O PAPEL DA VITAMINA C NA INTERCEPÇÃO DOS RADICAIS LIVRES CONTRA O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Carolina Roco WEIBER1 Daniella MARCANTE1
carowzinha@yahoo.com.br
RESUMO
O envelhecimento cutâneo, intrínseco e extrínseco, são modificações genéticas provocadas por fatores biológicos (oxidações químicas, oxidações enzimáticas), que podem estar relacionados à indução de raios ultravioleta. Os radicais livres nos seres vivos são combatidos ou controlados por substâncias antioxidantes, as quais são provenientes do próprio organismo ou adquiridas na alimentação via frutas legumes e verduras. A vitamina C de uso tópico protege a pele prevenindo assim a mesma de rugas e ressecamento através de processos metabólicos (formação do colágeno e síntese de epinefrina, corticoesteróides e ácidos biliares), além de reciclar a vitamina E no processo de peroxidação lipídica das membranas e lipoproteínas. Estudos comprovam que níveis de ácido ascórbico (vitamina C) tópico no organismo, a 15 %, fica mais elevado (até 20 vezes, após três dias), e se mantém estável e presente no tecido com meia-vida de aproximadamente quatro dias, do que se for administrado via oral . Devido a sua eficácia vitamina C e seus derivados, se relacionam com a qualidade de vida e bem estar do ser humano. A pesquisa sobre a eficácia da vitamina C no bloqueio dos radicais livres no envelhecimento cutâneo foi realizada online em artigos científicos e em bibliografias em livros. Essa revisão discute sobre o efeito da vitamina C no tratamento do envelhecimento cutâneo, tendo como verdadeira sua eficácia antioxidante contra radicais livres em seres vivos.
Palavras-chave: Vitamina C, Radicais Livres, Envelhecimento Cutâneo, Ácido Ascórbico, Antioxidantes.
FACULDADE DOM BOSCO
CURSO DE ESTÉTICA E COSMÉTICA
Av. das Torres, 500 Fone: (45) 3321 3900 Fax: (045) 3321 3902 CEP: 85 802 000 – Cascavel – PR.
1Acadêmica do 6º período do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Faculdade Dom
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INTRODUÇÃO
Com o envelhecimento cronológico cutâneo, ocorre à modificação do material genético por meio de enzimas, alterações protéicas e a proliferação celular decrescem. Consequentemente o tecido perde a elasticidade, a capacidade de regular as trocas aquosas e a replicação do tecido se torna menos eficiente. Oxidações químicas e enzimáticas envolvendo a formação de radicais livres aceleram esse fenômeno de envelhecimento. (HIRATA, 2004)
A produção de radicais livres é controlada nos seres vivos por diversos compostos antioxidantes, os quais podem ter origem endógena, ou serem provenientes da dieta alimentar ou outras fontes. Os antioxidantes são capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres antes que ataquem os alvos biológicos nas células. (SOUSA, 2007)
Segundo Azulay (2003) e Sousa (2007), os primeiros relatos do uso tópico da vitamina C, a princípio em cobaios, são de cerca de 30 anos atrás, sendo que a mesma tem muitas funções fisiológicas, entre elas, o alto poder antioxidante de reciclar a vitamina E no processo de peroxidação lipídica das membranas e lipoproteínas.
Neste trabalho foi abordado o tratamento do envelhecimento cutâneo com a vitamina C, pela função antioxidante desta vitamina sobre os radicais livres. Tendo como principal objetivo discutir a eficácia da vitamina C no tratamento do envelhecimento da tez.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho O PAPEL DA VITAMINA C NA INTERCEPÇÃO DOS RADICAIS LIVRES CONTRA O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO de CAROLINA ROCO foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil.
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property="cc:attributionName">CAROLINA ROCO</span> foi licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/">Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil</a>.
REVISÃO
Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia, enrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele senil. (ORIÁ et al., 2003.)
Para Hirata (2004) e Oriá (2003) o envelhecimento extrínseco está relacionado a danos ambientais, principalmente à indução por raios ultravioleta no tecido. A pele torna-se mais fina, pálida, seca e há um aumento de rugas. Alterações no tecido conjuntivo, que atua como alicerce estrutural para epiderme, delineiam essas mudanças na aparência externa, que são refletidas no estrato córneo.
Os radicais livres
A teoria de que o envelhecimento é resultado de danos causados por radicais livres é creditada a Denham Harman que, em 1956, baseou-se na observação de que a irradiação em seres vivos levava a indução da formação de radicais livres, os quais diminuíam o tempo de vida desses seres e produziam mudanças semelhantes ao envelhecimento. (HIRATA, 2004)
Denham também propunha que o envelhecimento poderia ser secundário ao estresse oxidativo, que levaria a reações de oxidação lipídica, protéica, e com o DNA, que desencadeariam alterações lentas e progressivas dos tecidos e do código genético. (FERREIRA, 1997)
A vitamina C
Segundo Padh (1991), a vitamina C participa de diversos processos metabólicos, dentre eles a formação do colágeno e síntese de epinefrina, corticoesteróides e ácidos biliares. Além de co-fator enzimático, participa dos processos de óxido-redução, aumentando a absorção de ferro e a inativação de radicais livres.
