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PROJETO DE UM VARIADOR DE VELOCIDADES ESCALONADO COM QUATRO VELOCIDADES PARA UM AUTOMÓVEL ANTIGO. Lucas Abrantes Conde

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PROJETO DE UM VARIADOR DE VELOCIDADES ESCALONADO COM QUATRO VELOCIDADES PARA UM AUTOM ´OVEL ANTIGO

Lucas Abrantes Conde

Projeto de Gradua¸c˜ao apresentado ao Curso de Engenharia Mecˆanica da Escola Polit´ecnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Engenheiro.

Orientador: Fl´avio de Marco Filho

Rio de Janeiro Fevereiro de 2019

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecnica

DEM/POLI/UFRJ

PROJETO DE UM VARIADOR DE VELOCIDADES ESCALONADO COM QUATRO VELOCIDADES PARA UM AUTOM ´OVEL ANTIGO

Lucas Abrantes Conde

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MEC ˆANICA DA ESCOLA POLIT´ECNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESS ´ARIOS PARA A OBTENC¸ ˜AO DO GRAU DE ENGENHEIRO MEC ˆANICO.

Aprovada por:

Prof. Fl´avio de Marco Filho, D.Sc.

Prof. F´abio da Costa Figueiredo, D.Sc.

(3)

Conde, Lucas Abrantes

Projeto de um Variador de Velocidades Escalonado com Quatro Velocidades para um Autom´ovel Antigo/ Lucas Abrantes Conde. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Polit´ecnica, 2019.

XIV, 101 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Fl´avio de Marco Filho

Projeto de Gradua¸c˜ao – UFRJ/ Escola Polit´ecnica/ Curso de Engenharia Mecˆanica, 2019.

Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 67 – 68.

1. Variador de Velocidades Escalonado. 2. Caixa de Marchas. 3. Autom´ovel. 4. Projeto Mecˆanico. I. de Marco Filho, Fl´avio. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia Mecˆanica. III. Projeto de um Variador de Velocidades Escalonado com Quatro Velocidades para um Autom´ovel Antigo.

(4)

Agradecimentos

A meus pais, que nunca mediram esfor¸cos para que eu tivesse todas as oportunida-des poss´ıveis, e que me ajudaram na constru¸c˜ao do meu car´ater.

A meus familiares, por todo o carinho.

A todos os professores que contribu´ıram com minha forma¸c˜ao, desde o ensino fundamental at´e a universidade.

`

A minha namorada, pela companhia e por todos os bons momentos que passamos juntos.

Aos amigos que fiz nesta jornada, com quem tanto aprendi e me diverti.

Ao professor Fl´avio de Marco Filho, pelos ensinamentos e instru¸c˜ao no desenvolvi-mento deste projeto.

`

A Equipe Minerva Aerodesign, por todo o aprendizado, amizades, amadurecimento e experiˆencias proporcionados. Foi um prazer participar desse projeto e levarei essa vivˆencia para sempre na mem´oria.

(5)

Resumo do Projeto de Gradua¸c˜ao apresentado `a Escola Polit´ecnica/UFRJ como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Engenheiro Mecˆanico

PROJETO DE UM VARIADOR DE VELOCIDADES ESCALONADO COM QUATRO VELOCIDADES PARA UM AUTOM ´OVEL ANTIGO

Lucas Abrantes Conde

Fevereiro/2019

Orientador: Fl´avio de Marco Filho

Programa: Engenharia Mecˆanica

Este trabalho tem como objetivo projetar uma caixa de transmiss˜ao com quatro marchas e engrenagens cil´ındricas de dentes helicoidais para aplica¸c˜ao no sistema de transmiss˜ao de um autom´ovel. O variador foi projetado a partir de dados ini-ciais de potˆencia, torque e rela¸c˜oes de marcha e diferencial de um ve´ıculo antigo. Foram realizados c´alculos de dimensionamento de elementos de m´aquina e desenho de componentes do variador de velocidades. O dimensionamento das engrenagens seguir´a as f´ormulas propostas pela AGMA e o dimensionamento dos eixos seguir´a os crit´erios est´atico e de fadiga. Ap´os o dimensionamento ser´a apresentado o projeto atrav´es de desenhos t´ecnicos e montagem das pe¸cas e conjuntos explicitando cada componente do variador de velocidades, juntamente com a especifica¸c˜ao dos itens comerciais. Por fim, ser´a feita uma conclus˜ao do projeto.

Palavras-chave: Transmiss˜ao Mecˆanica, Engrenagens Helicoidais, Caixa de Mar-chas, Autom´ovel.

(6)

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Mechanical Engineer

DESIGN OF A FOUR-SPEED GEARBOX FOR AN AUTOMOBILE TRANSMISSION

Lucas Abrantes Conde

February/2019

Advisor: Fl´avio de Marco Filho

Department: Mechanical Engineering

This paper proposes the design of a four-speed gearbox with cylindrical gears with helical teeth for application in an automobile transmission system. The drive was designed from the inicial data of power, torque and gear and differential ratios of an old vehicle. Sizing calculation of machine elements and design of components of the speed drive were performed. The sizing of gears will follow the recomendations and criteria proposed by AGMA and the shaft sizing will follow static and fatigue criteria. After the sizing, the project will be presented through technical drawings and assembly of the parts explaining each component of the variable speed drive, along with the specification of the commercial items. Finally, a conclusion of the project will be made.

(7)

Sum´

ario

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xii

Lista de S´ımbolos e Abreviaturas xiv

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao . . . 1

1.2 Objetivo . . . 1

1.3 Organiza¸c˜ao do Trabalho . . . 2

2 Tipos de Transmiss˜ao Mecˆanica 3 2.1 Elementos Flex´ıveis . . . 3

2.1.1 Correias . . . 3

2.1.2 Correntes . . . 4

2.2 Engrenagens . . . 5

2.2.1 Cil´ındricas de Dentes Retos . . . 5

2.2.2 Cil´ındricas de Dentes Helicoidais . . . 7

2.2.3 Engrenagens cˆonicas . . . 8 2.2.4 Outros tipos . . . 9 3 Variadores de Velocidades 10 3.1 Cont´ınuos . . . 10 3.2 Escalonados . . . 11 3.3 Mecanismos de mudan¸ca . . . 12 3.3.1 Manual . . . 12 3.3.2 Autom´atico . . . 12

(8)

4 Projeto Preliminar 13

4.1 Dados iniciais . . . 13

4.2 Esquema Cinem´atico . . . 15

5 Metodologia de Dimensionamento 17 5.1 Engrenagens . . . 17

5.1.1 Resistˆencia `a flex˜ao . . . 17

5.1.2 Resistˆencia ao Desgaste Superficial . . . 21

5.2 Eixos . . . 25 5.2.1 Tens˜ao . . . 25 5.2.2 Fadiga . . . 25 5.3 Chavetas . . . 29 5.4 Estrias . . . 30 5.5 Rolamentos . . . 32

6 Mem´oria de c´alculo 33 6.1 Engrenagens . . . 33 6.1.1 Par 1-2 . . . 34 6.1.1.1 Fadiga de flex˜ao . . . 35 6.1.1.2 Desgaste superficial . . . 36 6.1.2 Par 3-4 . . . 38 6.1.2.1 Fadiga de flex˜ao . . . 38 6.1.2.2 Desgaste superficial . . . 39 6.1.3 Par 5-6 . . . 40 6.1.3.1 Fadiga de flex˜ao . . . 40 6.1.3.2 Desgaste superficial . . . 41 6.1.4 Par 7-8 . . . 42 6.1.4.1 Fadiga de flex˜ao . . . 42 6.1.4.2 Desgaste superficial . . . 44 6.1.5 Engrenagens marcha a r´e . . . 45

(9)

6.2 Eixos . . . 47 6.2.1 Entrada . . . 48 6.2.1.1 Tens˜ao . . . 48 6.2.1.2 Fadiga . . . 49 6.2.1.3 Resultados . . . 50 6.2.2 Sa´ıda . . . 51 6.2.2.1 Tens˜ao . . . 51 6.2.2.2 Fadiga . . . 51 6.2.2.3 Resultados . . . 52 6.2.3 R´e . . . 53 6.3 Chavetas . . . 53 6.3.1 Eixo de entrada . . . 53 6.3.2 Eixo de sa´ıda . . . 53 6.4 Estrias . . . 54 6.5 Rolamentos . . . 54 7 Sistemas Auxiliares 58 7.1 Mecanismo seletor de marcha . . . 58

7.2 Sincronizadores . . . 60

7.3 Carca¸ca . . . 62

7.4 Lubrifica¸c˜ao . . . 62

7.5 Parafusos . . . 63

8 Conclus˜oes 66 Referˆencias Bibliogr´aficas 67 A Diagramas de esfor¸cos 69 A.1 Eixo entrada . . . 69

A.2 Eixo sa´ıda . . . 72

A.3 Eixo r´e . . . 74

B Anexos 75 B.1 Cat´alogos e Desenhos . . . 75

(10)

Lista de Figuras

2.1 Tipos de correias [1] . . . 4

2.2 Corrente de rolos (esquerda) e silenciosa (direita) [2] . . . 5

2.3 Nomenclatura para engrenages cil´ındricas de dentes retos [3] . . . 6

2.4 Ilustra¸c˜ao do contato entre dentes de engrenagens [3] . . . 7

2.5 Nomenclatura de engrenagens helicoidais [3] . . . 8

2.6 Tipos de engrenagens e aplica¸c˜oes [4] . . . 9

3.1 Funcionamento CVT [5] . . . 11

3.2 Variador escalonado por engrenagens [6] . . . 12

4.1 Diagrama dente de serra . . . 15

4.2 Esquema cinem´atico, adaptado de [7] . . . 16

5.1 Fator de forma para engrenagem de 75 dentes . . . 18

5.2 Fator multiplicador para engrenagens com Z6=75 . . . 18

5.3 Fator geom´etrico J[3] . . . 19

5.4 Coeficientes do fator ka [3] . . . 19

5.5 Tabela de fatores de sobrecarga Ko [3] . . . 21

5.6 Tabela de coeficiente el´astico [3] . . . 22

5.7 Fator de rela¸c˜ao de durezas [3] . . . 24

5.8 Coeficientes do fator ka [3] . . . 26

5.9 Tabela de fator de temperatura [3] . . . 27

(11)

