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A Dieta do Yin e do Yang Para Gordos, Magros e Instáveis - João Curvo

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João Curvo

A DIETA DO YIN E DO YANC

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João Curvo

A DIETA DO YIN E DO YANG

PARA GORDOS, MAGROS

E INSTÁVEIS

3? Edição

n è c e c r

Rio de Janeiro - 1999

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SUMÁRIO

-x-t-Introdução ' 1 - 0 conceito Yin-Yang 11

2 - Propriedades energéticas dos alimentos 13

3 - As cinco estações 23 4 - Vegetarianismo - até que ponto é saudável? 31

5 - A combinação dos alimentos 34 6 - E o cálcio, onde fica? 37 7 - 0 equilíbrio Yin X Yang 40

8 - Os gordos 43 9 - A dieta do gordo Yin 52

10 - A dieta do gordo Yang 87 11 - Você emagreceu, e agora? 120

12 - Os magros 123 13 - A dieta do magro Yang 127

14 - A dieta do magro Yin 131

15 - Os instáveis 136 1 6 - A dieta do instável Yang 139

17 - A dieta do instável Yin 145 18 - A hora de comer 150 19 - Toques de bem viver 153 20 - Guia de chás e alimentos 158

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INTRODUÇÃO

Este livro se destina às pessoas gordas, magras e instáveis em seus corpos e energias. A intenção é propiciar a melhor performance que cada um pode ter dentro de seus limites impostos pela natureza.

Aprendi os fundamentos básicos que utilizo estudando a medicina chinesa. Grande parte do que escrevo é o que sinto e o que penso, sem pretensão de cunho científico, pois a análise dos biotipos e suas posturas na vida vêm da simples observação do que está diante de nossos olhos. Assim, este não é um livro médi-co, mas um manual para quem quer se dar bons tratos e equilibrar alguns desajustes no corpo, na energia ou no humor.

A primeira regra a se observar para buscar o que pode estar à mão é respeitar e aceitar a própria natureza, os próprios limites, buscando querer o que se pode ter.

Pessoas de baixa estatura jamais serão altas. Desenhos de corpo são ligados sobretudo à genética. Guardamos reflexos de formas e gestos de nossos ancestrais; trazemos no corpo mensa-gens que não podemos modificar. Os metabolismos são diferentes em função da genética. A voracidade, o mecanismo de saciedade e a assimilação das calorias ingeridas para formar depósito de gordura estão vinculados a uma genética. Assim, não é gordo quem quer, é gordo quem pode.

Desenhos familiares se repetem. Muita gente come muito e não engorda. Outras foram programadas para terem a forma mais arredondada. Esta natureza terá de ser preservada para que a pes-soa fique em harmonia. Contrariar a natureza pode trazer prejuí-zos à saúde.

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Gordinhos, para serem magrinhos, tantas vezes se desnu-trem e envelhecem o rosto e pescoço. Por vezes têm de escolher entre estar bem no rosto ou na parte inferior do corpo. A priorida-de priorida-deve ser rosto e pescoço, que são a nossa apresentação inicial. As pessoas podem ser cheinhas e saudáveis, não têm que ser magrinhas para estarem bem. Podem ser gordinhos(as), fofi-nhos(as), desde que saudáveis, mas obesos, jamais. A obesidade mata mas, antes disso, traz muita insegurança afetiva, mazelas, inchaços, fermentações, pequenas dores, incômodos mil.

Os magros compõem uma minoria entre os conflituados com a própria imagem. Existem magros que serão magros a vida toda, e, sempre que se desequilibrarem, emagrecerão ainda mais. Magros muito magros, de ossatura estreita e poucos músculos, também se sentem mal ao colocar uma sunga ou maiô. Da mesma forma que os gordos, os muito magros passam a não freqüentar praias ou piscinas. Esquivam-se de expor o corpo; também se sentem olhados, envergonhados e, assim como os gordos, se tor-nam afetiva e sexualmente inseguros.

A esses magros cabe também a aceitação de seus limites e a disciplina para seguir metas que os façam magros fortes, com músculos delineados, boa qualidade de energia e disposição.

Instáveis são aqueles que não são caracterizados como gor-dos e nem como magros, mas que com freqüência apresentam desequilíbrios que se fazem sentir na instabilidade emocional, na disposição, na função digestiva e em outras partes do corpo. Dores de cabeça, depressão, explosões de ira, angústias e nós no peito fazem parte do universo de queixa dos instáveis. A maioria de nós é instável e pode minimizar os desequilíbrios com a aqui-sição de hábitos simples a serem cultivados ao longo da vida.

Os principais instrumentos para alcançar nossa melhor per-formance física e energética são a intuição e a disciplina.

A partir de agora, procure observar mais os alimentos, seus sabores e prazeres. Nos próximos dias, coma buscando esmiuçar as sensações gustativas. Degustar o doce e o salgado, buscar per-ceber o que é gostoso e faz mal, não porque alguém diz, mas por-que você sente. Comece a atentar e a anotar, pelo menos na cabe-ça, observações como estas: "a carne à noite me pesou", "não fiz

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boa digestão do pimentão", "o corpo pede açúcar tal hora", "o intestino não funcionou", "fiquei com muitos gases, será que foi por causa de tal alimento?"

Isso pode ajudar a entender a lógica de seu equilíbrio. A dis-ciplina é essencial para que possamos perceber o que, no fundo, já sabemos. Guardamos uma intuição curativa que identifica o

que nos pode fazer bem ou mal em determinadas circunstâncias. Temos um baú de memórias arquivado em algum lugar dentro da gente. Quem descobre o seu acesso e aprende a lidar com seus limites tem mais chances de ser feliz.

Aconselho o leitor - seja ele gordo, magro ou instável - a ler o livro inteiro e não só o capítulo que aborda seu tipo físico. Em cada capítulo, acredito que haja informações universais úteis a todos que buscam conhecer mais sobre si e sobre os outros.

As posturas de escuta, de não-saber e de não-concluir são bases do pensamento chinês, que podemos tentar exercitar. Cabe-nos a escuta da natureza e de nós mesmos. Do que está fora e do que está dentro de nós.

Devemos tentar perceber o alimento em sua expressão no nosso corpo. Devemos exercitar a percepção do que nos faz bem e do que nos faz mal. O não-concluir é parte de uma sábia e humilde postura oriental, de quem percebe que nada está pronto ou concluído. Tampouco a ciência, a vida e seus fenômenos.

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O CONCEITO YIN-YANG

Existem vários caminhos de raciocínio para se chegar a uma dieta de equilíbrio. O que abordo neste livro é o caminho através da percepção da polaridade YIN-YANG presente em nós e nos ali-mentos. Dietas de equilíbrio podem também ser prescritas com base num raciocínio ocidental, pela análise da composição quími-ca de quími-cada alimento e seus valores quími-calóricos.

Uma anemia com queda de cabelo e queda da imunidade, por exemplo, seria tratada com os mesmos alimentos tanto pela dietética chinesa como pela nutrologia ocidental. Pelos dois caminhos chegamos aos mesmos alimentos. Pela visão oriental, a prescrição é de alimentos que tonificam os rins, que são a sede de nossa vitalidade, sexualidade, defesa e coragem. Na visão orien-tal, os rins englobam todo o aparelho geniturinário-reprodutor e não apenas o órgão filtrador que conhecemos.

"Os cabelos são o ornamento dos rins", cita o Livro do impe-rador amarelo, relacionando a vitalidade do corpo à força do cabe-lo. Sangue, ossos e imunidade também dependem da chamada energia do rim. Para tratar uma anemia e dar força aos cabelos, os orientais e ocidentais prescrevem carnes vermelhas, fígado, miú-dos, frutas oleaginosas, gema de ovo e feijões de todos os tipos.

Os orientais justificam a prescrição dizendo que estes são os alimentos que energizam os rins; já os nutrologistas ocidentais recomendam estes alimentos por serem ricos em ferro, zinco, cál-cio e vitaminas do complexo B.

Opto por divulgar o raciocínio energético oriental por ser uma forma simples, popular e intuitiva de buscar a saúde através

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dos alimentos, sem necessidade de maiores conhecimentos de bioquímica e fisiologia. Além disso, a dietética energética nos ensina que através de ervas, temperos e da forma de preparo dos alimentos, podemos modular energias mais sutis, como o humor, a disposição, a libido, o sono e a vigília. A percepção energética dos alimentos e de como estamos a cada fase da vida nos possibi-lita um melhor cuidado com nosso corpo.

A polaridade YIN-YANG é a base da filosofia, diagnóstico e terapêutica oriental. Quando notamos que alguém é calmo, é porque temos referência do que é ser agitado. Se falamos de calor é porque conhecemos o frio. Todos nós temos nosso lado quente e nosso lado frio, o nosso lado generoso e nosso lado mesquinho, duas faces complementares, por vezes equilibradas, por vezes tendendo mais para um lado do que para o outro.

