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LEITE Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 27 nº 310 ABRIL Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP

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LEITE

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 27 nº 310 | ABRIL - 2021

Centro de Estudos Avançados em

Economia Aplicada - ESALQ/USP

ABRIL

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2

D

e janeiro a março, os preços do leite no campo re-gistraram queda acumulada real de 10,7% (defla-cionados pelo IPCA de março/21). Ainda que nes-se período a produção nes-seja favorecida pelas chuvas do verão no Sudeste, o movimento de desvalorização neste ano não esteve atrelado a uma situação de sobreoferta, mas, sim, ao enfraquecimento da procura por lácteos. E essa diminuição na demanda se deve à queda no poder de compra do brasileiro, à elevação do desemprego, ao fim do recebimento do auxílio emergencial para mui-tas famílias e ao agravamento dos casos de covid-19.

No entanto, pesquisas ainda em andamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Econo-mia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que um novo ce-nário de oferta limitada deve impulsionar o preço do leite captado em março e pago em abril. Dois fatores têm influenciado a diminuição da produção: o avan-ço da entressafra e a elevação dos custos de produção.

Tipicamente, a partir de março, verifica-se redução no volume de chuvas e, consequentemente menor disponi-bilidade de pastagens – o que prejudica a alimentação do rebanho e a produção de leite no Sudeste e Centro-Oeste. Assim, o avanço da entressafra da produção leiteira é, sazo-nalmente, um fator de desequilíbrio entre oferta e deman-da e, portanto, de elevação de preços entre março e agosto.

Contudo, neste ano, essa situação deve ser agravada por conta da valorização considerável e con-tínua dos grãos, principais componentes dos custos de produção da pecuária leiteira. Pesquisas do Cepea mos-tram perda substancial na margem do produtor (ver se-ção Custos, na página 7). Com o custo alto, o manejo alimentar dos animais tem sido prejudicado e o abate de vacas estava crescente (aproveitando os preços atrativos do mercado de corte). Consequentemente, a oferta de leite no campo deve seguir limitada nos próximos meses.

Ademais, é preciso destacar que, com a desvalo-rização do Real frente a outras moedas, as exportações de lácteos são estimuladas. Por outro lado, as importa-ções devem seguir em queda em relação a meses ante-riores – ainda que estejam atingindo volumes maiores do que os registrados no mesmo período do ano pas-sado (ver seção Mercado Internacional, na página 6).

Nesse cenário de limitação de oferta, a competi-ção das indústrias pela compra de matéria-prima deve se acirrar, levando, consequentemente, à retomada dos pre-ços ao produtor. Contudo, esse movimento de valorização do leite no campo deverá acontecer de forma comedida, sendo possivelmente freado pela demanda fragilizada. A pesquisa do Cepea realizada com apoio finan-ceiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostrou que, em março, as indústrias de laticínios tiveram dificuldades em manter preços atrativos aos seus fornece-dores e, ao mesmo tempo, em repassar a elevação do cus-to da matéria-prima aos derivados (ver seção Derivados, na página 5). Apesar de haver, portanto, uma tendência de retomada dos preços dos derivados negociados entre indústrias e canais de distribuição, esta ocorre de forma controlada, ainda pressionando as margens da indústria.

Oferta limitada deve impulsionar cotações

a partir de abril

Equipe Leite: Natália Salaro Grigol, Juliana Cristina dos Santos, Rodolfo Jordão, Munira Nasrrallah, Beatriz Pina Batista e Débora Zanatta.

Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Grãos Equipe de Apoio | André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Carolina Sales, Natália Correr Ré, Thaís Bragion Bertoloti, Kaline Lacerda, Natália Guimarães Ribeiro e Maria Clara de Faveri.