5.14 Medidas padronizadas para chavetas meia-lua [8] . . . 30

5.15 S´eries preferidas para diˆametros de 6mm a 58mm, adaptado de [9] . . 31

6.1 Tipos de h´elice [10] . . . 34

6.2 Identifica¸c˜ao dos mancais . . . 56

7.1 Ilustra¸c˜ao das hastes seletoras . . . 59

7.2 Acionamento da alavanca, adaptado de [6] . . . 59

7.3 Conjunto de hastes e garfos do mecanismo seletor . . . 59

7.4 Travamento das hastes seletoras [6] . . . 60

7.5 Elementos do sincronizador do tipo pino [11] . . . 61

7.6 Elementos do sincronizador do tipo lamela [11] . . . 61

7.7 Elementos do sincronizador de cone simples [12] . . . 61

7.8 Escolha de espessuras de paredes de fundi¸c˜ao [6] . . . 62

A.1 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 2 . . . 69

A.2 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 4 . . . 70

A.3 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 6 . . . 70

A.4 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 8 . . . 71

A.5 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 9 . . . 71

A.6 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 1 . . . 72

A.7 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 3 . . . 72

A.8 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 5 . . . 73

A.9 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 7 . . . 73

A.10 DCL, esfor¸co cortante e momento fletor para engrenagem 11 . . . 74

(12)

Lista de Tabelas

4.1 Velocidades finais por marcha e rota¸c˜ao . . . 14

5.1 Coeficientes do fator kb . . . 20

5.2 Coeficientes do fator kc . . . 20

5.3 Fator de distribui¸c˜ao de carga Km . . . 21

5.4 Fator de vida CL . . . 23

5.5 Fator de confiabilidade CR . . . 24

5.6 Coeficientes do fator kc . . . 26

6.1 Propriedades dos a¸cos utilizados . . . 35

6.2 Fatores modificadores . . . 35

6.3 Fatores de seguran¸ca `a fadiga de flex˜ao . . . 36

6.4 Valores para c´alculo de I . . . 36

6.5 Valores para c´alculo de SH . . . 36

6.6 Ciclos de carga de tra¸c˜ao do pinh˜ao . . . 37

6.7 Fatores de seguran¸ca ao desgaste superficial . . . 37

6.8 Propriedades dos a¸cos utilizados . . . 38

6.9 Fatores modificadores . . . 39

6.10 Fatores de seguran¸ca `a fadiga . . . 39

6.11 Valores para c´alculo de I . . . 39

6.12 Valores para c´alculo de SH . . . 39

6.13 Fatores de seguran¸ca ao desgaste . . . 40

(13)

6.18 Valores para c´alculo de I . . . 44

6.19 Fatores de seguran¸ca ao desgaste . . . 44

6.20 Propriedades dos a¸cos utilizados . . . 46

6.21 Fatores modificadores . . . 46

6.22 Fatores de seguran¸ca `a fadiga de flex˜ao . . . 46

6.23 Parˆametros das engrenagens . . . 47

6.24 Cargas atuantes no eixo de entrada . . . 48

6.25 Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens . . . 49

6.26 Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens . . . 49

6.27 Fatores modificadores . . . 50

6.28 Cargas atuantes no eixo de sa´ıda . . . 51

6.29 Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens . . . 51

6.30 Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens . . . 52

6.31 Fatores modificadores . . . 52

6.32 Parˆametros das estrias envolventais . . . 54

6.33 Coeficientes de seguran¸ca das estrias . . . 54

6.34 Porcentagem de uso das marchas . . . 55

6.35 Rea¸c˜oes nos apoios . . . 56

6.36 Rea¸c˜oes nos rolamentos de agulhas . . . 56

(14)

Lista de S´ımbolos e Abreviaturas

C Capacidade de carga dinˆamica do rolamento

De Diˆametro externo da engrenagem

Fa Carga axial

Fr Carga radial

P Carga dinˆamica equivalente do rolamento pN Passo circular normal da base

rc Raio do c´ırculo primitivo da coroa

rp Raio do c´ırculo primitivo do pinh˜ao

(15)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Motiva¸

ao

A engenharia est´a presente no cotidiano das pessoas, e n˜ao apenas no meio indus-trial. Dessa forma, os mesmos conhecimentos podem ser utilizados para entender e desenvolver as mais diversas aplica¸c˜oes. Neste projeto, o desenvolvimento de um va-riador de velocidades escalonado para aplica¸c˜ao automobil´ıstica, ser˜ao utilizados os conhecimentos e crit´erios de dimensionamento de elementos de m´aquinas adquiridos ao longo do curso de Engenharia Mecˆanica.

1.2

Objetivo

O objetivo principal deste trabalho ´e realizar o estudo de projeto para uma caixa de marchas automotiva, passando por todas as etapas necess´arias e explicitando a meto-dologia utilizada ao longo do desenvolvimento. Uma vez definidos os requerimentos para o variador, o trabalho deve ser capaz de expor com clareza as metodologias necess´arias para:

• Selecionar os parˆametros das engrenagens;

• Dimensionar os eixos e selecionar os materiais para os componentes; • Projetar a estrutura;

(16)

1.3

Organiza¸

ao do Trabalho

O capitulo dois ´e destinado a uma revis˜ao sobre os principais tipos de transmiss˜ao mecˆanica utilizados em engenharia.

O capitulo trˆes apresenta os principais tipos de variadores de velocidades, fazendo conex˜oes com as aplica¸c˜oes automotivas.

No quarto cap´ıtulo s˜ao apresentados os dados iniciais necess´arios ao desenvolvi-mento do projeto.

No cap´ıtulo cinco, ´e apresentada a metodologia (crit´erios e escolhas) necess´arios ao dimensionamento dos componentes do variador, tais como: engrenagens, eixos, rolamentos, dentre outros.

O memorial de c´alculo, com os resultados obtidos, ´e mostrado no cap´ıtulo seis, juntamente com algumas an´alises e coment´arios.

O s´etimo cap´ıtulo trata dos elementos auxiliares do variador.

Por fim, no ´ultimo cap´ıtulo s˜ao feitas as conclus˜oes finais e sugeridos poss´ıveis trabalhos futuros para complementar o presente estudo.

(17)

Cap´ıtulo 2

Tipos de Transmiss˜

ao Mecˆ

anica

A produ¸c˜ao de movimento ´e um processo que demanda energia vinda de alguma fonte, seja ela mecˆanica, el´etrica, t´ermica dentre outras. Contudo, ´e necess´aria alguma forma de transmitir essa energia da fonte at´e a aplica¸c˜ao desejada.

Como este trabalho trata de transmiss˜ao mecˆanica, ser´a feita uma breve apre-senta¸c˜ao sobre os tipos mais comuns.

2.1

Elementos Flex´ıveis

2.1.1

Correias

As correias, em conjunto com as polias, foram uma das primeiras formas de trans-miss˜ao de potˆencia. Fabricadas em materiais comp´ositos, com mistura de pol´ımeros (borracha) e fibras vegetais (algod˜ao ou cˆanhamo) ou met´alicas (arames ou cabos), s˜ao bastante utilizadas pelo seu pre¸co reduzido, em compara¸c˜ao a outros meios, e pela possibilidade de f´acil varia¸c˜ao de velocidades.

Suas principais vantagens s˜ao: f´acil manuten¸c˜ao, absor¸c˜ao de choques, baixo ru´ıdo, ausˆencia de lubrifica¸c˜ao dentre outras.

(18)

Figura 2.1: Tipos de correias [1]

2.1.2

Correntes

Correntes s˜ao elementos flex´ıveis compostos por partes r´ıgidas (elos) fabricados em a¸cos especiais tratados termicamente. Os elos s˜ao compostos por buchas e pinos tamb´em tratados, para resistˆencia ao desgaste e `a corros˜ao. S˜ao geralmente usados em aplica¸c˜oes em que, por alguma limita¸c˜ao (torque, distˆancia entre eixos, dentre outros), o uso da correia n˜ao ´e poss´ıvel.

As principais vantagens em rela¸c˜ao `as correias s˜ao: ausˆencia de deslizamento entre corrente e a roda dentada, maiores rela¸c˜oes de transmiss˜ao e a aplica¸c˜ao para distˆancias maiores. Por´em apresentam algumas desvantagens: ru´ıdo e choques mais elevados, menor velocidade de opera¸c˜ao e necessidade de lubrifica¸c˜ao e prote¸c˜ao contra sujeira.

H´a v´arios tipos de correntes, sendo as mais utilizadas as de rolos e as silenciosas. As de rolos s˜ao as mais comuns e possuem roletes que reduzem o atrito entre os elos e os dentes da roda. As silenciosas apresentam elos com formato de dentes

(19)

Figura 2.2: Corrente de rolos (esquerda) e silenciosa (direita) [2]

2.2

Engrenagens

Al´em das transmiss˜oes por elementos flex´ıveis, h´a tamb´em as transmiss˜oes r´ıgidas, representadas pelas engrenagens. Apesar de mais caras e complexas do que os modelos flex´ıveis, as engrenagens permitem um arranjo bastante compacto, preciso e confi´avel, com aplica¸c˜ao vasta at´e potˆencias elevadas.

H´a diferentes tipos de engrenagens, cada um pensado para uma dada aplica¸c˜ao. A seguir ser´a feito uma exposi¸c˜ao sobre os principais, bem como de suas carac-ter´ısticas.

2.2.1

Cil´ındricas de Dentes Retos

As engrenagens cil´ındricas de dentes retos constituem o tipo mais comum e mais simples de engrenagens. S˜ao empregadas para transmiss˜ao de movimento entre dois eixos paralelos. Um par de engrenagens ´e composto por um pinh˜ao (engrenagem menor) e uma coroa (engrenagem maior).

A seguir, ser˜ao expostos alguns termos utilizados no desenvolvimento deste tra-balho.

• C´ırculo primitivo: ´e o circulo te´orico sobre o qual os c´alculos se baseiam. Num par engrenado os c´ırculos primitivos se tangenciam. O diˆametro primitivo ´e obtido pela rela¸c˜ao:

(20)

Figura 2.3: Nomenclatura para engrenages cil´ındricas de dentes retos [3] • M´odulo: rela¸c˜ao entre o passo diametral e o n´umero de dentes. Expresso

geralmente em mil´ımetros, ´e o ´ındice de tamanho de dente do SI.

