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O PAPEL E A ATUAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SISTEMA PÚBLICO MUNICIPAL DE MARABÁ

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ - UNIFESSPA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - FACED LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

JESSYKA DA CONCEIÇÃO ROCHA

O PAPEL E A ATUAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SISTEMA PÚBLICO MUNICIPAL DE MARABÁ

Marabá-Pará 2019

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JESSYKA DA CONCEIÇÃO ROCHA

O PAPEL E A ATUAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SISTEMA PÚBLICO MUNICIPAL DE MARABÁ

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito final para obtenção do título de pedagoga no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Faculdade de Ciência da Educação (FACED), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), campus de Marabá.

Orientadora: Profa. Dra. Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo.

Marabá-Pará 2019

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Setorial Josineide da Silva Tavares

Rocha, Jessyka da Conceição

O papel e atuação de estagiários da educação especial no sistema público municipal de Marabá Jessyka da Conceição ; orientadora, Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo. — Marabá : [s. n.], 2019.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Instituto de Ciências Humanas, Faculdade de Ciências da Educação, Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, 2019.

1. Educação especial. 2. Educação básica. 3. Inclusão escolar. 4. Educação inclusiva. I. Rabelo, Lucélia Cardoso Cavalcante, orient. II. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. III. Título

. CDD: 22. ed.: 371.9 Elaborada por Hully Thacyana da Costa Coelho – CRB-2/1.593

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AGRADECIMENTO

Deus é muito bom e sempre cuidou de tudo, agradeço a Deus por ter me dado a dádiva de ter passado no curso de pedagogia e por poder concretizar está etapa acadêmica em minha vida, Deus sabe de tudo, meu sonho sempre foi entrar na universidade e hoje tenho a graça de finalizar este curso tão importante, agradeço também a Nossa Senhora, minha mãezinha do céu que sempre intercedeu e intercede por mim.

Agradeço muito aos meus pais que sempre me apoiaram, obrigada minha querida mãe Antonia por me apoiar e cuidar de mim, por me incentivar e por todas as palavras de amor e motivação, neste momento me lembro de todos os dias que minha mãe me levou para a escola desde o ensino fundamental, ensino médio e no ensino superior, obrigada mãe por estar sempre ao meu lado, por toda a preocupação e por se doar pela nossa família sempre, agradeço o meu pai Jackson por todo apoio e incentivo, por estar sempre comigo, por toda sua doação, amor e cuidado com a nossa família, obrigada meu querido pai por todas vezes que precisei ir para universidade e o senhor deixou todas as suas tarefas para poder me levar, muitas vezes, até mesmo na chuva, obrigada meus queridos e amados pais, amo vocês, obrigada por se doarem e se sacrificarem por mim e meu irmão, todas as palavras de agradecimento não expressarão todo o amor que sinto por vocês.

Agradeço o meu querido irmão, João Lucas, por todo apoio e incentivo, pela sua amizade, por todas as vezes que me ajudou em etapas do pré-projeto de tcc, obrigada por tudo, amo você, meu irmão, meu bebê.

Aos meus avós paternos e maternos por todo apoio, agradeço por todo incentivo, preocupação e amor, amo vocês.

Agradeço os meus tios e tias maternos e paternos por todo carinho, apoio, cuidado, preocupação e amor, obrigada por me incentivarem nos estudos, obrigada por tudo, amo vocês.

Aos meus primos que amo muito e são muito importantes para mim, obrigada meus lindos, amo vocês.

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Agradeço minhas amigas que estiveram comigo nesta jornada acadêmica, Elanne, Maria Raquel, Alice, Juliana, agradeço também a Thainá que foi muito importante na mediação do grupo focal da pesquisa.

Agradeço minhas amigas de muitos anos, Leticia, Jessica, Juliana Alves, Fernanda Rocha, Beatriz Cabral, Giovana Dal Moro.

Agradeço a Professora Lucélia por ter me orientado, por toda paciência, muito obrigada professora, Deus lhe abençoe.

Não poderia deixar de agradecer também a todos os estagiários que se disponibilizaram para participar da pesquisa.

Agradeço todos da escola Pedro Cavalcante que me receberam tão bem durante o estágio e a diretora que sempre me apoiou, á todas as crianças da escola, os alunos que acompanhei e aos alunos que tive a oportunidade de conhecer e ensinar, todos vocês foram muito importantes na minha vida, aprendi muito nos dois anos de estágio.

Agradeço todos os meus professores da universidade, às minhas queridas professoras do ensino fundamental que foram muito importantes na minha vida escolar, professora Maria da Luz, professora Dijé, professora Nazaré e a professora Zélia.

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“Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor!” (Santa Teresa de Calcutá)

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma análise sobre o papel e atuação de estagiários de alunos público alvo da educação especial/PAEE, com o objetivo de compreender como ocorre a mediação e interação do professor e estagiário no processo de inclusão em uma escola pública de Marabá. O trabalho tem como finalidade caracterizar e analisar o processo de inclusão nas turmas de ensino fundamental, havendo como foco o papel e atuação do estagiário da educação especial no sistema público municipal de Marabá. A pesquisa foi realizada através de um grupo focal com 07 estagiários da rede municipal de Marabá. Através das análises organizadas por meio de eixos temáticos, concluímos que atualmente o estagiário vem assumindo em sua atuação uma responsabilidade sobre o aluno que não é sua, vimos que a situação do estagiário, em relação a sua formação ainda é precária, pois a maioria dos estagiários iniciam a atuar sem uma formação inicial adequada, com orientações sobre a área da educação especial.

Palavras-chave: Atuação de estagiários, inclusão escolar, público alvo da educação especial.

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ABSTRACT

This work presents an analysis about the function and actuation of interns of the students target from special education/PAEE, with the objective to comprehend how occurs the mediation and interaction of the teacher and intern in the inclusion process in a public school of Marabá. The work has for purpose to characterize and to analyze the inclusion process in the classes of elementary school, focusing the actuation and function of intern of the special education in the public municipal system of Marabá. The reseach was accomplished through a focal group with 07 interns from municipal network of Marabá. Through of the analysis organized by means of thematic axes, we conclued that currently the intern has been assuming in your actuation a responsability about the student that does not belongs to him, saw that situation of intern, regarding your formation still is precarious, because most of interns start acting without a proper initial formation, with orientations about the area of special education.

Palavras-chave: Interns actuation, school inclusion, public target from special education.

