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quatro gêneros (Galphimia Cav., Lophanthera A.Juss., Spachea A.Juss. e Verrucularia A.Juss.). As folhas são simples, geralmente opostas e

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INTRODUÇÃO

De acordo com o APG II (2003), a família Malpighiaceae está incluída no clado das Eurrosídes I, dentro da ordem Malpighiales, a qual inclui 31 famílias, dentre elas Euphorbiaceae, Ochnaceae, Passifloraceae e Turneraceae. Atualmente a família é considerada grupo irmão da família Elatinaceae (ervas aquáticas a arbustos terrestres, cosmopolita) (DAVIS & CHASE, 2004). Seu monofiletismo é sustentado por caracteres morfológicos (ANDERSON, 1979, 1990) e vem sendo confirmado com dados moleculares (CHASE et al., 1993; CAMERON et al., 1995; WURDACK & CHASE, 1996). Estudos moleculares em Malpighiaceae (CAMERON et al., 2001; DAVIS et al., 2001), no entanto, ainda não ofereceram bases convincentes para dividi-la internamente em grupos que reflitam sinapomorfias morfológicas evidentes.

A família possui distribuição pantropical, incluindo 75 gêneros e cerca de 1.300 espécies, das quais aproximadamente 90% são neotropicais (ANDERSON et al., 2006). O maior centro de diversidade da família está na América do Sul, ao norte do Trópico de Capricórnio. Exceto o Chile, com apenas duas espécies, os países sul-americanos possuem grande representatividade de Malpighiaceae, sendo o Brasil o mais rico em número de espécies (ANDERSON, 2004). No Brasil, ocorrem 35 gêneros e cerca de 300 espécies distribuídas em diversas formações vegetais, como florestas, cerrados, campos rupestres e caatingas (BARROSO et al., 1991; ANDERSON, 2004). No Nordeste, as Malpighiaceae são bem representadas em número de espécies, contando com 23 gêneros e 182 espécies, baseado no banco de dados da APNE (MAMEDE, 2006). Sabe-se que o número de gêneros e espécies para o Nordeste é maior, já que apenas na Bahia foram encontrados 20 gêneros e cerca de 200 espécies (dados não publicados).

As espécies neotropicais de Malpighiaceae, apesar de divergirem em aspectos como hábito, tipo de fruto, morfologia polínica e número cromossômico (ANDERSON, 1979), tendem a ser uniformes quanto à morfologia floral, associada principalmente à polinização por abelhas (ANDERSON, 1979; SAZIMA & SAZIMA, 1989). São árvores, arbustos eretos ou escandentes, subarbustos, lianas ou trepadeiras, com tricomas malpighiáceos unicelulares tipo “T” ou “Y” e estípulas geralmente presentes. Segundo ANDERSON (1981, 2001) e VEGA et al. (2002), há presença de látex leitoso na tribo Galphimieae, circunscrita por

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quatro gêneros (Galphimia Cav., Lophanthera A.Juss., Spachea A.Juss. e Verrucularia A.Juss.). As folhas são simples, geralmente opostas e glandulosas, podendo essas glândulas ser estipitadas (com estipe não central), peltadas (com estipe central) ou sésseis (sem estipe). A inflorescência é terminal ou axilar, quase sempre racemosa ou paniculada, composta de umbelas ou corimbos com quatro ou mais flores. As flores são bissexuadas, eventualmente (funcionalmente) unissexuadas, pentâmeras, heteroclamídeas, hipóginas (perígena em Barnebya W.R.Anderson), bilateral ou raramente radial, casmógamas ou raramente cleistógamas (ex. Camarea A.St.-Hil. e Janusia A.Juss.). As sépalas possuem um par de elaióforos na face abaxial, que podem estar parcial ou totalmente ausentes em alguns gêneros ou espécies. As pétalas são alvas, rosa ou amarelas, algumas vezes com outra coloração, raramente azuis, ungüiculadas, a superior sempre diferenciada em tamanho, espessura do ungüículo ou cor. O androceu é obdiplostemone, geralmente com os 10 estames férteis, livres ou conados na base, iguais ou heteromórficos, com conectivos glandulosos ou não; anteras com deiscência longitudinal, raramente poricida. O gineceu é sincárpico, ovário súpero, tricarpelar, com três lóculos uniovulados, placentação axial e estiletes livres; estigmas terminais, capitados, truncados ou foliáceos (ex. Stigmaphyllon A.Juss.). Os frutos podem ser esquizocárpicos, constituídos por três samarídeos [ex.

Banisteriopsis C.B.Rob., Mascagnia (Betero ex DC.) Colla e Stigmaphyllon] ou cocas (ex. Ptilochaeta Turcz., Thryallis Mart. e Verrucularia), bagas (ex. Malpighia L.), drupas

(Byrsonima Kunth.) ou aquênios (ex. Dicella Griseb. e Burdachia A.Juss.) (BARROSO, 1991; ANDERSON & DAVIS, 2006) (Figs. 1, 2).

A família tem importância social, econômica e ecológica. A acerola (Malpighia

emarginata DC.) e o murici [Byrsonima sericea DC. ou B. verbascifolia (L.) DC.] são

amplamente utilizados na alimentação de animais e do homem. No caso da espécie

Byrsonima verbascifolia, o fruto carnoso tem sabor forte, agridoce e é ligeiramente oleoso,

podendo ser consumido in natura ou na forma de doces, sucos, sorvetes e licores. Também, a madeira dessa espécie é usada na construção civil, e por ser acetinada e brilhante é utilizada na marcenaria de luxo. Para o uso medicinal, a casca serve como anti-térmico, além de ser adstringente, sendo utilizada na indústria de curtume. Pode também ser considerada uma árvore ornamental, já que floresce e frutifica praticamente o ano todo.

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alucinógenas, sendo ingrediente essencial na preparação do chá Ayahuasca, juntamente com Psychotria viridis Ruiz & Pav. (Rubiaceae), utilizado em rituais indígenas, no Santo Daime, na Barquinha e no União Vegetal, supostamente proporcionando a purificação da alma com sua toxidez (SCHULTES & HOFMANN, 1993). Ecologicamente, elas possuem uma estreita relação com abelhas da tribo Centridini (ANDERSON, 1979). Essas abelhas são endêmicas do Novo Mundo e coletam óleo das flores de Malpighiaceae para a construção de ninhos e para a alimentação das larvas. Elas são as principais polinizadoras de Malpighiaceae (SIMPSON & NEEF, 1983; BUCHMANN, 1987; VOGEL, 1990; VINSON et al., 1997; CARVALHO et al., 2005; COSTA et al., 2006), e assim exercem uma forte pressão seletiva no grupo. Apesar de responsáveis pela morfologia floral conservativa em Malpighiaceae, elas garantiram o sucesso da família no Novo Mundo, que possui muito mais espécies da familia quando comparado ao Velho Mundo (VOGEL, 1990).

P.s. P.l.s. P.l.s. P.l.i P.l.i S.i. S.l.i S.l.i S.l.s S.l.s E El. Est.1 Est. 2 Est. 3

Fig. 1. Diagrama floral de Malpighiaceae. E (estames), El. (elaióforos), Est.1 (estilete superior), Est. 2-3 (estiletes inferiores) P.l.i (pétala lateral inferior), P.l.s. (pétala lateral superior), P.s. (pétala superior ou estandarte), S.i. (sépala inferior), S.l.i. (sépala lateral inferior), S.l.s. (sépala lateral superior).

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Em Malpighiaceae, o gênero Banisteriopsis é um dos maiores em número de espécies (66) e o mais amplamente distribuído no Neotrópico. Caracteriza-se por ser liana, trepadeira, arbusto ereto ou escandente a arvoreta, com estípulas interpeciolares diminutas quando presentes. As folhas são simples, opostas ou verticiladas, muito raramente alternas, menores na inflorescência, glabras ou pubescentes; a lâmina foliar é inteira, freqüentemente discolor, podendo ter de um a vários pares de glândulas estipitadas ou peltadas ao longo da margem, nas nervuras secundárias ou na base da nervura primária na face abaxial. Possui pecíolo de tamanho variável, freqüentemente com um ou dois pares de glândulas peltadas ou sésseis. A inflorescência é racemosa (paniculada) ou cimosa. Flores com simetria bilateral, sépalas laterais geralmente biglandulosas, pétalas alvas, rosa ou amarelas, glabras, fimbriadas na margem, com fímbrias glandulosas ou não. Possui 10 estames, todos férteis, conados na base, iguais ou heteromórficos; as anteras possuem deiscência longitudinal; pólens colporados a regulares cuboidais (banisterióides), clonodióides ou poliédricos. Os estiletes são iguais ou heteromórficos, paralelos ou divergentes com estigmas glabros ou pubescentes. O fruto é esquizocárpico, composto de três samarídeos, cada qual com uma ala dorsal bem desenvolvida, espessada na margem superior, núcleo seminífero sem cristas, mas com ondulações ou aletas (ondulações maiores) proeminentes e cálice persistente.

