UFSC/ODONTOLOGIA
BIBLIOTECA
SETnniAl
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CEPID
E®,)
JOÃO CARLOS NICOLODI
A UTILIZAÇÃO DOS PILARES CERÂMICOS
NA IMPLANTODONTIA
UFSC/ODONTOLOG1A
BIBLIOTECA SETnol AIUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE
CIÊNCIASDA
SAÚDECEPID
JOÃO
CARLOS
NICOLODIA UTILIZAÇÃO DOS PILARES CERÂMICOS
NA IMPLANTODONTIA
Monografia apresentada como
requisito
básicopara
obtençãodo
titulo de
especialistaem
ImplantodontiaUniversidade Federal de Santa Catarina
Orientador: Prof Dr.
AntônioCarlos Cardoso
UFSC/ODONTOLOGIA
BIBLIOTECA SEM
PI AJOÃO
CARLOS NICOLODI
A
utilização
dos pilares
cerâmicos
na
Implantodontia
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do titulo de
Especialista em Implantodontia
e
aprovada em sua forma final pelo curso de
especialização em Implantodontia.
Florianópolis, 15 de dezembro de 2005
Prof. Dr. Antônio Carlos Cardoso
Prof. Dr. Wilson Andriani Júnior
UFSCIODONTOLOGIA
BIBLIOTECA 3E:TnDIAI
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus avós João Batista Nicolodi, Inês Nicolodi,
Calimero Bortolom
(in memoriam) eMadalena Bérgossa Bortolom
(inmemoriam),
com os quais tive fortes ligações afetivas
edos quais guardo ótimas
lembranças.
Um grande beijo a vocês.
UFSCIODONTOLOGIA
BIBLIOTECA SETomito
AGRADECIMENTOS
Eu agradeço:
Aos meus filhos Natália, Marco
e Vítorpor entenderem a necessidade da
minha ausência em momentos que
gostaríamosde estar juntos.
Aos professores,
mestrandos
edoutorandos do
CEPID,
bem como os
funcionários deste centro
,
pelos ensinamentos
esuporte que me dispensaram.
Aos colegas
de turma pelo acolhimento
eamizade com que me
receberam.
SUMARIO
RESUMO V
ABSTRACT VI
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1) PILARES CERÂMICOS 3
2.2) APLICABILIDADE CLÍNICA DOS PILARES CERÂMICOS
10
3 DISCUSSÃO
18
4 CONCLUSÕES
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24
NICOLODI, J.C. A utilização dos pilares
cerâmicos
na Implantodontia. Florianópolis, 2005. Monografia ( Especialização em Implantodontia)- Curso de Especialização emImplantodontia, Setor de Ciências da
Saúde,
Universidade Federal de Santa Catarina.RESUMO
Restaurações na regido anterior representam um grande desafio tanto com relação à fase cirúrgica quanto com relação à fase protética na Implantodontia. Muitos tipos de implantes requerem
intermediários
transmucosos para reter as próteses sobre implantes e, a maioria destes é feita de titânio ou ligas metálicas. No entanto, coroas em porcelana pura podem ser a escolha ideal para substituir dentes naturais em areas estéticas. A combinação decerâmica
para pilares
e
coroas fornece melhor translucidez para a prótese sobre implante do que a disponibilizada por pilares metálicose
coroas metalo-cerâmicas.
Este método poderia permitir a eliminação de problemas quanto à core
brilho metálico através do tecido periimplantare
a melhora de um fator crucial que infuencia a estética queé o
perfil de emergência da restauração. Dois materiais comumente usados para fabricação desses pilares são a aluminae
a zircônia. Estudos recentes têm demonstrado que, atualmente, menor risco funcional
e
resultados estéticos podem ser obtidos com os pilarescerâmicos.
NICOLODI, J.C. A utilização dos pilares cerâmicos na Implantodontia. Florianópolis, 2005. Monografia ( Especialização em Implantodontia)- Curso de Especialização em Implantodontia, Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina.
ABSTRACT
Restorations in the anterior esthetic zone present significant challenges in both the surgical and prosthetic phases of implant dentistry. Many types of implants require transmucosal abutments to retain implant restorations, and most transmucosal abutments are made of titanium or metal alloy. However, full ceramic crowns may be the ideal choice to replace natural teeth in esthetic areas. The combination of ceramics for abutment and crown provides better translucency for the implant restoration than is available with metal abutments and porcelain-fused-to-metal crowns. This would permit the elimination of problems of color and metal shining through at the pen-implant gingival level and improvement of the crucial factor influencing the esthetic outcome, which is the emergence profile of the restoration. Two commonly used materials for these abutments are alumina and zirconia. Recent studies have shown that less risky functional and esthetic results can be achieved with ceramic implant abutments.
Key-words : ceramic abutments, esthetic, function
1 INTRODUÇÃO
A substituição de dentes unitários com coroas implanto-suportadas tem se tornado
uma questão rotineira em muitas clinicas. 0 primeiro artigo sobre este assunto foi publicado
em 1986 e, desde então muitos estudos têm documentado os resultados de tratamentos
documentados após 5 a 10 anos com taxa cumulativa de sucesso de 96 a 98%. 0 uso bem
sucedido de restaurações unitárias implanto-suportadas tornou
a
utilização de prótesesparciais fixas e removíveis uma alternativa de tratamento menos interessante para muitos
pacientes. Isto, juntamente com a demanda dos pacientes por melhor estética, tem resultado
no desenvolvimento de novos componentes, materiais e conceitos de tratamento
(ANDERSSON et al.; 2001).