Tudo o que existe apresenta uma polaridade. Nada é só YIN ou só YANG. Nada é só positivo ou negativo. Forças antagônicas são complementares e necessárias. No Su Wen, livro básico da medicina chinesa, destacam-se diagramas cuja tradução é a se-guinte: "O céu é o acúmulo de YANG. A terra é o acúmulo de YIN." O fogo é YANG. A água é YIN. YANG é a agitação. YIN é a serenidade. (Su Wen cap. 5). "O céu e o sol são YANG. A terra e a lua são YIN." (Su Wen cap. 6). "Dentro do YANG tem o YIN. Dentro do YIN tem o YANG." (Su Wen cap. 66).

O predomínio da energia YANG está no dia, na primavera e verão, no masculino, no calor, na luz, na extroversão, no movi-mento, na força, no exterior, no tônico.

O predomínio da energia YIN está na noite, no outono e inverno, no feminino, no frio, no escuro, na introversão, na quie-tude, na fraqueza, no interior, no flácido.

Todos temos nosso lado YIN e nosso lado YANG; não há noite sem dia, ódio sem amor e homem sem mulher. As mulheres são essencialmente YIN, mas todas trazem em si um lado mascu-lino, que é YANG, umas mais e outras menos. Os homens são mais YANG, mas todos trazem em si um lado feminino que é YIN, uns mais e outros menos. Em nossos corpos e temperamen-los espelham-se os nossos predomínios YIN e YANG, que podem variar durante a vida.

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PROPRIEDADES ENERGÉTICAS

DOS ALIMENTOS

Em nossa época, no lumiar do terceiro milênio, não é mais neces-sário justificar as óbvias atuações energéticas dos alimentos, identificadas há milênios e tantas vezes não comprovadas cienti-ficamente. No campo das energias, muitas coisas podemos perce-ber sem que possamos demonstrar.

Podemos sentir a energia de um olhar hostil, a inveja de uma pessoa que, sem perceber, gostaria de ter o que temos; ou ter uma dor de cabeça estimulada pelo astral de um ambiente. Podemos sentir também o alto astral e a energia positiva oriundos de uma pessoa, de uma música ou de um ambiente. Sentimos que nossas energias podem mudar em função dos ambientes e pessoas que nos cercam, mas provar isto é tão difícil que nossa postura oci-dental de só acreditar no que se prova é frustrada.

Pessoas muito céticas desprezam os seus sentidos em razão de uma necessidade imensa de provar por aparelhos o que a nossa sensação já reconhece. Em relação aos alimentos e ervas, muitas têm eficácia terapêutica comprovada cientificamente, outras ainda aguardam estudos. É uma questão de tempo até a descober-ta de métodos eficazes para estudos conclusivos. Já pensou se a humanidade tivesse de ter esperado pela análise bioquímica da composição de cada alimento para prescrever fígado e carne bovina aos anêmicos? Por vezes somos tolos e pretensiosos ao querer acreditar apenas no que conseguimos provar. Muitas ervas e temperos ainda não foram estudados em universidades, mas têm uma indicação prática milenar, certamente em razão de êxitos terapêuticos, pois do contrário a referência não teria se

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conserva-do. Ervas e alimentos podem ser utilizados como medicamentos, e sobretudo atuar na prevenção de inúmeros males. A maioria das hipertensões arteriais, por exemplo, poderia ser tratada apenas com mudanças de hábitos alimentares.

A energia dos alimentos é expressa por meio de sua polari-dade YIN-YANG, seu Princípio Vital, seus cheiros, sabores, natu-rezas térmicas e direções.

Q U A L I D A D E YIN-YANG

DOS A L I M E N T O S

Alimentos de predomínio YIN refrescam e tranqüilizam, enquan-to alimenenquan-tos de predomínio YANG aquecem e ativam. A qualida-de YIN-YANG é sempre comparativa porque nada é só YIN ou só YANG. Um peixe grelhado tem o seu perfil YANG por ser um ali-mento animal, que nos ativa mais do que uma fruta, por exemplo, mas em relação à carne bovina, o peixe é YIN, por ser mais leve e refrescante.

O P R I N C Í P I O VITAL

Todo alimento tem um Princípio Vital, que é determinante de sua expressão, força e atuação em nossos corpos. O Princípio Vital se refere à força de vida contida no alimento.

Alimentos frescos, plantados e colhidos no tempo certo, em solo fértil, são plenos em seus Princípios Vitais. Estes nos benefi-ciam mais do que os que foram plantados fora da estação, amadu-recidos rapidamente e/ou consumidos depois de um tempo maior de armazenagem.

Nas primeiras horas da feira, a alface nos traz seu frescor; uma alface na banca às 13 horas de um dia de verão já não tem o seu Princípio Vital ativado. Um suco de laranja é rico se consumi-do na hora mas, depois de algumas horas de exposição à luz, além

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de já não ter vitamina C, pode nos causar fermentações e diar-réias. A carne fresca nos nutre mais do que carne armazenada há meses.

Formas jovens de alimentos como os brotos de feijão, alfa-ia, bambu, girassol e trevo apresentam um Princípio Vital jovem, e são indicados na dietoterapia de rejuvenescimento, ou quando nos sentimos cansados, envelhecidos, querendo renovar nossas energias.

Alimentos enlatados ou congelados têm o seu Princípio Vital diminuído, pois esta energia não se congela. Assim, observamos que o Princípio Vital perde a intensidade à medida que aumenta o tempo entre a colheita (ou abate) e seu consumo. Na verdade já tínhamos este conhecimento latente: os alimentos mais frescos nos passam mais vida através de seus nutrientes e energias.

OS ODORES E OS SABORES

Os odores correspondem a uma expressão celestial dos alimentos. Os sabores se referem à sua expressão terrena. Os odores são mais sutis, sublimes, nos atraem ou repelem. De forma geral, devemos nos afastar do que nos dá repulsa, exceto se indicado de forma terapêutica.

Muitos remédios cheiram mal, são amargos, mas fazem bem. Procure exercitar o olfato percebendo as sutilezas dos odo-res das comidas. Além de ser pré-requisito para uma digestão melhor — pois os odores aguçam o paladar e nos ajudam a secre-tar enzimas digestivas para melhor processar os alimentos —, a percepção do cheiro da comida permite identificar se todos os ali-mentos estão realmente saudáveis. Através dos odores, os alimen-tos também direcionam energias, estimulando órgãos e determi-nadas funções do corpo.

Perceber os odores e sabores dos alimentos é ponto de par-tida para se vivenciar a alimentação energética.

Quando desequilibrados, podemos nos fartar sem sentir o gosto da comida. Para quem tem tendência a engordar, nada pior

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do que ganhar peso dessa forma. A pessoa que engordou em meio a deleites pelo menos gozou o prazer da oralidade refinada. O pra-zer é o motivo da vida, e a gula, um dos pecados capitais.

Muitos pecados são prazerosos, com gosto de impulsão. Toda vez que você tem um impulso prazeroso e parte para sua realização, há um relaxamento. Existe um lado bom, mas nem sempre a liberação de um impulso traz benefícios.

Agredir colegas e dizer irrefletidamente o que se pensa são atitudes que podem trazer um relaxamento imediato, mas tam-bém prejuízos posteriores. A liberação de nossos impulsos mui-tas vezes significa que estamos doentes por nos sentirmos atraí-dos por esse tipo de manifestação. Toatraí-dos nós guardamos uma in-tuição em relação ao que nos faz bem ou mal, mas, quando esta-mos mais profundamente desequilibrados, costumaesta-mos fazer o que nos faz mal.

Assim, vejo pessoas tensas, hipertensas, com excesso de colesterol e ácido úrico querendo comer um bom churrasco; e pessoas frias, com baixa da libido, querendo se atirar a doces e pudins. Esse ciclo se rompe quando algo dentro de nós determina que é hora de mudar. Muitos não têm esse clique e desperdiçam a vida, insatisfeitos com seu corpo e sua energia. Alguns, infeliz-mente a minoria, conseguem mudar conceitos e modos de vida, passando a viver melhor, com mais prazer.

Os fumantes sabem os males que o fumo traz, assim como os que comem de forma errada sabem onde estão errando. Com o grau de informação e de interesse despertado pelo tema nutrição, sobretudo a partir dos anos 70, hoje são poucos os que comem errado por ignorância. Seja você magro ou gordo, não tenha pres-sa em começar a programação indicada para seu equilíbrio. Só comece quando houver o clique que nos permite priorizar mudan-ças com menos sofrimento, já que nos livrar de hábitos arraigados é doloroso, mesmo que se saiba que determinados apegos nos fazem mal. Por enquanto, tente perceber mais as sutilezas do que você come, do que lhe faz bem e do que lhe cai mal.

