XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
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CONTABILIDADE AMBIENTAL: A CONTABILIDADE COMO
SISTEMA DE INFORMAÇÃO QUANTO A PREOCUPAÇÃO
AMBIENTAL
Douglas Ribeiro Lucas, autor
Denilson da Silva Lucas, co-autor
José Adenildo da Silva, co-autor
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FACESM/Gpde, Av. Presidente Tancredo de Almeida Neves, 45 - Itajubá – MG
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FAPEMIG/IC, Rua Raul Pompéia 101, São Pedro, Belo Horizonte – MG
Resumo:
O objetivo deste artigo é estudar a contabilidade, como principal sistema de informação de uma empresa, que devido aos avanços tecnológicos, o desenvolvimento e o crescimento da população, causaram grandes impactos ao meio ambiente. Partindo dessa premissa, este trabalho tem seu foco no seguinte: A empresa e a questão ambiental; Posicionamento da empresa em relação a questão ambiental; Como deverá ser a contabilidade ambiental; Aplicações e procedimentos contábeis e a Contabilidade como sistema de informação quanto a questão ambiental. Desta maneira como o profissional contábil pode contribuir para as questões ligadas ao meio ambiente, já que um dos componentes mais importantes para essa reviravolta foi com o surgimento da consciência ecológica e a criação de leis e normas relacionadas ao meio ambiente tanto no que diz respeito a pessoas físicas quanto a jurídicas uma vez que ambas estão envolvidas num mesmo contexto. Palavras-chave: Contabilidade ambiental, Normas e leis ambientais, Sistema de gestão ambiental, Responsabilidade social.Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas 1. Introdução
Nos dias de hoje, com o crescimento da tecnologia, as organizações, através de suas atividades exploram cada vez mais os recursos naturais, comprometendo assim o padrão de vida da sociedade, trazendo diversos prejuízos para população devido aos impactos causados no meio ambiente. Esses problemas tem se tornado tema de debates em todo o mundo. Isto faz com que haja um aumento da pressão exercida pela sociedade sobre as empresas que não respeitam o meio ambiente.
Dessa forma a contabilidade é a grande responsável pela comunicação entre a empresa e a sociedade, fornecendo informações relacionadas ao meio ambiente para os acionistas, investidores, fornecedores, e clientes, dando-lhes informações da empresa em relação ao meio ambiente e seu comprometimento com a natureza de acordo com a legislação vigente (RIBEIRO 1998, p. 48).
A contabilidade ambiental será uma ferramenta de grande importância para se tomar decisões, avaliando o desempenho ambiental da empresa como um todo, pois através dela poderá ser analisadas informações relacionadas as atividades da mesma quanto a prejudicar o meio ambiente e que irá refletir de maneira econômica e
financeira no seu patrimônio (Kosztrzepa 2002, p. 51).
2. Metodologia
Este trabalho se constitui em uma pesquisa do tipo exploratória. Ele foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica em livros, revistas, artigos, dissertações, com o intuito de conhecer o que já foi escrito sobre o assunto.
O trabalho está dividido em tópicos, nos quais será feito uma introdução em relação a contabilidade ambiental, descrevendo em seguida a responsabiliade social, a empresa e o meio ambiente, contabilidade ambiental e os sistemas ambientais, passando também pelas normas e leis ambientais. Ao final são feitas as considerações sobre a importância da Contabilidade Ambiental.
3. Responsabilidade Social
A empresa tem por responsabilidade social, a preocupação quanto à crescente e assustadora degradação ambiental, o que diz respeito a sua obrigação com a sociedade na qual faz parte. Esta responsabilidade se resume de diversas formas, nas quais se compreendem a proteção ambiental, os projetos filantrópicos e educacionais, os planejamentos da comunidade, serviços
sociais em geral, de conformidade com o interesse público (DONAIRE 1999, p. 20).
Com relação a atuação das empresas pode-se dizer que ela esta adotando:
• A reciclagem de materiais que vem apresentando uma grande economia de recursos para as empresas;
• O reaproveitamento de resíduos gerados durante o processo de produção;
• Utilização de tecnologias para desenvolver novos produtos, que venham a atender as exigências do mercado;
• Criação de tratamento de água e destinação aos resíduos que não sejam reaproveitados;
4. A Empresa e o Meio Ambiente
O que na verdade vem ameaçando o meio ambiente, é o crescimento constante da população e o desenvolvimento econômico acelerado. Que leva as empresas a descobrir novos campos de atividades relacionadas à produção de mercadorias, produtos ou serviços que preservam o planeta.
