PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ADMINISTRAÇÃO
ÁREA
DE
CONCENTRACÃOz
POLÍTICAS E
GESTÃO
INSTITUCIONAL
TURMA
ESPECIAL
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
MARIA
AS INFLUÊNCIAS
DE
UM
PROGRAMA
DE
PARTICIPAÇÃO
NOS RESULTADOS
NO COMPROMETIMENTO
ORGANIZACIONAL:
O caso
de
uma
empresa
gaúcha do
ramo
moveleiro
VÂNIA
MEDIANEIRA FLORES
COSTA
FLORIANÓPOLIS
AS
INFLUÊNCIAS
DE
UM
PROGRAMA
DE PARTICIPAÇÃO
NOS RESULTADOS
NO COMPROMETIMENTO
ORGANIZACIONAL:
0
caso
de
uma
empresa
gaúcha
do
ramo
moveleiro
Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação
em
Administração da UniversidadeFederal de Santa Catarina
como
requisitoparcial para obtenção do Título de Mestre
em
Administração.
Prof”.
Angelise Valladares
Monteiro,
Dr”.
Orientadora
NOS RESULTADOS
NO COMPROMETIMENTO
ORGANIZACIONAL:
o caso
de
uma
empresa
gaúcha
do
ramo
moveleiro
'Vânia
Medianeira
Flores
Costa
Esta dissertação foi julgada adequadã para a obtenção do título de Mestre
em
Administração (área de concentração emÍBolític'as e Gestãodnstitucional) e aprovada, na sua
, \. \=âÍ››\ ,é\¢‹›.e~z . E
forma' final, pelo Curso de Pos-Graduação
em
Admlmstração da Umversidade Federal deíbe
mig
ozúe
Pr .NelsonC ossí, Dr.
oordenador do Curso
Santa Catarina.
O
Apresentada à Comissão Examinadora integrada pelos professores:
~ Pro Angelise Valladares Monteiro, Er? (orientadora) 4 ‹ 1 l
é
V
É/Wal E
"
rof. Milton Luiz Wittmann, Dr. (membro)
\
.
Prof. Paulo Cesar da Cunha Maya, r. ( embro)
filhos Vivian e Vinícius, pelo apoio,
carinho e amor.
A
meus
pais, pelo carinho eO
pleno desenvolvimento e término desta dissertação foram viabilizados graças ao apoio dasseguintes pessoas e instituições:
-_
0 Universidade Federal de Santa Catarina
-
CPGA
-
Prof. Dr. Nelson Colossi;0 Universidade Federal de Santa Maria
-
Coordenador Prof. Dr. Milton Luiz Wittmann, peloempenho e dedicação para a realização deste mestrado;
0' Fundação de
Amparo
à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul-FAPERGS;
0 Professora D1”. Angelise Valladares Monteiro, orientadora do presente -
trabalho, pelo
conhecimento, atenção, carinho, incentivo e colaboração na realização do mesmo;
0 Professora Dr”. Silvia Modesto Nassar, pela imensa paciência, atenção e colaboração na
parte de análise estatística; V
P
0 Empresa Alfa pela oportunidade de realização deste trabalho e
em
especial, aoscolaboradores pela disponibilidade
em
participar da pesquisa. '0 Senhores Arli Antonio Freo e Volnei Dotto Viero, do Setor de Recursos
Humanos
daempresa Alfa pelo auxílio, cooperação e paciência
em
todos os momentos de realização da pesquisa.0 Integrantes do Núcleo Interdisciplinar de Estudos
em
Planejamento e Gestão Estratégica-
NIEPGE/CPGA
, pela atenção e auxflio prestado;0 Colegasde mestrado pelo convívio e auxflio nos momentos difíceis;
0 Corpo docente, funcionários e bolsistas do Curso de Mestrado
em
Administração-
CPGA/UFSC,
pela atenção, dedicação, qualidade e eficiência do curso;0 Professor Ms. Ivan Henrique Vey pelo apoio e cooperação na tabulação dos dados do instrumento de coleta' , . .
0 Aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
Esta pesquisa foi desenvolvida no sentido de identificar as principais influências do programa
de participação nos resultados no comprometimento dos colaboradores da empresa Alfa.
Inicialmente desenvolveu-se
uma
revisão da literatura acerca do tema Desenvolvimento dasRelações de Trabalho, estudou-se os principais pressupostos ao pensamento administrativo
modemo com
o objetivo de chegar às atuais concepções a respeito do comprometimento e osprogramas de remuneração variável. Posteriormente o trabalho apresenta
um
capítuloversando sobre a importância da remuneração variável na fixação de
um
vinculo transparentede recompensa pelo esforço a mais colocado pelos colaboradores nas organizações. Enfatizando-se os programas de participação nos resultados, sua evolução histórica, objetivos,
metodologia e relevância dentro das novas práticas de gestão administrativa.
Na
seqüência,discorreu-se sobre o comprometimento organizacional destacando-se duas das suas principais
abordagens: a instrumental calculativo e a afetivo/ atitudinal, que serviram
com
o modeloteórico do presente estudo.
Como
metodologia o trabalho caracteriza-se porum
estudo decaso, através de urna pesquisa exploratória e descritiva. Primeiramente, apresentou-se a
empresa Alfa através de
um
breve históricoem
conjuntocom
a descrição do programa departicipação nos resultados utilizado pela empresa. Para o levantamento de dados, o
instrumento utilizado foi
um
questionário adaptado do modelo deMowday
et al. (1982). Paraa análise e interpretação de dados, utilizaram~se tabelas de freqüência, testes de
confiabilidade, gráficos e associação de variáveis. Conclui-se, basicamente, que os
colaboradores da empresa Alfa estão apresentando
um
comprometimento maior a partir doprograma de participação nos resultados, observado através da análise dos índices de
rotatividade.
De
um
modo
geral, pode-se concluir que o programa de participação nosresultados têm influenciado para
um
aumento do comprometimento organizacional doscolaboradores da empresa Alfa estudados. Este trabalho visa acontribuir
com
os resultadospara os estudos da administração científica, e a colaborar e fornecer subsídios para a
administração da empresa Alfa acerca das influências do programa de participação nos
resultados no comprometimento dos seus colaboradores.
