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Fatores associados à vacinação anti-influenza e anti-pneumocócica em idosos / Factors associated with anti-influenza and anti-pneumococcal vaccination in elderly

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761

Fatores associados à vacinação anti-influenza e anti-pneumocócica em

idosos

Factors associated with anti-influenza and anti-pneumococcal vaccination

in elderly

DOI:10.34117/bjdv5n9-128

Recebimento dos originais: 20/08/2019 Aceitação para publicação: 18/09/2019

Nathália Ramos Lopes

Formação acadêmica: Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail:. nathaliaramosnrl@gmail.com

Bráulio Brandão Rodrigues

Formação acadêmica: Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: brandaobbr@gmail.com

Daniela Cristina Tiago

Formação acadêmica: Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: danielatiago7@gmail.com

Lara Cristina Rocha Alvarenga

Formação acadêmica: Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: larinha_2_@hotmail.com Luis Mário Mendes de Medeiros

Formação acadêmica: Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 Fabiane Alves de Carvalho Ribeiro

Formação acadêmica: Doutoranda em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: fabi.acarvalho@globo.com

Marcelo Fouad Rabahi

Formação acadêmica: Doutorado em Clínica Médica/Pneumologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: mfrabahi@gmail.com

RESUMO

O processo de envelhecimento causa alterações fisiológicas no organismo humano, tornando-o mais suscetível a infecções, ctornando-omtornando-o gripe e pneumtornando-onia. A fim de prtornando-oteger esta ptornando-opulaçãtornando-o, uma estratégia eficaz tem sido a vacinação anti-influenza e anti-pneumocócica. O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência da vacinação anti-influenza e anti-pneumocócica em idosos residentes em Instituições de Longa Permanência e em Hospital do Idoso, na cidade de Anápolis - GO. Trata-se de um estudo observacional e analítico realizado entre usuários de cinco Instituições de Longa Permanência na cidade de Anápolis e em idosos inscritos no serviço secundário de saúde escolhido neste estudo. A análise dos dados baseou-se na associação entre os fatores: sexo, idade, instituição, escolaridade, estado civil, internações anteriores, hábito de fumar e índice de comorbidade de Charslon, com ou sem profilaxia. Participaram do estudo 293 idosos, dos quais 64,2% são tratados pelo Hospital Dia da Idosa. A faixa etária prevalente foi entre 60 e 69 anos (41%), com predomínio do sexo feminino. A prevalência de vacinação anti-influenza foi de 78,60%, enquanto a de vacinação pneumocócica foi de 15,4%. Por fim, a hospitalização por problemas respiratórios ocorreu em 11,3% dos imunizados neste estudo. A partir desses dados, conclui-se que há alta prevalência de vacinação contra influenza e baixa prevalência de vacinação antipneumocócica nos indivíduos analisados, também, evidenciou-se a maior chance de ambas as profilaxias serem realizadas em idosos residentes instituições de longa permanência na cidade de Anápolis.

Palavras-chave: Vacinação; Idoso; Prevenção; Vacinas contra Influenza; Pneumonia pneumocócica.

Palavras chave:Vacinação; Idoso; Prevenção;Vacinas contra Influenza; Pneumonia pneumocócica.

ABSTRACT

The aging process causes physiological changes in the human body, making it more susceptible to infections, such as influenza and pneumonia. In order to protect this population, an effective strategy has been anti-influenza and anti-pneumococcal immunization. The objective of this study is to evaluate the prevalence of anti-influenza and anti-pneumococcal vaccination among

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 elderly people living in Long-term Institutions and at Hospital Dia do Idoso in the city of Anápolis - GO. This is an observational and analytical study carried out among users of five Long-term Institutions in the city of Anápolis and in elderly subscribers in the secondary health service chosen in this study. Data analysis was based on the association between the factors: gender, age, institution, schooling, marital status, previous hospitalizations, smoking habit and Charslon comorbidity index, with or without prophylaxis. A total of 293 elderly people participated in the study, 64.2% of them being treated by Hospital Dia do Idoso. The prevalent age group was between 60 and 69 years (41%), with female predominance. The prevalence of anti-influenza vaccination was 78.60%, whilst that the pneumococcal vaccination was 15.4%. Finally, hospitalization for respiratory problems occurred in 11.3% of those immunized in this study. From these data, it is concluded that there is a high prevalence of influenza vaccination and a low prevalence of anti-pneumococcal vaccination in the individuals analyzed and, also, it was evidenced the greater chance of both prophylaxis being performed in the elderly residents of Long-term institutions in the city of Anápolis.