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OS C I N C O SABORES

Ácido • amargo » doce • picante » salgado

Os sabores ajudam a dar a direção energética dos alimentos. Exis-tem relações diretas de benefícios ou malefícios em determina-dos órgãos, causadetermina-dos pelo excesso ou deficiência de determi-nados sabores.

SABORCACIDQ)- Guarda estreita relação com o fígado. O excesso de ácido pode gerar sensação de calor, queimação e estagnação no aparelho digestivo. Excessos de comidas ácidas podem nos deixar mais "ácidos" em nossos humores. Em pouca quantidade, o ácido ajuda o movimento energético de contração de nossa musculatura no tubo digestivo, fígado e vesícula biliar, promovendo uma ação desestagnante, que mobiliza as toxinas a serem eliminadas pelos intestinos.

Basta pensar em um tamarindo para sentir a salivação e o aperto na boca. O segredo é perceber o que é muito e o que é pouco, já que o pouco faz bem e o muito faz mal. E este é mais um exercício de percepção proposto. Saiba que o ácido pode fazer bem e mal. Busque dosar.

São predominantemente ácidos - limão, laranja (exceto li-ma), tomate, maracujá, damasco ácido, ameixa fresca, tamarindo, carambola, azeitona, queijo branco, coalhada, vinagre.

SABOR AM ARGO> Relaciona-se ao coração,. Acalma o fogo dos sentimentos, como o das paixões, do ciúme e da frustração. Observe que esse fogo dos sentimentos pode trazer males ao cora-ção. O sabor amargo está indicado nas angústias e insônias.

São predominantemente amargas - rúcula, acelga, chicória, alface, endívias, bertalha, couve crua, jiló, boldo, carqueja, vale-riana, ruibarbo.

SABOR(pOC^ Relaciona -se ao pâncreas e ao baço. Muito doce pode levar ao diabetes por sobrecarregar o pâncreas na se-creção de insulina. Muito doce gera preguiça, diminuição da aten-ção e da concentraaten-ção, queda de cabelo, diminuiaten-ção da libido, varizes e flacidez muscular.

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O sabor doce, no entanto, é o mais encontrado na natureza, e deve ser o mais consumido. O sabor doce saudável é o que vem dos cereais, raízes, leguminosas, legumes e frutas. O doce que vem dos amidos, sem excesso, é revitalizante; enquanto o doce proveniente do açúcar, quando de forma excessiva, é nocivo tanto para os gordos quanto para os magros. Os açucólatras devem aos poucos tentar substituir o açúcar branco pelo mel. O mel tem um poder adoçante bem maior, o que assegura menor ingestão calóri-ca. Além disso, como sua assimilação não depende da insulina, ele não sobrecarrega o pâncreas.

Possuem sabor doce - açúcar, cana-de-açúcar, mel, abóbora,

abobrinha, aipim, arroz, banana, batatas (de todos os tipos), beter-raba, caqui, cenoura, chuchu, fruta-do-conde, melancia, trigo, inhame, feijão, melão, mamão.

SABOR fMCANTfy- Possui estreita relação com o pulmão e com todo o aparelho respiratório. Dissolve mucos, catarros e pigarros, dá movimento aos líquidos do corpo, possui ação ener-gética antiestagnante de secreções, por isso é também indicado nas sinusites. Como tempero, é indicado para dar movimento ao bolo alimentar no tubo digestivo, facilitando seu trajeto e a não fermentação. Possui também ação antidepressiva, o que faz com que a pessoa abra o tórax, que está trancado pela postura de cara-col própria de quem está recluso, evitando trocas com a vida.

A pessoa tem a respiração de pequena amplitude, como se quisesse trocar menos o ar com a vida lhe cerca. Abrir o peito e respirar mais fundo ajuda a depurar a dor e a estagnação da triste-za. Consideramos picante o sabor que permanece por mais tempo na boca, como nos casos do alho, da cebola, da hortelã e da pimenta.

Se temos sensação de queimação, devemos evitar pimentas, alho, gengibre, raiz forte, curry e mostarda. O sabor picante, de natureza quente, exacerba a inquietação.

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gengibre, alho, alho-poró, cebola, cebolinha, salsa, coentro, man-jericão, orégano, hortelã, alecrim, cravo e canela.

SABOR (SALGADO)- Dirige -se aos rins. Sem excessos, o sal nos ativa e estimula.O sabor salgado ativa a energia sexual, a coragem e a disposição, mas retém água e nos deixa mais pesados pelos inchaços. Em excesso, ele sobrecarrega os rins, o coração e o aparelho circulatório, prejudicando a livre circulação de energia e provocando estagnações.

Possuem sabor salgado - algas marinhas, camarão, escargot, e todas as comidas preparadas com sal.

Sabores picantes e salgados são indicados para quem está vivendo sensação de frio, tristeza, medo e insegurança.

Embotamentos afetivos, tristeza e desequilíbrios no apare-lho respiratório como asma, bronquite, sinusite, gripe e pneumo-nia são acompanhados de cansaço, insegurança e diminuição da energia sexual.

Tristeza e desequilíbrios respiratórios são associados ao pul-mão, já o cansaço global está associado à deficiência de energia do rim, que na ótica oriental inclui, além do rim, a bexiga e os ór-gãos sexuais.

Essas sensações estão relacionadas com um estado de cons-trição, contração, que nos deixa menos ousados, mais YIN. Quando estivermos assim, são indicados os belos refogados com temperos fortes e picantes que promovem movimentação no san-gue e sensação de calor.

AS C I N C O NATUREZAS

Quente • morna • neutra • fresca • fria

Referem-se à energia térmica que os alimentos nos passam.

ALIMENTOS DE NATUREZA QUENTE

- pimentas (todas),

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Indicações - para quem tem frio nos pés e nas mãos, dores articulares que pioram com o frio ou diminuição da libido.

Contra-indicações- na gravidez, em caso de gastrite, úlcera, afta ou hemorróida. Agitações e irritações pioram com estes tem-peros.

ALIMENTOS DE NATUREZA MORNA

- cebola, cominho,

salsa, cebolinha, coentro, mostarda, carneiro, rim, peru, nozes, castanhas, amêndoas, amendoins, frango, pêssego, cereja.

Indicações - para facilitar a digestão, amornar o aparelho digestivo, facilitar a circulação, ativar a energia sexual.

Contra-indicações - evitar cebola e coentro quando houver afta, gastrite, úlcera péptica ou má digestão. Carneiro e rim são contra-indicados aos que têm ácido úrico e colesterol elevados.

ALIMENTOS DE NATUREZA NEUTRA

- arroz, batata, feijão,

milho, cenoura, abóbora, nabo, figo, ervilha, pão, massa, trigo, aipim.

indicações - estes alimentos são indicados a todas as pes-soas, de todas as idades, na saúde e na convalescença.

Contra-indicações - diabéticos e gordinhos que querem emagrecer de forma mais rápida devem evitar o excesso destes alimentos.

ALIMENTOS DE NATUREZA FRESCA

- tangerina, mamão,

pêra, abobrinha, broto de feijão, melão, espinafre, queijo minas, couve-flor, maçã, chicória, acelga, repolho.

I n d i c a ç õ e s - nas sensações de calor, secura de boca e

muco-sas, na agitações e nas hipertensões.

Contra-indicações - Em excesso são contra-indicados àque-les que apresentam sensação de frio, resfriados e diarréias.

ALIMENTOS DE NATUREZA FRIA-melancia, melão, alface, banana, pepino, tomate, caqui, marisco, ostra, hortelã, chá de menta.

i n d i c a ç õ e s - Para diminuir o calor, umedecer mucosas, e nas

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Contra-indicações - Nas sensações de frio, em resfriados de repetição e diarréias.

A forma de preparo muda as características e a natureza dos alimentos e, portanto, a sua indicação. O cozimento aquece a natu-reza original. Uma abobrinha (natunatu-reza fresca) cozida com chei-ro-verde (natureza morna) passa a ter uma natureza morna e dessa forma pode ser indicada às pessoas de natureza mais fria (YIN).

Em geral, as saladas cruas nos refrescam e resfriam. São úteis quando estamos quentes na temperatura e nos sentimentos. Sentimentos quentes são aqueles que ativam a circulação e a transpiração. A raiva é um sentimento quente. Insônia, quando acompanhada de sonhos agitados, também faz parte de um qua-dro quente, e nessas circunstâncias a terapêutica é resfriar o orga-nismo com frutas e verduras frescas.

