• Nenhum resultado encontrado

Aquisição lingüística sob a ótica dos modelos multirepresentacionais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Aquisição lingüística sob a ótica dos modelos multirepresentacionais"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

Aquisição lingüística sob a ótica dos

modelos multirepresentacionais

Christina Abreu Gomes Aline Rodrigues Benayon Márcia Cristina Pontes Vieira

Recebido 5, jun. 2006/Aprovado 5, ago. 2006

Resumo

Esse artigo apresenta os resultados de três pesqui-sas focalizando a aquisição da variação estruturada de padrões fonológicos por crianças na comuni-dade de fala do Rio de Janeiro, tendo os Modelos Baseados no Uso como referencial teórico. Nessa abordagem, assume-se que a variação sociolingü-ística é representacional, não uma regra, conforme a tradição dos estudos sociolingüísticos, e é parte do conhecimento lingüístico do falante, que deve ser adquirido. Distribuições de freqüências das variantes observadas na produção das crianças por faixa etária podem ser vistas como reflexos da ma-neira como as variantes estão sendo armazenadas e adquiridas. Gradualidade e efeitos de freqüência permeiam o processo aquisitivo.

(2)

1. Introdução

Esse artigo discute resultados sobre a aquisição de estru-turas variáveis do português brasileiro por crianças da comu-nidade de fala do Rio de Janeiro, tendo como base pressupostos teóricos dos Modelos baseados no Uso e da Lingüística Probabi-lística. os resultados observados apontam para a gradualidade da aquisição dessas estruturas e a importância do papel do input, no que diz respeito à distribuição das ocorrências das variantes envolvidas, para explicar as diferenças de desenvolvimento aquisitivo observadas.

os estudos sobre a aquisição da variação estruturada são mais recentes (ROBERTS, 2002) e a variação passou a ter um novo status dentro dos modelos multirepresentacionais (PIEr-REHUMBERT, 2001; BYBEE, 2001). Com os resultados aqui apre-sentados, pretendemos demonstrar a contribuição dos estudos sobre aquisição de estruturas variáveis para a compreensão da aquisição lingüística.

2. Fundamentos conceptuais dos Modelos Multirepresentacionais

Modelos baseados no Uso, Modelos emergentistas e Lin-güística Probabilística são rotulagens que definem teorias lin-güísticas que compartilham diversos pressupostos teóricos, mas com focos diferentes. Os diversos modelos compartilham o fato de que o conhecimento lingüístico do falante não é invariante, conforme já havia sido postulado por Weinreich, Labov e Herzog (1968). Os falantes não abstraem uma gramática invariante, e a variação de qualquer tipo, tanto as identificadas com a concep-ção laboviana como as de outra natureza, estão representadas na gramática abstraída pelos falantes.

os modelos pretendem equacionar a relação entre gramá-tica e uso, estabelecendo uma relação diversa da encontrada no formalismo gerativista, definindo a gramática como a organiza-ção cognitiva da experiência de uma pessoa com a linguagem, e as facetas dessa experiência, como, por exemplo, a freqüência de uso de certas construções ou ocorrências específicas de cer-tas construções, têm impacto nas representações, na aquisição, mudança e processamento (BYBEE, 2005). A proposta é que capacidades cognitivas gerais do cérebro humano, que permi-tem a categorização por identidade, similaridade e diferença, trabalham nos eventos lingüísticos de que a pessoa participa, categorizando e registrando na memória essas experiências. O resultado é uma representação cognitiva denominada gramática. A gramática, embora abstrata, uma vez que todas as categorias cognitivas são, está fortemente ligada à experiência que o falante tem com a língua.

(3)

Para dar conta da representação mais detalhada, os mode-los propõem uma organização probabilística do conhecimento lingüístico. O conhecimento da linguagem é entendido, não como um conjunto mínimo de restrições ou regras categóricas, mas como um conjunto redundante de informações gradientes, que podem ser caracterizadas por uma distribuição estatística (BOD; RENS; JANNEDY, 2003). Assim, as estruturas emergem do sistema de armazenagem e não são apriorísticas. Essas pro-posições têm como base diversos resultados obtidos em estudos sobre percepção, aquisição, variação sociolingüística, mudança, processamento (cf. BOD; HAY; JANNEDY, 2003). Em função do caráter probabilístico do conhecimento lingüístico, as freqüên-cias terão papéis importantes na organização interna do léxico, pois afetam a produção lingüística e a representação mental dos itens lexicais. A freqüência de ocorrência (token frequency) refere-se a quantas vezes uma determinada palavra ocorre em um corpus, seja este oral ou escrito. As entradas lexicais exibirão diversos graus de força lexical em função da sua freqüência de uso. Logo, palavras muito freqüentes têm ótima autonomia lexi-cal e formam conexões mais fracas, já que itens mais freqüentes no input podem ser aprendidos independentemente de outros, e, por isso, exibirão uma independência semântica e uma auto-nomia que faz com que elas sejam facilmente acessadas e que resistam a qualquer tipo de mudança analógica. Por outro lado, palavras que são altamente freqüentes são mais suscetíveis a mudanças foneticamente motivadas, já que este efeito é relacio-nado ao fato de que a língua muda em tempo real, e, portanto, quanto mais uma palavra for usada, mais chances ela terá de ser modificada (BYBEE, 2001, p. 11). A freqüência de tipo (type

frequency) refere-se à freqüência de dicionário de um padrão

particular. Sabe-se que quanto mais uma estrutura for recorrente, mais ela será produtiva, tendo, portanto, mais chances de ser atribuída a novos itens. Logo, os diversos tipos de freqüência apresentam papéis importantes na organização interna do léxico com reflexos na percepção, produção, aquisição, processamento e mudança (BYBEE, 2001).

