CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
CCSM
N~C|1flffl- TCC UFSC ENF 0304TCC
Título:O
processo de parir : umaUFSC
experiência assistencial do cuidado de03?4 912492251 Ac. 241497
E
UFSC BSCCSM CCSM
E×.I
O
PROCESSO
DE
PARIR:
UMA
EXPERIÊNCIA
ASSISTENCIAL
DO
CUIDADO
DE
ENFERMAGEM, BASEADA
NA
TEORIA
TRANSCULTURAL
DE
MADELEINE
LEININGER.
PATRÍCIA
ADRIANA
KLEIN
sIMoNE DE
MELO
O
PROCESSO
DE
PARIR:
UMA
EXPERIÊNCIA
ASSISTENCIAL
DO
CUIDADO
DE
ENFERMAGEM, BASEADA NA
TEORIA
TRANSCULTURAL
DE
MADELEINE
LEININGER.
Trabalho de Conclusão do Curso de
Graduação
em
Enfermagem
daUFSC,
apresentado à Disciplina“E
nƒermagem Assistencial Aplicada”oRIENTADoRAz
ENE
EVANGUELIA
I<oTzIAsATHERINO
Dos
sANTos
sUI>ERvIsoRAsz
BNP
VITÓRIA
REGINA PETTERS
GREGÓRIO
ENE'
ANDRÉA A
C.BASTOS
JUCHEM
ENE
EDITH
ILZA P.ESQUIVEL
E mg-¬1|5;›z I _ .››_. e fúrlalece , é .z *iv 1 f › W» ×
“Ê¿¢m‹¢¢Z'aecaø:z¡Ç¶egú'¢*oz¢‹2:.'9aêø¿a/aazeo¢áe‹'to de,øe¢4o¢¢à:tø¿‹'qeøde¢ea¢{e&zda4ôu2wça¢.'ø:øzecø¢a
wuídaaçãademaäwéáaauwaeaupaamaøhøáçãade
{¢¿¢a¢¢»z‹'碢.~¢p¢eó¢'az¢¿ele;¢. e«¢ø¢z°zm‹›me¿éa›z no¢a‹‹:9w4.'a{e¿xafzamua‹(a¢‹m,áa:¢øoøzø€õ€o›z,4ej¢,êa›z fzedaøwda' ' wadúcaaz" âzzwzí' gaeaaøze‹w¢‹wza,a‹2(a %¢a¿tø¢t‹2ᛢa¢e¢¢a/Êdfiá
70a¿'da ãøzøuaõz.7íø:¿e@¿e‹‹‹m77íe¢qe4
7í¢›z&›z:‹›¢z4d¿K'leúz
Âúadezmz
“7zzz›;¿›zé‹zd¢7/talz»,áfela/neaeøçamønmrdagueyifaøtaê
cmwzmhwé.
Gostaríamos de aproveitar para agradecennos todos àqueles
que
diretaou
indiretamente colaboraram paraque vencêssemos
mais esta etapa de nossasvidas.
Em
especial:Ó
À
Deus, primeiramente,por
ter-nos concedidoo
dom
da
vida, epor
estar
sempre
ao
nosso lado iluminando nossoscaminhos
eampliando novos
horizontes.
Ô
Aos
nossos pais, os quaisamamos
muito,por
nos
terem incentivadoao
longo
do
curso e acreditadoem
nosso potencial.Ô
Aos
nossos irmãos queridos, pelo carinho e estímulo quantoao
exercício
da
profissão de enfermagem.
Ô
Aos
namorados
Leandro
L.de Pinho
eMarcio
N. Wanderley,ao
noivoMarcelo de
Oliveira eao
esposo Gilberto Brasil,pela
dedicação,~
compreensão, particzpaçao e apoio
na
elaboraçãodo
trabalho.Ó
À
Orientadora e Enfermeira Evanguelia K. A.dos
Santos, peladisponibilidade, companheirismo, dedicação, incentivo, transmissão
de
conhecimentos e
acima
de
tudo,pela sua amizade
e carinho.Ó
Às
Supervisoras e Enfermeiras Vitória P. Gregório,Andréa
A.C.B.Juchem
e Edith TÍP. Esquivel,que colaboraram
intensamentena
construçãodos
nossos conhecimentos.ÓÀ
clientela,que
sem a
qualnão
seria possívelo
alcance dos objetivosO
À
todos osfimcionários
edemais
profissionaisque
atuam
no
CentroObstétrico
da
Maternidade
Carmela
Dutra, pela atenção, carinho e receptividadeque
contribuírampara
o
enriquecimentode
nossosconhecimentos, tanto pessoal
quanto
profissional.Õ
Aos
professoresdo
Curso de
Graduação
em
Enfermagem,
em
especiala
Maria
de Fátima
Zampiéri,Maria da Graça
P.do
Nascimento
eOdaléa
Maria
B.dos
Santos,pela
atenção ecompreensão
atravésdo
empréstimo
deobras literárias.
Õ
À
professora TâniaMara
Xavier Scóz
por
sua
dedicação e alegriatransmitida
a
nós
duranteo
curso.I)
À
professora,Marisa
Monticelli,pela
disponibilidade, dedicação econforto
à
nós dispensados.O
À
Gerência
Administrativa ede
Enfermagem da
Maternidade
Carmela
Dutra,
que mostraram-se
receptivos frentea
nossa propostade
trabalho.I)Às colegas
de
cursoAndréia
L.de
Jesus eEugeni
Galvez, pela atençãoe
tempo
a
nós
reservado.O
E
a
todos os funcionáriosdo
Departamento
eCoordenadoria de
Este trabalho trata de
uma
experiência assistencial realizada poracadêmicas
do
último semestredo Curso
deGraduação
em
Enfermagem
da
UFSC.
