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Lição 3 O acorde básico da vida cristã. Texto bíblico: 1Tessalonicenses 1.3

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Academic year: 2021

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Lição 3 – O acorde básico da vida cristã Texto bíblico: 1Tessalonicenses 1.3

Nos estudos musicais iniciais aprende-se que o acorde mais básico é chamado de tríade, ou seja, um acorde composto por três notas separadas por intervalos de uma terça. A nota musical da vida cristã é, também, uma tríade composta das seguintes notas: fé, esperança e amor. É com essas palavras que Paulo descreve, em suas cartas, a dinâmica da igreja em Tessalônica.

Neste estudo, identificaremos os elementos da tríade cristã, a fim de estabelecer parâmetros para uma prática salutar para a experiência religiosa do corpo de Cristo, no dia a dia da igreja local.

A tríade cristã (1Ts 1.3)

O texto áureo da tríade cristã é 1Coríntios 13.13, onde se lê: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”. Esse raciocínio encontra-se presente no texto bíblico deste estudo, com uma ligeira diferença: Paulo modifica a ordem da tríade: fé, amor e esperança.

Harmonia de uma prática cristã salutar: a obra da fé

A primeira nota musical de uma existência saudável na igreja é “a obra de fé”, que significa, em outras palavras, a fé colocada em ação ou a fé aperfeiçoada pela ação (Tg 2.22). Algumas versões traduzem a expressão “obra” como “operosidade”. Na Segunda Carta aos Tessalonicenses, Paulo ora com esta finalidade, pedindo-lhe que “cumpra... toda a obra de fé em poder” (2Ts 1.11b).

O que é fé? Hebreus 11.1 afirma que fé é a convicção, a certeza que alguém possui de viver ao alcance de Deus e de sua redenção. Essa realidade produtiva da fé revela, dentre as inúmeras possibilidades, uma característica memorial. Um memorial é a forma como alguém quer ser lembrado(1). Assim, a “obra da fé” é a

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lembrança viva da presença e do estímulo contínuos de Deus em nós, os salvos, e não um memorial de nossas conquistas e realizações pessoais (Mt 5.16; Ap 15.3). Um texto bíblico que deixa pistas desse marco memorial divino na história é Romanos 9.4, que fala da adoção, da glória, dos pactos, da lei, do culto e das promessas, tudo apontando para o Salvador Jesus.

Um erro comum é pensar que a obra da fé conduz à salvação. É o contrário! No ensino bíblico, a causa da obra é a salvação realizada (Tt 3.4-7). Ou seja, Deus comunica sua disposição favorável (graça) para salvar e nós cremos. Graça, salvação e fé, eis a nova ordem proposta. Portanto, não trabalhamos por nós mesmos nem para nós mesmos. Somos chamados à ação e capacitados para a ação por Deus, em quem cremos. Um exemplo muito evidente, tirado da experiência do povo de Deus no Antigo Testamento, pode ser encontrado no Salmo 68. Deus é o provedor do fiel. As vitórias do fiel são, em última instância, vitórias de Deus.

• Você consegue identificar, tanto na Bíblia como no contexto religioso atual, sistemas de crença que acreditam em salvação por obras? Quais? Que diz a Bíblia a esse respeito?

Harmonia de uma prática cristã salutar: o trabalho do amor

A segunda nota musical de uma existência saudável na igreja é “o trabalho de amor”. Paulo usa o grego kopos (trabalho), termo que indica o engajamento em um esforço árduo, laborioso. A versão Almeida Revista e Atualizada traduz “abnegação”. Gundry entende que são “feitos de gentileza e misericórdia.”(2)

Você conhece o mandamento do desamor? Pois para amar verdadeiramente, do jeito que Deus orienta, precisamos aprender a desamar algumas coisas:

- desamar as trevas espirituais (Jó 3.19); - desamar a glória dos homens (Jo 12.43);

- desamar o presente século e seu padrão de moralidade dúbio (2Tm 4.10; Tg 4.4; 1Jo 2.15).

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Quando tivermos aprendido a desamar, estaremos prontos para obedecer a instrução divina para amar, a qual compreende ações específicas, a saber:

• Sacrifício e entrega total (grego agapao – exemplificado amor de Deus, ao oferecer seu Filho, na cruz (Jo 3.16).

O amor sacrificial é demandado por Deus no Novo Testamento, nos exemplos seguintes, dentre outras possibilidades:

- A mordomia cristã da entrega pessoal ao Senhor – Mateus 6.24;

- O resumo da lei: amar a Deus e ao próximo – Marcos 12.33; 1João 4.11; - O amor próprio, que demanda prudência no falar – 1Pedro 3.10;

- O amor do esposo pela esposa (e vice-versa) – Efésios 5.25,28; Colossenses 3.19.