This research was developed with the aim of identififying the main influences of the profit
sharing program on the commitment of collaborators at Alfa Company. Firstly, it was carried
out a literature review concerning the theme Development of work relationships by focusing
on the main presuppositions which originated the
modem
administrative model with the aimof approaching the current conceptions regarding commitment and variable remuneration
programs. The 'study then presents a chapter discussing the importance of the variable
remuneration in fixing a clear connection of reward for the extra effort given by collaborators
in organizations. Programs for the profit sharing were emphasized in regard to their historical
evolution, objectives, methodology, and significance within
new
practices for administrativemanagement. Furthermore, it presents a discussion concerning the organization commitment
with focus on two of its main approaches: the instrumental-calculating and the afl`ective-
attitudinal approach which served as a theoretical basis for the present study. The paper is
methodologically characterized as a case study done by means of na exploratory and
descriptive research. At first, Alfa
Company
is introduced by means of a brief historyfollowed by the description of the profit sharing program adopted by the company. The
instrument for data collection was a questionnaire adapted from
Mowday
et al. (1982). Datawere analyzed and interpreted throught frequency tables, tests for reliability, graphs, and na
association of variables. Based on an analysis of position turn rates, it can be concluded that
the collaborators at Alfa
Company
have dispensed greater commitment since the profitsharing program was implemented.
As
a whole, it can be concluded that the program hasinfluenced towards an increase of the organizational commitment by the referred
collaborators. The results of the present study aim at contributing to the studies of scientific
administration, collaborating as well as providing for Alfa Company's administration about
the influence of the profit sharing program on their collaborators commitment.
RESUMO
... _.v
ABSTRACT
... .. ViLISTA
DE
QUADROS
... _.x
LISTA
DE
FIGURAS
... ._ XiLISTA
DE TABELAS
... .. xii1
INTRODUÇÃO
... ._ 1 1.1OBJETIVOS
... ..4
1.2
JUSTIFICATIVA
... ..4
2
FUNDAMENTOS
TEÓRICOS
... .. S 2.1DESENVOLVIMENTO
DAS RELAÇÕES DE
TRABALHO
9 2.2REMUNERAÇÃO
VARIÁVEL
... ._ 13 2.3EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
DOS
PROGRAMAS
DE
PARTICIPAÇÃO
NOS
RESULTADOS
... ... ..2o
2.4PARTICPAÇÃO
NOS
RESULTADOS
... ..25
2.5
COMPROMETIMENTO
ORGANIZACIONAL
... ..30
3
METODOLOGIA
... ,. ... ..39
3.1
CARACTERIZAÇÃO
DA
PESQUISA
... ..39
3.2
PERGUNTAS DE
PESQUISA
... ..40
3.3
DEFINIÇÃO
DE TERMOS
RELEVANTES
.; ... ..41
~ 3.4
DELIMITAÇAO
DO
ESTUDO
... ..42
3.5
COLETA
E
ANÁLISE
DOS
DADOS
... ..44
A
EMPRESA
ALFA
4.2
PROGRAMA
DE
PARTICIPAÇÃO
NOS
RESULTADOS
DA
EMPRESA
ALFA
... ..52
4.3
PERFIL
DOS
COLABORADORES
DA
EMPRESA
ALFA ESTUDOS
... _.54
4.4
CONFIABILIDADE
E
VALIDADE
DO
QUESTIONÁRIO
60
4.5
ANÁLISE
DA
FREQUÊNCIA DAS
RESPOSTAS
DOS
COLABORADORES
DA
EMPRESA
ALPA,
EM
ESTUDO,
NA
SEGUNDA
PARTE
DO
QUESTIONÁRIO
... ..62
4.6
ANÁLISE PATORIAL
... .. 634.7
ANÁLISE
DE CORRESPONDÊNCIA
MULTIPLA
... ..64
4.8
ANÁLISE
DE ASSOCIAÇÃO DE
VARIÁVEIS
... _.66
4.8.1
Fator
esforço ... ..67
4.8.2
Fator
lealdade ... .. 714.8.3
Fator
Identificação ... ..77
4.9
ANÁLISE
INDIVIDUAL
DOS
FATORES
DO
COMPROMETIMENTO
... ._79
4.10
COMPROMETIMENTO
... .. S24.11
ANÁLISE
DA
QUESTÃO ABERTA
DO
QUESTIONÁRIO
S44.12
ANÁLISE
DO
COMPROMETIMENTO
COM
BASE
NA
ROTATIVIDADE
... ... ... ._ 85 5CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... _.S7
~ 5.1CONCLUSOES
... .. S7 5.2RECOMENDAÇÕES
... ..90
5.3LIMITAÇÕES
... ..90
VlllANEXO
1-MEDIDA
PROVISÓRIA
n°. 1698~48/98 ... ..98
r ~
ANEXO
2
QFICIO
DE
SOLICITAÇAO
PARA
REALIZAÇÃO
102DA
PESQUISA
... .; ... .PANEXO
V3 -CONVITE
AOS
COLABORADORES
DA
EMPRESA
ALFA,
EM
ESTUDO,
PARA
PARTICIPAREM
DA
- ~
PESQUISA
... .. 103ANEXO
4
-INSTRUTVLENTO
DE COLETA
DE
DADOS
-
QUESTIONARIO
... .. 104Quadrol
-
O
desenvolvimento das relações de trabalhono
BrasilQuadro2
-
O
perfil profissional ao longo dostempos
... ..Figura l
-
Principaismodelos
deremuneração
variável ... ..Figura 2
-
Abordagens
conceituais e respectivas fontes teóricas nainvestigação
do comprometimento
organizacional ... _.Figura 3
-
Modelo
que
sumariza as variáveis antecedentesque
podem
estarrelacionadas ao
comprometimento
... ._Figura
4
-
Distribuiçãoda
freqüência por setor dos colaboradoresda
empresa
Alfaem
estudo ... .., ... ._Figura 5
-
Distribuiçãoda
freqüência quanto à' faixa etária doscolaboradores
da
empresa
Alfaem
estudo ... ..Figura 6 _- Distribuição
da
freqüência quanto ao sexo dos colaboradoresda
empresa
Alfaem
estudo ... ..Figura 7
-
Distribuiçãoda
freqüência quanto aotempo
de serviçodos colaboradores
da empresa
Alfaem
estudo ... ..Figura 8
-
Distribuiçãoda
freqüência quanto ao nível de escolaridade dos colaboradoresda
empresa
Alfaem
estudo ... _.Figura
9
-
Distribuiçãoda
freqüência quanto ao nívelde
renda dos colaboradoresda
empresa
Alfaem
estudo ...Figura 10
-
Distribuição dos fatoresdo comprometimento
organizacionalcom
relação aoprograma de
participaçãonos
resultados ... ..Figura ll
-
Análisedo
fator esforçocom
os atributos dos colaboradoresda
empresa
Alfaem
estudo ... ..Figura l2
-
Distribuição dos colaboradoresda empresa
Alfa,em
estudo,quanto ao fator esforço ... ..
Figura 13
-
Distribuição dos colaboradoresda
empresa
Alfa,em
_ AEstudo, quanto ao fator lealdade ... ..
Figura 14
-
Distribuição dos colaboradoresda
empresa
Alfa,em
estudo, cquanto ao fator identificação ... ..
