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Materiais Campaniformes do Concelho de Oliveira do Hospital (Distrito de Coimbra).

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REVISTA DO CENTRO DE HISTORIA DA

UNIVERSIDADE DE LISBOA - VOL. 4 -1982

(2)

REVISTA DO CENTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

VOLUME 4-1982

Direcção de

Francisco Salles Loureiro João Medina Victor Gonçalves

INSTITUTO NACIONAL DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA Centro de História da Universidade de Lisboa

(3)

CLlO - REVISTA DO CENTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA - VOL. 4 -1982

REVISTA DO CENTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

VOLUME 4-1982 Direcção de

Francisco Salles Loureiro João Medina Victor Gonçalves

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ESTUDOS & INTERVENÇÕES

O povoado calcolítico do Cabeço do Pé da Erra (Coruche). . . . . 7 Victor Gonçalves

Materiais campaniformes do concelho de Oliveira do Hospital . . . . . 19 João Carlos de Senna Martinez

Cerâmicas da Idade do Ferro da Alcáçova de

Santarém . . . . 35

Ana Margarida Arruda

Uma introdução ao Domesday Book 41

Fernanda Maurício

Política norte-africana: rumos na expansão portuguesa. . . 51 Maria Clara Junqueiro

Uma carta inédita de Afonso de Albuquer-que. . . . . 61 Maria Clara Junqueiro, Ant6nio Ribeiro Guerra

Jesuítas na crista da onda da política sebás-tica . . . - . . . .

Francisco Salles Loureiro

O crescimento de Lisboa e Porto na segunda 71

metade do séc. XIX e princípios do XX 79 Ant6nio Ravara

Arquivos históricos de Lisboa: contribuição para um roteiro . . . .

Arnaldo Ant6nio Pereira

(4)

ENTREVISTA

Entrevista com Aurélio Quintanilha 121

João Medina

VÁRIA

Datation au C14 du site archéologique de la plage de Magoito . . . . . 133

Suzanne Daveau, Ana Ramos Pereira, Geor-ges Zbyszewski

Povoado pré-históriCo tio Cabeço do Cubo (Campo Maior) . . • . . . . . 137

Jorge Oliveira, Ana Carvalho Dias

Epitáfio de Euprepres . . . 141

José d' Encarnação

Um mercúrio em bronze, inédito 143

Pedro Barbosa

A propósito de Morón .

António Dias Diogo

RELATÓRIOS DE ACTIVIDADE Cerro do Castelo de Santa Justa (Campanha

147

4(82) . . . . . 155

Victor Gonçalves

Escavações arq. na Ilha do Pessegueiro (3. a

Campanha) . . . . , 165

Carlos Tavares da Silva, Joaquina Soares, Antónia Coelho Soares

(5)

CLlO - REVISTA DO CENTRO DE HISTORIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA - VOL. 4 -1982

Materiais Campaniformes do

Concelho de Oliveira do Hospital

(Distrito de Coimbra)

Joio Carlos de Senna-Martinez·

Ao colaborarmos na instalação do Museu

Re-gional de Arqueologia, situado na Câmara Mu-nicipal de Arganil, ao mesmo tempo que iniciá-vamos o estudo e revisão dos seus materiais pré--históricos, cedo nos despertaram a atenção os três magnificos recipientes campaniformes pro-venientes das escavações do Senhor Professor Doutor João de Castro Nunes, seu Director, no Dólmen da Bobadela. Acresce que, a recolha, pelo mesmo autor, de alguns fragmentos com decoração campaniforme na sua re-escavação dos dólmens da Sobreda e Seixo da Beira, abria o ca-minho ao estudo da penetração do horizonte cul-tural campaniforme ao longo da bacia do Mon-dego.

Propusemo-nos assim produzir um estudo de conjunto dos materiais campaniformes em depó-sito no Museu Regional de Arqueologia, em Arga-nil, ao que, uma vez consultado, prontamente ace-deu o Senhor Professor Doutor João de Castro Nunes, sugerindo-nos inclusive algumas linhas de pesquisa que se revelaram extremamente provei-tosas.

Com o intuito de conseguir materiais de refe-rência que eventualmente esclarecessem a

penetra-ção das influências campaniformes ao longo do Mondego, alargámos o nosso estudo às colecções do Museu Municipal do Dr. Santos Rocha, na Fi-gueira da Foz, o que nos permitiu reconstituir alguns recipientes do Seixo da Beira e Sobreda bem como estudar os conjuntos campaniformes da Serra da Boa Viagem.

