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Atributos químicos e frações da matéria orgânica em solos antrópicos na Amazônia Oriental / Chemical attributes and fractions of organic matter in anthropic soils in the Eastern Amazon

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Academic year: 2020

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Atributos químicos e frações da matéria orgânica em solos antrópicos na

Amazônia Oriental

Chemical attributes and fractions of organic matter in anthropic soils in the

Eastern Amazon

DOI:10.34117/bjdv6n5-424

Recebimento dos originais: 10/04/2020 Aceitação para publicação: 21/05/2020

Mateus Alves de Sousa

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal do Oeste do Pará/Instituto de Biodiversidade e Florestas – UFOPA/IBEF

Endereço: Rua Vera Paz, s/nº, Salé, Santarém, PA, 68040-255 E-mail: mateussica@gmail.com

Iolanda Maria Soares Reis

Doutora em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP/FCAV

Instituição: Universidade Federal do Oeste do Pará/Instituto de Biodiversidade e Florestas – UFOPA/IBEF

Endereço: Rua Vera Paz, s/nº, Salé, Santarém, PA, 68040-255 E-mail: iolandareis@outlook.com

Adão Pires de Almada

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal do Oeste do Pará/Instituto de Biodiversidade e Florestas – UFOPA/IBEF

Endereço: Rua Vera Paz, s/nº, Salé, Santarém, PA, 68040-255 E-mail: adaoalmada1000@hotmail.com

Celeste Queiroz Rossi

Doutor em Agronomia – Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituição: Universidade Federal do Oeste do Pará/Campus Juruti – UFOPA/CAJUR Endereço: Rua Vereador de Sousa Andrade, n° 98, São Marcos, Juruti, PA, 68170-000

E-mail: celesteqrossi@yahoo.com.br

Marcos Gervasio Pereira

Doutor em Agronomia – Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Endereço: BR 465 km 7, Departamento de Solos, Seropédica, RJ E-mail: mgervasiopereira01@gmail.com

Luiz Alberto Rodrigues da Silva Pinto

Doutorando em Agronomia – Ciência do Solo pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Ciência do Solo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Endereço: BR 465 km 7, Departamento de Solos, Seropédica, RJ E-mail: l_arodrigues@yahoo.com.br

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Cristiane Figueira da Silva

Engenheira Florestal, Pós Doutorando do Programa de Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais.

Endereço: BR 465 km 7, Instituto de Florestas, Seropédica, RJ E-mail: cfigueirasilva@yahoo.com.br

Otavio Augusto Queiroz dos Santos

Mestrando em Agronomia – Ciência do Solo pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Ciência do Solo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Endereço: BR 465 km 7, Departamento de Solos, Seropédica, RJ E-mail: otavioqueiroz7@hotmail.com

RESUMO

A maioria dos solos amazônicos são intemperizados e de baixa fertilidade, contudo, são comuns manchas de solos de cores escuras com alta fertilidade e com resquícios de ocupação pretérita, estes solos são denominados terra preta arqueológica (TPA) ou terra preta de índio (TPI), devido estas características estes solos são usados em atividades agrícolas por pequenos produtores ou comunidades tradicionais. Neste sentido, objetivou-se a avaliação dos atributos químicos, do carbono orgânico total e do carbono das frações físicas e humicas da matéria orgânica do solo em áreas com horizontes A antrópico submetidas a diferentes tipos de cobertura vegetal e formas de manejo. Foram coletadas amostras nas camadas de 0,00-0,05; 0,05-0,10; e 0,10-0,20 m de profundidade, em seis diferentes áreas a saber: cultivo anual de mandioca + milho (P1); cultivo de mandioca (P2); floresta secundária (P3); presença de forrageiras (P4) e (P5); e cultivo de feijão-caupi (P6). Quantificou-se os valores de pH e os teores de Ca2+, Mg2+Al3+, H+Al, K+, Na+, P e calculada a soma de bases (S), capacidade de troca catiônica (T) e saturação por bases (V). Determinou-se também os teores de carbono orgânico total (COT), carbono orgânico das frações ácido fúlvico (C-FAF), ácido húmico (C-FAH), humina (C-FHUM), carbono orgânico particulado (COp) e associado aos minerais (COam). Os dados obtidos foram submetidos à análises exploratória multivariada. Verificou-se que as áreas apresentaram elevados valores de pH, tanto em H2O como em KCl. Os teores de Ca2+ e Mg2+ variaram de 1,20 a 13,4 cmolc dm-3 para o Ca2+ e 0,30 a 3,5 cmolc dm-3 para o Mg2+. Os valores de P quantificados nas áreas de TPA variaram de 32,33 a 1051,33 mg dm-3. Na camada de 0,00-0,05 m os teores de COT variaram de 28,30 a 71,83 g kg-1, para a camada de 0,05-0,10 m de 25,14 a 39,50 g kg-1, e na camada de 0,10-0,20 m de 26,92 a 41,63 g kg-1. O C-FHUM representou a maior parte do COT na maioria das áreas para todas as camadas. Na camada de 0,00-0,05 m as áreas P1 e P5, estiveram mais associadas aos maiores valores dos atributos químicos, exceto o P, e aos maiores teores de COT, C-FHUM e C-FAF. Em 0,05-0,010 m foi possível observar o mesmo padrão verificado na camada de 0,00-0,05 m, em que a as áreas P1 e P5 se dispõem do lado oposto a P3. Na camada de 0,10-0,20 m as variaveis pH, Ca2+, S, T, V e C-FHUM apresentaram associação positiva ao eixo 1 e negativa com a variável Cop, variáveis que contribuíram para a separação da área P3 das demais áreas. Com o emprego das técnicas de análises exploratórias multivariadas foi possível separar e agrupar as áreas em TPA, com base na avaliação dos atributos edáficos de cada área.