Já o uso dos alimentos de naturezas morna e quente deve ser mais reservado nos quadros de deficiência de energia que cursa com frio nos pés, na região dos rins e abaixo do umbigo. Tempe-ros quentes aquecem o frio do corpo e da alma. Nas depressões e tristezas, os temperos quentes estão indicados.

A natureza neutra é a base da nossa dieta e deverá estar sem-pre sem-presente para equilibrar nosso prato. Como asem-prendizado, pro-cure perceber a natureza de cada alimento que consumir. Isso aju-da a aguçar os sentidos na procura do que lhe faz melhor. E apren-da a liapren-dar com os antídotos energéticos: quando alguém do tipo agitado-calorento for consumir um alimento de natureza morna ou quente, deve combinar este alimento com outros de natureza fresca ou fria. Assim, se quiser comer camarão ou churrasco, de-ve acompanhá-lo de saladas cruas.

ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA

Os alimentos produzem 4 movimentos energéticos em nosso corpo. Os chineses identificaram alimentos que movem nossa energia para cima, para baixo, para fora e para dentro.

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Muitos dos que movem para cima também movem para fora. Por exemplo, os temperos quentes, que deixam nosso rosto vermelho, abrem os poros que jogam água para fora através do suor. Estes temperos são energizantes, nos deixam mais expansi-vos e são indicados sempre que estivermos mais trancados em tristeza e insegurança.

Outros alimentos movem nossa energia para baixo, através do efeito laxativo e/ou diurético, e nos facilitam a interiorização. Frutas frescas, ricas em líquidos, e saladas cruas com predomínio dos sabores doce e amargo são diuréticas, laxativas e provocam resfriamento no organismo e ação tranqüilizante.

ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA PARA CIMA E

PARA FORA - pimentas (todas), noz-moscada, gengibre, alho, alho-poró, aipo, coentro, salsa, cebolinha, cravo, canela.

ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA PARA BAIXO E

PARA DENTRO - alface, rúcula, acelga, chicória, endívia, berta-lha, água de coco, pêra, tangerina, melão, melancia, abacaxi, chu-chu, pepino, broto de alfafa.

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AS CINCO ESTAÇÕES

A natureza sempre responde aos bons e aos maus-tratos. No dia seguinte a uma noite mal dormida, vemos no espelho a resposta do corpo. Dias seguidos de alimentação desregrada se refletem em nosso cheiro, pele, aparência, energia. Cuidar do corpo para mantê-lo saudável, produtivo e forte por longo tempo é uma con-ciência que se deve ter o mais cedo possível. Se possível desde a infância.

Querer prevenir o envelhecimento a partir dos cinqüenta anos é válido, uma vez que o corpo sempre responde aos bons tratos. Mas não podemos nos esquecer de que esses maus-tratos por vezes provocam alterações irreversíveis a órgãos, tecidos e esqueleto.

Na antiga China, as estações serviam como marco para as consultas a médicos ou sábios. O paciente geralmente os procura-va sem que houvesse uma doença, apenas para ser orientado quanto ao que comer, que exercícios fazer e que pensamentos ou sentimentos buscar para viver bem aquela estação e preparar-se para a seguinte.

Caso adoecesse entre uma consulta e outra, voltaria ao médico e não pagaria pela consulta. A medicina já era preventiva por filosofia. Viver bem uma estação também significa preparar-se para entrar fortalecido na estação preparar-seguinte.

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C O N S E L H O S PARA

VIVER BEM AS C I N C O ESTAÇÕES

(PRIMAVERA;

A estação da generosidade e do fígado

Os poéticos ideogramas chineses para a primavera reco-mendam:

Aceitar tudo que o vier da criação

- é tempo de não julgar,

de tentar desnudar o preconceito, como fazem as crianças em sua pureza. É tempo de tentar aceitar o outro e despir-se do olhar crí-tico. A criação é parte da primavera, que faz germinar, renovar. É tempo de criar, e a arte pode ser uma bela expressão de comunhão com o sentimento de primavera. Criar uma música, um bordado, uma pintura ou uma dança, por exemplo, faz com que nos aproxi-memos de nossas essências.

Dar e não tomar à força - exercitar a generosidade nos dá a sensação de limpeza da alma, nos refresca, como brisa, como um belo banho.

Recompensar e não punir - dentro do exercício da generosi-dade, recompensar as belas atitudes; recompensar também com afeto o trabalho dos empregados; refletir antes de usar palavras ou atitudes duras de repreensão; observar o olhar daquele que errou.

O QUE COMER NA PRIMAVERA

- É a estação do novo e do

renascimento. Estação de comer hortaliças cruas, brotos, frutas frescas, alimentos que nos trazem frescor e limpam o fígado.

Hortaliças são, por definição, alimentos cultivados em hor-tas. Além de ajudarem o coração, são antioxidantes e anticancerí-gcnos. Podem ser comidas à vontade nessa dieta.

Proteínas animais - carnes brancas, frescas, de aves e peixes.

Cereais - arroz integral, milho, massa integral, aveia, trigo, germe de trigo.

Raízes e tubérculo - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), cenoura crua, beterraba ralada, nabo.

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e hortelã, iogurtes e queijos frescos de vaca e de cabra, e tofu (queijo de soja) são indicados.

Chás - picão, boldo, carqueja, capim-limão, hortelã.

Evitar frituras, alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, carne bovina.

VERÃO 5

A estação das festas e do coração

Verão é a estação do fogo. É a estação das festas, dos festi-vais ao ar livre em todos os continentes e do carnaval no Brasil. No verão, a postura deve ser de festa. A natureza está em festa e o sentimento a ser cultivado é o de alegria e de exteriorização. Recomenda-se:

• Reunir-se com amigos ao ar livre. • Participar de festas.

• Ter mais contato com a água (na praia, cachoeira ou piscina). • Tomar banho de manhã e de noite.

O QUE COMER NO VERÃO - Estação em que se deve comer frutas cheias de líquido como melancia, melão, abacaxi, nectari-na, pessêgo, ameixa fresca, uvas, e beber água de coco.

Proteínas animais - carnes brancas de aves e peixes.

Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, aveia, trigo, pão integral, soja, tofu, lentilha, grão-de-bico, feijão-fradinho.

Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), cenoura crua, beterraba ralada.

Hortaliças - alface, agrião, aipo, acelga, aspargos, bertalha, brócolis, berinjela, broto de feijão, broto de alfafa, broto de bam-bu, champinhom, chicória, couve, couve-flor, espinafre, jiló, ma-xixe, palmito, quiabo, rúcula, repolho, tomate, vagem.

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ceboli-ilha, coentro, hortelã, manjericão, sálvia, orégano, alho-poró, mostarda, shoyo, iogurte batido com sal e hortelã.

Chás - hortelã, casca de abacaxi com hortelã, maçã, dente-de-leão, abacateiro.

Abacaxi é altamente recomendado por ser refrescante, diurético e rico em potássio. Seu suco batido com água

e hortelã fresca alivia o calor, as dores de cabeça de verão e a tensão pré-menstrual.

Evitar carne bovina, carne de porco, bacon, carneiro, miúdos, frituras, gorduras, creme de leite, chocolate.

Feijoada, nem pensar. Cuidado com a conservação dos camarões. Os alimentos indicados para o verão fazem

parte da dieta para abaixar o colesterol, promover a limpeza das artérias e exercer ação antioxidante.

(FIM DO VERÃO/

As águas de março

Estação do baço-pâncreas, da preguiça e da vontade de doce. Os dias dos meses de dezembro e janeiro são diferentes dos compreendidos entre a segunda semana de fevereiro e o início do outono: a atmosfera é mais abafada, úmida. Esta umidade nos penetra e deixa uma sensação de peso nas pernas e preguiça. A vontade de doce é mais comum, e a desatenção também. Ficamos mais inchados e as mulheres que apresentam tensões pré-mens-truais podem piorar. Dores de cabeça com sensação de peso na cabeça podem ocorrer. Existe uma maneira de escapar dos incô-modos dessa quinta estação: as chuvas que encerram o verão.

Buscar lugares frescos onde possa correr uma brisa, j Evitar lugares úmidos e contatos com mofos.

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O QUE COMER NA ESTAÇÃO DO CALOR E DAS CHUVAS

Estão indicados alimentos diuréticos como as frutas, seus sucos e água de coco. Frutas como ameixa seca e damasco seco ajudam a espantar a preguiça.

Proteínas animais - carne bovina magra, peixes e aves magros.

Cereais - arroz (branco ou integral), milho, massa (branca ou integral).

Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), cenoura, beterraba.

Hortaliças - principalmente as cozidas no vapor, na água ou passadas em uma chapa quente.

Temperos - alho, alho-poró, cebola, cebolinha, salsa, coentro. Chás - carqueja, boldo, dente-de-leão, chapéu-de-couro, abacateiro, louro, orégano, cidreira, casca de abacaxi com canela, maçã com cravo e canela.