• Passo circular: distˆancia, no circulo primitivo, entre um ponto de um dente e seu correspondente no dente adjacente. ´E numericamente igual `a soma da espessura do dente com o v˜ao entre dentes.

p = πd

z = πm (2.2)

• Passo diametral: raz˜ao entre n´umero de dentes e diˆametro primitivo. P = z

d (2.3)

• Adendo: distˆancia radial entre o topo do dente e o diˆametro primitivo.

a = m (2.4)

• Dedendo: distˆancia radial do fundo do dente ao diˆametro primitivo. A soma do adendo e do dedendo d´a a altura do dente.

b = 1, 25m (2.5)

(21)

• ˆAngulo de press˜ao: ˆangulo formado pela linha de press˜ao e uma perpendicular `

a linha que une o centro das engrenagens. Seus valores mais comuns s˜ao 20o

ou 25o.

Numa engrenagem de perfil em involuta (ou envolvente), os pontos de con-tato ficam sobre uma mesma linha (linha ab na figura 2.4, permitindo uma transmiss˜ao em velocidade uniforme.

Figura 2.4: Ilustra¸c˜ao do contato entre dentes de engrenagens [3]

2.2.2

Cil´ındricas de Dentes Helicoidais

Engrenagens de dentes helicoidais, possuem dentes inclinados em rela¸c˜ao ao seu eixo de rota¸c˜ao. Podem ser usadas para eixos paralelos, ortogonais ou reversos.

Possuem algumas vantagens em compara¸c˜ao `as engrenagens de dentes retos como: carregamento mais suave e funcionamento silencioso, cargas dinˆamicas re-duzidas, opera¸c˜ao em velocidades elevadas dentre outras. Contudo, a inclina¸c˜ao dos dentes acaba por gerar esfor¸cos axiais, n˜ao presentes nas engrenagens de dentes retos, afetando os mancais, que devem suportar tais esfor¸cos.

A inclina¸c˜ao dos dentes ´e definida pelo ˆangulo de h´elice ψ, e tipicamente possui os valores de 15o, 25o, 30o ou 45o.

Por conta dessa inclina¸c˜ao, outros parˆametros (representados na figura abaixo) precisam ser definidos. S˜ao eles:

(22)

Figura 2.5: Nomenclatura de engrenagens helicoidais [3] • Passo circular transversal pt

• Passo circular normal pn

pn = pt× cos ψ (2.7)

• Passo circular axial pa

pa =

pt

cos ψ (2.8)

• Passo diametral normal Pt

Da rela¸c˜ao conhecida Pn ×pn = π, resulta

Pn=

Pt

cos ψ (2.9)

• ˆAngulo de press˜ao normal φn e tangencial φt, relacionados por

cos ψ = tan φn tan φt

(2.10)

(23)

2.2.4

Outros tipos

H´a ainda outros tipos de engrenagens, que s˜ao como variantes dos modelos j´a citados. A tabela a seguir ilustra esses tipos, assim como os j´a apresentados.

(24)

Cap´ıtulo 3

Variadores de Velocidades

Um variador de velocidade ´e um equipamento de transmiss˜ao de potˆencia res-pons´avel por fornecer velocidade de rota¸c˜ao e torque, produzidos por um motor, utilizando diferentes rela¸c˜oes de transmiss˜ao. No caso de ve´ıculos automotores, h´a v´arias situa¸c˜oes diferentes que exigem um desempenho espec´ıfico. Sem um variador, seria dif´ıcil atender a situa¸c˜oes como partidas e subidas, que exigem alto torque, e deslocamentos em altas velocidades, que necessitam de menos torque. Dessa ma-neira, o variador atua de forma a transmitir mais torque ou maior velocidade de rota¸c˜ao para cada situa¸c˜ao, conforme necess´ario.

Dentre os tipos de variadores de velocidade aplicados em ve´ıculos automotores, dois deles merecem destaque: os cont´ınuos e os escalonados.

3.1

Cont´ınuos

Esse tipo de variador permite, teoricamente, infinitas rela¸c˜oes de transmiss˜ao dentro de um intervalo de rota¸c˜oes. A transmiss˜ao nesse sistema pode ser feita por correias, rolos ou rodas.

O tipo mais comum encontrado desses variadores ´e o CVT (Continously Variable Trasmission) por polias de diˆametro vari´avel (figura 3.1) e transmiss˜ao por correias. Seu funcionamento se d´a atrav´es da varia¸c˜ao do diˆametro de contato entre as polias

(25)

correia se aproxima da extremidade da polia gerando um diˆametro maior, enquanto no caso de afastamento das paredes, a correia afunda no vale gerando um diˆametro menor. Esse movimento funciona de maneira oposta e simultˆanea nas duas polias do sistema, uma vez que a correia possui comprimento fixo e precisa estar sempre tensionada.

Figura 3.1: Funcionamento CVT [5]

3.2

Escalonados

Os variadores escalonados, possuem um n´umero finito de velocidades que podem ser geradas em um equipamento. Diferentemente dos variadores cont´ınuos, suas rela¸c˜oes de transmiss˜ao, ou marchas, s˜ao limitadas e inteiras. Em outras palavras, sabe-se exatamente quantas e quais rela¸c˜oes s˜ao poss´ıveis, e o valor exato de cada uma dessas rela¸c˜oes.

Os variadores escalonados podem ser compostos por elementos flex´ıveis ou por engrenagens, que podem ser fixas, loucas ou deslizantes.

As engrenagens fixas, como o nome j´a diz, s˜ao fixas no eixo, girando solid´arias ao mesmo. As engrenagens loucas tˆem a capacidade de girar independentemente do eixo, sendo solicitadas por um acoplamento, como uma chaveta (variadores do tipo chaveta m´ovel) ou um engrenamento (sincronizador). J´a os blocos deslizan-tes tamb´em giram solid´arios ao eixo por´em permitem movimenta¸c˜ao axial; muito comuns em m´aquinas operatrizes, podem ser duplos ou triplos, e o acoplamento desejado ´e obtido por meio do deslocamento axial dos mesmos.

(26)

Figura 3.2: Variador escalonado por engrenagens [6]

3.3

Mecanismos de mudan¸

ca

Os variadores citados precisam de algum mecanismo para realizar a mudan¸ca entre as marchas. Essa opera¸c˜ao pode ser realizada de modo manual ou autom´atico.

3.3.1

Manual

Nesse caso, a mudan¸ca ´e feita por um operador atrav´es de alavancas, manivelas ou volantes que ir˜ao acoplar as engrenagens necess´arias. Quando n˜ao h´a a necessidade de mudan¸ca de rela¸c˜ao de transmiss˜ao com a m´aquina em opera¸c˜ao, entende-se por uma mudan¸ca manual n˜ao-sincronizada. Quando esse acoplamento ´e necess´ario com a m´aquina em opera¸c˜ao, como ocorre nos autom´oveis, entende-se por uma mudan¸ca manual sincronizada. Nesse caso, durante a mudan¸ca, ´e necess´ario desacoplar o variador e o motor, o que ´e conseguido por meio de uma embreagem.

3.3.2

Autom´

atico

Numa caixa autom´atica, a troca ´e realizada sem a interferˆencia de um operador. Nesse caso, um conjunto de mecanismos, como um sistema de engrenagens pla-net´arias, aliado a um sistema hidr´aulico (conversor de torque), ir´a realizar a troca

(27)

Cap´ıtulo 4

Projeto Preliminar

4.1

Dados iniciais

O projeto desenvolvido neste trabalho se baseia em dados de um ve´ıculo antigo, produzido pela Volkswagem sob o nome SP2. Os dados utilizados no projeto foram:

Potˆencia: 75 [CV] @ 5000 rpm Torque: 13 [kgfm] @ 3400 rpm

Rela¸c˜oes de marcha:

1a: 3,80 — 2a: 2,06 — 3a: 1,32 — 4a: 0,89 — r´e: 3,88 — diferencial: 3,875 Pneu: 185/60 R14

A partir dos dados acima foi elaborado o diagrama dente de serra, ilustrando o desempenho da caixa de velocidades.

Para a confec¸c˜ao do diagrama foram contabilizadas as rela¸c˜oes de marcha e do diferencial, bem como as medidas do pneu. Para obter a velocidade em dada marcha e rota¸c˜ao foi utilizada a f´ormula a seguir.

velocidademarcha =

2 ∗ π ∗ rd∗ 0, 06

rela¸c˜aomarcha∗ rela¸c˜aodif erencial

∗ rpm (4.1)

Segundo NICOLAZZI[13], o raio dinˆamico pode ser aproximado por

rd= 1, 02re (4.2)

Onde o raio est´atico possui o valor

(28)

O diˆametro do pneu ´e fun¸c˜ao de sua largura (185mm), de seu perfil (60% da largura) e do raio (14pol). Logo, tem-se:

D = (0, 60 ∗ 185) ∗ 2 + 14 ∗ 25, 4 = 577, 6mm Resultando em

re = 271, 5mm

e

rd = 276, 9mm

Com esses valores e com as rela¸c˜oes de cada marcha foi montada a tabela 4.1, utilizando a equa¸c˜ao 4.1. As linhas em destaque correspondem aos limites infe-rior e supeinfe-rior para as rota¸c˜oes; no caso, o m´aximo torque e a m´axima potˆencia, respectivamente.

Tabela 4.1: Velocidades finais por marcha e rota¸c˜ao

RPM 1a (km/h) 2a (km/h) 3a (km/h) 4a (km/h) R´e (km/h) 1000 7,18 13,08 20,44 30,31 7,18 1500 10,78 19,63 30,65 45,46 10,78 2000 14,37 26,17 40,87 60,61 14,37 2500 17,96 32,71 51,09 75,77 17,96 3000 21,55 39,25 61,31 90,92 21,55 3400 24,42 44,49 69,48 103,04 24,42 3500 25,14 45,80 71,53 106,07 25,14 4000 28,74 52,34 81,75 121,23 28,74 4500 32,33 58,88 91,96 136,38 32,33 5000 35,92 65,42 102,18 151,53 35,92

(29)

Figura 4.1: Diagrama dente de serra

Usualmente, durante as trocas, a rota¸c˜ao deve se manter acima da rota¸c˜ao de m´aximo torque, o que n˜ao ocorre neste caso. A configura¸c˜ao com quatro marchas compromete o escalonamento da caixa, por´em tem como vantagem a diminui¸c˜ao do n´umero de componentes.

