• Nenhum resultado encontrado

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TOALHAS DE PAPEL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TOALHAS DE PAPEL"

Copied!
63
0
0

Texto

(1)

ALINE BEATRIZ CRISTOFERI LEONARDO GRAIEWSKA

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TOALHAS DE PAPEL

(2)

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TOALHAS DE PAPEL

Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Sul Brasil, exigido como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso lI.

Orientador: Prof. Ms. Gilmar José Camargo.

(3)

ALINE BEATRIZ CRISTOFERI LEONARDO GRAIEWSKA

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE TOALHAS DE PAPEL

Trabalho de Conclusão de Curso, de Ciências Contábeis, da Faculdade Sul Brasil, FASUL, exigido como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel, sob orientação do Professor Gilmar José Camargo, considerado _________________________ pela Banca Examinadora, com a nota ___________.

FOLHA DE APROVAÇÃO

_________________________________________________ Prof. Me. Gilmar José Camargo

Orientador FASUL

_____________________________________________________ Prof. Ruben Gomes de Siqueira

Avaliador

_____________________________________________________ Prof. Dr. Evandro José Machado

Avaliador

(4)

DEDICATÓRIA

(5)

AGRADECIMENTOS

(6)

RESUMO

A formação do preço de venda depende diretamente da apuração dos custos de produção, o que permite a uma organização praticar um preço competitivo e, consequentemente, aumentar a riqueza da empresa. Este estudo aborda a temática do preço em uma empresa do município de Toledo, buscando respostas quanto as formas de calculá-lo, o preço ideal e se o preço praticado pela empresa condiz com o preço de venda calculado. Partiu-se da hipótese de que o preço de venda é calculado com base nos custos diretos e indiretos de produção, incluindo a margem de lucro desejada, para tanto, utilizou-se da ferramenta do mark-up. As fontes utilizadas para coletar dados foram os relatórios de venda, relatórios de pagamentos, notas fiscais de compra, fichas técnicas dos produtos, informações concedidas verbalmente pela administradora e observação do processo. A pesquisa possui natureza qualitativa e quantitativa e tem como fundamento um estudo de caso através do qual se evidencia uma característica exploratório-descritiva. Busca-se, também, uma conceituação dos elementos de custos relacionados à formação do preço de venda e a identificação do procedimento atual do cálculo do preço de venda, verificando, ao final, após o processamento dos dados, se o preço de venda ideal apresenta variações em relação ao preço praticado pela empresa.

(7)

ABSTRACT

The formation of the selling price depends directly on the calculation of production costs, which allows the organization to practice a competitive selling price and hence the possibility of increasing the wealth of the company. The present study aimed at answering how the selling price should be calculated, what is the ideal selling price, and if the price imposed by the company is consistent with the estimated sale price. The starting point was the hypothesis that the selling price is calculated based on the direct and indirect costs of production, including the desired profit margin, through the markup rate. The sources used to collect data were the sales reports, payment reports, invoices of purchase, product data sheets, information verbally provided by the Administrator, and by observing the process. The chosen research methods were both qualitative and quantitative research, considering a case study that aimed to analyze the data collected at the company through reports, observation and informal interviews, characterizing it as a descriptive exploratory research. As the general purpose, the study aimed calculate the optimal sales price offered by the company at issue and comparing it to what it was actually practiced. The research also had the following specific objectives: the concept of cost elements related to the formation of the selling price, identifying the current procedure of calculating the selling price, and calculating what the ideal product selling price would be. After processing the data, it was found that the ideal selling price did not have significant variation from the price charged by the company.

(8)

LISTAS DE FIGURAS

FIGURA 01 - Esquema básico da contabilidade de custos ... 17

FIGURA 02 - Produtos ... 43

FIGURA 03 - Bobinas de papel ... 43

FIGURA 04 - Embalagem primária (plásticos) ... 44

FIGURA 05 - Embalagem secundária (caixas de papelão) ... 44

FIGURA 06 - Máquina Interfolhas ... 45

FIGURA 07 - Máquina Embaladeira ... 46

FIGURA 08 - Máquina Serra-fita ... 47

FIGURA 09 - Estoque de Produtos Acabados ... 47

FIGURA 10 - Planilha Custo com Matéria-Prima ... 48

FIGURA 11 - Planilha Terceiros ... 49

FIGURA 12 - Planilha Custo com Insumos + Embalagens ... 49

FIGURA 13 - Planilha Custos Variáveis ... 49

(9)

LISTAS DE QUADROS

QUADRO 01 - Modelo para cálculo de preço de venda ... 38

QUADRO 02 - Organograma da Empresa ... 42

QUADRO 03 - Custos Diretos ... 52

QUADRO 04 - Vendas realizadas nos meses 05, 06 e 07 de 2015 ... 53

QUADRO 05 - Custos Indiretos ... 53

QUADRO 06 - Rateio dos Custos Indiretos ... 53

QUADRO 07 - Custo do Produto Vendido ... 54

QUADRO 08 - Mark-up Multiplicador ... 54

QUADRO 09 - Despesas Gerais ... 55

QUADRO 10 - Cálculo do Mark-up Multiplicador ... 55

QUADRO 11 - Preço de venda praticado pela empresa ... 56

QUADRO 12 - Preço de venda ideal ... 56

(10)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 13

1.1 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 13

1.1.1 Receita ... 14

1.1.2 Despesa ... 14

1.1.3 Custos ... 15

1.1.4 Contabilidade de Custos ... 16

1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ... 17

1.2.1 Custos Diretos e Indiretos ... 18

1.2.2 Custos Fixos e Variáveis ... 19

1.2.3 Custo-padrão ... 20

1.2.4 Custos com Mão de obra ... 21

1.3 MÉTODOS DE CUSTEIO ... 22

1.3.1 Custeio por Absorção ... 23

1.3.2 Custeio Variável ... 25

1.3.3 Custeio Baseado em Atividade ... 26

1.3.4 Custeio pelo Método Unidade Esforço de Produção (UEP) ... 27

1.4 ANALISE DE CUSTO/VOLUME/LUCRO ... 28

1.4.1 Apuração da Margem de Contribuição ... 29

1.4.2 Ponto de Equilíbrio ... 30

1.4.3 Margem de Segurança Operacional ... 31

1.5 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 32

2 METODOLOGIA ... 35

3 ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA ... 41

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA... 41

3.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ... 43

3.3 PROCESSO ATUAL DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 48

3.4 ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO PRATICADA PELA EMPRESA ... 51

3.5 CÁLCULO DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 52

3.6 RECOMENDAÇÕES ... 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 59

(11)

INTRODUÇÃO

Este trabalho discorre acerca da Contabilidade Gerencial, instrumento de grande importância na administração de empresas. As informações utilizadas por esta área da contabilidade são úteis à administração, tendo em vista que formam a base do processo decisório dos gerentes.

A Contabilidade Gerencial tem como principal objetivo facilitar o planejamento, a motivação, a avaliação de desempenho, o controle e a tomada de decisão de uma empresa, buscando avaliar resultados reais e auxiliando na prevenção de possíveis problemas futuros para a gestão da empresa.

Neste âmbito, desenvolveu-se o estudo sobre a formação do preço de venda de uma empresa do ramo de industrialização e comércio de derivados da celulose do município de Toledo com o intuito de analisar a formação do preço de venda de seu principal produto pelo viés da Contabilidade Gerencial.