A preocupação com o meio ambiente vem modificando intensamente o modo de administrar. O que faz as empresas incorporarem métodos, processos e tecnologias para redução da emissão de afluentes, reciclagem de materiais, observação do ciclo de vida dos produtos e de seu impacto na natureza, dentre todo o processo das metas de produção e vendas (BARBIERE 2000, p. 03).
As empresas que se preocupam em proteger o meio ambiente, são bem vistas pelo consumidor e por investidores, o que possibilita, alto investimento em empresas que tenham programas de responsabilidade social, (FRANCO 1999, p. 38).
Pode-se dizer então, que a população já se conscientizou de que a sobrevivência de todos depende da preservação do meio ambiente. O que antes era só uma preocupação isolada de grupos ambientalistas e de organizações não-governamentais. 5. Contabilidade Ambiental
A contabilidade ambiental vem crescendo devido a sua importância para as empresas, que em geral se preocupam e discutem sobre a disponibilidade ou a escassez de recursos naturais além da poluição do meio ambiente. (TEIXEIRA 2000, p. 3).
Para Tinoco e Kraemer (2003, p. 12), a contabilidade pode ser considerada o veículo
mais apropriado para divulgar essas informações de cunho ambiental, utilizando-se de métodos para identificar, monitorar e informar os impactos ambientais gerados pelas operações da empresa.
Neste sentido, os gestores necessitam identificar e alocar os custos ambientais, de maneira que as decisões de investimentos estejam baseadas em custos e benefícios. Onde os principais benefícios para a contabilidade, industria e para a sociedade, sejam: A identificação, a estima, a alocação, a administração e redução dos custos, particularmente os ambientais. Possibilitando o uso mais eficiente dos recursos naturais, incluindo a energia e a água (TINOCO e KRAEMER 2003, p. 12).
Assim como toda a contabilidade tem como sua principal função o registro e a geração de relatórios, com a finalidade de auxiliar na elaboração do planejamento estratégico. Servindo de base no gerenciamento das atividades alvo e no fornecimento de informações externas, como forma de prestações de contas de suas atividades (PAIVA 2003, p. 17).
6. Sistemas de Gestão Ambiental
Planos de gestão ambiental, constituem-se em atividades a serem desenvolvidas, onde compreendem os aspectos ambientais mais importantes e a busca pela melhoria contínua. Além de possuírem dinamismo e flexibilidade suficientes para se adequar as novas transformações que podem ocorrer tanto, agora quanto no futuro (DONAIRE 1999, p. 108).
Neste sentido, a gestão ambiental tem se tornado uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empresa. O que torna o gerenciamento ambiental a verdadeira conexão entre sistemas e programas organizacionais, que permitem as empresas observarem as seguintes informações (ANTONIUS 1999, p. 3):
• O controle e a redução dos impactos no meio ambiente, devido às operações ou produtos;
• O cumprimento de leis e normas ambientais;
• O desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou eliminar resíduos industriais;
• O monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais;
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• A eliminação ou redução dos riscos aomeio ambiente e ao homem;
• A utilização de tecnologias limpas (Clean Technologies), visando minimizar os gastos de energia e materiais;
• A melhoria do relacionamento entre a comunidade e o governo;
Desta forma a influência dos consumidores, assim como é percebida em países mais desenvolvidos, reflete uma verdadeira fixação por produtos ambientalmente corretos, de forma que se constituiu um novo pensar ao redor do mundo, a consciência verde.
O quadro 1, mostra quais são estes benefícios:
Quadro 1: Benefícios Econômicos e Estratégias da Gestão Ambiental
Fonte: Donaire (1995, p. 59)
A implantação de métodos de gestão possibilita um melhor controle, utilização e adequação dos recursos humanos e materiais nos processos produtivos, disponibilizando informações para os setores envolvidos (fornecedores, clientes, investidores), de maneira mais ágil, transparente e livre de falhas. Embora exigem um certo custo e investimento, há um rápido retorno para as empresas, tanto pela economia alcançada como pela racionalização, há também a otimização de níveis de eficiência integrados aos bens e serviços (QUEIROZ 2000, p. 79).