além de procurar equacionar a relação entre uso e conhe-cimento abstrato diferentemente do que foi postulado inicial-mente no estruturalismo, com o estabelecimento da dicotomia

langue e parole e, depois, no formalismo gerativista, através dos

conceitos de competência e desempenho e, posteriormente, lín-gua-I e língua-E, esses modelos propõem também o abandono da doutrina do dualismo que separa a discussão em torno de duas perspectivas conhecidas como nature x nurture, situando os modelos teóricos ou em função de uma concepção estritamente biológica e inata da linguagem humana em oposição a uma visão que enfoca a importância da experiência com o uso. O abandono da doutrina do dualismo implica considerar a linguagem, ao

(4)

mesmo tempo, em seu aspecto cognitivo e sua interação com o meio ambiente, isto é, a sociedade, conforme sumarizado na citação a seguir:

Language as a cognitive system imputed to individuals is thus to be explained in terms of general facts about the physical world (such as the fact that the resonances of an acoustic tube are determined by its shape); in terms of specific capabilities of the human species which arose through evolution (including both gross anatomical properties, such as the position of the larynx, and neurophysiological properties); and in terms of the interactions of the organism with its environment during development. In this view, social interaction is subsumed un-der the same umbrella, as a phenomenon of nature. Human societies, like all other mammalian social groups, are natural collections of individuals. And social interactions form part of the natural environment for the species, which influence individual members through natural (physical) mechanis-ms, such as propagation of sound and light waves, physical contact, and pheromones. On the basis of this viewpoint, we reject the traditional distinction between knowledge of natural phenomena and knowledge of social conventions (with social conventions differing from natural phenomena in being arbi-trary). (PIERREHUMBERT; BECKMAN; LADD, 2001, p. 2) Nos Modelos baseados no Uso, a aquisição é definida como um processo progressivo e gradual de abstração de categorias lingüísticas a partir de generalizações feitas a partir da arma-zenagem de estruturas concretas. Isto é, em relação à fonologia postula-se que (VIHMAN; CROFT, 2006; PIERREHUMBERT, 2003) as categorias emergem gradualmente a partir do léxico adquirido, e categorias sintáticas são gradualmente abstraídas de construções específicas que as crianças armazenam (hipó-tese do “verbos-ilha” de TOMASELLO, 2000). Assumir que o conhecimento lingüístico emerge do armazenamento gradual realizado pela criança no período aquisitivo implica uma ar-quitetura de gramática em que os diversos níveis lingüísticos estão conectados através de redes de associações em função de critérios de similaridade e semelhança.

Ainda, essa abordagem não se posiciona a favor da descon-tinuidade entre a gramática da criança e a gramática do adulto. Para tomasello (2000, p. 237), a continuidade entre a gramática da criança e a do adulto está no próprio processo de armazena-mento e abstração de categorias, que é o mesmo na aquisição e na gramática constituída, e não na posse de categorias abstratas previstas na GU.

3. Aquisição de estruturas lingüísticas variáveis do PB

Trabalhos como os de Foulkes, Docherty e Watt (2002) e roberts (1996, 2002) têm apresentado evidências de que a va-riabilidade observada nas crianças é em parte estruturada, e

(5)

essa sistematização está em conformidade com o input que elas recebem. Os trabalhos de Benayon (2006), Gomes et al. (2006) e Vieira (2006) observaram a aquisição de estruturas variáveis do PB em crianças adquirindo o português carioca.

Os dados foram coletados da Amostra AQUIVAR/UFRJ (amostra para o estudo da aquisição da variação estruturada). trata-se de uma amostra transversal, constituída por 19 crianças de faixas etárias diversas, visando abarcar o continuum etário de 2;0 a 5;0 anos. É uma amostra em constituição, que se pretende que seja estratificada, além dos pontos etários, em função do sexo e da classe sócio-econômica, a qual foi estabelecida em relação à renda familiar, segundo o IBGE. Um dos objetivos da amostra é observar o desenvolvimento da aquisição em crianças com níveis sociais diferentes. Os trabalhos aqui apresentados focalizaram a distribuição das variantes em função somente da faixa etária, além dos aspectos lingüísticos relevantes para cada estudo. Cada trabalho utilizou uma sub-amostra do total não necessariamente com as mesmas crianças.