Keywords: Vaccination; Elderly; Prevention; Influenza Vaccines; Pneumococcal Pneumonia. 1 INTRODUÇÃO

O Brasil vem seguindo a tendência mundial de envelhecimento das populações, tendo em vista a proporção de idosos, que era de 9,7% no ano de 2004, 13,7% em 2014 e poderá chegar a 18,6% em 2030.1 Devido a alterações fisiológicas que predispõem a ocorrência de doenças, tal fenômeno leva a uma maior procura pelos serviços de saúde por esta camada populacional, provocando um aumento na frequência e duração de internações hospitalares.2,3 Dentre as hospitalizações desta faixa etária, as doenças respiratórias chegam a representar até 11% do total em determinadas populações.4

A elevada morbimortalidade em decorrência de infecções respiratórias no idoso, principalmente por influenza e pneumococos, reforça a importância da vacinação esse grupo, mesmo na vigência de uma menor resposta imunológica relacionada a idade e presença de outras comorbidades nesse grupo5,6,7. A vacina é caracterizada como uma estratégia de saúde

publica para redução de formas graves da gripe e de internações. Contudo, mesmo sendo ofertada gratuitamente aos idosos, ainda há baixa adesão ao cumprimento de metas para imunização destes. Entre as principais causas da não vacinação desses indivíduos tem-se o desconhecimento sobre a vacina, falta de orientação profissional sobre sua importância e benefícios, crenças errôneas, medo de reações adversas e banalização da gripe8.

Tendo em vista a tendência de envelhecimento da população, e a maior susceptibilidade das pessoas maiores de 60 anos adoecerem ou agravarem suas condições pré-existentes, devido a infecções por organismos como o vírus Influenza e a bactéria pneumococo, a utilização da vacinação contra esses patógenos representa um meio eficaz de prevenção9. Portanto este

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 estudo tem como objetivo reconhecer fatores relacionados à vacinação anti-influenza e antipneumocócica em idosos

2 METODOLOGIA

Estudo observacional, analítico e transversal. Realizado em idosos (idade > 60anos) da cidade de Anápolis-GO, que segundo o censo realizado pelo IBGE em 2010, contava com 334.613 habitantes com 33.262 (9,94%) de idosos. Foram entrevistados idosos atendidos no Hospital Dia do Idoso (HDI) e em cinco Instituições de Longa Permanência (ILP) da cidade: Abrigo Monte Sinai; Lar do ancião – O caminho; Abrigo Evangélico Jesus Cristo é o Senhor; Casa São José / Arca de Maria Feminina e Asilo São Vicente de Paula. A escolha dos locais foi realizada por conglomerados que representam a população total de idosos da cidade. Foram excluídos indivíduos com incapacidade cognitiva para responder o formulário utilizado para coleta de dados. Foram avaliados dados demográficos, relato de vacinação anti-influenza (VA-I) e antipneumocócica (VA-P), histórico de tabagismo, internação por algum problema respiratório no último ano e o índice de comorbidades de Charslon. O cálculo amostral foi realizado a partir da forma de Levin (1987) para as amostras finitas. Considerando o intervalo de confiança de 5% (dois desvios padrão) e um erro padrão de estimativa de 5% (SANTOS, 2016), chegando-se a amostra de no mínimo 277 indivíduos para alcançar a representatividade da amostra. Os dados foram analisados segundo o teste Qui-Quadrado com a correlação de Pearson para verificar a associação entre: faixa etária, sexo, escolaridade, hospitalização prévia. Tabagismo e índice de comorbidade da Charslon com a vacinação contra gripe e pneumonia. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) e aprovado sob o número do CAAE 55261216.1.0000.5076 e o número do parecer 1701676.

