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TITO LÍVIO FERREIRA GOMIDE STELLA MARYS DELLA FLORA ANTONIO GUILHERME MENEZES BRAGA MARCO ANTONIO GULLO JERÔNIMO CABRAL PEREIRA FAGUNDES NETO

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São Paulo – SP 2021

TITO LÍVIO FERREIRA GOMIDE

STELLA MARYS DELLA FLORA

ANTONIO GUILHERME MENEZES BRAGA

MARCO ANTONIO GULLO

JERÔNIMO CABRAL PEREIRA FAGUNDES NETO

(Coordenadores)

2ª edição revista e ampliada

Desempenho, Manifestações Patológicas

e Perícias na Construção Civil

Manual de

DIAGNOSTICA

(2)

COLABORADORES

Antonio Guilherme Menezes Braga Débora Sanches de Alexandre Marinello Douglas Barreto

Érica Dallariva Felipe Silva Lima

Fernanda Craveiro Cunha Flávia Maluza Braga Heloísa Dota Fioravante Inês Flores-Colen

Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto João Gomes Ferreira

José Carlos Gasparim José Marques

Kelly Ramos de Lima

Kleber José Berlando Martins Lawton Parente

Luciano Gomide Giglio

Marcelo Suarez Saldanha Marco Antonio Gullo

Marcus Vinícius Fernandes Grossi Miguel Tadeu Campos Morata Miriana Marques

Natália Linhares Paulo Palmieri Magri Paulo Sérgio da Silva

Reginaldo Alexandre da Silva Renato Freua Sahade

Ronaldo Foster Vidal Sérgio Antonio Abunahman Silvia Matsu Eguti

Stella Marys Della Flora Tito Lívio Ferreira Gomide Vitor Marques

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2ª EDIÇÃO ... 10

Tito Lívio Ferreira Gomide Stella Marys Della Flora

Antonio Guilherme Menezes Braga Marco Antonio Gullo

Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto

1 CONCEITO E HISTÓRICO ...13 1.1 A correlação entre a Engenharia Diagnóstica e a Medicina ...16

Tito Lívio Ferreira Gomide

2 ESTADO DA ARTE ... 20

Tito Lívio Ferreira Gomide

2.1 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A ARQUITETURA ... 23

Érica Dallariva

2.2 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E O PATRIMÔNIO CULTURAL ... 28

Fernanda Craveiro Cunha

2.3 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A SAÚDE DOS HABITANTES DAS EDIFICAÇÕES ...34

Luciano Gomide Giglio

2.4 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A PERÍCIA AMBIENTAL ...43 Miguel Tadeu Campos Morata

3 FERRAMENTAS DIAGNÓSTICAS ...55 3.1 VISTORIA – INFORMAÇÃO ... 57 3.2 INSPEÇÃO – INTUIÇÃO ... 58 3.3 AUDITORIA – INTER-RELAÇÃO ...61 3.4 PERÍCIA – INFERÊNCIA ... 62

3.5 CONSULTORIA – DIAGNÓSTICO INDIRETO (PROGNÓSTICO E PRESCRIÇÃO) ... 65

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

4 ETAPAS CONSTRUTIVAS ... 68 4.1 PLANEJAMENTO, PROJETO, EXECUÇÃO, ENTREGA, USO, REABILITAÇÃO E DESCONSTRUÇÃO ....68

(4)

4.2 APLICAÇÕES DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NAS ETAPAS CONSTRUTIVAS ... 74

4.2.1 Vistorias de vizinhança – fase de planejamento ... 74

Miriana Marques | Vitor Marques

4.2.2 O Building Information Modelling (BIM) – Fase de projeto ...84

Érica Dallariva

4.2.3 Qualidade construtiva e controle tecnológico – Fase de execução ...89

Douglas Barreto

4.2.4 Construção com desempenho acústico – Fase de execução ... 115

Kelly Ramos de Lima

4.2.5 Investigação técnica na conclusão da obra – Fase de entrega ...137

Marcus Vinícius Fernandes Grossi

4.2.6 Inspeção predial na prática – Fase de uso ...144

Kleber José Berlando Martins

4.2.7 Comentários a Norma de Inspeção Predial da ABNT (NBR 16747:2020) ...152 Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto | Marco Antonio Gullo

4.2.8 Auto vistorias – Fase de uso ...173

Ronaldo Foster Vidal

4.2.9 Manutenção – Fase de uso ... 186

Heloísa Dota Fioravante | Reginaldo Alexandre da Silva

4.2.10 Durabilidade e sustentabilidade – Fase de uso ... 194

Paulo Sérgio da Silva | Renato Freua Sahade

4.2.11 Reabilitação de estruturas – Fase de reabilitação ... 204

José Carlos Gasparim

4.2.12 Reabilitação de fachadas revestidas com placas cerâmicas aderidas – Fase de reabilitação ...213

Lawton Parente

5 DIAGNÓSTICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL (MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS) ... 222

Tito Lívio Ferreira Gomide

5.1 TIPOLOGIAS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ...223 Stella Marys Della Flora

5.2 METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO ...228

Marcus Vinícius Fernandes Grossi

5.3 DIAGNÓSTICOS NAS ALVENARIAS ...239

João Gomes Ferreira

5.4 DIAGNÓSTICOS NOS REVESTIMENTOS ...245

Inês Flores-Colen

5.5 DIAGNÓSTICOS NO SISTEMA DE COMBATE À INCENDIO ... 254

Paulo Palmieri Magri

5.6 PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ...262

Natália Linhares

5.7 PATOLOGIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ...273

Marcelo Suarez Saldanha

5.8 PATOLOGIA DE REVESTIMENTOS ... 284

(5)

