ISSQN – Serviços Provenientes
ou Iniciados no Exterior e o
SISCOSERV
Ricardo Almeida Ribeiro da Silva
ROTEIRO
1) ISSQN sobre serviços oriundos (do) ou destinados ao
exterior. Disciplina na Constituição e na Lei Complementar n.
116/2003
A) Constitucionalidade da previsão.
B) Definição da incidência: a questão do RESULTADO DO SERVIÇO. C) Problema da doutrina na definição do núcleo do fato gerador.
2) Critérios para definição de aspectos do fato gerador
A) Responsável: contribuinte ou responsável em sentido estrito? B) Base de Cálculo e demais aspectos da incidência
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços
“importados/exportados”. Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para
os Fiscos Municipais e Contribuintes.
1) ISSQN sobre serviços oriundos (do) ou destinados ao exterior.
Disciplina na Constituição e na Lei Complementar 116/2003
A) Constitucionalidade da previsão do §1º do art. 1º e do inciso I e § único do artigo 2º da LC 116/2003
Art. 1. (...) §1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior
do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
Art. 2o O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior
do País; (...) Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.
1) ISSQN sobre serviços oriundos (do) ou destinados ao exterior.
Disciplina na Constituição e na Lei Complementar 116/2003
A) Constitucionalidade da previsão do §1º do art. 1º e do inciso I e § único do artigo 2º da LC 116/2003
Art. 1. (...) §1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior
do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
Art. 2o O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior
do País; (...) Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.
Distinções: * materialidade tributária na Constituição e na LC 116 * impostos fiscal - extrafiscal
1) ISSQN sobre serviços oriundos (do) ou destinados ao exterior.
Disciplina na Constituição e na Lei Complementar 116/2003
A) Constitucionalidade da previsão do §1º do art. 1º e do inciso I e § único do artigo 2º da LC 116/2003
Igualdade Tributária entre prestadores de serviços nacionais e estrangeiros -> Isonomia Tributária
Normas de Tributação da Constituição Brasileira e da OCDE Tributação no Destino:
1) ISSQN sobre serviços oriundos (do) ou destinados ao exterior.
Disciplina na Constituição e na Lei Complementar n. 116/2003
B) Definição da incidência: a questão do RESULTADO DO SERVIÇO. Obrigação de fazer? Atividade ou Conduta Humana prestada a terceiro? Nova Proposta: Realização eficiente de serviço oneroso a terceiro
Vide: RDDT 110 e FESDT 7
>> Ex.: Empreitada subcontratada pelo incorporador imobiliário, desde que ele tenha se responsabilizado pela prestação perante os adquirentes. Importância para o tema dos serviços oriundos ou provenientes do exterior: >> Ex.: Softwares customizados baixados por meios eletrônicos pelo próprio
usuário ou “up date” automático.
Inexistência de atos materiais (“fazer humano”) praticados no país pelo prestador de serviço não afasta a incidência do ISSQN.
2) Critérios para definição de aspectos do fato gerador
A) Responsável: contribuinte ou responsável em sentido estrito?
Art. 6oOs Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.
§ 1oOs responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do
imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis:
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.
Doutrina majoritária: Responsável seria na verdade o Contribuinte >> Lei não pode eleger contribuinte fora da sua jurisdição
2) Critérios para definição de aspectos do fato gerador
A) Responsável: contribuinte ou responsável em sentido estrito?
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis:
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
Art. 3oO serviço considera-se prestado E o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou,
na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1odo art. 1odesta Lei Complementar;
Divergência:
>> §2º é diferente porque já define as pessoas ali identificadas como
RESPONSÁVEIS TRIBUTÁRIOS, não prevendo apenas tal possibilidade pela lei do ente local tributante. Exerce aqui função própria da Lei Complementar Tributária, prevenindo conflitos de competência.
Divergência: REPONSÁVEL OU CONTRIBUINTE?
>> Contribuinte pode ser estrangeiro sem estabelecimento no pais (vide incidência do IRPJ (IRRF) nas importações de serviços. Não há qualquer
“extraterritorialidade desta previsão da lei brasileira”. Possibilidade de exigência de inscrição fiscal no país ou de representante estrangeiro, mesmo sem
estabelecimento (vide, v.g., IN 1187/2012 da RFB – CNPJ).
>> Textualidade da LC 116/2003 . Lei Complementar não precisaria falar em
“responsável” querendo falar de Contribuinte. A questão da imunidade tributária.
>> Inciso I do art. 3º trata de DÉBITO e não de incidência (considera-se prestado) No caso das demais hipóteses previstas nos incisos II a XXIII, a LC 116 visou a cobrar no local junto ao tomador do serviço. No caso da importação, pode-se eleger o tomador ou intermediário, mas tem que ter estabelecimento ou domicílio, não basta o local para determinar a retenção.
