• Nenhum resultado encontrado

Saúde vocal como estratégia de educação em saúde para professores da rede estadual de ensino / Vocal health as a health education strategy for teachers of the state education network

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Saúde vocal como estratégia de educação em saúde para professores da rede estadual de ensino / Vocal health as a health education strategy for teachers of the state education network"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Saúde vocal como estratégia de educação em saúde para professores da rede

estadual de ensino

Vocal health as a health education strategy for teachers of the state education

network

DOI:10.34117/bjdv6n9-631

Recebimento dos originais: 08/08/2020 Aceitação para publicação: 28/09/2020

Edine Dias Pimentel Gomes

Mestre em Ensino na Saúde e Doutoranda em Cuidados Clínicos em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará-UECE

Instituição: Centro Universitário Inta- UNINTA

Endereço: Rua Dr. João do Monte, 567- Centro – Sobral, CE, Brasil E-mail: edinemc@hotmail.com

Maria Petrília Rocha Fernandes

Mestre em Ensino na Saúde e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual do Ceará-UECE

Instituição: Universidade Estadual do Ceará

Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700 -Campus do Itaperi -Fortaleza, CE, Brasil E-mail: petrilia@hotmail.com

Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras

Mestre em Ensino na Saúde e Doutoranda em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará- UECE

Instituição: Universidade Estadual do Ceará

Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700 -Campus do Itaperi -Fortaleza, CE, Brasil E-mail: karlla_veras@hotmail.com

Lea Dias Pimentel Gomes Vasconcelos

Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará-UECE Instituição: Centro Universitário Unifametro

Endereço: Rua Adail Teixeira 110, casa 14- Edson Queiroz- Fortaleza, CE, Brasil E-mail: leadias03@gmail.com

Nayara Machado Melo Ponte

Mestranda em Ciências da Educação, pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias-ULHT

Instituição: Centro Universitário Inta -UNINTA

Endereço: Rua Cel. Antonio Rodrigues Magalhães, 359 -D. Expedito Lopes- Sobral, CE, Brasil E-mail: nayarameloponte@hotmail.com

Francisca Emanuelle Sales Eugênio Bezerra

Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Estadual do Ceará-UECE Instituição: Faculdade Alencarina de Sobral- FAL

Endereço: Rua Padre Luiz Franzoni, 346 - Alto do Cristo- Sobral, CE, Brasil E-mail: manusales_@hotmail.com

(2)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Alana Ferreira Gomes Dias

Mestre em Ciências da Saúde pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo- HSPESP Instituição: Centro Universitário Inta -UNINTA

Endereço: Rua Coronel Antônio Rodrigues Magalhães, 700 - Dom Expedito - Sobral, CE, Brasil E-mail: alanafgd@hotmail.com

Cynira Kezia Rodrigues Ponte Sampaio

Mestre em Gestão e Saúde Pública e Formada pela Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP

Instituição: FIED Faculdade Ieducare – Tianguá

Endereço: Rua Conselheiro João Lourenço, 406 - Centro - Tianguá, CE, Brasil E-mail: profacynirasampaio@fied.edu.br

RESUMO

A saúde vocal é considerada um fator importante na saúde e qualidade de vida dos professores que utilizam a voz como instrumento de trabalho para a comunicação. Desse modo, este estudo teve como objetivo analisar o impacto de uma formação em saúde vocal como estratégia de educação em saúde de professores da rede estadual de ensino do município de Sobral, Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram 12 professores convidados para participar voluntariamente da pesquisa. Utilizou-se como caminho metodológico uma pesquisa com abordagem qualitativa e o método de pesquisa-ação. Na coleta de dados, seguiram-se as fases da pesquisa ação: diagnóstico, intervenção, avaliação e reflexão. Para subsidiar as fases da pesquisa, foi utilizado: aplicação de um questionário, 04 encontros formativos e uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi feita através da análise temática de Minayo (2012). Os resultados evidenciaram que a estratégia de educação em saúde influenciou na mudança de hábitos de saúde vocal através da disseminação de conhecimentos sobre cuidados e prevenção da saúde vocal. Portanto, a inserção de alguns conhecimentos básicos e essenciais sobre a produção da voz e a higiene vocal nos currículos de formação, bem como um trabalho de orientação e acompanhamento vocal, permite ao professor exercer sua profissão com competência sem riscos à saúde, contribuindo para melhorar a qualidade e longevidade vocal.