6 DESEMPENHO ... 297 6.1 MEDIDAS DA QUALIDADE DE EDIFICAÇÃO ...297

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

6.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO – MÉTODO DOS CINCO PASSOS ...300 Tito Lívio Ferreira Gomide

6.3 VIDA ÚTIL E GARANTIA ...307 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

6.4 REQUISITOS DA CONSTRUÇÃO COM DESEMPENHO...313

Tito Lívio Ferreira Gomide

7 PROVA PERICIAL DE ENGENHARIA DIAGNÓSTICA ...318

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

7.1 ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ... 319

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

7.2 PROVA PERICIAL NA ARBITRAGEM ...322 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

7.3 MEDIAÇÃO ... 330 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

7.4 CÓDIGO DE ÉTICA ...336

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

7.5 TABELA DE HONORÁRIOS ... 341

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

8 LAUDOS, PARECERES DIAGNÓSTICOS E DE CONSULTORIAS ...344 8.1 Laudos e Pareceres de Engenharia Diagnóstica ... 344

8.1.2 Modelos de laudos e pareceres ...345

Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora

8.1.2.1 Laudo de vistoria de vizinhança ...345 Silvia Matsu Eguti

8.1.2.2 Laudo pericial – o muro caiu ...351

José Marques

8.1.2.3 Laudo pericial de engenharia diagnóstica ... 366

Stella Marys Della Flora

8.1.2.4 Parecer crítico de engenharia ...372

Stella Marys Della Flora

8.2 LAUDOS DE DIAGNÓSTICOS DE VALOR ...377

8.2.1 Aspectos gerais das avaliações de bens – imóveis urbanos ...377

Débora Sanches de Alexandre Marinello

8.2.2 Estudo do impacto do recalque diferencial no valor médio de mercado dos apartamentos

localizados nos denominados “prédios tortos” na orla de Santos/SP ...386

Flávia Maluza Braga

8.2.3 Laudo de avaliação técnica de diagnóstico – espaço aéreo ... 398

Sérgio Antonio Abunahman

CURRÍCULOS ... 414 BIBLIOGRAFIA ...423

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10 • manual de engenharia diagnóstica 10 •

INTRODUÇÃO 2ª EDIÇÃO

Na edição anterior afirmamos que a ideia da criação da Engenharia Diagnóstica no Brasil surgiu com a constatação da plena similaridade dos trabalhos periciais de Engenharia com aque-les da Medicina Diagnóstica, a requerer questio-namentos, exames e ensaios para o diagnóstico de manifestações patológicas, falhas de manu-tenção, irregularidades de uso, e também do ní-vel de desempenho das edificações.

Sem embargo da anterior existência dos estudos da disciplina de Patologia do Concreto, sempre voltados às restaurações, reparações e reforços nas estruturas, a Engenharia Diag-nóstica surgiu com foco mais abrangente, envol-vendo não só o concreto, mas todos os sistemas construtivos, além de também ter por objetivos os aprimoramentos técnicos, o desempenho, e a manutenção, bem como contribuir para as apu-rações de responsabilidade.

As investigações com suas constatações, in-tuições, inter-relações e as inferências técnicas abrangem todas as fases de uma construção, des-de a gestão com o planejamento e projeto, pas-sando pela execução e conclusão da obra, e

fina-lizando com o uso, reabilitação e desconstrução, o conhecido PPEEURD. E as ferramentas de tra-balho, representadas pelas vistorias, inspeções, auditorias, perícias e consultorias permitem os mais variados diagnósticos técnicos e jurídicos, contribuindo também para o aprimoramento construtivo e prevenção de litígios, como as vis-torias de vizinhança e as inspeções de manuten-ção predial, por exemplo.

Os diversos seminários promovidos pelo Instituto de Engenharia, bem como os work-shops com o Fundec da Universidade de Lisboa, e dezenas de cursos promovidos pelo Inbec, per-mitiram a plena difusão da Engenharia Diagnós-tica no Brasil e exterior, e mais, sua plena aprova-ção e aplicaaprova-ção no meio técnico e jurídico.

Desde o início da implantação da disciplina no Brasil, com o lançamento do projeto em 2005, no primeiro seminário de inspeção e manutenção predial em São Paulo e, principalmente, com a edição do livro vermelho “Engenharia Diagnósti-ca em EdifiDiagnósti-cações”, em 2009 pela Editora PINI, em coautoria com os Engenheiros Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto e Marco Antonio Gullo –

Tito Lívio Ferreira Gomide Stella Marys Della Flora Antonio Guilherme Menezes Braga Marco Antonio Gullo Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto

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10 • manual de engenharia diagnóstica introdução 2ª edição • 11

muito se progrediu, principalmente após a vigên-cia da Norma de Desempenho em Edificações da ABNT (NBR 15575), em 19 de julho de 2013.

A primeira edição desse livro, em 2018, visou apresentar os principais conceitos, as aplicações práticas e os progressos e novidades da disciplina ocorridos até 2017. Foram ilustrados os princi-pais enfoques, conceitos, práticas e aspectos téc-nicos, pois é sabido que, uma imagem vale mais que mil palavras. Em forma de verdadeiro manual de consulta, com exemplos, ilustrações e diretri-zes, aquela edição teve o objetivo de uso prático, para servir aos peritos judiciais, assistentes téc-nicos, estudantes e Engenheiros Diagnósticos que atuam no mercado da construção civil.

Agora, nesta segunda edição em 2020, re-solvemos fazer verdadeira revolução técnica, aproveitando os tempos de pandemia1 que nos

assolam, ampliando e aprimorando tudo o que se apresentou anteriormente. Tempos de medos e esperanças, como bem destacou a Dra. Car-mém Lúcia Antunes Rocha, ministra do Supre-mo Tribunal Federal (STF), em excelente artigo publicado no jornal O Globo, em 10 de maio de 2020, afirmando que: Esperança não diz viver de

espera. Não é aquietar, menos ainda acomodar ou ceder. É pelejar na construção. Há que ter mãos para semear acontecências.