4.2

Esquema Cinem´

atico

Um esquema cinem´atico representa, de forma simplificada, o arranjo geom´etrico de um variador bem como os seus componentes principais. Sua utiliza¸c˜ao permite uma visualiza¸c˜ao geral do funcionamento do variador, al´em de servir como base para o m´etodo iterativo de escolha de parˆametros dos componentes. Baseando-se no esquema geral do variador, ´e poss´ıvel escolher e dimensionar os componentes da melhor forma sempre considerando como as partes se comportam em conjunto.

A figura 4.2 apresenta o esquema cinem´atico para o variador desenvolvido neste projeto.

(30)

Figura 4.2: Esquema cinem´atico, adaptado de [7]

Do diagrama ´e poss´ıvel obter algumas informa¸c˜oes importantes. H´a um total de trˆes eixos: os de entrada e de sa´ıda e um intermedi´ario para revers˜ao. H´a ainda quatro pares de engrenagens helicoidais para as velocidades do variador. Destas engrenagens, em cada eixo h´a duas fixas no eixo e duas que giram loucas, dispostas de forma alternada. O mecanismo de r´e ´e composto por engrenagens de dentes retos.

(31)

Cap´ıtulo 5

Metodologia de Dimensionamento

5.1

Engrenagens

O dimensionamento seguiu o modelo proposto pela AGMA, por meio dos crit´erios de fadiga de flex˜ao e desgaste superficial. Nesta se¸c˜ao ser˜ao apresentadas as equa¸c˜oes e parˆametros necess´arios para os c´alculos e posteriormente ser˜ao apresentados os resultados para cada par de engrenagens.

O modelo apresentado ser´a voltado para as engrenagens helicoidais, por´em as mudan¸cas necess´arias para as engrenagens de dentes retos ser˜ao sinalizadas conforme necessidade.

5.1.1

Resistˆ

encia `

a flex˜

ao

A tens˜ao de flex˜ao atuante nos dentes pode ser definida por σ = Wt

Kv.F.J.m

(5.1) O esfor¸co tangencial WT ´e obtido a partir da potˆencia e da velocidade perif´erica,

como segue WT = P ot[kW ] v (5.2) sendo v = π.dp.n 60 (5.3) dp = m.z (5.4)

(32)

m = mn

cos ψ (5.5)

O fator dinˆamico Kv ´e proposto pela AGMA e ´e expresso por

Kv =

s

5, 56

5, 56 +√v (5.6)

O fator de forma J para engrenagens helicoidais ´e obtido pela equa¸c˜ao abaixo.

J = J75 x MJ (5.7)

Os fatores J75 e MJ s˜ao obtidos nos gr´aficos[14] a seguir.

Figura 5.1: Fator de forma para engrenagem de 75 dentes

Figura 5.2: Fator multiplicador para engrenagens com Z6=75 Para engrenagens de dentes retos deve-se usar o gr´afico 5.3.

(33)

Figura 5.3: Fator geom´etrico J[3]

Ap´os o c´alculo da tens˜ao de flex˜ao σ, o fator de seguran¸ca do projeto dever´a ser calculado. Para isso, ser´a necess´ario calcular a tens˜ao de fadiga e os fatores de carga Ko e Km.

A tens˜ao de fadiga ´e calculada por

Se = ka.kb.kc.kd.ke.kf.Se0 (5.8)

Onde os fatores s˜ao obtidos por meio das tabelas mostradas a seguir: • Ka – Fator de acabamento superficial

ka = a.Sutb

Figura 5.4: Coeficientes do fator ka [3]

(34)

Tabela 5.1: Coeficientes do fator kb

M´odulo Fator kb M´odulo Fator kb

1 a 2 1,000 3,5 0,942 2,25 0,984 4 0,930 2,5 0,974 4,5 0,920 2,75 0,965 5 0,910 3 0,956 5,5 0,902 • Kc – Fator de confiabilidade

Tabela 5.2: Coeficientes do fator kc

Confiabilidade Fator kc Confiabilidade Fator kc

0,5 1,000 0,999 0,753 0,90 0,897 0,9999 0,702 0,95 0,868 0,99999 0,659 0,99 0,814 0,999999 0,620 • Kd – Fator de temperatura kd= 1 → T ≤ 350oC kd= 0, 5 → 350 < T < 500oC

• Ke – Fator de concentra¸c˜ao de tens˜oes

Seu valor j´a est´a contabilizado no fator J • Kf – Efeitos diversos kf = 1, 33 → Sut≤ 1400M P a kf = 2 1 +Su700 t  → S ut> 1400M P a 0

(35)

Com isso, o fator η pode ser obtido por meio de η = ηG Ko.Km (5.9) ηG = Se σ (5.10)

Onde os fatores Ko e Km vem das tabelas a seguir. Para a tabela 5.3, os valores em parˆenteses se referem a engrenagens helicoidais.

Figura 5.5: Tabela de fatores de sobrecarga Ko [3]

Tabela 5.3: Fator de distribui¸c˜ao de carga Km

Largura do dente

Caracter´ısticas 0-50 150 225 400+

Montagem acurada 1,3 (1,2) 1,4 (1,3) 1,5 (1,4) 1,8 (1,7) Montagem menos r´ıgida 1,6 (1,5) 1,7 (1,6) 1,8 (1,7) 2,2 (2,0)

Montagem ruim 2,2+(2,0+)

5.1.2

Resistˆ

encia ao Desgaste Superficial

O procedimento para o desgaste superficial ´e equivalente ao de fadiga, iniciando pelo c´alculo da tens˜ao superficial

σH = −CP

s

Wt,p

CV.F.dp.I

(5.11)

(36)

Figura 5.6: Tabela de coeficiente el´astico [3] • Cv – fator para efeitos dinˆamicos

possui o mesmo valor de Kv, mostrado na se¸c˜ao anterior.

• I - fator geom´etrico

I = cosθ.senθ

2 .

i

i + 1 (5.12)

Sendo i a rela¸c˜ao de transmiss˜ao do par engrenado e θ o ˆangulo de press˜ao. Para engrenagens helicoidais ´e incluido ainda outro fator, resultando em

I = cosθ.senθ 2.mN

. i

i + 1 (5.13)

O valor de mN ´e obtido pelas equa¸c˜oes a seguir

mN = pN 0, 95.Zl (5.14) pN = pn. cos φn (5.15) pn = π.mn (5.16) J´a o valor de Zl,vem de Zl= q (rp+ a)2 − r2 + q (rp+ a)2− r2 − (rp+ rc).sen(φt) (5.17)

(37)

(2) → q

(rp+ a)2− r2bc

(3) → (rp + rc).sen(φt)

Para o valor de Zl, h´a trˆes condi¸c˜oes poss´ıveis:

Se (1) > (3) → Zl = (2)

Se (2) > (3) → Zl = (1)

Se (1) e (2) < (3) → Zl = (1) + (2) − (3)

O pr´oximo passo ´e calcular a tens˜ao de desgaste superficial SH, por meio de

SH = SC.

CL.CH

CT.CR

(5.18) • SC - resistˆencia ao desgaste superficial para a¸cos de grau 1 e vida de at´e 108

ciclos.

SC = 2, 35.HB + 162, 89[M P a] (5.19)

• CL – fator de vida

Tabela 5.4: Fator de vida CL

Ciclos de Vida CL

104 1,5

105 1,3

106 1,1

108 e maior 1,0

• CH – fator de rela¸c˜ao de durezas

Contabilizado apenas para a coroa. Para engrenagens cil´ındricas de dentes retos, CH=1

K = HBP HBC

(38)

Figura 5.7: Fator de rela¸c˜ao de durezas [3] • CT – fator de temperatura CT = 1 → T ≤ 120oC CT = (T + 260) 380 → 120 < T < 500 oC • CR – fator de confiabilidade

Tabela 5.5: Fator de confiabilidade CR

Confiabilidade CR

at´e 0,99 0,8 de 0,99 at´e 0,999 1,0 a partir de 0,999 1,25 e acima

Ap´os o c´alculo da tens˜ao de desgaste σH, o fator de seguran¸ca do projeto dever´a

(39)

ηG = Wt,p Wt (5.21) Wt,p =  SH Cp 2 .Kv.F.dp.I (5.22)

5.2

Eixos

Ap´os o dimensionamento das engrenagens, com a largura da face e as cargas atuantes definidas para cada uma delas, foi poss´ıvel estimar o comprimento de cada eixo e calcular os esfor¸cos e o diˆametro m´ınimo recomendado.

Para o dimensionamento dos eixos foi considerado cada engrenamento em sepa-rado e o diˆametro necess´ario para cada se¸c˜ao do eixo. Para tal, foram considerados para caso est´atico e fadiga, respectivamente, os crit´erios de Von Mises, tamb´em conhecido como M´axima Energia de Distor¸c˜ao e o crit´erio de Soderberg, que se apresenta mais conservador, segundo BUDYNAS[3]. O diˆametro final considerado ´e o maior entre os dois crit´erios.

A tens˜ao produzida pelo carregamento axial ´e bastante inferior `as produzidas pela flex˜ao e tor¸c˜ao. Dessa forma, pode-se desprezar sua influˆencia no dimensiona-mento.

5.2.1

Tens˜

ao

dmin = ( 32.CS π.Sy .  M2+ 3 4.T 2 12) 1 3 (5.23)

5.2.2

Fadiga

dmin =    32.CS π .  M Se 2 + T Sy 2! 1 2    1 3 (5.24)

Para o c´alculo do limite de resistˆencia `a fadiga Se, expresso pela equa¸c˜ao abaixo, precisamos definir os fatores que se seguem.