O preço de venda é um cálculo realizado pelo gestor de uma empresa com vistas a obter o preço de venda de determinado produto. No processo de cálculo, incluem-se todos os custos diretos e indiretos relacionados à produção e à margem de lucro desejada para esse produto ou serviço, entendendo custos diretos como todos aqueles que são, diretamente, alocados ao produto e indiretos como aquilo que é computado por meio de rateio, como os custos administrativos, por exemplo.

No processo de análise, levou-se em consideração o preço de mercado dos produtos aqui estudados, para evitar, por parte da empresa, uma cobrança muito elevada sobre o produto ou, pelo contrário, que a concorrência estabelecesse um preço menor, deixando em desvantagem a empresa analisada em relação à oferta e procura dos produtos. Recomendou-se à empresa, avaliar seu custo de produção em relação ao preço de mercado e verificou-se que o preço obtido após o estudo teve pouca variação em relação ao praticado pela empresa.

Mesmo com toda a tecnologia disponível e com as informações cada vez mais acessíveis a todos, existem alguns gestores de empresas que não utilizam as facilidades a seu favor, deixando a desejar no momento de gerir uma empresa. Um exemplo disso é o fato de que as empresas não utilizam todos os recursos disponíveis.

(12)

venda, pois um gestor deve analisar os vários fatores influentes na produção, como o custo da matéria-prima, da mão de obra a manutenção de máquinas e a certa margem de lucro desejada sobre o produto.

Um dos principais motivos para a falta de controle do preço de venda está na falta de informação sobre os seus custos de produção e sobre o mercado em que atua, fazendo com que a empresa, muitas vezes, fixe um preço de venda levando em consideração apenas a concorrência, sem que se calcule sua efetiva lucratividade. Os gestores que estão à frente da organização devem estar capacitados para gerenciar de forma correta, utilizando dados atualizados que os mantenha a par de tudo o que acontece em seu mercado de atuação, possibilitando um preço de venda de acordo com a realidade do mercado e que cuba o custo de produção, gerando lucro para a empresa.

Existem muitas empresas que não têm total controle sobre seus custos e, por conta disso, não sabem qual sua real situação financeira. Cabe aos gestores se conscientizar da importância do gerenciamento e administrar de forma eficaz para que não se opere em situação desfavorável. O administrador deve fazer o controle rígido dos custos de produção e calcular o preço de venda conforme a realidade da empresa, visando ao lucro e evitando a decadência.

Neste contexto, esta pesquisa busca estudar a problemática do cálculo de preço de venda, tentando obter respostas para indagações do gênero: qual o preço de venda ideal? O preço praticado pela empresa condiz com o preço de venda calculado?

No desenvolvimento deste estudo, partiu-se da hipótese de que o preço de venda é calculado com base nos custos diretos e indiretos de produção, incluindo a margem de lucro desejada. Inicialmente, buscou-se calcular custos diretos e indiretos de produção de cada produto incluindo custos com matéria-prima, mão de obra, energia, aluguel, enfim, tudo o que envolve a produção. Depois, para o cálculo do preço de venda, aplicou-se o índice de mark-up sobre os custos a fim de obter uma margem de lucro e assim formou-se o preço de venda ideal para a comercialização do produto.

(13)
(14)

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial surgiu com o propósito de fornecer informações que pudessem auxiliar os administradores na tomada de decisão de uma empresa. Conforme Viceconti e Neves (2003), a contabilidade gerencial atende as necessidades dos usuários internos de uma organização, utilizando-se de campos do conhecimento não relacionados à contabilidade com o objetivo de verificar qual produto está dando lucro à empresa e se esta empresa deve continuar comprando, por exemplo, matéria-prima de determinado fornecedor.

Todos os tipos de contabilidade são utilizados como ferramentas para auxiliar no processo de tomada de decisão de uma empresa e entre estes tipos, “a contabilidade gerencial produz informações que podem ser úteis para os gestores da empresa, desde que lhe sirvam como indicadores em suas decisões” (CARDOSO; MÁRIO; AQUINO, 2007, p. 3). A contabilidade de custos e a geral têm o objetivo muito próximo ao da contabilidade gerencial, no sentido de produzir informações que auxiliam o gestor na organização gerencial e na tomada de decisão.

Segundo Crepaldi (2006), a contabilidade é uma atividade de grande importância na vida econômica de uma empresa, dada a necessidade de manter organizada a documentação dos ativos e das dívidas, levando em consideração a escassez de recursos. Assim, os dados contábeis e as informações geradas pela contabilidade gerencial, são imprescindíveis na gestão de uma empresa, seja de pequeno ou de grande porte.

Em organizações mais complexas e modernas, o funcionamento correto da contabilidade gerencial tem grande importância para o desenvolvimento, pois permite aos altos administradores tomar decisões acerca do futuro da empresa.

(15)

Dessa forma, através de processos operacionais eficientes, torna-se possível obter sucesso e prosperidade, desde que as atividades estejam de acordo com o planejado. A contabilidade de custos proporciona informações operacionais e financeiras que estão intimamente ligadas à Contabilidade Gerencial, dando embasamento aos gestores nas ações decisórios do processo administrativo, produzindo informações precisas e fornecidas em tempo hábil.

1.1.1 Receita

O conceito de receita diz respeito à entrada de elementos para o ativo, seja dinheiro ou direitos a receber, correspondentes à venda de mercadorias, de produtos, ou da prestação de serviços ou, ainda, derivada de juros de depósitos bancários ou de títulos. A receita representa para a empresa uma mensuração do valor de troca dos bens ou serviços em determinado período (MARQUES, 2010).

De modo geral, a receita é todo o ganho decorrente da atividade da empresa, seja de venda, prestação de serviço, aluguéis de imóveis pertencentes à empresa, investimentos ou aplicações financeiras.

Na visão da contabilidade de custos, no entanto, a receita é vista de forma diferenciada. Segundo Martins (2000, p. 35) há receita “[...] no momento em que há transferência do bem elaborado para o adquirente [...]”. Para esta área da contabilidade, portanto, o resultado só pode ser apurado depois da realização da receita.

1.1.2 Despesa

As despesas são os gastos realizados pela empresa. Segundo Martins (2000), o conceito de despesa se reporta aos serviços e bens que foram consumidos para a obtenção de receita. São despesas, por exemplo, a comissão de um vendedor, que é um gasto que se torna despesa ou os equipamentos usados numa fábrica, que são computados como despesa na venda do produto final.

(16)

diretamente, ligados à produção, mas têm papel fundamental no funcionamento saudável da organização.

Convencionamos chamar de despesa ‘o gasto aplicado na realização de uma atividade que vai gerar renda efetivamente ou que poderá gerar uma renda teórica’. É o componente negativo da renda de determinado período. A despesa é sempre um consumo, é sempre alguma coisa já gasta para obtenção da renda [...] (LEONE, 2009, p. 54).

As despesas representam, de certa forma, o sacrifício da empresa para obter receita, pois a venda de qualquer serviço ou produto requer esforços para deixa-los em condições ideias para a venda (MARQUES, 2010). Segundo essa concepção, a empresa não consegue obter uma receita sem realizar algum sacrifício financeiro.

1.1.3 Custos

O custo, no processo gerencial, é um gasto com bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é, também, um gasto, embora seja reconhecido como custo somente no momento de sua utilização como fator de produção (MARTINS, 2000).

De modo geral, custos são todos os gastos relacionados diretamente com a produção, ou seja, tudo o que a empresa gasta exclusivamente no processo de produção de um bem ou de serviço, por exemplo, mão de obra e matéria-prima.