Essencial para seres humanos, o ácido ascórbico age como antioxidante varredor de radicais livres e nutre as células, protegendo-as de danos causados pelos oxidantes. Vários fatores podem regular a biodisponibilidade da vitamina C para os tecidos. (BIANCHI, 1999)
O ácido ascórbico é um antioxidante não-enzimático. Ele é capaz de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por fontes exógenas. (PADH, 1991. DHARIWAL et al., 1991)
Em adição a medidas físicas ou químicas para a proteção contra a luz UV, o uso de ácido ascórbico para a prevenção de envelhecimento cutâneo prematuro parece ser apropriado. Isso pode ser fornecido à pele via dieta rica em frutas legumes e verduras, ou por meio de administração tópica. (HIRATA, 2004)
Para Bianchi (1999), os benefícios obtidos na utilização terapêutica da vitamina C incluem o efeito protetor contra os danos causados pela exposição às radiações.
Uso tópico da vitamina C
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reservatório da pele, o ácido ascórbico manteve-se estável e presente no tecido com meia-vida de aproximadamente quatro dias. Como antioxidantes tópicos já demonstraram exercer função de fotoproteção e o próprio ácido ascórbico é capaz de diminuir o eritema desencadeado pela irradiação UVB, um reservatório persistente de antioxidantes seria uma estratégia interessante e atrativa de fotoproteção em comparação com os filtros solares que necessitam ser aplicados diariamente.
O organismo humano protege-se naturalmente utilizando antioxidantes para neutralizar os efeitos nocivos dos radicais livres. A vitamina C é o antioxidante mais abundante no organismo, especialmente na pele. A aplicação tópica da vitamina, protegendo contra radicais livres provenientes de efeitos físicos e químicos, confirma a eficácia deste nutriente, mostrando que a vitamina C e seus derivados, se relacionam com a qualidade de vida e bem estar do ser humano. (AZULAY, 2003; BARROS, 2010)
DISCUSSÃO
Existe concordância entre todos os autores citados, em dois pontos fundamentais tratados neste artigo. Primeiro, que a ação dos radicais livres nas células leva ao envelhecimento cutâneo. E segundo, que a vitamina C, como um dos principais antioxidantes, tem eficácia no bloqueio da ação dos radicais livres.
De acordo com a teoria de Harman, que o envelhecimento é resultado de danos causados por radicais livres; o lento desenvolvimento de danos celulares irreversíveis leva ao envelhecimento cutâneo. A fonte desses radicais livres pode ser endógena, associada a reações metabólicas, ou exógena, co-fatores ambientais. (HIRATA, 2004)
da vitamina C, incluem o efeito protetor contra os danos causados pela exposição às radiações e medicamentos.
Embora a capacidade proliferativa e a síntese de colágeno sejam idade-dependentes, o ácido ascórbico é capaz de estimular a proliferação celular, bem como a síntese de colágeno pelos fibroblastos dérmicos, independente da idade do paciente. (AZULAY, 2003)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da vitamina C ter eficácia comprovada, foi constatado durante esta pesquisa, que existe um déficit de artigos que contenham estudos de casos quantitativos e qualitativos sobre o assunto, onde esses estudos especifiquem sexo, idade, foto tipo, exposição ao sol, se fuma ou não, grau de envelhecimento, entre outros, da população pesquisada.
Esta revisão demonstra que a vitamina C protege a pele contra radicais livres formados por exposição solar repetitiva, podendo criar uma camada fotoprotetora na epiderme. Também é interessante ressaltar, que mesmo uma baixa porcentagem e um tempo relativamente curto, quando se tratando de cuidados estéticos, se mostram eficientes aos cuidados da pele.
É possível notar a variedade de derivados da vitamina C que são eficientes na proteção contra danos moleculares na pele. A grande quantidade de derivados abre um leque de
oportunidades na área da estética e proteção contra o envelhecimento, que é uma das maiores preocupações da população atualmente. A aplicação tópica da vitamina na pele, protegendo contra radicais livres provenientes de efeitos físicos e químicos, confirma a eficácia deste
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REFERÊNCIAS
ARANHA, F. Q. et al.; O papel da vitamina C sobre as alterações orgânicas no idoso. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rn/v13n2/7911.pdf> Acesso em: 09 mar. 2011. AZULAY, M. M. et al. Vitamina C. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962003000300002&script=sci_arttext&tlng=es> Acesso em: 09 mar. 2011.
BARROS, C. M.; BOCK, P. M. Vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo. Disponível em <http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigo_2.pdf> Acesso em: 09 mar. 2011. BIANCHI, M. DE L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n2/v12n2a01.pdf> Acesso em: 09 mar. 2011.
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. DHARIWAL, R. K.; HARTZELL, W. O.; LEVINE, M. Ascorbic acid and dehydroascorbic acid measurements in human plasma and serum. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.54, n.4, p.712-716, 1991.
FERREIRA, A. L. A.; MATSUBARA, L. S. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100014&script=sci_arttext> Acesso em: 09 mar. 2011.
FONSECA, A.; PRISTA, L. N. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetologia. 1. ed. São Paulo: Rocca, 2000.
HIRATA, L. L.; SATO, M. E. O.; SANTOS, C. A. DE M. Radicais livres e o envelhecimento cutâneo. Disponível em
<http://www.latamjpharm.org/trabajos/23/3/LAJOP_23_3_6_1_7IT93QRE42.pdf> Acesso em: 09 mar. 2011.
ORIÁ, R. B. et al. Estudo das alterações relacionadas com a idade na pele humana, utilizando métodos de histo-morfometria e autofluorescência. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/%0D/abd/v78n4/16901.pdf> Acesso em: 31 jul. 2011.
PADH, H. Vitamin C: never insights into its biochemical functions. Nutrition Reviews, New York, v.4, n.3, p.65-70, 1991.
SOUSA, C. M. DE M. et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas
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