>> Definição do Distrito Federal (Memo COTRI/SUREC/SEF n. 74/2013) >> OT 03/2013 ABRASF ainda não concluída
2) Critérios para definição de aspectos do fato gerador
B) Base de Cálculo e demais aspectos da incidência
Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
Valor da fatura?
Correção da base de cálculo do ISSQN na ‘importação” de serviços?
Distrito Federal: inclusão do valor devido do ISSQN (por dentro) para correção da base de cálculo para fins de recolhimento do imposto relativo a prestações iniciadas ou provenientes do exterior.
2) Critérios para definição de aspectos do fato gerador
B) Base de Cálculo e demais aspectos da incidência
Aspecto Espacial:
Estabelecimento do tomador ou do intermediário (ou domicílio)
>> Definição em havendo mais de um estabelecimento beneficiário.
>> Existência de estabelecimento contratante (tomador formal mas não material dos serviços).
Aspecto Temporal
Quando ingressa como resultado (utilidade efetiva ou potencial) nas atividades do tomador.
Ferramentas atuais.
Fiscalização antes do SISCOSERV
Busca de informações junto à:
RFB: Recolhimentos para PIS/COFINS importação de serviços
(que tem código próprio no DARF)
BANCOS: Contratos de câmbio relativo à importação de
serviços (incluídos aí bens imateriais enquadráveis na LC 116)
ou de bens tangíveis que contemplem serviços anexos, tais
como assistência técnica, manutenção, etc.
A questão do Leasing na importação (RE 540.829)
precedente do STF (2ª Turma – RE 429.306)
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços
“importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços.
Momento econômico > aumento das importações de serviços:
Brasil apresenta um dos maiores déficits na balança comercial
de serviços em comparação com os principais países
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços
“importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
Quem é o dono do SISCOSERV?
Acordo de Cooperação Técnica 36/2008 – RFB/SCS
Conteúdo:
No SISCOSERV serão registrados dados sobre as operações, entre residentes ou domiciliados no País e residentes ou domiciliados no exterior, envolvendo serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das entidades, inclusive operações de importação e exportação de serviços, com base na NBS que considera esse comércio nas três principais categorias:
> Serviços: Serviços de engenharia, serviços de gerenciamento de redes, serviços fotográficos, etc
> Intangíveis: Licenciamento de patentes e de marcas, entre outros
> Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio: Fornecimento de refeições, leasing, etc
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços “importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
LEGISLAÇÃO
LEI N. 12.546/2011: AUTORIZA A INSTITUIR A NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços)
Regulamento: Decreto 7708/2012 da NBS/NEBS e Portaria MDIC 113/2012
A NBS é o classificador nacional para a identificação dos serviços e intangíveis como
Produtos viabiliza a adequada elaboração, fiscalização e avaliação de políticas públicas de forma integrada. Visando a competitividade do setor, propicia a harmonização de ações voltadas ao fomento empreendedor, à tributação, às compras públicas, ao comércio exterior, entre outras.
>> Questões: conflitos com a lista de serviços da LC 116/2003 ? >> A questão dos intangíveis (que estão na LC 116/2003)
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços “importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
LEGISLAÇÃO
Instrução Normativa 1277/2012 RFB/MF
Portarias Conjuntas da SCS/MDIC e da RFB/MF 1.908/2012 e 1.965/2012
Mecanismos de
FISCALIZAÇÃO
:>> ACESSO VIA e-CAC (da RFB)
>>CONSULTA NÃO SÓ AO MÓDULO DE AQUISIÇÃO (IMPORTAÇÃO), mas TAMBÉM Do EXPORTAÇÃO (pois há hipóteses em que o resultado é verificado no país, mesmo que o pagamento seja feito por fonte estrangeira). E o SISCOSERV (IMP/EXP) vincula-se à fonte de pagamento.
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços “importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
3) Fiscalização do ISSQN sobre serviços “importados/exportados”.
Ferramentas atuais.
SISCOSERV: requisitos, possibilidades e limites para os Fiscos
Municipais e Contribuintes.
Mecanismos de
FISCALIZAÇÃO
:ACESSO AO SISCOSERV DEPENDE DE CONVÊNIO COM A RFB, nos termos do artigo 199 do Código Tributário Nacional
ABRASF e outras entidades representativas, a par dos Municípios individualmente, tem buscado não só a interlocução com a RFB mas elaboraram proposta de lei complementar tribútária assegurando o direito dos fiscos reciprocamente REQUISITAREM informações detidas por outros órgãos da Administração Fiscal, caso pertinentes à sua esfera de competência tributária.