(40)

• Ka – Fator de acabamento superficial

ka = a.Sutb

Figura 5.8: Coeficientes do fator ka [3]

• Kb – Fator de tamanho e dimens˜ao

kb = 1, 24.d−0,107→ 2, 79 ≤ d ≤ 51mm

kb = 1, 51.d−0,157→ 51 < d ≤ 254mm

• Kc – Fator de confiabilidade

Tabela 5.6: Coeficientes do fator kc

Confiabilidade Fator kc Confiabilidade Fator kc

0,5 1,000 0,999 0,753

0,90 0,897 0,9999 0,702

0,95 0,868 0,99999 0,659

0,99 0,814 0,999999 0,620

(41)

Figura 5.9: Tabela de fator de temperatura [3] • Ke – Fator de concentra¸c˜ao de tens˜oes

ke =

1 k∗f k∗f = 1 + q.(kt− 1)

Os valores de q e kt podem ser obtidos dos gr´aficos abaixo. Para uma

esti-mativa inicial, pode-se utilizar os valores mostrados na figura 5.11 para kt.

Contudo, para valida¸c˜ao dos resultados, ap´os escolhido o diˆametro do eixo, deve-se utilizar os valores das outras figuras.

(42)

Figura 5.11: Estimativa inicial para fator kt [3]

Figura 5.12: Fator kt para flex˜ao [3]

• Kf – Efeitos diversos

Este fator ´e usado para compensar considera¸c˜oes geralmente desprezadas, mas cujo efeito em situa¸c˜oes cr´ıticas n˜ao deve ser ignorado. Alguns exemplos s˜ao: corros˜ao das mais diversas formas, revestimentos met´alicos (chapeamento), pulveriza¸c˜ao met´alica, dentre outros.

Neste projeto tais efeitos ser˜ao desprezados, implicando em kf=1.

• S0

e – Limite de enduran¸ca

f lex˜ao → Sut/2 → Sut ≤ 1400M P a 700 → Sut > 1400M P a

(43)

5.3

Chavetas

Chavetas s˜ao elementos de transmiss˜ao de torque do eixo para um elemento transmissor, por exemplo uma engrenagem. Possuem dimens˜oes padronizadas, em fun¸c˜ao do diˆametro do eixo no qual ser˜ao inseridas.

O tipo mais comum ´e a chaveta retangular, cujas dimens˜oes est˜ao representa-das na figura a seguir.

Figura 5.13: Medidas padronizadas para chavetas retangulares [8]

Outro tipo de chaveta utilizado neste trabalho ´e a Woodruff ou meia-lua. Dentre suas vantagens pode-se citar: o compartimento da chaveta n˜ao precisa adentrar a regi˜ao de concentra¸c˜ao de tens˜ao e apresenta melhor concentricidade na montagem, prevenindo rolamento da chaveta.

(44)

Figura 5.14: Medidas padronizadas para chavetas meia-lua [8]

O dimensionamento das chavetas pode considerar dois crit´erios: cisalhamento e flex˜ao, sendo este mais conservador. Os dois s˜ao representados, respectiva-mente, pelas equa¸c˜oes 5.26 e 5.27.

τcis = 2.T d.b.L (5.26) σcomp = 4.T d.t1.L (5.27) σm´ax = q (σcomp)2+ 3(τcis)2 (5.28)

5.4

Estrias

Estrias s˜ao elementos de transmiss˜ao de torque. Funcionam como m´ultiplas chavetas e, por serem usinadas no eixo, sem rasgos como ocorre nestas, per-mitem um eixo mais forte do que se fosse chavetado.

As estrias utilizadas neste projeto s˜ao do tipo envolvental que possuem vanta-gens sobre as estrias retas tais quais: menor concentra¸c˜ao de tens˜oes, melhor

(45)

b´asicos: compress˜ao e cisalhamento, este segundo mais cr´ıtico e, portanto, foi o considerado. Sy CS = 4.T π.d2 p.L (5.29) Onde CS = n1.n2 1, 5 ≤ n1 ≤ 2, 5 e n2 = 1, 25

O dimensionamento e escolha das estrias tomou como base a norma DIN 5480, que indica o n´umero de dentes da estria em raz˜ao do diˆametro de referˆencia do eixo e do m´odulo dos dentes, conforme ilustrado na tabela 5.15.

(46)

5.5

Rolamentos

O dimensionamento seguiu as recomenda¸c˜oes e dados dispon´ıveis no site da SKF.

Para a escolha dos rolamentos ´e necess´ario, conhecer a rea¸c˜ao nos mancais e a rota¸c˜ao do eixo. Com esses valores, poder´a ser calculada a capacidade de carga dos rolamentos e por fim sua vida nominal. Como engrenagens helicoidais produzem esfor¸cos axiais, estes devem ser considerados nos c´alculos.

A vida nominal em horas de um rolamento ´e obtida a partir da equa¸c˜ao 5.30.

L10h = 106 60.n.  C P 10/3 (5.30) A capacidade de carga dinˆamica ´e obtida por meio das equa¸c˜oes 5.31 e 5.32, para rolamentos de rolos cil´ındricos e de rolos cˆonicos, respectivamente

Fa/Fr > e → P = 0, 92.Fr+ Y.Fa (5.31)

Fa/Fr > e → P = 0, 4.Fr+ Y.Fa (5.32)

Para os rolamentos de agulhas, como n˜ao h´a influˆencia da carga axial, P = Fr. Neste caso, o esfor¸co ´e aquele gerado pelas engrenagens, composto pelas

(47)

Cap´ıtulo 6

Mem´

oria de c´

alculo

Neste cap´ıtulo ser˜ao apresentados os resultados e decis˜oes relacionados ao pro-jeto dos componentes. Os c´alculos s˜ao baseados na metodologia apresentada no cap´ıtulo anterior.

Os parˆametros iniciais considerados foram apresentados no cap´ıtulo quatro. Para o projeto das engrenagens foi considerado ainda como condi¸c˜ao inicial a distˆancia entre os eixos de 70mm.

6.1

Engrenagens

A partir das equa¸c˜oes apresentadas anteriormente, foi elaborada uma planilha no Excel de modo a permitir uma melhor visualiza¸c˜ao dos resultados, em fun¸c˜ao da altera¸c˜ao dos parˆametros.

Os parˆametros comuns aos diferentes pares s˜ao o ˆangulo de press˜ao (θ = 20o)

e, para as engrenagens helicoidais, o ˆangulo de h´elice (ψ = 30o). Para as engrenagens do eixo de entrada foi adotada h´elice direita e para o de sa´ıda, h´elice esquerda, conforme ilustrado na figura 6.1.

(48)

Figura 6.1: Tipos de h´elice [10]

Para o dimensionamento das engrenagens foi escolhida, seguindo reco-menda¸c˜ao de DE CASTRO [15], a condi¸c˜ao de m´aximo torque. Essa condi¸c˜ao foi escolhida pois constitui uma condi¸c˜ao mais cr´ıtica de funcionamento, rara-mente alcan¸cada. Dessa forma, podemos desenvolver o projeto sabendo que o mesmo resistir´a por mais tempo que o idealizado.

6.1.1

Par 1-2

Iniciando com o n´umero de dentes do pinh˜ao e da coroa, foram escolhidos, respectivamente, 12 e 45 dentes, resultando em i=3,75. Para o pinh˜ao, foi es-colhido o menor n´umero de dentes para os quais foram encontradas informa¸c˜oes na literatura de referˆencia. O valor da rela¸c˜ao ´e ligeiramente inferior ao valor original, por´em n˜ao apresentou influˆencia significativa nos resultados.

Com os valores de Zp e Zc, ψ e a distˆancia entre os eixos foi poss´ıvel calcular

o m´odulo do par, por meio da rela¸c˜ao deixos =

dpc+ dpp

2

Substituindo as equa¸c˜oes 5.4 e 6.2 e isolando o m´odulo, resulta mn=

2. cos ψ.deixos

(Z1+ Z2)

(6.1)

(49)

Para encontrar a potˆencia na condi¸c˜ao de Tm´ax usa-se a rela¸c˜ao abaixo, que resulta em Pot = 45391W P ot[W ] = 2.π.n 60 . T [kgf m] 75 .735, 5 6.1.1.1 Fadiga de flex˜ao

Definido o m´odulo normal, e com as informa¸c˜oes de torque e rota¸c˜ao, foram obtidos, utilizando as equa¸c˜oes da se¸c˜ao 5.1.1 os valores a seguir.

v = 5, 247m/s WT = 8651N

Kv = 0, 842

Substituindo os valores obtidos das figuras 5.1 e 5.2 em 5.7 resulta J = 0, 37 × 0, 98 = 0, 363

Para calcular a tens˜ao de flex˜ao ´e necess´ario calcular a resistˆencia `a fadiga e os fatores de seguran¸ca.

A engrenagem 2 ser´a produzida diretamente no eixo. Assim o material esco-lhido para este e, logo, o da engrenagem foi o a¸co AISI 5160 T&R 205C. Para a engrenagem 1 foi escolhido o a¸co AISI 5115 (equivalente ao 16MnCr5), muito comum em engrenagens automotivas, por ser um bom a¸co para cementa¸c˜ao. As propriedades dos a¸cos est˜ao apresentadas na tabela abaixo.

Tabela 6.1: Propriedades dos a¸cos utilizados A¸co Sut[MPa] Sy[MPa] HB

AISI 5160 2220 1793 520

AISI 5115 1405 700 306

Para tal, os fatores modificadores s˜ao

Tabela 6.2: Fatores modificadores

engrenagem ka kb kc kd kf Se0 Se

2 0,821 0,992 0,868 1 1,521 700 752,1 1 0,853 0,982 0,868 1 1,330 700 686,5

(50)

Da figura 5.5 para choques moderados na fonte e uniforme na maquina acio-nada, Ko = 1,25. para uma montagem acurada, Km = 1,2. Foi escolhido F =

25mm, resultando em

Tabela 6.3: Fatores de seguran¸ca `a fadiga de flex˜ao engrenagem ηG η

2 1,63 1,10

1 1,80 1,23

Os valores finais ficaram ligeiramente inferiores `a recomenda¸c˜ao de MAZZO[16] de η ≥ 1, 3. Contudo os crit´erios utilizados no dimensionamento s˜ao bastante conservadores. As fabricantes possuem uma s´erie de levantamentos acerca das condi¸c˜oes de dimensionamento adequadas. Como tais informa¸c˜oes s˜ao sigilosas, optou-se por utilizar os crit´erios did´aticos, sabendo-se que no caso real a durabilidade seria ainda maior.