Ele estava dividido em três subgêneros: Banisteriopsis, Hemiramma e Pleiopterys (GATES, 1982). Os subgêneros foram divididos em seções e complexos reunindo espécies morfologicamente próximas, e são diferenciados geograficamente ou por pequenas características insuficientes para uma classificação segura. Baseados em estudos morfológicos e moleculares, ANDERSON & DAVIS (2006) transferiram o subgênero

Pleiopterys de Banisteriopsis para Diplopterys A.Juss (atualmente, com 31 espécies). Este

último é caracterizado por ser liana, arbusto ereto ou escandente, com estípulas interpeciolares pequenas ou diminutas. As folhas são opostas ou verticiladas, muito raramente alternas, podendo ser menores ou não na inflorescência, glabras ou pubescentes; a lâmina foliar é inteira podendo possuir glândulas diminutas na face adaxial ou ao longo da margem na face abaxial; O pecíolo é eglanduloso ou com um ou dois pares de glândulas distais estipitadas ou sésseis. A inflorescência é racemosa ou cimosa, axilar ou ocasionalmente terminal em umbelas 4-6-floras ou em racemos condensados com mais de oito pares de flores. As flores possuem simetria bilateral, com sépalas laterais biglandulosas

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a b

c d

Foto: Oscar Jaitt

e f

Fig. 2. Representantes de Malpighiaceae: a. Camarea axillaris A.St.-Hil., b. Byrsonima sericea DC. (murici), c. Malpighia glabra L. (acerola), d. Banisteriopsis malifolia (Nees & Mart.) B.Gates, e. Stigmaphyllon

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ou todas eglandulosas, pétalas amarelas, fimbriadas na margem, glabras ou pubescentes na face abaxial. Possui dez estames férteis, livres ou conados na base, iguais ou heteromórficos, com conectivos glandulosos ou não e anteras com deiscência longitudinal. Os estiletes são iguais ou heteromórficos, paralelos ou divergentes, com estigmas glabros. O fruto é esquizocárpico, composto de três samarídeos, cada qual com uma ala dorsal bem desenvolvida ou reduzida, espessada na margem superior e com uma auréola projetada internamente; núcleo seminífero com cristas e cálice persistente. Tanto Banisteriopsis quanto Diplopterys ocorrem apenas no Novo Mundo, sendo que a maioria das espécies de ambos os gêneros está restrita aos trópicos, dois terços delas encontradas apenas no Brasil; poucas espécies ocorrem nos subtrópicos do México, Paraguai ou Argentina (GATES, 1982; ANDERSON & DAVIS, 2006). Banisteriopsis e Diplopterys incluem espécies com ampla distribuição, como B. muricata (Cav.) Cuatrec., que vai do México à Argentina (ANDERSON, 2004), e D. pubipetala (A.Juss.) W.R.Anderson & C.Davis, que ocorre no Brasil, norte da Colômbia, oeste do Peru e da Bolívia indo até o sul, no Paraguai. Também incluem espécies com distribuição bastante restrita, como B. harleyi B.Gates, endêmica da Chapada Diamantina, Bahia, e D. carvalhoi W.R.Anderson & C.Davis, endêmica do sudeste da Bahia. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivos inventariar, descrever, ilustrar, elaborar chaves de identificação e confeccionar mapas de distribuição geográfica para as espécies dos gêneros Banisteriopsis e Diplopterys ocorrentes na Bahia, como parte do Projeto Flora da Bahia.

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MATERIAL E MÉTODOS

Entre 37o e 47oW e 08o e 19oS, o Estado da Bahia está situado na Região Nordeste do Brasil, ocupando uma área de 567.295,3 km2, o que representa 6,64% do território brasileiro e 36,34% do Nordeste. A Bahia faz limite ao norte com os Estados do Piauí, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, ao sul com Espírito Santo e Minas Gerais, a oeste com Goiás e Tocantinis e a leste com o Oceano Atlântico (SEI, 1999; GIULIETTI et al., 2006). A

faixa litorânea, envolvendo as planícies e os planaltos costeiros, apresenta clima variando de úmido a sub-úmido. Nas depressões periféricas e interplanálticas, o clima varia do semi-árido ao semi-árido. As elevações no centro do território baiano, correspondentes à Chapada Diamantina, apresentam características típicas do clima tropical de altitude, com médias anuais de temperatura variando de 18 a 22oC e pluviosidade pequena a moderada. O oeste baiano, drenado pelo rio São Francisco, região classificada como Chapadão Ocidental, apresenta clima quente e seco, do tipo semi-árido. No extremo oeste, a pluviosidade é maior, caracterizando uma tipologia que varia do sub-úmido ao úmido (HARLEY & MAYO, 1980; MORI & BOOM, 1981; MORI, et al., 1983).

Associada a essa diversidade climática e topográfica, encontra-se uma grande diversidade de tipos vegetacionais na Bahia (Fig. 3). São encontrados praticamente todos os grandes biomas brasilieros (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica). Dessa forma, encontram-se formações de florestas ombrófilas densas (hiléia baiana), vegetação com influência marinha (restingas, dunas) e vegetação com influência flúvio-marinha (mangue) nas áreas litorâneas; floresta estacional semidecidual na maior parte das áreas limítrofes à floresta ombrófila densa e nas principais regiões de planaltos; cerrados, principalmente a oeste do rio São Francisco, mas com disjunções na Chapada Diamantina e no norte do Estado; floresta estacional decidual e caatingas, principalmente nas depressões interplanálticas e encosta ocidental dos principais sistemas de serras; e campos rupestres, nas áreas acima de 900 m da Chapada Diamantina (RADAMBRASIL, 1981; GIULIETTI et al., 2006). Além dessas formações principais, há um grande número de formações locais, como os “inselbergs” relacionados com os grandes blocos graníticos que afloram nas caatingas; as dunas interiores do rio São Francisco; as matas de grotão encontradas nos vãos de grandes blocos de arenito e quartzito da Chapada Diamantina; as florestas ciliares e de encosta

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relacionadas com os rios que cortam o Estado; a “mata de cipó” dos arredores do Planalto de Conquista (GIULIETTI et al., 2006).

Fig. 3. Mapa da vegetação no Estado da Bahia (QUEIROZ, 1998).

Para a realização do levantamento florístico dos gêneros Banisteriopsis e

Diplopterys na Bahia, foram examinadas as coleções depositadas nos herbários ALCB,

CEN, CEPEC, HB, HRB, HUEFS, IBGE, IPA, MBM, RB, SP, SPF e UB (siglas segundo HOLMGREN et al., 1990). Foram realizadas cinco expedições de coleta abrangendo diferentes ecossistemas da Bahia e diversas coletas pontuais. O material coletado foi herborizado segundo MORI et al. (1989) e as exsicatas depositadas no HUEFS, sendo as

duplicatas enviadas aos herbários CEPEC, MICH e SP, onde se encontram especialistas da família.

Os táxons foram identificados a partir dos trabalhos de GATES (1982), ANDERSON (1999) e ANDERSON & DAVIS (2006) e a terminologia morfológica está baseada principalmente em HARRIS & HARRIS (1994). O formato do Tratamento Taxonômico seguiu o modelo proposto para a Flora da Bahia (GIULIETTI et al., 2006). Os dados de distribuição

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geográfica e fenologia das espécies foram obtidos a partir dos trabalhos de campo, das informações contidas nas etiquetas de herbários e em bibliografias.

RESULTADO GERAL

Foram reconhecidas 18 espécies de Banisteriospsis e nove espécies de Diplopterys para a Bahia:

Banisteriopsis

1. B. angustifolia (A.Juss.) B.Gates 2. B. anisandra (A.Juss.) B.Gates 3. B. calcicola B.Gates

4. B. campestris (A.Juss.) Little 5. B. ferruginea (Cav.) B.Gates

6. B. gardneriana (A.Juss.) W.R.Anderson & B.Gates 7. B. harleyi B.Gates

8. B. malifolia (Nees & Mart.) B.Gates 9. B. membranifolia (A.Juss.) B.Gates 10. B. multifoliolata (A.Juss.) B.Gates 11. B. muricata (Cav.) Cuatrec. 12. B. nummifera (A.Juss.) B.Gates 13. B. oxyclada (A.Juss.) B.Gates 14. B. quadriglandula B.Gates 15. B. schizoptera (A.Juss.) B.Gates 16. B. stellaris (Griseb.) B.Gates 17. B. variabilis B.Gates

18. B. vernoniifolia (A.Juss.) B.Gates

Diplopterys

1. D. bahiana W.R. Anderson & C.Cav. Davis 2.D. carvalhoi W.R. Anderson & C.Cav. Davis

3. D. hypericifolia (A.Juss.) W.R. Anderson & C.Cav. Davis

4. D. lutea (Griseb.) W.R. Anderson & C.Cav. Davis 5. D. patula (B.Gates) W.R. Anderson & C.Cav. Davis 6. D. pubipetala ((A.Juss.) W.R. Anderson & C.Cav.

Davis

7. D. sepium (A.Juss.) W.R. Anderson & C.Cav. Davis 8. D. valvata (W.R. Anderson & B.Gates) W.R.

Anderson & C.Cav. Davis

9. D. virgultosa (A.Juss.) W.R. Anderson & C.Cav. Davis

Banisteriopsis oxyclada, B. variabilis e B. vernoniifolia são ocorrências novas para

o Estado. As duas últimas ainda não haviam sido registradas para a Região Nordeste.

Banisteriopsis harleyi e B. quadriglandula estão restritas à Bahia, e B mariae

W.R.Anderson, também considerada endêmica, foi sinonimizada em B. schizoptera, espécie amplamente distribuída e comum no Estado.