Palavras-chave: Manejo do solo, terra preta de índio, qualidade do solo ABSTRACT

Most Amazonian soils are weathered and of low fertility, however, dark colored patches with high fertility and remnants of past occupation are common, these soils are called Archeological Black Earth (ABE) or Black Indian Earth (BIE), due to these characteristics these soils are used in agricultural activities by small producers or traditional communities. In this sense, the objective was to evaluate the chemical attributes, the total organic carbon and the carbon of the physical and humic fractions of the soil organic matter in areas with anthropic A horizons submitted to different types of

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vegetation cover and management systems. Samples were collected in the 0.00-0.05; 0.05-0.10; and 0.10-0.20 m depths, in six different areas, namely: annual cultivation of cassava + corn (P1); cultivation of cassava (P2); secondary forest (P3); presence of forages (P4) and (P5); and cowpea cultivation (P6). The pH values and the contents of Ca2+, Mg2+, Al3+, H+Al, K+, Na+, P were quantified and the sum of bases (S), cation exchange capacity (T) and base saturation (V) was calculated. The levels of total organic carbon (TOC), organic carbon of the fractions of fulvic acid (C-FAF), humic acid (C-FAH), humine (C-FHUM), particulate organic carbon (COp) and associated minerals (COam). The data obtained were submitted to multivariate exploratory analysis. It was observed that the areas showed high pH values, both in H2O and in KCl. The levels of Ca2+ and Mg2+ varied from 1.20 to 13.4 cmolc dm-3 for Ca2+ and 0.30 to 3.5 cmolc dm-3 for Mg2+. The quantified P values in the BIE areas ranged from 32.33 to 1051.33 mg dm-3. In the 0.00-0.05 m depth, the TOC levels ranged from 28.30 to 71.83 g kg-1, for the 0.05-0.10 m depth from 25.14 to 39.50 g kg-1 and in the 0.10-0.20 m depth from 26.92 to 41.63 g kg-1. C-FHUM represented the majority of TOC in most areas for all depths. In the 0.00-0.05 m depth, P1 and P5 areas were more associated with higher values of chemical attributes, except for P, and with higher levels of TOC, C-FHUM and C-FAF. At 0.05-0.010 m it was possible to observe the same pattern verified in the 0.00-0.05 m depth, in which P1 and P5 areas are on the opposite side to P3. In the 0.10-0.20 m depth, the variables pH, Ca2+, S, T, V and C-FHUM showed a positive association with axis 1 and a negative one with the variable Cop, variables that contributed to the separation of area P3 from the others. areas. With the use of multivariate exploratory analysis techniques, it was possible to separate and group the areas in BIE, based on the evaluation of the edaphic attributes of each area.

Keywords: Soil management, black Indian soil, soil quality 1 INTRODUÇÃO

Na região amazônica são observados com grande expressão solos que apresentam um elevado grau de intemperismo e em função deste, baixa fertilidade natural e elevados valores de acidez. Porém neste bioma também são verificadas manchas de solos que apresentam altos teores de nutrientes, presença de material lítico ou artefatos de cerâmica, sendo estes solos denominados como terra preta arqueológica (TPA) ou terra preta de índio (TPI) (SOMBROEK, et al., 1993; GLASER & BIRK, 2012; SCHELLEKENS et al., 2017).

As TPAs são caracterizadas pela presença de horizonte A antrópico (A) com espessura mínima de 20 cm e conteúdo de P extraível com solução de Melich-1 valores de no mínimo de 30 mg kg-1 (SANTOS et al., 2018), podendo apresentar teores variáveis de carbono orgânico total (COT) e cálcio (Ca2+) (BERNARDES et al., 2017). De maneira geral são bem drenados, com textura variando de

arenosa a muito argilosa (CAMPOS et al., 2012; BARROS et al., 2016). Em função da elevada fertilidade desses solos, estes são muito utilizados para práticas agrícolas por pequenos produtores (SOARES et al., 2018) e comunidades tradicionais.

A produção agrícola quando realizada sem o emprego de práticas conservacionistas tende a reduzir os teores de matéria orgânica do solo (MOS) nas camadas superficiais, diminuindo a disponibilidade dos nutrientes (OLIVEIRA et al., 2017), além de possíveis modificações em outros atributos edáficos. Nas TPAs os teores de MOS podem ser em até seis vezes mais elevados que em

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solos sem horizonte Antrópica. Tais solos também possuem elevado papel no estoque e sequestro de carbono no solo (CHAGAS et al., 2017), em função da diminuição da emissão de CO2 devido à maior

estabilidade da MOS (SOMBROEK et al., 1993).

A estabilidade da MOS em solos antropogênicos está relacionada com a elevada recalcitrância do carbono pirogênico, estabilização física nos agregados (GLASER, 1999) e a interações com argilominerais (GLASER et al., 2003). Determinações como teores de carbono e fracionamentos da MOS inferem informações importantes acerca da qualidade do solo. Segundo Cunha et al. (2009), o uso de frações como ácidos húmicos e a relação de ácido húmico/ácido fúlvico podem ser usadas como indicadores de qualidade em sistemas de manejos de solos tropicais.