3 RESULTADOS

Foram incluídos 293 idosos, sendo 188 (64,2%) atendidos no Hospital Dia do Idoso (HDI), e 105 (35,8%) residentes em Instituições de Longa Permanência (ILPs). Em relação ao estado vacinal, observou-se que 230 (78,6%) indivíduos foram vacinados com anti-influenza e 45 (15,4%) com antipneumocócica. A Tabela 1 mostra que a faixa etária predominante foi de 60 a 69 anos em 120 (41%) entrevistados. A Tabela 2 mostra a avaliação entre tabagismo e vacinação, demonstrando que não houve diferença significativa entre tabagismo e VA-I, entretanto para VA-P houve uma taxa maior de vacinados entre os idosos que nunca fumaram (p<0,05).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 Tabela 1: Distribuição dos idosos em relação ao estado vacinal por faixa etária

Recebeu uma dose da vacina? Total

Sim Não P Vacina Anti-influenza Idade 60-69 anos 91 (75,8%) 28 (23,3%) 120 (100%) 0,647 70-79 anos 79 (82,3%) 17 (17,7%) 96 (100%) 80-89 anos 44 (74,6%) 14 (23,7%) 59 (100%) ≥ 90 anos 16 (88,9%) 2 (11,1%) 18 (100%) Vacina antipneumocócica Idade 60-69 anos 9 (7,5%) 110 (91,7%) 120 (100%) ≤ 0,05 70-79 anos 17 (17,7%) 76 (79,2%) 96 (100%) 80-89 anos 14 (23,7%) 43 (72,9%) 59 (100%) ≥ 90 anos 5 (27,8%) 11 (61,1%) 18 (100%)

*Dois participantes não souberam informar sobre a vacina anti-influenza e oito participantes não souberam informar sobre a vacina antipneumocócica. **Anti-influenza (x2= 4,217), antipneumocócica (x2=19,051). ***Valores expressos em frequência relativa e absoluta através do Qui-quadrado de Pearson.

Tabela 2: Relação entre o estado vacinal dos idosos e o tabagismo.

Tabagismo Total Nunca fumou Fumante e

Ex-fumante P

Vacina Anti-influenza Sim 137 (59,6%) 88 (38,3%)

230 (100%) 0,281 Não 27 (44,3%) 33 (54,1%) 61 (100%) Vacina antipneumocócica Sim 33 (73,3%) 9 (20%) 45 (100%) p≤0,05 Não 128 (53,3%) 109 (45,4%) 240 (100%)

*Dois participantes não souberam informar sobre a vacina anti-influenza e oito participantes não souberam informar sobre a vacina antipneumocócica. ** Oito participantes não souberam informar sobre o hábito tabágico ***Anti-influenza (x2= 5,066), antipneumocócica (x2=14,365). ****Valores expressos em frequência relativa e absoluta através do Qui-quadrado de Pearson.

Em relação ao local de avaliação do idoso (Tabela 3), a prevalência de VA-I foi de 75,2% nas Instituições de Longa Permanência (ILP) e 80,3% no Hospital dia do Idoso (HDI) (p=0,278), para VA-P foi de 36,2% e 3,7% respectivamente (p≤0,05).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 Tabela 3: Distribuição dos idosos em relação ao estado vacinal por instituição de origem.

Recebeu uma dose da vacina? Total Sim Não P Vacina Anti-Influenza Instituição ILP 79 (75,2%) 26 (24,8%) 105 (100%) 0,278 HDI 151 (80,3%) 35 (18,6%) 188 (100%) Vacina antipneumocócica Instituição ILP 38 (36,2%) 66 (62,8%) 105 (100%) ≤ 0,05 HDI 7 (3,7%) 174 (92,5%) 188 (100%)

*Dois participantes não souberam informar sobre a vacina anti-influenza e oito participantes não souberam informar sobre a vacina antipneumocócica. **Anti-influenza (x2= 2,561), antipneumocócica (x2=55,388). ***Valores expressos em frequência relativa e absoluta através do Qui-quadrado de Pearson.