Nesse viés, buscando muitas mãos para esse projeto, resolvemos convidar o Cabral, o Gullo e o Guilherme, nossos antigos parceiros de tantas jornadas técnicas, para também organizar esta edição. Com isso, o livro conta com as preciosas mãos de 33 autores para elaboração de muitos tópicos e laudos, convidados por mérito acadê-mico ou profissional, ou ainda comprovada ex-periência, cabendo destacar que sempre contri-buíram para o engrandecimento da Engenharia Diagnóstica e da Engenharia de Avaliação.

Vale relembrar que faz mais de quinze anos que essa jornada começou. O crescimento da

1 Pandemia pelo novo coronavírus, SARS-CoV2.

ED é robusto e notório, e já há uma grande ge-ração de novos Engenheiros Diagnósticos a fa-zer prosperar cada vez mais a disciplina. Assim sendo, os autores desta edição se constituem de jovens e velhos peritos que, de forma absoluta-mente livre e independente, escreveram seus ar-tigos e laudos. Portanto, a responsabilidade pela autoria de cada texto é exclusiva do seu autor, cabendo a cada um o seu mérito, a ser apreciado pelos leitores. Dessa forma, é preciso agradecer e dedicar o mérito desse livro a todos os autores, pois dedicados e também desbravadores da En-genharia Diagnóstica.

O conjunto da obra é inédito no meio pe-ricial, e de muita utilidade aos profissionais. O principal objetivo da obra é o uso prático, de consulta imediata, para orientação teórica e prá-tica da disciplina. Não é tratado, ou livro doutri-nário, mas há muita profundidade técnica, em diversos capítulos.

A Engenharia de Avaliação foi contemplada com a apresentação dos seus principais concei-tos e, também, através de laudos, isso plenamen-te justificado pela parceria dessas disciplinas no meio judicial e também da vida prática. E, res-salte-se, o brilhantismo e ineditismo em alguns desses laudos, é uma agrável surpresa.

As novidades dessa histórica edição in-cluem a correlação entre a ED e os diversos ou-tros aspectos e áreas da engenharia, tais como a arquitetura, o patrimônio cultural, a saúde das edificações e a perícia ambiental. Também foram apresentados exemplos de aplicação da ED nas etapas construtivas (PPEEURD), abrangendo as vistorias de vizinhança, o BIM, o controle tecno-lógico, a acústica, a inspeção predial e auto vis-torias, as manutenções e as realibilitações, entre outros. Além disso, as principais manifestações patológicas dos principais sistemas contrutivos também foram contempladas. Por fim, destaca-se os novos modelos de laudos apresentados, jun-tamente com os conceitos e aplicabilidades das avaliações.

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12 • manual de engenharia diagnóstica

Os resultados desse memorável trabalho provem, principalmente, da experiência prática de todos os autores dos tópicos e laudos, quer como professores de renomadas Universidades e Institutos, ou como profissionais atuantes e reconhecidos do mercado da construção civil brasileira. Agradecimento especial fazemos aos colegas da Fundec e Universidade de Lisboa, João Gomes Ferreira e Inês Flores-Colen, pois fizeram contribuição inestimável, quer técnica, quer de amizade, aos peritos brasileiros.

Esperamos que esta segunda edição do Manual de Engenharia Diagnóstica seja útil aos colegas da área técnica e também aos militantes do mundo jurídico, e que seja constantemente reeditado, com a indispensável ampliação e renovação que a Engenharia Diagnóstica requer, nesses tempos de muitas mudanças e de acelera-da evolução técnica.

Tito Lívio Ferreira Gomide Stella Marys Della Flora Antonio Guilherme Menezes Braga Marco Antonio Gullo Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto

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• 13 12 • manual de engenharia diagnóstica

C A P Í T U L O 1

CONCEITO E HISTÓRICO

Na sua origem brasileira, em 2005, a Enge-nharia Diagnóstica (ED) foi conceituada como a arte de criar ações proativas, por meio dos diag-nósticos, prognósticos e prescrições técnicas, visando a Qualidade Total. Mais adiante, em 2011, o conceito tratava a ED como sendo a arte de distinguir anomalias por meio de procedi-mentos técnicos. Em 2013, o conceito voltou-se para a investigação de manifestações patológi-cas prediais (construção, manutenção e uso), vi-sando aprimorar a qualidade ou determinar res-ponsabilidades. Todos esses conceitos abordam visões técnicas voltadas para os diagnósticos que indicam caminhos para ações corretivas, cada qual adaptado a seu tempo, na sua realidade.

Atualmente, com as vigências de novas nor-mas de desempenho e manutenção da ABNT, há maior abrangência da ED nas construções em geral, nas edificações, e novas necessidades de diagnósticos para o desempenho, além das tra-dicionais manifestações patológicas. E, devido à própria evolução natural da disciplina, novos en-foques se apresentam, desta feita com destaque à principal atividade da ciência que é a investiga-ção. Numa visão simplista pode-se entender que a Engenharia Diagnóstica é a disciplina da

determinação das manifestações patológicas e nível desempenho da construção ou, numa

visão mais abrangente:

Engenharia Diagnóstica é a disciplina das in-vestigações técnicas (tetra IN) para determi-nar os diagnósticos de manifestações patoló-gicas e níveis de desempenho das construções, visando aprimorar Qualidade ou apurar Res-ponsabilidades.

Portanto, são três os destaques desse con-ceito: (i) a investigação técnica, (ii) os diagnós-ticos das manifestações patológicas e desempe-nho, e (iii) a finalidade de qualidade ou apuração de responsabilidade.