Ao Senhor Professor Doutor João de Castro Nunes agradecemos, além da autorização para estudarmos os mateliais em causa, todo o apoio e critica amiga e construtiva com que sempre tem acompanhado os nossos trabalhos.

A

Senhora Dr.& D. Isabel Pereira, Directora do

Museu Municipal Dr. Santos Rocha, agradecemos a autorização para estudarmos as respectivas co-lecções bem como a amabilidade com que nos tem recebido e apoiado nesse estudo.

Ao Deutsches Archãologisches Institut de Ma-drid, na pessoa do Senhor Professor Doutor Her-manfrid Schubart e da Senhora Dr.& D. Philine Kalb, agradecemos a cedência da planta do dól-men da Bobadela, levantada pelo primeiro nos anos sessenta, a qual nos serviu de base para o nosso levantamento de 1981.

Justo é ainda que refiramos o espirito de equipa

• Instituto de Arqueologia, Faculdade de Letras de Lisboa, 1969 Lisboa Codex.

(6)

e o entusiasmo de todos os nossos alunos que nos têm acompanhado nos trabalhos de reconheci-mento, levantamento de plantas e alçados dos monumentos estudados e, em particular, de Maria de Fátima Garcia e José Manuel Ventura que igualmente colaboraram no estudo dos materiais do Museu Municipal Dr. Santos Rocha.

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LISBOA - Fevereiro de 1983

Fig. 1 - Localização das principais estações referenciadas no texto: 1. Dólmen da Bobadela, 2. Dólmen do Seixo da Beira, 3. Dólmen da Sobreda, 4. Cumieira, 5. Cabeço dos Moinhos, 6. «Crasto» " de Tavarede, 7. Eira Pedrinha.

1. Os monumentos: localização, ambiente geo-gráfico e contexto dos materiais estudados

1.1. O Dólmen da Bobadela

Este monumento situa-se a norte da estrada Oliveira do Hospital/Bobadela, 500m a nordeste do cruzamento com a estrada que segue para Tra-vanca de Lagos. As suas coordenadas são 221.525/377.625 GAUSS na carta militar de Por-tugal, 1 :25000, folha 222. Tem de cota absoluta 450m e enquadra-se num pinhal que hoje cobre um pequeno cabeço com alguns afloramentos gra-níticos e que desce suavemente para o Rio de Cavalos, 70m abaixo e a 900m do monumer:to (fig. 1, 1 e fig. 2, 3).

O dólmen, inserido numa mamoa com as di-mensões aproximadas de 18m no sentido WNW--E SE (eixo principal do monumento) e de 12m no sentido NNE-SSW, tem 9m de comprimento, dos quais 7 de corredor, com 2,5m de diâmetro máximo da câmara e I,25m de largura média do corredor (fig. 3 e Est. II).

O cotredor tem 9 esteios conservados no lado norte e 4 no lado sul. A câmara, por sua vez é composta por 8 esteios, estando o terceiro do lado sul quebrado junto à superfície da mamoa. Tem uma única lage de cobertura conservada, a que une os dois esteios do corredor imediatamente a seguir à câmara. O monumento foi escavado por CASTRO NUNES em 1966 de quem colhe-mos as informações sobre o contexto dos mate-riais aqui estudados bem como a indicação de que o solo da câmara se situava a cerca de 3m do topo dos esteios melhor conservados.

Os três recipientes com decoração campaniforme recolhidos encontravam-se dois na câmara e um no corredor. Os fragmentos de uma caçoila e os fragmentos de metade do colo de um vaso cam-paniforme (BOB 101 e 102) surgiram integrados no conjunto da única camada arqueológica detec-tada, que assentava directamente no solo da câ-mara e corredor. Quanto ao vaso campaniforme BOB 103 surgiu quebrado mas com os fragmentos em associação cerca de vinte centímetros acima dessa camada e integrado numa camada de argilas finas, uma espécie de vasa que cobria o leito ar-queológico. Estas argilas parece terem sido depo-sitadas por águas que terão inundado o interior do monumento fazendo flutuar o vaso (BOB 103) que veio a quebrar-se no seu interior.

(7)

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Fig. 2 - Localização, na carta 1 : 25 000, dos monumentos do Concelho de Oliveira do Hospital: 1. Dólmen do Seixo da Beira, 2. Dólmen da Sobreda, 3. Dólmen da Bobadela.

