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CONTRIBUIÇÃO DOS SOLOS PRESENTES NA BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA NO CARIRI CEARENSE

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Academic year: 2021

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CONTRIBUIÇÃO DOS SOLOS PRESENTES NA BACIA SEDIMENTAR

DO ARARIPE PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA NO CARIRI

CEARENSE

Wesley de Sousa Lima

1

; Cícera Aldeníse Ferreira Freire

2

.

Graduando em Licenciatura em Geografia

1

; Graduando em Pedagogia

2

.

Universidade Regional do Cariri, wesleytecdesign@mail.com, denisefreire064@gmail.com.

Resumo

O Cariri possui também, vestígios do homem primitivo e um conjunto de manifestações culturais peculiares. Sem dúvida, a proposta da Bacia Sedimentar do Araripe se constitui um campo de interesse para pesquisa em Geografia. Sendo assim, o objetivo desse artigo é realizar uma análise a respeito de como se processa o trabalho de campo juntamente com o ensino de pedologia no ensino de Geografia na segunda fase do Ensino Fundamental no Instituto José Bernardino, discutindo a eficácia deste instrumento de ensino para dinamizar as aulas de Geografia e programar a relação teoria e prática complementando assim o ensino de Geografia Física com base na Bacia Sedimentar do Araripe. Assim, a proposta deste trabalho é contribuir para a superação das dificuldades no ensino de uma Geografia em constante movimento e que contribua para o entendimento mais crítico do espaço, das sociedades e do ambiente, reconhecendo e compreendendo o papel da dinâmica da natureza.

Palavras-Chave

:

Solos. Ensino de Geografia. Experiência.

INTRODUÇÃO

A região do Cariri, situada ao Sul do Estado do Ceará, Noroeste de Pernambuco e Leste do Piauí está sobre uma Bacia Sedimentar (Bacia Sedimentar do Araripe) com cerca de 12.000 km2 sendo considerada a maior do Nordeste brasileiro. Encravada no meio do semiárido, a região do Cariri é um verdadeiro oásis no sertão, isso se deve a uma rica floresta densa e úmida no topo da Chapada do Araripe. Devido à porosidade da rocha na sua formação superior, as águas da chuva são absorvidas no topo do planalto e retidas no subsolo, ressurgindo sob forma de fontes cristalinas na área de encosta da chapada.

Abaixo dessas nascentes há depósitos sedimentares com a presença de fósseis. E no Vale do Cariri Cearense, há vestígios também arqueológicos de grande importância para o estudo do homem primitivo da região. O Vale é ocupado por cidades que apresentam importantes atividades econômicas, com destaque para o turismo religioso e atrativos culturais.

Mas nem tudo o que envolve a Bacia Sedimentar do Araripe é positivo, pois o ensino atualmente ver a mesma apenas como uma paisagem e não observar que devemos incluir no conteúdo o estudo arqueológico, paleontológico geológico e pedológico, como parte importante para o estudo de Geografia no Vale do Cariri. Assim, a geografia é uma ciência fundamental nesse processo de inserção, com o olhar crítico do geógrafo que deve promover o diálogo entre a ciência e a sociedade civil. Contudo, ainda existe uma grande distância entre o saber que se aprende na academia, o produzido na escola e o que chega à sociedade em geral.

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Nesse contexto, considerando-se a instituição escolar fundamental nesse processo de inserção, realizamos uma análise a respeito de como se processa o trabalho de campo no ensino de Geografia na segunda fase do Ensino Fundamental, destacando a vivencia no Instituto José Bernardino, discutindo a eficácia deste instrumento de ensino para dinamizar as aulas de Geografia e estabelecer a relação teoria e prática complementando assim o ensino de geologia e solos com base na Bacia Sedimentar do Araripe.

No atual momento histórico em que vivemos não basta apenas “saber”, é preciso também dar significado aos fatos, e nesse caso, aos conteúdos, para que eles sejam inseridos no debate por meio de uma abordagem que os aproximem da realidade. Com este projeto, pretendemos debater sobre questões teórico-metodológicas do ensino de Geografia Física com ênfase no trabalho de campo, e com a nossa realidade que é a Bacia Sedimentar do Araripe, de modo a ressaltar a riqueza pedagógica dessa prática para que os alunos possam estabelecer conexões entre a teoria e suas práticas cotidianas. Diante da sua importância cientifica e cultural na região em que habitamos o Projeto, tem grande relevância, pois o mesmo apoia a reflexão dos alunos com base em uma visão cientifica para o entendimento da Geografia local e regional, para uma maior compreensão dos conteúdos de Geografia Física vistos em sala de aula.