(i) Investigação técnica é a novidade desse

conceito. É o foco principal da disciplina, mesmo que não haja diagnóstico no caso em estudo, como ocorre nas vistorias, que visam tão somente constatações. Já nas inspeções e auditorias alguns diagnósticos se apresentam. Mas é nas perícias, eviden-temente, que os diagnósticos se revelam por completo, com as determinações das origens, causas e mecanismos de ação do

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14 • manual de engenharia diagnóstica

objeto de estudo. E deve-se incluir os en-saios tecnológicos, também, como ferra-mentas auxiliares do tetra “IN”.

O processo diagnóstico desse conceito pode ser ilustrado pelo tetra “IN”, da se-guinte forma:

Figura 01 – Fluxograma TETRA IN.

Fonte: Elaborado pelo autor.

(ii) Manifestações patológicas e o nível de de-sempenho são os objetos de estudo. As

anomalias construtivas, as falhas de ma-nutenção e as irregularidades de uso são examinadas para terem os seus diagnósti-cos determinados, e os parâmetros do nível de desempenho podem ser avaliados, o que possibilitará a determinação do diagnóstico completo da construção.

(iii) Aprimorar a qualidade ou apurar de respon-sabilidade são as duas principais

finalida-des, quer seja para se evitar ou minimizar manifestações patológicas, ou, ainda, apri-morar o desempenho no foco da Qualidade. E, também, para se apurar responsabilida-des, pois o diagnóstico preciso indica a cau-sa e, consequentemente, a responcau-sabilida- responsabilida-de. O Engenheiro Diagnóstico, portanto, é

Juiz Técnico, o que ocorre usualmente nas investigações extrajudicais das obras em andamento ou mesmo nas arbitragens. Na perícia judicial, mesmo com a causa revela-da, evidentemente, deixa-se a indicação da responsabilidade para os magistrados, sim-plesmente por questões processuais.

Evidentemente, o conceito de ED pode ser outro, ampliado ou modificado, considerando as investigações diretas (tetra-in) e também as indiretas, como as consultorias de patologia, ensaios e avaliações, por exemplo. Mas isso em nada modifica a grandeza e utilidade da ED na prática da construção civil.

Resumidamente, ED é o check up da constru-ção, desde sua concepção até sua desconstrução. Todas as fases de desenvolvimento de uma obra

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conceito e histórico • 15

de construção civil devem ser investigadas e in-terpretadas pela Engenharia Diagnóstica (ED) na busca permanente daqualidade total, repor-tando-se ao tradicional PPEEURD:

Figura 02 – PPEEURD: Planejamento / Projeto / Execução / Entrega / Uso /

Reabilitação / Desconstrução.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Sabendo-se que a Engenharia Civil possui diversas vertentes, tais como: Engenharia de Planejamento, Engenharia de Projetos, Enge-nharia de Obras, EngeEnge-nharia de Manutenção e outras, fica evidente que a Engenharia relativa às investigações técnicas também merece seu espa-ço, sendo o título “Engenharia Diagnóstica” a de-nominação mais correta para essa especialidade multidisciplinar que incide em todas as fases de um empreendimento de construção civil.

Tradicionalmente, a Engenharia Diagnós-tica vem sendo utilizada nas soluções dos con-flitos jurídicos, juntamente com a Engenharia de Avaliações, como apêndices da Engenharia Legal, porém sem o destaque necessário, pois denominada simplesmente de perícia. Assim, considerando que as investigações técnicas não se limitem a um exame, pois também incluem a vistoria, a inspeção, a auditoria, a perícia e a con-sultoria, fica evidente que essa vertente da Enge-nharia Legal merece a correta denominação, ou seja, Engenharia Diagnóstica.

Para facilidade do entendimento dessas jus-tificativas seguem as figuras 03 e 04:

Figura 03 – Círculo diagnóstico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 04 – Fluxograma da Engenharia Legal.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Quanto à origem histórica, pode-se repor-tar ao início das próprias construções, com as experiências no uso da técnica, talvez por volta de 10000 AC, concomitantemente ao surgimento das primeiras argamassas conhecidas (Galileia).

Na Mesopotâmia, em 1772 AC, o Código de Hamurabi também dá evidências de estudos diagnósticos para apurar responsabilidades de-vido a problemas construtivos, cujo rigor deter-minava resultados drásticos, tais como a pena de morte de escravo, ou do filho ou do próprio construtor de casa que tenha colapsado por não ser firme, e causado a morte dessas mesmas pes-soas da família do contratante.

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16 • manual de engenharia diagnóstica

As experiências e aprimoramentos dos ligan-tes hidráulicos, por óbvio, desde tempos remotos, implicaram em investigações aleatórias, ou seja, surgem por aí, também, os diagnósticos empíricos, e que foram aprimorados pelos Romanos entre 300 a.C. a 500 d.C., com as argamassas misturadas de solos vulcânicos, cal e areia, nas proximidades de Pozzuoli, gerando o termo pozolana.

Mais recentemente, com a implantação da Inspeção Predial no Brasil, após seu lançamento no X Cobreap de Porto Alegre, em 1999, com o trabalho denominado “A Inspeção Predial deve ser periódica e obrigatória?”, premiado com menção honrosa, muito se evoluiu. Após essa divulgação inicial da Inspeção Predial, a comu-nidade técnica brasileira interessou-se pelos estudos visando a prevenção e a manutenção. Evitar acidentes e a degradação precoce das edi-ficações foi a palavra de ordem no meio técnico e pericial, com a elaboração de manuais, normas, diretrizes, livros, seminários e feiras, nesse en-foque. Os sindicatos dos construtores e incorpo-radores se engajaram nesse objetivo e aprimora-ram os manuais de uso, manutenção e operação das edificações, bem como incentivaram a ABNT a aprimorar e criar novas normas técnicas, o que gerou as atuais normas de gestão de manuten-ção, desempenho, reforma e o desenvolvimento da própria norma de inspeção predial.