Evitar tudo o que provoca a estagnação de líquidos e mucos no corpo: creme de leite, leite, queijos em excesso, doces, frituras, gorduras,

carne de porco, feijoada, excesso de sal.

Segundo a filosofia chinesa, o outono é a estação da maturi-dade, dos julgamentos e o momento de decidir o que deve mudar em nossas vidas.

Na primavera recomenda-se a generosidade, o não julga-mento e a aceitação do outro como ele é. No verão, aconselham-nos a cultivar a alegria, participar das festas, viver a exuberância. Já o outono é uma estação mais doída, em que devemos limpar nosso terreno, eliminando tudo o que for nocivo ao nosso redor, como se limpássemos um jardim das ervas daninhas.

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Na China, o Ministério da Justiça é chamado de Ministério do Outono, e é nesta estação que as sentenças mais duras são pro-clamadas. O julgamento é necessário e complementar à generosi-dade pregada na primavera. Ninguém e nenhuma sociegenerosi-dade cres-ce usando apenas a generosidade. Os dias de outono inspiram a disciplina de discernimento para que façamos a seleção do que fica e do que sai de nossas vidas, mesmo se o que tiver de sair fi-zer parte das coisas a que somos apegados. Para tanto devemos:

• Buscar maior disciplina no cumprimento de nossas obri-gações.

• Buscar ser justo. • Evitar gelados.

• Fazer exercícios respiratórios pela manhã.

O QUE COMER NO OUTONO - Estão indicados alimentos que fluidificam mucos e facilitam a expectoração. Entre eles, gen-gibre, alho, alho-poró, cebolinha e hortaliças cozidas ou refogadas.

Proteínas animais - carnes magras, peixes magros, carne branca de aves, frutos do mar.

Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, massa (de farinha branca ou integral), feijões (todos), lentilha, ervilha.

Raízes - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), cenoura e beterraba cozidas.

Hortaliças - cozidas ao vapor ou passadas por uma chapa quente para quebrar a energia fria dos vegetais crus. Comer mais alho, cebola, alho-poró, pimentões coloridos, gengibre, nirá, missô.

Temperos - Shoyo, gersal, azeite de oliva e os condimentos de natureza morna e quente.

Chás - eucalipto, capim-limão, casca de abacaxi com gengi-bre ou com cravo ou canela, chá de limão com canela.

Evitar água e líquidos gelados, sorvetes, carne de porco, leite e seus derivados.

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(INVERNO)

Estação da introspecçãÕ73^sflencio, da escuta e do rim

No inverno, a regra é seguir o movimento de introspecção. O silêncio é bem-vindo e deve ser observado. É o momento de deixar o corpo mais quieto. Recomendações:

• Dormir mais cedo e acordar mais tarde - é tempo do re-pouso para que o corpo renasça vigoroso na próxima pri-mavera. Fique mais tempo na cama.

• Ficar mais em casa - fique mais consigo mesmo, ouça mais a batida do próprio coração.

• Arrumar as gavetas - ponha ordem em seus guardados, a própria vida, os sentimentos, as lembranças.

O QUE COMER NO INVERNO - Os temperos mornos e quentes devem estar presentes diariamente, para ajudar a circular a energia.

Proteínas animais - carnes, aves, peixes, frutos do mar, cor-deiro, porco.

Hortaliças - só aquecidas ou em sopa, com a adição de tem-peros de natureza morna ou quente.

Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, massa (farinha branca ou integral), feijões (todos, mas de prefe-rência o azuki).

Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (de todos os tipos), cenoura e beterraba cozidas.

Chás - café, ginseng, cravo, canela, capim-limão, erva-doce.

Temperos - pimentas de todos os tipos, alho, alho-poró, cebola, noz-moscada, gengibre, coentro, salsa, cebolinha e curry devem ser mais usados no preparo das carnes, das sopas e dos cozidos.

AS PUNIÇÕES DAS ESTAÇÕES

No Livro do imperador amarelo, que traz as bases da medi-cina chinesa, são descritas as punições que a natureza reserva a

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quem não se dá bons tratos. A natureza não perdoa. Se você trans-gride as regras do bem-viver em uma estação, a cobrança vem na estação seguinte. Quem dormir pouco, comer de forma não-sau-dável, viver raivas e medos em uma estação, vai arcar com as punições da natureza na estação seguinte.

MAUS-TRATOS

• na primavera se manifestam em prejuízos para o fígado e coração no verão.

• no verão enfraquecem o coração, o aparelho digestivo e a capacidade de concentração no fim do verão. • no fim do verão se manifestam em problemas de

desatenção, digestão e respiração no outono. • no outono abrem portas para problemas de pulmão

e aparelho geniturinário reprodutor no inverno. • no inverno podem acarretar problemas nos rins,

libido, fígado e vesícula biliar na primavera.

Devemos ser generosos, sociáveis, justos e centrados a cada dia, a cada situação. Dia a dia devemos também cuidar do fígado, do coração, dos pulmões e dos rins. Este guia das estações pode servir para que, ao final do ano, tenhamos trabalhado sentimentos complementares e comido de forma certa, no momento certo. Ao atender a princípios de higiene de nossos órgãos vitais, estaremos, como a natureza, seguindo um ciclo.

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VEGETARIANISMO - ATÉ QUE

PONTO É SAUDÁVEL?

As carnes são YANG, umas mais do que as outras, mas todas são mais YANG que os vegetais. A energia YANG é a que move, pulsa e aquece. Carnes trazem força para os músculos, sangue e sistema imunológico. Trazem vigor e defesa. Trazem também toxinas, gorduras saturadas, colesterol, vacinas e antibióticos que o animal tomou. Trazem, dessa maneira, alergias alimentares que poucas pessoas sabem que têm; podem propiciar hipertensão, infartos, obstruções por placas de gordura, excesso de ácido úrico e gota.

Pessoas muito carnívoras tendem a ter mau hálito e aparên-cia de pele suja, seborréica. Pessoas agitadas tendem a perpetuar seus desequilíbrios com alimentos estimulantes e com as carnes, principalmente a bovina. Nas churrascarias costumamos ver um ambiente de algazarra, com pratos e garfos batendo, muita gente falando. Muita gente vermelha, transpirando e querendo mais carne com sangue. Caipirinha para esquentar, e chope para fal-samente refrescar. Esta é uma cena que mostra a clara relação entre os alimentos e os temperamentos, entre o que se come e o que se é.

Já nos restaurantes vegetarianos de vinte anos atrás se reu-niam pessoas com desequilíbrios opostos. Muitas delas, inclusive eu, na verdade buscávamos a própria essência. Era uma fase de descobertas, de novos conceitos e condutas. loga, tai-chi-chuan, chi-kun e zen-budismo aproximaram as pessoas delas mesmas, de suas essências. Estas técnicas e filosofias facilitam a escuta inte-rior. Quem mergulhava nessa história aos poucos aprendia sobre

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alimentação; o que limpa, o que suja, que chá tomar, quando to-mar. Surgiram então várias correntes, que divulgavam vários bons procedimentos.

Para muitos, a alimentação se transformara em uma quase religião, com rituais, combinações, horários estritos e radicalis-mos de conduta que se assemelhavam aos pecadores que se con-vertem, ou ao ex-fumante que prega contra o tabagismo.

Naquela época, terapias alternativas que reconhecem na ali-mentação o ponto de partida ao equilíbrio do corpo despontavam com força. Como os alimentos trazem uma alquimia, o vegetaria-nismo propiciou a escuta interior, em uma época muito barulhen-ta. Jejuns e dieta só de arroz integral por dez dias, para fins de desintoxicação e iluminação foram observados por muitos jovens e adultos em fase de transição pessoal. O consumo de folhas e fru-tas por dias seguidos também propiciava a tranqüilidade que pos-sibilita a escuta da própria essência, que era o que buscávamos nos anos 70. A alimentação vegetariana não era uma onda, era uma postura filosófica. No entanto, sem orientação adequada, muitos abandonaram o uso de todos os produtos animais, inclusi-ve ovos, leite e derivados, e não se nutriram adequadamente de elementos essenciais para a manutenção de corpos fortes. Nesse processo, muitos perderam a força e o viço.

Quando comecei a estudar medicina chinesa, aprendi que às vezes devemos priorizar hábitos vegetarianos; outras vezes, deve-mos comer mais carnes. É preciso deixar de lado os preconceitos e ter em mente que, se hoje o indicado é proceder de uma forma, amanhã pode ser de outra, conforme o dinamismo do corpo e da energia, conforme a vida.