6.1.1.2 Desgaste superficial

Para encontrar a tens˜ao de desgaste ser´a utilizada a metodologia da se¸c˜ao 5.1.2 Cp = 191

Cv = Kv = 0, 842

Para calcular o valor do fator I, iniciando por Zl, temos

Tabela 6.4: Valores para c´alculo de I

engrenagem (1) (2) (3) Zl pN I

2 9,99 26,42 27,12 9,29 6,279 0,198 1 26,42 85,63 101,7 10,35 6,279 0,221

Para encontrar a tens˜ao de desgaste SH, os valores s˜ao

(51)

Para o c´alculo de CL, foram comsiderados dados de ciclos de carga de tra¸c˜ao

para o pinh˜ao de cada marcha. Esses dados, v´alidos para cinco marchas, foram apresentados por DE CASTRO[15], baseados na norma DIN 3990[17]. Como este projeto utiliza apenas quatro, foram feitos ajustes nesses valores, distribuindo os ciclos da marcha extra, como mostrado na tabela 6.6.

Tabela 6.6: Ciclos de carga de tra¸c˜ao do pinh˜ao marcha N5marchas N4marchas

R´e 105 105 1a 2.106 2.106 2a 3.107 1.108 3a 6.107 1.108 4a 7.107 1.108 5a 1.108

-Com estes valores, e com dpc=110,52mm e dpp=29,47mm, ´e poss´ıvel calcular

os fatores de seguran¸ca

Tabela 6.7: Fatores de seguran¸ca ao desgaste superficial engrenagem Wt,p ηG η

2 12214 1,56 1,04

1 21532 2,74 1,78

Novamente, os fatores s˜ao adequados segundo recomenda¸c˜ao de MAZZO[16], de η ≥ 1, 0.

Al´em disso, a norma DIN 3990 estipula que o coeficiente de desgaste seja menor do que o de fadiga de flex˜ao, visto que uma falha no dente determina o fim da vida do componente.

No par estudado, a coroa apresentou o η de desgaste maior, provavelmente em decorrˆencia das condi¸c˜oes cr´ıticas do dimensionamento e poder´a ser buscada uma melhor configura¸c˜ao em trabalhos futuros.

(52)

6.1.2

Par 3-4

Para o n´umero de dentes do pinh˜ao e da coroa, foram escolhidos, respectivamente, 17 e 35 dentes, resultando em i=2,06.

De forma an´aloga ao par anterior, com a equa¸c˜ao 6.2, resulta mn=2,332. Novamente,

o valor encontrado n˜ao ´e padronizado. Por´em, vale a mesma justificativa do par anterior.

6.1.2.1 Fadiga de flex˜ao

Definido o m´odulo normal, e com as informa¸c˜oes de torque e rota¸c˜ao, foram obtidos, utilizando as equa¸c˜oes da se¸c˜ao 5.1.1 os valores a seguir.

v = 8, 149m/s WT = 5570N

Kv = 0, 813

Substituindo os valores obtidos das figuras 5.1 e 5.2 em 5.7 resulta J = 0, 43 × 0, 97 = 0, 416

Para calcular a tens˜ao de flex˜ao ´e necess´ario calcular a resistˆencia `a fadiga e os fatores de seguran¸ca.

A engrenagem 4 tamb´em ser´a produzida diretamente no eixo. Assim ser´a feito de a¸co AISI 5160 T&R 205C e a engrenagem 3, de a¸co AISI 5115.

Tabela 6.8: Propriedades dos a¸cos utilizados A¸co Sut[MPa] Sy[MPa] HB

AISI 5160 2220 1793 520

(53)

Tabela 6.9: Fatores modificadores

engrenagem ka kb kc kd kf Se0 Se

4 0,821 0,981 0,868 1 1,521 700 743,6 3 0,853 0,981 0,868 1 1,330 700 678,7

Com os mesmos valores de Ko e Km anteriores, e para F = 18mm, resulta

Tabela 6.10: Fatores de seguran¸ca `a fadiga engrenagem ηG η

4 2,19 1,46

3 2,11 1,40

Os valores finais atendem `a recomenda¸c˜ao de MAZZO[16].

6.1.2.2 Desgaste superficial

Para encontrar a tens˜ao de desgaste ser´a utilizada a metodologia da se¸c˜ao 5.1.2 Cp = 191

Cv = Kv = 0, 813

Para calcular o valor do fator I, iniciando por Zl, temos

Tabela 6.11: Valores para c´alculo de I

engrenagem (1) (2) (3) Zl pN I

4 13,81 23,63 27,13 10,32 6,884 0,171 3 23,63 43,25 55,85 11,04 6,884 0,183

Para encontrar a tens˜ao de desgaste SH, os valores s˜ao

Tabela 6.12: Valores para c´alculo de SH

engrenagem SC CL CH CR CT SH

4 1385 1,0 1 0,8 1 1731

(54)

Com estes valores, e com dpc=94,25mm e dppc=45,78mm, ´e poss´ıvel calcular os

fa-tores de seguran¸ca

Tabela 6.13: Fatores de seguran¸ca ao desgaste engrenagem Wt,p ηG η

4 9421 1,63 1,08

3 8754 1,76 1,17

Novamente, os fatores s˜ao adequados segundo recomenda¸c˜ao de MAZZO[16]. Al´em disso, os coeficientes de desgaste s˜ao menores do que os de fadiga de flex˜ao, aten-dendo a norma DIN 3990.

6.1.3

Par 5-6

Para o n´umero de dentes do pinh˜ao e da coroa, foram escolhidos, respectivamente, 22 e 29 dentes, resultando em i=1,32.

De forma an´aloga aos pares anteriores, com a equa¸c˜ao 6.2, resulta mn=2,377.

No-vamente, o valor encontrado n˜ao ´e padronizado. Por´em, vale a mesma justificativa do par anterior.

6.1.3.1 Fadiga de flex˜ao

Definido o m´odulo normal, e com as informa¸c˜oes de torque e rota¸c˜ao, foram obtidos, utilizando as equa¸c˜oes da se¸c˜ao 5.1.1 os valores a seguir.

v = 10, 750m/s WT = 4223N

Kv = 0, 793

(55)

As engrenagem 5 e 6 foram produzidas em a¸co AISI 5115. As propriedades s˜ao as mesmas citadas anteriormente. Por´em este par ser´a cementado para obter uma dureza final de 440HB. Os fatores modificadores s˜ao ka= 0, 853 kb = 0, 979 kc= 0, 868 kd= 1 kf = 1, 335 Se0 = 700 Se = 677, 5

Com os mesmos valores de Ko e Km anteriores, e para F = 15mm, resulta

Tabela 6.14: Fatores de seguran¸ca `a fadiga engrenagem ηG η

6 2,20 1,46

5 2,28 1,52

Os valores finais atendem `a recomenda¸c˜ao de MAZZO[16].

6.1.3.2 Desgaste superficial

Para encontrar a tens˜ao de desgaste ser´a utilizada a metodologia da se¸c˜ao 5.1.2 Cp = 191

Cv = Kv = 0, 793

Para calcular o valor do fator I, iniciando por Zl, temos

Tabela 6.15: Valores para c´alculo de I

engrenagem (1) (2) (3) Zl pN I

6 16,91 20,80 27,12 10,59 7,017 0,146 5 20,80 25,85 35,75 10,90 7,017 0,150

(56)

Para encontrar a tens˜ao de desgaste SH, os valores para as duas engrenagens s˜ao iguais e valem SC = 1197 CL= 1, 0 CH = 1, 0 CR= 0, 8 CT = 1, 0 SH = 1496

Com estes valores, e com dpc=79,60mm e dppc=60,38mm, ´e poss´ıvel calcular os

fa-tores de seguran¸ca

Tabela 6.16: Fatores de seguran¸ca ao desgaste engrenagem Wt,p ηG η

6 6420 1,52 1,02

5 8709 2,06 1,38

Os fatores s˜ao adequados, segundo recomenda¸c˜ao de MAZZO[16] e os coeficientes de desgaste s˜ao menores do que os de fadiga de flex˜ao, conforme a norma DIN 3990.

6.1.4

Par 7-8

Para este par o elemento motriz ´e a coroa. Para o pinh˜ao e a coroa, foram escolhidos, respectivamente, 24 e 27 dentes, resultando em i=0,89.

Como este par possui o mesmo somat´orio de n´umero de dentes do par anterior, o m´odulo ser´a o mesmo daquele par, mn=2,377. Novamente, vale a justificativa para

o valor n˜ao padronizado.

(57)

WT = 3441N

Kv = 0, 778

Substituindo os valores obtidos das figuras 5.1 e 5.2 em 5.7 resulta J = 0, 453 × 0, 954 = 0, 432

Para calcular a tens˜ao de flex˜ao ´e necess´ario calcular a resistˆencia `a fadiga e os fatores de seguran¸ca.

As engrenagem 7 e 8 foram produzidas em a¸co AISI 5115. As propriedades s˜ao as mesmas citadas anteriormente. Por´em este par ser´a cementado para obter uma dureza final de 440HB.

Os fatores modificadores s˜ao os mesmos do caso anterior, valendo ka= 0, 853 kb = 0, 979 kc= 0, 868 kd= 1 kf = 1, 335 Se0 = 700 Se = 677, 5

Com os mesmos valores de Ko e Km anteriores, e para F = 13mm, resulta

Tabela 6.17: Fatores de seguran¸ca `a fadiga engrenagem ηG η

7 2,31 1,54

8 2,36 1,57

(58)

6.1.4.2 Desgaste superficial

Para encontrar a tens˜ao de desgaste ser´a utilizada a metodologia da se¸c˜ao 5.1.2 Cp = 191

Cv = Kv = 0, 778

Para calcular o valor do fator I, iniciando por Zl, temos

Tabela 6.18: Valores para c´alculo de I

engrenagem (1) (2) (3) Zl pN I

7 18,03 16,54 24,10 10,46 7,017 0,119 8 19,70 18,03 27,12 10,61 7,017 0,121

Para encontrar a tens˜ao de desgaste SH, os valores para as duas engrenagens s˜ao

iguais e valem SC = 1197 CL= 1, 0 CH = 1, 0 CR= 0, 8 CT = 1, 0 SH = 1496

Com estes valores, e com dpc=74,11mm e dppc=65,87mm, ´e poss´ıvel calcular os

fa-tores de seguran¸ca

Tabela 6.19: Fatores de seguran¸ca ao desgaste engrenagem Wt,p ηG η

7 4865 1,51 1,03

(59)

6.1.5

Engrenagens marcha a r´

e

Para o sistema de marcha a r´e foram escolhidos os mesmos valores do n´umero de dentes da primeira marcha; para pinh˜ao e coroa, respectivamente, 12 e 45 dentes, resultando numa rela¸c˜ao final i=3,75. Contudo, para que ocorra a revers˜ao, foi introduzida uma engrenagem intermedi´aria com 20 dentes.