A pesquisa de Benayon (2006) analisou a aquisição dos ditongos orais decrescentes categóricos e variáveis do dialeto carioca.1 Estudos recentes sobre a fonologia da criança, como os de Bates e Goodman (1997) e de Beckman (2004), questionam a postulação gerativista de que a aquisição ocorreria a partir de um curso maturacional característico, no qual os componentes gramaticais emergiriam de acordo com uma programação fixa e ordenada (CHOMSKY, 1975, p. 53) e postulam a determinação do tamanho do vocabulário sobre as formas fonológicas, isto é, propõem uma estreita ligação entre a gramática abstraída e a ampliação do léxico. Com isso, a emergência das estruturas fonológicas ocorreria a partir da armazenagem de uma quanti-dade de itens lexicais suficiente para a abstração de determinada categoria.

tendo como ponto de partida a importância do input e o papel do léxico na aquisição de ditongos categóricos, obser-vou-se a freqüência dos ditongos orais na comunidade adulta,2 obtendo-se a seguinte distribuição: ditongos mais freqüentes, [ej], [aj], [aw] e [oj], por ocorrerem em um número de itens lexi-cais bem mais elevado que os de freqüência baixa, que, por sua vez, são: [ew], [uy], [Óy] e [εw]. Há ainda aqueles de freqüência baixíssima, [εy] e [iw], que estão diretamente relacionados com o status morfológico que carregam, respectivamente, são parte da flexão nominal e flexão verbal, razão pela qual foram exclu-ídos desse estudo. Uma vez que se postula que as crianças não adquirem sons ou estruturas isoladas, mas itens lexicais a partir dos quais os segmentos e as estruturas fonológicas abstratas se realizam, é de se esperar que, no período aquisitivo, em que o léxico das crianças está em expansão, haja uma preponderância na freqüência de ocorrência dos itens lexicais com ditongo em

1 Ditongos de realização categórica no dialeto carioca

[ay]- pai, papai, praia, bailarina, papagaio, maior, maiô, gaiola, Caio

[ey]- areia, sereia, feia, feio rei, peito, leite, cheia, cheio, deito, di-reito, meio, veio, leitão, deitado

[ou]- dois, coisa, biscoi-to, depois, coisinha [aw]- mau, pau, tchau, degrau, bacalhau [ew]- eu, meu, meus, seu, seus romeu, Deus, Mateus

[uj]- muito, muitos, mui-ta, muitas, muitão, cui-do, cuidado

[Óy]- dodói, bóia [εw]-céu, chapéu e cha-peuzinho

[uy]- fui, riu, saiu, caiu Ditongos de realiza-ção variável no dialeto carioca

[ey] peixe, beijar, queijo, cadeira, lareira, feijão, primeiro, queimou [ay] baixo, baixa, embai-xo, caixa, caixinha, 2 Para o estudo da freqü-ência de tipo na comu-nidade de fala adulta, analisou-se a amostra Censo (1980- UFRJ/ PEUL) com o apoio do programa computacio-nal Concappv4.

(6)

relação à freqüência de tipo dos ditongos na aquisição dessas estruturas.

A partir da Amostra AQUIVAR, foram coletados 771 dados, considerando todos os tipos de ditongos e todas as ocorrências em itens lexicais diferentes ou repetidas do mesmo item lexical. Como um dos objetivos era o de comparar os resultados da aquisição no português carioca com os encontrados no estudo de Bonilha (2003), foi utilizada a mesma metodologia usada em seu estudo. Os dados foram computados considerando a ocorrência do ditongo em palavras diferentes, sem levar em consideração a produção em palavras repetidas.

Os dados foram analisados agrupando os ditongos em função da freqüência de ocorrência no léxico adulto. A tabela 1 a seguir, que agrupa os ditongos mais freqüentes, mostra que não há estabilização plena desses ditongos até a idade de 3 anos, uma vez que não apresentaram categoricidade, exceto para o ditongo [aw]. Notou-se, entretanto, a estabilização destes ditongos nas faixas etárias posteriores, onde parece também ocorrer aumento relativo dos itens lexicais que possuem tais ditongos. Vale res-saltar, no entanto, que no caso do ditongo [oy] tal aumento não é tão expressivo quando comparado aos outros.

Tabela1 – Freqüência de tipo nos ditongos [ej], [aw], [aj] e [oj] Idade

[ej] [oj] [aj] [aw]

Possibilidade % Possibilidade % Possibilidade % Possibilidade % ocorrência ocorrência ocorrência ocorrência

2 2/3 67 0/2 0 ½ 50 2/2 100 2,3 ¾ 75 2/3 67 2/4 50 2/2 100 2,7 4/5 80 2/2 100 2/3 67 2/2 100 3 6/6 100 ¾ 75 2/3 67 2/2 100 3,3 9/9 100 3/5 60 4/4 100 3/3 100 3,7 6/7 86 2/3 67 6/6 100 3/3 100 4 8/8 100 3/4 75 7/7 100 4/4 100 4,6 9/9 100 6/6 100 8/8 100 4/4 100

Por outro lado, os ditongos menos freqüentes, na Tabela 2, apresentaram um comportamento de ocorrência categórica em todos os itens observados desde a faixa etária inicial da amostra. Nota-se, também, que não podemos dizer que houve um au-mento do vocabulário, pois esses ditongos possuem ocorrências semelhantes em todas as faixas etárias.