EXPEDIENTE

Editor Científico: Prof. Geraldo Sant’Ana de

Camargo Barros Jornalista Responsável: Alessandra da Paz - Mtb: 49.148 Revisão: Flávia Gutierrez - Mtb: 53.681 Nádia Zanirato - Mtb: 81.086 Contato: (19) 3429-8834 | leicepea@usp.br

Endereço para correspondência:

Av. Centenário, 1080 | Cep: 13416-000 | Piracicaba/SP O Boletim do Leite pertence ao CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP

LEITE A

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PRODUT

OR

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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 1 - Índice de Captação do Leite do Cepea (ICAP-L)

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Gráfico 1 - Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquidos), em valores reais

VARIAÇÃO MENSAL NA CAPTAÇÃO

fev-20 -4,35% mar-20 -4,35% abr-20 -0,61% mai-20 -0,23% jun-20 4,55% jul-20 5,94% ago-20 3,88% set-20 3,08% out-20 -0,58% nov-20 1,54% dez-20 1,26% jan-21 -4,46% fev-21 -4,55% Acumulado 0,33% 2017 2018 2019 2020 Mar/21 R$ 1,9384 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70 1,90 2,10 2,30

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$/

Lit

ro

MÉDIA BRASIL PONDERADA LÍQUIDA (BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS) VALORES REAIS - R$/LITRO (Deflacionados pelo último IPCA disponível)

2016 2017 2018 2019 2020 2021

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LEITE A

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PRODUT

OR

Tabela 2 - Preços recebidos pelos produtores (líquido) em MARÇO/21 referentes ao leite entregue em

FEVEREIRO/21 - valores nominais

Tabela 3 - Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES, CE e PE - valores nominais

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Mesorregião menor estrato de produção "Preço líquido médio do (< 200 l/dia)"

Preço líquido médio "Preço líquido médio do maior estrato de produção (> 2000 l/dia)"

Variação mensal do preço líquido médio RS Média Rio Grande do Sul 1,7460 1,8946 2,0772 -4,11%

SC Média Santa Catarina 1,8071 1,9120 1,9881 -1,61%

PR

Centro Oriental Paranaense 1,5784 2,0652 2,1783 -0,86%

Oeste Paranaense 1,6896 1,8731 1,9466 -4,16%

Média Paraná 1,6568 1,8643 2,0388 -2,89%

SP

São José do Rio Preto 1,7096 1,9397 2,2501 -3,41%

Campinas 1,6399 1,8494 1,9106 0,60%

Média São Paulo 1,7249 1,9332 2,1704 -2,32%

MG

Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 1,7622 2,0321 2,0615 -2,71%

Sul/Sudoeste de Minas 1,7578 1,9771 2,0966 -3,22%

Vale do Rio Doce 1,7037 1,8050 1,9315 -3,53%

Metropolitana de Belo Horizonte 1,6282 1,8846 2,1095 -2,09%

Zona da Mata 1,6829 1,8286 2,0492 -3,80%

Média Minas Gerais 1,7138 1,9578 2,0638 -2,04%

GO Sul Goiano 1,6839 1,9009 2,0635 -4,72% Média Goiás 1,7325 1,9390 2,1068 -4,33% BA Média Bahia 1,7765 1,9114 2,1497 -3,85% MÉDIA BRASIL 1,7245 1,9384 2,0704 -2,54%

DERIV

ADOS

Mesorregião "Preço líquido médio do menor estrato de produção (< 200 l/dia)"

Preço líquido médio maior estrato de produção "Preço líquido médio do (> 2000 l/dia)"

Variação mensal do preço líquido médio

RJ Média Rio de Janeiro 1,8958 2,0872 2,2496 -0,64%

ES Média Espírito Santo 1,7701 1,8883 1,9873 -0,81%

MS Média Mato Grosso do Sul 1,5391 1,6681 - 1,02%

CE Média Ceará - - -

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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

LEITE A

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PRODUT

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demanda por derivados lácteos seguiu desaquecida no mercado atacadista de São Paulo ao longo de março, mas os preços de alguns produtos apresentaram alta no mês. Segundo agentes consultados pelo Cepea, houve pressão contínua dos canais de distribuição por preços mais atrativos. Contudo, a redução dos estoques de lácteos e a elevação do custo da matéria-prima em março levaram indústrias a reajus-tarem positivamente as cotações de alguns derivados.

Assim, de fevereiro para março, os leites lon-ga vida (UHT) e o em pó (400g) registraram valorizações de 5,4% e de 7,6%, respectivamente, com as médias pas-sando para R$ 3,03/litro e R$ 23,53/kg, nessa ordem.

Por outro lado, as negociações envolvendo o queijo muçarela ora apresentaram ritmo maior, ora me-nor. No geral, como esse derivado é bastante sensível à oscilação na renda da população, a piora no poder de compra tem resultando em desvalorizações. Diante dis-so, houve queda de 5% no preço do muçarela de feverei-ro/21 para março/21, passando para R$ 20,80/kg.