(8)

1.2. O Dólmen do Seixo da Beira

o

monumento do Seixo da Beira está situado

a 1850m a sul da povoação do mesmo nome, pró-ximo de uma série de afloramentos graniticos,

junto do lugar denominado o' Carvalhal, quase

no topo de uma encosta suave sobre um ribeiro afluente do Rio Seia, o qual passa a 900m do dólmen. A sua cota absoluta ronda os 340m e ao rio os 60m.

As respectivas coordenadas são 224.65/384.925 GAUSS na carta militar de Portugal, folha 211, escala 1 :25000.

O monumento, inicialmente estudado por SAN-TOS ROCHA (1899: 14-16), foi re-escavado em pequena sondagem à entrada do corredor por CASTRO NUNES em 1967 (SENNA-MARTI-NEZ, et aI. em prep.), a respectiva planta e alçado, bem como do dólmen da Bobadela, foi por nós levantada em Setembro de 1981, durante um reco-nhecimento na região. Tem de comprimento 8,5m, dos quais 4,5m conservados de corredor, no sen-tido NNW -SSE e de largura de câmara 3m no sentido ENE-WSW. A câmara tem 9 esteios dos quais o quarto do lado ENE quebrado junto à base. Conservam-se ainda 4 dos 6 esteios vistos por SANTOS ROCHA (1899: fig. 1) na metade NE do corredor e unicamente um dos três detectados por aquele autor autor na metade SW. Quebrada em três fragmentos espalhados no corredor está a lage que tapava a entrada da câmara sobre o corredor e que SANTOS ROCHA ainda viu no lugar, dois esteios do corredor arrancados jazem fora e junto aos primeiro e segundo esteios do lado WSW da câmara (fig. 5 e Est. III).

A re-escavação de CASTRO NUNES, além de revelar bastante mais material do que o reco-lhido por SANTOS ROCHA (1899: 15-16) per-mitiu, porque feita em cOlljugação com a re-esca-vação do monumento da Sobreda de que a seguir faremos menção, deslindar a proveniência exacta dos respectivos materiais campaniformes. Assim,

do Seixo são os fragmentos conservados no Museu

Municipal Santos Rocha com os números de

en-trada 2799, 2800, 2801 e 2802 bem como os dois fragmentos recolhidos por CASTRO NUNES e

em depósito no Museu Regional de Arqueologia

em Arganil, com o número DSB 39, todos com decoração pontilhada e que contrariamente ao exposto por SANTOS ROCHA (1899: 15-16) pertencem todos a um mesmo recipiente por nós reconstituído graficamente na fig. 6. Os fragmentos representados por SANTOS ROCHA nas figuras

22

5 a 8 da sua publicação que temos vindo a citar e que se conservam no Museu com o seu nome sob os números de entrada 2787, 2788, 2789, 2790 e 2791 pertencem a dois recipientes do dólmen da Sobreda de que CASTRO NUNES recuperou mais cinco fragmentos com os números de entrada do Museu de Arganil seguintes SO 181, 182, 183, 184 e 185. Do exposto o mínimo que pode dizer-se é que se toma necessário abordar com extrema prudência os dados contextuais das escavações do final do século passado e primeira metade do presente.

1.3. O Dólmen da Sobreda

Localiza-se a 850m a SE da povoação do mesmo nome, sobre um cabeço com afloramentos graní-ticos a 90m sobre o rio Seia de que dista 750m, a sua cota absoluta ronda os 400m. Tem como coor-denadas 228/387 GAUSS, da folha 211 da carta militar de Portugal na escala 1 :25 000.

Inicialmente escavado por SANTOS ROCHA (1899: 17-22) foi re-escavado por CASTRO NU-NES em 1964, tendo os resultados obtidos por este último sido ainda mais espectaculares que os obtidos no Seixo. Só recipientes de olaria, os quais temos presentemente em estudo

(SENNA--MARTINEZ; GARCIA & ROSA, 1984), estão

identificados cerca de mil, constituindo a maior colecção disponível no âmbito do megalitismo da região.