Desta maneira Maimon (1996, p. 72), aponta cinco etapas interruptas para a implantação do Sistema de Gestão Ambiental, são elas:
• Política Ambiental da organização; • Planejamento; Implementação e
Operação;
• Monitoramento e Ações Corretivas; • Revisões no gerenciamento;
Juntas essas etapas buscam a melhoria contínua, ou seja, um ciclo eficaz no qual está sendo avaliado freqüentemente o sistema de gestão e procurando uma melhor relação com o meio ambiente.
7. Normas e Leis Ambientais Brasileiras A partir da elaboração da Constituição Federal de 1988, passou a existir no Brasil, uma legislação que estabelece normas e leis relativas a responsabilidade civil, penal e administrativa (conservação e gerenciamento dos recursos naturais), para os culpados por danos ao meio ambiente.
Devido a importância desse agravante a Constituição Federal dedica o capítulo VI ao meio ambiente. No art. nº 170, ressalta que:
Constituição da Republica (2004, p. 123), Art. 170 diz que a ordem econômica, estabelecida na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim garantir a todos uma existência digna, conforme os pareceres da justiça social, observados os seguintes princípios.
Figura 1, ilustra as leis pertinentes ao trabalho:
Figura 1: Art. 170 da Constituição da Republica. Fonte: Adaptado pelo autor.
Parágrafo único (2004, p. 124): É garantido a todos a livre prática de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
A legislação vem evoluindo à medida em que a sociedade se torna mais complexa e exige instrumentos legais eficazes para regê-la em diferentes esferas.
Qualquer que tenha sido o motivo para que fossem inseridas normas referentes ao meio ambiente na Constituição Federal, direta ou indiretamente, o fato é que agora elas existem, estão em plena atividade e provocam uma adequada aplicação, para que cheguem os fins desejados (CARVALHO 2000, p. 33).
8. Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14000
Devido as exigências ambientais, foi criado um sistema de gestão (Sistema de Gestão Ambiental), voltado para o meio ambiente, que se tornou uma das maneiras mais fáceis para se lidar com a questão Ambiental, e que garante um certificado segundo as normas internacionais ISO 14000.
Existem varias maneiras de se dar inicio a uma gestão ambiental: as empresas podem por meio da aplicação de princípios de responsabilidade contínua, melhorar as características ambientais de seus produtos através de um modelo de gestão industrial, segundo os princípios da Produção Limpa (FURTADO 2009).
Seguindo neste mesmo pensamento, vem as normas ISO 14000, que foram constituídas quando ouve a necessidade de se formar um controle e um melhor acompanhamento das atividades industriais quanto a questão ambiental. Realizando um melhor desenvolvimento destas normas através das normas da série ISO 9000.
Há algumas motivações para que as empresas façam uso da divulgação e desenvolvimento das normas ISO 14000, a série é ordenada em mais de 10 normas, das quais a ISO 14001 foi a primeira a ser solidificada, para a criação do Sistema de Gestão Ambiental. Possui também normas referentes aos produtos, como a ISO 14040, que aborda a avaliação do ciclo de vida do produto, rotulagem ambiental já a ISO 14031 se refere a avaliação do desempenho ambiental e a ISO 14020 auditoria (FURTADO 2009).
O maior objetivo das normas e demais ferramentas ambientais esta em melhorar as condições ambientais e gerar o desenvolvimento sustentável, com o propósito de proteger e aliviar as condições da geração atual e não prejudicando as gerações futuras (FURTADO 2009).
Com a implantação de um sistema de gestão ambiental aumenta e melhora a eficiência das empresas como um todo, levando-a a uma contensão do desperdício e geração de resíduos, ao cuidado com a poluição, a um menor consumo de energia, também a substituição de elementos químicos por outros materiais e/ou elementos menos tóxicos (TIBOR 1996, p. 32).
Há também quem diga que a utilização da ISO 14000 pelas empresas, teve um efeito na queda das barreiras comerciais abrindo portas para o comercio mundial, por se estabelecer padrões mundiais.