Em relação à VA-I e relato de hospitalizações por problemas respiratórios no último ano (Tabela 4), observou-se que 29 (12,6%) idosos vacinados e 4 (6,5%) dos não vacinados relataram tais internações (p=0,62) Considerando a VA-P, notou-se uma prevalência significativamente maior de vacinação entre aqueles com relato de internação no último ano 17,8% vs 9,2% para os não vacinados (p≤0,05).

Tabela 4: Análise dos idosos em relação ao estado vacinal e hospitalização prévia.

Hospitalização Prévia Total

Sim Não P

Vacina Anti-influenza Sim 29 (12,6%) 199 (86,5%) 230 (100%) 0,62

Não 4 (6,5%) 57 (93,4%) 61 (100%)

Vacina

Antipneumocócica Sim 8 (17,8%) 36 (80%) 45 (100%) ≤ 0,05

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 *Dois participantes não souberam informar sobre a vacina anti-influenza e oito participantes não souberam informar sobre a vacina antipneumocócica. **Anti-influenza (x2= 2,637), Antipneumocócica (x2=10,463). ***Valores expressos em frequência relativa e absoluta através do Qui-quadrado de Pearson.

Na avaliação de fatores preditivos da vacinação foi realizada uma regressão logística (Tabela 5), ajustada pelo sexo. Na análise observou-se, 3,5 vezes mais chance do idoso em Instituições de Longa Permanência ter recebido a vacina contra gripe em relação aos idosos atendidos no HDI, e 14,7 vezes mais chance de ser vacinado contra pneumonia. Não houve diferença em relação ao episódio prévio de internação e a chance de vacinação. Já os tabagistas tiveram uma chance 2,3 vezes maior de receberem a vacina anti-influenza, contudo, em relação à antipneumocócica não houve associação entre o hábito tabágico e a vacinação.

Tabela 5: Análise da Regressão logística e da chance de ter sido vacinado contra gripe ou pneumonia.

Variáveis OR (IC95%) p Vacina Anti-influenza Instituições de Longa Permanência*** 3,5 (1,7% - 6,9%) ≤0,05 Hospitalização 0,5 (0,2% - 1,5%) 0,231 Tabagismo 2,3 (1,2% - 4,5%) ≤0,05 Vacina Antipneumocócica Instituições de Longa Permanência*** 14,694 (5,8% - 37,3%) ≤0,05 Hospitalização 1,784 (0,6% - 5,1%) 0,283 Tabagismo 0,738 (0,3% - 1,9%) 0,521

*Variáveis ajustadas pelo sexo. **Foram excluídos os idosos que não souberam informar sobre a vacinação. ***Influência entre o local de atendimento e a vacinação.

4 DISCUSSÃO

De acordo com os resultados obtidos, a vacinação anti-influenza, apresentou uma prevalência de 78,6% na amostra estudada, valor similar outros estudos20. Uma revisão sistemática evidenciou uma cobertura bem variável ao analisar o território brasileiro sendo de 43,7% no Rio de Janeiro20 a 82,4% em Teresina (PI). E atribuem este resultado principalmente a diferença de cobertura da estratégia saúde da família (ESF) nas regiões Nordeste, onde é mais efetiva, e Sudeste27.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 Embora não tenham alcançado a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde2, de vacinar 80% da população, outros estudos encontraram porcentagens semelhantes11,12,21. Contudo, em revisão foi reportado que a maioria dos estudos, por eles sistematizados, apresentaram taxas abaixo da meta de campanha27. Entretanto, a prevalência de vacinação encontrada na pesquisa apresenta-se alarmante, tendo em vista que os trabalhos citados não contaram com uma amostra voltada para unidades de cuidado com idosos, como asilos e hospitais de referência para atendimento exclusivo ao idoso. Uma possível justificativa para não adesão à medida profilática é a percepção negativa sobre a eficácia na prevenção de gripe13 e o receio de efeitos adversos provocados por ela11.