Próteses implanto-suportadas utilizando pilares de titânio, algumas vezes, demonstram
uma coloração metálica através dos tecidos moles na regido cervical. Para reduzir este
problema, muitos autores têm sugerido o uso de supraestruturas cerâmicas para restaurações
implanto-suportadas. Apesar dos pilares cerâmicos serem estéticos e bioadesivos, algumas
perguntas existem com relação a sua capacidade em suportar a carga funcional (CHO, H.;
2002). Os pilares cerâmicos estão se tornando cada vez mais populares devido a sua
versatilidade, biocompatibilidade e estética. Pilares cerâmicos são especialmente indicados
quando as restaurações implanto-suportadas estão localizadas na regido anterior da maxila,
onde a estética mucogengival é de fundamental importância (BLUE, D.S; 2003).
Outra questão é que o material do componente transmucoso parece influenciar a
formação da adesão epitelial. A sua forma e perfil são capazes de guiar o contorno gengival e,
juntamente com a cor do material, influenciar fortemente o resultado estético final da
restauração implanto-suportada. Contudo, uma vez que esses produtos são normalmente
2
indesejáveis problemas tecnológicos devido a sua baixa resistência a forças de curvatura.
Muita atenção tem sido dada a outros materiais cerâmicos usados em Ortopedia que
combinam compatibilidade, estética agradável e resistência A. fratura (RIMONDINI, L.
et al;
2002).
Os pilares cerâmicos são disponibilizados em alumina e zircônia. Para se usar um pilar
cerâmico, é preciso que o implante esteja bem posicionado uma vez que a redução vestibular
para corrigir a sua angulação causa um acentuado enfraquecimento das paredes axiais e no
colar lábio-gengival. O angulo formado entre o longo eixo do implante e a superficie
vestibular do pilar deve ser menor que 30° para evitar excessivo estreitamento dessa superficie
que poderia resultar em fratura coesiva (BOUDRIAS
et al.;
2001).0 objetivo deste estudo é realizar, através de uma revisão da literatura, um estudo
sobre os tipos de pilares cerâmicos, suas indicações e contra-indicações, assim como suas
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1) Pilares cerâmicos
Estética otimizada é um dos principais desafios para os clínicos na substituição de
dentes na regido anterior da maxila. Muitos pacientes se recusam a aceitar o preparo de dentes
livres de carie ou a utilização de próteses parciais fixas ou qualquer tratamento que inclua
próteses parciais removíveis. Próteses parciais adesivas, movimentação dentária ortodõntica e
transplante dentário cirúrgico têm sido relatados como modalidades de tratamento
diferenciadas para substituição de dentes anteriores adjacentes a dentes livres de cáries.
Implantes osseointegrados podem ser adicionados a esta lista como uma excelente alternativa
de tratamento para suporte de coroas unitárias. Taxas favoráveis de sucesso clinico para
substituições unitárias têm sido documentadas na literatura. 0 sucesso estético de uma prótese
implanto-suportada depende da aparência do tecido mucogengival e do material e
configuração da eventual prótese. 0 material do pilar deve ser biocompativel o suficiente para
não permitir a formação de placa e deve fornecer resistência suficiente para transmitir forças
ao implante e ao tecido ósseo (HEYDECKE et 42002).
Pilares cerâmicos estão ganhando popularidade devido a sua versatilidade,
biocompatibilidade e estética. Pilares cerâmicos são especialmente indicados para fabricação
de restaurações implanto-suportadas nos dentes anteriores da maxila, onde a estética gengival
é de suma importância (BLUE et al., 2003). 0 uso de titânio para confecção do pilar e da
infraestrutura da coroa final tem reduzido os efeitos galvânicos e corrosivos. No entanto, o
titfinio exibe baixa resistência a ranhuras (dureza Vickers Ti = 99,5% = 210 Kg/mm2 ), o que
pode dificultar o uso da técnica da porcelana fundida ao titanic e, pode comprometer a
4
em cerâmica pura tem resultado em muitos avanços tais como aumento da dureza superficial
(dureza Vickers da cerâmica A1203 é de 99.5% _ 2000 kg/mm2), cor semelhante ao dente, e
perfil de emergência individualizado (YILDIRIM et al., 2003).
Foi realizado um estudo onde comparou-se a resistência mecânica de três tipos de
pilares : um pilar de titânio pré-fabricado ( CeraOne : Nobel Biocare AB, Goteborg, Suécia),
um pilar usinado em liga de ouro e um pilar cerâmico de óxido de alumínio ( CerAdapt :
Nobel Biocare AB, Goteborg, Suécia). 0 pilar cerâmico fraturou com a menor carga (117N).
Para permitir uma adequada resistência à fratura, pilares cerâmicos de óxido de alumínio
densamente sinterizado requerem uma altura minima de 7mm e uma espessura da parede axial
maior que 0,7mm. 0 uso desses pilares cerâmicos é limitado a restaurações de incisivos e
pré-molares. Sua resistência mecânica é inadequada para molares, caninos e substituição de
incisivos quando está presente uma sobremordida maior que 50% (BOUDRIAS et al.; 2001).
Os pilares cerâmicos são disponibilizados em alumina e zircônia. Os pilares em
alumina são fabricados a partir de óxido de alumínio sinterizado e denso. Os pilares são
fabricados e modelados em uma forma imatura (pré-sinterizada) e então sinterizados para
formar um pilar em alumina densa. 0 tamanho da granulação do material do pilar é de 4-7p.m,
o qual é considerado pequeno para cerâmicas de alumina (BLUE et al., 2003).
Um passo crucial na busca da estética foi feito com o desenvolvimento do pilar
personalizado cerâmico CerAdapt feito de óxido de alumínio puro altamente sinterizado.