Diplopterys lutea é mencionada pela primeira vez para o Estado; D. carvalhoi e D. bahiana, recentemente descritas, são endêmicas da Bahia. Este é o primeiro trabalho de

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Diplopterys, conforme proposto por ANDERSON & DAVIS (2006). Diplopterys passa a incluir espécies cujos samarídeos possuem ala dorsal desenvolvida, como em

Banisteriopsis, e nem sempre com cristas desenvolvidas no núcleo seminífero. Essa

similaridade deve estar associada à dispersão pelo vento, a qual teria surgido independentemente nesses dois gêneros ou, alternativamente, representaria uma característica plesiomórfica a partir da qual teriam surgido samarídeos com ala dorsal reduzida, mais associada a dispersão pela água. De qualquer maneira, com essa nova delimitação a separação de Banisteriopsis e Diplopterys torna-se problemática com base exclusivamente em caracteres morfológicos superficiais.

Dificuldade semelhante pode ser notada na separação de algumas espécies da Bahia, como B. calcicola/B. campestris, B. angustifolia/B. harleyi/B. vernoniifolia, B.

gardneriana/B. nummifera, B. malifolia/B. variabilis, B. stellaris/B. schizoptera, D. patula/D. pubipetala/D. sepium. Essa dificuldade aumenta consideravelmente se espécies

que não ocorrem na Bahia forem consideradas, por exemplo, D. amplectens(MT)/D.

virgultosa, D. platyptera (PE)/grupo de D. pubipetala. Espécies nesses dois gêneros são

freqüentemente separadas por características sutis como densidade do indumento dos ramos e folhas, posição das glândulas extra-florais, tamanho/forma dos estiletes, etc. Muitas dessas características parecem insuficientes para explicar ou refletir um isolamento biológico para esses grupos. São necessários estudos populacionais que permitam investigações detalhadas e abrangentes desses complexos de espécies, procurando definir unidades biológicas capazes de serem reconhecidas taxonomicamente. Buscando auxiliar futuros estudos nesse sentido, procurou-se fornecer descrições completas das espécies de

Banisteriopsis e Diplopterys que ocorrem na Bahia (exceto D. bahiana, que não teve

nenhum material examinado durante o estudo), bem como uma chave para a identificação desses táxons. Quinze espécies foram ilustradas no tratamento, dentre elas B. angustifolia,

B. anisandra, B. calcicola, B. ferruginea, B. gardneriana, B. harleyi, B. multifoliolata, B. nummifera, B. oxyclada, B. quadriglandula e D. virgultosa, pela primeira vez,

representando um acréscimo significativo para o conhecimento das Malpighiaceae da Bahia.

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FLORA DA BAHIA: MALPIGHIACEAE -

B

ANISTERIOPSIS E

D

IPLOPTERYS

Paula Dib Carvalho, Alessandro Rapini & Abel Augusto Conceição

Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Km 3, BR-116, 44031-460, Feira de Santana, BA.

(Flora da Bahia: Malpighiaceae – Banisteriopsis e Diplopterys) – É apresentado o levantamento florístico dos gêneros Banisteriopsis e Diplopterys (Malpighiaceae) no Estado da Bahia, Brasil. Foram reconhecidas 18 espécies de Banisteriopsis e nove de

Diplopterys. São apresentadas chaves de identificação, descrições e comentários

taxonômicos para os gêneros e espécies, além de ilustrações e mapas de distribuição geográfica para as espécies no Estado.

Palavras-chave: Bahia, florística, Malpighiaceae, taxonomia.

(Flora da Bahia: Malpighiaceae – Banisteriopsis e Diplopterys) – The floristic inventory of the genera Banisteriopsis and Diplopterys (Malpighiaceae) in the State of Bahia, Brazil, are presented. Eighteen species of Banisteriopsis and nine of Diplopterys were recognized. Keys for identification, descriptions and commentaries of genera and species, as well as illustrations and distribution maps of species in the State are provided.

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Malpighiaceae

Árvores, arbustos eretos ou escandentes, subarbustos ou trepadeiras. Tricomas unicelulares. Estípulas geralmente presentes. Folhas simples, opostas, subopostas, verticiladas, raramente alternas; glândulas no pecíolo e/ou na lâmina; lâmina inteira, raramente lobada, margem plana, revoluta, pseudodentada ou ciliada no local das glândulas marginais. Inflorescência terminal ou axilar, diversa, quase sempre racemosa ou paniculada, mas com flores nascendo em umbelas ou corimbos. Flores bissexuadas, heteroclamídeas, hipóginas, simetria bilateral, raramente radial; sépalas 5, 1 par de elaióforos na face abaxial de cada uma, ausentes em alguns gêneros; pétalas 5, alvas, rosa ou amarelas, ungüiculadas, a superior diferenciada. Androceu obdiplostemone, geralmente 10 estames férteis, livres ou conados, iguais ou heteromórficos; anteras iguais ou heteromórficas, deiscência longitudinal, raramente poricida. Gineceu tricarpelar, trilocular; lóculos uniovulados, placentação axial; estiletes 3. Frutos secos ou carnosos, deiscentes ou indeiscentes, esquizocárpicos, nozes, bagas ou drupas. Sementes sem endosperma.

A família possui distribuição pantropical, incluindo 75 gêneros e cerca de 1.300 espécies, das quais aproximadamente 90% são neotropicais. O maior centro de diversidade da família está na América do Sul, ao norte do Trópico de Capricórnio. Exceto o Chile, com apenas duas espécies, os países sul-americanos possuem grande representatividade de

Malpighiaceae, sendo o Brasil o mais rico em número de espécies (ANDERSON et al.,2006).

ANDERSON WR. 1981. Malpighiaceae. In: The Botany of the Guayana Highland: Part XI. Mem.

New York Bot. Gard. 32: 21-305.

ANDERSON WR. 2004. Malpighiaceae, p. 229-232. In: N SMITH,SAMORI,AHENDERSON,DWM STEVENSON &SVHEALD (eds.). Flowering plants of the Neotropics. Princeton: Princeton University Press.

ANDERSON WR., CE ANDERSON & CC DAVIS. 2006. Malpighiaceae (http://herbarium.lsa.umich.edu/malpigh/index.html), consultado em III/2003.

GRISEBACH AHR. 1858. Malpighiaceae, p. 1-124; tab. 1-22. In: CFPMARTIUS AW Eichler (eds.).

Flora brasiliensis vol. 12, part. 1. Leipzig: Fleischer.

JUSSIEU A. 1843. Monographie de la famille des Malpighiacées. Arch. Mus. Hist. Nat. 3: 5–151, 255–616, pl. 1–23.

NIEDENZU F. 1928. Malpighiaceae, p. 1-870. In: AENGLER (ed.). Das Pflanzenreich IV. 141: 1-870. Leipzig: Wilhelm Engelmann.

(16)

Chave para os gêneros

1. Pétalas glabras, samarídeos sem cristas no núcleo seminífero...1. Banisteriopsis 1’. Pétalas pubescentes na face abaxial, quando glabras então samarídeos com cristas

desenvolvidas no núcleo seminífero...2. Diplopterys

1. Banisteriopsis C.B.Rob.

Lianas, trepadeiras, subarbustos a arvoretas. Tricomas malpiguiáceos tipo ‘T’ ou ‘Y’. Estípulas interpeciolares diminutas quando presentes. Folhas simples, opostas ou verticiladas, raramente alternas, menores na inflorescência; lâmina inteira, freqüentemente discolor, 1-vários pares de glândulas ao longo da margem, na face abaxial ou na base da nervura central. Pecíolo freqüentemente com 1-2 pares de glândulas. Inflorescência paniculada ou cimosa. Flores bilaterais; sépalas laterais geralmente biglandulosas; pétalas alvas, rosa ou amarelas, fimbriadas na margem. Estames 10, férteis, conados na base, iguais ou heteromórficos; anteras com deiscência longitudinal. Estiletes iguais ou heteromórficos, paralelos ou divergentes; estigmas glabros ou com tricomas. Fruto esquizocárpico, três samarídeos, cada qual com uma ala dorsal bem desenvolvida, espessada na margem superior, núcleo seminífero sem cristas, mas com ondulações ou aletas transversais proeminentes, cálice persistente.

Banisteriopsis inclui 66 espécies. Está distribuído na região tropical do Novo

Mundo; poucas espécies chegam aos subtrópicos do México, Paraguai e Argentina (GATES, 1982). Cerca de 2/3 das espécies são endêmicas do Brasil, 18 encontradas na Bahia, ocorrendo em diversas formações vegetais.

GATES B. 1982. Banisteriopsis, Diplopterys (Malpighiaceae). Flora Neotropica 30. New York: The New York Botanical Garden.

(17)

Chave para as espécies

1. Inflorescência racemosa (paniculada); flores amarelas.

2. Pecíolo eglanduloso; lâmina com 1 par de glândulas sésseis na margem, próximas à base; estigmas com tricomas...1.5. B. ferruginea 2’. Pecíolo com 1 par de glândulas no ápice; lâmina eglandulosa; estigmas glabros.

3. Face abaxial da folha densamente dourado-tomentosa; elaióforos ca. 1 mm compr. Estames livres...1.2. B. anisandra 3’. Face abaxial da folha serícea a glabra; elaióforos ca. 2 mm compr. Estames conados

na base.

4. Ramos esparsamente seríceos a glabros; sépalas ca. 5 × 3 mm; limbo da pétala superior ca. 5 × 5 mm; estiletes inferiores retos, da mesma espessura e mais longos que o superior...1.12. B. nummifera 4’. Ramos tomento-velutinos; sépalas ca. 3 × 2 mm; limbo da pétala superior ca. 7 × 6

mm; estiletes inferiores recurvados, mais delgados e da mesma altura que o superior...1.6. B. gardneriana 1’. Inflorescência cimosa, geralmente em umbelas; flores alvas a rosa.