Em relação à idade de vacinação antipneumocócica, a amostra estudada apresentou taxas maiores de prevenção vacinal nas faixas etárias mais elevadas. Uma revisão de literatura4, também demonstrou que há alta frequência de imunoprevenção em idosos mais velhos. Com relação à prevalência dessa vacina, o estudo citado, traz uma porcentagem de 15%, valor próximo ao encontrado no trabalho atual, que foi de 15,4%. Referente às faixas etárias, ocorreu um predomínio de imunização anti-influenza em idosos com a idade superior a 70 anos. Esse dado se assemelha ao encontrado na literatura, com a prevalência de vacinação predominando nessa mesma faixa etária (70 a 79 anos), em média 80,2%3,11,13,17,20.

Um fator influente na morbidade é a percepção individual sobre sua saúde frente as experiências sociais e com serviços de saúde9. Associa-se a essa observação, o fato de que

idosos mais jovens apresentam melhor autopercepção de saúde e, consequentemente, procuram com menor frequência os serviços básicos ligados a prevenção de comorbidades18.

As crônicas influenciam a resposta imune influindo na aquisição de infecções como também a gravidade e o desfecho da doença24. Assim, são mais susceptíveis a uma mortalidade elevada associada à doença pneumocócica. Ao analisar um grupo de pessoas com diabetes mellitus, um estudo, concluiu que menos da metade havia vacinado contra gripe e pneumonia em 2003 e 2008, e um aumento discreto em 20159. Mesmo sendo uma população-alvo importante e de intervenção preventiva em saúde pública. A doença crônica que mais influência perda de funcionalidade é o AVE, com as principais comorbidades HA e depressão. E as taxas de reospitalização de idosos estão associadas principalmente com doença neuromuscular, DPOC e traqueostomia25.

Em relação ao estado civil, apesar da sua significância estatística no presente trabalho, não foram encontrados artigos científicos atuais e relevantes que corroborassem para esta discussão. No presente estudo, a prevalência de vacinação antipneumocócica se apresentou

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9, p. 15451-15462 sep. 2019 ISSN 2525-8761 maior em idosos alocados em asilos, com 84,4%, do que naqueles não alocados, 15,6%. Essa discrepância pode ser justificada pelo risco vinte vezes maior dos idosos residentes em Instituições de Longa Permanência de adquirir pneumonia. O maior risco desses indivíduos ocorre devido à presença frequente de doenças crônicas, tornando-os susceptíveis a infecções respiratórias19.

No que concerne ao tabagismo, não houve diferença estatística em relação à vacinação anti-influenza, corroborando aos achados de outras pesquisas onde o tabagismo não teve nenhum impacto sobre a vacinação10. Este resultado demonstra que a população com o maior risco de desenvolver a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, bem como suas exacerbações, está apresentando menor adesão à vacinação, mesmo com maior indicação para a imunização contra o vírus Influenza23.

Com o envelhecimento global da sociedade, formas de prevenção para às doenças pneumocócicas são importantes, sendo assim a principal medida seria a vacinação. Portanto, as estratégias eficazes de imunização em idosos devem ser implementadas tendo a compreensão do processo de imunossenescência, investigação epidemiológica e custo-efetividade, somados a uma maior proatividade da população senil26. Por isso faz-se necessário

que instituições e profissionais de saúde se comprometam com a sensibilização dessa faixa etária. O envelhecimento populacional provoca um grande impacto no que diz respeito aos idosos, a família, a sociedade e o Estado, porque a senilidade está sendo gerada sem recurso financeiros necessários para custear suas despesas24,25.

5 CONCLUSÃO

A prevalência de vacinação anti-influenza e antipneumocócica foram baixas, principalmente considerando o local do estudo: hospital especializado em atendimento de idosos e instituições de longa permanência. Fatores considerados como preponderantes na indicação como internação prévia por doença respiratória e tabagismo não estão sendo considerados não indicação da vacinação nesse grupo prioritário.

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Tabela 1: Distribuição dos idosos em relação ao estado vacinal por faixa etária
Tabela 4: Análise dos idosos em relação ao estado vacinal e hospitalização prévia.
Tabela 5: Análise da Regressão logística e da chance de ter sido vacinado contra gripe ou pneumonia

Referências

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