinacionais. Essas políticasexterno e interno e desemprego, agravados pelo processo de abertura dos
mercados
brasileiros e redução
da
participaçãodo
Estadoem
alguns setoresda
economia, a partirdos anos 90.
2.3.
A
restruturaçãoprodutiva
eo desemprego:
os
novos tempos
.No
mundo
atual parece haver Luna desarticulação organizadaem
tomo
do
eixocapital/trabalho, decorrente de
uma
mudança
aceleradada
sociedade capitalista industrial,baseada
na
informação eno
conhecimento.O
que
representa a transição parauma
economia
global de grande concorrência. Trata-sede
uma
modemização
na produção
através
da
tecnologia.Vivemos
a eraonde
a informação e o conhecimentovalem
muito.Quem
tem
estes dois,detém o
poder.Não
é à toa que, Bill Gates odono da
Microsoft,tem
acumulado
muito capital. Ele
vende
informação relevante aomundo
inteiro. qA
globalização trazum
ambientede
competição e a competição geramudanças
nascrenças, nos hábitos, nos costumes e
em
padrões culturais e educacionais.As
mudanças
de padrões trazem, por sua vez,mudanças
nas estratégias empresariais.O
modelo econômico que
tratavade
produzirem
massa
para0
mercado
como
um
todo,
sem
fazer diferenciações locais, está superado. Atualmentenão
adianta o empresáriocrer
que
seu produto possa ser igualem
toda a partedo
planeta. Eletem que
respeitar os gostos individuais e conhecer cadamercado
tomado
separadamente.É
precisoaumentar
a competitividade, atravésda
flexibilização;ou
seja, produzirmais
com
maior
qualidade e velocidade, levandoem
conta primeiramente o cliente e suasexigências.
As
empresasque
quiserem sobreviver deverão renovar-se. “(..)o novo
modelo de
empresa
éa
integrada (homens, equipamentos e informações) e flexível,que
respondeeficazmente
às rápidasmudanças
que ocorrem no
ambiente. ” (Fleury, citado por Castioni,1997, p. 1670) Ela “(..) pressupõe trabalhadores
que
se integremao
processo produtivo,~ 1-.
opinem, apresentem sugestoes, sejam elementos ativos