Relatao
cuidado desenvolvido jtmto às parturientes e seus familiares,utilizando a teoria
da
Diversidade e Universalidadedo Cuidado
T
ranscultural deMadeleine
Leininger.Tem
como
objetivos: identificar as diversidades euniversalidades culturais
do
cuidado das parturientes e familiares; diagnosticartais áreas; planejar e implementar os cuidados de
enfermagem
juntoa
estes, e avaliar se esses cuidadosforam
suficientes para manter, adaptar e /ourepadronizar,
bem
como,
contribuir para aimplementação
dos08
(oito) passospara
a
Matemidade
Segura, possibilitando a presençado
paino
CentroObstétñco, e
manutenção
dos 10 (dez) passos para o sucessodo
aleitamentomaterno; aprofundar conhecimentos; buscar atuar conjuntamente
com
a equipede
enfermagem
e respeitar os princípios éticosda
profissão.O
referido trabalho,foi desenvolvido
no
períodocompreendido
entre 31/03 à 12/06/97no
CentroObstétrico (C.O.)
da
MaternidadeCarmela
Dutra, localizada à ruaImiã
Benwarda
208, Centro - Florianópolis - SC.A
clientela alvo foi constituída porparturientes e seus respectivos familiares
que demonstraram
interesse eaceitação
na
participação deste trabalho.Na
execuçãoda
experiência assistencialforam
assistidas 117 parturíentes, dentre as quais 16foram
selecionadas para a aplicação
do
processo deenfermagem, além do
que, estasestavam
acompanhadas
por seus companheiros e/ou outros familiares. Esteestudo constata
que
as dúvidas das parturientes e/ou familiares, quanto aosfenômenos
queenvolvem o
parto,bem
como
os primeiros cuidados referentesao recém-nascido,
amamentação, além
dos valores e crenças relacionados principalmente ao processo de parirforam
bastante diversificadas.As
parturientes selecionadas se caracterizam por estarna
faixa etária de 15 a 35anos, primíparas, de religião católica, casadas,
do
lar,com
segundo
grauincompleto e procedentes
da
regiãoda
grande Florianópolis. Acrescentando-se àisto, pôde-se conhecer diferentes crenças, valores e costumes pertinentes ao
1-
INTRODUÇAO
... ..2 -
OBJETIVOS
... ..2.1 - Objetivo Geral ... ..
2.2 - ObjetivosEspecíficos ... ..
3 -
REVISÃO
DA
LITERATURA
... ..3.1 - Aspectos Psicológicos Vivenciados durante a gravidez ... ._
3.2 -
O
Parto ... _.3.2.1 - Conceito ... ._
3.2.2 - Trabalho de Parto ... _.
3.2.3 - Comparação entre o Trabalho de Parto Verdadeiro e o Falso
Trabalho de Parto ... ..
3.2.4 - Períodos Clínicos do Parto ...
`
3.2.4.1- Primeiro Período: Dilatação ... ..
_ 3.2.4.2 - Segundo Período: Expulsão ... ..
3.2.4.3 - Terceiro Período: Dequitação ou Secundamento .... .. 25
3.2.4.4 - Quarto Período: Greenberg ... ..
3.3 -
O
Partocomo
Fenômeno Psicossomático ... ..3.3.1 - Questões Culturais Envolvidas no Processo de Parir ... ..
3.4 -
A
presença do acompanhante / família no Processo de Parir ... ..3.5 -Assistência de Enfermagem durante o Trabalho de Parto ... ._
3.6-
O
Nascimentocomo
um
Evento Singular ... _.”
3.6.1 -
A
Adaptação a Vida Extra-Uterina ... _.3.6.1.1 - Modificações Respiratórias ... ..
3.6.1.2 - Modificações Circulatórias ... ..
3.7.1.2- Assistência de Enfermagem ao Puerpério Tardio ... 51
3.7.1.3- Assistência de Enfermagem ao Puerpério Remoto...._ 52
3.8 -
A
Questão do AleitamentoMatemo
... _. 523.8.1 - Conceito ... ._ 52
3.8.2 - Vantagens do Aleitamento
Matemo
... _. 533.8.3 - Aspectos Biológicos da Amamentação ... ._ 55 ' 3.8.4 -
Aspectos Sociais da Amamentação ... _. 56
3.8.4.1- Antropológicos ... .. 56
3.8.4.1 - Familiares ... _. 57
3.8.5 - Aspectos Econômicos da Amamentação ... ._ 58
3.8.6 - Aspectos Psicológicos da Amamentação ... _. 59
3.8.7 - Fatores que influenciam a Mulher na Prática do Aleitamento
Matemo
... ... _. 603.8.8 -Iniciação dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento
Matemo
... ._ 624 -
REFERENCIAL
TEÓRICO
... __ 644.1 - Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Transcultural de
Madeleine Leininger ... ._ 64
4.1.1 - Pressupostos da Teoria ... ._ ... _. 66
4.1.2 - Pressupostos Pessoais ... ._ 67
4.1.3 - Conceitos Norteadores do Trabalho ... __ 67
4.1.4 - Definição de Tennos ... .. 70
4.2 - Processo de Enfennagem ... _. 73
`
4.2.1 - Fases do Processo de Enfermagem ... _. 73
4.2.1.1 - Levantamento de Dados ... _. 74 4.2.1.2 - Diagnóstico de Enfennagem ... ._ 75 4.2.1.3 - Planejamento ... 75 4.2.1.4 -Implementação ... ._
76
4.2.1.5 - Avaliação ... _. 76 5 -METODOLOGIA
... _. 77 5.1 - Descrição do Local de Estágio ... ._ 775.2 - População Alvo ... ._ 79
5.3 - Plano de Ação ... ._ 80
7.2.1-ObjetivoN°l ... .. 7.2.2 - Objetivo N° 2 e N° 3 ... .. 7.2.3 - Objetivo N° 4 ... .. 7.2.4 - Objetivo N° 5 ... .. 7.2.5 - Objetivo N° 6 ... .. 7.2.6 - Objetivo N° 7 ... ._ 7.2.7 - Objetivo N° 8 ... ..
7.3 - Atividades Desenvolvidas e
Não
Planejadas ... ..7.4 - Alguns Depoimentos Envolvidos no Processo de Parir
8 -
FACILIDADES
E
DIFICULDADES ENCONTRADAS..
8.1 - Facilidades ... ..8.2 - Dificuldades ... ..
9 -
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
E
REcoMENDAÇÕEs...
10 -
BIBLIOGRAFIA
... ..19.1 -'Referências Bibliográficas ... ..
10.2 - Bibliografia Consultada ... _.
11 -
APÊNDICES
... ..No
passado,o
parto eraum
acontecimento social, ao qual acorriamfamília e vizinhança, cercando a
mulher na
«dor ena
celebraçãoda
renovaçãoda
espécie.É
bem
verdade que, às vezes,a
ajuda proporcionada era insuficiente, as técnicas inadequadas, eo
desfecho neniisempre
desejado. Hoje,com
amodemidade
eo avanço da
ciência, isto ocorremenos
freqüentemente (Arruda,1989)
Assim, nós, acadêmicas
do Curso
deGraduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina, matriculadas
na
8* fasedo
curso,onde
está alocada a disciplina de
Enfermagem
Assistencial Aplicada, à partir deexperiências vivenciadas
na
áreada
saúdeda mulher
ao longodo
curso,optamos
por trabalharna
promoção
deum
cuidado voltado a atender àsparturientes
da
Matemidade
Carmela
Dutra, demodo
a respeitar a suaindividualidade, tendo
como
base a Teoriada
Diversidade e UniversalidadeCultural
do Cuidado
de Madeleine Leiningezr.Segundo
Leiningerapud George
( 1* 993),o
cuidado édefnido
como
aqueles
fenômenos
relacionadoscom
o comportamento
de prestação de auxílio, apoioou
capacitação, paraum
indivíduo ou|por outro indivíduo (ou grupo),com
necessidades evidentes
ou
antecipadas de melhorarou
aperfeiçoaruma
condição de vidahumana.