Contudo, na prática, a separação entre custos e despesas, não é simples, pois há casos em que se necessita o rateio dos gastos da parte administrativa em detrimento de “[...] uma série de problemas aparece pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva [...] e [...] pela dificuldade prática de uma divisão científica” (MARTINS, 2003, p. 39-40).

(17)

Nas indústrias, o custo é o preço pago pela matéria-prima consumida, pela mão de obra e por outros gastos com a produção. No comércio, custo é o preço de compra da mercadoria somado aos gastos da atividade comercial.

O custo é fundamental em uma empresa que visa fins lucrativos, pois se depende dele para alcançar o lucro desejado (MARQUES, 2010). É com base no lucro que a empresa cria o preço de venda, tanto do produto na indústria, quanto aa mercadoria no comércio. Sem que se saiba quais foram os custos da produção, a empresa não pode determinar sua margem de lucro.

1.1.4 Contabilidade de Custos

A contabilidade de custos calcula todos os custos das diversas áreas da empresa, utilizando os dados coletados para que as informações geradas possam ser utilizadas na tomada de decisão gerencial da empresa. Além disto, a contabilidade de custos permite ao gestor planejar as ações no processo operacional e possibilita analisar os efeitos desse planejamento.

A Contabilidade de Custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais (LEONE, 2009, p. 21, grifo do autor).

O gerenciamento dos custos é imprescindível para um bom planejamento e controle empresarial, pois o conhecimento dos os valores que envolvem a produção e a formação do preço de venda ideal é crucial para a continuidade da empresa, visto que os dois principais objetivos empresariais são o crescimento patrimonial (lucro) e a maior participação mercadológica (PINTO et. al. 2008).

A contabilidade de custos realiza o processamento dos dados, organizando-os e interpretando-organizando-os para produzir informações sobre organizando-os custorganizando-os de produção para os diversos níveis gerenciais. Conforme Cardoso, Mário e Aquino (2007) a contabilidade de custos é um ramo da contabilidade destinada a mensurar os custos dos produtos, tanto dos bens materiais, quanto dos serviços.

(18)

objetivo “[...] a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de decisões [...]” (LEONE, 2000, p. 9).

Ao mensurar custos, avaliam-se variáveis financeiras, comerciais, de controladoria, fiscais, de logística e processos operacionais. Desse modo, há uma linha tênue que aproxima a Contabilidade de custos da Gerencial, tendo em vista que ambas são imprescindíveis para a tomada de decisão dos gestores.

FIGURA 01 - Esquema básico da contabilidade de custos

Fonte: MARTINS (2003 p. 57)

1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

(19)

Os custos diretos, conforme definição de Pinto et. al. (2008, p. 25), “são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados [...], já os indiretos estão associados a mais de um produto e para que ele possa ser alocado aos produtos é necessário que se faça o rateio”. Os custos fixos são os que não se alteram, independente do volume de produção. Os custos variáveis se alteram conforme a quantidade produzida.

O custo padrão “[...] é entendido como sendo o Custo Ideal de produção de um determinado bem ou serviço [...]” (MARTINS, 2003, p. 315). E o custo com mão de obra é o valor gasto exclusivamente com salário dos funcionários.

1.2.1 Custos Diretos e Indiretos

Custos diretos são todos os custos ligados diretamente à produção de mercadorias ou de serviços de uma empresa, sendo utilizado, unicamente, na produção do bem. Segundo Viceconti e Neves (2003), pode-se exemplificar um custo direto pela matéria-prima, pois a empresa sabe, exatamente, a quantidade de matéria-prima que é utilizada na fabricação de cada produto, assim como pela mão de obra necessária, que são os custos com salários dos funcionários que trabalham na produção. Também são custos diretos, a depreciação de máquinas, ou seja, quando determinada máquina é utilizada para produzir apenas um produto.

Vê-se assim, que os custos diretos são elementos que estão essencialmente ligados ao processo produtivo, ou seja, não se faz necessário nenhum procedimento de rateio para a sua alocação ao produto.

Já os custos indiretos são gastos gerais na fabricação, custos que são utilizados numa produção, mas estão vinculados a mais de um produto e dependem de rateio para serem alocados aos produtos. São exemplos de custos indiretos a depreciação de equipamentos utilizados na produção de mais de um produto, o aluguel, a limpeza da fábrica e a energia elétrica (VICECONTI; NEVES, 2003). Percebe-se assim, que se trata de um gasto com mais de um produto que precisa ser rateado entre os produtos para que se obtenha seu valor específico em cada produto.

(20)

área ocupada em m², a hora-máquina utilizada, a mão de obra direta utilizada, entre outros.

Todavia, deverá haver consistência na adoção de cada método de rateio, pois qualquer mudança é sensivelmente reproduzida no preço final de cada produto. “E é bastante fácil também de se perceber que a alteração de um critério poderá provocar mudanças no valor apontado como custo de produção, sem que de fato nenhuma outra modificação tenha ocorrido no processo de produção” (MARTINS, 2003, p. 83).

Verifica-se, portanto, que o critério de rateio dos custos indiretos deve ser considerado por um profissional que esteja intimamente ligado ao processo de produção da empresa, o qual deverá conhecer minuciosamente as etapas do processo produtivo, saber identificar o elemento que mais onera e impacta na produção e, a partir desse ponto, escolher os critérios de rateio menos subjetivos e arbitrários.

1.2.2 Custos Fixos e Variáveis

Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis, condição que se deve à relação entre o custo e o volume de produção da empresa. Os custos fixos são aqueles que não se alteram, independentemente da quantidade produzida.

São aqueles cujos valores serão os mesmos independentemente do volume de produção e vendas da empresa [...] os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo ou até o limite da capacidade do ativo gerador do custo fixo [...] (PINTO et. al. 2008, p. 26).

Os custos não variam conforme a produção ou vendas de produtos, porém, podem variar com o tempo, dependendo da capacidade de geração de custo da empresa. Para Martins (2000), o custo fixo não pode ser confundido com o custo repetitivo, por exemplo, o pagamento do aluguel, que pode ser alterado a cada período, devido a índices, mas continua sendo fixo, uma vez que independe da quantidade produzida.

(21)

presente em todos os períodos de tempo (tradicionalmente mês a mês), contudo, não significa que ele representará o mesmo valor em cada período. Portanto, seu valor varia de acordo com as “[...] variação de preços, de expansão da empresa ou de mudança de tecnologia [...]” (MARTINS, 2003, p. 50).

Em outra concepção, segundo Leone (2000), os custos fixos só podem variar quando comparados as unidades produzidas, pois se pode produzir até a capacidade máxima da empresa sem se alterar os custos fixos o que o implica em menores custos fixos por cada unidade produzida.

Já os custos variáveis, como o próprio nome diz, variam com relação à quantidade de produção da empresa. Pinto et. al. (2008, p. 27) definem custos variáveis como:

[...] aqueles cujos valores se alteram em função da quantidade produzida ou do volume de vendas da empresa [...] os custos variáveis estão atrelados ao produto e aumentam na mesma medida do aumento da produção e, se não houver quantidade produzida, o custo será nulo [...].

Os custos variáveis são proporcionais ao volume de produção: quanto maior a produção, maior será seu custo variável. Caso não haja produção, o custo variável de produção será nulo.

Conforme Martins (2000), o custo dos materiais consumidos está relacionado ao volume de produção, quando maior for a produção, maior será o gasto com materiais diretos. Deste modo, o custo variável sempre oscila em relação à quantidade produzida: a quantidade de produção será estabelecida de forma proporcional ao custo de matéria-prima utilizada no mês.

