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8. Ações do professor na construção coletiva de um argumento genérico numa turma do 9.º ano

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8. Ações do professor na construção

coletiva de um argumento genérico

numa turma do 9.º ano

Cláudia Domingues

Escola Secundária Carlos Amarante, Braga

cmadom@gmail.com

Centro de Investigação em Educação, Universidade do Minho

mhm@ie.uminho.pt

• Resumo:

incitar a que os alunos

exponham as suas ideias, de os apoiar no desenvolvimento dessas mesmas ideias, e de ampliar

ampliar surgiram, apenas, quando estabeleceu

as ações de apoiar e de incitar dos alunos.

(2)

Introdução

A importância atribuída ao desenvolvimento do raciocínio matemático dos alunos

investigações realizadas sugerem que orquestrar a discussão coletiva com base nas resoluções dos alunos e de modo a que toda a turma progrida na sua aprendizagem

investigadora com o objetivo de desenvolver o raciocínio matemático dos seus

deste estudo, a apresentação dos resultados e as respetivas conclusões.

O raciocínio e a produção de argumentos genéricos na aula de

matemática

(3)

Lannin, Ellis e Elliot (2011) apontam, como componentes importantes de argumentos matemáticos válidos, duas caraterísticas: “(1) linguagem que estabeleça relações

são considerados os raciocínios indutivos e dedutivos por serem aqueles que, segundo indutivo

(4)

nesta passagem do particular para o geral, pois esta passagem requer a capacidade de dedutivo, raciocínio que vai do geral

generalização dedutiva

a casos mais gerais ou análogos.

(5)

empirismo naïf

experiência crucial

de validação na qual o indivíduo coloca explicitamente o problema da generalização

naïf por nele se colocar o problema da generalização e por exemplo genérico torna explícitas as objeto tomado como representante característico de uma classe de indivíduos. O nível de experiência conceptual

empirismo naïf e o nível de experiência crucial assim como entre o nível de exemplo genérico e a experiência conceptual. O autor concluiu que a experiência crucial

alcançada pela necessidade de assegurar a generalidade da conjetura validada por

empirismo naïf experiência crucial

experiência conceptual

exemplo genérico para a experiência conceptual

(6)

Ações do professor que promovem o desenvolvimento do raciocínio

matemático

ativamente nas discussões que ocorrem em grande grupo. A aceitação de normas como , proporciona o desenvolvimento do raciocínio nos

assumida por todos os intervenientes.

da discussão coletiva que se inicia a partir do trabalho desenvolvido pelos alunos

os alunos no desenvolvimento do discurso matemático, incentivar os alunos a expor publicamente os seus raciocínios e a construir e a avaliar as suas ideias matemáticas e as dos outros. O modelo de preparação e realização de discussões matemáticas antecipar monitorizar

selecionar os alunos que podem apresentar as suas respostas matemáticas

encadear as ideias matemáticas ao longo das apresentações

(7)

que há ampliação do pensamento matemático: apoiar (supporting), incitar (eliciting) e ampliar (extending

apoiar visam apoiar os incitar

ampliar

Metodologia

estudo de caso centrado no desenvolvimento do raciocínio matemático de alunos turma era constituída por dezanove alunos, quinze raparigas e quatro rapazes, com primeira vez na escola onde decorreu o estudo, embora já contasse com treze anos

os alunos trabalharam em pequenos grupos e a discussão coletiva. A atividade

(8)

al., 2011).

A experiência de ensino e a aula exploratória

Os alunos tinham iniciado, naquele ano, a prática de explorações matemáticas na procurou promover normas de sala de aula coerentes com o objetivo de desenvolver aspetos essenciais a melhorar para garantir a partilha e a colaboração entre todos os elementos quer durante o trabalho de grupo quer durante a discussão coletiva. Um

em colaborar e em pedir esclarecimentos sempre que não esteja de acordo ou não

caso notável

A inclusão do esquema pretendeu dar um suporte visual aos alunos, uma vez que dos seus esquemas mentais prejudicando desse modo o processo de conjetura.

A representação das medidas por letras pretendia auxiliar os alunos na compreensão sentiam necessidade de as concretizar.

(9)

Figura 1 –

relativas a investigar e a provar. Investigar

recentes, uma conotação de explorar para descobrir, mas provar era uma ação ainda

levando os alunos a estabelecerem a ligação entre as suas conjeturas e a estrutura

juntou alunos com nível aproximado de conhecimento e teve em consideração

(10)

turma das descobertas realizadas com explicitação dos respetivos raciocínios dos

As ações da professora promotoras da construção de um argumento

genérico

práticas de antecipar e de selecionar não estão intrinsecamente ligadas a contextos

apoiar, incitar e ampliar compreensão do leitor.