Figura 15
-
Distribuiçãodo comprometimento
organizacional dosdos colaboradores
da
empresa
Alfaem
estudo ... ._Tabela 1
-
Teste de análise intema dos itensdo
questionáriosegundo
o coeficiente ot de
Cronbach
... .. 61Tabela 2
-
Média
dos fatoresdo comprometimento
organizacionalrelacionados ao
programa
de participação nos resultados ... ..62
Tabela
3 -ç Distribuiçãodo
nível escolar e o fator esforço dos colaboradores ‹empresa
Alfaem
estudo ... ..67
Tabela 4
-
Distribuiçãodo
tempo
de serviço e fator esforço dos_ colaboradores
da
empresa
A'_faem
estudo .... ... ..68
Tabela
5-
Distribuiçãoda
renda salaria§ e fator esforço doscolaboradores
da
empresa
Aifaem
estudo .... .; ... ..69
Tabela
6-
Distribuiçãodo
tipo de setor e o fator lealdade doscolaboradores
da empresa
A;faem
estudo ... ., 71Tabela 7
-
Distribuiçãoda
faixa etária e o fator lealdade dos ~colaboradores
da empresa
Aifaem
estudo ... ...72
Tabela
8-
Distribuiçãodo
tempo
de serviço eo
fator lealdade doscolaboradores
da empresa
A`.faem
estudo ... .1 73Tabela
9-
Distribuiçãodo
nível escolar e o fator lealdade doscolaboradores
da
empresa
Aflfaem
estudo ... .. 74Tabela
10-
Distribuiçãodo
nível de renda eo
fator lealdade dos_ colaboradores
da empresa
Alfaem
estudo ... 75Tabela 11
~
Distribuiçãodo
tempo
de serviço e o fator identificação doscolaboradores
da empresa
Alfaem
estudo ... ..77
Tabela
12-
Distribuiçãodo
nível de renda e o fator identificação doscolaboradores
da empresa
Alfaem
estudo ... .,78
Tabela 13
-
Distribuiçãoda
questão abertado
questionário aplicado ... ..84
Tabela
14-
Rotatividade anualda
empresa
Alfano
período de 1995 a2000
..86
As
organizações e os sereshumanos
servem-seum
ao outro para alcançarem seus objetivos.Nessa
relação de troca,onde
um
cede seu talento, suas habilidades, sua dedicação, inteligência e» criatividade e outro, seus recursospara
que sejam
transformados racionalmente, está o diferencial competitivo de cada organização.No
entanto, sabe-seque
esta relaçãonem
sempre
éharmoniosa,
ou
seja, ela é influenciada por fatores intemos eextemos
à organização.Hamel
e Prahalad (1995)abordam
que a diferença existente entre a rapidezdas
mudanças
ocorridas nos fatores internos peextemos
e os inúmerosproblemas
que
asmesmas
causam,exigem
das organizações a “assustadora” tarefa de transformação organizacional. ›A
transformação organizacional consisteem
buscar a capacitação e oestabelecimento de sistemas criativos e flexíveis de gestão
que permitam maior
comprometimento
das pessoas envolvidas, integrando-asem
todos os processosadministrativos e produtivos das organizações.
Além
de estimular a procurade
novas estratégias
que
auxiliem as empresas atomarem-se
mais ágeis, dinâmicas e competitivascom
relação aomercado
em
que
atuam.Para Flannery et al. (1997), tais
mudanças
afetam o ambienteintemo
dasorganizações, fazendo
com
que
abandonem
a “miríade” de especializações-
onúmero
excessivo de pessoas-
em
prol de equipes maiscompactas
e generalistas,que
são complementadas,quando
necessário, por especialistas temporários.Por
esse motivo, o
paradigma
da- especializaçãocomeça
a ser modificado.As
organizações
deixam
de definir cargosde
modo
vertical, limitado e funcional, ehorizontal, o que permite à equipe mais equilíbrio e a seus
componentes
uma
visão mais ampla.
Neste
cenário, os autores enfatizam que oempregado
“bem
sucedido' seráaquele
que
estiverempenhado
em
aprender e aumentar seus conhecimentos, suas habilidades e competências, capaz dedesempenhar
várias lílnções e participarativamente e
com
freqüênciana
equipe maior.Stoner e
Freeman
(1995) salientam que, nadécada
de 90, ocorrerammudanças
dramáticas nas relações entregovemo,
sindicato, organização etrabalhador..
Mudanças
que transformaram suaforma
de interagirem,proporcionando
uma
maior
abertura e flexibilidade para aimplementação
deprogramas
intemos nas organizações. Destaca-se a proliferação dosprogramas
deremuneração
variável,tomando-se
para muitas organizaçõesuma
altemativa deconciliação dos interesses de
ambas
as partes,empregador
e empregado.Para Flannery et al. (1997),
com
osprogramas
deremuneração
variável asorganizações
estãocomeçando
acompreender que
a questão salarial precisa estarligada às pessoas, ao
desempenho
individual eda
equipe, à visão e aos valores organizacionais queperduram
com
esse desempenho..À
luz dessacompreensão,
as organizações estão
percebendo
que seus ganhosdependem
do
comprometimento
mútuo.Este estudo está centrado 'nos
programas
de participação nos resultados, ~um
tipo deremuneraçao
variável, considerado por autorescomo
primordial parao
alcance
do comprometimento
dos colaboradores das empresas modernas.Cabe
ressaltar,que
os'programas
de participação nos resultados, atravésda
Medida
Provisória 1698-48/98, proporcionaram incentivos significativosfixando
novas
regras de convivência entre capital e trabalho. Incentivos que atingem tantoorganizações
que
estão envolvidasno
processo de negociação,como
aquelasque
incentivos é o
da
não-incidência .de encargos sobre os referidos programas, oque
resulta
em
beneficios, para toda sociedade,como: novos
negócios, gerando maisempregos
e possibilitando às próprias organizações melhorar aremuneração de
seus profissionais. A
V
Dessa
fonna, osprogramas
de participação nos resultadostendem
amodificar as bases das relações dos trabalhadores
com
as organizações, abrindo espaço para a discussão de índices de produtividade,implementação
de políticasde
gestão participativaque
“privilegiam” a polivalência, a conquista, acriatividade, a iniciativa, o esforço e o
comprometimento
com
o desenvolvimentodo
negócio.Perante os referenciais, pode-se considerar
que
osprogramas
departicipação nos resultados
parecem
exercer influência sobre asmudanças
organizacionais e comportamentais
que ocorrem
nas organizações.No
entanto,ainda são
poucas
as organizaçõesque
implementam
programas
de participaçãonos resultados, provavelmente por falta-de conhecimento e informação, o
que
geramedo
e insegurança.Por
esses motivos e frente à necessidade de adaptação àsmudanças
que
ocorrem
com
relação às novas práticas deremuneração
variável, pareceque
asorganizações estão utilizando-se dos
programas
de participação nos resultadoscom
o
objetivo de manter e atrair talentosque
as auxiliemna
obtenção dosresultados organizacionais defmidos.