5. Arbusto ereto; lâmina foliar pelo menos seis vezes mais longa do que larga... ...1.1. B. angustifolia 5.’ Trepadeira, liana ou erva a arbusto escandente; lâmina foliar até quatro vezes mais

longa do que larga.

6. Face abaxial da folha geralmente eglandulosa, prateado-serícea; ramos seríceos. 7. Cálice com 8 elaióforos; limbo das pétalas laterais ca. 5 mm compr., o da superior

ca. 4 mm compr.; estiletes desiguais, o superior 3 × 0,5 mm, os inferiores 4 × 0,5 mm; ala dorsal dos samarídeos ca. 2,5 × 1,2 cm...1.11. B. muricata 7’. Cálice com 4 elaióforos; limbo das pétalas laterais mais que 8 mm compr., o da

superior ca. 8 mm compr.; estiletes iguais, ca. 2 × 0,2 mm; ala dorsal dos samarídeos ca. 1,6 × 0,5 cm...1.14. B. quadriglandula 6’. Face abaxial da folha geralmente glandulosa, serícea, tomentosa ou glabra,

eventualmente alva, raramente prateada, mas então ramos tomentosos. 8. Lâmina foliar rugosa adaxialmente; androceu sem conectivos glandulosos.

(18)

9. Pecíolo 1-2 mm compr.; pétalas laterais com limbo ca. 14 mm larg. e ungüículos ca. 6 mm compr.; ungüículo da pétala superior ca. 8 mm compr.; anteras dorsifixas; elaióforos ca. 3 mm compr.; estigmas com tricomas...1.7. B. harleyi 9’. Pecíolo 3-4 mm compr.; pétalas laterais com limbo ca. 5 mm larg. e ungüículos

ca. 2 mm compr.; ungüículo da pétala superior ca. 3 mm compr.; anteras basifixas; elaióforos ca. 1 mm compr.; estigmas glabros...1.18. B. vernoniifolia 8’. Lâmina foliar geralmente planas, indistintamente rugosa adaxialmente; androceu

com conectivos glandulosos. 10. Pecíolo glanduloso.

11. Ramos alvo a dourado-tomentosos; face adaxial da folha velutino-tomentosa; estiletes desiguais, os inferiores maiores que o superior; samarídeos tomentulosos...1.13. B. oxyclada 11’. Ramos seríceos ou velutinos a glabros; face adaxial da folha serícea a glabra;

estiletes iguais, os inferiores do mesmo tamanho que o superior; samarídeos seríceos.

12. Folha com face abaxial densamente serícea, apiculada no ápice; estípulas ca. 5 mm compr.; pétalas menos que 7 mm compr...1.10. B. multifoliolata 12’. Folha com face abaxial esparsamente serícea a glabra, acuminada no

ápice; estípulas ca. 1 mm compr.; pétalas mais que 9 mm compr...1.9. B. membranifolia 10’. Pecíolo eglanduloso.

13. Folha glabra em ambas as faces...1.16. B. stellaris 13’. Folha com tricomas em pelo menos uma face.

14. Tecas das anteras glabras.

15. Pecíolo 4-10 mm compr.; lamina foliar obtusa na base, abaxialmente esparsamente tomentosa ou densamente serícea e com 1 par de glândulas estipitadas ao longo das nervuras secundárias, eventualmente ausentes; núcleo seminífero com ondulações transversais proeminentes ...1.3. B. calcicola 15’. Pecíolo 2-4 mm compr.; lamina foliar cordada na base, abaxialmente

(19)

à base da nervura primária; núcleo seminífero sem ondulações...1.4. B. campestri 14’. Tecas das anteras com tricomas.

16. Folhas abaxialmente com glândulas nas nervuras secundárias, quando presentes; limbo das pétalas laterais ca. 4 × 5 mm compr., o da superior ca. 3 × 3 mm; androceu com todos os conectivos glandulosos; estiletes ca. 3 mm compr...1.15. B. schizoptera 16’. Folha abaxialmente com glândulas na base da nervura primária,

quando presentes; limbo das pétalas laterais maior que 5 × 6 mm, o da superior maior que 4 × 4 mm; androceu com parte dos conectivos eglandulosos; estiletes ca. 4 mm compr.

17. Folhas indumentadas em ambas as faces; sépalas ca. 5 mm compr.; elaióforos ca. 3 mm compr...1.8. B. malifolia 17.’ Face adaxial da lâmina glabra, a abaxial com tricomas esparsos

a glabrescente; sépalas ca. 4 mm compr.; elaióforos ca. 2 mm compr...1.17. B. variabilis

1.1. Banisteriopsis angustifolia (A.Juss.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 98. 1982.

Banisteria angustifolia A.Juss. in Saint Hilaire, Fl. bras. mer. 3: 38. 1832 [1833].

Figs. 1A-H; 2; 24a-b.

Arbusto ereto, até 1,5 m alt.; ramos seríceos. Estípulas triangulares, ca. 4 mm compr. Folhas opostas ou verticiladas; pecíolo 1-2 mm compr., 1 par de glândulas estipitadas no ápice; lâmina linear a elíptica, 6,2-14 × 0,5-2 cm, ápice agudo a apiculado, base obtusa ou truncada, margem revoluta, face adaxial esparsamente serícea, a abaxial densamente alvo-serícea a alvo-tomentosa, com 1 par de glândulas estipitadas nas nervuras secundárias da face abaxial, eventualmente ausentes. Inflorescência terminal, dicásio de umbelas 4-floras; brácteas e bractéolas persistentes, elípticas, 2 mm compr.; pedicelo 1-1,5 cm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 2 mm, alvo-seríceas; elaióforos 7-8, vermelhos, ca. 1 × 1 mm. Pétalas alvas ou rosa, tornando-se pálidas com a idade, glabras, as laterais eglandulosas, limbo 6-9 × 8-10 mm, ungüículos ca. 2 mm compr., a superior glandulosa,

(20)

limbo ca. 8 × 11 mm, ungüículo ca. 4 mm compr. Estames conados na base, filetes 1,3-4,3 mm compr.; anteras basifixas, 1-1,5 × 0,8-2 mm, conectivos glandulosos e eglandulosos, tecas glabras. Ovário ca. 1,2 × 2 mm, alvo-seríceo; estiletes iguais, paralelos, retos, ca. 4 × 0,5 mm, estigmas glabros. Samarídeos vináceo-amarronzados, seríceos, alas dorsais 2,3-2,5 × 1,4-1,5 cm.

Comumente encontrada em montanhas rochosas da Cadeia do Espinhaço, nos Estados de Minas Gerais e Bahia (Chapada Diamantina), em altitudes variando de 1.000 a 1.600 m. C6, D6, E3, E6, F5, F6, G6, G7: típica de cerrado e campos rupestres. Coletada com flores e frutos de dezembro a julho.

Material selecionado: Abaíra, 13o31’59”S 41o52’40”W, jan.2003, Senna et al. 99 (HUEFS). Andaraí, jan.1988, Batista 21 (HRB). Barra da Estiva, mai.1991, Santos &

Mayo 289 (CEPEC, HUEFS, SP). Caetité, fev.1992, Sant’Ana et al. 3709 (CEPEC).

Cristópolis, jan.1977, Hatschbach 39498 (HB, MBM, SPF). Érico Cardoso, 13o16’07”S 42o08’45”W, jul.2001, Roque et al. 580 (CEPEC, HUEFS). Ibicoara, abr.2000,

Araújo-Nóbrega et al. 19 (SPF). Jussiape, 13o26’49”S 41o32’18”W, jun.2002, Queiroz et al. 7129 (HUEFS). Morro do Chapéu, 11o34’21”S 41o10’51”W, abr.2001, Melo et al. 3328 (HUEFS). Mucugê, 12o39’S 41o33’W, jun.2005, Carvalho & Conceição 100 (HUEFS). Palmeiras, mar.1997, Grilo et al. 139 (SPF). Piatã, 13o02’S 41º53’W, jan.2006,

Conceição et al. 1666 (HUEFS). Rio de Contas, 11o34’27”S 41o50’44”W, jan.1998,

Queiroz et al. 4939 (HUEFS, SP). Seabra, fev.1971, Irwin et al. 31078 (UB). Sento Sé,

10o28’S 41o23’W, abr. 1981, Orlandi 402 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, RB, SPF, UB). Umburanas, 10o22’S 41o19’W, abr. 1999, Queiroz et al. 5246 (CEPEC, HUEFS). Vitória da Conquista, fev.1972, Santos et al. 2243 (CEPEC, HRB).

A espécie apresenta uma grande variação no tamanho e na forma das folhas, de elíptica a linear. Assemelha-se a Banisteriopsis andersonii B.Gates, que ocorre em campos rupestres da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, sendo ambas componentes do complexo B. campestris, que também inclui B. calcicola e B. campestris. No entanto, são distinguidas por B. angustifolia ser maior, ter hábito ereto e possuir flores menores.

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1.2. Banisteriopsis anisandra (A.Juss.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 150. 1982.

Banisteria anisandra A.Juss. in Saint Hilaire, Fl. bras. mer. 3: 47. 1832[1833].

Figs. 1I-O; 2.

Nome popular: cipó-de-prata (GATES, 1982).