1.2.3 Custo-padrão

(22)

Martins (2000) traz dois conceitos de custo padrão, um deles diz que o custo padrão pode ser entendido como um custo ideal de fabricação, ideia que surgiu com a tentativa de fazer um custo de laboratório, no qual os cálculos seriam feitos minuciosamente com base no tempo e no movimento, considerando um operário eficiente, sem oscilação de produção e sem desperdício de matéria-prima.

O outro conceito é o de custo padrão corrente afirma que a empresa deve fixar o valor como meta do período, levando em conta as deficiências de qualidade, variação de produção e mão de obra. É considerado um valor difícil de ser alcançado (MARTINS, 2000). Ambos podem ser aplicados nas empresas, dependendo da realidade de cada uma.

Percebe-se assim, que o custo-padrão se baseia em atividades futuras da empresa, nas quais se deseja obter determinados valores de custos, ou seja, se tenta antecipar os valores efetivos dos custos de produção (PADOVEZE, 2010). Dessa maneira, por ser calculado em cima de eventos desejados e futuros, este custo envolve uma margem para erros, tendo em vista que as atividades podem ou não acontecer.

1.2.4 Custos com Mão de obra

Custo com mão de obra é todo e qualquer gasto realizado para a obtenção de receita: salários e ordenados pagos aos funcionários da empresa, que trabalham com maquinas e equipamentos na fabricação dos produtos. Podem ser divididos em duas categorias: custos com mão de obra direta e custos com mão de obra indireta. Segundo Viceconti e Neves (2003, p. 63):

Mão-de-obra Direta (MOD) é o gasto relativo ao pessoal que trabalha diretamente na produção, sendo possível a averiguação do tempo dispensado na elaboração do produto e, portanto, é um gasto cujo valor é apropriável a este sem necessidade de se recorrer a qualquer critério de alocação.

(23)

Assim, se possível identificar o custo de mão de obra aplicada diretamente a algum produto, tem-se, então, mão de obra direta, ao contrário, se for necessário utilizar um critério de rateio, a mão de obra é indireta (MARTINS, 2000). No caso de não ser possível identificar uma ligação do custo com um único produto, a mão de obra é indireta.

A mão de obra direta é de difícil mensuração, pois necessita de sistemas como o cartão ponto e registro automático de início e término e de ordens de produção, por exemplo, e aquém dessas questões de controle e econômicas, há dificuldade também no levantamento efetivo do tempo em que a mão de obra direta realmente trabalhou, pois todo tempo ocioso nesse aspecto é considerado como indireta.

Nesse contexto, apesar da existência da mão de obra direta, a “[...] Contabilidade de Custos a tratará como Indireta devido à adoção de sua alocação por critérios estimativos [...]” (MARTINS, 2003, p. 133). Em contraponto, os avanços tecnológicos e robóticos estão diminuindo o emprego de mão de obra direta, portanto, não há valor expressivo e o custo para sua mensuração é elevado, sendo que um profissional, na linha de produção, dificilmente operará uma máquina só para a produção de um único produto, o que exige rateio para alocação de custo nos produtos.

1.3 MÉTODOS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio envolvem grande parte do estudo da Contabilidade de Custos, pois é a partir destes métodos que há a mensuração do custo total dos produtos, individualmente e/ou coletivamente, tanto em ordem de produção quanto por unidade produzida. É a partir deste estudo que se pode chegar a resultados efetivos para ações gerenciais.

O custeamento “É o processo de identificar o custo unitário de um produto ou serviço ou de todos os produtos e serviços de uma empresa, partindo do total dos custos diretos e indiretos [...]” (PADOVEZE, 2010, p. 351). O custeio dos produtos utiliza os custos diretos e indiretos de produção, dividindo-os entre os produtos, conforme foram utilizados na produção.

(24)

final - que é o valor final propriamente dito, em valores monetários, de cada produto industrializado. Conforme Leone (2009, p. 49):

Custear é apurar os custos. Mas não significa apenas determiná-los ou calculá-los. Apuração de custos representa todo o trabalho da Contabilidade de Custos, desde o planejamento da coleta (e a coleta propriamente dita) dos dados até a prestação da informação gerencial de custos.

Portanto, todos os custos são considerados no processo. Conforme Martins (2000), o custeio dos produtos tem por finalidade a apropriação de custos e os métodos abordados têm diferentes formas de elaboração e consideração dos custos, verificando assim, resultados/valores diferentes para cálculo e estudo de um mesmo produto.

Dessa maneira, é possível dimensionar o quão complexa é a atividade de custeamento e formação de preço. O preço final de um produto é determinado pelo seu método de custeamento e, ainda assim, a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos de fabricação também causa variações significativas no custeamento da produção de diferentes produtos em diversas linhas de fabricação.

[...] o sistema de contabilidade gerencial deve tentar informar custos precisos dos produtos, de modo que a fixação de preços, a introdução de novos produtos, o abandono de produtos obsoletos e a resposta a produtos rivais possam basear-se na melhor informação possível sobre as necessidades de recursos a serem destinados para tal finalidade (WERNKE, 2008, p. 19).

As empresas, cada vez mais, preocupam-se com o bom controle de custos e despesas, pois isso permite apurar qual é o real lucro obtido com cada produto. Para que isso aconteça, os sistemas gerenciais devem estar ajustados para fornecer informações precisas acerca dos custos de produção.

1.3.1 Custeio por Absorção

(25)

O Custeio por Absorção, que é o mais utilizado por ser o critério fiscal e legal em praticamente todo o mundo, incorpora os custos fixos e indiretos industriais [...] aos produtos, traduzindo esses gastos em custo unitário por meio de procedimentos de rateio das despesas e alocação aos diversos produtos e serviços.

Neste âmbito, verifica-se que o custeio por absorção é o método que “[...] Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos” (MARTINS, 2000, p. 41-42).

De acordo com essa concepção, pode-se dizer que este método de custeio é mais amplo na alocação de custos, pois considera todos os produtos no processo produtivo, alocando os gastos produtivos de acordo com o que cada produto exige de recursos diretos e indiretos para a produção. Na visão de Leone (2009, p. 242), tem-se que:

Custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação [...], ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação.

O custeio é essencial nas atividades de contabilidade gerencial da empresa, pois o custo estabelece as despesas usadas num produto. No custeio por absorção são alocados somente os custos, sendo eles fixos ou variáveis, já as despesas, que são gastos não relacionados com a fabricação, são excluídos. Nesse método todos os custos são alocados aos produtos, os custos diretos são alocados diretamente ao produto, e os custos indiretos são incorporados aos produtos, ou serviços, por meio de critérios de rateio (CREPALDI, 2006). Todos os custos, excluindo-se os gastos administrativos, são alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, e para que se possa alocar os custos indiretos, é necessário utilizar critérios de rateio.

(26)

rateio para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos [...]”. Deste modo, a principal desvantagem do custeio por absorção reside no fato de que ele é baseado em critérios arbitrários para a alocação dos custos.

Entretanto, apesar da arbitrariedade, que prejudica a eficácia empresarial e distorce relativamente o custo unitário de cada produto, este método de custeio é amplamente utilizado pelas empresas, pois supre a necessidades fiscais, tem validade para as demonstrações financeiras e para o recolhimento do Imposto de Renda.

1.3.2 Custeio Variável

O Custeio Variável ou também denominado de custeio direto indica que serão alocados nos produtos somente os custos variáveis, pois é esse custo que identifica os gastos na produção de cada mercadoria.