Leininger (1985) diz que, o cuidado se ajusta às crenças, valores e
modos
de vida das pessoas,
ou
seja,o
cuidado qonsiderando a cultura eo
contextosocial
do
indivíduoou do
grupo. Ressalta ainda,que
os cuidadosvão além
das necessidades fisicas, emocionais e sociais idos indivíduos,uma
vez que, estestrazem satisfação global pela atenção
que
sê dará ao indivíduo, ao seu potencialcultural de pensar, planejar e agir, tanto para promover, manter, recuperar a
saúde
ou
originar melhores condições de vida.i
Acreditamos,
que
o cuidado é primordial à sobrevivênciado
serhumano,
l
no
entanto, este deveria ser maishumanizado,
vistoque
bibliografias_ . ~ J . .
demonstram que
existem diversos padroes de cuidado entre diferentes culturas.Leininger (1985), entende a
Enfermagem
como
uma
arte euma
ciência,cujo foco são os
comportamentos
personaliifzados de cuidado, funções e processode cuidar e cuja
compreensão
precisa serfundamentada
poruma
perspectiva transcultural. Destemodo,
um
dos fatores :que nos levaram a escolher a Teoria Transcultural de Leininger, foio
fato destifa acreditarque
a omissão de fatores culturais éum
dos principais obstáculos: à prestação deuma
assistência dequalidade,
uma
vez que, estes são as principais forçasque
influenciain aqualidade de saúde e a assistência de
enfermagem.
Leininger
apud
Atkinson (1989) -, declara sua crença de
que
aenfermagem tem
uma
obrigação ética de preparar profissionais para que elestrabalhem de
fonna eficaz
com
pessoas delorigens diversas, valorizando o saberpopular e respeitando os valores de vida
do
indivíduo e/ou grupo.Enfim, cabe ressaltar que a teorista
em
questão, proporciona a(ao)enfeimeira(o) trabalhar tanto
com
a realidade contextualdo
indivíduo quantocom
a redistribuiçãodo
saber. Acrescentanfido-se a isto, acreditamos que falta aoprofissional de saúde, muitas vezes
compreender o
indivíduocomo
um
“serúnico”,
que
traz consigo todauma
bagagem
cultural (crenças, valores, opiniões, sentimentos...).Nascimento
(1984), dizque o
tipode
assistência prestada deixa claro,em
última análise,que
o bem-estarda
gestante edo
seu concepto, é tido,unicamente,
como
o da
responsabilidade egda
competência dos profissionais edas instituições destinadas a prestarem assisstência a
ambos
(mãe
e filho).Considerando
o
contexto observadono
Centro Obstétrico,percebemos
em
especial,
que
a parturiente encontra-semomento
de ambivalência afetiva, necessitando deuma
assistênciamais
integr¡`ada e humanizada.Assim
sendo,propusemo-nos
a trabalhar defonna
em
que o
cuidadoprestado à parturiente a envolva
como
um
|“todo” (biológico, cultural e social),não
deixando de abordar seus familiares, especialmenteo
pai, jáque
estaencontra-se inserida
num
contexto sócio-cultural, visto que, a cultura éum
complexo formado
por conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes etoda e qualquer capacidade
ou
hábito adquiridos pelohomem,
como
membro
deuma
sociedade. ~Cabe
enfocar que, infelizmente,emfnossa
sociedade,o
painão costuma
participar ativamente
do
processo de nascinhento de seu filho.Acreseentando-se à isto, Parseval (1986, p.l7), coloca que, “na sociedade
veicula
uma
ideologia implícita,porém
iclara,no
discursoque
faz sobreconcepção, nascimento e puericulturafi ela privilegia gravidez, parto,
amamentação,
relaçõesmãe/filho
durante os primeiros anos, para ver aímomentos
essenciais...mas
essenciahnehte femininos...,o
homem,
o pai,permanece
em
“quantidade insignificante”l durante todo esse processo”.I
Assim, vimos também,
com
este trllabalho contribuirde
maneira
efetiva,no
que
diz respeito à presençado
paino
celhtro obstétrico.Helman
(1994), relataque
acomposição do
grupo familiar variamuito
entre as culturas e
também
seu papel nas vidas de seusmembros.
Concomitantemente, a familia é
compreendida
como
uma
pequena
sociedade,com
organização e cultura próprias.Uma
vez que, esta cultura envolveum
maneira de ver
o
mundo,
de experimenta-loemocionalmente
e a comportar-se especialmenteem
relação a outras pessoas.'
Observando-se este contexto, virnos
que além
de sua família, a parturientetambém
é excluídado
processo assistencial,não
lhe sendo conferidaa
oportunidade e a possibilidade de expressar suas próprias percepções e
necessidades. Assim, neste
momento
não
iháuma
participaçãoda
parturientecomo
um
elemento integranteda
assistência prestada, pois esta apenas segue asdeterminações estabelecidas
como
necessárias.Maldonado
(1978), refereque o
parto éum
momento
importante; ele simboliza a vida e,como
tal, encerra risco, imprevisibilidade, planosexpectativas, fiustrações e alegrias.