Além das suas características ópticas favoráveis e as oportunidades que oferecem quanto a
personalização, esses pilares são diferenciados devido à alta resistência flexural, alta
biocompatibilidade, baixo potencial de corrosão e baixa condutividade térmica. As
características positivas quanto ao polimento deste material acentuam a compatibilidade
5
aplicação direta de coberturas cerâmicas sinterizadas para que se tenha um perfil de
emergência harmonioso e semelhante A realidade ( YILDRIM
et al.,
2000).Os pilares de zircõnia são fabricados a partir de policristais de zircõnia tetragonais
estabilizados por Yttria (Y-TZP). Zircônia é uma cerâmica polimórfica que apresenta três
estruturas cristalinas: monoclinica, cúbica e tetragonal. A zircônia pura apresenta uma
estrutura monociclica, sendo estável em temperaturas até 1170°C. Entre esta temperatura e
2370°C se transforma em zircônia tetragonal e, então em zircõnia cúbica em temperatura
acima de 2370°C (OBLAK
et al.;
2004). Durante o resfriamento após o processamento,ocorre a transformação da fase tetragonal em monoclinica a uma temperatura em torno de
970°C. Essa transformação está associada a 3 a 4% de expansão volumétrica. Yttria 6, então
adicionada a zircõnia para estabilização para que a forma tetragonal possa existir em
temperatura ambiente após a sinterização. A preparação do Y-TZP promove uma
transformação superficial da fase tetragonal para fase monoclinica. A expansão volumétrica
resultante dessa transformação causa um selamento através de compressão das fissuras o que
explica o fato do Y-TZP apresentar maior resistência A fratura quando comparado com
cerâmicas convencionais que são friáveis (transformação martensintica). 0 preparo severo,
por outro lado, pode introduzir fendas profundas que agem como concentradores de
stress
epodem reduzir a resistência. 0 jateamento de partículas abrasivas tem aumentado a resistência
do Y-TZP (BLUE
et al.,
2003 ; PICONI, 1999).Os pilares de zircõnia apresentam uma resistência flexural três vezes maior que os
pilares de óxido de alumina e uma resistência A fadiga 100% maior. Apesar das características
mecânicas acentuadas, os pilares de zircõnia apresentam as mesmas vantagens dos pilares de
óxido de alumínio: adaptabilidade individual, ausência dos efeitos da coloração metálica, boa
compatibilidade tecidual, além das opções de preparo extraoral e preparos corretivos
6
radiopacidade
enquanto a limitada
radiopacidadedos pilares de
óxidode
alumínio tornadificil
a
avaliação radiográficapara
oposicionamento correto no implante
(YILDRIM et al.,2001)
Devido a
diferenças microestruturais eefetivo mecanismo contra propagação de
fendas, a
cerâmicade
zircôniaparcialmente estabilizada tem demonstrado resistência duas
vezes maior que a
cerâmicade alumina. Estes fatos
têmlevado a um aumento no uso em
diferentes
aplicações clinicas.No entanto, devido
asua
microestruturaespecifica,
procedimentos de desgaste tam levado a uma substancial
degradaçãona
resistência e reduçãona
confiabilidadede elementos pré-fabricados em
Zr02 (YILDIRIM et al., 2003).Com relação ao preparo do pilar
cerâmico,este pode ser realizado em um curto
período
de tempo com manutenção da qualidade, então
o clinico e opaciente
sãobeneficiados. No entanto, a qualidade da
superficiepreparada deve ser considerada. É mais
fácil
confeccionar um padrão em cera livre de
distorçãopara a fundição do que uma
superficielisa. Fabricantes
odontológicosdefendem
ouso de brocas
diamantadasde granulação maior
com irrigação para
opreparo dos pilares. A razão para isso
émaximizar a
eficiênciado
preparo
ereduzir a
geraçãode calor
ede
macrofraturascom
opreparo. Dentistas também
concordam que
oaumento da eficiência do preparo aumenta com
oaumento do tamanho das
partículas abrasivas
das brocas
diamantadas.Este assunto unido as
recomendaçõesdos
fabricantes para uso de brocas
diamantadascom grande
granulação,perpetuam a tendência
através do uso dessas brocas na
pratica.É importante determinar se tal
tendência é justificável(BLUE
et al., 2003).Em geral, os pilares de alumina
sãomais facilmente
preparáveis doque os de
zircônia,o
que pode ser explicado pela tendência da granulação mais fina de fratura
intergranular.Existe uma fase de vidro fraca entre os
grânulosde alumina. Por outro lado,
opreparo da
7
corte até o fim da superficie cerâmica. Brocas finas têm demonstrado aumentar a resistência
da zircônia devido A transformação da fase tetragonal em monociclica, que produz um stress
superficial compressivo (BLUE et al., 2003).
Maior resistência A fratura para restaurações com pilares cerâmicos de Zr02 era
esperada devido ao fato de que a cerâmica de zircônia parcialmente estabilizada apresenta
duas vezes maior resistência flexural ( 900 a 1400MPa) do que a cerâmica de alumina. A
principal razão para maior resistência das cerâmicas de zircõnia é a estrutura cristalina
tetragonal metaestável em temperatura ambiente. Esta estrutura representa um mecanismo
eficiente contra propagação de fendas e tem um forte impacto contra crescimento de
rachaduras subcriticas. No entanto, a cerâmica de zircõnia exibe 1 a 10 vezes menor
condutividade térmica do que a cerâmica de alumina, apresentando menor dissipação de calor.
Picos de temperatura podem alterar a fase cristalina tetragonal metaestável deste tipo de
cerâmica. Então esses pilares deveriam estar mais sujeitos As danificações do que os pilares de
alumina pelo calor produzido por alguns tratamentos na sua superficie. É sabido que a
qualidade mecânica da cerâmica usinada de zircônia ( Zr02 ) está diretamente relacionada As
habilidades cortantes dos instrumentos diamantados. Isto é confirmado dentro deste estudo
uma vez que não há deterioração da cerâmica devido aos processos de fresagem (YILDIRIM
et al., 2003).