(11)

a discussão coletiva. Podia, então, aproveitar as contribuições dos grupos para, progressivamente, chegar a uma generalização aceite por toda a turma e em que

anteriormente sentida, de iniciar uma exploração estivesse já ultrapassada e que

a e a b estabelecendo uma comparação entre as áreas concretas do quadrado inicial e do retângulo. Dessa comparação estabeleceriam conjeturas que podiam ser testadas

seria, então, necessário estender o domínio da generalização passando dos casos

Monitorizar

alunos recolhendo elementos para tomar decisões sobre o modo como ia orquestrar posteriormente a discussão coletiva. Observou o trabalho dos grupos e interagiu com

(12)

como proceder para provar matematicamente, optando por um tipo de raciocínio.

a testar não estivessem compreendidas ao ponto de os alunos serem capazes de as

Situação de bloqueio 1.

na sua perceção visual.

o valor 2 a a e 1 a b a e a b Manuel: Miguel: unidade. Prof: Paulo:

(13)

Miguel: Estivemos a dar medidas. Prof: Paulo: Prof: … Prof:

(Apontando para os retângulos correspondentes aos retângulos

Figura 2 –

De seguida, há um tempo breve de espera que serve para os alunos pensarem e

apoiar, uma vez que os incentivou a observar as dimensões dos retângulos. Ao apontar para os dois retângulos, levou os alunos a observar melhor e a rever os raciocínios. Estes

(14)

Manuel: Paulo:

Manuel: Pois não, o comprimento, mas a largura vai ser a mesma. Paulo:

Manuel:

que já estou a perceber. Paulo: quadrado. Manuel: Paulo: … Manuel:

Figura 3 – Concretização do grupo.

Esta discussão sobre as medidas dos dois retângulos permitiu aos alunos iniciar o

(15)

Rita:

ver que vai ser sempre assim. Maria:

escolher mostrando que a palavra prova lhes estava a causar alguma perturbação e

Maria: Prof: [os casos]. …

Prof:

constatar no diálogo seguinte: Maria:

(16)

Maria: b2 . a2 2 …

Rita:

quadrado inicial menos uma porção. Beatriz:

… Maria:

2 2.

Figura 4 –

traduziu a relação entre as áreas por (a b) (a b) = a2 b2.

incitar e, sobretudo, de apoiar

(17)

Situação de convicção sem compreensão

os alunos testassem outro caso proporcionando uma melhor compreensão da situação:

Manuel: Eu acho que este quadrado tem a mesma área que este Prof:

Manuel: Foi. Paulo:

apoiar

lhe mostrar que a conclusão se mantinha: Manuel:

Prof: Fixaram o b b

para outro.

Paulo: Agora já não vai dar. Manuel:

Paulo:

2x2, vai dar 4. Manuel:

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quadrado.

Paulo: A área daquele quadradinho.

b era novamente

aos alunos de atribuírem outros valores a b b o valor 2

b

apoiar os alunos em etapas essenciais

as implicações na situação. A ação de apoiar

situação e, desse modo, compreenderam melhor a relação entre as áreas das duas

Figura 5 – Concretização com b=2.

Selecionar

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empirismo naïf. O grupo D experiência crucial. O grupo E congregou um argumento

experiência conceptual. seguir a ordem que consta no quadro 1, visando encadear os raciocínios de todos seleção seria, então, a seguinte: (a) começar por convidar o grupo A que teve mais

grupos que raciocinaram de modo dedutivo.

Sequenciar e conectar

essa ordem não era rígida podendo ser alterada a qualquer momento de modo a estabelecer as conexões necessárias entre os raciocínios dos alunos. Para iniciar

a e o retângulo com dimensões (a – b) (a + b) e escreveram, por baixo, a conclusão a que chegaram: (a – b) (a + b) = a2 – 2ab + b2

parciais, do retângulo que designaram por x e do retângulo que designaram por y.

(20)

Grupo A: (a b) (a b) = a2 ab b2 Grupo B: Empirismo naïf Grupo C: quadradinho. Experiência crucial Grupo D: Experiência conceptual Grupo E: (a b) (a b) = a2 b2

(21)

Figura 6 –

Prof:

Antónia: Começamos por calcular a área do primeiro quadrado. Isa: Estivemos a calcular a área de cada um… deles.