O
mediodo
parto está relacionado aomedo
da
morte.Há
também
sentimentos de insegurançaou
medo
denão
saberreconhecer os sinais de início
do
trabalho ide parto, de ficar desarnparada,sem
apoio,
medo
do
ambiente estranho edo
tipo de tratamentoque
irá receber equem
os dará.O
parto é vividocomo
algo intensamente doloroso edesagradável, o
que
está vinculado prinçipahnente à falta de inforrnações. Entretanto,o
partomarca
um
período de transiçãomuito
importantena
vida das mulheres, seja pelo nascimentodo bebê,
pelasmodificações no organismo
matemo,
pela readaptação e estruturação de tarefas, atividades, interesses e/ou pela responsabilidadeque
acarreta.Marcon
(1989), colocaque
escutar toque
amulher
traz consigo ecomo
ela
o
traz,o que
a fazsofier
e incomoda, ef: condição“SINE
QUA
NON”,
paraque
o
profissional de saúde possa juntocom
ela, localizar de queforma
seu saber específicopode
ser útil. Refere aindal,que
quando
senega
a singularidadede cada indivíduo e a elaboração própria de sua história socialmente vivida, se
impede que
o contatocom
os profissionaisda
saúde possa resultarno
atendimento às expectativas de
quem
o
proicurou.Finalizando, elegemos
como
local Ide estudo a Maternidade
Carmela
Dutra, objetivando alcançar
bons
resultadcls,uma
vezque
esta oferecendouma
atualmente
também
empenhada
em
implantar os08
(oito) passosda
Matemidade
Segura. 'Contudo, visamos ressaltar
que o
estudoem
questão,não dependeu
apenas
da
quantidade de parturientes, mas'também
deuma
boa
aceitação porparte dos profissionais
da
área, tendo em; vista que o foco predominanteda
2.1 -
GERAL
Desenvolver
o Cuidado
de Enfermagfgemno
Centro Obstétrico junto àsparturientes e familiares, utilizando
o
Processo deEnfermagem
orientado pela Teoriada
Diversidade e Universalidadedo Cuidado
Transcultural de MadeleineLeininger. '
2.2
-ESPECÍFICÕS
'1. Identificar as diversidades e
múvemalidades
culturaisdo
cuidado dasparturientes e familiares, através
do
levantamento inicial de dados; I2. Diagnosticar as áreas
em
que
ias parturientes e familiaresnão
encontram
uma
diversidadeou
universalidade culturaldo
cuidado;3. Planejar e implementar
o
cuidado ideenfermagem
junto às parturientese familiares
buscando
manter, adaptar e/ou iiiepadronizar os cuidados;4. Avaliar se os cuidados
foram
suficientes para manter, adaptar e/ourepadronizar;
5. Contribuir para a
implementação
dosO8
(oito) passos para aMatemidade
Segura e para amanutenção
dos 10 (dez) passos para o sucessodo
Aleitamento Materno, especificamente no'
que
se refere aos relacionados aoCentro Obstétrico;
6.
Aprofundar
os conhecimentos teóírico-clínicos relativos ao cuidado àparturiente e à Teoria de Leininger;
7.
Buscar
altemativas de atuação conjuntada
equipe deenfermagem
einterdisciplinar, visando o
desenvolvimentodo
cuidado;8. Desenvolver e manifestar atitudes. coerentes, referentes aos princípios
Com
o
intuito demelhor compreendermos o
estudoque
se seguiu,resolvemos elaborar
uma
breve revisão.da
literatura referente aos temasespecíficos abordados (parturiente, trabalho de parto, aleitamento materno,
acompanhante, cultura, dentre outros), a
fim
de que, esta possa contribuir para odesenvolvimento
do
trabalho.3.1 -
ASPECTOS
PSICOLÓGICOS
VIVENCIADOS
DURANTE A
GRAVIDEZ
No
presente estudo,vimos
a necessidade de fazerum
breve comentáriosobre os aspectos psicológicos de cada trimestre
da
gravidez, tendoem
vistaque
os sentimentos, ações e reações
da mulher
duranteo
trabalho de parto, são diretamente influenciados por suas vivências e experiências adquiridas ao longoda
gravidez.PRIMEIRO
TRIMESTRE:
a paittirdo
momento
em
que amulher
percebe a gravidez, seja através de sonhos, intuições
ou
através deexames
laboratoriais,
começa
a se desenvolver o sentimento de ambivalência afetiva,que
éuma
espécie de balançado
querer e 'do não-querer aquele filho haja vistoque
a gravidez implicaem
grandesmudanças
e envolve perdas e ganhos,Neste período a
mulher
pode
ter a sensação deque
o
fetonão
se encontraadequadamente
“preso”no
útero,provocando
fantasias de aborto, levandoalgumas
gestantes à tentativas propositaison
acidentais de aborto.SEGUNDO
TRIMESTRE:
do
ponto de vista emocional,o segimdo
trimestre é considerado
o mais
estável.É
neste periodoque
amulher
sente pela primeira vez osmovimentos do
feto, percebendo-o assimcomo
uma
realidadeconcreta. Através dos
movimentos
amãe
pode
atribuir caracteristicas pessoaisao feto,
como
“carinhoso”ou
“agressivo”.A
ambivalênciapode
manifestar-sena
interpretação dosmovimentos
fetais,
como
pelo alívio de sentir osmovimentos,
indicandoque o
feto está vivoou
pela ansiedade denão
sentirmovimentos
por dois dias,temendo
que algonão
esteja
bem com
o feto.O
impacto dosmovimentos
fetaistambém
ocorrecom
os familiares,principalmente
no
marido, que procura “pairticipar” dosmovimentos
atravesdo
~ 9
toque
no
ventreda mulher
eda
“comunicaçao”com
o
feto.No
que
diz respeito a sexualidade, as alteraçõesdo
desejo edo
desempenho
sexualtendem
a surgircom
imaior intensidade.Em
raros casos,observa-se
o aumento da
sexualidade, poisalgumas
mulheres,com
a gravidez sesentem mais
adultas e femininas, vivendo a'ssimo
sexo defomia mais
madura.Outro
fato marcante neste período, ëšque
amulher
sente-se muitas vezesfeia, sexualmente incapaz de atrair alguém, ocorrendo por este motivo, quase
sempre
retração sexual.TERCEIRO
TRIMESTRE:
neste períodoo
nivel de ansiedade tende aelevar-se por dois motivos principais; as readaptações de rotinas familiares pela
chegada do bebê
e os temores,medos
e dúvidasem
relação ao partopropriamente dito,
como
por exemplo;medo
de morrerno
parto,medo
deque
avagina
não
volte a seu estadonormal
anterior ao parto,medo
denão
ter leitepara
amamentar ou
ter leite fraco, entre otitros. Estes temores muitas vezes sãoexpressos através de sonhos,
ou
mesmos
fantasias conscientes, etendem
a se3.2
-O
PARTO
3.2.1 -
CONCEITO
Segundo Rezende
(1991), parto é o estágio resolutivodo
ciclo grávido-puerperal,
onde
ocorre a expulsãodo
feto Vital para omundo
exterior, atravésdas vias genitais.