A Engenharia Diagnóstica em edificações, como disciplina, foi lançada no Brasil em 2005, com o foco de investigação voltado para as di-versas fases de desenvolvimento do empreendi-mento edilício, ou seja, o planejaempreendi-mento, o proje-to, a execução e o uso (PPEU). Posteriormente, o foco voltou-se para as ferramentas utilizadas na investigação técnica, classificando-se a vis-toria, a inspeção, a auditoria e a perícia (VIAP), bem como as correspondentes aplicações prá-ticas. Em 2009, com o lançamento do livro ver-melho “Engenharia Diagnóstica em Edificações” pela editora PINI, reforçado com a sua segunda edição em 2015, a disciplina adentrou definiti-vamente pelos caminhos da Qualidade Total e

Desempenho, estando difundida por todo o Bra-sil e até mesmo no exterior.

1.1 A CORRELAÇÃO ENTRE A

ENGENHARIA DIAGNÓSTICA

E A MEDICINA

Em artigo publicado no livro Engenharia Le-gal 3, da editora LEUD, foi destacado que os com-partilhamentos de conhecimentos dessas duas importantes ciências, representadas pela Enge-nharia e Medicina, ultrapassam os aspectos cien-tíficos, pois se efetivam na prática, na realidade do dia a dia, favorecendo melhor a aplicação e a aceleração no desenvolvimento das duas ativi-dades, como segue exposto:

A tecnologia favorece a cura e prevenção das doenças pela Medicina e o milenar conheci-mento médico favorece a qualidade dos produ-tos de Engenharia, recomendando a correlação e o mútuo compartilhamento dessas imprescin-díveis ciências para a humanidade, consideradas até mesmo como artes, talvez, pela criatividade inerente às duas atividades.

Assim sendo, nada mais natural e recomen-dável do que a reciprocidade no compartilha-mento dos conhecicompartilha-mentos dessas artes/ciências, pois são inúmeras as experiências positivas com efetivas aplicações favoráveis para a Medicina e Engenharia.

Os exemplos da correlação e comparti-lhamento de conhecimentos são inúmeros, podendo-se destacar alguns pelo lado médico, tais como a renomada Medicina nuclear que é o ramo da medicina em que se utiliza da tecnolo-gia nuclear da física, química e engenharia com finalidade diagnóstica e terapêutica; a Medicina astronáutica ligada às explorações do espaço cósmico; a Medicina ortomolecular que também se utiliza da engenharia química na análise de substâncias; a Medicina preventiva que requer um plano de manutenção corretivo e preventivo com tecnologia da Engenharia de Manutenção e

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conceito e histórico • 17

a Medicina Diagnóstica que se utiliza de sofisti-cados equipamentos produzidos pela Engenha-ria, na realização dos mais variados exames.

Do outro lado, aproveita-se a Engenharia dos milenares conhecimentos de curar e preve-nir doenças da Medicina, visando a saúde huma-na, porém, desta feita para prevenir e corrigir anomalias de seus produtos. A Engenharia de Produção e Industrial seguem roteiros cirúrgi-cos; a Engenharia de Alimentos e a Engenharia de Segurança se baseiam nas prescrições de pre-venção e primeiros socorros da Medicina, além de tantas outras correlações nas demais especia-lidades da Engenharia.

Cabe registrar que as similaridades dos objetos de estudos das duas ciências, o homem e uma edificação – por exemplo, incluem até mesmo seus componentes, pois os esqueletos comparam-se às estruturas, as musculaturas às alvenarias, a pele aos revestimentos, o sistema nervosos e circulatório com as instalações elétri-cas e hidráulielétri-cas, o aparelho respiratório com o sistema do ar condicionado, além de outras con-vergências – reforçam ainda mais a identidade da Engenharia à Medicina, em vários aspectos.

Destaca-se a correlação da Engenharia Ci-vil com a Medicina, principalmente, nos estudos relativos à reparação e prevenção de anomalias construtivas das edificações, havendo, inclusi-ve, a disciplina Patologia das Construções ori-ginada nos estudos das anomalias construtivas e falhas de manutenção. Porém, a contribuição da Medicina na Engenharia Civil não se limita às questões patológicas, pois há outras similarida-des das ciências a favorecer a prevenção, motivo da ampliação dessa correlação com a criação de nova disciplina, verdadeira Engenharia Medici-nal que quer cuidar da “saúde” do edifício em todas as suas fases, ou seja, no planejamento, no projeto, na execução, na entrega, no uso, na rea-bilitação e na desconstrução, consoante o tradi-cional enfoque de qualidade total do PPEEURD.

Além dos estudos patológicos, as simili-tudes das ciências avançam também nos pro-cedimentos preventivos e terapêuticos, mas

levando-se em conta que a prioridade nessas convergências incide nos diagnósticos, prognós-ticos e prescrições das anomalias construtivas e falhas de manutenção das edificações.

Importante, também, destacar que as ter-minologias relativas à Engenharia Diagnóstica, também se basearam naquelas tradicionais da Medicina, podendo-se apresentar as seguintes:

Anamnese Técnica da Edificação: dados

coletados sobre o início e evolução da anomalia construtiva ou falha de manu-tenção, desde a concepção do projeto até a data da vistoria ou inspeção.

Diagnóstico Técnico da Edificação:

deter-minação e indicação das anomalias cons-trutivas, falhas de manutenção e níveis de desempenho, mediante inspeções, au-ditorias, ensaios laboratoriais e perícias.

