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Transtornos alimentares em meninas adolescentes: uma análise no ambiente escolar/ Food disorders in adolescent girls: an analysis in the school environment

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Transtornos alimentares em meninas adolescentes: uma análise no

ambiente escolar

Food disorders in adolescent girls: an analysis in the school environment

DOI:10.34117/bjdv6n6-326

Recebimento dos originais:08/05/2020 Aceitação para publicação:15/06/2020

Anna Clara Carvalho Couto

Graduada em Ciências Sociais-Licenciatura, Universidade Federal de Alfenas Endereço: Rua Vereador Rafael Braga, 600 – Jardim Santa Clara, Taubaté-SP, Brasil.

E-mail: annccout@gmail.com

Renata Nunes Vasconcelos

Doutora em Educação e Psicanálise, Faculdade de Educação, UFMG; Professora de Fundamentos da Educação do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade

Federal de Alfenas

Endereço: Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, ICHL - Prédio V, Sala 401A – Centro, Alfenas-MG.

E-mail: renata.vaconcelos@unifal-mg.edu.br

RESUMO

A fase da adolescência possui várias transformações devido a fatores biopsicossociais como a entrada na puberdade e o abandono do corpo infantil. As meninas são as mais prejudicadas tendo em vista a posição histórica em que as mulheres se encontram, de submissão aos homens. Isso as tornam mais susceptíveis a padrões de beleza propagados pelos meios de mídia e também há uma cobrança maior de que elas estejam belas para serem bem sucedidas e aceitas pela sociedade. Dessa forma meninas em idade escolar sofrem bastante com essas imposições que as deixam vulneráveis as exigências estéticas e que podem leva-las a meios de repulsão como os transtornos alimentares. Esse tema é comumente falado em vlogs por mulheres adultas, que contam a sua relação com o corpo na adolescência (período escolar). Não há pesquisas quantitativas que provam a influência dos transtornos alimentares no rendimento escolar, mas visamos pesquisar a sua influência na sociabilidade e o autoconceito dentro desse meio.

Palavras-chaves: transtornos alimentares; internet; adolescência.

ABSTRACT

The adolescence phase has several transformations due to biopsychosocial factors such as entering puberty and abandoning the infant's body. Girls are the most affected in view of the historical position in which women find themselves, of submission to men. This makes them more susceptible to standards of beauty propagated by the media and there is also a greater

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 demand that they are beautiful to be successful and accepted by society. In this way, school-age girls suffer a lot from these impositions that leave them vulnerable to aesthetic demands and that can lead them to means of repulsion such as eating disorders. This theme is commonly spoken in vlogs by adult women, who tell about their relationship with the body in adolescence (school period). There is no quantitative research that proves the influence of eating disorders on school performance, but we aim to research its influence on sociability and self-concept within this medium.

Keywords: eating disorders; Internet; adolescence.

1 INTRODUÇÃO

Ao entrar em contato novamente com o Ensino Médio, agora na situação de Pibidiana (bolsista do programa de iniciação à docência) algo intrigante passou a minha frente, algo que na minha posição de estudante do Ensino Médio não me chamava tanta atenção, e dessa vez me causou certo estranhamento, talvez por dessa vez ter um certo distanciamento daquele público. O que mais me chamou atenção foi a forma como os estudantes meninos tratam as estudantes meninas dentro do ambiente escolar.

Essas situações foram capazes de fazer-me enxergar as meninas adolescentes por uma outra perspectiva. Durante a experiência dentro da escola, foi possível notar na escola de forma bem explícita, o machismo. As meninas eram constantemente assediadas verbalmente pelos meninos da própria sala. Dentre as frases que ouvia estão: “aqui não tem carteira não, só um ‘pau’ para você sentar”; “deixa eu ir atrás de você para ver sua bunda”; “deixa a ‘fulana’ apagar a lousa para a gente poder ver a bunda dela mexendo”. Com esse estranhamento pude indagar se essas meninas adolescentes poderiam estar absorvendo o que é dito sobre elas.

Tendo em vista que a adolescência é um novo processo de socialização em que há o abandono do corpo infantil e a preparação para uma fase adulta, é importante que o adolescente sinta-se aceito pela meio social do qual ele participa. Dentro desse meio social é muito importante que os jovens estejam em forma, pois estar magra e dentro dos padrões é um ponto crucial para a aceitação e popularidade social.