Partindo da exclusão dos custos fixos, “A premissa básica do custeio direto é a de que somente os custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos (chamados de diretos ou variáveis) devem ser apropriados [...]” (WERNKE, 2008, p. 20). Dessa forma, “[...] consiste em considerar como Custo de Produção do Período apenas os Custos Variáveis incorridos [...]” (VICECONTI; NEVES, 2003, p. 149).

Neste método de custeio, os Custos Fixos são considerados como despesas e não como custos de produção. Sob essa ótica, é possível identificar a capacidade dos produtos em cobrir os custos diretos, o quanto a estrutura da empresa custa em termos fixos e, por fim, qual a lucratividade da produção.

Padoveze (2010), afirma que além dos custos variáveis, são incorporados aos produtos os custos com a mão de obra, que em curto prazo são vistos como custos fixos, mas em longo prazo são entendidos como custos variáveis, devido à rotatividade de funcionários na empresa. Ainda segundo Padoveze (2010, p. 341):

(27)

Desta forma, os custos fixos e indiretos não são incorporados aos produtos, sendo tratados como despesas do período e, neste método, não são alocadas aos produtos. Isso explica o fato deste método ser chamado de custeio variável, pois existem custos variáveis que não são relacionados diretamente aos produtos e não poderiam ser alocados aos produtos se o método fosse chamado de custeio direto.

Os custos de produção são apurados periodicamente, dependendo da atividade desenvolvida pela empresa, podendo ser mensal, anual, ou por ciclo de produção, “[...] este sistema de apuração de custos depende de um adequado suporte do sistema contábil, na forma de um plano de contas, que separe, já no estágio de registro dos gastos, os custos variáveis e os custos fixos de produção [...]” (CREPALDI, 2006, p. 117). É preciso que o sistema contábil esteja funcionando corretamente para que se possa contabilizar os custos de forma concreta e fazer o custeio com dados reais e atualizados.

1.3.3 Custeio Baseado em Atividade

O Custeio Baseado em Atividade é o método desenvolvido para sanar a arbitrariedade da alocação dos custos indiretos. Baseia-se sensivelmente na análise dos custos por atividades, correlacionando o consumo dos recursos utilizados na fabricação. A busca por métodos analíticos que fossem eficazes e promovessem decisões rápidas fez com que o método Custeio Baseado em Atividade ganhasse confiabilidade e repercussão pelo mundo. Este método procura diminuir as distorções decorrentes do rateio arbitrário dos custos indiretos (CREPALDI, 2006).

O Custeio Baseado em Atividades possui uma a ferramenta de departamentalização para auxiliar no processo de custeio e facilitar o rateio. Portanto, este método “[...] procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos [...]” (MARTINS, 2000, p. 93).

(28)

Com menor arbitramento, o custeio do produto torna-se mais efetivo e real e a sua visualização se dará na formação de preço, na qual será possível identificar sensível diferença na variação de preço final com os demais métodos de custeio. No âmbito gerencial, seu uso permite informações mais concretas para a tomada de decisão.

O custeio por atividade tem algumas vantagens na alocação dos custos indiretos, pois segundo Padoveze (2010), esse método apura custos de forma mais precisa do que outros e, também, auxilia no processo de controle dos custos das atividades. Como a empresa decide quais atividades são desenvolvidas e quais não, pressupõe-se que “[...] os departamentos de serviços e suas atividades são para a empresa (e seu negócio) e não especificamente para os produtos” (PADOVEZE, 2010, p. 369, grifo do autor).

O Custeio Baseado em Atividade busca diminuir o desperdício e aumentar a produtividade, organizar a empresa, implementar o controle de qualidade total e elaborar um orçamento baseado no desempenho. Além disso, permite reduzir os custos sem que diminua a produção (CREPALDI, 2006). O objetivo, assim, é o de reduzir o custo, reduzindo os desperdícios e implantar sistemas de controle que facilitem o processo de redução e controle dos custos.

1.3.4 Custeio pelo Método Unidade Esforço de Produção (UEP)

O Custeio baseado em Método Unidade Esforço de Produção está relacionado aos custos de transformação, ou seja, a todos os gastos com elementos representativos do esforço de produção do produto. Tem-se em vista que:

[...] os custos unitários dos produtos são resumidos em custos das matérias-primas consumidas e custos de transformação [...] o método UEP preocupa-se basicamente com os custos de transformação [...]. Custos de transformação são conhecidos também como custos de conversão ou custos de agregação e representam o esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. São todos os custos de produção, exceto as matérias-primas, os componentes adquiridos prontos e as embalagens compradas (WERNKE, 2008, p. 33).

(29)

produtos para concepção de custos do produto. Conforme o método de custeio considera o esforço de produção, tem-se:

[...] Os esforços de produção significam todo esforço utilizado para transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa. Dessa forma, a mão-de-obra (direta e indireta), a energia elétrica utilizada na produção, a manutenção do equipamento, o controle de qualidade, o trabalho intelectual de planejamento da produção, enfim, tudo o que se relaciona com a produção da empresa gera esforços de produção (WERNKE, 2008, p. 33).

Dessa maneira, o método UEP visa facilitar os cálculos de produtividade, ociosidade, rendimento e, principalmente, os custos, pois tem por finalidade a definição de uma unidade de medida comum para todas as atividades que possuem esforço produtivo. Portanto, um produto que passa pelas atividades que impõem esforço produtivo será mensurado de acordo com sua necessidade de esforço de produção, ou seja, independentemente da quantidade de produtos diferentes que são produzidos, cada um será custeado pela Unidade de medida em Comum.

1.4 ANALISE DE CUSTO/VOLUME/LUCRO

A análise de Custo/Volume/Lucro é uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão gerencial da empresa. Este tema faz alusão aos conceitos de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança.

Os estudos praticados nesses três âmbitos “[...] visam demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações existente entre as vendas, os custos (fixos ou variáveis), o nível de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado [...]” (WERNKE, 2008, p. 41).

(30)

Os conceitos de custos fixos e variáveis permitem uma expansão das possibilidades de análise dos gastos da empresa, em relação aos volumes produzidos ou vendidos, determinando pontos importantes para fundamentar futuras decisões de aumento ou diminuição dos volumes de produção, corte ou manutenção de produtos existentes, mudanças no mix de produção, incorporação de novos produtos ou quantidades adicionais etc (PADOVEZE, 2010, p. 376, grifo do autor).

Essa análise se baseia no custeio variável, que determina qual é a quantidade mínima que deve ser produzida para que a empresa não tenha prejuízo. “[...] é um instrumento utilizado para projetar o lucro que seria obtido em diversos níveis possíveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro de modificações no preço de venda, nos custos ou em ambos [...]” (CREPALDI, 2006, p. 150).

Por meio desta análise, faz-se possível determinar qual a quantidade necessária a ser produzida ou vendida, para que a empresa obtenha resultado positivo. Compete, assim, aos gestores tomar a melhor decisão de produção para que a empresa tenha certa margem de contribuição e não venha à falência.

1.4.1 Apuração da Margem de Contribuição

A Margem de Contribuição é fundamental para a Contabilidade Gerencial, pois determina o valor líquido que cada unidade fornece a empresa e possibilita obter uma informação precisa acerca da rentabilidade do produto, o que é fundamental para a estratégia de produção e vendas da empresa. Uma unidade produtiva de diversos produtos pode verificar qual deles é mais rentável para a atividade operacional da entidade.