Liana; ramos tomentosos. Estípulas ca. 1,5 mm compr. Folhas opostas ou subopostas; pecíolo 1-2 cm compr., 1 par de glândulas sésseis na parte apical; lâmina elíptica, eglandulosa, 9,2-12 × 6-6,4 cm, ápice obtuso a apiculado, base obtusa ou truncada, margem pouco revoluta, face adaxial glabra, a abaxial densamente dourado-tomentosa. Inflorescência axilar, panículada, flores em pares nos ramos laterais; brácteas e bractéolas persistentes, suboblongas, 1,2-2,5 mm compr.; pedicelo ca. 8 mm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 2 mm, glabras; elaióforos 8, ca. 1 × 1 mm. Pétalas amarelas, eglandulosas, glabras, as laterais com limbo ca. 7 × 6 mm, ungüículos ca. 3 mm compr., a superior com limbo ca. 6 × 6 mm, ungüículo ca. 3 mm compr. Estames livres, filetes 2-4 mm compr., o oposto à sépala inferior maior e o oposto à pétala superior menor que os outros, os demais quase iguais; anteras basifixas, 1-1,2 × ca. 1 mm, conectivo do estame maior e do menor glandulosos, os demais eglandulosos, tecas glabras. Ovário ca. 1 × 1,2 mm, apicalmente ferrugíneo-seríceo; estiletes iguais ou desiguais, os inferiores ca. 3 × 0,3 mm, o superior ca. 2,2 × 0,1 mm, pouco divergentes, estigmas glabros. Samarídeos verdes, ferrugíneo-seríceos na base, alas dorsais 2,9-3 × ca. 1 cm.

Ocorre em cerrados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, ocasionalmente em São Paulo e Bahia; neste último, se tem registro apenas para o oeste. F3: campo rupestre e cerrado. Coletada com flores e frutos em agosto.

Material examinado: Correntina, 13o24’S, 44º35’W, ago.1996, Jardim et al. 926 (ALCB, CEPEC).

Faz parte do complexo Banisteriopsis nummifera, o qual inclui também B.

gardneriana e B. nummifera. Distingue-se de B. gardneriana, pelas folhas densamente

tomentosas na face abaxial e com reticulação impressa na adaxial, pelos elaióforos pequenos e por três estiletes de espessuras iguais (GATES, 1982).

(22)

1 mm 2 m m 1 mm 5 mm 1 cm 5 m m A B C E H I L N O 1 mm 5 m m 1 cm 1 cm 5 m m D F G J M

Fig. 1. Banisteriopsis angustifolia: A. Ramo com flores e botões, B. Região interpeciolar, mostrando base da folha, pecíolo e glândulas, C-D. Porção basal da folha (C. Face adaxial, D. Face abaxial), E-F. Estame (E. Vista frontal, F. Vista lateral), G. Gineceu, H. Samarídeo; B. anisandra: I. Base da folha abaxialmente, J. Face adaxial da folha em detalhe, L-M. Estame (L. Vista lateral, M. Vista dorsal), N. Gineceu, O. Samarídeo (A-G:

(23)

Fig. 2. Mapa de distribuição geográfica de Banisteriopsis angustifolia e B. anisandra na Bahia.

1.3. Banisteriopsis calcicola B.Gates, Flora Neotropica 30: 104. 1982. Figs. 3; 4A-G.

Arbusto escandente ou liana; ramos alvo-seríceos a alvo-tomentosos. Estípulas lanceoladas, ca. 1 mm compr. Folhas opostas; pecíolo ca. 0,4-1 cm compr., eglanduloso; lâmina elíptica, 4-11 × 2,2-3,9 cm, ápice agudo ou apiculado, base obtusa, margem revoluta, face adaxial velutina a tomentosa, a abaxial esparsamente tomentosa ou densamente serícea e com 1 par de glândulas estipitadas ao longo das nervuras secundárias, eventualmente ausente. Inflorescência terminal ou axilar, dicásio de umbelas 4-floras; brácteas e bractéolas caducas, lineares a ovadas, ca. 2 mm compr.; pedicelo 1-1,4 cm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 2 mm, seríceas; elaióforos 8, ca. 1 × 1 mm. Pétalas rosa, alvas com a idade, glabras, glandulosas, as laterais com limbo ca. 5 × 3 mm, ungüículos ca. mm compr., a superior com limbo ca. 4 × 2 mm, ungüículo ca. 3 mm compr. Estames conados na base, filetes ca. 1,5-4 mm compr.; anteras basifixas, ca. 1 mm compr, conectivos glandulosos opostos às 3 sépalas superiores, os demais eglandulosos, tecas glabras. Ovário ca. 1 × 2 mm, seríceo; estiletes iguais, paralelos, retos, ca. 3 mm compr.,

(24)

estigmas glabros. Samarídeos róseos, seríceos, alas dorsais 3-3,5 × 1,4-1,7 cm, núcleo seminífero com ondulações proeminentes.

Encontrada principalmente no Nordeste do Brasil, associada algumas vezes a solos calcários do nordeste de Minas Gerais, Bahia, Piauí e Ceará. No Estado da Bahia, é encontrada ao norte, sudoeste e na Chapada Diamantina. B4, D5, D6, E5, F1, F4, F5, F6, G1, G2, G5: caatinga e cerrado. Floresce e frutifica de dezembro a maio.

Material selecionado: Abaíra, 13º16’S 41º49’W, fev.1992, Stannard et al. 51585 (UB). Brotas de Macaúbas, 11o59’S 42o37’W, jan.2001, Guedes & Paulo Filho 7932 (ALCB, HRB, HUEFS). Caetité, abr.2003, Roque et al. 677 (ALCB). Campo Alegre de Lourdes, dez.2001, Nunes et al. 652 (CEPEC, HUEFS). Cocos, mar.1972, Anderson et al. 37133 (RB). Correntina, jan.1997, Hatschbach et al. 66068 (MBM). Licínio de Almeida, mar.2001, Jardim et al. 3284 (ALCB, CEPEC, HRB). Morro do Chapéu, abr.2004,

Guedes et al. 11005 (ALCB). Santana, 13o15’40”S 43o53’41”W, jan.2004, Machado &

Santana 161 (HUEFS).

Assemelha-se a Banisteriopsis campestris, podendo ser distinguida pelos conectivos

enlarguecidos nos estames opostos às sépalas laterais superiores, as glândulas estipitadas localizadas ao longo das nervuras secundárias da face abaxial das folhas, as brácteas caducas e núcleos seminíferos com ondulações transversais proeminentes. Geralmente, ocorre em solos calcários (daí o epíteto específico), porém, na Bahia, também pode ser encontrada em solos não calcários. Apenas Jardim 3284 apresentou indumento densamente seríceo na face abaxial do limbo, sendo essa característica incluída na variação da espécie.

1.4. Banisteriopsis campestris (A.Juss.) E.L.Little, Phytologia 6: 506. 1959.

Banisteria campestris A.Juss. in Saint Hilaire, Fl. bras. mer. 3: 36. 1832 [1833].

Figs. 3; 4H-N; 24c.

Arbusto escandente até 1,5 m alt.; ramos seríceos. Estípulas triangulares, diminutas. Folhas opostas; pecíolo ca. 2-4 mm compr., eglanduloso; lâmina estreitamente elíptica a

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orbicular ou ovada, 3,7-9,5 × 2-5,3 cm, ápice agudo ou apiculado, base cordada, margem plana a levemente revoluta, face adaxial velutina, levemente rugosa, a abaxial densamente tomentosa e com 1-2 pares de glândulas peltadas próximas à nervura primária. Inflorescência terminal, dicásio de umbelas 4-floras; brácteas e bractéolas persistentes, lanceoladas a triangulares, 1,2-2,2 mm compr.; pedicelo 1-1,5 cm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 2 mm, seríceas; elaióforos 7-8, vermelhos, ca. 1 × 1 mm. Pétalas rosa, pálidas com a idade, glabras, as laterais eglandulosas, limbo ca. 5-8 × 5-6 mm, ungüículos ca. 1-2 mm compr., a superior glandulosa, limbo ca. 5 × 5 mm, ungüículo ca. 3 mm compr. Estames conados na base, filetes 2-5 mm compr.; anteras basifixas, ca. 1 mm compr., conectivos eglandulosos opostos às pétalas, glandulosos opostos às sépalas, tecas glabras. Ovário ca. 1 × 2 mm, alvo-seríceo; estiletes iguais, paralelos, retos, ca. 3 mm compr., estigmas glabros. Samarídeos verde-avermelhados, seríceos, alas dorsais ca. 2,5 × 1-1,5 cm.

Comum na região planáltica do Brasil, nos Estados do Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Bahia; neste último, ocorrendo no sudoeste do Estado e sul da Chapada Diamantina. D2, D6, E3, E6, F1, F5, F6, G2: cerrado. Floresce de novembro a março, frutificando de março a abril.

Material selecionado: Barreiras, mar.1972, Anderson et al. 36424 (UB). Caetité, fev.1992, Carvalho et al. 3719 (CEPEC). Cocos, 14º40’55”S 45º50’39”W, dez.2001,

Fonseca et al. 3086 (IBGE). Correntina, 14º00’S 46º15’W, mar.1991, Viollati et al. 232

(UB). Formosa do Rio Preto, abr.1978, Fonseca et al. 98 (RB). Morro do Chapéu, mar.2002, Thomas et al. 12865 (CEPEC). Mucugê, 13o05’49”S 41o29’02”W, abr.2003,

Giulietti et al. 2326 (HUEFS). Piatã, 13º02’S 41º53’W, jan.2006, Conceição et al. 1664

(HUEFS). Rio de Contas, abr.1999, Amorim et al. 2781 (CEPEC).