Diante desse contexto, o
problema
de pesquisa que norteará este trabalho será o seguinte:Até
que ponto 0
programa
de
participação nos resultadostem
influenciado
o comprometimento
organizacional dos colaboradoresda empresa
Alfa,
no período compreendido
entre1997
e2000?
1.1
OBJETIVOS
_
Com
baseno problema
proposto, o objetivo geral desta pesquisa foi o deidentificar as principais influências
do programa
de participação nos resultadosno
comprometimento
organizacional dos colaboradoresda
empresa
Alfa.A
fim demelhor
direcionar os estudos e atender ao objetivo geral propostoforam
definidos os seguintes objetivos específicos:1) Identificar e caracterizar a organização
em
estudo, sua história, relaçõesde trabalho.
2), Identificar e caracterizar o processo de
implementação do
programa
de participação nos resultados,na
empresa
alfa;3) Identificar e analisar o
comprometimento
organizacional após aimplementação
do programa
de participação nos resultados;4) Fornecer elementos para
um
diagnósticodo
comprometimento
dos colaboradoresem
estudo, servindo de subsídio para reflexão sobreo
programa
de participação nos resultadosda
empresa
Alfa;5) Apresentar
um
rol de sugestões de melhoriaque
possam
contribuir por desenvolvimentoda
organização.1.2
JUSTIFICATIVA
Nos
anos 80, o foco das organizações estava centradona
estrutura fisicade
trabalho enão
nas habilidades dos trabalhadores.A
partir dos anos 90, asorganizações
começaram
a valorizar as habilidades dos trabalhadores, incentivando-os através deuma
gestão mais participativa, aberta e dinâmica,tendo
como
suporte ocomprometimento
com
a organização (Prahalad et al.apud
Boff
eCox,
1996).O
aumento da
concorrênciano
ambienteem
que
as organizações estãoinseridas foi
um
dos principais fatores de influência para essamudança
de foco.Dessa
forma, as organizações precisaram buscarnovas
alternativasde
gestãoque
as tornassem mais 'competitivas e flexíveis.
Adotando novas
estratégiasque
possibilitam
uma
maior
participação dos trabalhadores,com
o
objetivo de torná-los parceiros de negócio, por conseqüência, mais
comprometidos
com
os resultadosda
organização.'
Dentre as inúmeras estratégias adotadas pelas organizações, destaca-se a
remuneração
variável,› especificamente, osprogramas
de participação nosresultados. Para Xavier et al. (1999), os
programas
de participação nos resultadosdevem
ser encarados, pelas organizações brasileiras,como
uma
diferencialde
modernidade que
transforma a relação trabalhista.Com
esta ferramenta de gestão, as organizações brasileirastêm
apossibilidade de fortalecimento e de consolidação
da
sua posição neste ambiente de negócio global.As
estratégias de negociação precisam estar ligadas auma
remuneração cada
vezmaior
e melhor, para as organizaçõesconseguirem
permanecer
competitivas. iO
autorcomenta
que 0 empresáriocom
visãode
futuro, é aqueleque
antevê as oportunidades que
um
programa
de participação nos resultadospodem
trazer para
o
seu negócio etem
claroque o
sucessodo
programa
está diretamenteligado à sua conscientização/envolvimento; consegue vislumbrar que as pessoas
através de
uma
remuneração melhor
para aquelesque
agregam
valor à suaorganização. .
No
entanto,conforme
salientamWood
e Picarelli (2000), aremuneração
variável parece
não
acompanhar
as constantes transformaçõesdo
ambienteorganizacional, dificultando as
mudanças,
gerando barreiras internasque
impossibilitam
o avanço
das alteraçõesno
trabalho.Os
autores ressaltamque
a maioria das organizações ainda aplica, unicamente, sistemas tradicionaisde
remuneração.
Complementando, observam que implementação
denovos
programas
deremuneração
variável pode: seguir, ser parteou
ser o próprioprocesso de
mudança.
Centrando-se nesse fato, destaca-se a importância deestudá-los
com
o
intuito decompreender melhor
sua utilização, vantagens edesvantagens auxiliando as organizações a
obterem
os resultados almejados.Na
literatura, observa-se a existência de diversos estudos realizados sobrea participação nos resultados.
Mas,
esses estudos ainda o são,na
sua maioria, deordem
jurídica,ou
seja, esclarecimentos quanto às questões legaisque
envolvem
os
programas
de participação nos resultados. _Salienta-se
que
existem ,estudos sobre otema
numa
abordagem
maisadministrativa, porém, fazem-no enfocando a metodologia de
implementação do
programa, passo a passo. Verifica-se, dessa forma,
que
este assunto aindaapresenta muitos pontos obscuros. ‹
No
que
se refere ao caso brasileiro, levando-seem
consideração a carênciade infonnações
que
parece existircom
relação a aspectos relevantes, dentre eles,o
desconhecimento
das influências sobre ocomprometimento
organizacional,aliada à importância estratégica para as organizações, procurar-se-á, através
de
um
estudo de caso,compreender melhor
estas influências.Mesmo
estandolimitado ao
estudode
uma
realidade específica, espera-se contribuir para que,no
futuro,novos
estudos teóricossejam
realizados sobre estetema;
Pelos motivos apresentados, parece existir
uma
lacuna a ser preenchida, oque aumenta o
estímulo e interesse pelo assunto, buscando-se à identificação eanálise
das
principais influências oriundas deum
programa
de participação nosresultados sobre
o
comprometimento
organizacional.Em
termos teóricos, espera-seque
os estudos contribuam para enriquecer oconhecimento
acerca dosprogramas
de participação nos resultados,proporcionando informações que possibilitem
um
melhor
esclarecimento sobre osmesmos,
auxiliando assim, as organizaçõesna
decisãoda implementação ou não
dos referidos programas._
No
que
se refere aos aspectos práticos, pretende-se ressaltar a importânciados
programas
de participação nos resultadosno
cotidiano das organizaçõesque
procuram, constantemente, novas ferramentas de gestão que
possam
contribuirnum
melhor
gerenciamento dos seus recursos materiais ehumanos.
Além
de,com
os
dados da
pesquisa,fomecer
informações relevantes àempresa
Afla
e subsidiaroutras organizações elucidando possíveis dúvidas
na
escolha deum
programa
A
evolução histórica dosprogramas
de participação nos resultados,na
vida das organizações contemporâneas, passa pelo resgateda
históriada
relaçãodo
homem
com
o trabalho.Na
Inglaterra,no
início de 1800, após aRevolução
Industrial, ocorreram
mudanças
marcantesna fonna
de trabalho atingindo,principalmente, o trabalhador. _
Segundo
Rodrigues (1996), naquelaépoca o
homem
era consideradocomo
o principal recurso de produção, e
com
o advento industrial, asmáquinas
tomaram-se
mais importantes, substituindo ohomem
como
fonte de energia. _Em
virtude dessas alterações nos processos produtivos, surgiram asprimeiras dificuldades relacionadas
com
o comportamento do
trabalhador,que
foram
percebidas e estudadas pelos pesquisadoresda
administração científica edas teorias e abordagens administrativas subseqüentes.
