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DESAFIOS DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA RESUMO

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Academic year: 2021

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DESAFIOS DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA

Valdiane Araújo SANTANA

Graduada em Ciências Naturais (UEPA) e Especialista em Metodologia do Ensino de Biologia e Química (Uninter). Atua como secretária em uma escola da rede estadual.Email: valdianesantana@hotmail.com

Alan Ripoll ALVES

Licenciado em Ciências Biológicas (UFC) e Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Atua como pesquisador no Programa de Graduação em Turismo (PPGTurismo) da UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da PUC - PR. E-mail: alanripoll@gmail.com

RESUMO

O presente trabalho mostrou o desafio dos professores na utilização de aulas experimentais dentro do ensino de Química, nas principais escolas públicas de Ensino Médio, no município de Barcarena - PA, dentro da abordagem de temas que iam desde o despreparo do corpo docente até a falta de infraestrutura nas escolas, como a ausência de um laboratório de química. Para a análise dessa problemática, foram aplicados questionários a 40 alunos, sendo 20 do 1º ano e 20 do 3º ano do Ensino Médio, com o intuito de investigar a opinião deles acerca das aulas de química e do uso da experimentação como recurso didático pelo professor. Também foram aplicados questionários aos professores desses alunos, objetivando averiguar as dificuldades encontradas na inserção de aulas práticas nas respectivas escolas. Os resultados mostraram que os alunos ansiavam por aulas práticas, ainda que para muitos não se dispusesse de recursos alternativos. A pesquisa também demonstrou que os professores não inseriam essas aulas no plano de suas disciplinas devido à defasagem de infraestrutura, assim como à falta de tempo para o planejamento dessas atividades. Perante essa perspectiva, o

trabalho discutiu a possibilidade de se inserir atividades práticas com métodos simples e de

baixo custo nas aulas de química das instituições analisadas, os quais possibilitassem uma melhor compreensão, assimilação e aprendizado por parte do aluno nos contextos em que se encontram inserido.

Palavras-chave: Aulas práticas de química. Recursos alternativos. Processo de ensino-aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

A Química é uma disciplina que faz parte do programa curricular do ensino fundamental e médio. A aprendizagem de Química deve possibilitar aos alunos a compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada, para que os estes possam julgar, com fundamentos, as informações adquiridas na mídia, na escola, com pessoas, etc. A partir daí, o aluno tomará sua decisão e dessa forma, interagirá com o mundo enquanto indivíduo e cidadão (PCNs. MEC/SEMTEC, 1999).

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Como ciência experimental, a Química vem se aperfeiçoando ao longo dos séculos, desde as práticas com a alquimia em busca do elixir da vida até hoje com as descobertas e domínios dos elementos químicos, um estudo essencial para o Ensino Médio.

Na Rede Regular de Ensino, esta disciplina ainda é tratada de forma tradicional, sendo a experimentação opcional por iniciativa das escolas, por escolha do professor ou em último caso por imposição, já que em muitos Estabelecimentos de Ensino não existe o laboratório de aulas práticas.

As atividades experimentais desenvolvidas no laboratório ou até mesmo na sala de aula são fundamentais para complementar a aula teórica, fixando ainda mais o conhecimento no aluno, além de despertar o interesse visto que ainda esta disciplina causa aversão a alguns estudantes, criando barreiras no aprendizado.

Os desafios que o professor encontra para desenvolver a experimentação no ensino de Química são suficientes para que esta se torne totalmente teórica. Esta pesquisa mostra que a inexistência do laboratório ou de recursos como vidrarias e outros equipamentos são os principais motivos que levam o docente a optar por este tipo de metodologia, nesta visão, este trabalho justifica que é possível utilizar a experimentação, alcançar resultados satisfatórios para o aprendizado do discente e permitir que o aluno construa seu próprio conhecimento.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os principais desafios enfrentados pelo professor de química nas aulas práticas de química das principais escolas públicas do Ensino Médio, no município de Barcarena PA.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Discutir a experimentação com recursos alternativos para atenuar as limitações

laboratoriais;

 Propor sugestões às principais práticas usadas na experimentação dentro do cenário

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 Discutir a importância das aulas práticas sob a perspectiva de aprendizagem dos alunos.