Banisteriopsis campestris apresenta considerável variação no tamanho, forma e

indumento das folhas e também no tamanho e forma das alas dorsais dos samarídeos. O aspecto morfológico mais fácil para separá-la de B. calcicola é a presença de 1-2 pares de glândulas peltadas próximos à base da nervura primária da face abaxial da folha, além de possuir núcleo seminífero sem ondulações transversais proeminentes.

(26)

Fig. 3. Mapa de distribuição geográfica de Banisteriopsis calcicola e B. campestris na Bahia.

1.5. Banisteriopsis ferruginea (Cav.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 48. 1982.

Banisteria ferruginea Cav., Nona Diss. Bot. 3: 424. 1790.

Figs. 5; 6A-G.

Liana; ramos seríceos. Estípulas triangulares, diminutas. Folhas opostas; pecíolo 0,5-1 cm compr., eglanduloso; lâmina lanceolada ou subovada, 7,5-11,2 × 3,3-6,5 cm, ápice agudo a acuminado, base obtusa a truncada, margem plana, 1 par de glândulas sésseis na margem, próximo à base da lâmina, face adaxial glabra, a abaxial esparsamente serícea a glabra. Inflorescência axilar ou terminal, paniculada, 16-45 flores; brácteas e bractéolas persistentes, triangulares, 1,2-1,8 mm compr.; pedicelo 6-8 mm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 3 mm, esparsamente seríceas; elaióforos 8, ca. 1,5 × 1 mm. Pétalas amarelas, glabras, as laterais eglandulosas, limbo ca. 3,9-4,7 × 3 mm, ungüículos ca. 1,3 mm compr., a superior glandulosa, limbo ca. 4 × 2,5 mm, ungüículo ca. 2 mm compr. Estames livres, filetes 2-2,5 mm compr., os opostos às sépalas um pouco maiores do que os opostos às pétalas; anteras basifixas, ca. 1,4 × 0,5 mm, conectivos eglandulosos, tecas esparsamente pilosas. Ovário ca. 1,5 × 2 mm, densamente castanho-seríceo; estiletes iguais, divergentes, retos, ca. 2 mm compr., estigmas com tricomas esparsos. Samarídeos verdes,

(27)

A B D G I H J M N 1 cm 2 m m 1 mm 5 m m 5 mm 2 m m 1 m m 5 m m 1 cm C E F L

Fig. 4. Banisteriopsis calcicola: A. Ramo com flores e botões, B-C. Detalhe da folha (B. Face adaxial, C. Face abaxial), D-E. Estame (D. Vista frontal, E. Vista lateral), F. Gineceu, G. Samarídeo; B. campestris: H-I. Base da folha (H. Face adaxial, I. Face abaxial), J-L. Estame (J. Vista lateral, L. Vista frontal), M. Gineceu, N. Samarídeo (A-F: Guedes et al. 7932 ;G: Jardim et al. 3284; H-N: Conceição et al. 1664).

(28)

avermelhados na margem, seríceos, alas dorsais 3,7-4 × 1-1,5 cm.

Distribui-se pela floresta atlântica costeira do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, estendendo-se ao norte para a Bahia. Na Bahia, a espécie ocorre ao sul, sudoeste, sudeste e nordeste. C9, D4, D5, E8, E9, G6, G7, H8, I8: caatinga, cerrado, mata atlântica (floresta ombrófila) e mata de cipó. Floresce e frutifica de maio a dezembro.

Material selecionado: Banzaê, 10º39’09”S 38º40’08”W, set.2002, Correia et al. 169 (HUEFS). Conceição de Feira, 12º39’S 39º05’W, set.1980, Grupo Pedra do Cavalo 746 (CEPEC, HUEFS). Eunápolis, set.1966, Belém & Pinheiro 2678 (UB). Feira de Santana, 12º11’57”S 38º58’28”W, out.1997, Castro et al. 31 (CEPEC, HUEFS). Itajú do Colônia, jan.2000, Amorim et al. 3222 (CEPEC). Morpará, mar.1986, Bautista et al. 893 (CEPEC, HRB). Vitória da Conquista, 14º51”S 41º02” W, out.1997, Lima & Oliveira Filho 96 (ALCB, CEPEC, HRB).

Esta espécie tem o arquétipo diferente das demais Banisteriopsis de flores amarelas. Possui uma inflorescência congesta, com muitas flores, e aletas proeminentes no núcleo seminífero de alguns samarídeos. Em campo, a inflorescência congesta parece com as inflorescências de espécies dos gêneros Heteropterys ou Tetrapterys. Como no trabalho de GATES (1982), resolveu-se incluir Belém & Pinheiro 2678 em B. ferruginea, incluindo as diferenças na forma e pubescência das folhas, número de flores e tamanho dos estiletes na variação da espécie.

1.6. Banisteriopsis gardneriana (A.Juss.) W.R.Anderson & Gates, Contr. Univ. Mich. Herb. 11: 54. 1975.

Banisteria gardneriana A.Juss., Arch. Mus. Paris 3: 421. 1843.

Nome popular: crista-de-galo, cipó-prata (GATES, 1982). Figs. 5; 6; 24m.

Liana; ramos tomento-velutinos. Estípulas 1-3 mm compr. Folhas opostas; pecíolo 1-1,5 cm compr., 1 par de glândulas no ápice; lâmina ovada a elíptica, 11,2-17 × 4,2-9,7 cm, eglandulosa, ápice obtuso, agudo ou apiculado, base obtusa a cordada, margem plana

(29)

ou ligeiramente revoluta, face adaxial glabra, a abaxial serícea. Inflorescência axilar, paniculada, 6-14 flores, alternas ou em pares; brácteas e bractéolas persistentes, ovadas a lanceoladas, 1-2 mm compr.; pedicelo 0,8-1,4 cm compr. Flores com sépalas ca. 3 × 2 mm, seríceas; elaióforos 8, ca. 2 × 1 mm. Pétalas amarelas, a superior com estrias vermelhas na base do limbo, glabras, as laterais eglandulosas, limbo ca. 0,9 × 1 cm, ungüículos ca. 3 mm compr., a superior glandulosa, limbo ca. 7 × 6 mm, ungüículo ca. 3 mm compr. Estames conados na base, filetes 1,7-4 mm compr., os opostos às sépalas maiores que os opostos às pétalas; anteras basifixas, 1-2 × 1-1,5 mm, conectivos glandulosos, tecas glabras. Ovário ca. 1,5 × 2 mm, densamente castanho-seríceo; estiletes desiguais, os inferiores ca. 4 × 0,3 mm, recurvados, o superior ca. 4 × 0,6 mm, reto, estigmas glabros. Samarídeos verde-avermelhados, castanho-seríceos, alas dorsais 2,5-2,8 cm × ca. 8 mm.

Distribui-se na parte norte do Planalto do Brasil, no norte de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, estendendo-se para o Piauí e Maranhão e a oeste, para o Mato Grosso. Na Bahia é encontrada ao sul da Chapada Diamantina e no oeste do Estado. E2, E3, E6, F3, F5, F6: caatinga e cerrado. Coletada em flor de julho a outubro e em fruto em setembro.

(30)

Material selecionado: Abaíra, 13º17’14”S 41º50’03”W, set.1999, Nunes et al. 135 (HUEFS). Caetité, ago.1996, Carvalho et al. 6291 (CEPEC). Cocos, 14º14’04”S 44º38’56”W, out.2005, Queiroz et al. 11008 (HUEFS). Correntina, 13º20’42”S 44º38’44”W, jul.2003, Oliveira et al. 217 (HUEFS). Érico Cardoso, 13º16’16”S 42º05’54”W, jul.2001, Ribeiro 349 (HUEFS). Mucugê, 12º53’06”S 41º31’43”W, out.2005,

Carvalho-Sobrinho & Neto 654 (HUEFS). Rio de Contas, 13º36’S 41º48’W, set.2003, Harley & Giulietti 54663 (HUEFS). São Desidério, jul.2001, Santana et al. 450 (MBM).

A espécie apresenta variação no tamanho e forma das folhas, tipo e densidade da pubescência da inflorescência. Pode ser distinguida de Banisteriopsis anisandra pelo indumento seríceo da folha, por elaióforos grandes e alongados.

1.7. Banisteriopsis harleyi B.Gates, Flora Neotropica 30: 66. 1982. Figs. 7; 8; 24f-g.

Arbusto escandente, 1-1,8 m alt.; ramos tomentosos. Estípulas lineares, 1-2 mm compr. Folhas opostas; pecíolo 1-2 mm compr., eglanduloso; lâmina elíptica a arredondada, densa e profundamente rugosa, 2,7-7 × 1-2,5 cm, ápice cuspidado, base truncada, margem revoluta, adaxialmente com tricomas alvos ao longo das nervuras, abaxialmente alvo-serícea e com 1-2(-4) pares de glândulas nas nervuras secundárias e/ou na base da nervura primária, eventualmente ausentes. Inflorescência cimosa em umbelas 4-floras, simples ou compostas; brácteas e bractéolas persistentes, triangulares, 2-6 mm compr.; pedicelo 0,7-1,3 cm compr. Flores com sépalas ca. 5 × 5 mm, alvo-seríceas; elaióforos 8, verdes, ca. 3 × 1 mm. Pétalas alvas a róseas, glabras, as laterais eglandulosas ou raramente glandulosas, limbo ca. 0,8 × 1,4 cm, ungüículos ca. 6 mm compr., a superior glandulosa, limbo ca. 0,4 × 1 cm, ungüículo ca. 8 mm compr. Estames conados na base, iguais, filetes 2-3 mm compr.; anteras dorsifixas, ca. 2 × 1 mm, conectivos eglandulosos, tecas esparsamente pilosas. Ovário ca. 1,2 × 2 mm, alvo-seríceo; estiletes iguais, divergentes, retos, ca. 3 × 0,5-0,8 mm, estigmas com tricomas alvos. Samarídeos vináceos no ápice, ferrugíneo-seríceos, alas dorsais 2-3 × 1-1,5 cm.

