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DESTINO FINAL DO MATERIAL VITREO COMERCIALIZADO NAS SUCATAS DE CAMPINA GRANDE PB RESUMO

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Academic year: 2021

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DESTINO FINAL DO MATERIAL VITREO COMERCIALIZADO NAS SUCATAS DE CAMPINA GRANDE – PB

N.M.S. Oliveira, C.R.S. Morais, H.C. Silva, M.S.L. Cavalcanti, J. Souza Av. Aprígio Veloso, 882, Bodocongó, 58109-970 - Campina Grande - Paraíba

E-mail: normalimam@ig.com.br.

Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre o destino final dado ao material vítreo comercializado através das sucatas de material reciclável existentes em Campina Grande/PB, realizada em 35 estabelecimentos. Os resultados nos mostraram que o vidro em sua maioria comercializado nas sucatas são embalagens inteiras do tipo bebidas alcoólicas e de refrigerante destinadas a empresas de envase para retornabilidade, ficando assim algumas embalagens sem comercialização, que poderiam ser usadas para reciclagem, uma vez que o vidro pode ser reciclado infinitamente, sem perda de qualidade ou pureza do produto, preservando o meio ambiente, pois as substâncias para se produzir o vidro são extraídas da natureza e causam impacto ambiental. Os sucateiros alegam que o resíduo vítreo (caco) é de difícil comercialização uma vez que as empresas vidreiras se localizam distantes da cidade o que encaresse o frente tornando impossível a compra e venda do caco de vidro.

Palavras-chaves: Vidros, comércio, reciclagem.

INTRODUÇÃO

Dentre os resíduos sólidos que são gerados no Brasil, cerca de 3% corresponde ao vidro. O vidro é um material muito versátil, podendo ser reciclado infinitamente, sem perda da qualidade ou pureza do produto(1). Uma garrafa de vidro

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gera outra exatamente igual, independentemente do número de vezes que o caco vai ao forno para ser reciclado.

Apesar de não poluente, pois é produzido com matérias-primas que não agridem o meio ambiente, o vidro não é biodegradável, ficando acumulado ao longo dos anos, ocupando um espaço desnecessário (2).

Uma definição do vidro dada pela ASTM (3) diz que é “Um material inorgânico formado pelo processo de fusão, que foi resfriado a uma condição rígida, sem cristalizar”. O vidro é uma mistura de areia, barrilha, calcário, feldspato e aditivos, que derretidos acerca de 1.550°C forma uma massa semi-líquida que após moldagem, dá origem a embalagens ou vidros planos. Boa parte dessas matérias primas é importada ou provém de jazidas em franco esgotamento.

De acordo com o CEMPRE (4), o Brasil produz em média, 800 mil toneladas de embalagens de vidro por ano. A produção de vidro, utilizando resíduos desses materiais, reduz o consumo de energia e emite menos resíduos particulados e CO2, o que contribui significativamente para a preservação do meio ambiente. Outro aspecto relevante no processo de reciclagem de vidro é o menor descarte de lixo, reduzindo os custos de coleta urbana e aumentando a vida útil de aterros sanitários.

Reciclagem é o resultado de uma série de atividades através das quais materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo são desviados, sendo coletados, separados, processados para uso como matéria-prima na manufatura de bens, produzidos anteriormente apenas com matéria-prima virgem (5).

Segundo a ABIVIDROS (6),o índice de reciclagem de vidro no Brasil em 2003 foi de 45%, levando-se em conta os três segmentos de vidro: plano (utilizado, por exemplo, em janelas, automóveis e tampos de mesas), de embalagem (para produtos como palmito, azeitona e perfume) e especiais (aplicados em garrafas térmicas, lãs de vidro e tubos de televisão, entre outros).

A reciclagem dos resíduos vítreos consiste em utilizar vidros que já foram descartados, como fonte de manufatura de novos materiais. Esses sistemas de tratamento de lixo contribuem para preservar os recursos naturais e diminuir a poluição, sendo uma característica que merece atenção especial, pois apresenta um ciclo infinito, beneficiando o meio ambiente e contribuindo para redução dos custos de produção das indústrias (7).

A reciclagem do vidro pode trazer inúmeros benefícios à sociedade e ao meio ambiente, pois embalagens de vidro podem ser totalmente reaproveitadas no ciclo

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produtivo, sem nenhuma perda de material. Com isso, a reciclagem preserva a natureza reduzindo a captação de novas matérias-primas.