O processo de alteração do carbono orgânico interfere diretamente na qualidade do solo, sendo assim, não só os teores totais de MOS são importantes na avaliação as modificações as quais o solo é submetido, mas também a identificação e quantificação das formas da matéria orgânica através de técnicas de fracionamento, sejam estes físicos ou químicos. Muitas vezes as modificações dessas frações estão relacionadas com o tipo de manejo que as áreas são submetidas (CUNHA et al., 2009; ROSA et al., 2017).

O fracionamento granulométrico da MOS consiste na separação de duas frações orgânicas: o carbono orgânico particulado (COp) e o carbono orgânico associado aos minerais (COam) (Loss et al., 2009). O COp é a fração separada por dispersão e peneiramento do solo associado a partícula de areia, caracterizado por resíduos vegetais e hifas sendo protegidos por agregados de solo (GOLCHIN et al., 1994). O COam é a matéria orgânica associada as frações silte e argila, sendo a fração que interage com as partículas minerais, formando complexos organominerais tendo proteção coloidal (NANZER et al., 2019).

O fracionamento químico da MOS, de maneira geral, é a determinação de três frações humificadas: a humina que representa o material orgânico estreitamente ligada a fração mineral do solo, sendo assim insolúvel; os ácidos fúlvicos, que apresentam grupamentos funcionais oxigenados e são solúveis em meio ácido e básico; e os ácidos húmicos, que são insolúveis em meio fortemente ácido, pois apresenta protonação dos grupos funcionais o que desencadeia colapso da estrutura e floculação das macromoléculas, a fração ácido húmico é a mais reativa e estável da matéria orgânica humificada o que indica a qualidade do húmus do solo (CLEMENTE et al., 2018).

Embora seja indiscutível a importância da TPAs (SOMBROEK et al., 1993; CAMPOS et al., 2012; GLASER & BIRK, 2012; BARROS et al., 2016; CHAGAS et al., 2017; SCHELLEKENS et al., 2017), ainda são escassas as pesquisas que reportam resultados referentes aos fracionamentos da MOS, tanto químico como físico. Embora, existem pesquisas apontando que o sistema de manejo tem influenciado no acúmulo de carbono no solo e nos compartimentos da MOS (GUARESCHI et

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al., 2018), podendo representar alterações na fertilidade do solo. Neste sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar os atributos químicos, os teores de carbono orgânico total e das frações físicas e húmicas da MOS em áreas com horizontes A antrópico submetidas a diferentes tipos de cobertura vegetal e formas de manejo.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo é caracterizada por manchas descontínuas de TPAs localizadas no município de Santarém (PA), Amazônia Oriental, Brasil (Figura 1). A área é marcada pelo encontro de dois importantes rios, Amazonas e Tapajós, os quais apresentam uma rica diversidade de pescado e uma exuberante vegetação, característica da região. O ambiente formado favorece a ocorrência de manchas com solos antropizados (CAMPOS et al., 2011).

O município apresenta clima, segundo classificação de Koppen do tipo Am, equatorial úmido, com estação seca bem definida e um período com altas precipitações, apresenta temperatura média anual variando de 25 a 28º C, com umidade relativa do ar média de 86% e precipitação média anual de 1920 mm (SOUSA et al., 2018).

2.2 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de TPAs (Figura 1), submetidas a diferentes formas de manejo e cobertura vegetal, sendo selecionadas seis áreas amostrais, a saber: cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem aplicação de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6), em janeiro de 2019. Vale ressaltar, que as áreas “P4” e “P5” são áreas próximas, contudo, são manchas descontínuas.

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Figura 1. Localização do município e pontos de coleta de solos de terra preta arqueológica.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO

As amostras de terra foram coletadas com auxílio de trado holandês, nas camadas de 0,00-0,05; 0,05-0,10; e 0,10-0,20 m de profundidade. Após a coleta as amostras foram secas ao ar, destorroada e passadas por peneira de abertura de malha 2 mm para obtenção de terra fina seca ao ar (TFSA). As análises de pH foram determinadas em água e em KCl (1:2,5 m:v). Os teores de Ca2+, Mg2+ e Al3+ foram extraídos com solução de KCl 1 mol L-1 e quantificados por titulometria com EDTA 0,0125 mol L-1 e NaOH 0,025 mol L-1, respectivamente. Os teores de P, Na+, K+ disponíveis foram determinados com a solução extratora Mehlich-1, sendo determinação do P por colorimetria e Na+ e K+ por fotometria de chama. A determinação dos teores de H + Al foi realizada com extração com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 e titulação com NaOH 0,0125 mol L-1. Posteriormente, foram calculados os valores de soma de bases (S), capacidade de troca catiônica (T) e saturação por bases (V). Todas as análises e cálculos foram realizados segundo Teixeira et al. (2017).

2.4 CARBONO ORGÂNICO DO SOLO E DAS FRAÇÕES DA MOS

O carbono orgânico total (COT) do solo foi determinado via oxidação úmida da matéria orgânica com dicromato de potássio em meio ácido (Yeomans & Bremner, 1988). As substâncias húmicas (SH) foram obtidas pela extração e separação por meio da solubilidade diferencial da matéria orgânica em meio básico ou ácido (ácidos fúlvicos e húmicos) e o resíduo (humina) (Benites et al., 2003). A determinação do carbono orgânico em cada uma das frações húmicas, ácidos fúlvicos (C-FAF), ácidos húmicos (C-FAH) e humina (C-FHUM), também foi realizada de acordo com Yeomans & Bremner (1988). Para o fracionamento físico granulométrico foi utilizado o método proposto por Cambardella & Elliot (1992), que consiste na separação da MOS em duas frações, fração particulada

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(relacionada à fração areia do solo) e fração associada aos minerais (relativa às frações argila e silte). A quantificação do carbono orgânico da fração particulada (COP) da MOS também foi realizada segundo Yeomans & Bremner (1988) e o carbono orgânico da fração associada aos minerais (COAM) da MOS foi quantificado pela diferença entre o COT e o COP.