Com base nesses relatos e vídeos que assistia em Vlogs (blogs em forma de vídeo), me questionei sobre o como os transtornos alimentares podem estar vinculadas a essa aceitação social, e inclusive a necessidade do desejo masculino (pensando num contexto heterossexual), já que os transtornos alimentares são desvios ocorridos por uma pressão psicológica externa que influencia na forma em que as pessoas que o possuem lidam com o seu corpo e com os alimentos (VASCONCELOS; 2006).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 O objetivo desse trabalho é o de analisar o comportamento das meninas dentro da escola, o que elas consomem, o como elas se enxergam, e ao mesmo tempo analisar vídeos autobiográficos em Vlog’s de mulheres adultas relatando o como foi a sua adolescência com transtornos alimentares. O objetivo do trabalho é analisar mulheres adultas falando sobre as influências externas que as faziam se sentir tão desconfortáveis com o corpo, a ponto de utilizar métodos de expurgação. Não utilizaremos entrevistas com meninas adolescentes pois muitas vezes elas não tem consciência desses sintomas.

Em uma atividade dada para uma turma do 3° ano do Ensino Médio, foi pedido para que eles façam uma carta para o “eu” deles de 5 anos no futuro. Por parte do menino vimos a preocupação de terem uma vida instável, um emprego legal. Enquanto por parte das meninas havia uma preocupação muito grande com o corpo que elas estariam até lá, utilizaram palavras como “gostosona” para definir a forma como elas ansiavam estar no futuro. O porquê do corpo no padrão ser o foco da vida das meninas também é um questionamento desse trabalho.

2 LEVANTANDO AS REFERÊNCIAS

Há uma grande perpetuação de corpos magros e sarados nas mídias, que podem levar essas meninas adolescentes em processo de transformação, desenvolverem Transtornos alimentares (T.A’s). Existem diversos tipos de transtornos alimentares, mas nesse trabalho focaremos na Anorexia e na Bulimia por serem aqueles que mais matam. Na anorexia se há uma excessiva restrição de calorias que pode levar ao óbito, enquanto na bulimia há a ingestão de alimentos, mas que logo são expelidos por meio de vômitos, laxantes e/ou diuréticos, a falta de nutrientes também pode levar a morte.

A adolescência é um novo processo de socialização em que há o abandono do corpo infantil e a preparação para uma fase adulta, tendo isso em vista, é importante que o adolescente sinta-se aceito pela meio social do qual ele participa. Para esse meio social é muito importante que os jovens estejam em forma, pois estar magra e dentro dos padrões é um ponto crucial para a aceitação e popularidade social. Os transtornos alimentares são desvios ocorridos por uma pressão psicológica externa que influencia na forma em que as pessoas que o possuem lidam com o seu corpo e com os alimentos (VASCONCELOS; 2006).

Esses transtornos são comumente encontrados em mulheres, tendo em vista sua opressão histórica, assim como mostra Ana Maria Colling (2014) que apresenta a construção do corpo feminino e a forma como ele é historicamente retratado nas literaturas masculinas, sempre tendo a figura da mulher como frágil, geradora, até retratadas como um desvio do

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 homem. A concepção da mulher na religião judaico-cristã é a de dominada pelo marido, sempre sujeita à tutela do mesmo. Tais concepções foram fundamentais para construir a forma como o corpo da mulher é mais susceptível que o corpo do homem as pressões dos padrões, pois como a mulher passa a ser ferramenta doméstica com o principal objetivo de ser fiel, submissa e serviçal, tem-se também a finalidade de “segurar” o homem, como se ela precisasse ser amável e bela, e por bela entende-se dentro do padrão vigente.

Por estarmos presentes em uma sociedade que padroniza e sexualiza corpos femininos, algumas meninas atribuem grande valor a ter o “corpo perfeito” tão persuadido pela mídia. Freud (2006) alega que uma das formas de reconhecimento do ego é através de sensações do sofrimento e desprazer, e para fugir do desconforto, o ser humano parte para o conforto com aquilo que lhe é exterior. Isso se enquadra na obsessão do “corpo perfeito”. A fuga dos desconfortos pode ocasionar em transtornos psíquicos que se desenvolvem quando são utilizados métodos para se desviar desses desconfortos. Tais métodos podem ser associados as formas de repulsão dos transtornos alimentares.

Freud (2006) traz o conceito de que o sofrimento nos ameaça de 3 formas, através do corpo, da relação com o mundo externo e a relação com outros homens. Essas 3 direções se entrelaçam quando dizem respeito aos transtornos alimentares, o corpo por priorizar os prazeres da vida ao invés de priorizar o cuidado pode ser uma forma de sofrimento, assim como os comentários do mundo externo, que afetam a percepção das pessoas sobre si mesmas e o relacionamento com as outras pessoas que podem levar ao isolamento voluntário. Tudo isso ocorre pois há a necessidade de evitar o sofrimento, que é muito maior que o desejo de buscar a satisfação interior.