3.2.2 -
TRABALHO
DE
PARTO
Segundo
Ziegel e Cranley (1985), trabalho de parto éuma
série defenômenos formados
pelas contrações uterinas rítmicasque
conduzem
aoapagamento
progressivo e dilataçãodo
colo uterinocom
a descidada
parteque
se apresenta,
com
a eventual expulsãodo
feto e dos outros produtos de concepção.Freitas (1993), coloca que
o
trabalho de parto éum
processo fisiológicopelo qual
o
útero gravídico expulsa os produtosda concepção
apósa
vigésimasemana
de gestação e caracteriza-se por contrações uterinas regulares deintensidade e freqüência crescente e eficazes para produzir
apagamento
edilatação
do
colo uterino.Em
contrapartida,Rezende
(1991), colocaque
o trabalho de parto ocorreà partir
da
vigésimasegunda
semana
de gestação.Existem algumas
manifestações queprecedem o
iníciodo
trabalho departo. Estas, são
chamadas
de sintomas e sinais prodrômicos,que segundo
0
Descida
do fundo
uterino(queda
do
ventre): ofenômeno
estácondicionado à adaptação
do
pólo fetal ao estreito superior e aformação do
segmento
inferior. Situadopróximo
ao apêndice xifóide,o
fundo uterino baixade dois a quatro centímetros, condicionando
maior
amplitude à ventilaçãopulmonar
devido à descompressãodo
diafiragma,tomando
assim, a respiraçãomais
fácil.0
Insinuação
da
apresentação: aacomodação
ou
adaptaçãodo
pólofetal
no
estreito superior, leva ao aparecimento das dores lombares e polaciúriadevido à
compressão
vesical.Nas
primigestas, a insinuaçãocomeça
aproximadamente na segunda ou
terceirasemana
que antecedeo
iníciodo
trabalho de parto.
0
Perda do
tampão
mucoso: o
muco
secretado pelas glândulas cervicaisfoi
acumulado
durante a gravidezno
canal cervical.À
medida
que
a cérvixtoma-se parcialmente
apagada
e dilatada,o
tampão
mucoso
é expelido.Ocasionalmente
pode
estaracompanhado
de outras secreções vaginais ecom
vestígios de sangue (sinais sangüíneos).
0
Amolecimento do
colo uterino.0
Apagamento
e dilatação cervical:o
progressivoapagamento
cervical,ocorre freqüentemente
na
terceiraou
quartasemana
antesdo
trabalho de pano.As
prirnigestaspodem
apresentarapagamento
completo antesdo
iníciodo
trabalho de parto.
0
Contrações
uterinas(Braxton
1E[icks): de freqüência e intensidadesvariáveis,
tomando-se moderadamente
dolorosas,mais
freqüentemente à noite ediminuem
pelamanhã.
0
Ocorrência de
manifestações locais: sensação de pesono
baixoventre,
compressão
nas porções inferioresdo
abdomem,
intensificação das3.2.3 -
COM
PARA
'VE
RDADEIRO
E
ÇAO
O
FALSO
ENTRE
TRABALHO
O
TRABALHO
DE
PARTO
DE
PARTO
Durante a avaliação inicial de
uma
pacientecom
queixas de contraçõesuterinas, é necessário diferenciar
o
verdadeirodo
falso trabalho de parto.O
quadro abaixo, faz Luna distinção entre o verdadeiro e o falso trabalhode parto (Ellis, 1986).
0 Contrações regulares (intervalo 0 Contrações
com
intervalo irregular(sem
gradativamente decrescente), duração e diminuição do intervalo), duração e intensidade aumentando gradativamente. intensidade sem alteração.
0 Dilatação e apagamento cervical 0
Não
ocorrem alterações cervicais. progressivo.0 Descida progressiva da apresentação. 0
Não
ocorre descida da apresentação. 0 “Dor” localizada nas costas e que irradia- 0 “Dor” localizada apenas no abdômen.se para o abdômen.
0 Contrações que não se interrompem
com
0 Contrações interrompem-a sedação. seda ão. Se 00111 8
3.2.4 -
PERÍODOS
CLÍNICOS
DO
PARTO
Na
evolução clírricado
parto, distinguem-se três períodosou
fases: deDilatação,
da
Expulsão, eda
Dequitaçãoou
Secundamento.A
estes, se traduzum
quarto período, dito de Greenberg, que corresponde à primeira horado
3.2.4.1 -
PR|ME|Ro PERíoDoz
oilarzçâo
cervicalO
período de dilatação éo
tempo que
transcorre desdeo
início das contrações uterinas regulares até a dilatação completado
colo ( 10cm
dedilatação).
Segundo
Delascio e Guariento(l987),a
dilataçãodo
colo,também
chamada
de cérvico dilatação,tem
porfm
ampliar-lhe a capacidade, demodo
que
participena formação do
canaldo
parto.Concorrem
para ela,modificações
acentuadas
que
seprocessam no
colágeno e outroscomponentes do
tecidoconjuntivo.
A
dilataçãocompreende
dois fenômenos:o
esvaecimentoou apagamento
do
colo,que
consistena
sua incorporação aosegmento
inferior, e a dilataçãopropriamente dita.
Na
primiparturiente,em
primeiro lugar ocorreo apagamento
do
colo, e depois, a dilataçãodo
orificio externo.Na
multípara,o
esvaecimentoe a dilatação
ocorrem
simultaneamente.De
acordocom
Ziegel e Cranley (1989), este período é subdivididoem
duas fases: fase latente e fase ativa.
Fase
latente: período de duração variável,podendo
em
primíparas levarem
média
8,6 horas eem
multíparas 5,3 horas. Caracteriza-se pela lenta dilataçãodo
colo uterino, até os 3 cm.Fase
ativa: período de dilatação rápida.Em
primípara a subidada
faseativa atinge
em
média
3cm
por hora enão
menor
que l,2 cm/hora.Nas
multíparas, a dilatação progride
numa
média
de 1,5cm
por hora. Esta fase iniciagerahnente após 3
cm
de dilatação.Esta, por sua vez,
compõe-se
de três fases distintas: de aceleração,quando
a dilatação cervical vai de 2,5cm
ou
3cm
para 4cm;
uma
fase demáxima
ascensão entre 4 e 9 cm, duranteo
qualo
colo dilata-semais
rapidamente; euma
fase de desaceleração,quando
o ritmo de dilatação diminuiAo
contrário de Delascio e Guariento (1987),que
subdivideo
primeiro períodoem
duas fases,Burroughs
(1995), subdivide-oem
três fases.São
elas:Fase latente
Fase ativa
Fase de transição
A
fase de transição é a última partedo
primeiro período.A
dilatação cervical continuanum
ritmomais
lento ( de 8 para 10 cm),porém
toma-secompleta
As
contraçõesficam
mais
fieqüentes,mais
longas (60
a90
segundos)e
mais
intensas.3.2.4.2 -
sEsuNDo
PERíoDoz
E×pu|ââø
Segundo
Delascio e Guariento (1987),o
período expulsivo é a partedo
parto
compreendida
entre a dilatação completado
colo e a completa expulsãofetal.