(31)

4 c m 2 m m 1 m m 2 m m 2 m m 1 mm 2 c m 2 cm A B D F G J M N 2 mm 0 ,5 m m C E I L H

Fig. 6. Banisteriopsis ferruginea: A. Ramo com flores e botões, B. Detalhe da face adaxial da folha, mostrando as lenticelas, C. Base da folha abaxialmente, D-E. Estame (D. Vista lateral, E. Vista dorsal), F. Gineceu, G. Samarídeo; B. gardneriana: H-I. Base da folha (H. Face adaxial, I. Face abaxial), J-L. Estame (J. Vista lateral, L. Vista), M. Gineceu, N. Samarídeo (A-F: Amorim et al. 3222; G: Lima et al. 96; H-N: Ribeiro

(32)

Coletada com flores de janeiro a junho e frutos de abril a julho.

Material selecionado: Abaíra, 13º18’54”S 41º32’39”W, jan.2006, Nunes et al. 1500 (HUEFS). Barra da Estiva, 12o41’09”S 41o18’53”W, abr.2003, Giulietti et al. 2305 (HUEFS). Ibicoara, jul.2000, Araújo-Nóbrega et al. 81 (SPF). Jussiape, 13o26’49”S 41o32’18”W, jun.2002, Queiroz et al. 7132 (HUEFS). Mucugê [Cascavel], fev.1974,

Harley et al. 15875A (HUEFS, isótipo). Palmeiras, 12o25’S 41o29’W, jun. 1995, Guedes

in PCD 2003 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, SP, SPF). Piatã, 13º02’S 41º53’W, jan.

2006, Conceição et al. 1658 (HUEFS). Rio de Contas, 13º33’S 41º49’W, mar.2005,

Ferreira et al. 17 (HUEFS). Seabra, nov.1983, Pinto380/83A (CEPEC, HRB, IBGE, RB).

Fig. 8. Mapa de distribuição geográfica de Banisteriopsis harleyi

Assemelha-se a Banisteriopsis argyrophylla (A.Juss.) B.Gates e B. vernoniifolia. Distingue-se da primeira por ter as folhas menores, subsésseis, coriáceas e profundamente buladas (GATES, 1982) e da segunda pelas anteras dorsifixas e elaióforos maiores.

(33)

3 m m 2 m m 2 m m 3 m m 3 m m 2 ,5 c m A B D E G H C F

Fig. 7. Banisteriopsis harleyi: A. Ramo com flores e botões, B-C. Ápice da folha (B. Face adaxial, C. Face abaxial), D. Base da folha abaxialmente, E-F. Estame (E. Vista lateral, F. Vista dorsal), G. Gineceu, H. Samarídeo (Carvalho & Conceição 312).

(34)

1.8. Banisteriopsis malifolia (Nees & Mart.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 76. 1982.

Malpighia malifolia Nees et Mart., Nova Acta Phys.-Med. Acad. Cães. Leop.-Carol. Nat.

Cur. 12: 21. 1824. Figs. 9; 10; 24j.

Nome popular: flor-do-dia, rama-de-moço (GATES, 1982).

Arbusto escandente; ramos seríceos. Estípulas triangulares, diminutas. Folhas opostas; pecíolo ca. 2-6 mm compr., eglanduloso; lâmina elíptica ou ovada, plana a levemente rugosa, 3,6-8,5 × 2,2-4,5 cm, ápice agudo ou apiculado, base obtusa ou cordada, margem plana a revoluta, face adaxial serícea a velutina ou glabra, a abaxial tomentosa ou serícea e com 1 par de glândulas peltadas na base da nervura primária, eventualmente ausente. Inflorescência terminal ou axilar, em umbelas 4-floras; brácteas e bractéolas persistentes, lanceoladas ou geralmente oblongas, 1,8-2,8 mm compr.; pedicelo 1-1,5 cm compr. Flores com sépalas ca. 5 × 3 mm, alvo-seríceas; elaióforos 8, verde-claros, ca. 3 × 1 mm. Pétalas alvas a róseas, amarelo-pálidas com a idade, glabras, glandulosas, as laterais com limbo ca. 1 × 0,8 cm, ungüículos ca. 2 mm compr., a superior com limbo ca. 9 × 8 mm, ungüículo ca. 2,5 mm compr. Estames conados na base, filetes 2,4-4,5 mm compr.; anteras basifixas, ca. 1-2 × 1-1,2 mm, conectivos glandulosos e eglandulosos, tecas esparsamente pubescentes. Ovário ca. 1,2 × 2 mm, alvo-seríceo; estiletes iguais, paralelos, retos, ca. 4 × 0,5 mm, estigmas glabros. Samarídeos verdes a verde-vináceos, seríceos, glabrescentes para o ápice, alas dorsais 2-2,5 × ca. 1 cm.

Distribui-se pelo planalto brasileiro, nos Estados de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, e pelo Nordeste, nos Estados de Pernambuco, Ceará, Piauí, Maranhão, estendendo-se até o Pará. Está amplamente distribuída na Bahia. B5, B6, B9, C6, C7, D4, D5, D6, D7, E2, E3, E4, E5, E6, E8, E9, F2, F3, F4, F5, F6, F7, G3, G4, G5, G6, G7, H6, H7: cerrado, caatinga. Floresce e frutifica de fevereiro a outubro.

Material selecionado: Abaíra, 13º14’S 41º39’W, mar.2005, Guedes et al. 11777 (ALCB). Andaraí, 12º51’21”S e 41º18’40”W, abr.2005, Carvalho et al. 71 (HUEFS). Barra da Estiva, mai.2001, Santos & Mayo 265 (CEPEC, HUEFS, SP). Barra do Mendes, fev.2001, Moraes 165 (CEPEC, HUEFS). Barreiras, jun.1992, Carvalho et al.

(35)

4025 (CEPEC). Boninal, jun.1978, Brazão et al. 39 (RB). Caetité, 13o52’46”S 42o26’56”W, abr.2005, Miranda et al. 769 (HUEFS). Carinhanha, abr.2001, Jardim et al.

3556 (CEPEC). Casa Nova, 09o32’00”S 41o21’35”W, out.2005, Cardoso et al. 853 (HUEFS). Cocos, 14º15’66”S 44º43’56”W, abr.2005, Conceição et al. 168 (HUEFS). Contendas do Sincorá, out.1978, Martinelli et al. 5499 (CEPEC, RB, SPF). Correntina, 13o32’43”S 45o02’42”W, abr.1997, Harley et al. 28596 (CEPEC, HUEFS). Encruzilhada, ago.1984, Santos et al. 156 (CEPEC, HRB, RB). Feira de Santana, mai.1998, Serra 01 (HUEFS). Formosa do Rio Preto, 11o06’33”S 45o33’45”W, abr.2000, Harley et al. 53878 (ALCB, HRB, HUEFS). Gentio do Ouro, 11º23’39”S 42º32’18”W, mai.2002, Ferreira et

al. 1286 (HUEFS). Ibicoara, 13º18’02”S 41º29’01”W, dez.2003, Roque et al. 849

(ALCB). Ibotirama, 12º07’S 44º02’W, jul.1983, Coradim et al. 6607 (CEN, HRB, RB). Iraquara, abr.2001, Lyra-Lemos et al. 1847 (SPF). Irecê, mai.2002, Nunes et al. 984 (HUEFS). Ituaçú, 13o48’S 41o16’W, jun.1997, Queiroz 1650 (HUEFS). Jacobina, 11º09’10”S 40º29’10”W, abr.2001, Bautista et al. 3097 (CEPEC, HRB, HUEFS). Jequié, abr.1999, Amorim et al. 2721 (CEPEC, RB). Lençóis, 12º35’S 41º23’W, abr.2004,

Conceição & Carvalho 1143 (HUEFS). Licínio de Almeida, 14o38’29”S 42o27’41”W, mar.2001, Jardim et al. 3259 (CEPEC, HRB, HUEFS, SPF). Livramemto de Nossa Senhora, 13º36’28”S 41º48’26”W, abr.1999, França & Melo. 2691 (HUEFS). Maracás, 13o27’S 40o30’W, fev.2000, Silva et al. 265 (HUEFS). Morpará, mar.1984, Salgado et al.

304 (CEPEC, RB). Morro do Chapéu, 11o37’40”S 40o59’33”W, mai.2004, Ribeiro et al.

19 (HUEFS). Mucugê, 12º54’51”S 41º13’55”W, abr.2005, Carvalho et al. 73 (HUEFS).