De fato, amar é um exercício árduo. Implica em renúncia. Por mais que amemos, ainda há espaço para o amor crescer e “enriquecer”, que é o sentido da palavra “abundar”, usada por Paulo sobre a arte de amar (1Ts 3.12).

• Fraternidade e amizade (grego phileo – exemplificado no apelo divino ao amor mútuo, entre os irmãos, na igreja).

O amor fraternal rege as relações sociais e promove toda a sorte de esforços pelo bem comum. Essa atitude é ordenada por Deus nos exemplos seguintes:

- na cordialidade – Romanos 12.10;

- no modo franco e afável de tratar as pessoas – 1Pedro 1.22; - na amizade genuína – 1Pedro 3.8,9.

Na primeira Carta aos Tessalonicenses, Paulo coloca ambas as acepções de amor num mesmo versículo: “No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros”(1Ts 4.9). Mais para o final da carta, amor e fé estão lado a lado, compondo uma metáfora interessante, a “couraça” (1Ts 5.8), que era uma peça da armadura dos soldados, cobrindo o peito, as costas e os ombros.(3) Assim, Paulo

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dá a entender que o amor cristão tem essa capacidade de assegurar uma condição estável para o enfrentamento das batalhas da fé.

• Cite exemplos bíblicos do imperativo divino ao amor. Ordena-se o amor sacrificial, o amor fraternal ou ambos?

Harmonia de uma prática cristã salutar: a paciência da esperança

Enfim, a última nota musical de uma existência saudável na igreja é “a firmeza de esperança” direcionada para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Ambas as cartas aos tessalonicenses têm esse conteúdo escatológico. Paulo os instrui acerca do consolo trazido pela certeza de que o Senhor a todos abrigará, no fim de tudo.

“Firmeza” é a tradução do grego hypomone, uma referência à capacidade de aguentar a pressão, de suportar a provação. Algumas versões traduzem como “paciência”. A frase tem relação acentuada com a descrição de Hebreus 12.1,2a: “...corramos com perseverança [hypomone] a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus.”

Aprendo com Paulo que a salvação a mim prometida já irrompeu na história (e na minha história pessoal). Dada como uma certeza para mim, ela me impulsiona. Nas muitas crenças que existem, falta esse sentido de consolação e liberdade do medo da morte. Só para aqueles a quem a vida foi oferecida como dádiva, em Cristo, a esperança é real. Ela é real para você? Espero que sim.

• Leia 1Pedro 3.15. Qual é a sua resposta a esse pedido? Conclusão

A descrição que Paulo faz da igreja em Tessalônica deve nos servir de alerta. A obra de fé, o trabalho de amor e a paciente esperança formam a trindade das virtudes e fornecem os parâmetros para a saúde da igreja enquanto corpo de Cristo.

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Precisamos ser mais do que uma agremiação, instituição ou agregação social. Os agregados são indivíduos caracterizados pela proximidade física. Não participam da distribuição de funções nem de qualquer outra forma de estruturação. Comunicam-se apenas pontualmente, aqui e acolá. Agregados são aqueles que entram e saem sem modificar seu estilo de vida e sua posição social.

A igreja de Cristo não é uma simples agregação de pessoas, mas um memorial vivo da graça, da salvação e da fé no Senhor Jesus, o Filho de Deus. Precisamos engrandecê-lo com nossa vida, com o nosso testemunho (Fp 1.20).

Para pensar e agir

Antes de refletir sobre as nossas descobertas neste estudo, leia João 8. Qual é a opinião de Jesus em relação à lei que condena à morte por apedrejamento a mulher flagrada em ato de adultério (Jo 8.5)? Aquela que apresenta o entendimento de que a fé é aperfeiçoada pelo amor e direcionada para a esperança.

Eis os ensinamentos deste estudo:

• A igreja não pode ser indiferente ao pecado, mas deve crer que o Filho de Deus tem poder para perdoar pecados (1Jo 1.9);

• A igreja não pode atacar no outro aquilo que dói em si mesma (o pecado), que é a função da pedra, no ritual da lei, mas confiar na justiça de Deus, que recupera o pecador (Mt 7.1-5);

• Enfim, a igreja precisa aprender a desamar o mundo para exercer a compaixão, que é o fogo que aquece o serviço cristão (Mc 8.2). Você tem assumido o sentimento compassivo de Jesus?

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(1) Definição de Ariovaldo Ramos, numa de suas palestras.

(2) GUNDRY, Robert. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, p. 300. (3) DAVIS, John. Dicionário da Bíblia. São Paulo: Hagnos. p. 53

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