A adolescência é um processo de busca pela própria identidade, ainda mais levando em conta todas as mudanças físicas e comportamentais dessa fase. Dentro dessas mudanças também há um luto pelo corpo infantil, perante todas as modificações advindas da puberdade e, de uma exaltação midiática de corpos jovens e cada vez mais infantilizados. O processo de busca pela identidade corporal que o adolescente passa faz com que ele negue as referências parentais e busque outros corpos para se inspirarem, que pode ser no corpo de outros amigos ou de celebridades que elas admiram, isso faz com que essas jovens queiram um corpo diferente do que possuem e esse é um grande problema para a identidade corpórea, pois essa inspiração no corpo do outro pode não estar de acordo com as vivências e subjetividades desse adolescente.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 A sociedade ocidental, na qual nós vivemos utiliza muito o termo “mundo da beleza” que é associado ao mundo da moda, aonde se encontram modelos muito magras presentes nas passarelas, as revistas nos vendem corpos irreais e inalcançáveis. Os corpos são colocados em um patamar muito maior que o da própria natureza, culpa atribuída as exigências da civilização ocidental.

Os transtornos alimentares não são a causa para um baixo rendimento escolar, mas notou-se que eles afetam no autoconceito (percepção sobre si mesmo) de crianças e adolescentes, e as meninas são as mais afetadas por esses problemas. No geral, o baixo rendimento escolar não está associado aos transtornos alimentares, pois não a sua única causa. Mas segundo Nunes e Paula (2012), pessoas com esses transtornos sofrem de outros problemas comportamentais como a ansiedade e a depressão, o que não necessariamente afeta as notas, mas pode afetar na autoconfiança que é um ponto muito importante na vida social de um sujeito, e também na vida escolar.

Através de depoimentos que vi de mulheres adultas nos vlogs do YouTube, sobre como era a relação com o corpo delas durante a adolescência, interessei-me em investigar como era a fase escolar delas, a sociabilidade dentro do ambiente escolar e os interesses nesse meio. O foco é investigar os transtornos alimentares muito além das explicações biológicas, tendo foco nas explicações psicológicas e principalmente sociais para a interação de meninas adolescentes com transtornos alimentares no ambiente escolar.

A expansão tecnológica no final do século 20 atingiu e transformou os setores da vida humana. A criação do ciberespaço enquanto um novo espaço de comunicação e sociabilidade, de informação e conhecimento fez surgir nesse espaço os blogs, ou sites pessoais. (LAGUARDIA, 2014). No entanto, hoje os blogs e vlogs são uma forma de diário exposta na internet, muito presente em nossa cultura, com o objetivo compartilhar experiências que podem ser comentadas e compartilhadas por outras pessoas. São experiências atuais de narrativas sobre si.

Laguardia (op.cit, p. 173), pesquisadora de blogs de adolescentes na internet, nos informa que termo weblog surgiu em dezembro de 1997 nos EUA e se espalha rapidamente. No Brasil “apesar de considerar que os blogs surgiram no início de 2000, algumas pesquisas mostraram que os primeiros blogs foram escritos em 1998”. (LAGUARDIA, 2014, p. 175) Para Laguadia o blog é um dispositivo que os/as adolescentes escrevem sobre si e por isso tem algumas características como: a escrita pessoal; a datação; o caráter de escrita linear; a leitura

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 descontinua, ou seja, não obriga à leitura dos registros anteriores; o registro de língua familiar e o caráter confessional do texto. (LAGUARDIA, 2014, p. 186-187)

E os vlogs? Nesse trabalho é esse dispositivo que nos interessa. Atualmente estamos iniciando no Brasil esse dispositivo como campo de pesquisa, por isso temos pouco ainda para dizer sobre quando surgem. Mas sua utilização como espaço de narrativas si é o que nos interessa. Os vlogs diferentemente, não são escritos, pois se caracterizam pelo modo de fazer videográfico. Podem ser utilizadas na sua produção câmeras ou celulares facilitando a sua pós-produção e publicação em canais presentes no ciberespaço. Os sujeitos que fazem a narrativa de si não são anônimos, pois suas identidades são reveladas.

Segundo Amaro (2012, p.81) em pesquisa do campo da comunicação, os vlogs também “são profícuos para entender o indivíduo no processo sociocomunicacional no qual ele está inserido.” Isso porque os vlogs também tem um caráter íntimo que será veiculado “através da rede por um autor e terá um grupo de leitores que contribui ou opina diretamente no texto”. (SCHITTIEN, 2004 apud, AMARO, p. 81)

O vlog segundo ainda este autor se caracteriza por ser uma publicação de nicho já que direciona-se a um público determinado, “fãs de uma cena cultural”, quando para o autor este espaço midiático é comparado a uma subcultura. Essa comparação é possível, para este autor, pois ocorre o mesmo com os canais de vlogs, “onde normalmente um vlogueiro fala para outros fãs como ele sobre um assunto de interesse de ambos” e atrai um nicho específico de público. (AMARO, 2012, p. 86-87)