MATERIAL E MÉTODOS

É urgente superar nossas tradições muito arraigadas da aula meramente expositiva, do estudo como simples cópia de aulas e fichamento de textos, das provas como reprodução da reprodução. O aluno precisa plantar sua autonomia ao sair para o mundo, tornando-se capaz de proposta e história próprias. (Demo 2005)

Pensar os caminhos trilhados pelo ensino de Geografia no Brasil requer, necessariamente, considerar não apenas os aspectos que se apresentam como evidentes, mas também aqueles que se colocam implícitos num cenário repleto de elementos políticos, econômicos e culturais. A epígrafe do autor Demo (2005) utilizada para introduzir a discussão deste texto é basilar, porque nos provoca a pensar sobre o nosso “fazer geografia” no século XXI, com todos os desafios próprios da atualidade, sem, contudo, desconsiderar as questões/influências externas que direcionaram e/ou influenciaram as práticas pedagógicas e, consequentemente, com a formação dos profissionais de Geografia no Brasil a partir da década de 1930.

Assim, a proposta deste trabalho é contribuir para a superação das dificuldades no ensino de uma Geografia em constante movimento e que contribua para o entendimento mais crítico do espaço, das sociedades e do ambiente, reconhecendo e compreendendo o papel da dinâmica da natureza, através de conceitos e categorias geográficas que possibilitem uma aproximação dos alunos à realidade vivida, sua compreensão e diferentes formas de intervenção no espaço em que atuam. Para que isto realmente se torne real, faz-se necessário estudar instrumentos

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metodológicos que facilitem a compreensão deste espaço, considerando os elementos da Geografia Física e as paisagens a ela vinculadas (PERCÍLIO, 2007).

Com base nisso desenvolvermos algumas atividades práticas com alunos do 6° ao 9° do ensino fundamental na escola Instituto José Bernardino, localizada no município de Barbalha-CE, onde o nosso objetivo constou de elaborar instrumentos de aproximação dos conteúdos de Pedologia, envolvendo a Bacia Sedimentar do Araripe. O desenvolvimento de planejamentos, estratégias e possibilidades de utilização de livros didáticos constitui-se tarefa importante (Vesentini, 2003), mas que deve estar associada a práticas de ensino complementares que deem maior concretude aos temas estudados e despertem maior interesse devido à aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos.

Procuramos utilizar métodos de aprendizagens diferentes dos métodos convencionais, tentando produzir um conhecimento em nível de escala local para que se possa entender o mundo em que se vive sendo protagonistas da construção de uma realidade que se deseja concretizar. Fazer uma pesquisa sobre o ambiente em que está inserida a escola, por exemplo, é essencial para produzir um conhecimento que despertará nos alunos um interesse pelo reconhecimento e pela aceitação dos valores enquanto indivíduo e/ou sociedade.

Por meio de aulas de campo, foi possível mostrar as potencialidades e problemáticas encontradas na Bacia Sedimentar do Araripe, onde através das formações presentes na Bacia podemos observar os tipos de solos presentes em cada área. No nosso caso, seria incoerente ensinar geografia para os alunos da referida escola, sem mencionar o valor da biodiversidade da Bacia Sedimentar do Araripe ou sem questionar a problemática ambiental que envolve as cidades, uma vez que a cidade de Barbalha encontra-se inserida na mencionada Bacia.

Essas aulas mostraram como a geografia pode ser agradável para os alunos, pois as relações com o ambiente perceptível aos seus sentidos partiram de uma noção concreta para abstrair-se numa escala maior.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A geografia trabalha com várias categorias de análise, como, por exemplo, o espaço, a paisagem, a identidade, dentre outros. Segundo Gomes (1996) desde que a Geografia se consolidou como ciência procura uma lógica na ordem natural para suas possíveis relações com a dinâmica da organização social. Para realização desse trabalho utilizou-se mais frequentemente a categoria de lugar, sem, contudo, descartar outras categorias, até porque fazendo isso se provocaria um reducionismo no referido trabalho.

Um fundamento básico da ciência geográfica é ter um olhar amplo, tal qual o seu objeto de estudo. Sendo assim, escolheu-se trabalhar o lugar como categoria de análise para compreender a Bacia Sedimentar do Araripe na região do Cariri.

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) também apontam que a categoria de lugar é essencial na compreensão da ciência geográfica, inclusive, vem sendo recuperada pela geografia, não apenas como um espaço de interação entre homem e meio, mas também como incorporação de concepções de teoria humanista.

[...] O lugar deixou de ser simplesmente o espaço em que ocorrem interações entre o homem e a natureza para incorporar as representações simbólicas que constroem juntamente com a materialidade dos lugares, e com as quais também interagem. (BRASIL, 1998, p.19).