De acordo com o levantamento de preços dos deri-vados lácteos do Cepea, realizado com o apoio da OCB (Or-ganização das Cooperativas Brasileiras), os preços neste ano

estão maiores do que os do ano passado. Entre março/20 e março/21, o UHT, o muçarela e o leite em pó registram va-lorizações reais de 7,5%, 2,5% e 26,1%, respectivamen-te (todos os valores foram deflacionados pelo IPCA de mar-ço/21). No entanto, levando-se em conta que o preço do leite recebido por produtores na “Média Brasil” em março deste ano foi 27,1% maior do que no mesmo período de 2020, observa-se que margem da indústria se espremeu.

ABRIL – O alto custo da matéria-prima seguiu moti-vando agentes de indústrias a buscarem novos reajustes po-sitivos para os derivados lácteos em abril. No entanto, as ne-gociações durante a primeira quinzena do mês oscilaram, em função da dificuldade de se impulsionar o consumo. Na par-cial do mês (de 1º a 15 de abril), as cotações do leite UHT, da muçarela e do leite em pó (400g) registraram médias de R$ 3,06/litro, R$ 21,73/kg e R$ 23,53, respectivamente, sendo 1%, 4,51% e 2,86% acima das verificadas no mês anterior.

Mesmo com demanda enfraquecida, preços dos

leites UHT e em pó sobem

DERIV

ADOS

Por Débora Zanatta e Beatriz Pina

Fonte: Cepea-Esalq/USP e OCB.

Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias.

Tabela 1 - Variações em termos reais (deflacionados pelo IPCA de março/2021) Cotação diária - atacado do estado de São Paulo

Média de preço em

MARÇO/21 Variação real (%) em relação a MARÇO/20 relação a FEVEREIRO/21Variação real (%) em

Leite UHT R$ 3,0317/litro 7,49% 5,40%

Queijo Muçarela R$ 20,7964/kg 2,49% -5%

Leite em pó R$ 22,8736/kg 26,07% 2,86%

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Nota: Valores reais, deflacionados pelo IPCA de março/2021.

Tabela 2 - Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados no mercado atacadista e as variações no mês de março/21 em relação a fevereiro/21

Produto GO MG PR RS SP Média Brasil

fev mar % fev mar % fev mar % fev mar % fev mar % fev mar %

Leite pasteurizado 3,04 3,02 -0,76% 2,74 2,81 2,61% 2,88 2,86 -0,92% - - - 2,88 2,84 -1,44% 2,88 2,88 -0,17% Leite UHT 3,35 3,35 0,12% 2,87 2,91 1,34% 3,16 3,16 -0,21% 3,26 3,24 -0,62% 2,85 2,70 -5,11% 3,10 3,07 -0,84% Queijo prato 26,82 25,25 -5,86% 26,78 26,27 -1,91% 24,14 23,79 -1,47% 24,19 24,30 0,48% 23,27 24,51 5,35% 25,04 24,83 -0,86% Leite em pó int. (400 g) 21,37 20,96 -1,90% - - - 21,47 20,93 -2,55% 23,63 21,87 -7,47% 21,22 23,46 10,57% 21,92 21,83 -0,40% Manteiga (200 g) 30,11 32,04 6,39% 28,08 28,29 0,73% 29,05 29,50 1,54% 32,94 30,56 -7,21% 29,80 28,93 -2,90% 30,00 29,86 -0,44% Queijo muçarela 22,98 22,87 -0,49% 24,70 24,94 0,98% 22,91 22,93 0,11% 22,72 22,85 0,56% 21,22 21,20 -0,10% 22,90 22,99 0,35%

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MERCADO INTERNA

CIONAL

Alta no dólar alavanca exportações em março

Por Munira Nasrrallah e Juliana Santos

A

pesar da oferta limitada de matéria-prima no mercado brasileiro, o dólar em patamar recorde e a fraca demanda doméstica incentivaram as vendas externas de produtos lácteos em março. Dado da Secex mostram que as exportações cresceram 63% de fevereiro para março, somando 3,4 mil toneladas.