Como exemplo o Brasil, em seu cenário de exportações que se resulta numa ocasião bem vulnerável à determinações de padrões e normas ambientais externas, que penalizam o uso intenso de recursos naturais e energia, atribuindo adicionais na produção para os exportadores.
Boa parte dos produtos exportados pelo Brasil, basicamente aqueles com melhor desempenho exportador, pode-se classificá-los como produtos homogêneos, com altas demanda na produção (VEIGA 1994, p. 92).
Num mercado onde a competição é extremamente acirrada, os custos de adequação as condições ambientais podem ser muito altos, tornando-se caros (VEIGA 1994, p. 74).
Dessa maneira o uso da contabilidade como excelente instrumento de identificação, registro, acumulação, análise, interpretação e informação das operações empresariais aos gestores, acionistas e investidores em geral. O uso da contabilidade conforme Queiroz (2000, p. 81), como o melhor mecanismo de gestão disponível aos administradores, cujos resultados apurados podem ser visíveis à sociedade, mediante a apresentação de balanços incluindo em sua estrutura, as respostas aos questionamentos sociais. 9. Conclusão
A contabilidade hoje constitui uma importante ferramenta de impulso para a conscientização da sociedade, já que os consumidores procuram por produtos limpos, não mais aceitando descaso em relação aos recursos naturais.
Já não existem dúvidas de que as empresas que agridem o meio ambiente serão alvo de discriminação por parte da sociedade, e mais especificamente por parte dos consumidores, que conscientes e mais exigentes procuram por produtos ecologicamente corretos.
Além claro da legislação que se torna mais rígida, atribuindo sanções aos infratores, obrigando assim as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade ambiental em sua estratégia operacional. Diante dessas comprovações, cabe a cada um dos profissionais ou somente dos consumidores, fazerem sua parte para a preservação do meio ambiente.
10. Referências
ANTONIUS, P A J. A exploração dos recursos naturais face à sustentabilidade e gestão
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ambiental: uma reflexão teórico-conceitual; Ed. Naea; Belém; 1999.
BARBIERI, José C. Empresa e Ambiente. Revista Exame, Encarte Especial; jan/2000. CARVALHO, Nelson. Contabilidade e Ecologia: uma exigência que se impõe. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília; CFC, ano 20, nº 75, abr/ jun, 2000.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa; 2. ed.; Ed. Atlas; São Paulo; 1999. ________, Denis. Gestão ambiental na empresa; Ed. Atlas; São Paulo; 1995.
FRANCO, Hilário. A contabilidade na era da globalização; Ed Atlas; São Paulo; 1999. FURTADO, João S. Auditorias, sustentabilidade, ISO14000, e produção limpa: limites e mal- entendidos; Disponível em: < www.vanzoline.org.br >. Acesso em: 07 ago. 2009.
KOSZTRZEPA, Ricardo O. A evidenciação dos eventos relacionados com o meio ambiente: um estudo em indústrias químicas. São Leopoldo, Rio Grande do Sul, 2002. Originalmente apresentado como dissertação de mestrado, Universidade Vale dos Sinos. RIBEIRO, Maisa de S. Custeio das atividades de natureza ambiental. São Paulo, S.P, 1998. MAIMON, Dália. Passaporte Verde Gestão ambiental e competitividade; Ed. Qualitymark Rio de Janeiro; 1996.
PAIVA, P. R. Contabilidade ambiental: evidenciação dos gastos ambientais com vida planetária. Revista Pensar Contábil do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro – RJ: ano III, nº 09, p.78-83, ago/out.2003.
QUEIROZ,
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A
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Conselho Regional de Contabilidade do
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RJ: ano III, nº 09, p.78-83, ago/out.2000.
TEIXEIRA, L. G. A. Contabilidade ambiental: a busca da eco-eficiência. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 16., 2000, Goiânia. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade. Goiânia, 2000. TIBOR, Tom & FELDMAN, Ira. ISO 14000: um guia para as normas de gestão ambiental. Tradução: Bazán Tecnologia e Linguística. São Paulo: Futura, 1996.
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VEIGA, José Eli da. Ciência Ambiental: primeiros mestrados. São Paulo: Annablume/FAFESP, 1994.