Mesmo
com
todas asmudanças
ocorridas dentro e fora das organizações, osnestudosdemonstram
que o
trabalho éum
fator importantíssimo na vidaidecada
pessoa. Para Martin-Baró (1985),
o
trabalho é a principal atividadehumana
sendo
um
marco
de referência fiindamental,na
própria definiçãoda
existênciahumana.
Muito
embora, estejano
trabalho a possibilidade de concretização dossonhos, realização pessoal e profissional, as relações
no
ambientede
trabalho ainda são,na
sua grande maioria, conflitante.Mesmo
com
esses conflitos asorganizações
modemas
têm
a consciência deque
o elementohumano
assume
um
papel de fundamental importância,
passando
a depender cada vez mais deste para a concretização de seus objetivos.Por
esse motivo, visandocompreender melhor
tais relações, a seguir será
abordado
deforma
sintética o desenvolvimento das2.1
DESENVOLVIMENTO
DAS RELAÇÕES DE
TRABALHO
'A
história revelaque
o desenvolvimentoeconômico
e tecnológicodo
Paísjá iniciou
com
um
atraso de cerca de 150 anosem
relação aos países maisdesenvolvidos, principahnente, os Estados Unidos. Para Gehringer (1999), este
atraso refletiu diretamente nas organizações fazendo
com
que
estejam voltadaspara
uma
cultura de produção,com
altos investimentosem
tecnologia e escassosinvestimentos nas pessoas.
No
regime escravocrata, ohomem
é objeto e pertence ao senhorque
é seudono
absoluto.Cabe
lembrar que,segundo
Souza
(1994), este regimeocupa
quatrocentos anos dos quinhentos
da
história brasileira das relaçõesde
trabalho.No
período colonial, aprodução no
País erapuramente
artesanal enem
ocafé,
que
fezo
Brasil tomar-se conhecido mundialmente, conseguiu acrescentaralgum
tipo de evolução tecnológicano
processo de produção.Dessa
fonna,o
Paísentrou
no
seu quarto ciclo econômico, utilizando-se de trabalhadoresdesqualificados e
com
técnicas administrativas rudimentares.Ainda
sobreo
assunto,Souza
(1994)comenta
quecom
o passar dos anos,as cidades
foram
crescendocomo
centros de troca evenda
de produtosartesanais. Junto delas, cresceram
também
os artesãos, apoiadosem
corporações,que se transformaram ntuna unidade socioeconomica
bem
definida e poderosa,com
regulamentos própriosque
fiscalizavam a excelênciado
produto epromoviam
a assistência aosmembros
necessitados.Ao
associar as similaridades desses períodoscom
omodo
deprodução
atual, pode-se observar que:
...diante da enorme desumanização de
uma
longa linha de montagem, nos esquecemos que a indústria moderna temuma
das suas mais fortes raízes no artesanato doméstico medieval, onde “viver” e ftrabalhar”
eram
uma
coisa só.Em
que ohomem
não saía do seu contexto socialpara entrar na fábrica,
em
que a produção deuma
utilidade fazia parte deritos da vida social e da dignidade doméstica( Souza, l994, p.84 ).
'
Johnson
(1996)comenta que
com
a multiplicação dos ateliês demanufatura, a importância
do mercador
foi aumentando. Para atender à crescentedemanda
do
mercado
comprador, ele passa a contratar diversos artesãos e aadquirir equipamentos,
tomando
o processo deprodução
mais rápido.Nesse
período,
o
autor relataque
os negócios prosperaram ultrapassando qualquerexpectativa
da
época.O
êxito levou os capitalistas a valorizar onovo
sistemacomo
omelhor
possível e, assim, investir nas suas fábricas.O
autor destacaque
no
decorrerdo
séculoXIX,
as invenções semultiplicam e surge o
que
sepode chamar
de tecnologia.No
entanto, ascondições de trabalho
eram
abomináveis:não
existia limite para a jornada detrabalho
ou
idademínima
para trabalhar, as instalaçõeseram
sujas e abafadas e aspunições
eram
na
base'do
laço.As
pessoascontinuavam
sendo maltratadas ediminuídas à condição de escravos.
X
O
séculoXX
inicia~secom
condições para aumentar a rapidez, a eficiência e a eficáciada produção
industrial, faltando apenasquem
ordenasse o trabalho dentroda
fábrica.Essa
ordenaçãocomeça
a ser realizadacom
os estudos deTaylor. Para
Montana
eChamov
(1998), Taylor atravésda
utilização de seus estudos detempos
emovimentos
e deum
sistema derecompensa
por peça,que
remunerava
os trabalhadores porpeça
produzida, consegue melhorar a eficiênciadas pessoas de
forma
significativa.Stoner e
Freeman
(1995) salientamque
dessa maneira os trabalhadoresrecebiam
mais
por seu trabalho porqueeram
instigados a iralém
dos seus padrõesdo equipamento
industrial,como
Lun motor,uma
ferramenta,sem
capacidade de pensarou
sugerir,somente
de melhorar sua capacidade produtiva. ParaAktouf
(1996), Taylor
marcou
suaépoca
com
seu enfoqueextremamente
individualista eeconômico,
voltado apenas para o planejamento, disciplina eordem
desconsiderando os as ectos
P
determinantesdo
com
P
ortamentohumano.
. Chiavenato (1998) aborda
que
omovimento
das relaçõeshumanas
foium
dos grandes impulsionadores das atenções e preocupações
com
o bem-estardo
trabalhador
no
seu ambiente de trabalho. Essemovimento
levouem
consideraçãoos aspectos sociais e
humanos
dos trabalhadores,que
são fundamentais parao
bom
andamento
edesempenho
de qualquer organização.Os
proponentesda
abordagem
das relaçõeshumanas
alegavam que
os administradoresdeveriam
enfatizar o bem-estar, a motivação e a
comunicação
dos trabalhadores,acreditavam
que
as necessidades sociais tinham prioridade sobre as necessidades econômicas.V
Conforme
salienta Stoner eFreeman
(1995), para
Mayo
estava latente anecessidade de
um
conceito de“homem
social”complementando
o antigo conceito de“homem
racional”.Mayo
não
partedo
pressupostoda motivação
exclusiva para atender as necessidades
econômicas
mas
sim,da motivação que
ahneja relacionamentos
recompensadores no
ambiente de trabalhoque servem de
estímulo para a satisfação de suas necessidades sociais.
Além
de
estar maisvoltados à procura de resposta aos desafios
do
grupodo
que ao controleadministrativo.