Em experimentos com cães, Abrahamson e colbs examinaram se o material usado para
confecção do pilar teria influencia na qualidade da barreira da mucosa que se forma quando
da utilização de implantes. Os materiais testados foram titânio comercialmente puro, liga de
ouro, óxido de alumínio densamente sinterizado e porcelana fundida ao ouro. Foi
demonstrado que o material usado na porção do pilar influenciou a localização e a qualidade
da mucosa periimplantar. Pilares cerâmicos e de titânio permitiram a formação de uma
8
aproximadamente 1 a 1,5mm. Nos sítios onde foram usados pilares de liga de ouro e
metalo-cerdmicos observou-se recessão da mucosa periimplantar e reabsorção da crista óssea
expondo ocasionalmente a junção pilar/implante. Os autores sugeriram que isto ocorre devido
as várias propriedades adesivas dos materiais e à resistência à corrosão (BELSER et a/.;2004).
A colonização bacteriana dos pilares de zirc8nia foi pesquisada in vitro e in vivo. 0
objetivo deste estudo foi avaliar "in vitro" a capacidade de diferentes cepas de bactérias orais
de se aderirem e crescerem em espécimes de titânio e de policristais de zircônia tetragonais
estabilizados com Ytria (Y-TZP) cujos valores de rugosidade variam de 0,18 a 0.22pm em
média, podendo ser comparados aos pilares comercialmente disponíveis (apresentam uma
variação de 0,10 a 0,30gm). A adesão e o crescimento em superfícies retificadas de Y-TZP
altamente polidas, as quais são duas vezes mais planas e polidas do que aquelas dos pilares
comercialmente disponíveis, foram também avaliadas. Além disso, esse estudo incluiu uma
investigação "in vitro" para investigar a colonização inicial na presença de placa, película
salivar e forças de remoção relacionadas a fluxo salivar, músculos e atividade de mastigação.
De acordo com este estudo, as superfícies de Y-TZP acumularam menos bactérias que o
tiVánio, com prevalência de cocos, poucos bastonetes curtos, nenhum bastonete longo, o que é
sugestivo de uma placa imatura. Nenhuma atividade antibacteriana foi detectada nem para o
Ti nem para os materiais de zircônia. Tal achado não é uma surpresa. A atividade
antimicrobiana do titfinio é muito controversa e diretamente relacionada as concentrações dos
Ions de titânio e testes de sensibilidade (RIMONDINI et al.; 2002). Os autores concluíram
que, em média, superfícies em zircônia acumulam menos bactérias que em titfinio
comercialmente puro podendo então ser consideradas como promissores materiais para
fabricação de pilares (BELSER et a/.;2004; RIMONDINI et al.; 2002).
A observação de que os pilares cerâmicos estabeleceram condições de cicatrização
9
experimentos animais e estudos clínicos usando os chamados implantes de cristal de safira.
Foi sugerido a partir de exames de microscopia eletrônica e a luz que o epitélio juncional que
se forma na porção do pilar de A1203 tem muitas características em comum com o epitélio
dento-gengival dos dentes e que esse material era inerte (não demonstrava liberação de
alumínio em, por exemplo, soluções agressivas de teste ácido) e biocompativel (não
demonstrava toxicidade celular, reação de corpo estranho e permitia proliferação celular na
sua superficie). Uma importante observação deste estudo está relacionada a aparente
inabilidade da liga de ouro de promover uma cicatrização da mucosa que incluía uma zona de
adesão de tecido conjuntivo ou "integração de tecido conjuntivo". Ao contrario, durante a
cicatrização da mucosa marginal nos pilares de ouro ocorreu uma recessão consistentemente
apical em 3 dos 5 casos estudados. Berglundh e Lindhe ( 1996) concluíram que uma
quantidade minima de adesão de tecido mole ( tecido epitelial e conjuntivo) ao titânio é
requerida e, se não está presente, reabsorção óssea marginal vai ocorrer para acomodar esta
adesão (ABRAHANMSSON et at.; 1998).
Investigou-se "in vitro" a força de fratura de restaurações implanto-suportadas
utilizando pilares cerâmicos usinados e coroas em cerâmica pura. A força de fratura sobre
coroas metalocerdmicas cimentadas em pilares de titfinio foi maior do que de coroas puras
cimentadas em pilares usinados em cerâmica, independente da direção da carga (BELSER et
a/.;2004).
0 pilar metálico tem algumas vantagens sobre os de zirc8nia. 0 fabricante propõe que
preparar urn pilar de zircônia é puramente um processo subtrativo e não permite que adições
sejam feitas, e que isso limita seu uso quando um pilar requer substancial re-angulação. Um
pilar fundido em metal pode ser encerado até um contorno final desejado com poucas
limitações, otimizando retenção e resistência. Podem também facilmente serem encerados
10
preparação do pilar de zircônia pode criar zonas de stress que enfraquecem a
cerâmica e
induzem a propagação de fissuras (TAN,
et al.;
2004).Infelizmente, as tecnologias de processamento atuais não podem tomar as
infi-aestruturas de zircônia
tão
translúcidas quanto os dentes naturais, nem permitir umacaracterização do formato interno ou facilitar a personalização da forma. Logo, núcleos ou
infraestruturas de zircônia devem ser revestidos por porcelana favorecendo a estética. Uma
série de estudos sobre estruturas totalmente em porcelana em camadas demonstrou que a
cobertura com porcelana relativamente fraca pode resultar em falhas sob carga baixa quando a
porcelana
é
colocada sob tensão. Apesar das falhas clinicas de restaurações em porcelana puradependerem de variáveis que envolvem
o
paciente, cargasdinâmicas,
a geometria darestauração, propriedades do material, fenômeno de fadiga,
e
múltiplas maneiras de falhas,modelos "in vitro" podem ajudar a elucidar os parâmetros mecânicos conhecidos por
influenciar as fraturas por tensão. As falhas clinicas dominantes nas restaurações em
porcelana pura são as falhas por tensão (WHITE
et al.,
2005).Com relação as
cerâmicas
de zircônia, pode-se concluir que: não foram detectadasreações adversas locais ou sistêmicas relacionadas a este material, nem mesmo reações
citotóxicas; suas propriedades mecânicas possibilitam seu uso em aplicações clinicas
apresentando alto fator de segurança com relação a baixa sensibilidade com relação ao stress,
permitindo maior flexibilidade no projeto modular; as propriedades
mecânicas
sãodependentes dos precursores
e
da técnica de manufatura (PICONI; 1999).II
A utilização de implantes do Sistema Branemark ( Nobel Biocare) para substituir urn
único
dente tem sido uma alternativa a outras técnicas nos últimos 20 anos. A maior indicaçãopara restaurações unitárias com implantes
é
a ausência de dentes anteriores onde os dentesadjacentes são completamente intactos. Restaurar estes espaços edêntulos anteriores exige
cuidados quanto à cirurgia
e
quanto à reabilitação protética final. Isso, associado a maiorprocura do paciente por restaurações semelhantes aos dentes naturais, tem levado ao
desenvolvimento de vários componentes
e
materiais novos em Implantodontia. Oscomponentes originais para restaurações unitárias apresentavam urna forma padronizada
e
nãopermitiam soluções personalizadas. Urna tendência mais recente
é o
uso de componentespersonalizados para permitir um ótimo suporte para materiais de revestimento assim como
suporte para a mucosa
e
melhoraro
perfi
l de emergência da restauração (HENRIKSSON etal.; 2003).