(7)

Tabela 2 –Freqüência de tipo nos ditongos [ew], [uj], [Ój] e [Éw] Idade

[ew] [uj] [Ój] [εw]

Possibilidade

ocorrência % Possibilidadeocorrência % Possibilidadeocorrência % Possibilidadeocorrência %

2 2/2 100 1/1 100 - - 2/2 100 2,3 2/2 100 2/2 100 1/1 100 1/1 100 2,7 1/1 100 1/1 100 - - - -3 3/3 100 3/3 100 2/2 100 2/2 100 3,3 4/4 100 3/3 100 1/1 100 3/3 100 3,7 3/3 100 3/3 100 1/1 100 3/3 100 4 3/3 100 2/2 100 - - 2/2 100 4,6 5/5 100 3/3 100 1/1 100 3/3 100

A comparação das duas tabelas revela que a freqüência de tipo é bem distribuída nos diversos ditongos e equilibrada nas faixas etárias, apresentando apenas uma pequena diferenciação no [ej], a partir dos 3 anos, no [aj] aos 3 e 7 meses e no [Ój] somente na última fase. Na verdade, dentro dos postulados dos Modelos Multirepresentacionais, a freqüência de tipo só desempenha um papel importante na produtividade e na generalização de estru-turas lingüísticas quando podem ser estabelecidas quais formas são mais freqüentes e quais são menos freqüentes, isto é, quais possuem um número de itens lexicais alto e quais apresentam um índice de palavras relativamente baixo no léxico adquirido. Em outras palavras, as estruturas fonológicas não são abstraídas diretamente do input, mas do léxico armazenado. O comporta-mento das crianças entrevistadas, no entanto, parece demonstrar que ainda não ocorreu totalmente tal definição, uma vez que se trata de um período de expansão lexical. Esta postulação pode ser reforçada por outro aspecto: nota-se que a categorização e estabilização dos ditongos [ej], [aj] e [oj] ocorrem juntamente com o relativo aumento do número de itens lexicais produzidos, isto é, a partir das faixas entre 3 anos e 3 e 7 meses, dependendo do ditongo. Isso pode indicar, então, que a freqüência de tipo começa a determinar a aquisição dos ditongos decrescentes orais a partir somente de uma quantidade específica de palavras no léxico. Como se explicaria, então, as ocorrências categóricas dos ditongos menos freqüentes?

as tabelas 3 e 4 a seguir apresentam o conjunto de ocor-rências do ditongo (agora incluindo as ocorocor-rências repetidas e o número de itens lexicais diferentes em que ocorrem). Na tabela 3, com os ditongos mais freqüentes, observa-se que [ey], [ay] e [oy], no decorrer do processo aquisitivo, apresentam uma incidência equilibrada de palavras, não havendo nenhum item lexical que se destaque em termos de ocorrência, isto é, não há uma alta concentração desses ditongos em poucos itens lexicais. Tal análise permite postular uma freqüência de ocorrência re-lativamente baixa dessas palavras.

(8)

Tabela 3 – Freqüência de ocorrência nos ditongos [ej], [aw], [aj] e [oj] Idade

[ey] [aw] [ay] [oy]

O / P palavras Nº de diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % 2 4/5 3 80 2/2 2 100 7/8 2 87 0/3 2 0 2,3 7/8 4 87 2/2 2 100 11/14 4 78 7/9 3 77 2,7 6/6 4 100 2/2 2 100 9/10 3 90 2/2 2 100 3 7/8 5 87 2/2 2 100 12/13 3 92 7/8 4 87 3,3 13/13 7 100 3/3 3 100 13/13 4 100 10/11 5 91 3,7 16/17 9 94 6/6 3 100 19/19 6 100 5/6 3 83 4 15/15 8 100 7/7 4 100 26/26 7 100 5/6 4 83 4,6 17/17 9 100 12/12 4 100 28/28 8 100 26/26 6 100 85/89 95 36/36 100 125/131 95 62/71 87

Nos ditongos menos freqüentes (tabela 4), observamos uma relação inversa: há uma distribuição concentrada em determi-nadas palavras. Assim, notamos, desde as faixas iniciais, uma produção considerável desses ditongos, porém todos concentra-dos em pouquíssimos itens lexicais. Isso nos permite dizer que a freqüência de ocorrência desses itens é bem alta.

Tabela 4 – Freqüência de ocorrência nos ditongos [ew], [uj], [j] e [εw]

Idade

[ew] [uy] [Óy] [εw]

O / P palavras Nº de diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % O / P Nº de palavras diferentes % 2 30/30 2 100 5/5 1 100 - - - 5/5 2 100 2,3 23/23 2 100 8/8 2 100 2/2 1 100 3/3 1 100 2,7 10/10 2 100 4/4 1 - - - -3 34/34 3 100 9/9 3 100 7/ 7 2 100 4/4 2 100 3,3 39/39 3 100 20/20 3 100 3/3 1 100 6/6 3 100 3,7 25/25 3 100 11/11 2 100 5/5 1 100 7/7 3 100 4 46/46 3 100 15/15 2 100 - - - 7/7 2 100 4,6 79/79 5 100 23/23 3 100 1/1 1 100 13/13 3 100 286/286 100 95/95 100 18/18 100 45/45 100

O referencial teórico adotado permite a postulação de que os itens lexicais em que se encontram os tipos de ditongos mais freqüentes possuem baixa autonomia lexical e, portanto, a emergência de [ey], [ay] e [oy] parece ser dependente da armaze-nagem de um determinado número de itens lexicais. Essa pode ser uma explicação possível para o fato de esses ditongos não apresentarem realização categórica nas primeiras faixas etárias. Os itens lexicais que abarcam os ditongos menos freqüentes e o [aw], por apresentarem uma freqüência de ocorrência bem alta, possuem relativa autonomia lexical. Isto significa dizer que essas palavras não necessariamente precisam estar relacionadas com várias outras. Tais itens lexicais parecem ser adquiridos como

(9)

tais. Com isso, não se pode afirmar que a generalização desse padrão fonológico ocorreu completamente, mas sim que se ma-nifesta em função das palavras que foram adquiridas.