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LISTA DE SIGLAS

AEE - Atendimento Educacional Especializado CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola

NAIA- Núcleo de Acessibilidade e inclusão Acadêmica PAEE - Público Alvo da Educação Especial

PAIE- Profissional de Apoio à Inclusão Escolar

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LISTA DE QUADROS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 16

2. A POLITICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PROSSUPOSTOS, DIRETRIZES E DIREITOS...21

2.1. SISTEMAS DE ENSINO INCLUSIVO E AS TRANSFORMAÇÕES NO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA...27

2.2. CONDIÇÕES E REDES DE APOIOS NECESSÁRIAS A INCLUSÃO ESCOLAR...28

3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE APOIO COM ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL... 31

3.1. COMPREENDENDO O PAPEL DO PROFISSIONAL DE APOIO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA...31

3.2. UMA BREVE REVISÃO DE ESTUDOS SOBRE O PAPEL E ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS NO APOIO A INCLUSÃO ESCOLAR: QUAL A REALIDADE BRASILEIRA?...33

3.3. PROFISSIONAL DE APOIO E AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES DO SEU PERFIL E ATRIBUIÇÕES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA...37

3.4. ESTAGIÁRIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E REFLEXÕES SOBRE AS EXIGÊNCIAS E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE APOIO...38

4. METODOLOGIA DA PESQUISA ... 41

4.1. ETAPAS DA PESQUISA...42

4.2. CONTEXTO DA PESQUISA...42

4.3. EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO E A ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA ATUAÇÃO DO ESTTAGIÁRIO NO APOIO A INCLUSÃO ESCOLAR...43

4.4. CARACTERIZAÇÃO DA ATUAÇÃO DO ESTAGIÁRIO NO SISTEMA MUNICIPAL DE MARABÁ-PA...44

4.5. PARTICIPANTES DA PESQUISA...46

4.6. INSTRUMENTOS DE PESQUISA...47

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5. ANÁLISE DOS DADOS ... 50

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 82

7. REFERÊNCIAS ... 84

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APRESENTAÇÃO

Passei no curso de Pedagogia no ano de 2015, o primeiro semestre estava previsto para agosto, mas devido uma greve, o semestre só começou em novembro de 2015.

Sempre tive interesse em iniciar estágios para conhecer melhor a área da educação especial, pois esta temática sempre me interessou.

No ano de 2016 comecei a estagiar em uma escola de ensino fundamental l próxima à minha casa, escola está que estudei do 1ª ano até a 4ª serie, quando iniciei o estágio foi tudo novo para mim, eu não tinha estudos teóricos sobre a área da educação especial, então o que eu sabia eram informações que eu pesquisava.

A primeira criança que acompanhei tinha paralisia cerebral, o aluno estava no 3ª ano do ensino fundamental, tive instruções dos professores da sala de atendimento especializado-AEE, mas na minha atuação como estagiária sempre me sentia como a professora do aluno, porque era eu quem fazia as atividades e até as provas, eu tinha uma preocupação imensa na aprendizagem dele, queria que o mesmo aprendesse a ler e eu sempre acreditei no seu potencial, mas são muitos desafios, pois para que isso acontecesse não poderia ser um desejo só meu, mas de todos envolvidos na inclusão do aluno.

No mesmo ano ainda, não consegui renovar o contrato, pois nesta época quando chegava nas férias de julho o CIEE quebrava o contrato e renovava somente em agosto, como houve uma certa demora da parte da prefeitura para confirmar as renovações, não consegui continuar.

Todavia no ano de 2017 voltei a estagiar na mesma escola, nesse mesmo ano houve inovações, a Secretaria Municipal de Educação-SEMED iniciou as formações com os estagiários realizada pelas formadoras do Departamento de Educação Especial, estas formações foram muito importantes para mim, pois eu não tinha tanto conhecimento sobre minha atuação de fato.

Em 2017 acompanhei um aluno no 5ª ano com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade-TDAH, aprendi muito neste ano, mas ainda me sentia como uma professora exclusiva para o aluno, fazia as atividades, fazia relatório sobre o aluno,

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mesmo sabendo que eu precisava de apoio pedagógico, porque nas formações eles

não passavam nada relacionado aos materiais pedagógicos necessários a dar suporte ao aprendizado do aluno, era eu que fazia sozinha as adequações nas atividades, caso contrário o aluno ficaria sem fazer nada.

Existe um termo que eu usava muito quando ia falar sobre o aluno era “o meu aluno”, e isso não acontecia só comigo, acredito que muitos estagiários já falaram assim, pois nos sentíamos as pessoas mais próximas daquele aluno e sentíamos muita responsabilidade em nossa atuação. Nossa função era de auxiliar o aluno nas atividades e em suas necessidades específicas, mas acabávamos nos preocupando com a aprendizagem do aluno. Eu queria ver o aluno lendo, então todos os dias eu fazia as atividades com o alfabeto e tinha dias que o aluno não queria fazer nada e muitas vezes eu me sentia inútil.

Passei dois anos na escola e aprendi muito, mas sempre refleti sobre a atuação do estagiário, por isso que tive o desejo de pesquisar sobre este tema, porque antes das formações eu imaginava que muitas coisas relacionada ao meu papel só acontecia comigo, mas depois das formações e relatos de outros colegas estagiários percebi que o assunto deveria ser mais discutido e que o estagiário deveria compreender melhor o seu papel e atuação.

Passei por muitos desafios no estágio, pois cada aluno tem a sua característica e especificidades, acompanhei crianças com paralisia cerebral, TDAH e transtorno do espectro autista-TEA e claro que todos foram importantes e cada um teve um nível maior de desafio, o aluno com TEA foi o que eu mais tive dificuldades pois o aluno era autista severo, então eu não sabia como desenvolver atividades com ele. O aluno apresentava comportamento agressivo na sala de aula, então eu ficava um pouquinho com ele na sala e depois ia levá-lo para passear pelo pátio.

Muitas vezes senti vontade de desistir, por mais que tivesse espaços de formações, ainda assim me sentia sem apoio, porque nas formações não tinha informações sobre as atividades que devem ser adaptadas, o que informavam sempre era sobre as deficiências. Na escola muitas vezes senti um certo incômodo das pessoas quando me viam andando com o aluno fora da sala de aula.

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A minha atuação no estágio fez com que eu tivesse o interesse em estudar

mais sobre o assunto, ainda é um tema pouco discutido e pesquisado, por isso escolhi este tema, também tive a experiência de fazer parte do núcleo de educação especial (NEES), fiz algumas disciplinas no núcleo e pude aprender muito nas discussões sobre as especificidades de cada deficiência. Foram 4 anos de muitos desafios na minha atuação acadêmica e hoje finalizo este trabalho.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a inclusão vem sendo discutida com mais frequência, pois com o movimento político de luta pela inclusão educacional de alunos com deficiência, garantiu ao público alvo da educação especial o direito de matrícula nas escolas regulares e de se escolarizarem no ensino comum.