Assim, a Margem de Contribuição na concepção de Wernke (2008, p. 42) “[...] é o valor resultante da venda de uma unidade, após deduzidos os custos e despesas variáveis associados ao produto comercializado. Tal valor contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar lucro”. Portanto, nesse contexto, a Margem de Contribuição “[...] é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou [...]” (MARTINS, 2000, p. 195).

(31)

Segundo Padoveze (2010, p. 376) a margem de contribuição pode ser entendida como [...] a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto [...]. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa”. Para que os gestores da empresa saibam qual é a sua margem de contribuição dos produtos, deve-se diminuir do preço de venda os custos incorridos sobre o produto, o valor obtido é o lucro que a empresa tem sobre cada unidade vendida.

A análise da margem de contribuição é um instrumento que auxilia na tomada de decisões da empresa, pois a informação que ela gera ajuda os gerentes a decidir pelo aumento ou redução de uma linha de produção, bem como, decidir estratégias de preço e avaliar o desempenho e o resultado obtido pela produção (CREPALDI, 2006). Por isso é importante que se analise a margem de contribuição de cada produto da empresa, pois favorece que os gestores saibam se estão obtendo resultados positivos ou negativos com relação aos produtos.

1.4.2 Ponto de Equilíbrio

Em conjunto com a Margem de Contribuição, o Ponto de Equilíbrio é de relevada importância para o gerenciamento empresarial, pois faturar um número colossal não significa retorno à empresa.

Saber qual é o ponto de equilíbrio é essencial para uma empresa, visto que “[...] A informação do ponto de equilíbrio da companhia, tanto do total global, como por produto individual [...] identifica o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar” (WERNKE, 2008, p. 53). Este nível mínimo indicará o volume de produção em que a empresa suportará seus custos fixos de produção e, nesse contexto, é possível verificar “[...] o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, o número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis, sem gerar lucro” (WERNKE, 2008, p. 49).

(32)

preços, de custos, de vendas e o processo produtivo como um todo, para, então, tomar a decisão correta enquanto aos objetivos empresariais.

O ponto de equilíbrio, segundo Padoveze (2010, p. 376 - 377) demonstra de forma quantitativa “qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas [...] que ela tem necessidade de incorrer para fabricar/vender o produto”. Esse volume pode ser demostrado de forma global e de forma individual, e evidencia qual é o nível mínimo em que a empresa, ou cada setor deve operar, apenas cobrindo seus custos e despesas, pois “[...] No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo [...]” (PADOVEZE, 2010, p. 377). O resultado obtido pela produção no ponto de equilíbrio é zero e o que exceder a esse volume é lucro e se o volume de produção for menor que o ponto de equilíbrio, a empresa terá prejuízo.

Como o ponto de equilíbrio é o volume de produção/venda em que não há lucro nem prejuízo, é necessário, de acordo com Crepaldi (2006, p. 130), “calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos”, as despesas e os gastos para a obtenção de determinado produto.

1.4.3 Margem de Segurança Operacional

Apurada a Margem de Segurança e o Ponto de Equilíbrio do processo produtivo, o gestor está munido com informações decisórias quanto à fabricação e rentabilidade da empresa.

Todas as empresas necessitam produzir além do ponto de equilíbrio, pois assim alcançam um de seus principais objetivos, que é a lucratividade. Faz-se necessário obter uma margem de segurança razoável para que uma eventual alteração de mercado não surpreenda o resultado da empresa, pois “A Margem de segurança é o volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa” (WERNKE, 2008, p. 62).

(33)

Segundo Nogueira (2005, p. 25) “A Margem de Segurança tem como finalidade indicar o nível de risco da atividade exercida pela empresa em relação ao ponto de equilíbrio, seja ele contábil, financeiro ou econômico”. Trata-se, assim, da quantidade produzida que varia em relação ao ponto de equilíbrio, seja para mais ou para menos e é expressa em percentuais.

1.5 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A fixação ou formação do preço de venda dependerá do sistema de custeio utilizado. A formação de preços a partir do custo e sua validade, conforme Padoveze (2010), parte da ideia de que o mercado absorve os preços de venda que são calculados pela empresa em cima dos custos reais ou orçados. É necessário, dessa forma, que se faça um cálculo sobre os custos para que se possa ter uma base para calcular o preço de venda ideal.

A formação do preço com base nos custos pode ser feita pelo custeio por absorção, através de um processo em que “[...] Tomam-se como base os custos industriais por produto, e adicionam-se as taxas de despesas administrativas e comerciais, despesas financeiras e margem desejada” (PADOVEZE, 2010, p. 427). Esta é a forma mais utilizada devido a sua praticidade, já que os custos de fabricação são todos absorvidos pelo produto, sendo necessário, apenas, que as despesas e a margem de lucro sejam adicionadas.

Também pode ser formada a com base no custeio variável, alocando diretamente aos produtos os custos e despesas variáveis. “[...] a margem a ser aplicada deverá cobrir, além da rentabilidade mínima almejada, também os custos e despesas fixas [...]” (PADOVEZE, 2010, p. 427). Os custos e despesas fixas não foram alocados ao produto, por isso a margem aplicada sobre os custos e despesas variáveis deve ser suficiente para cobrir as despesas e custos fixos.

(34)

A empresa deve juntar todos os seus esforços para atingir o custo meta e, assim, poder competir no mercado. “Percebe-se que o produto gera o custo e, a partir de uma margem de lucro, estabelece-se o preço-meta a ser cobrado ao público” (PINTO et. al. 2008, p. 94). Nessa concepção, a formação de preço deve estar embasada na disposição do cliente quanto ao pagamento do produto ofertado. Portanto, o valor é determinado a partir do preço praticado para, posteriormente, chegar aos custos do produto (CREPALDI, 2006).

O custeio é o elemento essencial para a formação de preço, pois a empresa não poderá oferecer produtos com preço abaixo de seu custo de fabricação. Dessa forma, Viceconti e Neves (2003, p. 199) discorrem acerca de fatores consideráveis na formação de preço “características da demanda do produto; existência ou não de concorrentes; previsibilidade do comportamento dos concorrentes; existência ou não de acordo com os concorrentes”.

Para Martins (2003, p. 218) “[...] Sobre esse custo agrega-se uma margem, denominada mark-up, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado [...]”. Portanto, ressalta-se que os preços de venda deverão suportar também, além dos custos, as diversas despesas e gastos não considerados na produção, como as despesas administrativas, impostos e comissões sobre vendas e, também, o lucro desejado pelos sócios e administradores da empresa.

O mark-up é um multiplicador sobre os custos que parte do custo por absorção de cada produto. Sobre o custo de absorção de cada produto, aplica-se um multiplicador que propicia que os demais fatores formadores de preço sejam somados ao custo do produto (PADOVEZE, 2010). O multiplicador é utilizado para que se faça o cálculo da formação de preço de forma mais rápida, bastando multiplicar o custo pelo mark-up.

Adiciona-se ao mark-up, a margem de lucro desejada, que é calculada, segundo Padoveze (2010), com base na rentabilidade do capital próprio e, para que seja calculada a margem, será necessário que haja uma taxa fixa, a qual será definida pelos sócios. Para a fixação dessa taxa, devem-se levar em conta todos os aspectos econômicos – financeiros da empresa, bem como seus objetivos e sua cultura.

(35)

qualidade dos produtos e os preços praticados pela concorrência, assim como a prática de preços para vendas a vista e preços a prazo, que é por si mesma, uma árdua tarefa para os gestores da empresa.