2.5 ANÁLISE EXPLORATÓRIA MULTIVARIADA

Considerando-se a estrutura multivariada contida nos dados, foram empregadas técnicas estatísticas para verificar semelhanças entre as diferentes formas de manejo e coberturas vegetais na tentativa de agrupá-las usando-se os atributos químicos, o conteúdo de COT e das frações físicas e húmicas da MOS. Foi realizada a análise de agrupamento hierárquico por método hierárquico, usando a distância euclidiana como medida de semelhança entre os registros e o método de Ward, como estratégia de agrupamento. A análise de agrupamento foi complementada com a de componentes principais (ACP), para obter um conjunto menor de combinações lineares das variáveis que preservasse a maior parte da informação fornecida pelas variáveis originais. Todas as análises estatísticas foram processadas por meio do programa PAST, e análise de correlação de Pearson pelo programa Excel.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO

Estudos realizados no sul do Amazonas com TPAs em diferentes sistemas de manejo, revelaram excelentes índices de fertilidade do solo (SANTOS et al., 2013; MACEDO et al., 2019). Os resultados da caracterização dos atributos químicos do solo são apresentados na Tabela 1. De modo geral, verificou-se que as áreas apresentaram elevados valores de pH, tanto em água como em KCl. Estes estiveram próximos a 6,5, similares aos valores observados por Cunha et al. (2009) em solos antropogênicos da Amazônia.

Quanto aos teores de Ca2+ e Mg2+ variaram de 1,20 a 13,4 cmolc dm-3 para o Ca2+ e 0,30 a 3,5

cmolc dm-3 para o Mg2+, em todas as camadas (Tabela 1). Altos teores de Ca2+ e Mg2+ são importantes

indícios de atividades antrópicas. Para Batistão et al. (2020), a liberação de compostos orgânicos durante a oxidação do carbono orgânico pode favorecer a liberação de cátions, como Ca2+. Para os

teores de Al3+ este não foi identificado em nenhuma das amostras avaliadas (Tabela 1). Os resultados

observados nesse estudo são corroborados pelos trabalhos de Sombroek et al. (2003) e Glaser et al. (2012). Os resultados demonstram que mesmo em áreas que estão sendo cultivadas, as práticas de manejo agrícola adotadas ainda não foram capazes de promover a redução do conteúdo de nutrientes presente nas TPAs.

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Os teores de P nas áreas de TPA variaram de 32,33 a 1051,33 mg dm-3 (Tabela 1). Elevados teores desse elemento são comumente encontrados em solos que apresentam o horizonte A antrópico (SANTOS et al., 2018). Os resultados de P são similares aos quantificados por Campos et al. (2011), e provavelmente são decorrentes da intensidade da incorporação de detritos pelos antigos habitantes, pressuposto estabelecido por Fraser & Clement (2008) em estudo sobre solos de TPAs na região da Amazônia. Para Macedo et al. (2019), altos teores de P e Ca2+ nas TPAs são conferidos principalmente pela deposição de ossos de peixes e outros animais, que com o passar do tempo, mudam de formas cristalinas estáveis para formas solúveis de Ca-P e, os ácidos fúlvicos e húmicos também contribuem para o enriquecimento de P.

Tabela 1. Caracterização dos atributos químico solo em TPAs, submetidas à diferentes coberturas vegetais e formas de

manejo no município de Santarém-PA.

Áreas pH pH Ca2+ Mg2+ Al3+ K+ H+Al T V P H2O KCl cmolc dm-3 % mg dm-3 0,00-0,05 m P1 6,75 5,79 12,70 3,5 0,0 0,33 4,10 20,71 80 185 P2 6,65 5,64 6,90 2,6 0,0 0,23 4,35 14,13 69 576 P3 6,12 4,62 2,70 0,5 0,0 0,07 6,16 9,48 35 39 P4 6,10 5,00 9,70 3,0 0,0 0,12 11,85 24,74 52 297 P5 6,93 6,17 13,40 5,5 0,0 0,98 3,44 23,41 85 286 P6 6,53 5,48 6,40 2,4 0,0 0,11 5,91 14,85 60 439 0,05-0,10 m P1 6,55 5,69 11,7 2,7 0,0 0,19 5,25 19,91 74 99 P2 6,57 5,43 6,0 1,5 0,0 0,12 4,84 12,52 61 166 P3 5,85 4,30 2,0 0,7 0,0 0,07 7,40 10,22 28 32 P4 6,20 4,97 10,2 2,5 0,0 0,09 12,93 25,79 50 257 P5 6,48 5,73 8,0 4,5 0,0 0,32 4,92 17,81 72 181 P6 6,26 5,03 7,5 1,8 0,0 0,06 7,98 17,39 54 200 0,10-0,20 m P1 6,50 5,67 11,00 1,9 0,0 0,11 4,68 17,75 74 186 P2 6,43 5,16 6,70 1,6 0,0 0,08 7,07 15,51 54 1033 P3 5,62 4,02 1,20 0,3 0,4 0,09 9,46 11,11 15 41 P4 6,22 5,01 8,50 1,9 0,0 0,06 8,80 19,32 54 367 P5 6,32 5,49 5,60 3,5 0,0 0,31 5,09 14,57 65 346 P6 6,16 4,84 6,00 1,7 0,0 0,05 10,45 18,26 43 567

T: Capacidade de troca catiônica; V: Saturação por bases; cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de

preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6).