Para a escolha do m´odulo foi necess´ario que os diˆametros externos das engrenagens principais n˜ao se tocassem. Para tal, foram usadas as equa¸c˜oes a seguir.

De= dp+ 2a = dp+ 2m

Considerando as duas engrenagens e o n´umero de dentes, resulta

m ≤ deixos

(Z1+ Z2+ 2)

(6.2)

Essa rela¸c˜ao foi conseguida com o valor padronizado de m=2,25. A escolha de um m´odulo padronizado permite baratear os custos, pois a ferramenta para confec¸c˜ao pode ser obtida mais facilmente.

6.1.5.1 Fadiga de flex˜ao

Definido o m´odulo, e com as informa¸c˜oes de torque e rota¸c˜ao, foram obtidos, utili-zando as equa¸c˜oes da se¸c˜ao 5.1.1 os valores a seguir.

v = 4, 807m/s WT = 5443N

Kv = 0, 847

Para obter J, foi usada a figura 5.3. Para J1, foram considerados os valores de Z1 e

Z2; para J2, os valores de Z2 e Z1 e para J3, Z2 e Z3. Dessa forma,

J1 = 0, 21

J2 = 0, 32

(60)

Para calcular a tens˜ao de flex˜ao ´e necess´ario calcular a resistˆencia `a fadiga e os fatores de seguran¸ca.

A engrenagem 9 ser´a produzida diretamente no eixo, logo ser´a feita de a¸co AISI 5160 T&R 205C. Para a engrenagem 10 tamb´em foi escolhido o a¸co AISI 5160 e para a engrenagem 11, AISI 4340 TR 315C.

As propriedades dos a¸cos est˜ao apresentadas na tabela abaixo. Tabela 6.20: Propriedades dos a¸cos utilizados

A¸co Sut[MPa] Sy[MPa] HB

AISI 5160 2220 1793 520

AISI 4340 1405 700 306

Para tal, os fatores modificadores s˜ao

Tabela 6.21: Fatores modificadores

engrenagem ka kb kc kd kf Se0 Se

9 0,821 0,894 0,868 1 1,521 700 752,1 10 0,821 0,856 0,868 1 1,521 700 686,5 11 0,839 0,856 0,868 1 1,421 700 686,5

Para a marcha a r´e, devido ao pouco uso, foram consideradas algumas mudan¸cas. A potˆencia utilizada foi de 70% da potˆencia de torque m´aximo, aproximadamente 27040W, e a rota¸c˜ao foi reduzida para 3000rpm. Al´em disso foi considerado apenas o coeficiente ηG.

Da figura 5.5 para choques moderados na fonte e uniforme na maquina acionada, Ko = 1,25. para uma montagem acurada, Km = 1,3. Foi escolhido F = 17mm,

resultando em

Tabela 6.22: Fatores de seguran¸ca `a fadiga de flex˜ao engrenagem ηG

(61)

Os crit´erios utilizados no dimensionamento foram uma tentativa de simplifica¸c˜ao. Informa¸c˜oes sobre melhores condi¸c˜oes para dimensionamento n˜ao s˜ao acess´ıveis e portanto, optou-se por utilizar crit´erios did´aticos, sabendo-se que no caso real a durabilidade seria ainda maior.

6.1.5.2 Desgaste superficial

Como dito anteriormente, devido `a baixa ciclagem do conjunto de marcha a r´e, n˜ao foi feita uma an´alise de desgaste superficial.

6.1.6

Resumo

A tabela a seguir resume os parˆametros de todas as engrenagens do variador.

Tabela 6.23: Parˆametros das engrenagens

n´umero mn (mm) Z F (mm) ψ φt ηf adiga ηdesgate material

1 2,127 45 25 30o 20o 1,23 1,78 AISI 5115 2 2,127 12 25 30o 20o 1,10 1,04 AISI 5160 3 2,332 35 18 30o 20o 1,40 1,17 AISI 5115 4 2,332 17 18 30o 20o 1,46 1,08 AISI 5160 5 2,377 29 15 30o 20o 1,52 1,38 AISI 5115 6 2,377 22 15 30o 20o 1,46 1,02 AISI 5115 7 2,377 24 13 30o 20o 1,54 1,03 AISI 5115 8 2,377 27 13 30o 20o 1,57 1,08 AISI 5115 9 2,250 12 20 - 20o 1,08* - AISI 5160 10 2,250 20 20 - 20o 1,56* - AISI 5160 11 2,250 45 20 - 20o 1,82* - AISI 4340

6.2

Eixos

Para encontrar o valor necess´ario ao diˆametro dos eixos s˜ao necess´arios dois valores: a carga atuante no eixo e a posi¸c˜ao do eixo em que essa carga atua. Neste caso, foram considerados esfor¸cos concentrados no centro da engrenagem.

(62)

A partir dos dados obtidos de largura das engrenagens, e de outras necessidades geom´etricas, foram feitas algumas itera¸c˜oes, de modo a chegar na configura¸c˜ao final dos eixos, com as posi¸c˜oes identificadas nas pr´oximas se¸c˜oes deste trabalho.

A carga atuante nos eixos ´e composta pelas componentes tangencial e radial, con-forme equa¸c˜ao a seguir.

F = q

W2

t + Wr2 (6.3)

Nesta se¸c˜ao ser˜ao expostos os valores e resultados do dimensionamento, bem como algumas informa¸c˜oes pertinentes. Os desenhos dos eixos encontram-se anexados ao final deste trabalho.

As tabelas 6.24 e 6.28 relacionam as cargas atuantes com a posi¸c˜ao para ambos os eixo. Os diagramas para as cargas atuantes de flex˜ao e tor¸c˜ao encontram-se dispon´ıveis no Apˆendice A deste texto.

6.2.1

Entrada

Tabela 6.24: Cargas atuantes no eixo de entrada

engrenagem Wt(N) Wr(N) W(N) T(Nmm) x(mm) 2 8651 3636 9384 127486 71,0 4 5570 2341 6042 127486 151 6 4223 1775 4580 127486 167 8 3441 1446 3732 127486 226,5 9 9443 3437 10050 127486 107

O material escolhido para o eixo de entrada foi o a¸co AISI 5160 T&R 205oC.

6.2.1.1 Tens˜ao

(63)

Tabela 6.25: Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens engrenagem dmin(mm) 2 15,0 4 15,9 6 14,4 8 11,1 9 14,9 6.2.1.2 Fadiga

Antes de calcular o diˆametro necess´ario, ´e preciso encontrar a tens˜ao de fadiga Se,

por meio da equa¸c˜ao 5.25. Os fatores modificadores s˜ao ka = 0, 821(retif icado) kb = 0, 9(estimativa) kc= 0, 868 kd= 1 ke = 1 1 + q(kt− 1) = 1 1 + 0, 95(1, 7 − 1) = 0, 601 kf = 1 Se0 = 700 Se = 401, 3

Substituindo os valores da tabela 6.24 na equa¸c˜ao 5.24 e considerando CS=2, os valores de dm´ın obtidos s˜ao

Tabela 6.26: Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens engrenagem dmin(mm) 2 24,2 4 25,9 6 23,0 8 14,4 9 23,4

(64)

6.2.1.3 Resultados

A partir dos valores obtidos na tabela 6.26 ´e poss´ıvel o c´alculo com valores reais escolhidos. Sabendo que as engrenagens 2 e 9 s˜ao produzidas no pr´oprio eixo, o diˆametro para essas se¸c˜oes ser´a igual ao diˆametro interno das mesmas: 24,155mm e 21,375 respectivamente. Dessa forma, os valores reais s˜ao mostrados na tabela 6.27. Para todos os casos ka, kc, kd e kf possuem o mesmo valor mostrado na estimativa

inicial.

Tabela 6.27: Fatores modificadores

engrenagem d(mm) kb ke Se CSM ED CSf adiga 2 24,155 0,882 0,601 257,7 8,1 1,4 4 22 0,891 0,718 299,5 5,5 1,2 6 35,0 0,848 0,637 252,5 28,7 4,4 8 32,0 0,856 0,568 227,4 47,4 13,8 9 21,375 0,894 0,641 267,9 5,9 1,1

Os resultados apresentados merecem alguns coment´arios. Primeiro, devido `as res-tri¸c˜oes geom´etricas, alguns fatores de seguran¸ca ficaram bastante elevados. Outro destaque, ocorre para a engrenagem de r´e, com baixa resistˆencia `a fadiga; por´em, como sua vida ´e bastante inferior aos demais, n˜ao implicar´a em problemas. Por ´

ultimo, para a segunda marcha, o crit´erio de Soderberg tamb´em resultou em um valor baixo; por´em vale lembrar que o crit´erio ´e bastante conservador e a condi¸c˜ao de dimensionamento bastante cr´ıtica.

(65)

6.2.2

Sa´ıda

Tabela 6.28: Cargas atuantes no eixo de sa´ıda

engrenagem Wt(N) Wr(N) W(N) T(Nmm) x(mm) 1 8651 3636 9384 478074 197 3 5570 2341 6042 262472 138 5 4223 1775 4580 168050 99 7 3441 1446 3732 113321 43 11 9443 3437 10050 478074 156

O material escolhido para o eixo de sa´ıda tamb´em foi o a¸co AISI 5160 T&R 205oC.