Existem
algunsfenômenos que
caracterizamo
finaldo
primeiro períododo
trabalho de parto, taiscomo:
0 contrações uterinas de 4 a 5 a cada 10 minutos,
com
50
mmHg,
ecom
45 a
70
segundos de duração.0 a apresentação está insinuando
no
canaldo
parto,podendo
se encontrarno
estreito inferior.0 a apresentação fetal exerce pressão sobre as paredes vaginais, sobre
o
períneo e especiahnente sobre
o
ânus.A
parturiente manifesta vontade de fazerforça,
ou
seja, percebe a vontade de evacuar (puxos), pela contraçãoda
musculatura abdominal.
0 ocorre abaulamento
do
períneocom
protrusãodo
ânus,apagamento
dosgrandes lábios, a vulva se entreabre e se dilata lentamente, deixando-se penetrar
pela apresentação.
A
anestesiado
períneo é locorregional - bloqueio troncularno
nervointemo
( ponto de reparo extremidadeda
espinha ciática), infiltra-se ametade
inferior
da
vulva, a fascia, os levantadoresdo
ânus e acunha
perinealem
forma
de leque, e
com
posterior episiotomiamédio
lateral direitaou
esquerdaque
é efetuada de rotina e se feitauma
vez é repetida,em
partos subseqüentes.Nas
que
partejam prematuramentetambém
é efetuada, aindaque o
feto sejapequeno
e de
pouco
peso,com
objetivo de protegê-lo pois é imaturo,poupando-o
duranteo desprendimento através de
um
canal parturitivomais
alargado e aberto.A
episiotomia é efetuada,com
a finalidade de evitar traumatismosmatemo-fetais.
Na
mãe
époupado
o pen'neo de roturas e lacerações,hemorragias e
no
feto ocon°emaior
proteção de seu cérebroem
relação ahemorragias intracranianas e outros problemas (Delascio e Guariento, 1987).
3.2.4.3 -
TERCEIRO
PERÍODO:
Dequitação
ou
secundamento
Secundamento
ou
terceiro períododo
parto,também
chamado
dequitaçãoe delivramento, é
o
estágioda
parturiçãoque
se processa apóso
desprendimentodo
feto e se caracteriza pelo descolamento, pela descida e pela expulsãoou
desprendimento
da
placenta e dasmembranas
para fora das vias genitais (Ziegele Cranley, 1985).
O
secundamento
consta de três tempos:0
Descolamento:
Este decorre, essenciahnente,da
retraçãodo músculo
uterino após
o
parto, eem
conseqüência de suas contrações.Assim
reduz-se deforma
acentuada, a superficiedo
útero, pregueando-se azona
de inserçãoda
placenta, o
que
ocasionao
seu descolamento.A
decídua cede e se descola aoO
descolamentoda
placentapode
efetuar-se sob duas modalidades, que são:1)
Mecanismo
deBaudelocque
Schultze, cuja freqüência é de75%.
Ocorre
quando
a placenta estiver inseridana
parte superiordo
útero e sedesprende pela face fetal,
em
forma
de guarda-chuva invertido.Nesse
mecanismo
o
hematoma
retroplacentário inicia-seno
centro de inserção efica
prisioneiroda
massa
placentária,o que
explica sua saída posterior à saídada
placenta.
2)
Mecanismo
deBaudelocque Duncan,
ocorreem
25%
dos casos e aplacenta localiza-se
na
parede lateraldo
útero, e a desinserçãocomeça
pela suaborda inferior.
Aqui
o
sangue se exterioriza antesda
placentaque
por deslizamento, seapresenta ao colo, pela borda
ou
face materna.Assim
a placenta se descola e caino segmento
inferior,momento
que
secompleta
com
a descida.O
descolamento dasmembranas
se faz, por ação das contrações e pelopregueamento do
útero e subseqüentecom
aqueda
e descidada
placenta.¢ Descida:
A
permanência
das contrações uterinas e a possível açãoda
gravidade
condicionam
a descida placentáriaque
secumpre
de acordocom
amodalidade do
descolamento, a localização placentária e amenor
ou maior
facilidade
com
que
sedesprendem
asmembranas.
Do
corpo uterino, a placentapassa para
o segmento
inferiorque
se distende, percorre a cérvice e caina
vagina.
Expulsão ou
desprendimento:
No
canal vaginal provocanova
sensaçãode
“puxo”
determinado por esforços abdominais semelhantes aodo segundo
período
do
parto, responsáveis pela expulsãodo
órgão parao
exterior.A
posiçãohorizontal
da
pacienteno
parto, prejudica de tal sorte o terceiro período,No
localonde
estava inserida a placenta, forma-seuma
ferida cruentacom
vasos abertos,dando
saída a certa quantidade de sangue atéque
seobliterem os vasos, pelas ligaduras vivas de Pjnard, e pela retração uterina.
A
hemostasia é assegurada pela retração uterinaque
promove
a oclusãodos vasos
da
porção muscular, constituindoo
que Pinardchamou
de ligadurasvivas.
O
miotamponamento
é seguido detrombotamponamento.
Ocorre nestetempo, obliteração por trombose dos vasos uteroplacentários,
segundo
Greenberg (Ziegel e Cranley, 1985).
ASPECTOS
cLÍN1cosz
Logo
após a expulsão fetalo
útero sofremudança
na forma
ena
posição; apresenta-se arredondado à alturada
cicatriz umbilical. Ocorridoo
descolamento
da
placenta, ele sobe, se desvia para a direita e se apresentaachatado
no
sentido ântero-posterior,com
a expulsãoda
placenta ele se encontraabaixo
da
cicatriz umbilical.A
altura e consistênciado
útero deve seracompanhada no
decorrerdo
secundamento, porque representam dados de importância clínica,
podendo
exprimir
fenômenos
nonnaisou
patológicos.Com
atenção especial aformação
do
“globo de segurança”, percebido por Pinard, útero de consistência lenhosapermanente
(ibid, 1985).3.2.4.4 -
QUARTO
PERíoDoz
Greenberg
Ziegel e Cranley (1985),
colocam que
a primeira referência aum
quarto período se deve aLeff
(1939), que o limitava entreo
ténninoda
dequitação eo
retomo da
paciente ao leito. Greenberg (1946), propôs limitar estetempo
para aGreenberg considera a primeira hora após o parto
o
períodomais
perigoso, porque este é considerado coberto pelos recursos terapêuticos, daí
resultar
um
certoabandono da
paciente pela equipe de saúde.O
quarto períodotem
fases típicas a caracterizá-lo,como:
0
Miotamponagem:
Imediatamente após a expulsãoda
placenta,o
útero se contrai e é palpávelnum
ponto intermediário entre apube
e o umbigo.A
retração inicial determina a laqueadura viva dos vasos uterinos,constituindo-se
na
primeira linha de defesa contra a hemorragia.Em
multiP
aras emesmo
em
P
rirní aras, fluando
submetidas à anestesiaprofunda, tal estágio
pode
sermuito
transitório,podendo
o úteronovamente
subir até
o
umbigo
ou
um
pouco
acima.0
Trombotamponagem:
É
afomtação
de trombos aderentes nos vasos uteroplacentários, constituindoum
hematoma
intra-uterinoque
recobre demodo
contínuo
ou
descontínuo, a ferida abertano
sítio placentário.0
Fase de
indiferença mio-uterina:O
útero setoma
apático, edo
pontode vista contrátil apresenta fases de contração e de relaxamento
com
riscoda
cavidade uterina encher-se de sangue. Deste
modo,
nas grandes multíparascom
primeiro período de parto prolongado, nas de parto
muito
rápido e nascom
excessiva distensão uterina, a fase de indiferença mio-uterina tende a ser maior.