Em relação à aquisição dos ditongos variáveis, observou-se que as crianças parecem adquirir a variação existente entre [ey] ~[e] e [ay] ~ [a]. Na verdade, as crianças dão preferência à variante mais freqüente do input: o núcleo simples (CV). A freqüência da estrutura complexa CVV é muito baixa nesses contextos e, conseqüentemente, sua generalização é mais difícil de ocorrer nesse período, já que suas conexões seriam abarcadas por poucos itens lexicais sendo, portanto, muito fracas. Durante o processo aquisitivo, observou-se, a partir de 3 anos e 3 meses para [ey] e 3 anos e 7 meses para [ay], a produção da forma ditongada. Isso pode ser explicado pelo fato de que mais itens lexicais com os ditongos foram adquiridos, permitindo, assim, o reforço das conexões relativas ao padrão CVV em contexto variável. Notou-se também que nas fases em que ocorreram as produções dos ditongos, houve um aumento do número de itens lexicais produzidos, o que permite dizer que ocorreu uma expansão do léxico.

GoMES et al. (2006) investigaram a aquisição dos grupos consonantais formados por obstruinte + líquida, em relação aos quais se observa a existência de dois processos variáveis corren-tes na comunidade de fala do Rio de Janeiro: a alternância [l] ~ [r], como em [globu] ~ [grobu] e o cancelamento da vibrante, como em [outru] ~ [outu], conforme detectados nos trabalhos sobre a comunidade de fala. Estudos sobre a manifestação des-sas alternâncias em adultos indicam como em Mollica e Paiva (1991), condicionamento lingüístico em função da 1ª consoante do grupo e da ocorrência de outra líquida na palavra, ao passo que Gomes (1987) e Cristófaro-Silva (2002) apontam para forte correlação com condicionamento lexical no caso da alternância entre (l) e (r). Existem evidências de que, no processo aquisitivo do PB (LAMPRECHT, 1991), a estrutura CCV é uma das últimas estruturas silábicas adquiridas. No final do processo, as crianças deverão apresentar dois tipos de grupo: um com alternância entre lateral e vibrante alveolar e outro com alternância entre realização e cancelamento da vibrante alveolar (C/l/ -plástico ~ prástico, C/r/ -prato). A autora não menciona o aspecto va-riável da estrutura silábica em questão, mas observa que, no processo aquisitivo, as crianças escolhem uma das líquidas como estratégia para a fixação do padrão CCV. De acordo com Ribas (2004) não há ordem de domínio dos diferentes grupos de onset complexo.

A distribuição da ocorrência da sílaba CCV por faixa etá-ria em função do alvo – grupo consonantal formado por lateral (globo ~ grobo) ou formado pelo tap (livro ~ livu) – revelou que os itens lexicais com grupo alvo com lateral são realizados mais

(10)

freqüentemente com a estrutura CCV do que os que têm o tap com o alvo. Há tanto a possibilidade de ocorrer a lateral como o tap nos dois tipos de alvo. A acuracidade na realização da palavra com a segunda consoante do grupo consonantal, observada nas taxas percentuais mais altas de ocorrência dessa estrutura, se dá antes de as crianças obterem os mesmos percentuais para as palavras que têm o tap como alvo. a interpretação é a de que a va-riação lingüística detectada na comunidade de fala que envolve manutenção do tipo silábico CCV na alternância globo ~ grobo, mas que implica alternância de type em livro ~ livu, interfere na abstração do padrão CCV. Os resultados para a realização do grupo somente em sílaba tônica confirmam o que foi encontrado para os dados observados em conjunto (gráficos 1 e 2):

Gráfico 1 – Ocorrência de CCV em função da líquida por idade

Gráfico 2 – Ocorrência de CCV na sílaba tônica em função da líquida por idade

Esses resultados apontam para uma explicação das diferen-ças desenvolvimentais observadas em função de aspectos lingüís-ticos específicos da ocorrência das formas no input ao invés de restrições universais, que seriam gerais para a estrutura CCV. A acuracidade progressiva na realização da estrutura silábica em questão está relacionada às variantes disponíveis no input, que envolvem competição entre realizações fonéticas diferentes da mesma palavra e competição entre tipos estruturais diferentes, como no caso da alternância CCV – CV das palavras que têm o tap como alvo.

(11)

O estudo de Vieira (2006) focalizou a aquisição da flexão variável de 3ª pessoa do plural, que constitui uma variável sociolingüística na comunidade de fala do Rio de Janeiro. De acordo com Naro e Scherre (1996, 2000) Scherre e Naro (1993, 1997, 1998, 2000), o português vernacular do Brasil tem sido um campo fértil para a análise do fenômeno da concordância verbal, já que apresenta uma vasta variação na produção da fala, podendo produzir tanto formas como “todos os técnicos levam a equipe” quanto “todos os técnicoØ levaØ a equipe”; “nós vamos à praia” quanto “nós vaiØ à praia”. a partir, então, desses trabalhos, verificou-se que há uma variação sistemática nos processos de concordância de número, podendo a forma verbal exibir tanto a marca explícita de plural, bem como sua ausência. a concordância pode, portanto, ser analisada com base nos princípios da teoria da variação (LABOV, 1972), na qual a língua passa a ser concebida como uma estrutura inerentemente variável, e a variação como passível de descrição sistemática, em função de restrições lingüísticas e não-lingüísticas. Vale destacar, também, que a variação na concordância no português brasileiro representa uma deriva latente, de longo prazo, docu-mentada até mesmo antes da fase clássica do latim e das línguas européias que a precederam, conforme atestaram Scherre e Naro (2000), que encontraram evidências que indicam que a concordância entre o sujeito e o verbo na 3ª pessoa do plural já era variável nos textos pré-clássicos.3 o estudo sistemático dos dados da comunidade de fala, portanto, torna-se importante na medida que esta constitui o input para a fala das crianças, direcionando-as a uma determinada estrutura em detrimento de outras, indicando que o resultado do processo aquisitivo não pode ser exclusivamente a abstração de um sistema invariável de estruturas exclusivamente categóricas.