Palavras-chave: Educação em saúde, Professores, Voz. ABSTRACT

Vocal health is regarded as an important factor in the health and quality of life of teachers who use their voices as a working tool for communication. Accordingly, this study was intended to analyze the impact of vocal health training as a health education strategy for teachers from the state education network in the town of Sobral, Ceará. The research subjects were 12 teachers invited to voluntarily participate in the research. We used one research with qualitative approach as our methodological path, as well as the research-action method. During data collection, we followed the action-research phases: diagnosis, intervention, evaluation and reflection. In order to subsidize the research phases, we used: application of a questionnaire, four training meetings and one semi-structured interview. Data analysis was done through thematic analysis by Minayo (2012). The results highlighted that the health education strategy influenced the change in vocal health habits through the dissemination of knowledge about care and prevention concerning vocal health. Therefore, the insertion of some basic and essential knowledge about voice production and vocal hygiene in the training curricula, as well as guidance and vocal accompaniment, allows the teacher to exercise his/her profession with competence and with no health risks, thereby contributing to improving vocal quality and longevity.

(3)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Keywords: Health education, Teachers, Voices.

1 INTRODUÇÃO

A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas orientados para a prevenção de doenças e promoção da saúde. Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas (COSTA; LÓPEZ, 1996).

No contexto da saúde vocal, a educação em saúde contribui para a promoção da saúde no que diz respeito à discussão e à reflexão a respeito das associações entre saúde, trabalho e qualidade de vida na escola. Os grupos de educação em saúde sobre saúde vocal, nas percepções de professores, são importantes espaços sociais para o desenvolvimento da percepção da voz, da valorização da imagem vocal, da expressividade docente e da promoção da saúde (PENTEADO; ROSSI, 2006).

Nesta perspectiva, a interface da educação com a área da saúde é a forma de concretizar a atuação da equipe multiprofissional principalmente na área de prevenção. Entretanto na educação em saúde vocal nota-se que a maioria das ações vem sendo realizada de maneira processual, com três ou mais encontros, geralmente semanais, caracterizados por grupos constituídos sob propostas de cursos, oficinas ou vivências de voz. As ações de caráter processual são valorizadas como pertinentes às propostas de promoção da saúde (PENTEADO; CHUN; SILVA, 2005; PENTEADO; SERVILHA,2004).

Especificamente na área da educação, os professores devem dispensar cuidados com sua voz para que possam exercer o magistério de forma plena e saudável. A voz é um instrumento utilizado por diversos profissionais da área da saúde, educação, jornalismo, atores, cantores, locutores, dentre outros. Este instrumento é de suma importância para o processo de comunicação, principalmente para quem faz uso da voz como instrumento de trabalho. Ao longo do exercício do profissional, os profissionais devem estar atendo aos cuidados para mantê-la saudável, evitando desgastes e patologias que advêm do abuso e mau uso vocal. A disfonia relacionada ao trabalho pode estar relacionada não só a fatores de riscos-ambientais, mas, sobretudo, àqueles relacionados à organização do trabalho.

Sabe-se que a grande prevalência de disfonia relacionada ao trabalho pode ser explicada por transformações no trabalho, caracterizadas pelo estabelecimento de metas, considerando apenas sua produtividade, sem levar em consideração os limites físicos e psicossociais dos trabalhadores.

(4)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Há uma forte exigência de adequação dos trabalhadores às características organizacionais das empresas, com intensificação do trabalho e padronização dos procedimentos – dificultando qualquer manifestação de criatividade e flexibilidade –, ausência e impossibilidade de pausas espontâneas, necessidade de permanecer em posturas inadequadas por tempo prolongado, exigência de informações específicas, necessidade de concentração para não cometer erros, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos inadequados ao desenvolvimento da atividade.

O uso inadequado da voz no dia a dia de sala de aula pode acarretar diversos prejuízos, levando a quadro de disfonia persistente, nódulos vocais, fendas, pólipos e ouras patologias que levam o profissional ao afastamento de suas atividades (FERREIRA; SILVA 2002). Refletindo sob esse ponto de vista, pode-se pensar que os distúrbios de voz dos professores são consequências da ação de fatores que se encontram distribuídos em alguns elementos dessa população, sendo exemplos de fatores as condições ambientais e organizacionais em que a docência é exercida, e a falta de conhecimentos de técnicas e cuidados especiais com a saúde vocal.

A descoberta desses fatores de risco permite que se atue em prevenção e tratamento desses distúrbios, como também em alvos específicos, tendo como resultado um aumento na eficácia das intervenções (PROVENZANO; SAMPAIO, 2010).

