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SANGUE E MEDULA ÓSSEA

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Academic year: 2019

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SANGUE E MEDULA ÓSSEA

O sangue é um tecido conjuntivo especializado, em estado gel, constituído por uma fração líquida (plasma sanguíneo), na qual estão suspensos os chamados elementos figurados, representados por células (hemácias ou eritrócitos, e leucócitos) e fragmentos citoplasmáticos (plaquetas ou tromboplastídeos), os quais são produzidos essencialmente na

medula óssea na vida pós-natal. À microscopia de luz, preparados de sangue são feitos através do espalhamento (distensão) de uma gota de sangue sobre uma lâmina histológica, e posteriormente corados em colorações especiais denominadas de colorações do tipo Romanowski (por ex., Giemsa, Leishman e Wright), as quais evidenciam essencialmente os núcleos das células e grânulos presentes no citoplasma de leucócitos e plaquetas.

As hemácias – como elementos figurados predominantes – são facilmente identificáveis, em função de seu citoplasma acidófilo (devido à presença da hemoglobina) e da ausência do núcleo. Plaquetas são minúsculos fragmentos citoplasmáticos arroxeados e anucleados. Para a caracterização dos leucócitos, é importante identificar as populações de granulócitos e

agranulócitos. Observe que os granulócitos têm núcleo lobulado (3-5 lóbulos no neutrófilo, 2 lóbulos no eosinófilo, e quantidade indefinida nos basófilos) e grânulos específicos no citoplasma que se coram pelos corantes das colorações Romanowski – o que, inclusive lhes dá seus nomes (neutrófilos contêm pequenos grânulos corados por corantes neutros [eosinatos de metileno], eosinófilos possuem grandes grânulos avermelhados corados pela eosina, e

basófilos são dotados de grandes grânulos escuros corados pelo azul de metileno). É preciso reunir estas características para a perfeita identificação dos granulócitos. Os agranulócitos

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Distensão sanguínea – Col.: Leishman

Eritrócitos (hemácias)

Plaquetas

SANGUE PERIFÉRICO

Neste campo podemos observar dois tipos de elementos figurados do sangue: as hemácias (ou

eritrócitos) e as plaquetas (ou tromboplastídeos). Note que, às colorações do tipo Romanowski, as hemácias são células anucleadas e que possuem um citoplasma acidófilo, devido ao abundante conteúdo de hemoglobina (uma vez que é uma proteína básica). A palidez central das hemácias é sugestiva de seu formato em disco bicôncavo, uma vez que é uma região mais delgada da célula, com menos hemoglobina; daí a tonalidade menos intensa na região central de hemácias normais. As plaquetas são pequenos corpúsculos anucleados, de citoplasma basófilo (devido a um abundante conteúdo granular com diferentes substâncias), que aparecem isoladas em meio à distensão ou formando pequenos agregados. As plaquetas são derivadas da fragmentação do citoplasma de células gigantes presentes na medula óssea, denominadas de megacariócitos.

HEMÁCIAS E PLAQUETAS

(3)

SANGUE PERIFÉRICO

Distensão Sanguínea – Col.: Leishman

neutrófilo

plaqueta

neutrófilo

3

4

5

6

7

NEUTRÓFILOS

Núcleo

multilobulado

Grânulos azurófilos

Cromatina sexual

lóbulo acessório

2

3

4

5 6

(4)

A prancha anterior ilustra várias imagens de neutrófilos em distensões sanguíneas.

Os neutrófilos são os leucócitos mais abundantes da corrente sanguínea (55-75%), sendo também o tipo de granulócito mais abundante entre os três tipos. Observe nas imagens de 2 a

6 que os neutrófilos possuem um citoplasma palidamente corado às colorações Romanowski, de tonalidade salmão. Esta tonalidade é devido à presença de inúmeros pequenos grânulos específicos (grânulos neutrófilos) no citoplasma, os quais não são visíveis à microscopia de luz. Note o núcleo dos neutrófilos maduros, dotado de vários lóbulos nucleares (3-5 lóbulos), de diferentes tamanhos e conformações, unidos por delicadas pontes de cromatina, nem sempre evidentes à microscopia de luz. Observe que os lóbulos nucleares são predominantemente heterocromáticos, uma vez que o neutrófilo é uma célula terminalmente diferenciada. No citoplasma do neutrófilo existem ainda grânulos ligeiramente maiores que os grânulos neutrófilos – portanto, eventualmente mais evidentes – denominados de grânulos azurófilos (ou inespecíficos), uma vez que estão presentes em todos os leucócitos. Os

grânulos azurófilos correspondem aos lisossomas dos neutrófilos e aparecem com o aspecto de uma “poeira” mais escura disseminada no citoplasma dos neutrófilos. Estes granulócitos são as principais células presentes em inflamações agudas.

(5)

SANGUE PERIFÉRICO

EOSINÓFILOS

Os eosinófilos são granulócitos pouco abundantes na corrente sanguíneo (2-3%), porém

são facilmente

identificáveis. Seu núcleo é frequentemente

bilobulado, com aspecto semelhante a um “headphone” e o citoplasma é preenchido

com uma abundante quantidade de grandes

grânulos acidófilos

(grânulos eosinófilos).