as ocorrências de 3ª pessoa do plural coletadas na amos-tra foram classificadas e analisadas em função das variáveis já observadas para a fala dos adultos, a saber: posição do sujeito em relação ao verbo, saliência fônica, traço humano do núcleo do sujeito, tempos verbais, efeito gatilho (presença da marca de plural em forma verbal da fala do entrevistador imediatamente anterior à da criança), marcas do sujeito no nível oracional e faixa etária. Os dados foram submetidos à análise multivariacional pelo programa VABRUL, versão MS-DOS, que selecionou as se-guintes variáveis independentes: efeito gatilho; posição do sujei-to; saliência fônica e idade, tendo como input de concordância .57. Os seguintes grupos de fatores não foram selecionados: tempo verbal, os marcadores discursivos oracionais e o traço humano. Uma vez que um dos objetivos é verificar a aquisição gradual dos condicionamentos da concordância verbal no período aqui-sitivo, foram realizadas rodadas subseqüentes com cruzamento de fatores (faixa etária x efeito gatilho, faixa etária x saliência

3 - a todos aqueles que se fazem (3ª pl.) afora da carreira do pecado e

TORNA (3ª sg.) a direita

da carreira. (a Deman-da do Santo Graal, XXI, 160, p. 223)

- Entom os parentes

OUVE (3ª sg.) conselho

e confessaron (3ª pl.) (os Diálogos de São Gregó-rio, 1.24.23 (35))

(12)

fônica, faixa etária x posição do sujeito). Para os objetivos desse artigo serão comentados os resultados para saliência fônica.

De acordo com Scherre e Naro (1997), a saliência fônica controla o uso variável da marca de 3ª pessoa do plural na fala dos adultos. O efeito da saliência fônica é definido em função de que itens mais salientes favorecem o uso da marca (maior diferença entre a forma não marcada e a forma marcada – fez/ fizeram, é/são), e itens menos salientes desfavorecem-na (menor diferença entre forma não marcada e a marcada - fala/falam). Como a variação é inerente ao sistema, postula-se, então, que tanto a variação quanto seus condicionamentos também farão parte do processo aquisitivo e serão adquiridos gradualmente, tal como outras estruturas lingüísticas. Com relação a esse controle da concordância verbal no PB, Vieira (2006) observou se o efeito da saliência fônica se mantinha o mesmo, independente da faixa etária, ou se haveria diferença em função do período aquisitivo. Tal correlação pode ser observada na tabela 5 a seguir. Em função do número de dados obtidos, os seis níveis de saliência fônica foram reagrupados nos dois níveis principais:

Tabela 5 – Efeito da saliência fônica em função da faixa etária 1; 11 - 2;01 2;10 – 3;0 3;07 4;0 – 4;04 4;11 – 5;0 Apl/Tot % PR Apl/Tot % PR Apl/Tot % PR Apl/Tot % PR Apl/Tot % PR [-saliênc. fon.] 1/16 6 .12 0/5 0 0/9 0 32/55 58 .48 7/16 44 .27 [+saliênc.fon.] 25/44 37 .41 6/7 86 .60 0/4 0 49/69 71 .56 22/28 79 .86

Como se observa na tabela, não há diferença entre os ní-veis de saliência na faixa etária de 1;11-2,0, com os dois grupos desfavorecendo a marca. Na segunda faixa, de 2;10-3;0, não há dados com verbos [- salientes], ao contrário do que ocorre com os de [+ salientes]; entretanto, não se pode falar ainda em uma aquisição do condicionamento já que não há uma grande quan-tidade de dados. Na faixa de 3;08, não houve quaisquer dados com a marca de plural. Na de 4;0 – 4;04, embora não apresentem uma diferença muito grande no peso relativo, já se percebe uma tendência em verbos [+ salientes] favorecerem a marca explícita de plural. Já na última faixa etária, 4;11-5;0, observa-se claramen-te que, quanto mais salienclaramen-te for o verbo, mais freqüenclaramen-te será a marca de concordância.

Esses resultados espelham, de forma geral, os mesmos resultados encontrados no estudo da Amostra Censo – comu-nidade de fala adulta, em que os itens mais salientes favorecem mais a concordância do que itens menos salientes. Como já era previsto, à medida que a criança for tendo mais contato com o

input, a marca de concordância será mais freqüente naqueles

contextos em que é mais favorecida na comunidade de fala. Vê-se, então, que desde o começo do período aquisitivo, já há uma manifestação do efeito dos condicionamentos observados na co-munidade de fala adulta. Pode-se, então, deduzir que as crianças

(13)

estão adquirindo gradualmente os padrões de distribuições das variantes em função dos contextos lingüísticos.Esses resultados apontam para o fato de que os contextos de condicionamento de uma variável lingüística são adquiridos gradualmente ao longo do processo aquisitivo.