Baixos teores de K+ foram verificados nas áreas estudadas, que segundo Rodrigues et al. (2019), surgem em função do K+ ser lixiviado do carvão antes que sejam geradas cargas negativas para sua

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retenção, o que favorece a manutenção de cátions polivalentes (Ca2+ e Mg2+) e desfavorece dos monovalentes (K+).

3.2 TEORES DE CARBONO ORGÂNICO TOTAL (COT) E DAS FRAÇÕES DA MOS

Os teores de COT são apresentados na Tabela 2, sendo considerados elevados. Na camada de 0,00-0,05 m os teores variaram de 28,30 a 71,83 g kg-1, para a camada de 0,05-0,10 m de 25,14 a 39,50 g kg-1, e na camada de 0,10-0,20 m de 26,92 a 41,63 g kg-1.

Tabela 2. Carbono orgânico total e frações físicas e húmicas da MOS em TPAs, submetidas à diferentes coberturas

vegetais formas de manejo no município de Santarém-PA.

Áreas

COT COp COam C-FHUM C-FAF C-FAH

g kg-1 0,00-0,05 m P1 59,50 15,13 44,40 17,70 2,48 4,61 P2 28,80 5,81 22,96 2,67 1,12 4,13 P3 28,30 5,40 22,90 5,48 0,89 3,64 P4 41,70 8,32 33,39 11,38 2,44 2,35 P5 71,80 5,19 66,64 17,98 3,97 3,93 P6 34,70 9,25 25,43 3,37 1,12 5,42 0,05-0,10 m P1 55,30 8,07 47,21 18,96 2,25 4,19 P2 30,00 4,73 25,25 5,34 0,31 4,48 P3 29,90 4,84 25,05 1,55 0,73 3,35 P4 25,10 6,39 18,75 8,29 2,15 8,63 P5 39,50 8,91 30,59 7,16 2,31 4,91 P6 36,20 4,57 31,59 6,32 1,28 4,98 0,10-0,20 m P1 41,60 3,26 38,37 12,64 1,76 3,90 P2 27,10 5,43 21,63 3,79 0,73 5,59 P3 26,90 6,11 20,81 0,98 1,34 3,19 P4 39,40 4,76 34,64 8,85 1,64 4,78 P5 34,40 4,86 29,58 2,95 0,83 4,06 P6 33,00 5,08 27,89 5,34 4,06 6,55

Cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6). Carbono orgânico total (COT); carbono orgânico particulado (COp); carbono orgânico associado aos minerais (COam); carbono orgânico da fração ácido fúlvico (C-FAF); carbono orgânico da fração ácido húmico (C-FAH); e carbono orgânico da fração humina (C-FHUM).

Estudando perfis em TPA na região do Médio Rio Madeira - AM, Campos et al. (2011) quantificaram valores de COT nos horizontes A antrópico variando entre 43,70 e 80,30 g kg-1, semelhantes aos verificados neste estudo (Tabela 2). Em perfis coletados nos municípios de Apuí e Manicoré - AM, Santos et al. (2013) observaram teores de COT variando de 25,96 a 111,48 g kg-1

(10)

valores de COT sob vegetação secundária em áreas de TPA entre 12,90 e 14,96 g kg-1, não corroborando os observados nesse estudo (Tabela 2). Tais resultados sugerem que as TPAs não são homogêneas quanto à fertilidade natural, havendo variações em seus atributos em solos de uma mesma região e inclusive dentro de uma mesma mancha (LEHMANN et al., 2003; BARROS et al., 2012).

Ao avaliar os valores de COT em Latossolo Amarelo com horizonte A antrópico (TPA) e Latossolo Amarelo Distrófico típico (LA) sob cultivo de citros em Manacapuru - AM, Chagas et al. (2017), verificaram que os teores de carbono nos perfis em TPA foram superiores aos observados em LA. Campos et al. (2012) também quantificaram maiores teores de carbono orgânico em áreas de TPA em comparação às áreas com solos não antropogênicos na região de Manicoré - AM. Os valores quantificados por Chagas et al. (2017) (24,58 a 36,06 g kg-1) e Campos et al. (2012) (43,80 a 80,40 g kg-1) em TPA nos primeiros 0,20 m estão próximos aos verificados nas áreas desse estudo (Tabela 2). De maneira geral, as TPAs geralmente são mais ricas em MOS do que os solos adjacentes ou representativos da região da Amazônia (LIMA et al., 2002; 2005).

Elevados teores de carbono em TPAs, mesmo em ambientes favoráveis à decomposição do material orgânico e lixiviação, podem estar relacionados à composição da MOS rica em carbono pirogênico (carvão), aportado ao solo pelas atividades dos povos indígenas pré-colombianos (GLASER et al., 2000). Adicionalmente, outros fatores também podem influenciar nos teores de COT como a quantidade de fitomassa adicionada pela vegetação, a relação C/N, entre outros fatores que podem vir a alterar a taxa de decomposição da MOS (GUARESCHI et al., 2018).