Depois de séculos de exclusão, passagem pelo modelo da segregação e de integração, nas últimas três décadas, tem se intensificado no ordenamento jurídico brasileiro a seguridade de direitos aos alunos com deficiência ao ensino inclusivo. Contudo, cumpre destacar que parece ser uma realidade nova para muitos professores da educação básica, que se surpreende com a chegada de alunos com deficiência em sua sala de aula.

Há um notório sentimento de despreparo, já observado por Rabelo (2012; 2016) em seus estudos na área de formação e demandas de professores no contexto educacional de Marabá.

Com a implementação das políticas públicas em inclusão escolar, cresce o número de alunos do público alvo da Educação Especial nas classes comuns, fato que ajuda a compor um cenário nas escolas que tem desvelado as limitações e contradições do sistema educacional brasileiro. Assim, atores e autores educacionais são desafiados a construir saberes capazes de responder às demandas do cotidiano escolar relacionadas à convivência e aprendizagem na diversidade (MATOS; MENDES, 2014, p.36).

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 2008, p.11). As diretrizes públicas têm inserido cada vez mais propostas inclusivas, com o objetivo de incluir todos os alunos público alvo da educação especial no ensino regular, vale lembrar que muitos são matriculados e somente incluídos na matricula, mas não frequentam regularmente a escola

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Com a implementação das políticas públicas foi possível a chegada dos

alunos PAEE, assim foi decretado a atuação do professor especializado em educação especial, o profissional que hoje trabalha na sala de atendimento educacional especializado (AEE).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN (BRASIL, 1996, p. 19) decreta a obrigatoriedade de educação escolar para todos os alunos público alvo da educação especial considerando que:

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

As políticas de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, destacam a necessidade de se ter professores especializados, professores do ensino comum capacitados e ter profissional de apoio para colaborar com atividades que auxiliem na inclusão escolar. Os alunos PAEE tem direito de frequentar a sala de aula comum, além da sala de atendimento educacional especializado/AEE, mas é preciso uma parceria entre o professor do AEE e os professores da sala de aula comum, mesmo assim o professor regente da sala comum encontra dificuldade de acompanhar o aluno. É nesse contexto, que surge a figura do estagiário, para atuar no auxílio ao professor do ensino comum, acompanhando discentes com deficiência, transtorno do espectro autista, alunos com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, na realidade educacional do ensino sistema municipal de ensino de Marabá.

“O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela” (BRASIL, 2008, p.11).

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Vale ressaltar que nem todos os alunos público alvo da educação especial

precisam de estagiário, o estagiário deve acompanhar os alunos que possuem dificuldade na locomoção, na higiene e alimentação e quando não há algum impedimento de inclusão para o determinado aluno, ou seja alunos os que conseguem ter autonomia em suas atividades não precisam necessariamente de um estagiário, depende de suas necessidades, muitas vezes o aluno não precisa de cuidados diários como na locomoção, mas precise de apoio pedagógico.

Com a política de inclusão as crianças com deficiência passam a ter o direito à serem matriculadas nas escolas públicas e serem incluídos na sala de aula, com isso é implementado pelas políticas públicas o trabalho profissional de apoio, que é um profissional especializado que deve acompanhar o aluno em atividade de locomoção, higiene, alimentação e atividades pedagógicas, atualmente o sujeito que vem exercendo o papel do profissional de apoio é o estagiário, que passa a ser uma estratégia de substituir o profissional de apoio, mesmo que estes estagiários ainda estejam em processo de formação.

O atendimento educacional especializado é acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializados públicos ou conveniados (BRASIL, 2008, p.11).

Para que os objetivos do processo de inclusão sejam alcançados, deve haver mudanças nesse processo dentro do contexto escolar, que são realizadas através da reflexão comprometida e responsável pelos envolvidos referente à realidade inclusiva (ROCHA, 2017, p.02).

As diversas leis brasileiras que tratam sobre inclusão e acessibilidade, em todas áreas da deficiência, formam uma tessitura construída ao longo dos últimos anos, que apresentam um sólido conhecimento político e social, bem como nas suas práticas um bojo concreto de realizações. Ainda que não atendam às necessidades postas, as realizações nos colocam em patamares que atendem ao padrão universal

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que transcende as fronteiras dos países e unifica as pessoas (MORI; SANDER, 2015,

p.13).

Atualmente com a inclusão nas escolas, as matriculas de crianças com deficiência vem aumentando a cada dia e devido isso, surge um novo indivíduo na escola, que é como um auxiliar, cuidador, mediador e muitos outros termos, aqui em Marabá é chamado como estagiário, o estagiário passa a ser uma figura muito importante na escola, pois existe casos de alunos que não frequentam a sala de aula por não terem estagiários ainda para acompanha-los.

A pesquisa tem como pretensão analisar o papel e a atuação do estagiário no apoio a inclusão escolar no Sistema Municipal de Ensino Público de Marabá. Que tem como objetivos específicos compreender o papel do estagiário no contexto da política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva; caracterizar o papel e atuação do estagiário; refletir sobre a realidade do sistema municipal de ensino no que se refere à atuação do estagiário no apoio a inclusão escolar.

O estagiário é um mediador no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência. Assim para nortear este estudo, problematizou-se na prática do estagiário, em como vem sendo realizado a atuação do estagiário nas escolas e o olhar que o mesmo tem sobre o seu papel, desse modo foi realizado a seguinte pergunta com -Como tem sido pensada a atuação do estagiário no apoio a inclusão escolar de alunos público alvo da educação especial? Qual a realidade de atuação prática dos estagiários com os alunos com deficiência no sistema municipal de ensino em Marabá PA segundo os estagiários.

No primeiro capítulo será apresentado uma breve discussão sobre as políticas públicas na perspectiva da educação inclusiva e reflexões sobre o contexto histórico da educação especial.

O segundo capítulo será apresentado e discutido a atuação do profissional de apoio com os alunos público alvo da educação especial.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia do presente trabalho, descrevendo as etapas de estudo, além dos instrumentos e procedimentos utilizados para realização da pesquisa

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O quarto capítulo expõe os resultados e discussões da pesquisa,

considerando eixos temáticos para melhor compreensão da temática elucidada. No quinto capítulo é apresentado as considerações finais dos dados obtidos acerca da pesquisa desenvolvida, com reflexões sobre o tema estudado. Por fim, as referências bibliográficas que nortearam os estudos desta pesquisa e os anexos.

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2. A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO

INCLUSIVA: PRESSUPOSTOS, DIRETRIZES E DIREITOS

No decorrer dos anos a educação especial tem sido vista com mais reconhecimento e a inclusão vem acontecendo pouco a pouco com o direito de todas as crianças com deficiência terem acesso ao ensino regular e aos poucos as escolas estão se adaptando ao processo de inclusão dos alunos.