Para adequação da coloração natural, a cor intensamente branca inerente ao óxido de
zircônia tem um efeito prejudicial em pacientes que possuem parte do pilar não coberta por
tecido mole ou apresenta um tecido muito fino. Ao contrário, a cor do pilar de óxido de
alumínio
(VITA A3) se adapta melhor as condições anatômicas presentes uma vez que podeser feito um pilar de cor semelhante ao dente. 0 efeito de coloração escura dos pilares
metálicos
convencionais,
os quais têm um efeito negativo na aparência estética com tecidomole frágil, pode ser evitado com ambos os tipos de pilares
cerâmicos.
Quando próteses emporcelana pura são colocadas, urna resina para cimentação adequada pode ser usada para
melhorar
o
resultado estético até mesmo quando a coroa é altamente translúcida (YILDRIM etal., 2000).
Restaurações em porcelana pura têm se tornado populares para restaurar dentes que
requerem estética. A translucidez fornecida pela restauração permite a transmissão de luz
12
vitalidade. Restaurações metalocerimicas podem obter o mesmo resultado mas requerem mais
tempo e experiência (TAN, et al.; 2004). A habilidade de harmonizar uma coroa em porcelana
com a contraparte natural tem que levar em consideração: tamanho, forma, textura superficial,
translucidez e cor. A popularidade das restaurações metalocerdmicas se deve largamente a sua
resistência previsível com estética adequada. 0 obstáculo de tais restaurações é o aumento da
reflexão de luz devido 6. porcelana opaca necessária para mascarar o substrato metálico. Os
materiais em porcelana pura oferecem vantagens estéticas. A translucidez do núcleo é um dos
fatores principais no controle da estética e uma consideração critica na seleção dos materiais.
No entanto, um aumento no conteúdo cristalino para obter maior resistência geralmente
resulta em aumento da opacidade (HEFFERNAN et al.; 2002).
Apesar dos pilares cerâmicos serem estéticos e bioadesivos, algumas questões existem
com relação a sua capacidade de suportar cargas funcionais. Foi realizado um estudo com o
objetivo de comparar cinco diferentes combinações de coroas/pilares para restaurações
implanto-suportadas unitárias com relação à sua capacidade de suportarem carga. Foram
avaliados os seguintes grupos : 1)Pilar de titânio : coroa metalo-cerâmica; 2) Pilar de titânio :
coroa Ceram; 3) Pilar de titânio : coroa Celay feldispdtica; 4)Pilar cerâmico : coroa
In-Ceram; 5) Pilar cerâmico : coroa Celay feldispdtica. A resistência a fratura dos pilares de
titânio (grupos 1 e 3) foi maior que a dos pilares cerâmicos dos grupos 4 e 5 sob carga
vertical. Apesar dos grupos com pilares cerâmicos terem demonstrado menor resistência à
fratura do que os grupos com pilares de titânio, o grupo 5 ( com a menor resistência a fratura
- 786 N ) demonstrou capacidade suficiente de suportar forças mastigatórias sob carga
vertical. Os valores mais altos das coroas sob cargas axiais são resultado do fato da resistência
compressão do revestimento de porcelana ser maior do que a resistência flexural. Então,
restaurações implanto-suportadas cerâmicas poderiam suportar cargas axiais. A resistência
13
resultados deste estudo estão de acordo com outras pesquisas que relataram que a resistência
fratura de pilares cerâmicos pode se aproximar dos pilares metálicos. Os resultados altos
relatados por esses autores podem ter ocorrido devido ao largo tamanho dos seus pilares. As
menores dimensões usadas neste estudo foram estabelecidas para serem do mesmo tamanho e
forma dos pilares de titânio para comparação. Também a carga de falha neste estudo foi
definida para ocorrer quando a deflecção do bordo incisal da coroa era de Imm ou quando a
coroa cerâmica começasse a se fraturar ( CHO
et al.;
2002).Implantes dentais têm sido restaurados com coroas em porcelana pura na esperança de
se ter mais estética comparado com as metalocerdmicas. Isso pode não ser verdadeiro se uma
restauração altamente translúcida é colocada sobre um pilar metálico. Foram realizadas duas
coroas no mesmo dente para um paciente, sendo uma delas metalocerdmica e outra em
porcelana pura, utilizando para isso, o pilar de zircônia. 0 paciente relatou estética aceitável
nos dois casos. No entanto, diferenças sutis entre as duas restaurações foram notadas. Numa
visão intra-oral dos pilares, estava aparente que o pilar metálico apresentava um tom
acinzentado na margem gengiva!, enquanto o pilar de zirceinia não apresentava. Para pacientes
com linha do sorriso alta e tecidos finos, o pilar de zircônia pode apresentar uma vantagem
estética. 0 tom acinzentado pode ser menos notado se o preparo for estendido mais
subgengivalmente, mas a remoção do cimento pode se tornar mais complicada. Os contornos
gerais foram tidos como melhores na coroa metalocerdmica pelo paciente e pelo clinico. Um
contorno adicional da coroa em porcelana pura poderia ter sido feito. Tanto o paciente quanto
sua esposa preferiram a metalocerdmica (TAN,
et al.;
2004).Existem poucos estudos de acompanhamento sobre os resultados clínicos dos pilares
cerâmicos a longo prazo publicados na literatura. Isso é surpreendente uma vez que existe urn
grande interesse profissional e comercial em implantes e materiais cerâmicos na Odontologia.