Avaliando a fertilidade natural de Terra Preta Nórdica, análoga as TPAs, Wiedner et al. (2015) verificaram que os teores de COT foram inferiores aos observados nesse estudo, sendo o maior valor observado de 30,5 g kg-1, superior aos quantificados em P2 e P3 na seção de 0,00-0,20 m, e em P4 na camada de 0,05-0,10 m. Em área de TPA no município de Novo Aripuanã (AM), sob cultivo de feijão guandu, Cunha et al. (2017) quantificaram teores de COT na ordem de 33,93 g kg-1 na camada de 0,00-0,05 m, padrão semelhante ao observado em P6 (cultivo de feijão-caupi) (34,70 g kg-1) para a mesma profundidade. Os autores justificaram tais resultados à elevada cobertura vegetal, com mais de oito meses de plantio sem ser submetida a práticas intensivas no solo e trânsito de animais.

Quanto as frações húmicas da MOS, observou-se que os teores de carbono orgânico da fração ácido húmico (C-FAH) e humina (C-FHUM) variaram de 2,35 a 8,63 g kg-1 e 0,98 a 18,96 g kg-1,

respectivamente (Tabela 2). Em termos de porcentagens das frações húmicas da MOS, C-FHUM representou a maior parte do COT na maioria das áreas estudadas para todas as camadas avaliadas (Figura 2), sobretudo no acumulado da seção de 0,00-0,20 m (Figura 2D).

(11)

Figura 2. Distribuição, em porcentagem, de carbono orgânico das frações húmicas da MOS em TPAs, submetidas à diferentes coberturas vegetais e formas de manejo no município de Santarém-PA, nas camadas de 0,00-0,05 m (A); 0,05-0,10 m (B); 0,10-0,20 m (C); e 0,00-0,20 m (D).

A B

C D

Cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6). Carbono orgânico da fração ácido fúlvico (C-FAF); carbono orgânico da fração ácido húmico (C-FAH); e carbono orgânico da fração humina (C-FHUM).

O carbono das frações C-FAH e C-FHUM são mais estáveis, em detrimento ao carbono da fração ácido fúlvico (C-FAF) que é mais solúvel e móvel, sendo quantificados nesta fração valores de carbono abaixo dos verificados nas outras frações (Tabela 2). Segundo Madari et al. (2009), este fato deve-se à maior presença de grupamentos aromáticos e de anéis benzênicos, com maior grau de polimerização e menor suscetibilidade ao ataque microbiano. Os resultados de C-FAH e C-FHUM apresentaram padrão semelhante aos verificados nos estudos de Cunha et al. (2007), Campos et al. (2011) e Barros et al. (2012). Entretanto, Miranda, Canellas e Nascimento (2007) em áreas de fragmentos de Mata Atlântica e plantio abandonado de eucalipto, quantificaram maior conteúdo de C-FAF. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,00-0,05 m

C-FAF C-FAH C-FHUM CNH

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,05-0,10 m

C-FAF C-FAH C-FHUM CNH

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,10-0,20 m

C-FAF C-FAH C-FHUM CNH

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 P2 P3 P4 P5 P6 Seção de 0,00-0,20 m

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O C-FHUM, fração insolúvel, corresponde entre 9 e 30% do COT na camada de 0,00-0,05 m (Figura 2A); 5 e 34% na camada de 0,05-0,10 m (Figura 2B); na camada de 0,10-0,20 m entre 4 e 30% (Figura 3C); e para a camada de 0,00-0,20 m entre 9 e 32% (Figura 2D). Em áreas de TPA, Cunha et al. (2009) verificaram que a fração humina correspondeu à maior parte do COT, representando de 43 e 45%, enquanto em áreas sob solos sem horizonte A antrópico a proporção foi de 49%. Barros et al. (2012), observaram valores de 43, 53 e 59% de C-FHUM em relação ao COT em áreas de TPA. Porcentagens de C-FHUM em relação ao COT inferiores a 45% inferem a presença de húmus pouco evoluído (fraco processo de humificação), comum em ambientes com forte limitação à ação dos microrganismos edáficos (Canellas et al., 2003). Esse padrão foi verificado em todas as áreas do neste estudo (Figura 2).

Em relação as frações físicas da MOS, individualmente os teores de carbono orgânico particulado (COp) variaram de 5,19 em P5 e 15,13 g kg-1 em P1 na camada de 0,00-0,05 m; 4,57 em P6 e 8,91 g kg-1 em P5 na camada de 0,05-0,10 m; e para a camada de 0,10-0,20 m de 3,26 em P1 e

6,11 g kg-1 em P3. No que tange o carbono orgânico associado aos minerais (COam), os valores

oscilaram de 22,90 em P3 e 66,64 g kg-1 em P5 na camada de 0,00-0,05 m; na camada de 0,05-0,10

m de 25,05 em P3 e 47,21 g kg-1 em P1; e para a camada de 0,10-0,20 m de 21,63 em P2 e 38,37 g

kg-1 em P1. Chagas et al. (2017), estudando os teores de carbono orgânico nas frações físicas dessimétricas da MOS, verificaram que as concentrações de carbono foram maiores na fração leve-livre do que na fração leve-intragregada em áreas de TPA e Latossolo Amarelo Distrófico típico, o que de certa forma se associa com os padrões verificado nesse estudo.

A similaridade das estruturas orgânicas presentes na matéria orgânica particulada e na fração leve da MOS foi comprovada por Conceição et al. (2007) com análise de microscopia óptica. Os autores demonstraram que ambas as frações são constituídas basicamente de fragmentos de raízes e organismos da fauna do solo, hifas e resíduos de plantas em decomposição. Sendo assim, a manutenção do conteúdo de matéria orgânica tanto da fração particulada como da fração leve, é usada como parâmetro para a mensuração da qualidade dos sistemas de manejo do solo.