O seu estado de conservação pouco difere do encontrado por SANTOS ROCHA (1899: fig. 9) conforme o atestam a planta e alçados por nós levantados em Agosto de 1982 (fig. 7 e Est.IV). Tem cerca de 9m de comprimento dos quais 5,5m de corredor, no sentido ENE-WSW e 3,20m de diâmetro máximo interno da câmara no sentido NNE-SSW. A câmara tem 9 esteios como a do Seixo dos quais o segundo e terceiro do lado sul

estão quebrados rente à superfície actual da

ma-moa, os restantes atingem ainda alturas superio-res a 3,50m sobre o solo da câmara. O corredor tem 4 esteios conservados do lado sul e 2 do lado norte. A mamoa tem a forma oval com 15m por 10m. O quarto esteio do lado norte da câmara é decorado com pinturas a ocre vermelho idêntico ao utilizado no polimento das superfícies exterio-res do vaso campaniforme cujos flagmentos rece-beram os números SO 181, 182, 183 e MMSR 2788, 2789, 2790 e 2791 (cor a seco MUNSELL lOR5/6 ou 4/6). A pintura, já reconhecida por

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Fig. 3 - Planta e alçados do dólmen da Bobadela com a localização dos recipientes campaniformes encontrados. 1. BOBI03, 2, BOBIOl, 3. BOBI02.

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Fig. 4 - Recipientes campaniformes do dólmen da Boba-dela.

24

SANTOS ROCHA (1899: 17 e fig. 10) parece co-brir uma gravura pouco profunda (TWOHIG, 1981: 34 e CASTRO NUNES, informação pessoal).

Deste monumento provêm os dois vasos cam-paniformes já referidos, reconstituidos na figura 8 a partir de fragmentos quer do Museu da Fi-oueira quer do de Arganil, em qualquer dos casos gs respectivos contextos no monumento são inse-guros devido aos remeximentos verificados pelos escavadores (SANTOS ROCHA, 1899: 17-18 e CASTRO NUNES, informação pessoal).

2. Os materiais no contexto dos materiais cam-paniformes da bacia do Mondego

2.1. Os materiais do Concelho de Oliveira do Hospital

Os atributos utilizados na análise morfológica dos recipientes aqui estudados encontram-se indi-cados, bem como os valores respectivos para os seis vasos em questão, no Quadro l. Estamos em presença de três tipos de recipientes: quatro vasos campaniformes, dois da Bobadela e outros dois da Sobreda, uma caçoila da Bobadela e o grande vaso do Seixo.

Os dois vasos campaniformes da Bobadela, que juntamente com a respectiva caçoila foram já objecto de uma apresentação pública (CASTRO NUNES, 1980), são as peças de classificação mais imediata de todo o material ora em estudo. Cons-tituem dois vasos tipicos do chamado «grupO» ou fase maritima, internacional ou de «importação», com decoração em pontilhado a pente de tamanho médio e superficie exterior polida com ocre, após a ornamentação, nas zonas lisas que alternam com bandas de pontilhado em espinha limitadas por linhas contiguas de pontilhado. É o tipo que HARRISON (1977: 14) chama Herringbone Va-riety. O vaso BOB 103 apresenta a particularidade de ter o bocal e o perfil horizontal ovais, dai que, no Quadro I, indiquemos dois valores para cada um dos diâmetros, correspondendo aos dois eixos respectivos.

No que concerne os dois vasos da Sobreda, não obstante o aspecto geral da decoração, constituida por faixas de pontilhado em espinha, excepcio-nalmente fino e delicado, separadas por faixas de linhas horizontais também a pontilhado idên-tico, a apontar para semelhanças com o grupo

(11)

QUADRO I

BOBI0l BOBI02 BOBI03 DSB39 ... SOI81... SOI84 ...

D 14,6 14,2(1) 13,8/11,2 30,8

-

12,0 d 12,0 12,6 12,08/10,0 25,2

-

-dm 11,6 10,6 10,2/ 8,6 24,0

-

10,6 db

-

-

7,2/6.0 11,8

-

-H 9,6 - 12,0 22,8

-

-HD 3,2

-

2,8 11,2

-

-h 6,4

-

9,2 11,6 -

-E 0,7 0,6 0,7 1,0 0,4 0,6

P C Compacta Compacta Compacta Compacta Média Média

A T Homogénea Homogénea Homogénea Homogénea Xistosa Xistosa

S e.

areias

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15 % idem idem idem idem idem

T ii.