O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (BRASIL, 2008, p.01).

No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff (BRASIL; 2008, p. 02).

Desse modo a educação especial passou a ser reconhecida e discutida pela sociedade, vale ressaltar que apesar das mudanças e das instituições especializadas, a inclusão ainda é tema que deve ser mais explorado, principalmente quando é inserido um novo indivíduo escola regular, que no caso é estagiário, a partir da inclusão dos alunos público alvo da educação especial na sala de aula comum, o estagiário passa a ser um instrumento no processo de inclusão do aluno.

O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma

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escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer

objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, aponta um déficit referente à oferta de matrículas para estudantes com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado (BRASIL; 2008, p. 04).

As novas diretrizes aprovadas nas políticas de educação especial na perspectiva da educação inclusiva foi um documento de valor e relevância, pois foi um documento que visou incluir todos, além disso a formação de professores para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) capazes de trabalhar com as especificidades de cada deficiência.

O debate sobre acessibilidade no que se refere à educação de pessoas com deficiência passa, necessariamente, pela sua permanência, participação e aprendizagem escolar. Diante da necessidade de escolarizar estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em classes comuns do ensino regular, alguns dos principais desafios enfrentados pelos atores educacionais no cotidiano escolar para assegurar a acessibilidade são: a formação contínua de professores, a convivência com a diversidade e a relação família-escola (MATOS; MENDES; 2014, p. 45).

Sobre a educação, a Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988) considera que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL;1998; Art.205, p. 124).

A relação da família e escola é essencial para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno, mas sabemos que nem sempre existe uma relação próxima entre ambos, a escola precisa avançar muito ainda, apesar da existência das políticas de inclusão, o cenário escolar é muitas vezes de exclusão e discriminação.

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Matos e Mendes afirmam em sua pesquisa que a realidade revela também

que as escolas são espaços contraditórios, nos quais existem práticas de discriminação e conscientização, e que ainda se encontram distantes do que preconizam os documentos oficiais sobre inclusão escolar. Nas condições históricas, políticas e socioculturais descritas, é que se constituem as solicitações dos pais, dos alunos com e sem necessidades especiais, dos professores, dos diretores e dos coordenadores aos especialistas e estudiosos da área educacional (MATOS; MENDES; 2014, p.51).

Segundo o documento da Declaração de Salamanca todas as crianças público alvo da educação especial devem receber todo apoio, para que a criança tenha uma educação de qualidade (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, P.24).

No contexto histórico da educação especial houve muitos momentos de completa desigualdade das pessoas com deficiência na sociedade, na idade média era comum associarem pessoas com deficiência a pessoas possuidoras de pecados, levavam em conta os padrões, o que importava era a beleza do corpo e se o sujeito não se encaixasse neste padrão era visto então como alguém dispensável.

O movimento pela inclusão escolar surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980 e partiu da reflexão sobre a necessidade de se questionar a lógica de funcionamento das escolas para atender o público alvo da Educação Especial, independente das intervenções sobre eles (apud MENDES, 2006).

No tempo do apogeu dos gregos e dos romanos, não faltava preconceito, discriminação e desprezo da sociedade dos “normais” para as pessoas com deficiência. Enquanto os gregos veneravam o intelecto dos seus líderes e mestres, os romanos idolatravam corpos delineados por músculos expressivos e robustos. Esses povos não valorizavam as pessoas que não possuíam os atributos de intelectualidade ou de virtude corporal. As deformidades eram consideradas como aberrações ou castigos dos deuses (MORI; SANDER, 2015, p.02).

Como os autores citam, houve uma época em que o preconceito era muito grande, as pessoas vistas como normais deveriam ser fortes saudáveis e ter uma boa aparência, as pessoas só se importavam com o físico e aparência e deixavam de lado o intelecto e só se via o exterior.

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Na civilização grega, a sociedade espartana cultuava o corpo, enquanto a

sociedade ateniense cultuava o intelecto. Os espartanos preparavam os meninos desde os sete anos para que todos pudessem estar aptos para a guerra e a defesa da polis. Em Atenas, o investimento era feito nas atividades artísticas, culturais e filosóficas. As crianças que nasciam com qualquer deficiência deveriam ser eliminadas, pois não poderiam servir ao Exército em Esparta, nem receber instruções em Atenas (DUARTE et al 2012, p.1716).

A escola historicamente se caracterizou pela visão elitista da educação que delimita escolarização como privilégio de um grupo - uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do processo de democratização da educação se evidenciou o paradoxo inclusão/exclusão, quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim, sob formas distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de segregação e integração que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar (BRASIL, 2007, p. 04).

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas (BRASIL; 2008).

A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento

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da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo

206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, art. 208, 2008).

A declaração de Salamanca foi um grande momento para história da educação especial, foi aprovado em 1994 na Espanha o direito de todas as crianças à educação, o objetivo da conferencia é transformar as políticas públicas em implementações que incluam debates sobre a educação especial.

De acordo com a política nacional de educação de 2014, todas as crianças com deficiência devem ter acesso à educação básica e devem receber atendimento educacional especializado.

Mendes (2010) afirma que ao longo dos últimos trinta anos, tem acontecido um grande debate acerca das vantagens e desvantagens da integração e/ou inclusão do educando com necessidades especiais na classe comum da escola regular e muitas controvérsias sobre como deve ser essa inserção.

Apesar de todos os avanços, nem todos são realmente incluídos, a matrícula não fará com que o aluno seja incluído por si só, mas é necessário um trabalho colaborativo entre a gestão da escola, se a criança é matriculada, mas não é incluída nas atividades da sala de aula, então esta inclusão estará sendo na verdade uma exclusão.

Segundo Mendes (2015, p.11) não basta resolver o problema técnico de como ensinar. Temos que garantir também que tenham leis que garantam os direitos destes alunos, que tenham professores que saibam ensiná-los, e para que a igualdade de direitos entre todos seja enfim respeitada na nossa sociedade.

É evidente que todos tem o direito à educação de qualidade, mas só os indicies e resultados não são o mais importante que torna o aluno incluso e não faz com que o seu direito amplie de fato. Ao contrário, uma busca desenfreada pela melhoria na métrica do IDEB pode ser construída na contramão da melhoria da qualidade, uma vez que quando os índices avaliativos são o escopo, o processo

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educativo tende a ser secundarizado, comprometendo aquele interesse em favor das

condições de aprendizagem (BUENO, 2013, p.66).