6.2.2.1 Tens˜ao

Substituindo os valores da tabela 6.28 e dos gr´aficos de momento fletor na equa¸c˜ao 5.23 e considerando CS=2, os valores de dm´ın obtidos s˜ao

Tabela 6.29: Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens engrenagem dmin(mm) 1 17,9 3 16,8 5 14,9 7 11,1 11 18,1 6.2.2.2 Fadiga

Antes de calcular o diˆametro necess´ario, ´e preciso encontrar a tens˜ao de fadiga Se,

por meio da equa¸c˜ao 5.25. Os fatores modificadores s˜ao

ka = 0, 821(retif icado)

(66)

kc= 0, 868 kd= 1 ke = 1 1 + q(kt− 1) = 1 1 + 0, 95(1, 7 − 1) = 0, 601 kf = 1 Se0 = 700 Se = 401, 3

Substituindo os valores da tabela 6.28 na equa¸c˜ao 5.24 e considerando CS=2, os valores de dm´ın obtidos s˜ao

Tabela 6.30: Diˆametro m´ınimo nas posi¸c˜oes das engrenagens engrenagem dmin(mm) 1 29,5 3 31,1 5 27,7 7 18,2 11 30,0 6.2.2.3 Resultados

A partir dos valores obtidos na tabela 6.30 ´e poss´ıvel o c´alculo com valores reais escolhidos. Os valores escolhidos s˜ao mostrados na tabela 6.31. Para todos os casos ka, kc, kd e kf possuem o mesmo valor mostrado na estimativa inicial.

Tabela 6.31: Fatores modificadores

engrenagem d(mm) kb ke Se CSM ED CSf adiga

1 32,0 0,856 0,601 240,4 11,4 2,6

3 32,0 0,856 0,572 227,4 13,8 2,1

(67)

6.2.3

e

O eixo intermedi´ario onde se encontra a engrenagem de revers˜ao para a marcha a r´e foi modelado considerando engaste, sujeito apenas a flex˜ao. O eixo apresenta 59mm de comprimento e a carga, oriunda da engrenagem, possui magnitude de 10050N e atuando a 21,5m do engaste.

Nestas condi¸c˜oes, o fletor vale 216075Nmm. Foi escolhido a¸co AISI 1050, de forma que o dm´ın para flex˜ao vale 17,6mm. Como a r´e ´e muito pouco utilizada n˜ao foi

considerada fadiga. Foi escolhido um diˆametro de 23mm, resultando em CS=4,5.

6.3

Chavetas

6.3.1

Eixo de entrada

Para a fixa¸c˜ao do sincronizador do eixo de entrada foi utilizada uma chaveta woo-druff. Para o diˆametro do eixo de 32mm, foi escolhida uma chaveta 6x7,5mm feita de a¸co AISI 1050 com Sy = 580 MPa. Para o c´alculo de CScis foi utilizada a tens˜ao

SSy = 0,577Sy

Utilizando as equa¸c˜ao 5.26, 5.27 e 5.28, as tens˜oes foram obtidas e os CS calculados. τcis= 76, 1M P a → CScis = 4, 39

σcomp = 380, 7M P a → CScomp = 1, 52

σm´ax = 402, 9M P a → CSm´ax = 1, 44

6.3.2

Eixo de sa´ıda

Para a fixa¸c˜ao do sincronizador do eixo de sa´ıda foi utilizada uma chaveta retangular. Para o diˆametro do eixo de 32mm, foi escolhida uma chaveta 10x8mm feita de a¸co AISI 1050 Q&T 205oC com Sy = 870 MPa. Para o c´alculo de CScis foi utilizada a

tens˜ao SSy = 0,577Sy

Utilizando as equa¸c˜ao 5.26, 5.27 e 5.28, as tens˜oes foram obtidas e os CS calculados. τcis = 175, 8M P a → CScis= 2, 86

(68)

σcomp = 703, 0M P a → CScomp = 1, 24

σm´ax = 766, 1M P a → CSm´ax = 1, 14

6.4

Estrias

Foram utilizadas estrias para a fixa¸c˜ao das engrenagens 5 e 7 e para a ponta do eixo de entrada, que ´e conectada `a embreagem.

A partir das dimens˜oes recomendadas pela norma DIN 5480, foram escolhidas estrias de m´odulo igual a 1mm. As informa¸c˜oes geom´etricas das estrias est˜ao resumidas na tabela 6.32.

Tabela 6.32: Parˆametros das estrias envolventais

estria dB(mm) Z

acoplamento entrada 16 14

engrenagem 5 28 26

engrenagem 7 25 24

As estrias foram confeccionadas diretamente nos eixos. Logo, s˜ao feitas de a¸co AISI 5160 com Sy = 1793 Mpa. O comprimento das estrias das engrenagens ´e

igual a largura das mesmas, enquanto a estria do acoplamento possui 19mm de comprimento. Para o c´alculo dos CS das estrias, foi considerado n1 = 2,0, de modo

que o CS obtido seja maior do que 2,5. Os resultados est˜ao expressos na tabela 6.33.

Tabela 6.33: Coeficientes de seguran¸ca das estrias

estria dp(mm) CS

acoplamento entrada 14 41,14

engrenagem 5 26 84,97

(69)

– Os c´alculos foram feitos considerando um carregamento intermedi´ario, obtido por meio de uma m´edia ponderada dos carregamentos, em fun¸c˜ao do tempo de uso de cada marcha. Dessa forma, os rolamentos suportam a vida de 10.000h sendo esta distribu´ıda para as condi¸c˜oes de cada marcha. – Sabe-se que os rolamentos de rolos cil´ındricos podem suportar uma carga axial limitada (Fa ≤0,5Fr). Contudo, a carga axial permitida pode ser

ainda maior, considerando um per´ıodo curto (at´e 1000 rota¸c˜oes). Esta condi¸c˜ao seria necess´aria apenas para a 1a e 2a marchas. Distribuindo as

rota¸c˜oes entre essas marchas, um per´ıodo de aproximadamente 17 segun-dos ´e obtido. Contudo esse per´ıodo ´e maior que o tempo de acelera¸c˜ao de 0-100km/h do ve´ıculo. Logo ´e adequado considerar que rolamentos cˆonicos n˜ao s˜ao necess´arios para o eixo principal.

A partir dos resultados obtidos nos testes realizados por DE CASTRO[15], foi ela-borado um percentual de uso de cada marcha, de modo a distribuir a vida util dos rolamentos para cada condi¸c˜ao de carregamento. Contudo, para este, foi feita uma corre¸c˜ao para obter a porcentagem para quatro velocidades, em lugar das cinco utilizadas nos testes.

Tabela 6.34: Porcentagem de uso das marchas marcha % do teste % de uso

1a 5,42 5,61 2a 19,19 19,85 3a 46,72 48,23 4a 25,25 26,11 5a 3,42 -r´e - 0,20

Os valores das rea¸c˜oes nos apoios foram obtidos por meio do software MDSolids 4.0, para cada marcha. Como dito, essas rea¸c˜oes, e as rota¸c˜oes correspondentes foram multiplicados pela sua porcentagem de tempo de uso, resultando nos valores expressos na tabela a seguir.

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Tabela 6.35: Rea¸c˜oes nos apoios mancal Fr(N) Fa(N) n(rpm) Y P(N) C(N) entrada 1 1886 2615 3400 0,6 3304 32505 entrada 2 3039 2615 3400 0,6 4365 42940 sa´ıda 1 2969 2615 2625 1,7 5632 50032 sa´ıda 2 1956 2615 2625 1,4 4443 40477

A denomina¸c˜ao dos mancais segue a figura abaixo.

Figura 6.2: Identifica¸c˜ao dos mancais

A partir dos valores do diˆametro dos eixos e da capacidade de carga m´ınima ne-cess´aria, foram escolhidos os quatro rolamentos principais da caixa.

Para os rolamentos de agulhas das engrenagens, foram considerados os esfor¸cos, a largura das engrenagens, o diˆametro dos eixos e a vida de cada um.

Tabela 6.36: Rea¸c˜oes nos rolamentos de agulhas engrenagem Fr(N) n(rpm) C(N)

1 9384 907 26161

3 6042 1651 28463

6 4580 3400 34926

8 3732 3400 24541

(71)

Tabela 6.37: Rolamentos escolhidos

aplica¸c˜ao tipo denomina¸c˜ao C(kN) L10h

mancal entrada 1 rolos cil´ındricos NUP 305 ECML 46,5 33010 mancal entrada 2 rolos cil´ındricos NUP 2305 ECP 64,0 37820 mancal sa´ıda 1 rolos cˆonicos 32205 50,4 13557 mancal sa´ıda 2 rolos cˆonicos 32007 X 52,3 22483 engrenagem 1 rolos de agulhas K 32x37x27 28,6 7540 engrenagem 3 rolos de agulhas K 32x37x27 28,6 2031 engrenagem 6 rolos de agulhas K 35x45x20 35,2 4897 engrenagem 8 rolos de agulhas K 32x38x20 25,1 2815

Os dados dos mesmos podem ser obtidos do cat´alogo interativo dispon´ıvel no site da SKF, mas tamb´em encontram-se anexados ao final deste trabalho.

(72)

Cap´ıtulo 7

Sistemas Auxiliares

7.1

Mecanismo seletor de marcha

O sistema de acionamento das marchas ´e composto por garfos, hastes e luvas. H´a um total de trˆes garfos: um aciona a primeira e a segunda marchas, outro a terceira e quarta e o ´ultimo aciona a r´e. As hastes s˜ao acionadas pelo movimento da alavanca de cˆambio.

Foi considerado um curso de 10mm para cada marcha, de modo que o curso total das hastes (com excess˜ao `a r´e) ´e de 20mm. Para o mecanismo da r´e, foi utilizado ainda uma outra haste (figura 7.1) respons´avel por aumentar o curso da engrenagem intermedi´aria para 20mm. Al´em disso, a inclina¸c˜ao lateral da alavanca, respons´avel pela sele¸c˜ao do garfo possui amplitude de 16o.

Visto que a localiza¸c˜ao do conjunto motor/cˆambio fica na traseira do ve´ıculo, ´e preciso conectar a alavanca at´e a caixa. A figura 7.2 ilustra o mecanismo empregado. A haste que vai desde a alavanca at´e a caixa, termina na haste seletora que alterna entre os garfos.

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Figura 7.1: Ilustra¸c˜ao das hastes seletoras

Figura 7.2: Acionamento da alavanca, adaptado de [6]

A figura 7.3 mostra de forma mais detalhada o arranjo do mecanismo seletor. O garfo mais a direita controla a luva de 3a e 4a marchas e o a esquerda, a 1a e 2a.

Referências

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