Elementos Finitos
Professor: Evandro Parente Jr.
Período: 2009/1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL: ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL
INFORMAÇÕES GERAIS
Aulas: Segundas 8:00-9:30h
Quintas 10:00-12:00h
Sala 05 – Bloco 710
Professor: Evandro Parente Jr.
Sala 12 – Bloco 710
Tel: 3366-9607 Ramal 23
evandro@ufc.br
Site:
Objetivos da disciplina
Geral
Fornecer os conhecimentos necessários à
análise de
tensões
em sólidos e estruturas através do Método
dos Elementos Finitos (MEF).
Específicos
Apresentar a formulação do MEF para análise de
tensões.
Mostrar os problemas e limitações do MEF.
Aplicar o MEF à análise de problemas reais.
Conteúdo
Introdução ao MEF.
Trabalho Virtual e Energia Potencial.
Método da Rigidez Direta.
Barras e treliças.
Formulação do MEF para problemas 1D.
Funções de forma.
Integração numérica.
Formulação do MEF para problemas 2D/3D.
Formulação isoparamétrica.
Condições de convergência e “patch-test”.
Bibliografia
Básica
Notas de aula.
Cook, Malkus, Plesha & Witt (2002) – Concepts and
Applications of Finite Element Analysis, 4
aed.
Complementar
Bathe (1996) – Finite Element Procedures.
Reddy (1993) – An Introduction to the Finite
Element Method.
Hughes (1987) – The Finite Element Method: Linear
Avaliação
Lista de exercícios (1/3).
A discussão entre os alunos é encorajada.
Trabalho individual, não se aceitando soluções idênticas. Não será aceita entrega fora do prazo.
Trabalho final (1/3):
Resumo do trabalho: 30/Abr/2009.
Relatório de andamento: 28/Mai/2009. Apresentação: 22/Jun/2009.
Provas escritas (1/3):
AP1 – 23/Abr/2009. AP2 – 18/Jun/2009.Análise de sistemas de engenharia
Problema físico
Modelo matemático
Ex: equação diferencial
Modelo numérico
Ex: Modelo de elementos finitos
Simplificações e
aproximações
Análise de sistemas de engenharia
A seleção do modelo matemático depende da
resposta a ser obtida. Exemplos:
Distribuição de temperatura. Campo de tensões.
Um bom modelo deve:
Considerar os aspectos essenciais do problema. Desprezar os fatores secundários.
Fornecer resultados próximos das respostas reais.
Se as previsões do modelo não estão de acordo com
as respostas reais é necessário refinar o modelo:
Análise de sistemas de engenharia
Modelos numéricos são aproximações dos modelos
matemáticos.
Um método numérico é confiável se ele converge
para a solução exata do modelo matemático.
Garantia de convergência com o refinamento. Velocidade de convergência.
Custo computacional envolvido.
Facilidade de implementação e utilização.
A solução numérica de um problema não pode ser
melhor do que o modelo matemático utilizado.
α
Discretização
Problema: Determinação do perímetro de um círculo.
Rl = 2Rsen(α/2)
α = 2π/n
L = n l = 2πR sen(α/2)
α/2
Dividindo em n partes:
Discretização
L
aprox/L
exatolog(L
aprox/L
exato- 1)
Verifica-se que a solução converge para o resultado exato.
A velocidade de convergência é boa ?
Projeto estrutural
Conceito
Definição de uma configuração estrutural capaz de
resistir às ações externas “transferindo” o efeitos
destas ações até os apoios.
Envolve a definição da geometria e materiais
utilizados.
Requesitos
Segurança (resistência + estabilidade).
Conforto e estética.
Durabilidade.
Economia (construção e manutenção).
Ações externas
Peso próprio e cargas de utilização (sobrecarga).
Ações ambientais:
Variação de temperatura.
Forças de vento, neve, correntes marinhas, ondas, ...
Expansão/retração dos materiais.
Protensão.
Deslocamentos prescritos:
Recalques de apoio.
Análise estrutural
Conceito:
Determinação das respostas mecânicas de uma
estrutura devido a ações externas.
Obs: a geometria e os materiais são conhecidos.
Respostas mecânicas:
Deslocamentos e deformações
Tensões e esforços internos.
Cargas e modos de flambagem.
Freqüências naturais e modos de vibração.
Carga de ruptura.
Importância dos métodos numéricos
A análise de estruturas envolve a solução de equações
diferenciais parciais.
Soluções analíticas exatas (fechadas) só existem em
casos especiais:
Geometria e condições de contorno simples. Certos tipos de carregamento.
Material homogêneo.
A solução de problemas reais requer a utilização de
métodos numéricos (aproximados):
Método das Diferenças Finitas.
Método dos Elementos Finitos. Método dos Elementos de Contorno.