3 METODOLOGIA

A primeira etapa desse trabalho consistiu em um levantamento teórico com os principais trabalhos sobre as metodologias aplicadas no ensino da química experimental, uso do laboratório no ensino médio e recursos alternativos, com a consulta de trabalhos, livros, artigos, sites e materiais de divulgação. Em seguida, foram analisadas as principais propostas de atenuar as dificuldades enfrentadas pelos professores na aplicação das aulas práticas e a contextualização desses dados com a realidade vivenciada pelos professores e alunos do Ensino médio no município de Barcarena - PA, visando auxiliar e propor metodologias para melhorar o desempenho dos alunos.

Diante dessa realidade, no processo de ensino-aprendizagem atual, propôs-se nessa etapa uma investigação nas principais escolas de Ensino Médio de Barcarena, acerca da existência e conservação dos laboratórios de Química. Essa investigação deu-se na aplicação de um questionário aos alunos que estavam iniciando o 1º ano do Ensino Médio em 2014, e a alunos que estavam concluindo o 3º ano do Ensino Médio no mesmo ano. Além disso, foi aplicado um questionário aos professores de Química dessas escolas, com o objetivo de saber se os mesmos utilizavam o recurso da experimentação e quais eram os desafios encontrados no ensino dessa disciplina.

4 RESULTADOS E DISCUSÃO

O questionário foi aplicado a 40 alunos de três escolas públicas do Ensino Médio do município de Barcarena, sendo 20 alunos do 1º ano e 20 alunos do 3º ano, com os principais questionamentos: a opinião deles sobre as aulas teóricas de química; se eles já tiveram aulas práticas; o que essas aulas melhorariam na sua vida de estudante e se os mesmos teriam interesse em aulas experimentais simples mesmo que fossem somente dentro da sala de aula.

Dentre os alunos entrevistados do 1º ano, 50% deles consideraram as aulas teóricas de química regular, 20% consideram-nas péssimas e 30%, ótimas. Todos eles nunca tiveram aulas práticas nas suas escolas e também todos concordam que as aulas ficariam mais interessantes e melhorariam no desempenho escolar se fossem práticas e consequentemente,

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gostariam de ter aulas experimentais simples envolvendo conteúdo do seu cotidiano mesmo que fosse dentro da sala de aula.

Dos alunos do último ano do 3º ano do Ensino Médio, 60 % consideraram as aulas teóricas de química ótimas, 20% consideram-nas regulares e 20%, péssimas. Desses entrevistados apenas dois de 20 alunos já tiveram algum tipo de aula experimental durante todo o seu percurso no Ensino Médio, o que não significou que foram nas respectivas escolas entrevistadas. Novamente, a totalidade dos alunos se revelou acreditada que com a inserção das aulas experimentais, as aulas ficariam mais interessantes e melhoraria o desempenho escolar, portanto, todos também concordaram que gostariam de ter aulas experimentais simples.

Aplicou-se também um questionário a quatro professores de química de três escolas diferentes, os principais questionamentos foram: Se eles utilizavam o laboratório de química; porque eles não usavam e quais recursos eram empregados para a complementação das suas aulas. Todos foram unânimes em responder que não faziam uso do laboratório de química. Os motivos apontados foram: a inexistência desse espaço em uma das escolas; falta de equipamentos como reagentes, vidrarias e outros materiais necessários e para complementar, a falta de tempo para planejar essas atividades. Todos os professores concordaram que a utilização de recursos alternativos melhoraria a motivação e a participação dos alunos, porém, nenhum deles utilizava esses recursos, optando por recorrer a vídeos, datashow, artigos e revistas nas suas aulas totalmente teóricas.

Os dados obtidos mostraram que os estudantes desconheciam as atividades práticas da disciplina de química e que gostariam de ter essas atividades, porém, as dificuldades apresentadas pelas docentes nas suas escolas eram inúmeras e eles acabavam impondo essa situação aos seus alunos e se conformando com essa realidade mutável.

A pesquisa confirmou que seria possível o uso dessas atividades práticas perante essas dificuldades, com métodos simples e de baixo custo, fazendo com que os alunos se sentissem mais motivados e instigados a construir seu próprio conhecimento e que, apesar do despreparo de alguns docentes e limitações das escolas, mostrava-se relativamente acessível simples a aplicação dessas metodologias e os seus resultados eram majoritariamente satisfatórios, pois auxiliavam o aluno na compreensão mais didática dos fenômenos químicos.