Quem assume uma alimentação vegetariana estrita geral-mente se sente muito bem, limpo e cada vez mais saudável. Com o tempo, porém, suas reservas de ferro, vitamina B12 e determi-nados aminoácidos se esgotam e o organismo passa a consumir a própria matéria. Há perda da massa muscular e o organismo se enfraquece, inclusive em suas defesas. Além disso, a pessoa passa a não tolerar mais o cheiro do frango, peixe, muito menos carne vermelha. Torna-se muito YIN, frio, pálido, flácido, mastigando repetidamente a mesma garfada, falando pouco e baixo. Há o

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enfraquecimento de sua porção animal, que se alimenta da ener-gia animal, essencialmente YANG.

A coragem, a audácia e a agressividade são qualidades YANG de que precisamos para a nossa sobrevivência mais saudá-vel nas cidades, em meio às nossas tensões. No campo, ou numa redoma sem tensões, o vegetarianismo estrito pode nos manter saudáveis desde que aprendamos também a captar mais energia do ar através de exercícios taoístas. Os monges taoístas vivem muito bem dessa forma.

Quem vive na cidade, e decide optar pelo vegetarianismo em meio a desgastes físicos e emocionais do cotidiano, deve pro-curar um médico que o oriente sobre a ingestão de suplementos nutricionais que tragam aminoácidos essenciais, zinco, ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Dessa forma o vegetarianismo com viço é possível.

Observo hoje o público que freqüenta restaurantes vegeta-rianos e vejo gente mais bonita do que no passado, pessoas que cuidam do corpo e que fazem uma refeição desse tipo sem serem estritamente vegetarianas. Almoçar ou jantar de forma vegetaria-na, todos os dias, só nos faz bem: previne câncer de intestino, aju-da no controle de colesterol, é bom para a pele e colabora para a longevidade. Não é preciso comer proteína animal a cada refei-ção, mas geralmente oriento seu consumo em uma refeição ao dia.

A carne bovina, que nos traz uma digestão muito lenta, mais estagnação e radicais livres, não é necessária. Peixes, aves e ovos podem ser os elementos animais de que precisamos para nos man-termos fortes. A energia animal tonifica nosso lado animal.

O ideal seria que o freqüentador da churrascaria fosse comer no restaurante vegetariano com mais freqüência, e que o vegeta-riano se permitisse ir à churrascaria e comer carne de vez em quando. O fato é que, por vezes, precisamos de uma dieta dese-quilibrada, isto é, predominantemente YIN ou predominantemen-te YANG, para buscar nosso equilíbrio.

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A

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COMBINAÇÃO DOS ALIMENTOS

Existem combinações leves e pesadas de refeições. As leves são as refeições feitas em menores quantidades, ou à base de carnes brancas e vegetais. Refeições como de uma sopa simples ou com-binando uma carne branca com hortaliças e duas fatias de pão integral, fazendo um sanduíche saudável, compõem uma refeição leve.

Já refeições feitas com arroz, feijão, farofa, batata frita e bife acebolado com pimentão promovem estagnação: a comida fica parada na barriga por mais tempo, gerando gases, arrotos e às vezes azias. Refeições pesadas minam nossa saúde a partir da bar-riga. Quanto mais líquido se bebe durante a refeição, mais lenta é a digestão. Um copo de água por refeição é tolerável, sem prejuí-zos; já muita água dilui o suco digestivo e retarda o processamen-to dos alimenprocessamen-tos. Suco de laranja no almoço ou no jantar causa fermentações podendo provocar dores de cabeça.

Aprender a combinar os alimentos para melhor digeri-los é tarefa imprescindível sobretudo para os gordos, os barrigudos e os que apresentam dificuldades digestivas, com excesso de fer-mentações.

Hortaliças - combinam com tudo. Devem estar presentes no almoço e no jantar. Fornecem vitaminas, minerais, fibras e poucas calorias. São alimentos que nos limpam e previnem o câncer.

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São por definição alimentos cultivados habitualmente em hortas. Repare que não são só os vegetais folhosos - agrião,

abóbora, broto de bambu, acelga, abobrinha, aipo, alface, brócolis, aspargos, berinjela, alho, alcachofra, bertalha, alfafa, beterraba, broto de feijão, broto de trevo,

cebola, cenoura, champinhom, chicória, chuchu, couve, couve-flor, endívia, escarola, espinafre, jiló, maxixe, nabo, nirá, palmito, pepino, pimentão, quiabo, rabanete, repolho,

rúcula, taioba, tomate, vagem.

Amidos - são carboidratos complexos, que trazem energia calórica, vitaminas e minerais. Alguns alimentos dessa lista tam-bém são ricos em aminoácidos, como soja, feijões, lentilha, arroz integral e milho. Os amidos combinam com as hortaliças, mas não com as proteínas animais. Amido e proteína animal juntos devem ser evitados nos casos de digestão lenta e de dieta de ema-grecimento.

São os cereais, os grãos e as raízes - aipim, arroz, aveia, batata-baroa, batata-doce, batata-inglesa, cará,

centeio, ervilha, feijão, grão-de-bico, massas, milho, polenta cozida, soja, trigo.

Proteínas animajs - são as carnes de todos os animais e seus produtos como ovos, laticínios e frutos do mar. São fontes de todos os aminoácidos de que necessitamos para fabricar nossos hormônios de forma fisiológica, ter boa imunidade e força mus-cular. Combinam com as hortaliças e tornam-se pesadas para alguns quando combinadas com amidos.. Uma carne com salada é leve, com farofa ou batata frita é pesada e engorda.

Aves, peijxes, carnes,

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(Gorduras;— são essenciais para o sistema nervoso, revesti-mento da pele, para a formação dos sais biliares e hormônios sexuais. Apesar disso, devemos restringir o uso de gorduras, prin-cipalmente as animais, por serem ricas em colesterol, o maior res-ponsável pelos infartos do miocárdio após os quarenta anos, prin-cipalmente em gordos, mas também em magros e instáveis.

Frituras, mesmo com óleos vegetais, devem ser pouco a pouco abolidas de nossos hábitos. Não devemos guardar o óleo que sobrou após fritarmos algum alimento: eles se tornam satura-dos e cancerígenos. Os óleos vegetais mais indicasatura-dos, à base de girassol, canola ou milho, podem estar presentes num refogado ou para dar um brilho numa frigideira não-aderente, para facilitar o preparo do prato. Azeite de oliva, principalmente os extravir-gens, podem estar nas saladas cruas. Em pouca quantidade, são saudáveis.

( Frutas, - espere duas a três horas para comê-las caso tenha

almoçado ou jantado algum tipo de carne. A fruta é digerida antes dos outros alimentos e isso faz com que as carnes fiquem mais tempo no organismo, o que provoca formação de toxinas e radi-cais livres.

Já a combinação das frutas com amidos é viável, embora o ideal seja que as frutas sejam consumidas isoladamente, entre as refeições. Para a maioria das pessoas, sopa, salada e fruta podem constituir uma refeição leve, de fácil digestão.

Hortaliças combinam com proteínas animais. Hortaliças combinam com amidos. Proteínas animais não combinam com amidos.

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E O CÁLCIO, ONDE FICA?

O cálcio é o mineral mais abundante no nosso corpo. Os ossos e dentes detêm 99% dele e o restante está distribuído entre sangue, líquidos orgânicos e células, regulando muitas funções orgânicas. A deficiência de cálcio na dieta faz com que ele seja remanejado dos ossos para o sangue. Uma ingestão de cálcio deficiente pode gerar uma estrutura óssea também deficiente. Segundo os Recommended Dietary Allowances, da National Academy of Sciences, as crianças necessitam 800 mg de cálcio por dia. Homens e mulheres, dos 11 aos 24 anos, requerem 1.200 mg ao dia.

Os laticínios não podem ser considerados os alimentos mais ricos em cálcio. Entretanto, a crença popular de que fazem bem, associada ao fato de serem práticos e variados, os transformaram em alimentos muito consumidos. As algas marinhas são mais ricas em cálcio do que o leite ou o queijo, porém não fomos edu-cados para comê-las e na maioria das vezes nem sabemos usá-las. Uma xícara de iogurte tem cerca de 345 mg de cálcio, uma xíca-ra de leite desnatado, cerca de 300 mg. Os queijos têm em torno de 200 mg de cálcio a cada 30 g. O leite, o iogurte e os queijos, teoricamente, suprem as nossas necessidades de cálcio, mas, por outro lado, promovem fermentações no duodeno que atrapalham a absorção do elemento. No meio alcalino, cálcio e fósforo for-mam um precipitado insolúvel não absorvido: o fosfato de cálcio. Portanto, há uma grande diferença entre o que foi ingerido e o que é, de fato, absorvido.

Entre os alimentos vegetais, o ácido fítico das películas que envolvem os cereais, e o ácido oxálico, presente na acelga,

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beter-raba e espinafre, se combinam com o cálcio para formar compos-tos que não são absorvidos pelo organismo. O estresse físico e mental, o aumento da peristalse e da velocidade do trânsito dos alimentos diminui a absorção do cálcio. A medida que envelhece-mos, a absorção de cálcio escasseia.