Bassi et al. (2011) em seu estudo sobre características clínicas, sociodemográficas e ocupacionais de professoras com disfonia, relatou que os professores que apresentaram problemas relacionados a voz , especificamente a disfonia lecionavam em média 14 anos com 31 horas aula semanais, com intervalos de apenas 20 minutos e salas de aula com a capacidade de 26 alunos. Outros fatores citados pelos professores foi o ambiente de trabalho com ruídos e indisponibilidade de água. Falar muito, ingerir pouca água e não receber orientações sobre uso adequado da voz também foi citado pelos professores. Os fatores acima contribuem para que ao longo dos anos de exercício do magistério influenciem de forma preponderante para apresentação de alterações vocais. Neste interim, acredita-se que a educação em saúde deve facultar aos cidadãos conhecimentos não só para manter sua saúde sob controle, mas, também, para identificar as causas do adoecimento, compreendendo que sua ocorrência não é somente falta do seguimento de orientações ou ensinamentos dos profissionais de saúde.

Portanto, com os professores a educação em saúde ocorre através de orientações especificas relacionadas ao bom funcionamento vocal que perpassa deste não ingestão de alimentos até ao não uso intenso da voz. Desse modo, este artigo tem como objetivo analisar o impacto de uma formação em saúde vocal como estratégia de educação em saúde de professores da rede estadual de ensino do município de Sobral, Ceará.

(5)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

2 METODOLOGIA

Para o cumprimento dos objetivos propostos nesta pesquisa, foi utilizada uma abordagem qualitativa. Este tipo de abordagem é utilizado para conhecer as percepções, opiniões, valores, crenças, atitudes o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, e pontos de vista dos sujeitos sobre o tema estudado (MINAYO, 2012).

Para concretizar a pesquisa com abordagem qualitativa, a pesquisa-ação, apresentou-se mais adequada por ser um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2011).

A pesquisa foi desenvolvida no município de Sobral, e teve universo da pesquisa os professores em exercício, efetivos, no Sistema Estadual de Ensino de Sobral. A população do estudo englobou doze (n=12) professores convidados a participar através de ofício encaminhado ao núcleo gestor da instituição de ensino. Em virtude da dificuldade de saída de professores, optou-se em convidar um professor de cada escola da rede estadual de ensino situada na sede do município para participar da pesquisa.

No primeiro encontro formativo foi entregue aos professores um texto para promover um momento de integração e reflexão acerca da importância do cuidado da voz no professor.

No segundo e terceiro encontro formativo, foram abordados os aspectos de Saúde Vocal apresentando as características mais comuns da voz, as impressões causadas por cada uma delas. Os professores foram orientandos quanto aos cuidados relacionados à alimentação, vestuários, hábitos de vida diária que iriam contribuir para uma boa qualidade vocal. Também trabalhadas técnicas de relaxamento com enfoque na respiração. As técnicas utilizadas priorizaram os exercícios de respiração completa, relaxamento de ombros e pescoço. Na dinâmica houve participação efetiva de todos os professores. Estes aprenderam o tipo de respiração mais adequada para uso profissional da voz como também exercícios de relaxamento.

E, por último, no último encontro formativo os professores foram convidados a responderem uma entrevista semiestruturada acerca da realização formação. No presente estudo, recorremos à análise temática de Minayo (2012). Para a organização e apresentação dos resultados, foram construídas categorias, de acordo com as temáticas que surgiram das falas dos participantes durante as entrevistas realizadas.

(6)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Os preceitos éticos regidos pela Resolução n. 466/12, do Conselho Nacional de Saúde que estabelecem direitos e deveres de pesquisadores e pesquisados em pesquisa com seres humanos foram priorizados no presente estudo (BRASIL, 2012).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para facultar a compreensão e análise dos dados organizou-se três grandes categorias: “conteúdos trabalhados”, “prevenção e cuidados em saúde vocal” e “sintomas e reabilitação”.

A primeira categoria abordou a forma como os conteúdos foram trabalhados na oficina.

Quadro 1 – Categoria “conteúdos trabalhados” Categoria

Percepção dos sujeitos Importância da

teoria

Prática Teoria-prática

Conteúdos Trabalhados 05 12 09

Fonte: Elaborado pelos autores.