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5 CONCLUSÕES

A partir da análise dos resultados das entrevistas percebeu-se que o ensino de química, nas instituições de ensino médio consideradas, estava sendo ministrado somente de forma teórica, apesar de alguns professores alegarem que utilizavam outros recursos, porém, não através da prática experimental.

A opinião dos alunos nessa análise é bem clara: todos gostariam de ter a prática da experimentação, o que evidenciou que o ensino de química nessas escolas estava com baixo reconhecimento na opinião dos alunos que estavam iniciando essa disciplina, o que evidenciaria possíveis bloqueios e rejeição. As atividades complementares enriquecidas pela experimentação poderia fazer com que melhorasse essa opinião e consequentemente a aprendizagem dos estudantes.

Outra situação questionada pelos alunos foi a forma tradicional de ensinar que ainda permanecia em algumas escolas, o professor se sentia apenas um reprodutor das mesmas didáticas conservacionistas desses estabelecimentos. Rosenau e Fialho (2008, p. 39) buscavam explicar tal situação, mencionando que:

Ensinar Química de maneira inovadora não é uma tarefa muito fácil; requer atitude, força de vontade, tempo e muito estudo uma vez que o professor encontra muitas dificuldades, desde a falta de materiais didáticos atuais que estejam condizentes com os avanços tecnológicos até a disponibilidade de um laboratório preparando com os devidos aparelhos e substâncias para a realização de aulas práticas.

Diante dessas situações, o professor deveria buscar mais conhecimento através de estudos continuados, cursos, pesquisas e troca de experiências com os demais profissionais da área para inserir em suas aulas a experimentação com recursos alternativos, porém, não seria uma tarefa fácil, pois requereria muita criatividade, interesse e compromisso da parte do professor, mas os resultados serão alcançados, pois a experimentação alternativa seria um

ensino inovador que melhoraria a compreensão dos alunos, facilitando o processo de

ensino-aprendizagem.

O papel do educador, seja ele recém-formado ou veterano, nas práticas de ensino é de ser um facilitador desse processo, o que se torna um desafio perante a tanta dificuldades, que vão desde a falta de tempo até a falta de laboratórios para as atividades de química, o que acabam desmotivando os novos professores e gerando conformismo nos professores mais experientes.

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Ao invés do professor responsabilizar a realidade da escola como responsável pelo seu método conservacionista, ele poderia optar por alternativas que desenvolvessem o ensino inovador e construtivista, com habilidade e interesse, agindo de forma flexível a realidade escolar, inserindo assim as práticas alternativas de maneiras simples e que fizessem parte do cotidiano dos seus alunos. Sabe-se também que as maiorias das escolas públicas brasileiras preferem adotar um ensino de química eminentemente teórico afastando-se totalmente das realizações práticas, dando como desculpa o alto custo de formação e manutenção dos laboratórios. Uma alternativa para esse problema é a experimentação de baixo custo, utilizando materiais alternativos ou recicláveis, uma forma barata e de fácil aquisição para resolver esse problema (CHRISPINO, 1986).

Com a alternativa de desenvolver experimentos ligados ao cotidiano dos alunos e ao mesmo tempo condizentes com os conteúdos programáticos de Química de uma maneira mais didática, seria possível, tornar os alunos mais participativos e conscientizados sobre a diversidade da química que os cercam.

Portanto, os resultados deste trabalho mostraram a realidade do ensino de química em algumas escolas públicas e que a contextualização de atividades experimentais simples são práticas possíveis e essenciais para o desenvolvimento do aluno, da didática do professor e também da escola, modernizando as práticas pedagógicas oque facilitou o processo de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – Ensino Médio, 1999.

CHRISPINO, A. Ensinando Química Experimental com Metodologia Alternativa. Revista

Química Nova, São Paulo: Editora Química Nova, p.187-191, 05 abr. 1986.09.

ROSENAU, L. S.; FIALHO, N. N. Didática e avaliação da aprendizagem em química. Curitiba: Ibpex, 2008. 39-40 p.

Referências

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