Dentre os produtos lácteos embarcados pelo Brasil, destacam-se os envios de leite condensado, que aumentaram 188% de fevereiro para março, soman-do 1,04 mil toneladas. Os principais destinos soman-do pro-duto foram Trinidad e Tobago (23% do total de leite condensado embarcado) e Tunísia (22%). Os embar-ques de creme de leite totalizaram 647 toneladas em março, aumento de 13% em relação ao mês anterior, sendo as Filipinas o principal destino (33% do total). Já as importações de lácteos caíram em mar-ço pelo terceiro mês consecutivo, totalizando 14,4 mil toneladas, 5% abaixo das de fevereiro/21, de acordo com a Secex. Ainda assim, o volume adquirido em mar-ço esteve 51,5% superior ao de marmar-ço/20. As compras externas foram limitadas pelo dólar elevado e pelo consequente alto preço internacional dos derivados.

O leite em pó, os queijos e o soro de leite representaram 91,6% dos produtos lácteos impor-tados pelo Brasil em março. As compras de leite em pó somaram 8,6 mil toneladas, 8,3% abaixo das de fevereiro/21. O Uruguai foi responsável por fornecer 62% do leite em pó adquirido pelo Brasil em março.

As importações de manteiga, apesar de repre-sentarem pequena parcela no total comprado, cresceram fortes 73,7% de fevereiro para março e 446% em rela-ção a março de 2020. Levantamento do Cepea mostra que esse cenário se deve aos elevados valores do creme (matéria-prima para a produção da manteiga) no Brasil. BALANÇA COMERCIAL – O déficit na balança comercial somou US$ 37,7 milhões em março, redução de 8,4% em comparação com fevereiro/21 e a terceira queda seguida. Em volume, o déficit foi de 11,1 mil toneladas, 15,8% inferior ao observado em fevereiro.

Gráfico 1 - Exportações e importações de lácteos (US$)

Tabela 1 - Volume importado de lácteos¹ - MARÇO/21

Produto (tonelada)VOLUME MAR/21 - FEV/21 Participação no total importado em MAR/21 MAR/20 - MAR/21 Total 14.480 -5,0% - 51,5% Leite em pó (integral e desnatado) 8.589 -8,3% 59,3% 52,3% Queijos 2.445 -6,3% 16,9% 33,3% Soro de leite 2.227 -3,4% 15,4% 30,7% Manteiga 902 73,7% 6,2% 446%

Tabela 2 - Volume exportado de lácteos¹ - MARÇO/21

Produto (tonelada)VOLUME MAR/21 - FEV/21 Participação no total exportado em MAR/21 MAR/20 - MAR/21 Total 3.389 62,9% - 21,0% Leite condensado 1.046 188% 30,9% -21,1% Creme de leite 647 13,1% 19,1% 50,1% Queijos 521 32,5% 15,4% 53,9% Leite fluido 422 31,4% 12,4% 137% Leite em pó (integral e desnatado) 16 -68,0% 0,5% -2,2%

Notas: (1). Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite. Fonte: Comex / Elaboração: Cepea.

Elaboração: Cepea-Esalq/USP.

CUST

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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

MERCADO INTERNA

CIONAL

CUST

OS DE PRODUÇÃO

Com preço do milho recorde, relação de troca

é a pior em 10 anos

Por Rodolfo Jordão

A

s consecutivas valorizações do milho neste ano – cereal que é negociado a preço recorde real – têm criado um cenário de alerta ao produtor leiteiro, que já enfrenta três meses de queda na receita – no primeiro trimestre, o valor do leite pago ao produ-to caiu quase 10%. Nesse contexprodu-to, dados do Cepea mostram que o atual poder de compra do produtor de leite frente ao milho é o mais desfavorável em 10 anos. Em março, o pecuarista leiteiro precisou de 47,21 litros de leite para a aquisição de uma saca de 60 kg de milho, 11,93% a mais que em feve-reiro. Foi, também, o terceiro mês consecutivo de piora na relação de troca e o momento mais desfa-vorável ao produtor leiteiro desde janeiro de 2011.

Segundo levantamento da Equipe Grãos/Ce-pea, preocupados com os possíveis impactos do cli-ma sobre a produção da segunda safra, produtores de milho estão limitando as vendas no spot nacional. Em março, o cereal (Indicador ESALQ/BM&FBoves-pa) teve média de R$ 91,51/saca de 60 kg, avanço de 9,08% em relação à de fevereiro/21 e um recor-de da série histórica do Cepea, iniciada em 2004.