Das falas selecionadas cinco relataram importância da teoria, doze a importância da prática e nove a importância da teoria e prática juntas. As falas demonstram isso:

Eu concordo, acho que precisa mais da parte prática porque a teoria sempre vem, em alguns momentos a parte prática ficou limitada (P1).

Foi excelente, a oficina trabalhou de maneira bem objetiva os conhecimentos teóricos e práticos. Entretanto, uma quantidade maior de oficinas seria essencial (P5).

Eu acho que levou muito para teoria, já que e uma hora deveria ter meia hora para a gente aprender a teoria mas acho que poderia ter tido mais pratica (P7).

Para diversos autores o fonoaudiólogo deve repensar, revisar e reformular as dinâmicas, estratégias e processos educativos por meio dos quais se desenvolve ações em saúde vocal (PENTEADO; RIBAS, 2011).

A importância de se trabalhar conteúdos com enfoque para parte prática contribui para fortalecer o aprendizado, nesse contexto as ações educativas devem ser ampliadas e expandidas onde o professor como pesquisador de sua própria pratica transforma a melhoria de suas qualidades educativas contribuindo assim para seu autocuidado. Levando em conta aspectos e processos subjetivos sociais, contextuais, ambientais, culturais, políticos, históricos do sujeito, comunidade e categorias profissionais (PENTEADO, 2007).

A prevenção e cuidados em saúde vocal foi a categoria 2, onde os professores relataram o seu conhecimento sobre o tema.

(7)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Quadro 2 - Categoria “prevenção e cuidados em saúde vocal” Categoria

Percepção dos sujeitos Conhecia os

cuidados

Não conhecia os cuidados

Total

Prevenção e cuidados em saúde vocal 04 08 12

Fonte: Elaborado pelos autores.

Das doze falas selecionadas quatro mostraram que os professores conheciam os cuidados com a voz e oito afirmaram que não conheciam os cuidados. O conhecimento por parte dos professores com a voz durante o exercício do magistério é importante para prevenção dos agravos que ocorrem devido ao mal-uso e abuso vocal.

Eu gostei muito, achei bastante positivo porque como muitos e não conhecia muito bem o que deveria fazer para cuidar da sua voz (P3).

Eu gritava muito, nas aulas gritava mesmo, mas depois descobri que não podia gritar, aí fui reduzindo, não grito mais (P9).

Adorei a oficina, as dicas e técnicas apresentadas para melhorarmos a nossa qualidade vocal foi muito importante (P12).

Avaliar o conhecimento docente a respeito de informações novas e ou hábitos praticados que afetam o bem-estar vocal mostra-se apropriado, uma vez que permitem planejar ações necessárias para o professor. Podemos perceber que é de suma importância o conhecimento com o cuidado com a voz pois além de ser considerada como um instrumento de trabalho a voz demonstra nossos anseios, emoções e desejos (FERREIRA et al., 2012).

Os distúrbios vocais dos professores são consequências de fatores ambientais, organizacionais em que a docência é exercida e a falta de conhecimentos de técnicas e cuidados especiais com a saúde vocal (PROVENZANO; SAMPAIO, 2010).

A categoria 3 fala sobre a busca de tratamento nos casos sintomas vocais, onde nove falas relatam que os professores sentem sintomas e não procuram reabilitação e três falas os professores sentem os sintomas e procuram reabilitação, como mostra o quadro abaixo.

Quadro 3 - Categoria “sintomas e reabilitação” Categoria

Percepção dos sujeitos Sentem os sintomas e não procuram

reabilitação

Sentem os sintomas e procuram reabilitação

Sintomas e reabilitação 09 03

(8)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Só sabe o que é uma doença de corda vocal quem já teve, não é só ficar rouco meu avô já se operou cinco vezes da corda vocal (P4).

Sinto os sintomas, mas mesmo assim continuo ministrando aulas. A rotina intensa do trabalho não permiti que que eu busque tratamento (P8).

Já pensei em ir ao médico, mas me acomodei mesmo sentido os sintomas (P11).

Estudos americanos constataram que 43% de professores apresentaram múltiplos sinais e sintomas vocais atribuídos á ocupação. Os pesquisadores atentam para o fato de mais de um terço dos professores referem que sua voz não tem mais o mesmo desempenho, e os mesmos nessas condições não procurou ajuda nem solicitou licença para tratamento, fato confirmado por pesquisadores brasileiros ao constatarem em seu levantamento que 60% dos professores referiam apresentar problema vocal e quando perguntados se haviam realizado tratamento especializado 67,4% afirmam que não (ROY; MERRIL; THIBEAULT , 2004).