Nesse sentido, a Bacia Sedimentar do Araripe apresenta claramente a noção de que o local, mesmo com toda a sua identidade, está conectado ao global. Podemos dizer que muitos são os que já fazem à transcendência e dão rumos ao povo do lugar através da transformação da cultura em arte, fato esse, que tornou essa região conhecida como “caldeirão de cultura e arte”.

Tomamos então como ponto de partida a aula de campo que torna o conhecimento mais aplicado e universal. No campo, os conteúdos que muitas vezes se apresentam como estáticos e desinteressantes ganham vida ao serem visualizados no processo de interação entre sociedade e natureza. Com base nisso fizemos algumas aulas de campo para conhecer melhor as formações presentes na Bacia Sedimentar do Araripe e também a compreensão dos tipos de solos presentes na Chapada do Araripe.

Sair dos muros da escola, sobretudo, nas aulas de Geografia estimula o aluno a compreender o verdadeiro espaço em que eles estão inseridos. No caso da região do Cariri, um ambiente dinâmico vem atraindo atualmente pessoas e serviços, sobretudo, por interesses econômicos. O importante é que o cariri cearense esteja atento pra isso, o que torna fundamental evidenciar essa discussão na sala de aula.

Nesta perspectiva, as dinâmicas do meio físico (clima, relevo, solo, biomas, etc.) e socioeconômico (incluindo aspectos da cultura, da política e da produção e circulação de bens e serviços) estão de tal modo integrado, o que supera o sentido da divisão de temas entre Geografia Física e Humana. A incorporação desses procedimentos metodológicos à prática docente da Geografia consolida a ação do professor como aquele que estimula o educando a buscar, através do conhecimento construído em sala de aula, os recursos analíticos capazes de levá-lo a uma compreensão mais aprofundada, menos compartimentada e mais consciente da realidade.

CONCLUSÃO

Contudo, nota-se que as atividades mostraram que os alunos quando estimulados compreendem mais rápido, e quando se trata de ensinar a realidade local fica ainda mais visível essa reação. Deste modo, acredita-se que a inserção do projeto vem sendo inovador para o processo de ensino-aprendizagem no Instituto José Bernardino.

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Ao desenvolver as experiências durante as atividades do projeto intitulado, novas e diferenciadas reflexões sobre o ensino de Geografia puderam ser reavaliadas. Isto despertou na oportunidade de se poder refletir sobre as novas perspectivas no interior do Ensino de Geografia. A partir deste “despertar” do pensamento sobre a importância que deve ser fornecida ao Ensino de Geografia Física tornou-se então possível viabilizar um estudo que levasse em consideração os diferentes momentos de sua trajetória que no decorrer da história do pensamento geográfico pudesse pensar os caminhos trilhados na disciplina.

Portanto, mesmo com as dificuldades existentes na tarefa atual em lecionar, onde a autonomia do professor parece comprometida, nestes tempos emerge a necessidade de um olhar mais aguçado sobre o ensino, apesar das dificuldades decorrentes das condições político-econômicas pelos quais atravessa a sociedade brasileira. Quando um estudo propõe questionar e refletir na sua contribuição ao quadro educativo, de algum modo deve e tem como intuito transcender o presente contexto histórico. Além disso, tem como responsabilidade ser respondido por outras pessoas interessadas no quadro educacional e mais ainda na Geografia Física com os desdobramentos pertinentes ao seu conteúdo. Também assim são os sonhos, estes devem possuir um ponto de partida e devem ser capazes de desencadear novos modos de pensar o mundo com outras novas possibilidades e viabilidades de trabalho na alteração do quadro vigente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: Geografia. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.

CALLAI, Helena Copeti. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Tese de mestrado, Rio Grande do Sul: UNIJUÍ, 2005.

COIMBRA, Danielle Batista. Educação Ambiental: a sustentabilidade da formação de sujeitos no contexto do ensino superior. In: Kelma Socorro Lopes (org.) Educação Ambiental e Sustentabilidade. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

GOMES, Paulo César da Costa – Geografia e Modernidade – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. MARTINS, R. E. M. W. Formação de professores de geografia no contexto atual do nosso país. Texto apresentado no IV Congresso Internacional de Educação – A Educação nas Fronteiras do Humano, 2005.

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OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Educação e ensino de geografia na realidade brasileira. IN. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Para onde vai o ensino de geografia 9º ed. – São Paulo: Contexto, 2005.

PONTUSCHKA, Nídia Nacib. A geografia: pesquisa e ensino. IN: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.) Novos caminhos da geografia. 5º ed. – São Paulo: Contexto, 2007.

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