4. Considerações finais

os resultados apresentados sobre a aquisição de padrões fonológicos e a flexão variável de 3ª pessoa do plural, estuda-dos em crianças adquirindo o dialeto carioca, evidenciam a necessidade de se incluir a perspectiva da variação lingüística nos estudos sobre aquisição. além disso, demonstram também sua importância para a compreensão das diferenças desenvol-vimentais, observadas através da freqüência de ocorrência das variantes ao longo das faixas etárias.

as evidências aqui apresentadas demonstram a graduali-dade da aquisição lingüística, observada na aquisição gradual de condicionamentos variáveis (o caso da saliência fônica para a flexão verbal), na influência da distribuição das variantes no input em função da variável sociolingüística (variantes do ditongo [ey] e alternância nos grupos consonantais), e na relação entre léxico armazenado e freqüência de tipo e de ocorrência de itens lexicais (realizações categóricas dos ditongos orais decrescentes).

Henry (2002, p. 280-281) observa que as crianças não só adquirem formas variáveis cedo no período aquisitivo como também refletem a proporção de distribuição em que as variantes ocorrem no input a que estão expostas. Isso significa, de acordo com Henry, que as crianças adquirem propriedades estatísticas das estruturas lingüísticas (seu foco é a sintaxe) como parte do processo aquisitivo. acreditamos, no entanto, que o tipo de pro-porção de distribuição das variantes durante o período aquisitivo e ao final esteja ligado não só à distribuição das variantes no

input, mas também ao fato de a variável sociolingüística

cons-tituir-se em variação estável ou mudança em progresso. Henry (2002) conclui que o dispositivo de aquisição da linguagem da criança não só deve estar apto a incorporar a variação como também é sensível à freqüência.

(14)

Abstract

This paper presents the results of three researches focusing on the acquisition of structured variation of phonological and morphological patterns by children in the speech community of Rio de Janeiro taking the theoretical assumptions of the Usage-based Models. In this approach, sociolinguistic variation is assumed to be representational, not a process or a rule as stated in the main tradition of sociolinguistic studies, and it is also part of the speaker’s knowledge, which must be acquired. Frequency distributions of variants observed in children production across age levels can be seen as reflexes of the way the variants are being stored and acquired. Gradualness and effects of frequency encompass acquisition process.

Keywords: variation, acquisition, frequency

Referências

BATES, E.; GOODMAN, J. On the inseparability of grammar and the lexicon: evidence from acquisition, aphasia and real-time processing. In: ALTMANN, G. (Ed.). Special issue on the lexicon: language and cognitive processes. [S.l.: s.n.], 1997.

BECKMAN, M. E. Input representations (inside the mind and out). In: WCFFL22, 2004, Somerville. Proceedings... Somerville: Cascadilla Press, 2004. p. 70-94.

BENAYON, A. R. A emergência de padrões fonológicos: a aquisição dos ditongos decrescentes orais do PB. Dissertação (Mestrado em Lingüística) – Faculdade de Letras, UFRJ, Rio de Janeiro, 2006. BOD, R.; HAY, J.; JANNEDY, S. (Ed.). Probabilistic linguistics. Cambridge: MIT Press, 2003.

BONILHA, G. F. G. Aquisição da estrutura silábica do Português: uma análise dos ditongos orais decrescentes. In: MATZENAUER, C. L. B.; BONINHA, G. F. G. (Org.). Aquisição da fonologia e teoria

da otimidade. Pelotas: Ed. da UCPEL, 2003. p.67-95.

BYBEE, J. Phonology and language use. New York: Cambridge University Press, 2001.

. From usage to grammar: the mind´s response to repetition. LSA Presidential Address, 2005. Disponível em: <http://www. unm.edu/~jbybee/>.

CHAMBERS, J. K. Sociolinguistic theory. Oxford: Blackwell, 1995.

CHOMSKY, N. Reflections on language. New York: Pantheon, 1995.

(15)

CRISTÓFARO-SILVA, T. Branching onsets in Brazilian Portu-guese. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p. 91-107, 2002.

FOULKES, P.; DOCHERTY, G.; WATT, D. Phonological variation

and change in contemporary spoken british english full report to the ESRC. Project r000237417. 2002. Mimeo.

GOMES, C. A. Rotacismo em grupo consonantal: uma abordagem sicrônica e diacrônica. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1987.

GOMES, C. et al. the acquisition of complex syllables in brazilian portuguese. In: CHILD LANGUAGE SEMINAR, 2006, Newcastle.

Proceedings… Newcastle: University of Newcastle, 2006.

HENRY, A. Variation and syntactic theory. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLING-ESTES, N. (Ed). The handbook of

lan-guage variation and change. Oxford: Blackwell, 2002. p. 267-282.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.

LAMPRECHT, R. R. A teoria da fonologia natural nas pesquisas sobre aquisição da linguagem. Boletim da ABRALIN 12, [S.l.], p. 129-137, 1991.

MOLLICA, M. C.; PAIVA, M. da C. Restrições estruturais atuando na relação entre [L] → [r] e [r]→ [ø] em grupos consonantais em português. Boletim da ABRALIN, [S.l.], n. 11, p. 181-189, jun. 1991.

NARO, A. J.; SCHERRE, M. M. P. Disfluencies in the analysis of speech dada. Language Variation and change, [S.l.], v. 8 , n.1-12, 1996.