A p. rnicas = 25 %

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15 % =25 % idem

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15 % =25 %

C Ext. 10YR4/2 10R5/6-8 10R5/6 7.5YR4/4 10R5/6 10YR5/3

O ZM - -

-

10YR3/1 10YR7/4 10YR3/1

R Int. 10YR4/1 10R5/6-8 10YR4/1 10YR5/3 2.5YR6/6 7.5YR5/4

Bord. Redondo Redondo Redondo Redondo Redondo

-Láb. Exvertido Exvertido Exvertido Exvertido Exvertido

-Base Convexa - C/Omphalos C/Omphalos

-

-SIMBOLOS: D - diâmetro máximo (pança); d - diâmetro da boca; dm - diâmetro mínimo (colo/gargalo); db - diâ-metro da base; H - altura total; HD - altura de D; h - altura do colo/gargalo; E - espessura máxima; Pasta-C consis-tência; Pasta-T textura; Pasta e. ii. p. - elementos não plásticos; Cor Ext. - superfície exterior; Cor ZM - zona média; Cor Int. - superfície interior; Bord - bordo quanto à forma; Láb. - lábio quanto à orientação.

internacional, a saturação das superficies pela

decoração e a própria técnica desta (talvez já de roleta) apontam para um momento mais tardio. Até ao momento, não lhes conhecemos equiva-lente directo em materiais portugueses.

A caçoila da Bobadela (BOB 101) tem uma forma claramente distinta da apresentada pelas caçoilas tradicionais do centro sul de Portugal (LEITÃO, et al., 1978: 457, fig. 2). Tem uma ca-rena suave e baixa (TAVARES DA SILVA & SOARES, 1976/77: 182), marcada por uma linha contínua de pontilhado a pente de dimensões mé-dias e o colo ornamentado por uma faixa de lo-sangos encadeados, delineados a pontilhado e li-mitada por linhas continuas também a pontilhado.

É peça para a qual também não conhecemos para-lelos directos portugueses.

O recipiente do Seixo apresenta igualmente uma forma impar no conjunto dos materiais campa-niformes portugueses de que temos conhecimento. É um recipiente de carena média (TAVARES DA SILVA& SOARES, 1976/77: 182) com o colo ligeiramente côncavo e bocal largo (Ia= 78, cf.

SENNA-MARTINEZ, 1981: 2 e 1974: 30) e base com omphalos largo e pouco fundo. A decoração associa, no colo duas faixas de pontilhados em reti-cula limitadas por linhas pontilhadas continuas e separadas por uma faixa lisa. A carena é acen-tuada por uma faixa de pontilhado em espinha limitada por linhas continuas em pontilhado. Na pança, separada da faixa da carena por uma estrei-ta faixa lisa, uma linha pontilhada da qual pendem triângulos com o vértice para baixo, limitados por linhas a ponteado e cheios por linhas paralelas, também a ponteado. O aspecto da decoração vista pelo fundo é de uma estrela de sete pontas lisa, partindo do omphalos central, enquadrada pela decoração pontilhada dos triângulos.

2.2. Os Materiais do Baixo Mondego

Com materiais campaniformes nos respectivos espólios, conhecemos, até agora, quatro estações na bacia do baixo Mondego: os monumentos me-galíticos de Cabeço dos Moinhos (fig. 1, 5) e da

(12)

..

Dalmen da Seixo di aeira

o 4 m

Oalm.n da Seixo d. hin Alullo NE

(13)

Cumieira (fig. 1, 4), na Serra da Boa Viagem, o castro ou «Crasto» de Tavarede (GUERRA &

VEIGA FERREIRA, 1968/70), já na planície a

sul desta serra (fig. 1, 6) e a gruta da Eira

Pedri-nha (MENDES CORR~A & TEIXEIRA, 1949),

Condeixa, a sul do Mondego (fig. 1, 7). Destes tivemos acesso directo aos materiais de Cabeço dos Moinhos e Cumieira, não nos tendo sido pos-sivel localizar os materiais de Tavarede nem ter acesso aos da Eira Pedrinha.

Os materiais quer aqueles a que tivemos acesso quer os que são inventariados por HARRISON (1977: 157) e SPINDLER (1981: 255-263) podem agrupar-se do seguinte modo: um fragmento do bordo de um vaso campaniforme tipo «interna-cional» da Eira Pedrinha, dois fragmentos de va-sos campaniformes inciva-sos, um da Cumieira (fig. 9, MMSR8965) e outro de Tavarede, dois vasos

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campaniformes sem decoração, um de Cabeço dos Moinhos (fig. 10, MMSR1198) e outro da Eira Pedrinha, cinco taças tipo «Palmela», duas de Cabeço dos Moinhos (fig. 10, MMSR62/60 e 1386), duas de Tavarede e uma da Eira Pedrinha e uma caçoila com decoração pontilhada de Ca-beço dos Moinhos (fig. 10, MMSRI357/1358 e

1365/1367).