O produtor precisa aprender a gerenciar, com competência a contabilidade de custos de sua unidade e dominar sua demonstração financeira, pois é tendo o domínio dessas ferramentas que ele melhora a qualidade de suas decisões e torna sua atividade mais competitiva. Os números são meros detalhes, são sinais de vida da atividade. É importante acompanhá-los diária, semanal e mensalmente. O fruto desse trabalho será o domínio do negócio e confiança nas decisões a serem tomadas (CREPALDI, 2006, p. 313).

(36)

2 METODOLOGIA

O principal objetivo do presente trabalho é o de desenvolver uma pesquisa exploratório-descritiva. A pesquisa exploratória descreve a situação e procura descobrir as relações existentes entre os componentes da pesquisa, o que requer um planejamento flexível, que possibilite a consideração dos diversos aspectos envolvidos no problema, ou situação (CERVO; BERVIAN, 1996). Outro conceito muito semelhante é que a pesquisa exploratória tem por objetivo “[...] a formulação de questões ou de um problema, com tripa finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, [...] ou modificar e clarificar conceitos [...]” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 171).

Assim, a pesquisa exploratória foi desenvolvida com a finalidade de aprofundamento no estudo de determinada situação, permitindo análises e levantamento de hipóteses sobre o resultado da pesquisa.

Segundo Gilson (2004) a pesquisa exploratória tem por objetivo principal descobrir ideias e percepções, gerando assim, hipóteses precisas para um estudo mais avançado. É caracterizada por sua flexibilidade, porque os procedimentos de pesquisa adotados não são formais, os instrumentos de coleta de informações não são estruturados e as informações necessárias são definidas ao acaso. A pesquisa exploratória pode ser utilizada para formular problemas com maior precisão, desenvolver hipóteses, identificar quais são as alternativas a serem seguidas para a solução de um problema e estabelecer critérios para a abordagem do problema e de pesquisas seguintes.

(37)

A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados [...]. Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural, precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito.

A presente pesquisa é realizada de forma descritiva, pois não há interferência do pesquisador no acontecimento dos fatos. Segundo Cervo e Bervian (1996, p. 49) “[...] a pesquisa descritiva observa, regista, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Nela descrevem-se os pontos relacionados à pesquisa, todos os conceitos e dados importantes que podem ser relacionados à pesquisa exploratória, a fim de aprofundar o assunto trabalhado.

As pesquisas que tem delineamento exploratório-descritivo têm como principal objetivo proporcionar visão ampla sobre o tema abordado. Marconi e Lakatos (2010, p. 171) afirmam que a pesquisa exploratório-descritiva “[...] tem por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como, por exemplo, o estudo de caso para o qual são realizadas análises empíricas e teóricas [...]”. Desta forma, a pesquisa exploratório-descritiva busca apresentar da forma mais ampla possível informações sobre o tema abordado, descrevendo-o completamente. Esse tipo de pesquisa é mais utilizado em dissertações e teses.

O tema abordado nesta pesquisa foi formação do preço de venda. Para que se compreenda o que é e qual o objetivo da formação de preço, desenvolveu-se um estudo sobre contabilidade de custos em uma indústria e comércio de derivados de celulose, por meio de dados fornecidos pela empresa em questão, devido ao fato da empresa não ter gerenciamento de sua formação de preço de venda.

Para que se desenvolva uma pesquisa exploratório-descritiva é preciso realizar um estudo de caso, pois a proposta reside em estudar a realidade de uma empresa de pequeno porte. Este método de estudo caracteriza-se por “[...] estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento [...]” (GIL, 1996, p. 58).

(38)

[...] explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; preservar o caráter unitário do objeto estudado; descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; formular hipóteses ou desenvolver teorias; e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos (GIL, 2010, p. 38).

O estudo de caso se restringe a um único caso e sendo restrito e referindo-se ao levantamento profundo de determinado caso, ele não pode referindo-ser generalizado ou aplicado a outros modelos (MARCONI; LAKATOS, 2011). Ainda, temos que:

[...] os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados (GIL, 2010, p. 38).

Sob essa ótica, o estudo de caso está correlacionado com a pesquisa exploratória. Fachin (2003) o descreve como um estudo intenso, que venera a compreensão no contexto total da problemática hipotética, ou seja, todos os elementos da situação são investigados.

Apesar de instigar o conhecimento detalhado e a investigação de todos os elementos, o método de estudo de caso apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, se destacam, conforme Gil (1996) O estímulo a novas descobertas, a ênfase na totalidade e a simplicidade dos procedimentos. Assim, pode-se obter um estudo de uma entidade de forma completa, abrangendo todas as partes e não somente partes avulsas, pré-selecionadas. Todavia, a simplicidade e a visão geral do estudo geram limitações para o resultado da pesquisa. Para Fachin (2003, p. 44-45), há desvantagem porque “[...] os resultados podem se deter mais em considerações que em conclusões, porque, quando suas conclusões são abrangentes, ele não conduz à confiabilidade [...]”.

(39)

O período de estudo se estendeu de maio a julho do ano de 2015. Vale ressaltar que a empresa foi constituída recentemente e vinha apresentando dificuldades na gestão de custos e na formação do seu preço de venda.

A coleta dos dados se realizou por meio de visitas à empresa, momento em que foram reunidas informações necessárias para a tabulação de dados e, posteriormente, os cálculos e análises.

Para o cálculo do preço de venda, é necessário calcular o preço de compra da matéria-prima, o que se deu do seguinte modo:

QUADRO 01 - Modelo para cálculo de preço de venda (+) Custo da fatura

(-) Descontos na fatura (+) Fretes/seguros/outros

(-) Impostos recuperáveis (ICMS/IPI) (+) Impostos não recuperáveis (+/-) Outros

(=) Custo de compra da matéria-prima.

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

Em seguida, aplica-se a seguinte fórmula: Preço de Venda = Custo Unitário

x mark-up multiplicador. Sendo o mark-up composto de despesas variáveis de

venda, administrativas, comissões de vendedores, tributos e margem de lucro desejada.

O presente estudo poderá ser aplicado a empresas que sofrem com mesmo problema, pois os administradores terão uma base de como poderão fazer a formação do preço de venda.

A pesquisa tem uma abordagem quantitativa, a qual pode ser descrita como aquela em que tudo é quantificável, que transcreve em números todos os dados e informações, utilizando-se de técnicas estatísticas. Essa forma é utilizada em vários tipos de pesquisas, pela facilidade de descrever complexamente uma hipótese ou problema, analisa a interação de certas variáveis (PRODANOV; FREITAS, 2013).

(40)

(apud MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 286), as concepções quantitativas “[...] ‘simplificam a vida social limitando-a aos fenômenos que podem ser enunciados’ e acrescenta que ‘as abordagens quantitativas sacrificam a compreensão do significado em troca do rigor matemático’”.

No método quantitativo, os pesquisadores valem-se de amostras amplas e de informações numéricas, enquanto que no qualitativo as amostras são reduzidas, os dados são analisados em seu conteúdo psicossocial e os instrumentos de coleta não são estruturados (MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 269).

O método quantitativo apresenta vantagens e desvantagens em relação a outros métodos de pesquisa, pois segundo Marconi e Lakatos (2011) a quantificação representa precisão e controle, mas que se pode integrar ao método de qualificação, garantindo o afastamento da subjetividade do pesquisar, enquanto a análise de dados permite a evidenciação dos passos da pesquisa. Entre as desvantagens, lista-se o excesso de confiança em dados, o que gera certa lista-segurança nos dados apanhados, sendo que detalhes do processo são subtraídos, não havendo aspectos e enfoques distintos no que diz respeito à observação.