Todavia, os alunos público alvo da educação especial (PAEE) ainda necessitam de uma atenção maior dos educadores do ensino regular, não é só os professores do AEE que são responsáveis pelo aprendizado e inserção do aluno na sala comum, mas também o professor regente da sala, o estagiário e todos que fazem parte do corpo docente da escola, a inclusão acontece também através da atenção da merendeira com o aluno, a atenção do agente de portaria, ou seja a inclusão deve ocorrer desde o portão da escola e em todos os ambientes, é imprescindível que haja discussão e conscientização não só do âmbito escolar, mas sim de toda a sociedade. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta de inclusão plena, adotando medidas para garantir que (BRASIL,2008, p. 05):

A) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência;

B) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem (Art. 24).

Para que aluno seja incluído é necessário uma grande parceria entre professores, gestores e todos que atuam na escola, é preciso que a escolar faça uma reflexão no seu cotidiano sobre a inclusão, hoje há muitas políticas públicas na perspectiva da educação especial, mas ainda deve haver debates e discussões na própria escola sobre o assunto, os educadores devem ter consciência do que é inclusão de fato.

Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos,

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nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade

das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial (BRASIL, 2008, p. 12).

2.1. SISTEMAS DE ENSINO INCLUSIVO E AS TRANSFORMAÇÕES NO TRABALHO PEDAGOGICO NA ESCOLA

A preocupação com o atendimento aos “educandos especiais” nas escolas regulares e nas instituições especializadas revela que a proposta de escola inclusiva no período se aproximava de uma compreensão de inclusão processual, desenvolvida em diferentes espaços físicos e institucionais. Ao mesmo tempo, registra-se a atenção dedicada ao preparo/formação dos profissionais, já anunciando a importância que a formação em serviço ganhou ao longo da década no país (GARCIA, 2013, p. 102).

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos estudantes com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. (BRASIL, 2008, P. 13) e aqui surge o papel do estagiário que ainda não é explicito e o próprio sujeito só é citado como um cuidador.

Para a realização do direito das pessoas com deficiência à educação, o art. 24 da CDPD (ONU/2006) estabelece que estas não devem ser excluídas do sistema regular de ensino sob alegação de deficiência, mas terem acesso a uma educação inclusiva, em igualdade de condições com as demais pessoas, na comunidade em que vivem e terem garantidas as adaptações razoáveis de acordo com suas necessidades individuais, no contexto do ensino regular, efetivando-se, assim, medidas de apoio em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena (BRASIL; 2012, p. 06).

A transformação de uma escola tradicional em uma escola inclusiva é um processo político pedagógico complexo, que envolve atores (professores e alunos, e

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suas famílias) e cenários (escolas diferentes inseridas em diferentes comunidades)

reais, e não basta para isso ter vontade política e disponibilizar recursos financeiros e /ou materiais (GLAT, 2011, p.03).

É fundamental a colaboração e empenho entre todos os indivíduos para que haja uma inclusão real, para que a inclusão deixe de ser utopia é preciso conscientização, reflexão, se faz necessário que a sociedade pense mais no próximo.

É preciso frisar que uma Educação Inclusiva de qualidade, não implica somente o acesso e a permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular, mesmo que ele esteja bem adaptado e se desenvolvendo socialmente, mas, sobretudo, no seu aproveitamento acadêmico. Se o aluno não estiver participando das atividades como os demais colegas de turma e aprendendo, então não tem Educação Inclusiva (GLAT, 2011, p. 06). Houve muitas mudanças na educação especial, mas ainda podemos ver casos de exclusão na sala de aula comum, infelizmente os professores ainda seguem um padrão tradicional e a maioria tem uma turma lotada, com muitos alunos para orientar e assim o aluno com deficiência é esquecido dentro da sala de aula.

Se o aluno só é matriculado, mas não participa, não é inserido no meio que está sendo na escola ou fora da mesma, então isto não é inclusão e sim exclusão e devemos incansavelmente discutir sobre o que está acontecendo nas redes de ensino.

Sendo assim, não é suficiente ter legislações, políticas públicas e documentos que legitimem a inclusão escolar. É necessário buscar, avaliar e modificar a realidade baseada nas necessidades de melhorias encontradas nas escolas para garantir a escolarização dos alunos PAEE. Contrário a isso, existe um falso cumprimento da legislação que garante apenas o acesso dos alunos, ou apenas a matrícula, sem realizar um trabalho responsável (LOPES, 2018, p.20).

2.2. CONDIÇÕES E REDES DE APOIOS NECESSÁRIAS A INCLUSÃO ESCOLAR

O AEE foi instituído pelo inciso 3º, do art. 208, da Constituição Federal/1988 e definido no §1º, art. 2º, do Decreto nº 7.611/2011, como conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, organizados institucionalmente e prestados

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de forma complementar ou suplementar à escolarização. Conforme Resolução

CNE/CEB nº 4/2009, que dispõe sobre as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, a função desse atendimento é identificar e eliminar as barreiras no processo de aprendizagem, visando à plena participação (BRASIL; 2013, p.04).

O professor do AEE acompanha e avalia a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum e nos demais ambientes da escola, considerando os desafios que estes vivenciam no ensino comum, os objetivos do ensino e as atividades propostas no currículo, de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua aprendizagem. Este atendimento prevê a criação de redes intersetoriais de apoio à inclusão escolar, envolvendo a participação da família, das áreas da educação, saúde, assistência social, dentre outras, para a formação dos profissionais da escola, o acesso a serviços e recursos específicos, bem como para a inserção profissional dos estudantes (BRASIL; 2013, p.05).

A modalidade da educação especial disponibiliza o atendimento educacional especializado - AEE, os demais serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade, contemplando a oferta de profissional de apoio, necessário à inclusão escolar do estudante com transtorno do espectro autista, nas classes comuns do ensino regular, nas escolas públicas e privadas. Os serviços da educação especial constituem oferta obrigatória pelos sistemas de ensino, em todos os níveis, etapas e modalidades, devendo constar no PPP das escolas e nos custos gerais da manutenção e do desenvolvimento do ensino (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Nota Técnica Nº 24/2013, p. 05).

O estagiário nunca fica exatamente explicito nos documentos de política de inclusão, ele sempre é citado como um profissional de apoio, ou seja, este profissional pela lei deveria ser especializado.

Os professores das classes comuns e os do AEE devem manter interlocução permanente com o objetivo de garantir a efetivação da acessibilidade ao currículo e um ensino que propicie a plena participação de todos. Para o cumprimento de seus objetivos, o AEE não poderá prescindir de tal articulação, devendo os profissionais do

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turno de matrícula do aluno proporcionar condições para que tal articulação seja

possível (BRASIL; 2013, p. 06).