De todos estes materiais, à excepção do

frag-mento com decoração de tipo «internacional» da Eira Pedrinha, ressalta o seu aspecto tardio, do-minante da decoração incisa e importância do grupo das taças tipo «Palmela», e até um certo sentido de variante regional, patente na decoração das taças, dos vasos incisos e da caçoila do Cabeço dos Moinhos, esta última com os motivos decora-tivos em métopas a lembrarem decorações mais tardias.

MM IR 2711.2100.2"1.2102

Fig. 6 - Recipiente com decoração campaniforme em pontilhado do dólmen do Seixo da Beira.

(14)
(15)

2.3. Discussão

De acordo com os dados actualmente disponíveis os materiais campaniformes da bacia do Mondego são agrupáveis em dois conjuntos regionais con-forme a localização das respectivas estações de origem: um grupo correspondendo aos materiais do concelho de Oliveira do Hospital, motivo principal deste estudo, outro integrando o conjunto dos materiais geográfica e contextualmente mais heterogéneos do baixo Mondego. No entanto, em ambos os conjuntos predominam largamente os materiais provenientes de necrópoles, sendo vir-tualmente desconhecidos os povoados correspon-dentes.

Uma situação como a exposta com todos os inconvenientes que acarreta é, infelizmente, típica do nosso estado actual de conhecimentos sobre o final do Neolítico e início das sociedades meta-lúrgicas na região. Contudo cremos poder avan-çar já a hipótese de, os dois núcleos de materiais aqui referidos corresponderem e uma situação de

Tipo 1 segundo o modelo proposto por CLARKE

(1976) para a interpretação de estações com

ma-teriais campaniformes: « ... Uma baixa densidade

e baixa frequência de estações com vasos campa-niformes decorados (dezenas a centenas); poucos povoados com vasos campaniformes decorados (dezenas); considerável continuidade não-campa-niforme com pequena evidência de duração [local] do campaniforme ... ». Se o grupo do baixo Mon-dego corresponde bem a esta definição, os mate-riais do Concelho de Oliveira do Hospital reco-mendam uma maior reflexão.

Dos três monumentos desta região, o da Sobreda e o do Seixo são os que evidenciam claramente uma sequência de utilizações que vai do que, do ponto de vista regional, poderemos chamar um Neolítico Final, até à Idade do Ferro, com alguns materiais cerâmicos que podem inclusive ser ro-manos (SENNA-MARTINEZ, et aI., em prep.). Em ambos é claramente destacável um conjunto de recipientes que, com alguns do Dólmen da Bo-badela, são atribuíveis à Idade do Bronze sendo de destacar, de entre eles o grupo dos vasos de tipo tronco-cónico (SENNA-MARTINEZ; GARCIA

& ROSA, 1984.). Ora o vaso com decoração

cam-paniforme do Seixo apresenta um perfil que lembra materiais da Idade do Bronze e, em particular, da gruta de Boquique (RIVERO DE LA HIGUE-RA, 1972-73: 117-126 e figs. 16 e 17) e a sua deco-ração, embora de técnica de pontilhado e portanto de tradição campaniforme, lembra na sua

organi-zação em estrela de sete pontas a decoração do vaso

da sepultura III do Tapado da Caldeira (JORGE,

1980) e um vaso do povoado de Cogotas II, Ávila

(MARTIN VALlS & DELIBES DE CASTRO,

1976) ambos decorados com técnica de excisão (boquique). O carácter igualmente tardio dos va-sos da Sobreda, embora de perfil clássico cam-paniforme, e a sua convivência contextuaI com materiais claramente da Idade do Bronze, embora esta deva ser encarada com as cautelas devidas face aos remeximentos detectados, apontariam para uma sobrevivência local tardia de recipien-tes cujo valor de prestígio seria grande.

Outros problemas colocam os dois vasos cam-paniformes «internacionais» da Bobadela tradi-cionalmente tidos como correspondentes à fase antiga do respectivo complexo cultural

(SOA-RES & TAVARES DA SILVA, 1974/77;

HAR-RISON, 1977 e SPINDLER, 1981). No entanto o carácter de excepção que caracteriza a presença de materiais campaniformes na região bem como os dados provenientes da escavação do monumen-to, o único escavado em condições modernas na região, permitem-nos avançar com algumas hipó-teses explicativas.