Análise por elementos finitos
apoios
carregamento
nó
Geometria
Material
elemento
Malha
Análise por elementos finitos
Dividir o domínio do problema em regiões (elementos
finitos) de geometria simples:
Triângulos, quadriláteros, tetraedros, hexaedros,...
Os elementos adjacentes são conectados através dos nós.
Aproximar os deslocamentos no interior dos elementos:
Interpolar a partir dos valores nodais. Utilizar funções simples: lineares, quadráticas,...
Obter e resolver as equações de equilíbrio em função
dos deslocamentos nodais (graus de liberdade).
Calcular respostas no interior dos elementos:
Deformações a partir do campo de deslocamentos. Tensões a partir das deformações.Vantagens do MEF
Aplicação a qualquer problema de campo:
Tensões, transferência de calor, percolação, etc.
Não há restrição quanto a geometria do problema.
Não há restrições sobre o carregamento e as condições de
contorno do problema.
O material pode variar de elemento para elemento.
O modelo de elementos finitos parece com o corpo ou região a ser
analisada.
Um modelo pode incluir componentes com diferentes
comportamentos:
Barras, vigas, placas, cascas, sólidos, etc.
Exemplo de aplicação: estrutura de edifício
Contato pneu-pavimento
Modo de vibração de um copo
Fuselagem
Fuselagem
Cargas e apoios
Pontes
San Francisco Bay Bridge
http://www.adina.com/
Simulação de colisão
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Bruno Barros –
Análise Estrutural da Fôrma de
um Pilar em Concreto Armado
.
Verificação dos Estados Limites
Último e de Utilização (deslocamentos excessivos) da forma de um pilar em Concreto Armado utilizando o MEF utilizando o programa ABAQUS/CAE.
Analisar a influência dos componentes
estruturais da fôrma de um pilar.
Projeto de norma 02:124.24-001:
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Detalhe da estrutura
Seção de 35x120cm e altura de
concretagem de 2,36m.
A estrutura básica da fôrma:
Molde de compensado plastificado
de 18 mm.
Longarinas de madeira bruta
serrada.
Tirante metálico (parafuso).
Tipo de Análise:
Estática.
Condições de Apoio:
Deslocamento na base do pilar
restringido nas três direções.
Trabalhos de anos anteriores
Modelo de Analise
Carregamento (Empuxo do Concreto).
Velocidade de Concretagem: 7m/h. Consistência do Concreto: 82,6 kN/m².
Estado Limite Último (Tensão
Admissível).
Molde.
55 MPa (paralelo às camadas).
45 MPa (perpendicular às camadas).
Longarinas.
37,8MPa (Compressão). 50,3MPa (Tração).
Tirantes: 290 MPa.
Estado Limite de Utilização
(Deslocamentos excessivos).
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Três análises (Estado Limite de Utilização):
Somente o Molde (δ = 165,6 mm). Molde e Longarina (δ = 7,753 mm).
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Bruno Feijo –
Análise Estrutural de uma Torre de
Enerfia Eólica para Operação no Estado do Ceará.
Análise de uma torre de energia eólica pelo
Método dos Elementos Finitos.
Foi utilizado o programa ABAQUS para
modelar torres com diferentes secções.
Análise preliminar utilizando o FTOOL e o ABAQUS
para que pudessem ser feitas algumas verificações para validar o modelo.
Perfil circular cônico, com 45 m de altura,
diâmetro de base 3,00 m e no topo diâmetro aproximado de 1,42 m.
Material aço, com módulo de elasticidade (E)
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Modelo de Elementos Finitos
Malha para os valores de 0.6, 0.4, 0.3 e 0.2 m. Engastado na base.
Carga distribuída no topo da torre de
50 kN (Peso da hélice + gerador).
Carga de vento estática (NBR 6123).
Modelo seccionado em sete partes:
Carregamentos atuantes Z (m) q (N/ m2) ≤ 5,00 421 < 10,00 478 < 15,00 518 < 20,00 538 < 30,00 580 < 40,00 741 < 50,00 635 Z (m) q (N/ m2) ≤ 5,00 421 < 10,00 478 < 15,00 518 < 20,00 538 < 30,00 580 < 40,00 741 < 50,00 635
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Fábio Anderson –
Estabilidade de Placas Laminadas
.
(Artigo - Cilamce 2008)
Estudar o comportamento de placas laminadas quando
submetidas a carregamentos no plano;
Calcular as cargas críticas utilizando o Método dos Elementos
Finitos (MEF).