A falta de conhecimentos por parte dos professores quanto aos cuidados e identificação precoce de sintomas levam a maioria das vezes evolução e agravos dos diagnósticos como também afastamentos da pratica docente. Portanto identificar a prevalência de distúrbios vocais entre professores, que ocasionem afastamento de suas atividades profissionais e um caminho a ser percorrido, à fim de se obter o conhecimento a abrangência dessa problemática (PROVENZANO; SAMPAIO, 2010).

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que as oficinas de saúde vocal, enquanto estratégia de educação em saúde, influenciaram nos hábitos de saúde vocal dos professores através da disseminação de conhecimentos sobre cuidados e prevenção em saúde vocal. Percebeu-se motivação dos docentes para aplicação dos cuidados e prevenção em saúde vocal, retirando de seu dia a dia hábitos inadequados que levam a ter prejuízos na qualidade vocal.

Os achados deste estudo revelam que ações educativas para a promoção da saúde vocal e para compreensão da relevância da comunicação oral tornam-se urgentes. Destaca-se que os professores participantes sentem a necessidade de capacitações para a promoção da saúde vocal.

Portanto, a assistência à saúde do professor deveria ter início desde o processo de formação e estar presente durante toda a vida profissional. A inserção de alguns conhecimentos básicos e essenciais sobre a produção da voz e a higiene vocal nos currículos de formação, bem como um trabalho de orientação e acompanhamento vocal, permitiria ao professor exercer sua profissão com competência sem riscos à saúde, contribuindo para melhorar a qualidade e longevidade vocal.

(9)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 72523-72531, sep. 2020. ISSN 2525-8761

REFERÊNCIAS

BASSI, I.B; A ASSUNÇÃO; C. C. GAMA; L. G. GONÇALVES. Características clínicas, sócio demográficas e ocupacionais de professoras com disfonias. Distúrbios de comunicação, São Paulo, v.23, n.2, p.173-180, ago. 2011.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 2013.

CARREGNATO, R. C; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, v. 15, n. 4, p. 679-684, out./dez. 2006.

FERREIRA, L.et al. Voz do Professor. DisturbComun, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 379-387, dez. 2012.

FERREIRA, L. P.; SILVA, M. A. A. Saúde Vocal. 1ª.ed. São Paulo: Roca, 2002.

GUIRARDI, A. C. A. M.; FERREIRA, L. P. Oficinas de VOZ: reflexões sobre a prática fonoaudiológica. Disturb Comum, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 169-175, ago. 2010.

IERVOLINO, SA.; PELICIONI, MCF. A utilização do grupo focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde. Rev Esc Enf, São Paulo, v. 35, n.2, p.115-21, jun, 2001

JARDIM, R.; BARRETO, S. M.; ASSUNÇÃO, A. A. Condições de trabalho, qualidade de vida e disfonia entre docentes. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 10, p. 2439-2461, out. 2007.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC, 2012.

PENTEADO, Z. R. Relação entre saúde e trabalho docente: percepcao de professores sobre saúde vocal. Rev Soc Bras Fonoaudiol., São Paulo, v. 12, n. 1, p. 18-22, mar. 2007.

PENTEADO R. Z.; RIBAS, T. M. Processos educativos em saúde vocal do professor: analise da literatura da fonoaudiologia brasileira. Rev Soc Bras Fonoaudiol., São Paulo, v. 16, n. 2, p. 233-239, jun. 2011.

PROVENZANO, A.; SAMPAIO, F.T.M.M. Prevalência de disfonia em professores do ensino público estadual afastados de sala de aula. Rev.CEFAC, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 97-108, jan./fev., 2010.

Referências

Documentos relacionados

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo

Portanto, mesmo percebendo a presença da música em diferentes situações no ambiente de educação infantil, percebe-se que as atividades relacionadas ao fazer musical ainda são

Ficou com a impressão de estar na presença de um compositor ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um guitarrista ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um director

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

(2009) sobre motivação e reconhecimento do trabalho docente. A fim de tratarmos de todas as questões que surgiram ao longo do trabalho, sintetizamos, a seguir, os objetivos de cada

O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), criado em 2000, em Minas Gerais, foi o primeiro programa a fornecer os subsídios necessários para que

volume de RCC, caracterização de São Carlos, impactos do transporte dos RCC do Ecoponto ao aterro de RCC classe A/usina de beneficiamento e benefícios do uso do