14
acompanhamento clinico demandam muito tempo para os pesquisadores e pacientes. Neste
estudo multiantrico, foram comparados os resultados após 5 anos de carga sobre próteses
parciais fixas sobre pilares cerâmicos CerAdapt e pilares de titfinio ( Nobel Biocare) com
relação ao tecido duro e reações dos tecidos moles. A proporção cumulativa de sucesso foi de
94,7% para as próteses sobre pilares cerâmicos e 100% para próteses sobre pilares metálicos.
(ANDERSSON
et al.;
2003).A média da força maxima de mordida em próteses parciais fixas implanto-suportadas
tem sido relatada como sendo de 144N. Considerando a média da carga oclusal máxima em
incisivos e a condição cíclica da carga sobre as coroas cerâmicas em ambiente hidratado, os
resultados deste estudo demonstraram que coroas em porcelana pura sobre pilares cerâmicos
deveriam ser usados com cautela em restaurações implanto-suportadas unitárias. (CHO
et al.;
2002).
Com relação as próteses parafusadas e cimentadas sobre pilares cerâmicos, pode-se
dizer que restaurações implanto-suportadas com grandes margens de cimento entre a coroa e o
pilar podem levar a uma maior perda óssea marginal. Este fato, associado corn problemas
ocasionais durante a cimentação das coroas tem chamado a atenção das próteses cimentadas.
Existem preocupações com relação ao efeito biológico desfavorável de urna margem de
cimento e os possíveis restos de cimento na Area do implante. Os pacientes, neste estudo.
foram divididos em dois grupos, um utilizou coroa em porcelana cimentada ao pilar e o outro
com coroa unida diretamente ao pilar e, então parafusada ao implante. Esta abordagem foi
para estudar os possíveis efeitos das margens de cimento sobre a saúde dos tecidos moles e o
nível ósseo marginal. Resíduos de cimento podem ser dificeis de diagnosticar e remover,
especialmente quando a margem da coroa está profunda no sulco gengival. Além disso, osso
pode ser perdido quando grandes margens de cimento estão presentes. Uma restauração que
15
parafusada e cimentada) e revelou níveis ósseos marginais e perda óssea comparáveis durante
o primeiro ano de função. Não foram relatados sinais de maior perda óssea ao redor de
implantes com coroas cimentadas. No entanto, um paciente no grupo com coroas cimentadas
apresentou uma fistula precoce e dois pacientes apresentaram recessão do tecido mole. Estas
observações em associação corn dois implantes neste mesmo grupo que apresentou perda
óssea maior que 1 mm comparado com o grupo de coroas parafusadas podem estar associadas
com a presença de cimento ou margem de cimento. Outra vantagem corn as coroas
parafusadas é a facilidade de colocação. 0 aperto do parafuso é mais fácil de ser realizado do
que a cimentação convencional. Preocupações com relação a afrouxamento e fratura de
parafusos ou cerâmica devido à presença da área de acesso ao parafuso não foram observadas
neste estudo. A mesma estabilidade da
coroa
e ausência de fratura de porcelana foramobservadas nos dois grupos (HENRIKSSON et al.; 2003).
Em uma coroa metalocerfimica implanto-suportada parafusada, a abertura de acesso ao
parafuso é geralmente localizada na superfície oclusal da prótese, que tem como medidas
médias buco-lingual para PM e M de 4,5 e 6 mm,
com
diâmetro médio de abertura doparafuso de 2,5 a 3mm. Então,
a
presençade uma abertura de acesso ao
parafuso no centro dasuperficie oclusal das próteses metalocerdmicas permite um colar de porcelana residual que
pode variar em largura de 0,75 a 1,75mm. Além disso, a colocação da abertura de acesso ao
parafuso é ditada pelo posicionamento do implante, componente protético e oclusão oposta.
Então, nem sempre é possível colocar a abertura de acesso ao parafuso no centro da mesa
oclusal. Não
se sabe se
uma posição deslocada da abertura de acesso ao parafuso, a qual levaa um colar mais fino de porcelana residual em algumas
áreas,pode afetar também a
resistência à fratura da camada cerâmica. 0 objetivo deste estudo foi comparar a resistência
fratura da porcelana entre coroas metalocerâmicas implanto-suportadas parafusadas e
16
acesso ao parafuso afetam a resistência à fratura da porcelana de coroas
metalocerarnicas
parafusadas. Através deste estudo, pode-se concluir que coroas
metalocerâmicas
parafusadasdemonstraram significativa menor resistência a fratura da porcelana do que as coroas retidas
por cimento. A
colocação
da abertura de acesso ao parafusodeslocada 1 mm
do centro dasuperficie oclusal não
resultou em menorresistência
à fratura. Coroas cimentadas com larguravestíbulo-lingual de
4-5 mm
demonstraram similarresistência
A. fratura daporcelana (
TORRADO et al.;
2004).