Aktouf
(1996)comenta que
as teorias oriundas deste período, incluindo-sea taylorista,
têm
suaorigem
em
concepções
de sereshumanos
ede
relações detrabalho
que
são procedentes de experiências negativas queproduziram
resultados desfavoráveis
no
desempenho
empresarial ena
produtividade dos empregados.No
entanto, enfatiza-se a necessidade de continuar-se estudandoessas teorias para
um
melhor
entendimento, pois as organizações e seus trabalhadores, ainda hoje,agem
confonne
seus preceitos.Um
resumo do
desenvolvimento das relações de trabalhoao
longoda
história brasileira é apresentado
no
Quadro
1, a seguir:Quadro
1-
O
desenvolvimento das relações de trabalhono
BrasilModelo
Padrão
InternacionaEnfoque
Patriarcalismo Escravista
O
homem
coisaPatemalismo Empirismo totalitário de
O
homem
infantilcunho emocional
Mecanismo autoritário de
Taylorismo cunho darwinista
O
homem
de metalA
mistificaçãoRelações Humanas institucionalizada
O
homem
“importante”Organizacionismo Normativo
-
burocratizanteO
homem
de papelFonte: Souza (1994, p. 34).
O
retrospectodo
desenvolvimento das relações de trabalho,bem
como
dospressupostos
que
originaram opensamento
administrativomoderno têm
extrema
importância
no
desenvolvimento deste trabalho.Compreendendo
ocaminho que
se percorreu para chegar às atuais
concepções
de motivação, valorização,comprometimento
e remuneração, pode-se verificar os principais reflexos dessasnas
novas
formas de gestão de pessoal.Ao
longoda
história das suas relações, o trabalhadorsempre
ocupou
um
local desclassificado
na
pirâmide social.O
homem
viveu séculos e séculossem
afábrica
ao
passoque
a fábricanão
viveuum
diasem
ohomem.
Constata-se que, apartir
da década
de 50, desencadeiam-semudanças
que
provocam
alteraçõesno
2.2
REMUNERAÇÃO
VARIÁVEL
Com
basena
literatura, pode-se observar que, aadoção
das mais diversasformas de
remuneração
variável está crescendo,em
todo omundo,
em
um
ritmo bastante acelerado.No
Brasil, estas ferramentas de gestãoparecem
serconsideradas pelas organizações
como
inovadoras e desafiadoras. Provavelmente,porque
a inovação eios
desafios pressupõem, nas organizações,um
relacionamento de
comprometimento
com
os seus trabalhadores,como
requisitofundamental à motivação e
manutenção
dos seus talentoshumanos.
No
que
se refere à motivação,Chaves
(1992) a conceituacomo
sendo
um
estado interno
que
impulsiona e orienta o comportamento. Para o autor, asrespostas relativas aos questionamentos
do
porquê
epara
quê
de determinada ação estão ligadas às estruturas motivacionais,ou
seja, às condições e processosfisicos e psíquicos
do
serhumano.
Sendo
assim,conforme
Vey
(2000), a motivação está relacionadacom
apersonalidade
da
pessoa e seu desenvolvimento mental, profissional e social.E
é,através dessa força intema,
que
o indivíduo obterá estímulos para buscarsatisfazer suas necessidades e metas estabelecidas.
A
motivação faz partedo
serhumano,
transformado-se a todo instante, durante o contínuo cicloda
vida.Por
isso, ela é considerada
um
dos principais fatores para a melhoria dodesempenho
pessoal e organizacional. '
_ _
O
conhecimento
das transformaçõesque
o perfil profissional exigido pelasorganizações passou, nas últimas décadas, serve para
uma
melhorcompreensão
da
importânciada manutenção
dos seus talentos,conforme
pode
serobservado
no
Quadro
2
-
O
perfil profissional ao longo dos tempos.Anterior à década
de 70 de 70 e 90
Entre as décadas
Ontem
1995A
experiência é o requisito fundamental.O
grau de escolaridade é o_ requisito fundamental.O
resultado apresentado o requisito fundamental. éA
realização da sua equipe é o requisito fundamental.Acomodado. Confiante. Curioso.
Tem
visão global daempresa e dos negócios.
Dependente das decisões superiores.
Político. Independente. Entende e trabalha
em função da estratégia da empresa.
Carreirista. Criativo."
Cooperador, nao é preso funções exclusivas de se cargo. às u Facilitador Resistente às mudanças. Procura ajustar-se às mudanças de seu tempo.
Procura gerar mudanças Lidera mudança.
Conhecimento adquirido
sua vivência profissional
Conhecimento calcado no aprendizado acadêmico. Conhecimento é obtido no aprendizado acadêmico e experiência profissional. Conhecimento calcado no aprendizado contínuo.
O
salário é determinado pela empresa.O
salário é negociado com a empresa.O
desempenho émensurado pelas suas
realizações individuais.
A
remuneração é determinada pela importância de seu trabalho.A
remuneração édeterminada pelas suas
realizações e,
principalmente, pela
da sua equipe de
trabalho e dos resultados
da empresa. Fonte: Pontes (1995, p. 33).
Observa-se
no
Quadro
2,que
existeuma
tendência nas organizações a disputarem os profissionais mais qualificados, consideradoscomo
talentosindispensáveis para o seu sucesso.
Por
esse motivo,em
quase todas as bibliografias, deste final de milênio, encontra-seuma
certa exaltação àimportância dos talentos
humanos
para as organizações.O
queprovoca
autilização de diferentes alternativas para atrair e manter os profissionais mais
qualificados, ultrapassando 'os beneficios tradicionais,
que
apresentavamuma
Com
certeza existem inúmeras altemativas para auxiliarna
resolução dessedilema,
mas
a maioria passa pelas melhoriasno
ambiente de trabalho até a criaçãode beneficios
que
possibilitemuma
vidamelhor
forado
local do emprego.As
'
~ ~
organizaçoes estao
compreendendo que
aimplementação
de propostasque
sobrepujem
asnormas
legaisdo
contrato trabalhista proporciona ao trabalhadoruma
maior
satisfação e motivaçãono
trabalho.No
entanto, cada organizaçãoprecisa identificar as necessidades dos seus trabalhadores, para oferecer-lhes os beneficios
que
as satisfaçam, caso contrário o esforço terá sidoem
vão.Destaca-se que, dentre o conjunto de beneficios implementados, os
programas
deremuneração
variável que, para Garrido (1999),somente
tornam-sevariáveis à
medida que
interfere diminuindoou aumentando
os índices' dosresultados alcançados.
Além
disso, essesprogramas
estão conseguindo obterum
lugar de destaque,
como
fator motivacional eaumento do comprometimento
dostrabalhadores
com
os resultados organizacionais. ,Segundo Coopers
eLybrand
(1996), as empresas estão adotando aremuneração
variávelcom
o objetivo de estabelecerum
vínculo transparente derecompensa
pelo esforço a mais colocadono
'alcance dos resultados preestabelecidos.