3.3 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS

Para representar graficamente os padrões observados para as TPAs em diferentes profundidades e formas de manejo, os dados referentes a caracterização dos atributos químicos, COT e frações físicas e húmicas da MOS foram submetidos a análise de agrupamento hierárquico e de componentes principais (ACP) (Figuras 3, 4 e 5).

Na análise de agrupamento hierárquico, para a camada de 0,00-0,05 m (Figura 3A), pode-se verificar a formação de dois grandes grupos os quais apresentaram dissimilaridade entre si em torno

(13)

de 40%. O primeiro grupo constituiu-se das áreas P1, P5 e P4; e o segundo grupo das áreas P3, P2 e P6. Na ACP (Figura 3B) para esta mesma camada (Figura 3A) observam-se as variáveis que mais contribuíram para separação entre as áreas. Verificou-se que a primeira e segunda componentes principais, de forma acumulada, explicam 74,5 % da variabilidade total dos dados, sendo 53,89 % retido no eixo 1 (eixo principal) e 20,61 % no eixo 2.

Figura 3. Análise de agrupamento hierárquico (A) e de componentes principais (ACP) (B) de TPAs na camada de

0,00-0,05 m, em função dos atributos químicos, carbono orgânico total e frações húmicas e físicas da MOS.

A B

Cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6). Ca: Cálcio trocável; Mg: Magnésio trocável; Al: Alumínio trocável; K: Potássio trocável; P: Fósforo trocável; H+Al: Acidez potencial; T: Total de cátions adsorvidos, corresponde a CTC a pH 7,0; V: Saturação por bases; COT: Carbono orgânico total; COp: Carbono orgânico

particulado; COam: Carbono orgânico associado aos minerais; FAF: Carbono orgânico da fração ácido fúlvico; C-FAH: Carbono orgânico da fração ácido húmico; e C-FHUM: Carbono orgânico da fração humina.

O resultado revelou que as áreas P1 e P5, as quais são manejadas com milho + mandioca e forrageira, respectivamente, estiveram mais associadas ao pH e nutrientes (maiores valores dos atributos químicos, exceto o P) e aos maiores teores de COT, C-FHUM e C-FAF, os quais apresentaram elevadas correlações positivas (>0,70) com o eixo 1.

Nas áreas P1 e P5 foram quantificados teores de 59,50 e 71,80 g kg-1 de COT, respectivamente, e proporções de 30 e 25% de C-FHUM e 8 e 5% de C-FAH em relação ao COT (Tabela 2 e Figura 2). A maior associação das áreas P1 e P5 ao C-FHUM e COT podem ser atribuídos a culturas utilizadas nas áreas, milho e forrageiras. Segundo Gazolla et al. (2015) as gramíneas por apresentarem maior relação C/N e lignina/N promovem uma decomposição mais lenta, levando a formação de

COp COT COam pH pHKCl Ca Mg K H+Al Valor T V% P C-FHUM C-FAF C-FAH P1 P2 P3 P4 P5 P6 -4 4 Eixo 1: 53,89% -3,0 2,4 Eixo 2 : 20 ,61 %

(14)

estruturas mais recalcitrantes e com isso aumento do carbono ligado a argila e silte, além de moléculas de maior estabilidade como a humina.

Para a análise de agrupamento referente a camada de 0,05-0,10 m (Figura 4A) foi observada a formação de três grandes grupos com distância de ligação em torno de 40%. Nesta profundidade, P3 se distanciou (~40%) das demais áreas formando um grupo isolado, enquanto as áreas P1 e P5 com dissimilaridade de 30%, entre si, formaram um segundo grupo; as áreas P6, P2 e P4 se uniram em um terceiro grupo com distância máxima entre as mesmas de aproximadamente 30%.

Figura 4. Análise de agrupamento hierárquico (A) e de componentes principais (ACP) (B) de TPAs na camada de

0,05-0,10 m, em função dos atributos químicos, carbono orgânico total e frações húmicas e físicas da MOS.

A B

Cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6).Ca: Cálcio trocável; Mg: Magnésio trocável; Al: Alumínio trocável; K: Potássio trocável; P: Fósforo trocável; H+Al: Acidez potencial; T: Total de cátions adsorvidos, corresponde a CTC a pH 7,0; V: Saturação por bases; COT: Carbono orgânico total; COp: Carbono orgânico

particulado; COam: Carbono orgânico associado aos minerais; FAF: Carbono orgânico da fração ácido fúlvico; C-FAH: Carbono orgânico da fração ácido húmico; e C-FHUM: Carbono orgânico da fração humina.

A ACP, por sua vez, (Figura 4B) cujas primeira e segunda componentes de forma acumulada explicam 74,00 % da variabilidade total dos dados (Eixo1: 51,28 %; Eixo 2: 22,72 %), evidenciam que a maioria das variáveis contribuíram para a formação desses dois eixos, com elevada correlação (> ±0,7). No eixo 1, as variáveis discriminantes foram COp (-0,94), C-FHUM (0,77), C-FAF (0,83) e outros indicadores químicos ligados a fertilidade do solo (pH, Ca, Mg, Na, Valor S, Valor V, Valor T) (>0,7), sendo possível observar o mesmo padrão verificado na camada de 0,00-0,05 m, em que a as áreas P1 e P5 se dispõem do lado oposto a área de floresta secundária (P3), estando as duas primeiras mais associadas a maioria dos atributos do solo avaliados.