Enquanto cerâmicas tradicionais
odontológicas
são primariamente compreendidas pormatriz de vidro com fase cristalina como material de preenchimento; os novos materiais
cerâmicos
são
primariamente cristalinos in nature. Esses novos materiaissão
normalmentereferidos a
óxidos
cerâmicos—
baseados em alumina,zircônia
oumagnésia
cristalinas.0
usodessas novas
ténicas
de processamento emcombinação
comóxidos
cerâmicostornou
possívelfabricar
infraestruturas
depróteses
parciais fixas com resistência flexural e dureza quesão
considerados mais altos que aquelas de cerâmicas previamente usadas, então aumentando a
resistência
do material àpropagação
das fendas. Uma cerâmicalaminada irá
sempre formarum sistema constante de
tensão
devido àdiferença
nomódulo
de elasticidade na interfacenúcleo e veneer. Além disso, a interface é uma importante fonte de falhas estruturais devido a
fatores de
molhabilidade
e a dificuldade de se construir uma porcelana densamente verde ehomogênea sobre a
superficie
donúcleo.
Defeitosmecânicos
em regiõesmicroestruturais
daporcelana incluindo áreas de
porosidades,
aglomerados,inclusões
e grandes áreas granulosas,são
outras possíveisrazões
para fraturas do"veener"
de porcelana(STEYERN
et al.;2005).
Em um estudo recente,
4
tipos de pilares do sistemaBranemark
(NobelBiocare,
Gõteborg,
Sweden) foramexaminados
quanto aadaptação
entre ohexágono interno
do pilar eo
hexágono externo
do implante.CeraOne, esteticone,
Pilarprocera
personalizado e o17
demonstrou urna vantagem adicional devido a sua
tecnologia
CAD/CAM(muitas situações
clinicas
não
podem ser resolvidas através desta tecnologia). A vantagem deste design é a suaaplicação
universal, uma vez que pode ser utilizado em todos os sistemas de implantes cornhexágono externo.
A partir dos dados avaliados, poderia se afirmar que ohexágono
interno dopilar
Procera
poderia facilmente aceitar ohexágono externo
de cada um dos sistemasavaliados
quando são
unidos.Inspeção
visual de cada pilar demonstrou umajunção
clinicamente
aceitável
entre o pilar e o implante. No entanto, o exame das radiografiasdemonstrou que
Lifecore
Restore e3i não
seadapataram adequadamente
ao abutmentProcera
18
3 DISCUSSÃO
Restaurações em zona estética anterior representam um significativo desafio tanto na
fase cirúrgica quanto protética. Muitos tipos de implantes necessitam de pilares transmucosos
para reter as restaurações, e a maioria dos pilares transmucosos são feitos de titânio ou liga
metálica. No entanto, coroas em porcelana pura devem ser a escolha ideal para substituir
dentes naturais em zonas estéticas. A combinação de pilares cerâmicos com coroas cerâmicas
poderia fornecer melhor translucid8z para a restauração com implantes do que aquela obtida
com pilares metálicos e coroas em metal e cerõmeros. Pilares cerâmicos e restaurações em
cerâmica poderiam minimizar a coloração acinzentada associada a componentes metálicos
que é transmitida através dos tecidos periimplantares (VIGOLO et al.; 2005).
Pilares de titânio personalizados têm sido testados durante a última década. A
vantagem deste conceito é a possibilidade de desenhar o pilar para se encontrar situações
especificas em termos de forma e perfil de emergência, especialmente com largas variações
em altura da margem gengival livre ou desfavorável colocação ou alinhamento do implante
devido As irregularidades anatômicas. Para compensar esse problema potencial (coloração
acinzentada da mucosa periimplantar), foram introduzidos os pilares cerâmicos
(HENRIKSSON et al.; 2003).
Em 1993, o primeiro pilar cerâmico de óxido denso de alumínio (Al 2 03) foi
introduzido (CerAdapt, Nobel Biocare, Geiteborg, Sweden). Estes pilares foram desenvolvidos
para coroas unitárias e próteses parciais fixas, sendo especialmente indicados em situações
onde clínicos e pacientes necessitavam de estética. 0 pilar CerAdapt é um cilindro ( 12mm de
altura e 6mm de diâmetro) obtido através de uma técnica utilizando alumina densamente
sinterizada e altamente purificada (ANDERSSON et al.; 2003). Os problemas apresentados
19
fragilidade e baixa resistência à fratura. Resultados de estudos clínicos demonstraram as
possibilidades estéticas e a segurança de coroas unitárias quando conceitos de um tratamento
aceitável são seguidos. Os pilares testados foram satisfatórios apesar da fratura dos pilares
CerAdapts indicarem que pilares cerâmicos sejam mais sensíveis a procedimentos de preparo
manual do que pilares de titfirtio. Estudos recentes têm demonstrado que menor risco
funcional e melhor estética podem ser obtidos com pilares cerâmicos (VIGOLO, 2005).
As cerâmicas têm sido defendidas como materiais de escolha para mimetizar a
dentição natural. A habilidade de harmonizar uma coroa em porcelana com a contraparte
natural tem que levar em consideração: tamanho, forma, textura superficial, translucidez e
cor. A popularidade das restaurações metalocerâmicas se deve largamente a sua resistência
previsível com estética adequada (ANDERSSON et cd.;2001) . Contudo, o obstáculo de tais
restaurações é o aumento da reflexão de luz devido à porcelana opaca necessária para
mascarar o substrato metálico. Os materiais em porcelana pura oferecem vantagens estéticas
(HEFFERNAN et al., 2002).
Pilares CerAdapt de alumina densamente sinterizada ( Nobel Biocare) foram
desenvolvidos para preencher a demanda clinica e do paciente na melhora da estética em
algumas situações clinicas especificas. Estes pilares foram introduzidos em 1993 para serem
usados tanto em restaurações unitárias quanto próteses parciais fixas. Pitares CerAdapt têm
coloração semelhante ao dente e opticamente favorável comparando com pilares de titârtio
(ANDERSSON et (4.2001). No entanto, em uma análise comparativa entre uma coroa
metalocerdmica sobre pilar metálico e uma coroa em porcelana pura sobre pilar de zircônia, o
paciente relatou estética aceitável nos dois casos. Os contornos gerais foram tidos como
melhores na coroa metalocerâmica tanto pelo paciente como pelo clinico (TAN et
ai.