0
Contração
uterina fixa :normalmente
apósuma
hora,o
útero adquiremaior
tono e assim semantém
(ibid, 1985).3.3
-O
PARTO
COMO
FENÔMENO
PSICOSSOMÁ
TICO
De
acordocom
Maldonado
(1981), ao longo dos tempos, o partovem
sendo encarado,
como
um
momento
extremamente
complexo,em
que
amulher
emocional, estando esta
muito mais
suscetível a crises. Este fato se deve a várias razões:o a
mulher
está passando deum
estado para outro, situação estaque
precisa ser enfrentada de qualquer forma;
o outro fato
que
elevao
grau de ansiedadeda
mulher
é a incapacidade desaber exatamente
quando
ecomo
se desencadea.Ao
contrárioda
gravidez, cuja evolução é lenta e suas diversasmudanças
ocorrem
gradativamente;o
trabalho de parto se constituiem
um
processobastante rápido,
que
determinamudanças
intensas;como
uma
nova
transformação corporal, alterações das rotinas familiares
com
achegada
do
bebê,
bem
como
a ”separação” de dois seres anteriormente unidos. Dentrodo
contexto simbiose-separação, é de ftmdamentalimportância
que
a mãe, desde agestação, sinta seu filho
como
um
indivíduo singular, diferenciado dela, deforma
queno
momento
do
parto possa ocorrer integração entre a separaçãofisica e emocional.
Maldonado
(1981), refereque o
partopode
ser consideradocomo
um
verdadeiro processo psicossomático, cujas características são multi-
determinadas por inúmeras facetas
do
contexto sócio-cultural eda
individualidade fisico-psicológico
da
parturiente.Da
mesma
forma que
as características pessoais são refletidas nascondutas durante o trabalho de parto, os diferentes tipos de partos são
experimentados e vivenciados de várias maneiras.
O
PART
O
PREPARADO:
o
partosem
dor, atualmentedenominado
departo preparado,
tem
por principal objetivo, permitirque
a parturientepreviamente orientada, participe
com
lucidez e cooperaçãona
experiênciado
nascimento
do
filho, necessitando demenor
ou
nenhuma
analgesia (ibid, 1981).Chertok
apud
Maldonado
( 1981), aponta várias vantagensdo
ponto demenor
incidência de complicações de parto, de intervenções cirúrgicas e demanobras
de reanimaçãodo
recém-nascido.Já
do
ponto de vista psicológico, a grandevantagem do
parto preparado éo
fato deste dispensar anestesia geralno
período expulsivo, pennitindo assimque
a parturiente vivencie todas asemoções do
parto,podendo
cooperarem
todo o processo.O
PARTO
DE
CÓCORAS:
este tipo de parto propicia ao conjuntomãe-
filho vantagens
que
outras posiçõesnão
verticalizadasnão
podem
oferecer.Nesta
posição ocorreaumento da
capacidade respiratóriamatema, aumento da
pressão intra-uterina e
da passagem do
canal de parto,além
de favorecermaior
participação
matema
no
parto,uma
vezque
amesma,
pode
vero
momento
da
exteriorização fetal.
Cabe
salientar ainda, queo
menor
uso de drogas ocitócicas, analgésicase/ou anestésicas, junto
com
a dequitação aliado aomenor tempo
depermanência
na matemidade,
aumentam
as vantagensda
utilização deste método,confirmando
um
aspectomais
fisiológicodo
parto, permitindocom
istouma
diminuição considerável dos custos operacionais (Sabatino, 1992).
W
O
PARTO
SOB NARCOSE:
este tipo de parto envolve analgesiaem
graus variados, sobretudo é importante que saibamoso
quanto as drogas sãoprejudiciais ao recém-nascido, já
que
estudos nesta área revelamque
a grandemaioria destas atravessam a placenta e
penetram
na
corrente sangüíneado
feto.Além
deste fator referente aobem
estar fisicodo
recém-nascido, é deimportância ressaltar
que
atualmente estemétodo
não tem
sido utilizadocom
freqüência, por respeito a decisão
da
parturiente (ibid, 1981).O
PARTO
CESÁREO:
emocionalmente,o
parto cesáreo tende a serum
tipo de parto fiustrante, pois amulher não
participa ativamentedo
processo, eeste é vivenciado
como
se ocorresseuma
quebra de continuidade entreo
momento
que procede eo que
vem
apóso
nascimento,além do
que, pesquisasMontagu
apud
Maldonado
(1981), considerao
parto vaginalcomo
essencial para a estimulação cutânea tão
fimdamental
ao desenvolvimento fisicoe emocional
do
bebê.Segundo
o autor, a fiinçãodo
parto vaginal é preparar oorganismo do
recém-nascido para funcionarmelhor
atravésda
estimulaçãocutânea
maciça
no
corpodo
feto, provocadas pelas contrações uterinas duranteo
trabalho de parto.
Em
última estância (Soifer, 1992), refereque
o parto éum
fato social, pelo qual se incorpora aomeio
um
novo
serhumano.
E
a família continua sendo, ainda, a matrizda
sociedade.O
reforço dos vínculos farniliares, quetem
por objetivo permitir
que
omarido ou
outro familiar participeemotivamente
epraticamente
do
ato, contribui a assegurar a integraçãoque
se vêameaçada
nesses
momentos
e, por outro lado, ajuda a desmistificar o evento, tão tecido defantasias assentadas
em
um
total desconhecimento dos fatos.Cabe
ressaltar que, estes fatos sociaisou
os ritos de passagem, por suavez, representam
uma
rede de tradições de grande importância presenteno
cotidiano dos indivíduos.