Palmeiras, 12º32’33”S 41º34’32”W, abr.2006, Carvalho & Conceição 311 (HUEFS). Paramirim, 13o34’48”S 42o16’53”W, abr.2001, Silva et al. 87 (HRB, HUEFS). Piatã, 13o08’56”S 41o46’00”W, abr.2005, Carvalho et al. 85 (HUEFS). Pilão Arcado, 10º03’04”S 42º49’08”W, mar.2006, Miranda et al 925 (HUEFS). Presidente Jânio Quadros, abr.1984, Lima et al. 111 (CEPEC). Remanso, 09º33’47”S e 42º02’31”W, jul. 2003, Queiroz et al. 7870 (HUEFS). Rio de Contas, 13º26’S 41º12’W, abr.2005, Carvalho

et al. 82 (HUEFS). Rodelas, 09º44’02”S 38º40’59”W, ago.2005, Rapini et al. 1228

(HUEFS). Santana, jun.1980, Miranda et al. 321 (HRB, RB). São Desidério, 12o25’40”S 45o02’35”W, abr.2005, Queiroz et al. 10251 (HUEFS). Saúde, 11o00’24”S 40o26’48”W, ago.1999, Miranda et al. 117 (HUEFS). Seabra, mar.1984, Lima et al. 48 (CEPEC, IPA,

(36)

5 c m 2 mm 2 m m 2 m m 2 mm 1 c m

A

E

H

B

C

D

G

F

Fig. 9. Banisteriopsis malifolia: A. Ramo com flores, B. Detalhe da face adaxial da folha, C-D. Detalhe da face abaxial da folha, mostrando variação do indumento, E-F. Estame (E. Vista frontal, F. Vista dorsal), G. Gineceu; H. Samarídeo (A-C: Carvalho & Conceição 324; D-H: Nunes et al. 1655).

(37)

HRB, RB). Sento Sé, 10o24’38”S 41o24’21”W, abr.2002, Souza et al. 145 (HUEFS). Umburanas, 10o22’S 41o19’W, abr.1999, Queiroz et al. 5261 (CEPEC, HUEFS). Urandi, 14o44’35”S 42o32’32”W, abr.2002, Jost et al. 504 (HRB, HUEFS).

Fig. 10. Mapa de distribuição geográfica de Banisteriopsis malifolia na Bahia.

Utinga, 12o02’19”S 41o09’21”W, abr.2005, Carvalho et al. 93 (HUEFS). Vitória da Conquista, jul.1964, Duarte et al. 313 (HB). Xique-Xique, 11o06’S 42o43’W, fev.2000,

Monsão s/n. (ALCB 64356).

GATES (1982) reconhece duas variedades: B. malifolia var. malifolia e B. malifolia var. appressa B.Gates. Elas são distinguidas pelo tipo de indumento das folhas e pecíolos, tamanho dos tricomas e textura das folhas. Basicamente, a face abaxial da folha é seríciea em B. malifolia var. appressa (Fig. 10C) e tomentosa em B. malifolia var. malifolia (Fig. 10 D). Ocorrem simpatricamente e é difícil diferenciá-las com segurança tanto em campo como em laboratório. Nesta flora, resolveu-se não adotar as variedades.

(38)

1.9. Banisteriopsis membranifolia (A.Juss.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 106. 1982.

Banisteria membranifolia A.Juss. in Saint Hilaire, Fl. bras. mer. 3: 39. 1832 [1833].

Figs. 11A-E; 12.

Liana; ramos seríceos ou velutinos. Estípulas triangulares, ca. 1 mm compr. Folhas opostas; pecíolo 1-1,8 cm compr., 1 par de glândulas estipitadas; lâmina elíptica a ovada, membranácea, 7,5-9,3 × 4,2-5,2 cm, ápice acuminado, base obtusa, margem plana, esparsamente serícea a glabra em ambas as faces, até 3 pares de glândulas estipitadas nas nervuras secundárias, ao longo da folha, na face abaxial. Inflorescência geralmente densa, cimosa, em umbelas 4-6-floras; brácteas e bractéolas caducas, geralmente oblongas, 1,5-2,2 mm compr.; pedicelo 1,4-1,6 cm compr. Flores com sépalas ca. 3,8 × 3 mm, seríceas; elaióforos 8, róseos, ca. 2 × 1 mm. Pétalas róseas ou alvas, amarelo-pálidas com a idade, glabras, glandulosas, as laterais com limbo ca. 7 × 5 mm, ungüículos 2-3 mm compr., a superior com limbo ca. 5 × 4 mm, ungüículo 4-5 mm compr. Estames conados na base, filetes 3-4 mm compr.; anteras basifixas, ca. 1 × 1 mm, conectivos glandulosos, tecas com tricomas. Ovário ca. 2 × 1,3 mm, alvo-seríceo; estiletes iguais, divergentes, retos, ca. 3 × 0,3 mm, estigmas glabros. [Frutos ausentes]

Distribui-se pela floresta atlântica da Bahia, sudeste de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram encontrados também indivíduos no Amazonas (GATES, 1982). Na Bahia, ocorre no sul do Estado, na Mata Atlântica, e no recôncavo, em remanescentes de florestas. E8, F8, G7, G8, H8, I8, J8: mata atlântica (floresta ombrófila). Floresce de fevereiro a junho.

Material selecionado: Almadina, mar.1971, Raimundo et al. 1122 (CEPEC). Boa Nova, mai.2001, Thomas et al. 12462 (CEPEC, RB). Ibirapitanga, mar.2003, Thomas et al.

13404 (CEPEC). Jussari, abr.2002, Paixão et al. 189 (CEPEC, RB). Porto Seguro,

abr.1988, Silva et al. 2355 (CEPEC, HRB, HUEFS). Prado, mar. 1989, Silva et al. 2669 (CEPEC, HRB). Santa Cruz Cabrália, abr.1999, Guedes et al. 3020 (ALCB). Santa Terezinha, mai.2001, Amorim et al. 3655 (CEPEC, RB). Una, mai.1996, Jardim et al. 813 (ALCB, CEPEC). Uruçuca, mai.1993, Thomas et al. 9866 (HRB, HUEFS, RB). Wenceslau Guimarães, abr.1993, Silva et al. 1993 (CEPEC).

(39)

Banisteriopsis membranifolia varia no tamanho e pubescência das folhas, na

pubescência da inflorescência e no tamanho da flor. É próxima de B. caapi (Spruce ex Griseb.) Morton, da qual é distinguida por suas folhas menos coriáceas, geralmente pubescentes e pedicelos maiores. (GATES, 1982). Entretanto, B. caapi é exclusiva da floresta amazônica, sendo encontrada em outros locais apenas quando cultivada.

1.10. Banisteriopsis multifoliolata (A.Juss.) B.Gates, Flora Neotropica 30: 118. 1982.

Banisteria multifoliolata A.Juss., Ann. Sci. Nat. Bot. Ser. 2, 13: 282. 1840.

Figs. 11F-M; 12.

Trepadeira; ramos densamente seríceos. Estípulas triangulares, ca. 5 mm compr. Folhas opostas; pecíolo 0,7-1 cm compr., 1 par de glândulas no ápice; lâmina elíptica a orbicular, 6-9,1 × 2,5-5,4 cm, ápice apiculado, base truncada, margem plana, face adaxial densa a esparsamente serícea, face abaxial densamente serícea e com 1-2 pares de glândulas estipitadas nas nervuras secundárias ao longo da folha, eventualmente ausentes. Inflorescência axilar, cimosa, densa, em umbelas 4-floras; brácteas e bractéolas persistentes ou caducas no fruto, levemente triangulares, 0,9-1,2 mm compr.; pedicelo 1,2-1,4 cm compr. Flores com sépalas ca. 4 × 2,2 mm, densamente seríceas; elaióforos 8, ca. 2 × 1 mm. Pétalas rosa, alvas com a idade, glabras, glandulosas, as laterais com limbo ca. 5,2 × 5 mm, ungüículos ca. 1,5-2 mm compr., a superior com limbo ca. 3 × 5 mm, ungüículo ca. 3 mm compr. Estames conados na base, filetes 2,3-3 mm compr., os opostos às sépalas maiores que os opostos às pétalas; anteras basifixas, ca. 1 × 0,7-1 mm., conectivos glandulosos, tecas com tricomas. Ovário ca. 2 × 2 mm, seríceo; estiletes iguais, levemente divergentes, retos, ca. 2,5 × 0,5 mm, estigmas glabros. Samarídeos densamente seríceos, alas dorsais 3,1-4 × 1-1,4 cm.

É típica de florestas tropicais de altitude do Rio de Janeiro, mas foi também registrada para Bahia (sudoeste) e Minas Gerais. F7, G6, G7: mata. Coletada em flor de fevereiro a abril e em fruto em abril.

Material selecionado: Itiruçu, mar.2002, Queiroz et al. 249 (HRB). Maracás, 13o29’11”S 40o24’55”W, abr.2002, Leite et al. 213 (HUEFS). Vitória da Conquista, fev.1975,

(40)

2 mm 2 m m 1 m m 2 m m F G I

L

2 mm 4 mm 1 cm H J A B C D E M

Fig. 11. Banisteriopsis membranifolia: A. Base da folha adaxialmente, B. Base da folha abaxialmente, C-D. Estame (C. Vista frontal, D. Vista dorsal), E. Gineceu. B. multifoliolata: F. Ramo com flores e botões, G. Detalhe da face adaxial da folha, H. Detalhe da face abaxial da folha, I-J. Estame (I. Vista lateral, J. Vista dorsal), L. Gineceu, M. Samarídeo; (A-E: Thomas et al. 9866 e Amorim et al. 1270; F-L: Mori et al. 10046; M: Santos et al. 2267).

Referências

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