E também é uma pesquisa qualitativa, que estabelece uma relação entre o mundo real e o sujeito que não pode ser representada em números, sendo, portanto, uma pesquisa descritiva. Sua principal característica é a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significado a eles. Não se utiliza de métodos estatísticos. A fonte de dados é o ambiente estudado (PRODANOV; FREITAS, 2013).

[...] a pesquisa qualitativa ‘responde a questões particulares’. Em ciências sociais, preocupa-se com um ‘nível de realidade que não pode ser quantificado’, ou seja, ‘ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem se reduzidos à operacionalização de variáveis’ (MINAYO apud MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 271).

(41)

investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.” (MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 269).

A diferença entre pesquisa quantitativa e qualitativa está no fato de que a primeira tem seus dados tabulados em tabelas e gráficos, sendo que se utiliza de numerosas amostras e suas informações se estruturam em números. Já a segunda se preocupa com o detalhamento minucioso de características do objeto de estudo, sendo que o número de amostrar é relativamente menor.

A pesquisa buscou analisar quantitativamente e qualitativamente os dados coletados na empresa, realizando demonstrações quantitativas e posteriormente estudando a empresa de forma qualitativa.

(42)

3 ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Este capítulo procura apresentar a empresa em que o estudo foi realizado e analisar a formação do preço de venda dos produtos por ela ofertados. Após a explanação da empresa, apresenta-se a metodologia de formação de preçoutilizada no momento da pesquisa e, em seguida, uma análise com recomendações de melhorias no método. Com o resultado desta análise, buscam-se orientar os pontos deficitários na precificação atual a fim de se propor eventuais melhorias.

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa estudada atua no ramo de industrialização e comercialização de produtos derivados de celulose, especificamente com toalhas de papel e guardanapos diversos. Está situada na região oeste do estado do Paraná. Configura-se como uma microempresa tributada pelo regime Simples Nacional, com faturamento médio de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) por mês.

Foi fundada no ano de 2012 com o objetivo de atender licitações de órgãos públicos. Inicialmente, adquiria e revendia produtos de limpeza, de higiene e de uso pessoal. Neste processo, firmava contratos com fornecedores para atendimento das licitações, que perduravam até a vigência dos contratos com os órgãos públicos (em média 12 meses). Quando a empresa completou seu primeiro ano, os gestores perceberam a oportunidade de, ao invés de revender os produtos, iniciar o processo de industrialização, adquirindo assim, independência e competindo no mercado.

A empresa atinge o mercado de distribuidores, revendedores e empresas de médio e grande porte, que compram diretamente da fábrica. Há em média, além das licitações, 50 clientes assíduos e sua maior concentração de vendas são as regiões oeste e sudoeste do Paraná, porém a empresa visa expandir, em curto prazo, para a região norte do Paraná, abrangendo também os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

(43)

A estrutura física da empresa é composta de um escritório administrativo e um barracão de 380 (trezentos e oitenta) m², onde são desenvolvidas as atividades, ambos alugados. Conta com duas máquinas de Inter folhas, duas embaladeiras, uma serra fita e um furgão pra entregas. A fábrica possui dois fornecedores de bobinas de celulose e um fornecedor das embalagens de plástico. O organograma da empresa está composto com um administrador, um gerente geral e três colaboradores, conforme Quadro 02:

QUADRO 02- Organograma da Empresa

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

O administrador é o proprietário da empresa, o gerente geral é responsável por supervisionar as etapas de produção e auxiliar no que for necessário, visto que está presente na empresa todos os dias. Os três colaboradores do nível operacional executam as tarefas de produção, desde a primeira etapa até o final, cada um sendo responsável por uma etapa específica.

(44)

FIGURA 02 - Produtos

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

3.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

A principal matéria-prima utilizada no processo de produção são bobinas de papel nº 60, utilizadas para fazer os produtos no tamanho 20x21 cm, e as de nº 69 que produzem as mercadorias de tamanho 23x21 cm (Figura 03).

FIGURA 03 - Bobinas de papel

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

(45)

Mult Eco, Papel Branco Simples para Mult Lux, papel Branco Luxo para Mult Luxo e papel 100% celulose virgem para Mult Premium. As embalagens primárias, que são os plásticos (Figura 04) e as secundárias, caixas de papelão, (Figura 05), também estão estocadas no barracão.

FIGURA 04 - Embalagem primária (plásticos)

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

FIGURA 05 - Embalagem secundária (caixas de papelão)

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

(46)

forma a ser dobrado na quantidade exata de cada embalagem (1000 folhas, 1250 folhas etc.). A marcação da quantidade de folhas se dá de forma automática e o funcionário operador recolhe o papel demarcado para a próxima etapa de produção.

FIGURA 06 -Máquina Interfolhas

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA PESQUISA (2015)

(47)

FIGURA 07 -Máquina embaladeira

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA

PESQUISA (2015)

(48)

FIGURA 08 - Máquina Serra-fita

Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES DA

PESQUISA (2015)

A Figura 09 ilustra o estoque de produtos acabados. É o local onde os produtos prontos ficam armazenados até a comercialização.

FIGURA 09 - Estoque de Produtos Acabados

(49)

3.3 PROCESSO ATUAL DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A empresa não segue um modelo de custeio estruturado, auferindo o preço de venda dos produtos através de uma planilha disponibilizada pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). No campo Custo com Matéria-Prima (Figura 10), a administradora considera o valor unitário de cada matéria-prima (bobina de celulose), dividindo o preço do quilo pelo peso que uma unidade (pacote) necessita para ser produzida. O mesmo cálculo é realizado com o valor do frete sobre a compra do insumo, incorporando o custo total com a matéria-prima.

FIGURA 10 - Planilha Custo com Matéria-Prima

Fonte: SEBRAE, DISPONIBILIZADO PELA EMPRESA EM ESTUDO (2015)

Imagem

FIGURA 01 - Esquema básico da contabilidade de custos
FIGURA 02 - Produtos
FIGURA 04 - Embalagem primária (plásticos)
FIGURA 06 - Máquina Interfolhas
+6

Referências

Documentos relacionados

(2008), o cuidado está intimamente ligado ao conforto e este não está apenas ligado ao ambiente externo, mas também ao interior das pessoas envolvidas, seus

Este capítulo apresentou o desenvolvimento da estrutura sonora para a integração do feedback sonoro nas aplicações do dispositivo SHaRe e do dispositivo WESt, de forma a

O livro de literatura infantil e a apropriação da linguagem discorremos sobre um levantamento de pesquisas, em sua maioria, estrangeiras, feito por Cardoso e Sepúlveda

Além da multiplicidade genotípica de Campylobacter spp., outro fator que pode desencadear resistência à desinfecção é a ineficiência dos processos de limpeza em si,

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção

־ Uma relação de herança surge quando um objecto também é uma instância de uma outra classe mais geral (exemplo: “automóvel é um veículo”). ־ É sempre possível

Um teste utilizando observa¸c˜ oes de fra¸c˜ ao de massa do g´ as de aglomerados de ga- l´ axias e SNe Ia foi proposto por Gon¸calves, Holanda e Alcaniz (2012)[ 41 ]. Eles

resumo O presente relatório final de estágio traduz o processo de conceção, implementação e avaliação de um projeto de intervenção desenvolvido no âmbito