Compara a solução numérica obtida pelo MEF com solução de Esquema de laminação Placa laminada
Trabalhos de anos anteriores
Modelo de elementos finitos
Elemento (Q8) Carregamento biaxial h x y z h x y z Condição de Apoio: Simplesmente apoiada
Trabalhos de anos anteriores
Placa com laminação simétrica
cross-ply
(0/90)s
E1/E2 Analítica FEMOOP ABAQUS Erro FEMOOP Erro ABAQUS 25 7.124 7.070 7.074 -0.76% -0.70% 40 7.404 7.328 7.318 -1.03% -1.16% 25 3.562 3.542 3.537 -0.55% -0.69% 40 3.702 3.669 3.660 -0.89% -1.15% Compressão Uniaxial (k = 0) Compressão Biaxial (k = 1)
1º Modo de flambagem da placa para o carregamento uniaxial:
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Paulo Filho –
Método dos Elementos Finitos em
Estruturas de Concreto: Revisão Bibliográfica e
Exemplo de Aplicação do Método
.
Verificação das tensões na região de furos que
atravessam vigas de concreto na direção de sua largura .
Trabalhos de anos anteriores
Modelagem da viga de concreto.
Verificação de um furo maior que o diâmetro mínimo
recomendado pela NBR 6118.
Dimensão do furo de no máximo 12 cm e
h
/3;Apoios
Carregamento Malha
Trabalhos de anos anteriores
Distribuição das tensões σxx na viga .
Diagrama de tensões σxx na região do furo
Conclusão: As recomendações
da NBR 6118 foram confirmadas pelo modelo numérico.
Utilização do MEF
Análise preliminar:
Obter uma solução aproximada do problema.
Modelo analítico simplificado, fórmulas, análise
experimental, análises anteriores, etc.
Análise por elementos finitos:
Pré-processamento:
Modelagem: geometria, apoios, carregamento, materiais, ...
Geração de malha.
Análise numérica.
Pós-processamento:
Deformadas, modos de vibração/flambagem, animações,...
Utilização do MEF
Verificação dos resultados
Avaliação qualitativa:
A resposta “parece” certa ?
Deslocamentos (deformada). Tensões.
Existem erros grosseiros ?
O problema desejado foi resolvido ? Ou foi outro problema ?
O campo de deslocamentos satisfaz as condições de
contorno esperadas ?
Utilização do MEF
Verificação dos resultados (cont.)
Avaliação quantitativa
Comparar resultados de EF com as soluções preliminares.
Verificar se o nível de discretização é satisfatório:
Continuidade do campo de tensões. Estimadores de erros.
Revisão do modelo:
Eliminar os erros grosseiros
Dados de entrada (apoios, propriedades dos materiais,...)
Melhorar o modelo de elementos finitos.
Refinar a malha.
Utilização do MEF
Considerar o problema físico. Criar ou melhorar um modelo matemático.
Obter resultados aproximados para comparação com os resultados da análise pelo MEF.
Planejar a discretização do modelo matemático.
PRÉ-PROCESSAMENTO
ANÁLISE PELO MEF
PÓS-PROCESSAMENTO Os resultados estão livres de erros
grosseiros? Estão razoáveis do ponto de vista físico?
Qual é a falha? Compreensão física ou modelagem?
Os erros estão pequenos? Alterar a malha modificaria pouco os resultados? PARAR Discretizar mais a malha. Física INÍCIO EF SIM SIM NÃO
Utilização do MEF
Por que estudar a teoria do MEF ?
Existem programas comerciais utilizados a bastante
tempo.
Intensivamente testados: fabricantes e usuários.
Os programas atuais possuem interface amigável.
Sua utilização não requer grandes conhecimentos.
A obtenção de resultados confiáveis requer:
Conhecimento do comportamento estrutural:
Mecânica, resistência dos materiais, teoria das estruturas, ...
Conhecimento do MEF:
Comportamento dos elementos utilizados.
Modelos para análise de estruturas
Questões envolvidas:
Geometria.
Cinemática:
Deslocamentos. Rotações.
Comportamento dos materiais.
Relação tensão-deformação.
Carregamento.
Condições de contorno:
Modelos para análise de estruturas
Contínuos ou sólidos:
Barra (1D).
Estado Plano de Tensão.
Estado Plano de Deformação.
Sólido axissimétrico.
Sólido 3D.
Estruturais:
Vigas.
Pórticos.
Placas.
Cascas.
Tipos de análise
Estático x dinâmico
As cargas atuantes são periódicas ou impulsivas ? A estrutura é muito flexível ?
A freqüência do carregamento é próxima a da estrutura ? O comportamento do material é dependente do tempo ?
Linear x não-linear
Os deslocamentos/rotações são grandes ? Qual a magnitude das deformações ?
A região apoiada depende da deformação ?
A relação tensão-deformação pode ser considerada linear ? O material sofre deformações permanentes ?
Tipos de análise
Acoplada (multi-física) x desacoplada
Termo-mecânico.
Solo-estrutura.
Fluido-estrutrura.
Piezoelétrico.
Estado da prática:
Depende do ramo de aplicação.