Não se trata de uma

“midia massiva, pois inicialmente circulam entre pequenos grupos, que seriam os “usuários pioneiros”; em seguidaganham vulto e conquistam um nicho público – é nesse momento que já começam a ganhar atenção e entram no circuito de temas de interesse público; e por último, conquistam definitivamente espaço na mídia massiva, seja por meio de reportagens televisivas, categorias de premiações em eventos com grande cobertura ou sucesso publico das figuras mais proeminentes do novo fenômeno.” (AMARO, 2012, P. 87-88)

Por isso ainda segundo este autor, os vlogs seriam mídias com três características: mídias massivas em potencial de audiência; mídias de nicho, se pensarmos no público fiel a canais específicos e micromidias, referente ao modo de produção e circulação, pois é “passível de ser realizado por qualquer internauta”. Para este autor existem quatro gêneros de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 classificação de vlogs: autobiográficos, memoriais, informativos, artísticos/cômicos. Dentre esses o que nos interessa pela classificação para este trabalho é o gênero autobiográfico, porque são videografias de si, onde os vlogueiros seriam autores personagens. Tem um viés confessional, pois os vlogueiros relatam experiências pessoais em tom intimista. (AMARO, P. 88-90)

Essas características todas apresentadas por Amaro sobre os vlogs afirma em nós o interesse de utilizá-los para o presente trabalho isso porque existe grande quantidade de canais em que meninas ou mulheres relatam em tom autobiográficos suas experiências com os transtornos alimentares. Ao realizarmos uma pesquisa no canal Youtube com palavras-chaves como transtornos alimentares, anorexia, bulimia encontram-se vários vídeos nos quais se misturam reportagens, informações e também canais específicos de mulheres que relatam sua experiência com o transtorno alimentar. São mulheres que contam sobre suas experiências de vida, como se fosse um diário, e entre elas há a uma ascendência muito grande de mulheres adultas falando sobre como foi passar por transtornos alimentares na adolescência.

Assim, nessa pesquisa, o campo utilizado será os canais de nicho do gênero autobiográfico de mulheres ou meninas adolescentes, presentes no portal Youtube, que relatam suas experiências com o transtorno alimentar e sua relação com a escola. Como elas explicam o transtorno alimentar desenvolvido; o que falam da escola nesse momento da vida; o que relatam sobre as dificuldades encontrada na escola com colegas e professores em relação ao transtorno alimentar; o que relatam sobre a relação com o corpo nesse momento da vida e a escola.

Após o mapeamento dos vlogs comporão a pesquisa apenas os vlogs que são autobiográficos vlogs que são produzidos por meninas adolescentes ou mulheres que tratam de transtorno alimentar, serão selecionados aqueles em que as depoentes falam sobre o seu transtorno e o tempo de escola. A partir dessa seleção nos vlogs identificarem os motivos que, segundo elas, as levaram a desenvolver o transtornos alimentar. É interessante para nós conhecer as explicações que essas meninas e/ou mulheres dão ao seu sintoma.

3 CONCLUSÃO

O trabalho ainda não foi concluído, dessa forma não temos dados para explicitar a nossa revisão bibliográfica, mas dentro do acompanhamento feito já é possível ter algumas conclusões.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p. 37496-37504 jun. 2020. ISSN 2525-8761 A primeira é que a mídia é a principal culpada pelos transtornos alimentares, as meninas dentro das escolas não gostam de se olhar no espelho e estão constantemente se perguntando o porquê de não possuírem um corpo magro ou sarado tal como de certas celebridades. Esse mesmo motivo foi apontado nos Vlog’s.

O segundo é que há um isolamento social muito grande por parte dessas adolescentes, por muitas vezes elas evitam sair de casa para frequentar um lugar em que as pessoas da escola irão estar, por medo de parecerem feias até fora da escola. O isolamento social também está muito presente nos Vlog’s, em que elas deixam de aproveitar a vida para se renderem a esse padrão, enquanto esse padrão não for alcançado elas acham que não merecem ter uma vida boa, pois não terão o corpo perfeito para se sentirem felizes.

De acordo com esses dados levantados, o objetivo é levar esses apontamentos para tratar dentro da escola a noção de padrão de beleza, dentro do assunto de Indústria Cultural e Globalização, já que essa além de padronizar costumes, padronizou também corpos, e a visão etnocêntrica de mulher como frágil, recatada e do lar também coube por moldar a forma que as mulheres tem que ser para serem aceitas.

REFERÊNCIAS

AMARO, Fausto. Uma proposta de classificação para vlogs. Rio de Janeiro: UERJ, 2012.

BEZERRA, Larissa Layane; SANTOS, Ronaldo Bispo dos. Um Estudo Sobre Vlogs e Sua Influência na Cultura Participativa. João Pessoa: Intercom, 2014.COLLING, Ana Maria. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo

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