O serviço do profissional de apoio, como uma medida a ser adotada pelos sistemas de ensino no contexto educacional deve ser disponibilizado sempre que identificada a necessidade individual do estudante, visando à acessibilidade às comunicações e à atenção aos cuidados pessoais de alimentação, higiene e locomoção. Dentre os aspectos a serem observados na oferta desse serviço educacional, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Nota Técnica Nº 24/2013, p.04) destaca-se que esdestaca-se apoio:

Destina-se aos estudantes que não realizam as atividades de alimentação, higiene, comunicação ou locomoção com autonomia e independência, possibilitando seu desenvolvimento pessoal e social;

Justifica-se quando a necessidade específica do estudante não for atendida no contexto geral dos cuidados disponibilizados aos demais estudantes; Não é substitutivo à escolarização ou ao atendimento educacional especializado, mas articula-se às atividades da aula comum, da sala de recursos multifuncionais e demais atividades escolares;

Deve ser periodicamente avaliado pela escola, juntamente com a família, quanto a sua efetividade e necessidade de continuidade.

Todos os estudantes têm o direito de serem matriculados em escolas do ensino comum, não se deve excluir o aluno de forma alguma e a escola deve se preparar para que o processo de inclusão destes alunos seja eficaz e real.

A escola é quem deve se adaptar, preparar-se para receber o aluno, a escola é o meio que deve se aprimorar e está inovando sempre para que o aluno seja incluído, como já foi ressaltado a matrícula não prova que o aluno é incluído de fato, não adianta ser matriculado, sendo que o aluno é o sujeito que se adapta, quem acaba tendo que ser encaixado, por reincidimos a escola é o meio que deve se adaptar ao aluno, não o aluno à escola.

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3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE APOIO COM

ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Com a implementação das políticas públicas da educação especial foi dado ao PAEE direitos, direitos esses como, ser matriculado na escola pública e entre outros, é direito também dos alunos se preciso ter um profissional de apoio que possa os auxilia, e aqui entra a atuação do estagiário no processo de inclusão destes alunos.

Defende-se a inclusão escolar como um princípio filosófico e como um processo marcado por muitas contradições, onde se avança em relação à igualdade de oportunidades, ao direito à diversidade e à escolarização do público alvo da Educação Especial. A recente conquista da facilidade de acesso dessas pessoas à escola configura-se como um momento ímpar na história brasileira. Incluir educacionalmente significa buscar a remoção de todas as barreiras, extrínsecas ou intrínsecas aos alunos, que impedem ou dificultam a convivência, a participação ou o aprendizado escolar (MENDES; MATOS, 2014, p.06 apud CARVALHO, 2000).

A inserção das pessoas que compõem a clientela da educação especial nas classes comuns do ensino regular configura-se como uma prioridade, por considerar a maior probabilidade de enriquecimento cognitivo, afetivo e social advindo das trocas Inter psicológicas em ambientes de maior diversidade grupal (MATOS; MENDES, 2014, p.06).

Contudo com a inserção dos alunos PAEE nas escolas entra um novo sujeito na escola, aquele que nos documentos e em algumas pesquisas é chamado de profissional de apoio, um profissional que será responsável em auxiliar o aluno e ser um mediador na inclusão do mesmo.

3.1. COMPREENDENDO O PAPEL DO PROFISSIONAL DE APOIO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Na realidade atual, faz-se necessário a implementação de inúmeros recursos materiais, pedagógicos, físicos e humanos. Gradualmente, se percebe a inserção de diferentes profissionais na escola para prover apoios e para garantir a escolarização dos estudantes PAEE, personagens que antes não faziam necessariamente parte

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desse contexto, como por exemplo, o professor de educação especial, professor do

atendimento educacional especializado, intérpretes educacionais, guia intérprete, psicólogos escolares, profissionais de apoio, entre outros (LOPES, 2018, p. 19).

A organização dos serviços de apoio deve ser prevista pelos sistemas de ensino, considerando que os estudantes com transtorno do espectro autista devem ter oportunidade de desenvolvimento pessoal e social, que considere suas potencialidades, bem como não restrinja sua participação em determinados ambientes e atividades com base na deficiência. No processo de inclusão escolar dos estudantes com transtorno do espectro autista é fundamental a articulação entre o ensino comum, os demais serviços e atividades da escola e o AEE (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Nota Técnica Nº 24/2013, p. 05).

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão 2015 – LBI o profissional de apoio escolar é a pessoa que exerce atividade de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidade de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas.

O profissional de apoio é um sujeito que deve auxiliar e cuidar do aluno conforme suas necessidades, o papel do mesmo ainda é pouco discutido, é necessária uma maior compreensão sobre o papel e a atuação dos profissionais de apoio.

Essas definições deixam claro que (SEDUC, 2017, p.01):

• O profissional de apoio deve acompanhar o estudante nos lugares onde ele estiver dentro da área escolar e nas atividades extraclasse;

• O profissional de apoio não pode substituir o professor regente, professor do AEE e nenhum outro profissional da escola, em nenhuma atividade ou responsabilidade referente à sua profissão;

• O profissional de apoio só será autorizado pela SEDUC quando comprovada a necessidade e ausência de autonomia do estudante em higiene, locomoção ou alimentação;

• O profissional de apoio após orientação e entrega de material pedagógico, por parte do (a) professor (a) pedagogo(a), deve auxiliar o estudante no cumprimento de atividades na sala de aula.

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A Convenção (ONU–2006) debate na necessidade de comprovação, em

virtude da funcionalidade do estudante, para a contratação do profissional de apoio, ou seja, só haverá a contratação do profissional se houver o estudante com necessidades comprovadas, não diz, no entanto, que deverá haver um profissional de apoio para cada estudante (SEDUC, 2017).

Assim em algumas cidades do Brasil há estagiários que acompanham mais de um aluno, em Marabá ocorre diferente, cada criança deve ter um estagiário e este estagiário deve dar apoio somente a esta criança, o estagiário só exerce o seu papel com outro aluno, caso o aluno que é acompanhado de fato, falte na aula.

A importância do estagiário se dá no cotidiano da escola, pois é no dia a dia da escola que o estagiário realmente aprende sobre a sua atuação e se torna um mediador no processo de inclusão do aluno, é na escola que o estagiário tem a oportunidade de conhecer de perto o aluno e as suas especificidades, além da experiência que é oportunizada na sala de aula.

3.2. UMA BREVE REVISÃO DE ESTUDOS SOBRE O PAPEL E ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS NO APOIO A INCLUSÃO ESCOLAR: QUAL A REALIDADE BRASILEIRA

Há sobre esse assunto, pouca produção recente na pesquisa cientifica. Fizemos uma busca na base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES, Scientific Electronic Library Online-SCIELO, google e google acadêmico com as palavras-chave: professores e estagiários no processo de inclusão de alunos público alvo da educação especial, inclusão escolar e educação especial, foram encontrados 489 artigos, dos quais analisamos aqui oito: Barbosa e Balbino (2014); Pletsch (2014); Matos e Mendes(2015); Barros, Silva e Costa(2015); Lucca, Bazon e Lozano (2015);. Garcia, Diniz e Martins (2016); Vicente e Bezerra (2017); Ricardo e Delgado (2018).