COp COT COampH pHKCl Ca Mg K H+Al Valor T V% P C-HUM C-FAF C-FAH P1 P2 P3 P4 P5 P6 -6 2 Eixo 1: 51,28% -2,4 4,0 Eixo 2: 2 2 ,72 %:

(15)

Quanto a camada de 0,10-0,20 m a análise de agrupamento (Figura 5A) separou as áreas em dois grandes grupos com dissimilaridade em torno de 50%. O primeiro grupo formado apenas pela área P3 e o segundo grupo pelas áreas manejadas (P1, P2, P4, P5 e P6). Na ACP para esta profundidade (Figura 5B), observou-se no primeiro e segundo componentes principais de forma acumulada 68,36% da variabilidade total dos dados, sendo 47,12% retido no eixo 1 e 21,24 % no eixo 2. Ao longo do eixo 1 observa-se maior associação positiva (>0,7) das variáveis pH, Ca, Valor S, Valor T e V%, além da C-FHUM; e negativa com a variável Cop (-0,88).

Figura 5. Análise de agrupamento hierárquico (A) e de componentes principais (ACP) (B) de TPAs na camada de

0,10-0,20 m, em função dos atributos químicos, carbono orgânico total e frações húmicas e físicas da MOS.

A B

Cultivo de milho e mandioca, trata-se de área com intensa utilização agrícola, sem uso de nenhum tipo de fertilizante (P1); cultivo de mandioca, área cultivada por mais de dez anos com culturas agrícolas em sistema de sucessão, sem uso de fertilizante (P2); floresta secundaria, área de preservação, localizada próxima ao rio Tapajós (P3); forrageiras em pousio por mais de seis anos (P4 e P5); e cultivo de feijão-caupi (P6). Ca: Cálcio trocável; Mg: Magnésio trocável; Al: Alumínio trocável; K: Potássio trocável; P: Fósforo trocável; H+Al: Acidez potencial; T: Total de cátions adsorvidos, corresponde a CTC a pH 7,0; V: Saturação por bases; COT: Carbono orgânico total; COp: Carbono orgânico

particulado; COam: Carbono orgânico associado aos minerais; FAF: Carbono orgânico da fração ácido fúlvico; C-FAH: Carbono orgânico da fração ácido húmico; e C-FHUM: Carbono orgânico da fração humina.

Estas variáveis, de uma forma geral, contribuíram para a separação da área P3, localizada no quadrante inferior esquerdo, das demais áreas (P1, P2, P4 e P5), localizadas nos quadrantes superior e inferior direito. Em P3 foram verificados valores de COT, COp e COam variando de 26,80 a 29,90 g kg-1, 4,84 a 6,11 g kg-1, e 20,81 a 25,05 g kg-1, respectivamente (Tabela 2); e proporções de carbono

orgânico das frações húmicas da MOS em relação ao COT na faixa de 3, 12 e 9% para FAF, C-FAH e CFHUM em sequência, na seção de 0,00-0,20 m (Tabela 2 e Figura 2).

COp COT COam pH pHKCl Ca Mg K H+Al Valor T V% P C-FHUM C-FAF C-FAH P1 P2 P3 P4 P5 P6 -6 Eixo 1: 47,12% -3,0 2,4 Eixo 2: 2 1 ,24 %

(16)

Dentre os atributos que melhor se associam para a formação dos eixos e separação das áreas, destacam-se o COT e as frações C-FAH e C-FHUM, mais estáveis. Tais resultados permitem inferir que, de uma forma geral, para todas as camadas, as áreas manejadas estão promovendo modificações nos atributos do solo em relação a floresta secundária (P3). No entanto, tais interferências não comprometem de forma negativa a qualidade química e da MOS, tendo em vista há tendência de incremento nas variáveis avaliadas, proporcionada pelo manejo, quando comparada a floresta secundária (P3). Os dados observados neste estudo corroboram os de Oliveira et al. (2015), que ao avaliarem os atributos edáficos por meio de técnicas estatísticas multivariadas constataram que as áreas de TPA e sistema agroflorestal apresentaram valores de atributos químicos e físicos distintos de áreas de pastagem, floreta, cultivos de mandioca e cana-de-açúcar. Os autores salientaram ainda que por serem ambientes cultivados, tais áreas apresentam características físicas e químicas similares.

4 CONCLUSÕES

O manejo em áreas de TPA não comprometeu os atributos químicos associados a fertilidade do solo, tão pouco as frações da matéria orgânica do solo. Com o emprego das técnicas de análises exploratórias multivariadas foi possível separar e agrupar as áreas em TPA, com base na avaliação dos atributos edáficos de cada sitio. Os atributos químicos, em especial pH, Ca2+, S, T, V, COT, C-FAH e C-FHUM foram responsáveis pela separação da área de floresta secundária das demais.

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Figura 1. Localização do município e pontos de coleta de solos de terra preta arqueológica
Tabela 1. Caracterização dos atributos químico solo em TPAs, submetidas à diferentes coberturas vegetais e formas de  manejo no município de Santarém-PA
Tabela 2. Carbono orgânico total e frações físicas e húmicas da MOS em TPAs, submetidas à diferentes coberturas  vegetais formas de manejo no município de Santarém-PA
Figura 2. Distribuição, em porcentagem, de carbono orgânico das frações húmicas da MOS em TPAs, submetidas à  diferentes coberturas vegetais e formas de manejo no município de Santarém-PA, nas camadas de 0,00-0,05 m (A);
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