COE – Com alta de 1,86% em março, o

Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária lei-teira fechou o primeiro trimestre de 2021 com ele-vação acumulada de 7,24%, considerando-se a “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP).

Pelo segundo mês seguido, os fatores que mais influenciaram o avanço dos custos foram os adubos e corretivos, que se valorizaram expressivos 12,86% em março – superando, portanto, a já intensa alta registrada em fevereiro, de 6,02%. Diante disso, o aumento nos valores dos adubos e corretivos na par-cial de 2021 (até março) é de significativos 21,32%.

O movimento de elevação nos preços dos adubos e corretivos, por sua vez, se deve aos al-tos valores pagos para aquisição de matéria-prima para a fabricação destes insumos, tendo em vista o dólar bastante valorizado frente ao Real. No pri-meiro trimestre, a moeda norte-americana regis-trou valorização de 7,85%. Além disso, ao aumento dos preços de frete – devido à forte demanda para o escoamento da safra de grãos – também enca-rece os custos de transportes de fertilizantes, in-fluenciando as cotações dos adubos e corretivos.

Foto: Bento Viana/Senar. Foto: Bento Viana/Senar.

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MILHO E F

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CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

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MILHO: Preocupado com o clima, vendedor se mantém afastado;

preço segue em alta

A

s chuvas ainda abaixo do espera-do em abril em importantes regiões produtoras de segunda safra deixa-ram vendedores de milho afastados das negociações. Ressalta-se que falta de pre-cipitação no atual período de desenvolvi-mento tende a prejudicar a produtividade.

Esse cenário pode levar órgãos ofi-ciais a reduzirem estimativas que, atualmente, indicam safra recorde. Compradores, por sua vez, precisaram recompor estoques, cenário que manteve os preços em alta e renovando, portanto, os recordes reais em muitas praças. No balanço das regiões acompa-nhadas pelo Cepea Cepea, as cotações rece-bidas pelo produtor (mercado de balcão) su-biram 6,9% entre 30 de março e 15 de abril e 6,7% no de lotes (negociações entre empre-sas). Em algumas praças, vendedores já pedem

valores acima de R$ 100 pela saca de 60 kg. Já em São Paulo, lotes da safra de verão com origem de Goiás e em Minas Ge-rais chegaram a ser ofertados, mas não o sufi-ciente para limitar as elevações nos preços no físico. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBo-vespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 4,2% no acumulado de abril, fechando a R$ 97,64/saca de 60 kg no dia 15, novo recorde real da série do Cepea.

FARELO DE SOJA: Com maior oferta e demanda enfraquecida, preços caem

Por Carolina Camargo Nogueira Sales

MILHO E F

ARELO DE SOJA

Indicador - Campinas-SP, em R$/sc de 60 kg Campinas - SP, em R$/tonelada

Por Débora Kelen Pereira da Silva

A

queda externa, a demanda do-méstica enfraquecida e a maior oferta no mercado brasileiro pres-sionaram as cotações de farelo de soja na primeira quinzena de abril.

Alguns compradores estão cautelo-sos nas aquisições deste derivado, na expecta-tiva de adquirir lotes a preços menores, funda-mentados na maior demanda por óleo de soja, que tende a elevar o processamento do grão no Brasil e gerar, consequentemente, maior ex-cedente de farelo de soja – vale lembrar que, para cada tonelada de soja esmagada, cerca de 78% produz farelo e 18% óleo de soja. Além disso, muitos consumidores haviam realizado contratos a termo de farelo de soja e, agora, estão recebendo esses lotes, sem

necessidade em comercializar novos volumes. Na média das regiões acompanha-das pelo Cepea, os preços de farelo de soja caíram significativos 5,1% entre as médias de março e a da parcial de abril (até o dia 15). Vale ressaltar que a desvalorização do farelo acaba sendo limitada pelo elevado preço da matéria-prima e por estimativas in-dicando quebra de safra na Argentina, maior exportadora mundial de farelo. Neste caso, a demanda externa deste subproduto pode ser deslocada ao Brasil e aos Estados Unidos.

Fonte: Cepea-Esalq/USP. janeiro 83,65 fevereiro 83,89 abril 91,51 1ª quinzena de abril 95,59 janeiro 2.774,78 fevereiro 2.762,85 março 2.631,09 1ª quinzena de abril 2.485,73 Fonte: Cepea-Esalq/USP.

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