Vicente e Bezerra (2017) analisam o processo de inclusão de alunos com deficiência nas escolas da rede municipal de ensino de uma cidade localizada ao sul do estado de Mato Grosso do Sul, tendo como foco a relação do estagiário com o

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professor regente. Segundo os autores o aluno que deveria estar incluído acaba sendo

excluído dentro da sala de aula comum. Vicente e Bezerra concluem afirmando que todos os envolvidos com o aluno com deficiência deveriam exercer um trabalho articulado, no qual os agentes escolares se apoiem pelos alunos.

Os “auxiliares”, recebendo diferentes denominações, têm sido contratados perante a incorporação crescente de alunos com deficiência nas salas de aulas comuns, a partir da legislação atual e das diretrizes orientadoras da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Também se observam similaridades desta pesquisa com outros estudos correlatos, no que tange à relação dos estagiários com os professores. Estes, não compreendendo o papel dos estagiários, os deixam às margens, muitas vezes como os responsáveis diretos pelos alunos com deficiência (VICENTE; BEZERRA, 2017).

Foi verificado pelos autores em relação aos estagiários que ainda existe falta de formação e orientação e que o trabalho do estagiário na escola deveria ser articulado com o trabalho dos profissionais envolvidos na escola, os autores afirmam que os estagiários desconhecem seu papel e, assim, desempenham funções que não são deles.

Apesar das dificuldades, a prática pedagógica pode se tornar mais articulada e compartilhada, já que o estagiário permanece o tempo todo na sala de aula. Este, por sinal, é o mais indicado a contribuir com o professor, relatando-lhe tudo o que observou, encontrando práticas e estratégias que contribuam para todos, não só para os alunos sem nenhuma deficiência. Para tanto, os professores e estagiários precisam dialogar periodicamente para juntos, desenvolverem formas de ensinar coletivamente, deixando de lado as deficiências, mas levando em consideração as necessidades e possibilidades de cada criança (VICENTE; BEZERRA, 2017, p. 241).

Ricardo e Delgado (2018) buscam apresentar como é a atuação do estagiário no contexto da educação especial do município de Serra, além de suscitar a reflexão sobre sua contribuição para o desenvolvimento do aluno com deficiência.

Ricardo e Delgado (2018, p. 80) afirmam que:

O estagiário é um grande mediador e promovedor do processo de inclusão. Quando realizado de forma planejada e sistematizada, seu trabalho pode

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contribuir grandemente para este verdadeiro processo e promover o desenvolvimento integral do aluno com necessidades educacionais especiais. Grande parte dos respondentes afirmaram que ao iniciar seu estágio não receberam capacitação/ formação/ orientação adequada para lidar com o aluno com necessidades educacionais especiais e por vezes fazem além do que está no contrato.

Barros, Silva e Costa (2015) analisam as principais dificuldades encontradas pelos professores do ensino regular e alunos com deficiência visual, atendidos por um Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), na implantação das políticas públicas de inclusão. Pelos autores conclui-se que para o processo de inclusão de alunos com deficiência visual, atendidos por um Centro de Apoio Pedagógico (CAP) nas escolas públicas estaduais e municipais do ensino regular dessa capital, ser efetivado, é preciso uma organização físico-estrutural e curricular nas escolas, investimentos em altas tecnologias assistivas, formação de professores voltada para o atendimento educacional especializado nas classes comuns do ensino regular e articulação entre os professores das escolas especiais para um planejamento que atenda a diversidade dos educandos.

A busca pelo entendimento da realidade local é de grande importância para nortear as ações e práticas educacionais que possam colaborar na efetivação do processo inclusivo, com vistas à construção de uma escola democrática. A formação docente ainda é um ponto nodal na efetivação deste processo, sendo que as concepções e práticas educacionais apontam para a não responsabilização do professor pelas atividades pedagógicas com alunos com necessidades educacionais especiais (LUCCA, BAZON; LOZANO, 2015).

Cunha et al. Apud. Afirma que:

A prática que vem sendo naturalizada de que todo aluno com deficiência deve ter um mediador pode retirar da professora regente em sua classe a responsabilidade sobre ele, que é seu aluno como restante da turma, e reduzir o desenvolvimento da autonomia da criança (2012, p. 09).

Como o autor afirma, os professores podem retirar suas responsabilidades como professores da sala regular ao ter à presença do estagiário e podem acabar achando que os alunos com deficiência não são seus alunos e sim do estagiário, mas este aluno é do professor, assim como todos os outros alunos. Contudo, o que parece

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é que a presença do estagiário tira a responsabilidade do professor com o aluno com

deficiência, é como se todos os problemas pudessem ser resolvidos com a presença do estagiário.

Na realidade o professor, ao olhar para o estagiário entende que está tudo resolvido e entrega toda a responsabilidade nas mãos do estagiário, toda a preocupação em contribuir para o processo de inclusão e aprendizagem da criança passa para o estagiário, que é muitas vezes somente um estudante, que ainda está em formação.

O mediador ou facilitador de aprendizagem, por sua vez, é uma pessoa (pode ser um estagiário) de apoio ao professor da turma comum em que haja algum aluno especial incluído que necessite de atendimento mais individualizado. Sua principal função é dar suporte pedagógico as atividades do cotidiano escolar- sem com isso substituir o papel do professor regente. O mediador acompanha o dia a dia do aluno, realizando, em concordância com a equipe escolar, as adaptações necessárias para o desenvolvimento de sua aprendizagem. No caso dos alunos com deficiências severas ou múltiplas, o mediador também auxilia nas atividades de vida diária e locomoção na escola (PLETSCH; GLAT, APUD,2011, p.24).

Tartuci (2011) em seus estudos afirma que os professores de apoio apontam sobre seu trabalho alguns problemas, entre eles a ausência de: recursos (espaço físico, material pedagógico, adaptação da escola, acessibilidade, entre outros), interesse e envolvimento da família, apoio da escola, de uma equipe multiprofissional e da oferta de cursos na área da educação especial. Além destes problemas de ordem mais externas, apontam dificuldades específicas em relação a sua própria atuação: ausência de formação, adaptação e aceitação do professor regente, rejeição do aluno com necessidades educacionais especiais, em atender as diferentes deficiências presentes na sala de aula, em atender ao número de alunos com deficiência na turma e, por fim, a própria dificuldade em levar o aluno a realizar as atividades, a superar as dificuldades e a assimilar o conteúdo dado pelo professor regente.