Segundo informação pessoal do escavador, o dólmen da Bobadela não apresentava vestígios de remeximentos e o nível arqueológico único detec-tado encontrava-se selado pela camada de argilas que continha o vaso BOB 103. Lembremos que este último se encontrava quebrado mas virtual-mente com todos os fragmentos em associação. O restente espólio, actualmente em estudo, revela uma grande homogeneidade não denunciando qualquer indício de longa utilização do monumen-to" ao contrário com o que ocorre nos monu-mentos da Sobreda e Seixo. Entre esse espólio avultam um recipiente tronco-cónico e duas taças de carena baixa com nítidas semelhanças com os materiais em estudo de outros monumentos das Beiras e atribuidos à Idade do Bronze (SENNA--MARTINEZ; GARCIA & ROSA, 1984.

Se aceitarmos o modelo sugerido por CLARKE (1976) para o papel dos recipientes com decoração campaniforme no contexto da economia das popu-lações que os utilizavam, estes surgiriam como

bens de prestígio tanto mais valiosos quanto o seu

local de utilização estivesse afastado da respectiva área de produção. O que nos coloca o problema da origem dos seis recipientes aqui estudados. Por comparação, ainda que sumária, com as res-tantes peças cerâmicas dos respectivos monumen-tos com possibilidade de lhes serem

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Fig. 9 - Vaso campaniforme inciso e ponta de seta em

cobre(?) do monumento da Cumieira.

neas, estes recipientes distinguem-se claramente

pela melhor qualidade do fabrico, pasta mais fina e depurada, cuidado tratamento e alisamento das superfícies e cozedura bastante homogénea, sendo os mais próximos da olaria que denominaremos de produção local a caçoila da Bobadela e o reci-piente do Seixo. Se aceitarmos, o que nos parece óbvio, que os materiais campaniformes dos monu-mentos do Concelho de Oliveira do Hospital são introduções, teremos agora que considerar a ques-tão das respectivas origens.

Das influências nos materiais em causa, parale-los com materiais da Idade do Bronze da Meseta e Estremadura espanholas do vaso do Seixo e ligações com a região do baixo Mondego para os restantes vasos, domina manifestamente a segunda. O traço de união entre os dois núcleos aqui rete-renciados é, fundamentalmente, o rio, o Mondego cuja bacia constitui um importante sistema de vias de comunicação ligando as zonas baixas de Coim-bra e da Foz aos contrafortes das serras do Maciço Central, ligando os pastos de inverno e as várzeas férteis do seu curso baixo aos pastos de verão nas serras e aos vales ricos em ouro e estanho do Ceira, Alva, Seia, etc.

Já tivemos ocasião de, noutro local (SENNA--MARTINEZ & LUZ, 1983), referir a

importân-cia que atribuimos aos recursos mineiros na ecó-nomia e desenvolvimento das primeiras socieda-des de metalurgistas dos vales dos afluentes da margem sul do médio curso do Mondego. Igual-mente o papel da pastorícia de ovi-caprinos e, em particular, da transumância poderia concorrer para explicar contactos entre as duas zonas aqui referidas e ainda a particular localização de al-gumas necrópoles megalíticas ao longo das rotas tradicionais da transumância ainda recentemente utilizadas (MARTINHO, 1978). Se o segundo aspecto bastaria para explicar contactos, a alta

qualidade, abundância e, consequentemente,

ri-queza do espólio, em particular dos materiais líti-cos, encontrado nos monumentos em estudo e, muito particularmente o caso da necrópole dos Moinhos de Vento, Arganil (CASTRO NUNES, 1974; SENNA-MARTINEZ, 1981 e ido 1983

e SENNA-MARTINEZ & LUZ, 1983), apontam

para a grande importância dos recursos mineiros e, simultâneamente, para o carácter tardio do apo-geu do megalitismo da Beira Alta o que, aliás, já fora advertido por Vera LEISNER (1958: 150).

3. Conclusões

No estado actual dos nossos conhecimentos e face ao que já expusemos parece podermos adian-tar as seguintes conclusões:

- Os materiais campaniformes do Concelho de

Oliveira do Hospital constituem um grupo relativamente homogéneo denotando influên-cias que parecem provir dominantemente da região do baixo Mondego.