;2004).Na maioria das vezes a preparação do pilar é realizada no laboratório, mas terminada
20
retentiva, perfil de emergência, altura do pilar, colocação e modelo do término. 7% dos pilares
CerAdapt fraturaram após 1 ano. Isto foi mais do que o relatado em próteses fixas pequenas
nas quais 2% tinham fraturado após 2 anos. A diferença pode ser devido a um pilar
danificado, a um momento de curvatura grande e/ou ocorrência acidental. Não é inconcebível
que os pilares fraturados tenham sido danificados por preparo excessivo, uma vez que quatro
pilares fraturaram e foram substituidos após o uso de contra-torque. Nestes casos, o nível de
desgaste leva a um núcleo cerâmico fino e/ou fendas na superficie, resultando em
enfraquecimento do componente cerâmico. Nenhum pilar CerAdapt fraturou no
acompanhamento de 3 anos. Isto pode ser explicado pela obtenção de experiência, como uma
curva de aprendizado (ANDERSSON et al.; 2001). Deve-se observar, contudo, que para se
usar um pilar cerâmico, é preciso que o implante esteja bem posicionado uma vez que a
redução vestibular para corrigir a sua angulação causa um acentuado enfraquecimento das
paredes axiais e no sentido vestíbulo-lingual. O ângulo formado entre o longo eixo do
implante e a superficie vestibular do pilar deve ser menor que 30° para evitar excessivo
estreitamento dessa superficie que poderia resultar em fratura coesiva (BOUDRIAS
et al.;
2001).
A zircônia têm muitas vantagens corn relação à alumina , incluindo aumento da
resistência, aumento da força, redução do modulo de elasticidade, e uma marcável
propriedade de "transformação da força". Essa transformação da força se refere ao fenômeno
onde cristais de zircônia normalmente tetragonais se submetem a uma reorganização em rede,
quando mecanicamente estressados, se tranformando em uma forma monoclinica para então
efetivamente alterar o volume, tendendo a aumentar a resistência total (transformação
martensintica). Infelizmente, as tecnologias de processamento atuais não podem tornar as
infraestruturas de zircônia tão translúcidas quanto os dentes naturais, nem permitir uma
21
infraestruturas de zircônia devem ser revestidos por porcelana favorecendo a estética. Uma
série de estudos sobre estruturas totalmente em porcelana em camadas demonstrou que a
cobertura com porcelana relativamente fraca pode resultar em falhas sob carga baixa quando a
porcelana é colocada sob tensão. Apesar das falhas clinicas de restaurações em porcelana pura
dependerem de várias variáveis que envolvem o paciente, cargas dinâmicas, a geometria da
restauração, propriedades do material, fenômeno de fadiga, e múltiplas maneiras de falhas,
modelos in vitro podem ajudar a elucidar os parâmetros mecânicos conhecidos por influenciar
as fraturas por tensão. As falhas clinicas dominantes nas restaurações em porcelana pura são
as falhas por tensão (WHITE et al., 2005).
A resistência A fratura de dois tipos de coroas cerâmicas sobre pilares de titânio e
cerâmicos foram comparados com coroas metalocerdmicas sobre pilares de titânio como
controle. Chegou-se As seguintes conclusões: a resistência à fratura sob carga vertical foi
maior que sob carga obliqua; resistência A fratura de coroas metalocerdmicas cimentadas em
pilares de titânio foi maior que as cimentadas em pilares cerâmicos, independente da direção
da carga; não houve diferenças na resistência A fratura das coroas cerâmicas entre os dois
tipos de pilares sob carga obliqua; não houve diferenças entre a resistência A fratura entre as
três diferentes coroas sobre os pilares de titânio (CHO et al.: 2002).
Foi realizado um estudo multicêntrico, onde foram comparados os resultados após 5
anos de carga sobre próteses parciais fixas sobre pilares cerâmicos CerAdapt e pilares de
titânio ( Nobel Biocare) com relação ao tecido duro e reações dos tecidos moles. A proporção
cumulativa de sucesso foi de 94,7% para as próteses sobre pilares cerâmicos e 100% para
próteses sobre pilares cerâmicos. Nenhuma diferença foi relatada com relação ao acúmulo de
placa e sangramento A sondagem, além disso nenhuma patologia ou complicação na mucosa
periimplantar ou gengiva foi observada. Exames radiográficos demonstraram uma perda óssea
22
relataram a estética como excelente em todos os tratamentos durante os cinco anos de
acompanhamento (ANDERSSON
et al.;
2003).
No entanto, existem poucos estudos de acompanhamento sobre os resultados
clínicosdos pilares
cerâmicosA. longo prazo publicados na literatura. Isso
ésurpreendente uma vez
que existe um grande interesse profissional
ecomercial em implantes
emateriais
cerâmicosna Odontologia. Uma explicação para ausência de documentação pode ser
ofato de que
estudos de acompanhamento clinico demandam muito tempo para os pesquisadores
e23
o
9
4 CONCLUSÕES
1) As coroas em porcelana sobre pilares
cerâmicos
são indicadas paraáreas
anteriores ondea estética se torna um fator essencial, principalmente nos casos, onde observamos a
presença de tecidos periimplantares finos.
2) Os pilares
cerâmicos
são contra-indicados quando temos um implante mal posicionadoque
irá
exigir um preparo excessivo deste pilar tornando-o fragilizadoe
sujeito à fratura.3) A zircônia apresenta uma série de vantagens com relação à alumina, tais como : maior
resistência à fratura, aumento da resistência às forças
e
redução do módulo deelasticidade.
4) Os estudos revisados, neste trabalho, demonstraram que, atualmente, menor risco
funcional
e
melhor estética podem ser obtidos com os pilarescerâmicos.
_.]
Biblioteca Universitária
UFSC
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