Prof:

Isa: …da divisão do quadrado. E vimos que a área deste era igual a esta. Professora:

Isa: A área desta era igual a esta (aponta para os retângulos que estão ao lado e acima do retângulo designado por x

desenhada no quadro). Prof:

Paulo: Prof: Podes. Paulo:

[aponta para a altura do retângulo 2]. Isa:

(troca de ideias pouco claras entre as alunas e o Paulo). Prof:

Antónia: retângulo y].

(22)

importante da discussão para promover o desenvolvimento do raciocínio dos alunos.

dois retângulos, desenhados ao lado e acima do retângulo x, tinham dimensões

(a – b) (a + b) = a2 – 2ab + b2

Prof:

Isa: a × a a – b

a a e daqui

b a – b e a + b a mais este b, daqui

a + b.

A explicação dada mostrou que a expressão (a – b) (a + b) –2ab

Prof: Então de onde vem o –2ab Isa: Pelo desenvolvimento.

–2ab tinha sido obtido pelo

(23)

bastava interpretar geometricamente aquela expressão para se estabelecer uma

todos os grupos.

questionamento serviram para apoiar

Prof: Isa: Prof:

Isa: As áreas. Prof:

Isa: Do quadrado com este. Prof:

Isa:

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Daniela: a = 4 e b = 2 Paulo: Daniela: Paulo e Miguel: Manuel:

Daniela: Conclusão a medida diminuiu.

os raciocínios apresentados e os que se seguiriam. Assim, antes de chamar outro

Prof: Daniela: 4. Prof: Paulo: Prof: Isabel: Paulo: b. Miguel: Prof:

(25)

Beatriz: b2. Prof:

b [unidades] e diminuímos a largura b [unidades] quanto diminui a Beatriz: b2.

Prof: Beatriz:

para o quadrado de lado b).

ampliar

b2 tinha em vista levar os alunos a compreenderem

salientando a importância de usar letras como representação de valores arbitrários. Prof:

Vários: Letras.

Prof: Porque as letras podem tomar qualquer valor.

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em cima e sobrava b b]. Miguel:

medidas!

Liliana: Porque sabemos que aqui tem a – b.

Manuel: Prof: Maria:

Prof: Ide lá [ao quadro]. Maria:

Prof:

bem mas eles não estão a perceber…

E que, contrariamente ao grupo D, havia partido do retângulo para mostrar o que

Maria:

Paulo: b.

Manuel: b

Prof:

Isa: As medidas.

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Maria: a b a – b a – b b

a – b b. Pronto.

a a2-b2.

Figura 8 – Esquema do grupo de Liliana

correspondente ao quadrado de lado b. A partir do diálogo que ocorreu no grupo C,

Manuel:

Paulo: Foi por olho.

Manuel: Podia ser mais aqui. Miguel:

(28)

Maria: a b b. Manuel: Maria: b b Manuel: a – b. Maria: Manuel: Maria: Manuel: b ali b então ali era a – b.

medições concretas, em que obtinha o b, para ajudar o colega a compreender que

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apoiar e incitar, houve ações de ampliar o pensamento matemático dos alunos.

Conclusão

que os alunos se mostraram preocupados com a compreensão matemática dos envolvimento na discussão, motivados pela apresentação do que haviam pensado nos respetivos grupos.

as caraterísticas da turma. As normas de sala de aula vinham a ser estabelecidas desde o início do ano letivo, condição importante para que os alunos trabalhassem

Durante a prática de monitorizar incitar e apoiar

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e, sobretudo, em apoiar

aproveitou, para promover o raciocínio dedutivo permitiu ampliar o pensamento dos incitar

alunos ampliassem o seu pensamento matemático.

incitar e apoiar

incitar, apoiar e ampliar

incitar e apoiar permitiram compreender e ajudaram os alunos a continuar o seu trabalho, condição essencial para se manterem motivados e terem ideias para discutir com os outros. As ações de ampliar o pensamento matemático dos alunos surgiram pela necessidade de promover o raciocínio dedutivo.

de ampliação

ampliar o pensamento matemático por terem sido desenvolvidas muitas ações de incitar a explicitação dos

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raciocínios e de apoiar matemático dos alunos.

A preocupação com o desenvolvimento do raciocínio matemático parece ser ampliação do pensamento ampliar o pensamento

autor essa passagem exige a capacidade de distanciamento do objeto matemático

Referências

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Referências

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