DIREITO
PENAL MILITAR
Prof. Pablo Cruz
Crime Militar
Critérios legais
Parte 2
Crime Militar
• 3. Os militares, assim como as demais pessoas, têm a sua
vida privada, familiar e conjugal, regidas pelas normas do Direito Comum (HC nº 58.883/RJ, rel. Min. Soares Muñoz). 4. Essa necessária congruência entre a definição legal do crime militar e as razões da existência da Justiça Militar é o critério básico, implícito na Constituição, a impedir a subtração arbitrária da Justiça comum de delitos que não tenham conexão com a vida castrense (Recurso Extraordinário nº 122.706, rel. Min. Sepúlveda Pertence).
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• 5. In casu, embora a paciente e a vítima fossem militares à
época, nenhum deles estava em serviço e o crime não foi praticado em lugar sujeito à administração militar, sendo certo que o móvel do crime foi a falência do casamento entre ambos, bem como o intuito da paciente de substituir pensão alimentícia cessada judicialmente por pensão por morte e de obter indenização do seguro de vida, o que é o suficiente para afastar a incidência do art. 9º, II, “a” do CPM.... (HC N. 103.812-SP - REDATOR PARA O ACÓRDÃO:
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• 2016 - STF: Fixação de competência e Justiça Militar – 1:
Compete à Justiça Castrense julgar ação penal destinada à apuração de crime cujo autor e vítima sejam militares caso ambos estejam em serviço e em local sujeito à administração militar. Esse foi o entendimento da Primeira Turma, que indeferiu a ordem em “habeas corpus”. A Turma reafirmou a jurisprudência consolidada na matéria. Assim, compete à Justiça Castrense o julgamento de delito cometido por agente contra vítima também militar nos casos em que haja vínculo direto com o desempenho de atividade militar (HC 121.778/AM, DJe de 1º-7-2014).
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• Haja vista que, no momento do crime, paciente e vítima,
ambos militares, estariam em atividade no interior da caserna, seria necessário ratificar a competência da Justiça Militar para processar e julgar a ação penal de origem, nos termos do art. 9º, II, “a”, do Código Penal Militar (CPM). HC 135019/SP, rel. Min. Rosa Weber, 20.9.2016. (HC-135019) (Informativo 840, 1ª Turma)
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Art. 9º, II, b:
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
Aqui o sujeito ativo é militar ou assemelhado que pratica o delito contra militar da reserva, reformado,
assemelhado ou civil, dentro de lugar sujeito à
administração militar. Assim, no presente inciso se
consideram os critérios ratione legis, ratione personae e ratione loci.
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Art. 9º, II, b:
Questões especiais:
1) Violência doméstica em vila militar;
2) Agência bancária situadas no interior de OM’s; 3) Crime que atinge prédio da JMU.
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• Art. 9º, II, alíneas “c” e “d”:
• Art. 9º, II, ...
• c) por militar em serviço ou atuando em razão da função,
em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
• d) por militar durante o período de manobras ou
exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
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• Adotam-se aqui os critérios ratione legis, ratione
materiae, ratione temporis e ratione personae.
O crime na alínea “c” é praticado por militar contra civil, durante a manobra. No entanto, se o militar abandona a manobra, o crime praticado será comum. Exemplo: se, em uma atividade militar, o sujeito pratica um estupro, o crime será considerado militar. Se ele usa fardamento, mas não está vinculado à atividade militar, o crime será comum.
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• Desse modo, se percebe que os critérios (a pessoa, o
tempo, o local e a matéria) são utilizados de forma cumulativa.
Exemplo: Militares da FAB usam o avião do serviço para transportar drogas. O crime é de tráfico, de competência da justiça federal comum, pois foi usado material da União e a traficância foge da finalidade da viagem.