Mas
também,
para estimular o indivíduo eo
gmpo
abuscarem
amelhoria contínua, enfatizando a responsabilidade conjunta pelos
bons
emaus
resultados e a transformação de custos
fixos
em
variáveis. ,.Exemplificando,
Pontes( 1995)comenta que no
Japão30%
daremuneração
dos trabalhadores corresponde a
uma
parcelamóvel
e outros70%
ao
salário.A
parte
fixa
écomposta conforme
a definição das estruturas salariais e a móvel,advém
de fatores,como
por exemplo:desempenho
individual eem
equipe detrabalho, qualidade, produtividade e outros.
variáveis precisam ser elaborados levando
em
consideração trêscomponentes
essenciais.
O
primeiro, os fatoresdeterminantes que
englobam
as condiçõesde
gestão sistêmica,
comportamento
organizacional, metas e objetivos, os quaisexpressam
os resultados pretendidos pela organização.O
segundo, os indicadoresde
desempenho
que
através dos índicesquantitativos e/ou qualitativos (subjetivos
ou
comportamentais) estipulados pelaorganização propiciam aos envolvidos
manterem-se
infonnados a respeito decomo
seudesempenho
está refletindono
resultado globalda
empresa.Os
indicadores de
desempenho
atravésdo
planejamento e desenvolvimento denovos
padrões de produtividade e qualidade, possibilitam
uma
mensuração
do
desempenho
individualou
por equipe para opagamento do
beneflcio.É
de
fiindamental importância
que
tais padrões dedesempenho
sejam
factíveis econvergentes
com
as diretrizes e os objetivos estratégicosda
organização.As
formas
de
recompensa
que correspondem
ao terceirocomponente.
Estas são as diferentes
opções
criadas para remunerar os trabalhadores peloalcance das metas e resultados organizacionais obtidos
num
determinado período..
Segundo
Garrido (1999), aremuneração
variável pretende sustentar -acultura participativa reforçando os processos de qualidade total e estabelecendo
um
vínculo direto entre aremuneração
e os resultados esperados. Vínculo esteconseguido
com
o estabelecimentoda
'variabilidade' nos valores recebidos pelos trabalhadores: melhores resultados, maiores ganhos.Além
de motivaro
“sentimento” dos trabalhadores a reconhecerem-se
como
“donos .do negócio”, atravésda
interligação dos seus valorescom
osda
organização. 'Dentre as vantagens
da remuneração
variável apresentadaspor.Coopers
eLybrand
(1996), destaca-seo fato de propiciaruma
visãomais
ampla do
negóciode todos,
com
a finalidade de inovar os produtos, diminuir custos e melhorar a qualidade.Existem
diversosmodelos
deremuneração
variávelque
correspondem
apenas a Luna parcela dos ingredientes
que proporcionam
a motivaçãohumana
nasorganizações,
mas
esta parcelanão
émenos
importanteem
todo o conjunto.Essa
diversidade
pode
ser observadana
Figura 1,onde
Xavier et al. (1999) apresentaos principais
modelos
deremuneração
variável,também
verifica-seque
quantomais
no
ápiceda
pirâmideo
modelo
estejamenos
participação das pessoaspropicia.
Por
esse motivo, é importanteque
a organização obtenhao
máximo
de informações a respeito desses modelos, para implementar oque
mais condizcom
o nível de participação pretendida, evitando-se assim, firustrações de
ambas
aspartes
com
os resultados obtidos.Figura 1
-
Principaismodelos
deremuneração
variávelPoucos participam Participação Acionária Bônus Institucional Reconhecimento/ Peri or mance Comíssionamento Incentivos Grupais Piano de Sugestões Ganhos de Produtividade
Participação nos Lucros
Distribuição nos Lucros palfäâgâm
Participação nos Resultados 5
Fonte: Xavier e_t al. (1999, p. 28).
Pontes (1995) simplifica a
figura
definindo trêsmodelos
principais deestipular
o
ganho
variável dos trabalhadores: a participação através de sugestões,Os
programas
de sugestõespartem do
princípio da participação dostrabalhadores
na
melhoria dos processosque
influenciam, diretamente,como
porexem
P
lo: seu trabalho, custos eaumento
deP
rodutividade. _Se
8
undo o
autor,neste tipo de participação,
o
trabalhador recebe,em
média,20%
da
reduçãode
custos, obtida
com
sua colaboração.No
entanto, a participação através desugestões
somente
terá êxito se existiralgum
tipo de premiação, casonão
haja,dificilmente serão obtidos resultados positivos. A
Outro fator para
o
sucesso dessa metodologia estána
valorizaçãoda
participação
do
trabalhador, seja ela individualou do
grupo, simplesou
sofisticada, o retorno quanto à utilização
ou não da
idéia deve ser realizadosempre, para
não
prejudicar a credibilidadedo
programa.Pontes (1995) cita três
exemplos
deprogramas
de sugestões reforçando asvantagens de sua implementação.
A
STHIL,
uma
fábrica de motosserras,incentiva as pessoas a refletirem sobre os processos
da empresa
apresentandosugestões de melhoria.
No
Íinal de cada ano,em
plenária,com
todos os funcionários e diretoria, os autores das sugestões as apresentam e aquelas consideradas as melhores são premiadascom
viagens técnicas a outras empresas,em
qualquer lugardo
Brasil,que
postulemcom
os preceitosda
qualidade,onde
oinvestimento total é
da
empresa. _'
A
fábricada
VOLKSWAGEM
de Taubatéeconomizou
1,8 milhão dedólares
com
as sugestões implementadas.Premiou
210, das2030
sugestões recebidasno
período de1984
e 1994.A
TAM,
outrobom
exemplo
deque
a valorização das sugestões dos trabalhadores éum
bom
negócio para diminuir oscustos.
Com
seuprograma
de sugestões aempresa
conseguiu atravésdo
bilhetePara
Flanneryet
al. (1997) a participaçãocomo
acionistas pé aforma
deremuneração
variável mais complexa, pela dificuldade de operacionalizá-lapor
causa das implicações trabalhistas e a regulamentação
do
mercado
financeiro.A
participaçãocomo
acionista permite o acesso de todos os funcionáriosao
capital
da
empresa. Assim, os funcionários sendo sócios são co-proprietários,donos da
organizaçãoem
que trabalham, focandouma
relação de longo prazo.Coopers
eLybrand
(1996)destacam
como
principais formasde
participação acionária, as seguintes: distribuição de ações,
venda
de açõesopção
de
compra
e ações virtuais.A
distribuiçãode
açõesembora
seja aforma
maistradicional
de
participação acionária, geralmente é utilizada para o nívelinstitucional.