Prognóstico Técnico da Edificação:

indi-cação das ocorrências vindouras nas anomalias construtivas e falhas de manutenção em consonância à corres-pondente prescrição da consultoria.

Prescrição Técnica da Edificação: indicação

dos reparos das anomalias construtivas e falhas de manutenção da consultoria.

Sintomatologia Técnica da Edificação:

constatações e análises dos sintomas e condições físicas das anomalias cons-trutivas e falhas de manutenção.

Etiologia Técnica da Edificação:

determi-nação dos efeitos, origens, causas, me-canismos de ação, agentes e fatores de agravamento das anomalias construti-vas e falhas de manutenção.

Terapêutica da Edificação: estudos das

re-parações das anomalias construtivas e falhas de manutenção.

Patologia da Edificação: estudo que se

ocupa da natureza e das modificações das condições físicas e/ou funcionais produzidas pelas anomalias construti-vas e falhas de manutenção, através de auditorias, perícias e ensaios técnicos.

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18 • manual de engenharia diagnóstica

Tais conceitos podem ser melhor entendi-dos através do quadro que evidencia a interação das atividades diagnósticas e ferramentas, da aplicação prática, consoante o seguinte:

Figura 05 – Interação das atividades diagnósticas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Deve-se ratificar que a denominação “edifi-cação” inclui também as fases de planejamento, projeto, execução e uso da mesma, pois as ações preventivas visando evitar defeitos nessas fases – tais quais aquelas da gestação humana, cres-cimento, amadurecimento e velhice do homem – favorecem a aplicação da qualidade total em todas elas. Com isso, a Engenharia Diagnóstica é importante desde a concepção da edificação, visando evitar a ocorrência de anomalias cons-trutivas e, também, minimizar as falhas de ma-nutenção da posterior fase de uso da edificação, através das ferramentas técnicas representadas pelas vistorias, inspeções, auditorias, perícias e consultorias. Essas etapas da vida edilícia, re-presentadas pela sintomatologia e etiologia téc-nicas, podem ser devidamente entendidas nos seguintes quadros:

Figura 06 – Sintomatologia técnica da edificação.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 07 – Etiologia técnica da edificação.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Isto posto, é importante se apresentar, tam-bém, os quadros explicativos do primeiro PPEU, criado em 2005, para pleno entendimento da adequação da correlação Engenharia Diagnósti-ca-Medicina, consoante segue:

Figura 08 – PPEU.

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conceito e histórico • 19

Finalmente deve-se consignar que a correla-ção da Engenharia com a Medicina é tão promis-sora quanto aquelas anteriores já consagradas, como a junção dessas duas artes com o Direito. Isso porque a integração e correlação dessas três ciências favorecem os três principais pilares de

sustentação da humanidade, ou seja, o aprimora-mento da saúde, o desenvolviaprimora-mento da tecnologia e a promoção da justiça entre os homens.

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20 •

C A P Í T U L O 2

ESTADO DA ARTE

Em geral, as investigações se iniciam com as vistorias e questionamentos, seguindo-se de inspeções, ensaios e auditorias nas interpreta-ções intuitivas e de inter-relacionamentos, se materializando no final com as perícias que apresentam os resultados dessas inferências, ou seja, surgem os diagnósticos definitivos. As ações

corretivas decorrentes dos resultados diagnósti-cos, dependem dos prognósticos e prescrições, o que inclui as consultorias no rol de ferramentas diagnósticas. O fluxograma diagnóstico no pro-cesso construtivo, com as aplicações das ferra-mentas, possibilita a visão geral do processo, pois mostra os caminhos práticos da ciência.

CAPÍTULO 2

ESTADO DA ARTE

Em geral, as investigações se iniciam com as vistorias e questionamentos, seguindo-se de inspeções, ensaios e auditorias nas interpretações intuitivas e de inter-relacionamentos, se materializando no final com as perícias que apresentam os resultados dessas inferências, ou seja, surgem os diagnósticos definitivos. As ações corretivas decorrentes dos resultados diagnósticos, dependem dos prognósticos e prescrições, o que inclui as consultorias no rol de ferramentas diagnósticas. O fluxograma diagnóstico no processo construtivo, com as aplicações das ferramentas, possibilita a visão geral do processo, pois mostra os caminhos práticos da ciência.

Figura 09 – Fluxograma Diagnóstico

Fonte: Elaborado pelo Autor

Tal qual a Medicina Diagnóstica, a ED se desenvolve estudando a “saúde” e a “doença” da construção, ou seja, o desempenho e a patologia. Para a devida ilustração e visualização desse quadro criou-se a árvore diagnóstica, que bem retrata essa dualidade:

Figura 09 – Fluxograma diagnóstico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Tal qual a Medicina Diagnóstica, a ED se de-senvolve estudando a “saúde” e a “doença” da construção, ou seja, o desempenho e a patologia.

Para a devida ilustração e visualização desse qua-dro criou-se a árvore diagnóstica, que bem retra-ta essa dualidade:

Figura 10 – Árvore diagnóstica.

Fonte: Elaborado pelo autor.

No Brasil já possuímos diversos empreendi-mentos no foco da Qualidade Total e Sustentabili-dade, sendo o triple AAA o que apresenta o maior destaque, com projeto inovador, alto nível de tec-nologia embarcada, elevado padrão construtivo, qualidade sustentável dos ambientes, controles por automação e outras modernidades:

Figura 11 – Triplo A.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Mas, num paradoxo bem brasileiro, também convivemos com prédios de precária qualidade construtiva, triple iii, decorrentes de construção com mão de obra despreparada que, muitas ve-zes, em situações imprevistas age com ignorância e improviso, provocando manifestações pato-lógicas e perda de desempenho nas obras. Essa realidade reforça a pertinência e importância da ED na atualidade de nossas obras.