. Variable concord in Portuguese: the situation in Brazil and Portugal. In: McWHORTER, J. (Org). Language change and

language contact in pidgins and creoles. Amsterdam: Benjamins,

2000. p. 236-255.

PIERREHUMBERT, J. B. Probalilistic phonology: discrimination and robustness. In: BOD, R.; HAY, J.; JANNEDY, S. (Org.).

Proba-bilistic linguistics. Cambridge: MIT Press, 2003. p.177-228.

. Exemplar dynamics: word frequency, lenition and contrast. In: BYBEE, J.; HOOPER, P. (Org.). Frequency and

emer-gence of linguistic structure. Amsterdam: John Benjamins, 2001.

p. 137-157.

.; BECKMAN, M.; LADD, R. conceptual foundations of phonology as a laboratory science. In: BURTON-ROBERTS, N.; CARR, P.; DOCHERTY, G. (Ed.). Phonological knowledge. Oxford: Oxford University Press, 2001. p. 273-304.

RIBAS, L. P. Sobre a aquisição do onset complexo. In: Lamprecht, R. B. et alii (org.) Aquisição Fonológica do Português. Porto alegre: artmed, 2004. p. 151-164.

(16)

ROBERTS, J. Acquisition of variable rules: (-t, -d) deletion and (ing) production in preschool children. Philadelphia: University of Pennsylvania, 1996. Institute for Research in Cognitive Science (IRCS) Report 96-09.

. Child language variation. In: CHAMBERS, J.; TRUDGILL, P.; SCHILLING-ESTES, N. The handbook of language

variation and change. Oxford: Blackwell, 2002. p. 333-348.

RUBINO, R. B.; PINE, J. M. Subject: verb agreement in Brazilian Portuguese: what low error rates hide. Journal of Child Language, [S.l.], v. 25, n. 35-59, 1998.

SCHERRE, M M. P.; NARO, A. J. A concordância de número no português do Brasil: um caso típico de variação inerente. In: Hora, D. da (org.). Diversidade lingüística no Brasil. João Pessoa: Idéia, 1997. p. 93-114.

. Duas dimensões do paralelismo formal na concor-dância de número no português popular do Brasil. DELTA, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 1-14, 1993.

. Hierarquização do controle da concordância no portu-guês moderno e medieval: o caso de estruturas de sujeito simples. In: GROßE, Sybille; ZIMMERMANN, Klaus (Ed.). O português

brasileiro: pesquisas e projetos. Frankfurt am Main: TFM, 2000.

p. 135 – 1165.

. restrições sintáticas e semânticas na determinação do controle da concordância verbal de número em português. In:

Fórum Lingüístico. Universidade Federal de Santa Catarina,

Cen-tro de Comunicação e Expressão, Pós-graduação em Lingüística, Florianópolis, Imprensa Universitária. 1: 45-71. 1998.

TOMASELLO, M. Do young children have adult syntactic com-petence? Cognition, [S.l.], v. 74, p. 209-253, 2000.

VIEIRA, M. C. P. A emergência do padrão flexional variável da 3ª

pessoa do plural na aquisição do PB como L1. Tese (Mestrado) –

Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. VIHMAN, M.; CROFT, W. Phonological development: toward a ‘radical’ templatic phonology. 2005. Disponível em: http://ling. man.ac.uk/info/staff/WAC/Papers/Vihman&Croftdbl.pdf 2005.

WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. I. Empirical foun-dations of a theory of language change. In: LEHMANN, W. P.; MALKIEL, Y. (Ed.). Directions for historical linguistics: a sympo-sium. Austin: University of Texas Press, 1968. p. 95-189.

Imagem

Tabela 2 –Freqüência de tipo nos ditongos [ew], [uj], [Ój] e [Éw]
Tabela 3 – Freqüência de ocorrência nos ditongos [ej], [aw], [aj] e [oj]
Gráfico 1 – Ocorrência de CCV em função da líquida por idade

Referências

Documentos relacionados

2008 – Convite do Governo boliviano ao Brasil para integrar “Grupo de Países Amigos da Bolívia”, com vistas a promover a facilitação do diálogo entre Governo e oposição

Retomando nossas hipóteses e a discussão feita nas seções an- teriores, podemos concluir que a reconstrução e/ou interpretação em LF de um traço semântico intrínseco a um

Baia 2008 e Baia &amp; Santos 2011 conduzem um estudo comparando os resultados nas duas metodologias e concluem que os estudos experimentais realmente apontam para um padrão

Estas crianças, que estudavam juntas desde a pré- escola, freqüentavam a segunda série do ensino fundamental de uma escola particular de Votuporanga (SP) durante o ano de 2000.

Como mencionado anteriormente, as crianças quase nunca produzem erros na ordem de palavras em sua língua; tal fato se deve parcialmente à fixação deste parâmetro (para a

No entanto, um outro problema para esta hipótese é que crianças adquirindo línguas em que sujeitos nulos não são permitidos (como inglês, dinamarquês, francês, holandês

Em suma, o livro percorre brevemente esse caminho que vai da introdução de aspectos gerais da Linguística até a prática de pesquisa em Aquisição de Linguagem, sendo ideal

O objetivo geral da pesquisa é identificar as nuances do processo de constituição da criança com SXF como sujeito, através da identificação na(s)/pela(s) 9 língua portuguesa,