Se toda a população se conscientizasse dos benefícios da reciclagem seria possível reaproveitar integralmente os resíduos recicláveis com enormes benefícios ecológicos, econômicos e sociais.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em etapas distintas. Inicialmente foi efetuada uma caracterização geográfica da área de abrangência do estudo, para em seguida ser realizada uma pesquisa de campo junto aos proprietários de sucatas do município de Campina Grande-PB.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A cidade de Campina Grande situa-se no estado da Paraíba, na mesorregião do Agreste Paraibano, no Planalto da Serra da Borborema. “Suas coordenadas geográficas são: 7°13’50 de latitude Sul e 35°52’52 de longitude Oeste”, tendo uma altitude média de 551m em relação ao nível do mar, localizando-se a uma distância de 120 km da capital do Estado, João Pessoa. É o segundo município da Paraíba em população e exerce grande influência política e econômica sobre aproximadamente 42,5% do território estadual, abrangendo 57 municípios paraibanos (23.960 km2 e 1 milhão de habitantes).

O município de Campina Grande, compõe-se de 50 bairros e dos Distritos de Galante, São José da Mata e Catolé de Boa Vista, totalizando uma área geográfica de 518km2, sendo 98,5km2 na zona urbana e 419,5km2 na zona rural.

PESQUISA DE CAMPO

O trabalho foi desenvolvido através da realização de uma pesquisa de campo, utilizando como instrumento para obtenção dos resultados, um questionário aplicado em 35 (trinta e cinco) sucatas, que representa um universo de 90% (noventa por cento) dos locais que comercializam materiais recicláveis no município de Campina Grande-PB. A proposta do referido questionário foi diagnosticar tipo e forma de

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vidros comercializados, além de identificar o destino dos resíduos vítreos gerados pela população.

Para a aplicação dos questionários, foi efetuado um mapeamento da localização das referidas sucatas. A Tabela I mostra a distribuição feita por regiões, baseada em critérios de proximidade geográfica, compreendendo um total de 50 (cinqüenta) bairros. Durante a realização da pesquisa, observou-se que apenas os bairros periféricos, em que o poder aquisitivo é baixo, possuem sucatas, sendo os bairros do Pedregal, das Cidades e Três Irmãs, os que apresentam maiores quantidades desse tipo de estabelecimento comercial. Verificou-se ainda que todas as sucatas ficam localizadas em locais de fácil acesso de transportes, o que facilita o carregamento e descarregamento dos mesmos.

Tabela I. Divisão do município de Campina Grande-PB em regiões. REGIÕES BAIRROS

Região I Monte Castelo, Nova Brasília, José Pinheiro.

Região II Nações, Alto Branco, Lauritzen, Santo Antonio, Castelo Branco, Jardim Tavares.

Região III Cuités, Araxá, Jeremias, Palmeira, Louzeiro, Conceição, Jardim Continental.

Região IV Monte Santo, Bela Vista, Bairro Universitário, Pedregal. Região V Ramadinha I e II, Serrotão, Bodocongó, Novo Bodocongó. Região VI Malvinas.

Região VII Liberdade, Santa Rosa, Quarenta, Dinamérica, Centenário. Região VIII Jardim Paulistano, Cruzeiro, Santa Rosa.

Região IX Distrito Industrial, Velame, Presidente Médice. Região X Acácio Figueiredo, Bairro das Cidades, Três Irmãs.

Região XI Catolé, Sandra Cavalcante, Itararé, Estação Velha, Tambor. Região XII Centro, Prata, São José.

Região XIII Santa Terezinha, Mirante, Vila Cabral.

Fonte: Cartilha do Orçamento Participativo (2006).

O processo de aquisição de materiais vítreos recicláveis que vai desde a compra até a comercialização, pode ser visualizado da maneira como mostra o esquema abaixo:

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Catador Atravessador e/ou Sucateiro

Empresa de envase

Figura 1 – Esquema do processo de aquisição de resíduos vítreos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para obtenção dos dados resultados, os questionários foram aplicados junto aos proprietários de sucatas, levando-se em consideração as seguintes variáveis: preferência pela cor do vidro; limpeza realizada nos produtos comercializados; procedência dos resíduos vítreos adquiridos e forma como os materiais vítreos são comercializados.

1 - Preferência pela cor do vidro

Os proprietários de sucatas foram inicialmente indagados se durante a comercialização dos materiais vítreos, tinham preferência por cor. De acordo com o Gráfico 1, verifica-se que 44% dos entrevistados responderam que não tem preferência por cor; já 43% optaram por vidros incolores (segundo os entrevistados cor brancos) e 13% escolheram coloridos.

43% 13% 44% Brancos Coloridos ambos coloridos e brancos

Gráfico 1 - Preferência de cores dos vidros adquiridos pelos sucateiros.

2 - Quantidade de sucateiros que realizam limpeza previa nos resíduos vítreos comprados

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Outro questionamento realizado, diz respeito à realização de algum tipo de limpeza no material vítreo adquirido. Conforme mostra o Gráfico 2, aproximadamente 78% dos entrevistados disseram que não realizam qualquer tipo de limpeza nos materiais adquiridos, no entanto, 22% responderam que utilizavam água na lavagem dos vidros.

22%

78%

Sim Não

Gráfico 2 - Percentual de proprietários de sucata que realizam limpeza nos resíduos vítreos adquiridos.