A
venda
de
ações ocorrequando
aempresa
disponibilizaum
lote limitadode
ações para seus trabalhadores.Com freqüência, asempresas
estipulamum
prazomínimo
de dois anos para avenda
das ações adquiridas.Opção
de
compra,
este tipo de participação acionária éum
direitoque
aempresa concede
zao seu trabalhador, garantindo-lhes a possibilidade de
compra
de açõescom
valorpré-fixado
numa
data futura de uns cinco a dez anos.Ações
virtuais, este tipode
participação acionária é muito utilizado
quando
existe a perspectivade
crescimento
da empresa
pelaexpansão
ou criaçãode novos
negócios. No.Brasil, ainda épouco
conhecida.Nesse
programa, aempresa concede
aos seus trabalhadoreso
direito a ações ainda não-existentes e não-disponíveis. 'Para os autores, as principais vantagens
da
participação acionária estãono
aumento do comprometimento
pormeio da
co-propriedade; o incentivo às açõesindividuais direcionadas para o incremento
do
valordo
negócio; e o estímulo àcolaboração de todos.
i
Coopers
eLybrand
(1996)destacam
como
desvantagen§¿_ o focoem
um
único grupo
da empresa pode
gerar conflitos; as constantesmodificações na
legislação financeira e trabalhista e a supervalorização das ações
podem
descaracterizar o
programa
como
de recompensa, àmedida que
toma
inviável a aquisição de ações por parte dos seus trabalhadores.A
terceira maneira de participação apresentada por Pontes (1995) éa
participação nos resultados que muitas empresas estão adotando e será, posteriormente,
melhor
descrita.Cabe
ressaltar que, cada organizaçãotem
a responsabilidadede definição
clara das estratégias de
remuneração
variávelque
irá adotar, precisando serbem
avaliadas e direcionadas às reais necessidades
do
trabalhador e, logicamente, àscondições
da
organização. Para Costa (1987), este é o foco central das empresas,em
termos de estratégia de remuneração.2.3
EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
DOS
PROGRAMAS
DE
PARTICIPAÇÃO
NOS
RESULTADOS
~O
pensamento
de transfonnar a relação de trabalho, através de fonnasdiferentes de
remuneração do
trabalhador,vem
sendo ao longo dos tempos,objeto de estudo de administradores, empresários, sindicalistas e juristas.
Todos
esses profissionaisempenham-se
em
criar princípios e programas, a partirde
suas convicções,que
inovem
e sirvam demodelo
para muitas outras organizações.A
participação nos resultadosvem
sendo introduzida nas relaçõesde
trabalho,partindo de pressupostos de
ordem
social e política.João (1998), dentre outros autores, destaca a primeira iniciativa
de
implementação
deprogramas
de participação nos lucrosou
resultados atribuídaao fiancês,
Edmé-Jean
Leclaire.Em
1843, Leclaire eradono
de urna fábricade
trabalhadores, entregando-lhes parte desses, o que
na
época
correspondia aaproximadamente,
12 milfiancos
em
ouro.O
autor ressaltaque
mesmo
antes de Leclaire,Napoleão
Bonaparte já tinharealizado
uma
iniciativa, deforma
oficial e legal.Em
15 de outubro de 1812,regulamentou a participação dos atores
da
Comédíe
Française nos lucros líquidosdas atividades
do
teatro francês,no
fmal de cada ano.A
participação era divididaem
quotas,num
total de 24, sendouma
destinada paraum
fundo de reserva,meia
para
embelezamento
e restauraçãodo
teatro e as outras 22,eram
divididas entreos atores associados.
No
entanto, salienta-seque
as manifestações ocorridasforam fiuto
do
incentivo e iniciativa dos
donos
das organizações. Esses acreditavamque o
novo
sistema de
remuneração
poderia seruma
fonte de motivação ecomprometimento,
ocasionando
um
aumento
de qualidade e produtividade dos seus produtosou
serviços.
Por
esse motivo, naquela época, esse sistema deremuneração
obteveêxito,
sendo
adotadoem
outros países e regiõesda
França.Segundo
Chiavenato (1998), FrederickWinslow
Taylorque
viveu de1856
a 1915, dedicou-se a estudar a
execução
de cada tarefa nas fábricas através dostempos
e movimentos, naqueletempo
propôsum
sistema de incentivo eremuneração que
tinha por finalidade aumentar a produtividade daquelasorganizações.
Para o autor,
Henry
Ford, praticamenteno
mesmo
período,também
acreditavaque
o operário deveria sermelhor remunerado
se sua produtividade fosse melhor. Entretanto,o pagamento
porpeça
produzidanão
era utilizado defonna
uniforme nos grupos gerando conflitos internos, desgaste nas relações entreos grupos e suas lideranças,
além
de reforçar a cultura individualista. ~Confonne
Wood
e Picarelli (1999), nos anos 30, a indústria depassou
a ser símbolo de sucesso empresarialquando implementou
uma
política departicipação nos resultados semelhante à utilizada atualmente.
As
estratégias deremuneração
variável adotadas pela Lincohi Eletriciniciavam
com
o pagamento
deum
bônus
aos trabalhadores peloaumento da
produtividade,passavam
pelos incentivos à baixa rotatividade, efinalizavam
com
~
a participaçao acionária. `
Com
um
sucesso tão significativo, omodelo
deremuneração
variável adotado pela Lincoln EletricCompany
transformou-seem
objeto de estudo de caso
da
escola de administraçãoda
Universidade de Harvard.Xavier
et al. (1999)complementam
o fato, enfatizando queo
resultadooperacional obtido pela Lincohi Eletric
Company
foi de três vezes a produtividademédia
das empresasdo
setor.A
indústria passou60
anossem
prejuízo e 30' anos
sem
nenhuma
demissão de trabalhador.Um
dos primeiros países a oficializar a participação nos lucrosem
suaConstituição foi
o México,
em
1917,tomando-a
obrigatória para as organizaçõesagrícolas industriais, comerciais e de mineração,
conforme
o estabelecidono
artigo 123,
VI
eIX:
o salário mínimo, do qual deverá desfrutar o trabalhador será aquele que
se considerar suficiente, conforme as condições' de cada região, para a satisfação das necessidades, normais da vida do operário, à sua educação
e ao descanso e lazer convenientes, considerando-o
como
pai de família.Em
toda empresa agrícola, comercial, manufatureira ou mineira, ostrabalhadores terão direito a
uma
participação nos lucros, a qual será reguladacomo
é indicado no § IX (Constituição Federal do México de1997 apud João, 1998) .
Para João (1998), dois fatos
marcaram
o início dasmudanças no
Brasil,no
que
se refere a formas diferentes de remuneração.O
primeiro fato aconteceucom
a inclusão
do
artigo 457, parágrafo 1°,da
Consolidação das Leisdo
Trabalho.O
único lapso nesse artigo foi