E
tendoem
vista que,o
contexto cultural éo que
determina a
maneira
que deverá suceder esses fatos sociais e a importância a seconferir a cada
um
deles, sendo esteo
foco dominantedo
nosso trabalho, éque
surgiu a necessidade de abordar este
tema
no
ítemque
se prossegue abaixo.3.3.1 -
QUESTÕES
CULTURAHS ENVOLVIDAS
NO PROCESSO
DE
PARIR
Toda
sociedadetem
um
conjuntobem
definido
de posições sociaisrelativas à idade, sexo, parentesco, liderança e outras categorias, entre as quais
se incluem os comportamentos, as crenças e os sentimentos.
À
medida que
surgem
edesaparecem
em
cada geração, os indivíduos são destinados a cadauma
dessas posições e escolhemou
lutam por elas. (Keesing, 1961).As
pessoas nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem,adoecem
evida das pessoas,
embora
muitosnão consigam
completa-lo. Entretanto, existemmaneiras diferentes e únicas de se vivenciar cada etapa
da
vida.Assim,
temos
os ritos que são pontuações, fasesou
celebraçõesonde
seregistram os
momentos
mais
marcantes e vivenciados durante todoo
processo de viver dos sereshumanos.
Estes, carregam consigo, portanto, condiçõesespeciais de vida fazendo parte
do
patrimônio universal das culturas oque
equivale dizer deste
modo,
que todas as culturasdesenvolvem
rituais.Ainda
diz,que
os ritostambém
sãoum
meio
de interação socialuma
vez,que
trazem~
valores e crenças que sao compartilhadas pelos grupos sociais.
Os
antropólogosdefmem
a culturacomo
a herança social deuma
comunidade humana,
representada pelo acervo comparticipado demodos
estandartizados de adaptação à natureza para
o
provimentoda
subsistência, denormas
e instituições reguladoras das relações sociais e de corpos de saber, devalores e de crenças
com
que explicam sua experiência, sua criatividade artísticae se
motivam
para a ação.Assim
conceituada, a cultura éuma
ordem
particularde
fenômenos que tem
de característico sua natureza, réplica conceitualda
realidade, tal
como
é percebida, e transmitida simbolicamente, de geração ageração,
como
uma
tradição (Lazzarotto, 1974).Ainda
ressalta, que a culturade urna sociedade é
o
conjunto integrado destas tradições diferenciadas atravésdas quais, seus diversos
componentes
contribuem parao
preenchimento das suas condições de existência.Para Geertz
apud
Monticelli (1997), “a cultura éuma
rede de significadoselaborada pelos seres
humanos
para orientar as ações de vida cotidiana. Estarede de significados é pública, compartilhada, aprendida, lógica e dinâmica.
A
cultura é pública porque
há
consensoem
relação aos significados, écompartilhada porque
um
indivíduo sozinhonão
inventauma
cultura, pois éatravés das interações dos indivíduos
desempenhando
eremventando
papéissociais que a história se desenrola; é aprendida porque
não
é característica inatados indivíduos, por isso é diferente
da
questão biológica; é lógicaporque
éorganizada simbolicamente, e é dinâmica porque os indivíduos estão
sempre
/fz
W
A
literatura antropológica demonstraque o
nascimentoembora
sendoum
evento biológico universal, é diferentemente percebido, organizado e
padronizado de acordo
com
os valores, atitudes e crenças de cada cultura.Monticelli (1997), diz
que
nos primórdiosda humanidade
osfenômenos
relativos ao nascimento
eram
encaradoscomo
parteda
vida das pessoas.A
assistência ao parto, à parturiente e ao recém-nascido(RN)
não
envolvia aconcorrência
do
trabalho de outras pessoas,como
atividade profissionalespecializada.
Portanto, cabe salientar
que o
nascimento, éem
todas as sociedadesum
importante fator social e cultural, que provoca cuidados, tantono
que dizrespeito ao recém-nascido
como
ainda à própria mãe.Acrescentando-se à isto, descreve
que
ao vivenciaro
nascimentocomo
um
rito de passagem, as pessoas que estão nele envolvidas (principahnente asmulheres),
desenvolvem
ritos de cuidado, isto é,desenvolvem
ações que sãoplenas de símbolos e significados
que
as auxiliamna
reorganização paraincorporar o
novo
(o recém-nascido e anova
mãe)
etambém,
as auxiliam aexpressar a percepção de saúde-doença e os papéis sociais que precisam ser
defmidos
ou
redeñnidos duranteo
processo de nascimento.O
nascimentocomo
um
ritual, ajuda a preparar as pessoas para amudança
de papéis e para receber onovo
serhumano
dentrodo
grupo social (ibid, 1997).Ademais,
amesma
autora coloca queno
processodo
nascimento, aenfermeira deve interagir profissionalmente,
buscando
compartilhar significados, crenças,normas
e valores junto às mulheres e seus recém-nascidos, para juntos preservarem,
acomodarem
e/ou reorganizarem açõescomportamentos
e ritos de saúde relacionadoscom
essemomento
especial devida.
Keesing (1961), relata ainda
que
o ciclo orgânicoda
vida determinaum
padrão que todas as pessoas
seguem
demodo
mais
ou\menos
semelhante:velhice, senilidade e morte. Dentro dessa escala constitucional, porém,
pode
haver
uma
surpreendente variedadena
organização social.A
infânciapode
ser classificada demodos
diferentes e prolongadaou
encurtada.
A
adolescência,marcada
pelas modificaçõesda
puberdade,pode
passar despercebida
ou
ser celebradaem
cerimônias complexas.A
idade adulta e a velhicepodem
ser definidas culturalmenteem
termos de valores bastante diferentes e tomar-se 0 foco de diferentes situações efimções.
A
morte, outro acontecimento importante, tanto parao
grupocomo
para o ciclo de vida
do
indivíduo, éem
todas as culturasum
ponto altona
atividade religiosa e social.
As
sociedades diferemna
proporçãocom
quemarcam
a“descontinuidade”
na
experiência culturaldo
indivíduo,na passagem da
infância para a vida adulta.
Deste
modo,
a cultura influencia diretamente o processo saúde-doençados indivíduos, familiares
ou
grupos.Por
este motivo, a enfenneira só poderádesenvolver ações congruentes, se interagir
com
a consciência de que suacultura pessoal e profissional poderá ser diferente daquela dos indivíduos, famílias e grupos
com
quem
está atuando (Leiningerapud
Monticelli, 1997).Assim,
Ramos
(1993) destacaque
o importante, ao procurannos nosaproximar
da
cultura popular demassa
énão
nosperdermos
em
generalizações,como
a de verem
tudouma
manifestaçãodo
pós-modemo,
mas
ao contrárioprocurar detectar as tradições
em
suas continuidades e readequações. Visto que,ao taparmos os olhos