3 - Procedências dos materiais adquiridos pelas sucatas

Foi pesquisada também, a origem do material vítreo adquirido pelas sucatas. O Gráfico 3 mostra que 65% dos materiais chegam às sucatas através dos catadores; 26% através de atravessadores e apenas 9% provêm de outras fontes. Como Campina Grande tem muitas cidades circunvizinhas, alguns atravessadores de materiais recicláveis vêem até as sucatas para vender seus materiais, existem também os proprietários de pequenas sucatas que repassam todo seu material para sucatas maiores. 65% 26% 9% Catadores Atravessadores Outras

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4 - Formas do material vítreo comercializado pelas sucatas

Os sucateiros foram também argüidos sobre a preferência na forma do material, quando na realização da compra O Gráfico 4 mostra que 91% dos entrevistados comercializam peças inteiras, e que apenas 9% comercializam também o caco (vidros quebrados).

91% 9%

Peças inteiras Vidros quebrados

Gráfico 4 - Forma dos resíduos vítreos comercializados pelas sucatas.

CONCLUSÃO

Após discussão e análise dos resultados encontrados, conclui-se que:

• A maioria das sucatas não apresenta preferência por cor ao comercializarem o vidro, e todas obtêm esse tipo de material, visando apenas o retorno às empresas de envasamento;

• Um grande percentual 78% (setenta e oito por cento) dos donos de sucatas, não realiza nenhum tipo de limpeza nos recipientes comprados, deixando de agregar valor ao produto adquirido, alegando que com a limpeza só terá custos adicionais e nenhum lucro;

• No que se refere ao material vítreo que é adquirido nas sucatas, percebe-se que a maioria provem de catadores, seguido por atravessadores, sendo o restante oriundo de donos de bares, restaurantes, donas de casa, etc., ou outras pessoas que fazem a venda direta a sucata.

• No aspecto referente à forma do vidro comprado, observa-se que um considerável percentual de 91% das sucatas pesquisadas comercializam as peças inteiras, que terão como destino a retornabilidade. De acordo com os

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proprietários dos referidos estabelecimentos é inviável a compra do caco, já que as indústrias vidreiras se localizam em outro estado, o que torna difícil o transporte, encarecendo assim o frete.

Conclui-se, portanto, que no município de Campina Grande-PB, o vidro não é reciclado, sendo apenas reaproveitado através da reutilização, comercializando-se na forma de peças inteiras, desprezando-se o caco. Com isso, estima-se que cerca de 80 toneladas de vidro por mês, seriam jogadas diretamente no lixão, podendo ser recicladas, evitando assim a contaminação do meio ambiente, além de gerar renda aos catadores de resíduos.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pelos recursos disponibilizados ao projeto.

REFERÊNCIAS

1. MARI, E. A. LOS VIDROS – Propriedades, Tecnologias de Fabricacíon y Aplicaciones – Buenos Aires: Editorial Américalee, 1ª edição, 1982.

2. ARMELLINE, C.; FERNANDES, D. Utilização da sucata de vidro Para Preparação de Novos Produtos. In: 48º congresso brasileiro de materiais. Anais. Curitiba-PR, 2004.

3. ASTM (American Society for the Testing of Materials).Disponível em: <http//www.astm.org./cgi-bin> . Acesso em 03 de maio de 2006.

4. COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM (CEMPRE). Disponível em: <http://www.cempre.org.br>.Acesso em 18 de julho de 2006. 5. O VIDRO E SUAS PROPRIEDADES. Disponível em:<http://

www.salveplaneta.com.br>. Acesso em: 17 de Abril de 2007.

6. ABIVIDROS – Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automotivas de Vidro. Boletim Informativo, 2003.

7. ROCHA, S. P. B.; ESTIVAL, K.; SILVA, G. G. A. Aspectos logísticos ambientais na aquisição de insumo reciclável de uma indústria de reciclagem de vidro. Universidade Federal de Pernambuco/UFPE.

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ABSTRACT

FINAL DESTINATION OF THE COMMERCIALIZED GLASS MATERIAL IN THE SUCATAS OF CAMPINA GRANDE – PB

This work presents the results of a research on the given final destination to the commercialized glass material through the existing scrap iron of recycled material in Campina Grande/PB, carried through in 35 establishments. The results in had shown that the glass in its majority commercialized in the scrap iron is alcoholic beverage entire packing of the type and of cooling destined the companies of plants for retornabilidade, being thus some packing without commercialization, who could be used for recycling, a time to them that the glass can infinitely be recycled, without loss of quality or pureness of the product, preserving the environment, therefore the substances to produce the glass are extracted of the nature and cause ambient impact. The junk dealers allege that the glass residue (I hunt) is of difficult commercialization a time that the glazier companies if locate distant of the city what the purchase encaresse the front becoming impossible and sale I hunt it of glass.

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