Os eosinófilos são células inflamatórias que participam principalmente em processos

alérgicos e em infestações parasitárias.

Distensão sanguínea – Col.: Leishman

eosinófilo

neutrófilo

eosinófilo

9

10

11

12

Lóbulos nucleares

Grânulos eosinófilos

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SANGUE PERIFÉRICO

BASÓFILOS

Os basófilos são os leucócitos menos abundantes da

corrente sanguínea, ocorrendo em torno de 0-1%

do total. Os basófilos são os maiores granulócitos, apresentando grandes

grânulos basófilos, de tonalidade azul-escura (quase negra) ocupando grande parte

do citoplasma e

frequentemente encobrindo o

núcleo, que – como com os demais granulócitos – também é lobulado, porém, sem que se consiga perceber o seu formato em função do

seu encobrimento pelos grânulos. Basófilos participam

de processos alérgicos de forma semelhante aos

mastócitos.

13 14

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SANGUE PERIFÉRICO

LINFÓCITOS

Juntamente com os monócitos, os

linfócitos foram o grupo dos leucócitos agranulócitos, e são os

menores leucócitos. Os linfócitos estão presentes em 25-35% dos leucócitos totais, sendo bastante

abundantes e facilmente caracterizados pelo seu núcleo arredondado e heterocromático,

intensamente corado, ocupando quase todo o citoplasma, que tem

uma leve tonalidade azulada, formando uma delgada borda ao redor do núcleo, podendo conter alguns poucos grânulos azurófilos visíveis. Não há distinção entre linfócitos dos tipos T e B com base

nas colorações Romanowski, sendo necessária a utilização de

técnicas de imunocitoquímica para sua identificação. Os linfócitos proporcionam a imunidade específica ao

organismo.

linfócito

linfócito

linfócitos

17 18

19

(8)

SANGUE PERIFÉRICO

MONÓCITOS

Os monócitos são os maiores leucócitos da corrente sanguínea, correspondendo a 3-10% do total de

leucócitos. Seu abundante citoplasma possui uma tonalidade

azul-acinzentada às colorações Romanowski e seu núcleo

frequentemente possui um formato semelhante a um grão de feijão (ou formato de rim – reniforme), devido a

uma chanfradura no envoltório nuclear que estar mais ou menos profunda. Além disso, a cromatina nuclear é nitidamente mais frouxa

em comparação à dos linfócitos, conforme pode se comparar na imagem 24. Vacúolos podem ser eventualmente vistos no citoplasma

(em 22 e 23), assim como também alguns grânulos azurófilos Os monócitos representam a forma circulante do sistema mononuclear

fagocitário, transformando-se em macrófagos teciduais após a

diapedese.

21

22

23

24

linfócito

monócito

monócito

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MEDULA ÓSSEA

25 27

28 29

Medula óssea vermelha

Medula óssea vermelha Medula óssea amarela

tecido adiposo unilocular

trabéculas ósseas

megacariócito

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A prancha anterior mostra aspectos histológicos da medula óssea.

A medula óssea é o órgão responsável pela hematopoiese na vida pós-natal, composto por uma variedade de tecido conjuntivo especializado, denominado de tecido reticular, formado por um estroma constituído por fibroblastos especializados (células reticulares) associados a fibras reticulares. Neste estroma, se encontram sustentadas todas as linhagens celulares sanguíneas em proliferação e diferenciação, para a formação dos elementos figurados do sangue. Desta forma, a variedade de tecido reticular representada pela medula óssea é o chamado tecido mieloide (a outra variedade é o tecido linfoide, dotado do mesmo estroma, em cujas malhas são sustentadas essencialmente linhagens de linfócitos).

25 e 26. Estas imagens mostram a medula óssea vermelha. Observe como ela é extensamente povoada com inúmeros grupamentos celulares que constituem nichos de formação de diferentes linhagens sanguíneas (linhagens eritrocíticas, granulocíticas, agranulocíticas, e trombocíticas), além da pequena quantidade de células adiposas uniloculares. Em 26, mesmo o aumento menor permite a visualização das maiores células presentes na medula óssea (e, por isso, mais facilmente identificáveis e cortes histológicos), que são os megacariócitos (em seus locais, a imagem está descorada artificialmente para destacá-los).

27. A imagem mostra a medula óssea amarela, resultante da diminuição da quantidade de nichos hematopoiéticos e consequente ocupação por células adiposas uniloculares. É importante ressaltar que há a diminuição, mas não o desaparecimento dos nichos hematopoiéticos na medula amarela, a qual pode reassumir o aspecto histológico de medula vermelha em situações de necessidade de recuperação do quadro hematológico.

28. Esta fotomicrografia de um corte histológico a medula óssea vermelha mostra a sua intensa celularidade; no entanto, fica difícil distinguir cada tipo celular das diferentes linhagens sanguíneas em formação, principalmente em função da aglomeração celular.

29. Em grande aumento, percebem-se detalhes de um megacariócito, responsável pela formação das

plaquetas através da fragmentação de seu citoplasma. Observe seu extenso citoplasma e seu grande

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QUESTÕES COMPLEMENTARES

Caracterize as células indicadas em A, B, C, D, E, F, G, e H, baseando-se no aspecto/coloração de seu citoplasma e de seu núcleo.

Referências

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