São ricos em cálcio: algas marinhas, tofu, couve, repolho, folhas de nabo, mostarda, brócolis, feijões, laranja, sardinha, sal-mão, ostras, mariscos e iogurte, que é o laticínio mais digestivo e de melhor absorção.

Todas as pessoas devem fazer uma visita anual a um médi-co, mesmo que não estejam doentes. Como médimédi-co, costumo prescrever suplementação de cálcio a meus pacientes quando reti-ro os laticínios da dieta, principalmente para adolescentes e mulheres acima de quarenta anos. A suplementação se faz neces-sária quando buscamos formas de retardar o envelhecimento.

As mulheres de mais de quarenta anos estão hoje em dia ple-nas de vontade de viver, estudar e trabalhar. Nesta fase, mais independente, a mulher pode recomeçar seu processo de cresci-mento intelectual e profissional. Justamente nesse período, sobre-vêm a menopausa e a queda dos hormônios sexuais, que forne-cem coragem, disposição, viço, libido, ossos fortes e músculos. Acredito que, nesse momento, valha a pena contrariar o movi-mento natural de envelhecimovi-mento. Desde que não haja contra-indicação específica, sou a favor da reposição hormonal, que deve ser dirigida pelo ginecologista ou endocrinologista.

A deficiência de hormônios sexuais femininos provoca diminuição da absorção de cálcio. A reposição hormonal é uma forma antinatural que evita o movimento natural. Evita-se osteo-porose com a reposição hormonal.

O sol e a movimentação física também são fundamentais para manter a densidade e a qualidade de nossos ossos. Para trans-formar-se em sua forma ativa (D3), a vitamina D depende das ações dos raios ultravioleta. A vitamina D3 aumenta a absorção de cálcio e fosfato no intestino. A inércia colabora para a desmi-neralização óssea. Pessoas acamadas e articulações imobilizadas perdem massa óssea. Para conservar mais tempo um corpo forte, nada melhor do que caminhadas ao sol.

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Café, chá preto, mate diminuem a absorção do cálcio e não são indicados nem para crianças e adolescentes, nem para a ter-ceira idade. O uso da cortisona por tempo prolongado predispõe à osteoporose.

A densitometria óssea mostra que podemos ganhar massa óssea com um conjunto de medidas terapêuticas. Embora depois de uma certa perda óssea não se possa recompor a arquitetura original dos ossos, pode-se deixá-los mais fortes, para que pos-sam passar por eventuais trancos na vida, sem maiores danos.

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O EQUILÍBRIO YIN X YANG

O equilíbrio não está no meio-termo, o YANG tem de predominar na dose certa

A expansão da vida é um movimento YANG. A energia YANG é a que nos move para sair de casa, lutar e ganhar a vida. É a que traz impulsão e procriação.

Segundo os chineses, a sede dessa energia fica em nosso aparelho geniturinário-reprodutor. Testículos e ovários são sede energética e fisiológica de nossa vitalidade. Resfriamento em região genital e lombar reflete uma diminuição da energia geral, coragem e força vital. Já o excesso de energia quente, por outro lado, acaba por consumir a calma, leva à perda de paciência, pro-picia gastos inúteis de energia por agitação interior.

O uso excessivo de estimulantes como café, guaraná em pó, ginseng, catuaba, marapuama e ma huang podem levar ao cansa-ço, tremor das mãos, palpitações e ejaculação precoce. Energia YANG é boa mas não em excesso. Para nosso equilíbrio, precisa-mos do predomínio YANG, mas na dose certa. Quando estaprecisa-mos equilibrados apresentamos: pés, mãos e região genital mornas;, dormimos bem e acordamos dispostos, fazemos planos para o futuro; temos boa resposta muscular quando fazemos exercícios físicos; apresentamos boa defesa orgânica contra doenças; nossos intestinos funcionam diariamente; vemos força nos cabelos (exceto nos calvos, que podem ser plenos de saúde e energia e por uma questão genética ter pouco ou nenhum cabelo).

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TESTE

VOCÊ É MAIS YSN OU MAIS YANG?

Marque um X ao lado de cada você, some as colunas e veja atual.

QUALIDADES YANG O Temperatura corporal quente D Sensação de calor CD Face avermelhada • Gordura andróide (localizada no tronco) • Abdome estufado • Paladar aguçado • Voz alta, forte • Músculos fortes • Ossatura larga

O Respiração ofegante, ruidosa • Sexualidade ativa

• Come muito de uma vez só • Atração por salgados • Dorme pouco

• Expansivo/extrovertido O Atitudes ativas

O Gosta de competição física • Imediatista, lógico • Alterna simpatia e raiva • Tendência à irritação • Contestador

• Língua com saburra amarela • Pulso amplo, forte

TOTAL: Q

característica que identificar em a sua predominância energética

QUALIDADES YIN D Temperatura corporal fria • Sensação de frio • Face pálida ou amarelada CD Gordura ginecóide

(localizada em coxa e glúteos) D Abdome caído

• Olfato aguçado • Voz baixa • Músculos fracos O Ossatura estreita • Respiração suave, lenta O Diminuição da libido O Belisca pouco, o dia todo CD Atração por doce • Dorme muito • Contido/introvertido CD Atitudes passivas • Gosta de meditar, alongar O Pode aguardar até amanhã O Contido nas expressões CD Tendência à compreensão • Engole muitos sapos CD Língua com saburra branca • Pulso profundo, fraco

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Classificar-se como YIN ou YANG, naturalmente, não é tão simples. As vezes as naturezas são gritantes; outras vezes, dese-nham nuances. O mais importante desta leitura não é selar diag-nóstico, mas sim sensibilizar o corpo para buscar os alimentos que contrabalancem os desvios energéticos.

As dietoterapias energéticas serão propostas pela natureza oposta, ou seja, pessoas excessivamente YANG deverão consu-mir alimentos mais YIN para harmonizarem-se, enquanto pessoas mais YIN deverão comer alimentos mais YANG para se ativarem. Entre o YIN e YANG existem caminhos sutis que podem funcio-nar como chave para a longevidade. Devemos considerar nossas intuições. A sensibilidade deve nos orientar. Por isso é preciso trabalhá-la e testá-la, sempre.

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OS GORDOS

A obesidade só ocorre quando certos alimentos são consumidos por certas pessoas. A comida não é a única responsável pela obe-sidade. Muitos magros comem mais do que gordos.

Há pessoas que, por mais que se esforcem, jamais terão o corpo padrão da conceituada beleza estética de nossa época, em que o belo é o magro e musculoso. Muitos jamais serão magros, nem ficariam bem assim. Muitas pessoas foram programadas para ser mais arredondadas. Elas podem ser cheinhas e saudáveis, jamais obesas, porque obesidade não cursa com saúde. Para mui-tos, a melhor performance e imagem, considerando o rosto, o pescoço e o corpo, é com o peso e percentual de gordura um pouco acima do estipulado como ideal para a população. Quem não entende e não aceita seus limites vive em conflito com a natu-reza. Quando não atentamos para nossos limites, delegamos cul-pas às relações afetivas, à mãe, ao pai, à genética e até aos alimen-tos e cheiros que sentimos com prazer. Gordos vivem muitas cul-pas, e isso traz frustração, revolta reprimida e tristeza.

A comida, grande vilã, é também a maior companheira - na maior parte das vezes, após às três da tarde. A maioria dos gordos engorda por comer demais à tarde e à noite. Observo um movi-mento coletivo de angústia no fim do dia, quando o céu fica ver-melho e a tarde cai. Quem mora no interior observa que animais gritam e as rádios tocam a Ave Maria às seis da tarde. O entarde-cer pode trazer um aperto no peito.

Nas metrópoles, tantas vezes nem vemos o entardecer, mas podemos sentir da mesma forma essas angústias, que misturam

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uma saudade às vezes sem dono, vontade de encontrar o ninho, um nó sem causa. O pôr-do-sol dá o toque de recolher, anuncian-do o fim da jornada. Quananuncian-do vivemos situações de pendência, saudade, vazio afetivo, assistimos ao fim do dia e as nossas in-definições continuam estanques, não resolvidas. É um prato feito para as insônias. O natural é o sono vir após a conclusão do dia, após a resolução de questões, após o gozo, que pode ser se-xual ou simplesmente pela alegria interior de ter cumprido mais uma etapa.

Quanto mais a noite se aproxima, maior a compulsão oral, uns para bebidas alcoólicas, outros para cigarros, outros para doces, chocolates, beliscos e comidas calóricas. Mas quem quer de fato emagrecer tem de vencer essa tentação. O chocolate, todas as noites, por exemplo, é incompatível com dieta. Cem gramas de chocolate têm em média seiscentas calorias. O chocolate diet é indicado para diabéticos e não para quem quer emagrecer, pois também tem um alto valor calórico.