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22 • manual de engenharia diagnóstica

Figura 12 – Triplo I.

Fonte: Elaborado pelo autor

Esse retrato contraditório é propício para o estudo e aprimoramento da qualidade constru-tiva, sendo a implantação da investigação tetra IN o caminho indicado nesse sentido. Com o diag-nóstico preciso é possível fazer o progdiag-nóstico e a prescrição da trajetória em busca da Qualidade Total. Como num jogo de fliperama, a ED possui diversos caminhos de investigação:

Figura 13 – Fliperama diagnóstico.

Fonte: Elaborado pelo autor

Atualmente, os estudos da Engenharia Diag-nóstica se aprofundam nas fases da Sustentabi-lidade e ResponsabiSustentabi-lidade Social, além daqueles específicos da Qualidade Construtiva, na moder-na visão do desempenho e vida útil.

Figura 14 – 4ª Visão.

Fonte: Adaptado pelo autor.

E a sustentabilidade está baseada em oito princípios, como está muito bem descrito na in-trodução do livro “Construção Verde” de auto-ria de Abe Kruger e Carl Seville, com adaptação de Sasquia Hizuru Obata, editado pela Cengage Learning em 2017, vide transcrição a seguir:

Embora haja definição universal de cons-trução verde, identificamos oito princípios que sempre devem ser considerados em projetos, na construção ou manutenção de casas. Esses princípios são semelhantes à abordagem definida pelo sistema de clas-sificação do Conselho de Construção Verde dos Estados Unidos (U.S. Green Building Council – USGBC), que criou o programa Liderança em Energia e Projeto Ambiental (Leadership in Energy and Environmental Design – Leed) e por outros programas de classificação de casa verde.

• Eficiência energética: reduzir a ener-gia necessária para viver em uma casa através do processo focado desde o

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estado da arte • 23 início na redução do consumo e

au-mento da eficiência da residência, especificando-se equipamentos apro-priados e métodos de construção de alta qualidade.

• Eficiência de recursos: reduzir a quantidade total de materiais neces-sários para construir ou reformar uma casa, incluindo a seleção de materiais que são extraídos, processados e en-tregues no local da obra, com o mí-nimo de impacto ambiental e uso de energia; reutilizar materiais já usados e reciclar os resíduos da construção. • Durabilidade: utilizar materiais e

mé-todos que requerem menos manuten-ção e aumentam a vida útil da estrutu-ra e reduzir a frequência de consertos e substituição. Desta forma, é possível gerar menos resíduos e usar menos materiais em toda a vida útil da casa. • Uso eficiente da água: reduzir a

quan-tidade de água usada dentro e fora da casa por meio de maior eficiência e minimização de situações de maior consumo.

• Qualidade do ambiente interno: me-lhorar a saúde dos moradores por meio do controle de umidade, materiais tóxi-cos e poluentes dentro de casa.

• Impacto reduzido na comunidade: li-mitar os efeitos econômicos negativos na comunidade local, por meio de de-senvolvimento responsável e práticas de construção, considerando como a seleção de materiais pode influenciar a saúde e as condições econômicas da comunidade global – trabalhadores e moradores locais – onde os produtos são extraídos e fabricados para uso nas casas.

• Educação e manutenção para o

pro-prietário: educar os proprietários e

moradores para que cuidem de suas casas de forma a manter a eficiência, saúde e durabilidade por muito tempo. • Desenvolvimento local sustentável:

evitar o desenvolvimento de áreas des-tinadas a proteção ambiental; planejar os projetos destinados a terrenos e ca-sas de modo que estes possam obter a luz do sol; promover a construção pró-xima de áreas com infraestrutura de transporte e de serviços para reduzir

a necessidade de uso do carro; geren-ciar cuidadosamente o local durante a construção, com o objetivo de reduzir o escoamento de sedimentos e manter a vegetação nativa e fornecer o gerencia-mento da água pluvial a fim de reduzir o escoamento de contaminantes do local para os aquíferos.

E o detalhamento das vertentes dos estudos diagnósticos se ampliam com as novas tendên-cias da fase de uso, reabilitação e desconstrução. Portanto, resumidamente, o estado da arte da Engenharia Diagnóstica pode ser representa-do pelos objetivos, fases de trabalhos e ferramen-tas de aplicação, como ilustrado na figura 15:

Figura 15 – Portal diagnóstico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tito Lívio Ferreira Gomide

2.1 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA

E A ARQUITETURA

No âmbito da Engenharia Diagnóstica (ED), estamos acostumados a ouvir sobre a atuação do engenheiro civil. Da mesma forma, o arquiteto

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24 • manual de engenharia diagnóstica

tem muito a beber na fonte dessa doutrina, que desenvolve importante papel na organização e abertura de campos de atuação no mercado de trabalho.

Isso não significa que um técnico seja total-mente independente do outro, contrariatotal-mente, a exemplo das atividades que envolvem proje-tos, nos trabalhos elencados pela Engenharia Diagnóstica, também podem, e em alguns casos devem, desenvolver atividades em conjunto. Po-rém, iniciamos com uma avaliação sobre a prá-tica profissional do arquiteto e seu papel como engenheiro diagnóstico, perguntando:

Arquite-to Diagnóstico ou Engenheiro Diagnóstico?

A pergunta poderá não fazer muito sentido aos engenheiros, mas é muito importante para a reflexão que será proposta. A questão a ser le-vantada se deve a dúvida recorrente que surge aos arquitetos portadores de um certificado de conclusão de curso de especialização em Enge-nharia Diagnóstica: O arquiteto pode ser nomea-do “Engenheiro Diagnóstico”?