Na realidade atual, faz-se necessário a implementação de inúmeros recursos materiais, pedagógicos, físicos e humanos. Gradualmente, se percebe a inserção de diferentes profissionais na escola para prover apoios e para garantir a escolarização

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dos estudantes PAEE, personagens que antes não faziam necessariamente parte

desse contexto, como por exemplo, o professor de educação especial, professor do atendimento educacional especializado, intérpretes educacionais, guia intérprete, psicólogos escolares, profissionais de apoio, entre outros (LOPES,2018, p. 15).

3.3. PROFISSIONAL DE APOIO E AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES DO SEU PERFIL E ATRIBUIÇÕES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

As nomenclaturas são variadas, em cada cidade e cada região, entre eles são o estagiário, cuidador, profissional de apoio, mediador, auxiliar de ensino e entre outros. Lopes (2018) em sua pesquisa opta por chamar de profissional de apoio, profissional este que atua em escolas comuns e dão suporte aos alunos PAEE, ajudando nas atividades de cuidados pessoais básicos, assim como escolares, nas quais os alunos possuírem dependência para realizá-las ou necessitem de ajuda para participar efetivamente de uma delas.

Dentre as variadas nomenclaturas já atribuídas à figura deste profissional, a nota técnica em questão é o primeiro documento da Política Nacional que o designa como “profissional de apoio”. A respeito da nomenclatura cabe destacar que o referido documento nomeia ainda como profissional de apoio outros profissionais que atuam no espaço escolar (MARTINS, 2011). Profissionais estes que atuam em funções especializadas na educação especial, diferente do profissional de apoio que acompanha os alunos PAEE.

Na legislação brasileira, a denominação desses profissionais também é apresentada de diversas formas, como pode-se observar na Resolução 02/2001 que, apesar de não serem os Profissional de Apoio, propriamente dito, pode-se considerar um profissional de suporte ao professor do ensino comum, apresentado nesse documento como professores especializados (LOPES, 2018, p.25; BRASIL, apud 2001).

Na política da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o termo citado é cuidador ou monitor (BRASIL, 2008), na Resolução 04/2009, são descritas as funções, porém não é definido um nome que se refere a esse

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profissional e consta a descrição também outros profissionais. A nota técnica 19/2010

já faz referência aos profissionais de apoio, na Lei de proteção à Pessoa com autismo é citado como acompanhante especializado (BRASIL, 2012) e na Lei Brasileira de Inclusão (2015), o termo Profissional de Apoio é retomado (BRASIL, 2012) e na Lei Brasileira de Inclusão (2015), o termo Profissional de Apoio é retomado (LOPES, 2018, p. 26).

Considerando o primeiro risco e dando continuidade à linha de discussão sobre aspectos pedagógicos e não pedagógicos na atuação dos profissionais de apoio, pode-se caracterizar um risco, ou mesmo um equívoco, a possível terceirização do trabalho desses profissionais na sala de aula, quando é atribuída a esse profissional uma função de “responsabilidade de elaboração pedagógica”. Vale ressaltar que essa consideração é feita quando se pensa nos profissionais de apoio que possuem uma função sem exigência de qualificação pedagógica, que se restringe a cuidados e suportes na execução das tarefas e não na elaboração (LOPES,2018, p.46).

Como a autora discute o maior risco da atuação de estagiários é a forma que os professores e a escola podem ver o estagiário, na sala de aula o estagiário muitas acaba se tornado o responsável por tudo que é relacionado ao aluno que é acompanhado.

Nesta pesquisa o termo adotado foi o de estagiário, pois na cidade de Marabá está é a nomenclatura utilizada e o papel do estagiário é acompanhar o aluno e auxiliá-lo em suas necessidades, exercendo uma função essencial no processo de inclusão dos alunos PAEE.

3.4. ESTAGIÁRIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E REFLEXÕES SOBRE AS EXIGÊNCIAS E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE APOIO

Segundo a Lei Brasileira de Inclusão/LBI (BRASIL, 2015) o profissional de apoio é a pessoa que exerce atividade de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidade de ensino, em instituições públicas e

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privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões

legalmente estabelecidas.

Mas, em todo Brasil a função do estagiário ainda não é bem compreendida e em outros documentos não fica explicito quem realmente é o estagiário, a LBI é mais clara e destaca que o estagiário não se identifica com profissões legalmente estabelecidas, ou seja, o estagiário não deve exercer o papel de professor especializado.

Apesar de serem considerados novos atores no cenário da Inclusão Escolar, os PAIE já estão presentes nas escolas, atuando em meio a essa indefinição, falta de conceitos e diretrizes para nortear o trabalho realizado com os alunos PAEE (LOPES, 2018, p. 20).

Em relação à legislação que trata sobre os PAIE, há poucos documentos oficiais e essa função é descrita de forma vaga, com algumas lacunas, assim como na literatura, embora em alguns documentos importantes da educação especial os PAIE sejam citados. Na legislação brasileira, pode-se citar a resolução CNE–CBE- 02/2001, a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), a Resolução nº 4/2009, a Lei Brasileira de Inclusão (2015), entre outros documentos que abordam questões relacionadas à atuação desses profissionais, porém sem definições claras e diferenciações precisas de outros profissionais de suporte à inclusão escolar, o que permite múltiplas interpretações (LOPES, 2018, p.18, SALHEB, APUD, 2017).

Lopes (2018) identifica a importância do trabalho coletivo e colaborativo nas escolas em uma perspectiva de redes de apoio, com articulação de diversas áreas e profissionais, somando esforços, cada um com seu conhecimento e sua função. Deve ser realizado nas escolas um trabalho em conjunto, onde todos podem se ajudar com experiência um dos outros.

Nos estudos de Cunha, Glat, Silva e Siqueira (2012) é identificado e mencionado o mediador, que atua na Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro, é um estagiário. Logo, trata-se de um agente cuja formação ainda não está concluída, nem mesmo para o exercício da docência. Entendemos que o estágio seja um ato

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educativo que visa a preparação do estudante para o trabalho produtivo. Sem este a

separação

Da mesma forma ocorre no Município de Marabá, os estagiários são estudantes, a grande maioria do curso de Pedagogia, não existe um requisito específico ou a exigência da especialização do mesmo.

O termo estagiário é utilizado em muitos municípios incluindo Marabá, em municípios do Mato Grosso do Sul também é adotado o mesmo termo e em cada região do Brasil existe um nome diferente dado ao estagiário. O PAIE surge em decorrência das novas demandas das escolas com a inserção cada vez maior de alunos PAEE e da implementação da política de inclusão escolar (LOPES, 2018, p. 17).

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