Quem quer mudar o corpo ou o dinamismo através de um caminho natural terá de mudar a forma de se alimentar. Quem quer mudar tem de se abrir para descobrir novos prazeres em novas comidas, sem que isso signifique que "nunca mais poderei comer tal coisa". Podemos continuar comendo de tudo, mas não da forma como fazemos quando desequilibrados. Quem está gordo e quer emagrecer pode comer feijoada, pode fazer ceia de Natal, pode comer de tudo em dia de festa, desde que de forma eventual e não abusiva.

Só os magros que querem engordar devem reforçar um pouco mais as quantidades em seu prato, para aumentar a oferta calórica. O hábito de comer muito numa refeição traz uma má higiene interna

bem os nutrientes. Muita quantidade de alimento engarrafa o trân-sito digestivo, que se torna lento. Criam-se aí as estagnações de alimentos em nossos intestinos; há fermentação com desprendi-mento de gases; podem ocorrer eructações, azias, e o abdome invariavelmente estufa.

A sensação de comer muito pode, paradoxalmente, vir acompanhada de sensação de prazer, torpor, lassidão. Comer em

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grande quantidade é um vício que como todos os outros pode ser adquirido ou deixado.

Preferir grelhados a frituras, hoje em dia, já é percebido como uma atitude de higiene interna, um autocuidado. Frituras à milane-sa, steaks com gordura, bacon, pele de animais, ovos fritos, cremes de leite podem ser deliciosos para a grande maioria da população, mas estão cada vez menos presentes no cotidiano de muita gente. Os restaurantes estão adaptando seus cardápios à exigência da crescente clientela light, que descobriu esse novo prazer e passou a repudiar os excessos, sobretudo em jantares. Batatas fritas e carne bovina são bem menos pedidas em jantares, em que peixes e aves com raízes e hortaliças preparadas à moda de cada chef são os cam-peões das noites. É clean comer light. E out comer heavy.

Assistimos a um movimento coletivo de limpeza interna através de alimentos e atividade física. A preocupação na escolha de produtos light no lugar dos convencionais move prateleiras de novos produtos recomendados por cardiologistas. Inúmeros livros, revistas, jornais e programas de rádio dão cada vez mais espaço para o tema nutrição porque existe um imenso público querendo saber mais sobre como viver melhor. Esses programas agem como um lembrete: "Cuide-se, é melhor e mais barato"; "Faça sua parte"; "Tenha responsabilidade sobre seu corpo."

Quando acontece esta mudança do olhar, os tratamentos costumam dar certo. Quem não toma consciência de suas limita-ções emagrece de uma hora para outra, fazendo qualquer sacrifí-cio e dieta de fome, atirando-se a kits empacotados e shakes diet em vez de procurar comer corretamente. Outras vezes, parte para os anorexígenos, hormônios da tiróide com fim puramente ema-grecedor, e torna-se insuportável para si e para os outros.

Em geral os inibidores de apetite fazem mais mal do que bem. Poucos conseguem viver usando-o regularmente. Efeitos colaterais como boca seca, impotência, frigidez, taquicardia, hipertensão, agressividade e labilidade emocional afastam o paciente desse tipo de tratamento. É comum ver alguém tomar anorexígeno por algum tempo, emagrecer e depois engordar novamente. Às vezes a pessoa nem atinge o peso desejado e joga tudo para o alto, cansada de viver mal. Quando suspende o

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anore-xígeno, come de tudo, em dobro, e engorda de novo, atingindo patamares mais elevados. Muitos que não abandonam o uso dos derivados das anfetaminas podem se tornar dependentes, com sérias alterações de personalidade. Pessoas assim são malnutridas sempre, ou pelo excesso ou pela deficiência de alimentos. Perdem o viço, o brilho dos cabelos e a energia.

A obesidade é uma doença que pode levar à morte, pois é pano de fundo para o maior número de mortes por acidentes car-diovasculares. Maus hábitos alimentares associados a tendência genética propiciam o diabetes, a hipertensão e a obesidade - esse trio mortal. A maioria dos hipertensos, diabéticos e gordos pode modificar sua situação. Não adianta fazer dieta às vezes - este cuidado tem de ser para a vida toda. Õ efeito iô-iô, de engordar e emagrecer, é pior do que ser gordo para sempre.

A reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos, que todos concordam ser o melhor caminho, são muitas vezes aban-donados pelo obeso, que emagrece e depois se acomoda. Observo que as pessoas que conseguem emagrecer e manter seu peso bom durante um ano são as que aprenderam a lidar com seus limites. Contudo, jamais estarão livres da obesidade. Um ex-gordo deve sempre lembrar que há um gordo dentro dele, às vezes domado, às vezes não.

Acho prudente buscar resultados, fundamentalmente, através das mudanças interiores, descobrindo uma nova relação com o pra-zer e com a comida certa na quantidade certa - por vezes até comendo errado, mas voltando ao certo no momento seguinte. Este caminho não traz efeitos colaterais e, desde antes de Hipócrates, acredita-se que devemos fazer da comida nosso medicamento.

Emagrecer sem remédio é possível, mas exige determinação e perseverança. E isso só alguns conseguem desenvolver. Quem emagrece para um casamento, engorda depois. Quem emagrece para um(a) namorado(a), no primeiro desencanto volta a engor-dar. Posturas assim são imaturas, colegiais, uma brincadeira de emagrecer.

O melhor caminho para emagrecer e manter-se bem dispos-to é fazer uni^transicão de forma lenta, cotidiana^ permiíjndo-se eventuais escapadas para coisas comuns como uísque, vinho,

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couvert de restaurante, pizza, uma sobremesa ou sorvete. Quem prioriza o emagrecimento definitivo vislumbra que esse é um pro-cesso lento e não precisa recusar brindes normais. Entretanto, be-ber muito, comer muito, ficar "pesado", são situações que deve-mos eliminar de nossas vidas. Festas de fim de ano, aniversários e viagens têm de ter comida farta e calórica. Faz parte da alegria e da tradição. Mas não é por isso que você vai comer muito. Você pode até comer de tudo, mas sem repetir.

Q U A N D O SAIR DA DIETA

Eventualmente, podemos comer de tudo. Ninguém engorda por-que comeu bolo e brigadeiro numa festa. Ninguém fica gordo por comer e beber demais em uma comemoração. Mas quando isso acontecer, compense no dia seguinte só com frutas e hortaliças. Evite sair da dieta mais do que um dia na semana; às vezes, reto-mar a dieta se torna difícil. O "dia da limpeza" serve como ponte para a volta à dieta.

DIA DA LIMPEZA

Café da manhã

• 1 copo de água fresca para o gordo YANG e morna para o gordo YIN

• Mamão papaia (1/2 ou inteiro)

• Tomar durante o dia três xícaras de um chá diurético (escolher no capítulo "Guia de Chás")

Almoço e jantar

• Para o gordo YANG, salada de hortaliças e uma fruta à vontade, entre as indicadas na sua dieta (capítulo 10) • Para o gordo YIN, sopa e uma fruta à vontade, entre as

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Ceia

• Uma fruta fresca para o gordo YANG

• Uma fruta assada, cozida ou grelhada para o gordo YIN • Uma xícara de chá digestivo (escolher no capítulo "Guia

de Chás")

PRIMEIRA PROVIDÊNCIA

< PARA QUEM QUER. EMAGRECER:

COMER MENOS

-

-Comer menos não significa ficar com fome, mas apenas diminuir o volume ingerido. Com o tempo, o volume do estômago reduz e você pode se saciar com menores quantidades.

Não repetir pode significar uma frustração a mais, pode ser sofrido como largar qualquer vício. Também já vi emagrecimen-tos sem sofrimenemagrecimen-tos conforme o estado de espírito de cada um. Existem pessoas que naturalmente se lamentam do que não têm. Pessoas pessimistas, que sentem pena de si mesmas, têm maior dificuldade em emagrecer e se manterem magras. Se um dia mudarem o olhar e repararem mais no que têm terão menos apego também em relação à comida. Enquanto continuarem negativis-tas, vão sofrer mais pelo que deixaram de comer.

ATIVIDADE FÍSICA & EMAGRECIMENTO

A prática de atividade física é essencial nos processos de emagre-cimento, por promover uma maior disposição física e tecidos mais fortes.

Caminhar - a princípio, é recomendado a todos.

Correr - só sob orientação médica que considere a sobrecar-ga nos joelhos e as condições cardiovasculares de cada um.

- monitorizados e orientados por profissional habilitado, ajudam a emagrecer e a

Referências

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