- O vaso do Seixo apresenta características

morfológicas que apontam para recipientes da Idade do Bronze da Meseta ocidental e até da Estremadura espanhola.

- Os contextos de origem e a probabilidade ele-vada de uma origem exterior à região permi-tem considerar a aplicabilidade aos materiais campaniformes do Concelho de Oliveira do Hospital do modelo proposto por CLARKE (1976) para a circulação destes recipientes. - A riqueza mineral da região (ouro e estanho) bem como alguns indícios contextuais apon-tando para uma cronologia tardia podem permitir enquadrar a circulação destes ma-teriais no âmbito de um modelo sócio-eco-nómico semelhante ao por nós proposto

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Fig. 10 - Recipientes do monumento de Cabeça dos Moinhos: pequena taça em calote com omphalos (MMSR 8965), caçoila com decoração a pontilhado em métopas (MMSR 1357/58, 1365/67), vaso campaniforme sem decoração (MMSR

1198) e taças de bordo espessado internamente com decoração incisa e pontilhada (MMSR 62/60, 108/106) e s6

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para a necrópole dos Moinhos de Vento (SENNA-MARTINEZ & LUZ, 1983 e SEN-NA-MARTINEZ, 1983).

- A prioridade de investigação das hipóteses ora levantadas aponta para a necessidade de localização e escavação de um ou mais povoa-dos atribuíveis às primeiras sociedades de metalurgistas que ocuparam a região.

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ABSTRACT

BELL BEAKER POTTERY FROM OLIVEIRA DO HOSPITAL COUNTY (COIMBRA'S DISTRICT)

The study of the beaker pottery from the coIlections of Arganil's Regional Museum of Archaeology coming

(24)

from the megalithic chambered tombs (d61mens) of Boba-dela, Sobreda and Seixo da Beira opened the way for the understanding of the penetration of beaker cultural influen-ces alongside the Mondego river basin.

~ The anal}'sis of Arganil s maferials and its comparison with the ooes from the coUections or the Museu MUllicipal

do Dr. SQl/tos Rocha at Figueira da Foz and coming from

sites around the lower Mondego, establishes the existence of two nucleus of sites on that river's basin and opens the possibility of a linkage between them. As far as we can tell now because of the lack of domestic sites (only one, located near Figueira da Foz) it could be that the transu-mance of sheep/goat (one of the traditional ways of living in the region) between the litoral lowlands and high pas-tures and the important mineral resources of the highland valleys (cassiterite and gold) were the economic supports of the relationship between the two areas.

The late aspect of most of the materiais under study points to a late chronology of the beaker infiuence there and to a probable coexistence with the EarIy Bronze Age cuItures of the southern part of the lberian Península.

RESUME

POTERlE CAMPANIFORME EN DOLMENS DE LA COM MUNE DE OLIVEIRA DO HOSPITAL

(DISTRICT DE COIMBRA)

L'étude des poteries campaníformes des colections du Musée Régional d'Archéologie de Arganil en provenant des

sépuItures mégalithiques de Bobadela, Sobreda et Seixo da Beira a possibilité la compreension du processus de la pénétration cuIturelIe campaniforme au tons du bassin du Mondego.

L'analyse des materiaux d'Arganil et sa comparaison avec ceux des collections du Musée Municipal Dr. Santos Rocha à Figueira da Foz qui proviennent de sites archéo-logiques du cours inférieur du Mondego, montre, I'exis-tence de deux nucleus de sites avec du campaniforme dans le bassin de ce fieuve et ouvre la possibilité dune conexion entre les deux.

Tant que on peut dire en ce moment, en défaut de sites d'habitat connus (un seulement, prés de Figueira da Foz),

ii est probable que la transumance d'ovicapridés (une des formes traditioneles locales de subsistence) entre les terres bases du litoral et les pâturages élevés et les ressources minérales importantes des vaIlées élevées étaient les suports économiques des relations entre les deux zones.

L'aspect tardif de la plupart des materieux en étude fait croire a une chronologie égaIement tardive et a une datation contemporaire avec les cuItures du Bronze Ancien dans le Sud de la Peninsule lbérique.

PALAVRAS CHAVE:

Campaniforme, CalcoIftico da Bacia do Mondego

Nota: - Os desenhos e fotografias são do autor, à excepção das da Estampa I que são de Amílcar Guerra, a quem

agradece-mos a colaboração.

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