Não restam dúvidas que o exercício da pro-fissão nas atividades envolvidas pela ED é ga-rantido ao profissional de arquitetura pela Lei nº 12.3782, de 31 de dezembro de 2010, onde, em seu art. 2º, estabelece as atribuições dos ar-quitetos e urbanistas e, no parágrafo único deste artigo, os campos de atuação a que estas se apli-cam, sendo algumas das atribuições:

• Supervisão, coordenação, gestão e orien-tação técnica;

• Assistência técnica, assessoria e consultoria; • Vistoria, perícia, avaliação, monitora-mento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem;

• Desenvolvimento, análise, experimenta-ção, ensaio, padronizaexperimenta-ção, mensuração e controle de qualidade;

2 BRASIL. Lei Federal nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo e dá outras providências;

• Produção e divulgação técnica especiali-zada.

Sendo alguns dos campos de atuação a que estas se aplicam:

• (...) das soluções tecnológicas para reuti-lização, reabilitação, reconstrução, pre-servação, conpre-servação, restauro e valori-zação de edificações, conjuntos e cidades; • da tecnologia e resistência dos materiais,

dos elementos e produtos de construção, patologia e recuperações;

• dos sistemas construtivos e estruturais, estruturas, desenvolvimento de estrutu-ras e aplicação tecnológica de estrutuestrutu-ras; • de instalações e equipamentos

referen-tes à arquitetura e urbanismo;

• do Conforto Ambiental, técnicas refe-rentes ao estabelecimento de condições climáticas, acústicas, lumínicas e ergonô-micas (...).

Diante das atribuições elencadas, indiscuti-velmente elucidando a habilitação do profissio-nal de arquitetura para atuar no campo da En-genharia diagnóstica, permanece a dúvida sobre sua identificação.

Ainda inexiste lei ou resolução que deter-mine, de forma esclarecedora, a possibilidade de um arquiteto utilizar em seu cartão de visi-ta o termo “engenheiro diagnóstico”, porém de maneira a dar lastro, tomemos como exemplo a especialização em “Engenharia de Segurança do Trabalho”.

Muito menos jovem que a Engenharia Diag-nóstica, nessa especialização, desde 1985, pela Lei nº 7.4103, profissionais formados em arqui-tetura, com especialização na área de segurança 3 BRASIL. Lei Federal nº 7.410, de 27 de novembro de 1985. Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Ar-quitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho e dá ou-tras providências;

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do trabalho, podem se denominar “Engenheiro de Segurança do Trabalho”. A referida lei, além de conferir lastro legal à utilização da mencio-nada denominação, garantiu que apenas os por-tadores do título dessa especialização estejam aptos a exercer a tal função.

A “jovem” Engenharia Diagnóstica já percor-reu muitos passos, organizando o limbo que exis-tia no mercado quando “nomeou os bois”. Atual-mente com sua a difusão avançada e uma gama de profissionais especializados espalhados nos diversos cantos do país, entende-se a necessidade dos próximos passos incluírem discussões sobre a criação de garantias jurídicas acerca da adoção da titulação e o favorecimento da atuação somen-te por profissionais especializados.

Embora possa, equivocadamente, parecer reserva de mercado por aqueles que se dedica-ram ao aperfeiçoamento profissional, tal condi-ção pode ser justificada, inclusive, em razãodo parágrafo (§) 2º, da Lei nº 12.3784, ao estabele-cer que “são consideradas privativas do

profis-sional especializado as áreas de atuação nas

quais a ausência de formação superior exponha o usuário do serviço a qualquer risco ou dano”.

E apesar de a mesma lei assegurar a possi-bilidade de o profissional exercer atividades de vistoria, perícia, produção de laudos etc., em seu Art. 3º, define que os campos da atuação profis-sional são definidos a partir das diretrizes curri-culares nacionais dispostas na sua formação.

Porém, tanto as Diretrizes Curriculares Na-cionais do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, assim como as do curso de Enge-nharia Civil, não deixam claro a obrigatoriedade de componentes curriculares incluírem o estu-do das ferramentas diagnósticas, de tal manei-ra que é conhecida a ausência de matérias que abordem esses temas nos cursos de graduações espalhados pelo Brasil.

4 BRASIL. Lei Federal nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo e dá outras providências;

Ou seja, esses artigos nos levam a interpre-tar que os campos de atuação não inclusos na matriz curricular da graduação do profissional, e que a prestação desse serviço possa expor o usuário a risco ou dano, deve ser exercida ape-nas por profissionais especializados.

Sem dúvida, essa discussão será desafia-dora, deverá contemplar análise acerta das atri-buições das mais variadas engenharias e poderá atravessar gerações, mas será a única maneira de impedir que profissionais não especializados empreguem indevidamente essa intitulação, evi-tando que a sociedade seja atendida por indiví-duos desabilitados e não capacitados a atuarem como Engenheiros Diagnósticos.

De todo modo, seja por meio de resoluções, leis ou aptidões, é estabelecido que os arquite-tos são constituídos de formação generalista, e muito podem contribuir ao ramo da engenharia diagnóstica.

Definida a adoção da sua identificação e atribuições, passamos a análise sobre a ótica do campo de atuação.

2.1.1 O arquiteto

Desde o início, há uma série de planos e so-nhos que as pessoas costumam ter quando surge o desejo de estudar arquitetura, idealizada pela intenção de analisar espaços, elaborar projetos, cuidar da estética de ambientes e edificações etc.

Depois de finalizada a graduação, o merca-do de trabalho se apresenta com sua infinidade de áreas de atuação e o profissional quase que inevitavelmente acaba experimentando um pou-co de cada atividade até se enpou-contrar, acertar seu público ou nicho.

Muitas dessas atividades envolvem a arte de projetar, mas o conceito de arquiteto apenas como servidor à comunidade através de proje-tos de ambientes construídos não é aplicável à realidade atual. Não seria possível que todos os

Referências

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