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PARÂMETROS LABORATORIAIS PREDITORES DE ANEMIA NUM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

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Academic year: 2021

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

Registro: ISSN 2594-522X

PARÂMETROS LABORATORIAIS PREDITORES DE ANEMIA NUM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

DAMASCENO, A. B.1; VAZ, J. L. S.1; BARBOSA, A. R. M1; SILVA, A. K. M.1; SOUZA, K. A. S.1; VIANA, M. R.1; COSTA, M. F. S.1; COSTA, S. C. R.1; DOURADO, C. S. M.

E.1; CORTEZ, R. V.1

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA, CURSO DE FARMÁCIA, TERESINA, PIAUÍ, BRASIL.

RESUMO

Introdução: A anemia pode ser caracterizada pela redução das células

vermelhas do sangue, muitas vezes acompanhada por uma diminuição dos níveis de hemoglobina ou alteração da morfologia das mesmas. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de anemia em pacientes internados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, no período de novembro/2016 a março/2017. Metodologia: Estudo observacional, analítico e transversal, com dados coletados em prontuários que continham hemograma. Os participantes do estudo foram organizados em: Grupo I, indivíduos com idade entre 18 a 51 anos e Grupo II, com mais de 51 anos. Resultados e

Discussão: Dos 562 prontuários analisados, constatou-se que houve uma

prevalência de 64,41% de indivíduos anêmicos e que a anemia normocítica foi mais comum. Os casos de anemia foram mais frequentes em homens do Grupo II e naqueles com ensino médio completo/incompleto. As comorbidades associadas mais relatadas foram as doenças do fígado, sanguíneas e do sistema circulatório. Conclusões: Constatou-se uma alta prevalência de anemia em internos do Hospital Universitário, sendo esta principalmente do tipo normocítica, ressaltando a importância da triagem desta doença em indivíduos internos hospitalares para que se possa ser tratá-la o mais adequadamente possível.

Palavras-chave – Hematologia; Saúde Pública; Hemoglobina.

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ABSTRACT

Introduction: Anemia can be characterized by the reduction of red blood cells,

often accompanied by a decrease in hemoglobin levels or a change in their morphology. The objective of this study was to evaluate the prevalence of anemia in patients hospitalized at the University Hospital of the Federal University of Piauí from November 2016 to March 2017. Methodology: Observational, analytical and cross-sectional study, with data collected in medical records containing a hemogram. The participants of the study were: Group I, individuals aged 18 to 51 years and Group II, aged over 51 years.

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Results and Discussion: Of the 562 charts analyzed, it was found that there

was a prevalence of 64.41% of anemic individuals and that normocytic anemia was more common. Cases of anemia were more frequent in men in Group II and in those with complete / incomplete high school. The most commonly associated comorbidities were liver, blood, and circulatory system diseases.

Conclusions: It was verified a high prevalence of anemia in University Hospital

inmates, being this mainly of the normocytic type, emphasizing the importance of the screening of this disease in internal hospital subjects so that it can be treated as adequately as possible.

Keywords – Hematology; Public health; Hemoglobin.

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INTRODUÇÃO

A anemia pode ser definida como um estado de deficiência de massa eritrocitária e/ou hemoglobina, resultando em aporte insuficiente de oxigênio para os órgãos e tecidos (BRASIL, 2010). Utilizando-se a definição clássica de anemia da Organização Mundial da Saúde (OMS) “condição na qual a concentração de hemoglobina (Hb) no sangue está abaixo dos valores de referência” são considerados anêmicos homens com dosagens de Hb inferiores a 13 g/dL e mulheres com dosagens inferiores a 12 g/dL (OMS, 2008). Esta síndrome multifatorial corresponde a um dos principais problemas de saúde pública mundial, chegando a afetar mais de um quarto da população do planeta, ou seja, mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo (WHO, 2001).

Estudos demonstraram que cerca de 1/3 dos pacientes hospitalizados apresentam-se anêmicos (BLACKWELL et al., 2001). Ademais, relataram que a presença desta síndrome hematológica no momento da internação está associada a um aumento da mortalidade (GRUSON et al., 2002; SMEKTALA et al., 2008). Os impactos do não diagnóstico da anemia nestes pacientes devem ser considerados e reavaliados, uma vez que pacientes com Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e Insuficiência Renal Crônica (IRC) não responsivos à terapêutica padrão para ICC, apresentaram uma melhora na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, após tratamento da anemia (LEVIN, 2002; SILVERBERGER et al., 2002).

Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de anemia no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), uma vez que o diagnóstico e a correta correlação desta com outras doenças pode melhorar a qualidade de vida destes indivíduos.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional, analítico com delineamento transversal. A coleta de dados foi realizada no laboratório de análises clínicas

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do HU-UFPI, no período de novembro/2016 a março/2017. Foram avaliados todos os prontuários deste período que apresentaram registro dos resultados

do hemograma e outros exames complementares. A amostra do estudo foi

categorizada em dois grupos a fim de se relacionar a prevalência da anemia com a faixa etária: Grupo I, indivíduos com idade variando entre 18 a 51 anos; e Grupo II, internos com mais de 51 anos. Os dados coletados foram analisados utilizando-se os programas Epidata versão 3.1, Microsoft Office Excel 97-2003 e Epi Info 7 versão 7.2.1.0. Realizou-se o teste do qui-quadrado para avaliar a significância estatística dos resultados encontrados, considerando o valor de p no nível de confiança de 95%, e teste de Variância, ANOVA. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI, sob o CAAE n° 44530815.4.0000.5214.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo, realizado no HU-UFPI, incluiu a análise de 562 prontuários de internos. A prevalência da anemia foi de 64,41% (362 pacientes) corroborando com a literatura que afirma que aproximadamente 1/3 dos pacientes internados em um serviço de saúde terciário encontram-se anêmicos (BLACKWELL et al., 2001).

Em relação à faixa etária, no Grupo II identificaram-se 286 prontuários (50,9%) e no Grupo I, 276 prontuários (49,1%). O Grupo II apresentou um maior percentual de casos de anemia (33,7%), este fato pode estar associado ao processo de envelhecimento da população, na qual há uma maior probabilidade de ocorrência e desenvolvimento da anemia. Neste grupo etário, a anemia pode ser advinda de perdas sanguíneas ou deficiências nutricionais relacionadas a doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes mellitus, ou ainda por pelo fato destes indivíduos apresentarem uma menor sensibilidade dos eritroblastos à eritropoetina (GUARALNIK et al., 2004; HOFFBRAND, 2006; LORENZI, 2006; PRICE et al., 2008; ZAGO et al., 2005).

Os casos de anemia foram mais frequentes em pacientes do sexo masculino (33,5%) em comparação ao feminino (31,1%). Estes dados podem estar relacionados ao fato de que uma parcela significativa da amostra feminina não estava em idade reprodutiva (15,9%), já que nesta fase, geralmente há uma prevalência de anemia, principalmente por deficiência de ferro, em virtude de situações específicas, como gravidez, lactação e menstruação (CAMPOS GUERRA et al., 1997; CORRÊA et al., 2004). Além disso, as comorbidades associadas à anemia que apresentaram maior significância estatística e valores absolutos foram mais prevalentes na amostra masculina. Os homens apresentaram maior chance de desenvolver anemia no ambiente hospitalar, porém não houve significância estatística para comprovar esta associação (p>0,05).

A escolaridade apresentou uma relação inversamente proporcional à presença de anemia nos internos da presente pesquisa. Houve uma predominância do ensino médio completo/incompleto (74,4%), seguido de nível

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educacional ignorado (23,5%), sendo que a menor proporção referiu possuir o ensino superior (2,1%).

Quanto à morfologia das células vermelhas, constatou-se que a anemia normocítica apresentou uma prevalência maior (71,5%) em relação aos outros tipos de anemia. A Tabela 1 mostra a distribuição de pacientes anêmicos conforme o sexo e grupo etário. Pode-se observar que o sexo feminino apresentou maior prevalência de anemia normocítica (37%) em relação ao masculino (34,5%), enquanto que, em relação às anemias microcíticas-hipocrômicas e macrocíticas, a amostra masculina apresentou maior percentual, 11,6% e 5,8%, respectivamente. Estes resultados estão de acordo com os achados na literatura, a qual afirma que a anemia normocítica é a mais prevalente em pacientes hospitalizados (CORRÊA et al., 2004; WEISS, 2002).

Tabela 1. Classificação da anemia conforme morfologia das células vermelhas

segundo o sexo e a faixa etária.

GRUPO I GRUPO II ANEMIA M F M F N (%) N (%) N (%) N (%) NORMOCÍTICA 56 (15,5) 67 (18,5) 69 (19,0) 67 (18,5) MICROCÍTICA 25 (6,9) 12 (3,3) 17 (4,7) 13 (3,6) MACROCÍTICA 07 (1,9) 06 (1,7) 14 (3,9) 09 (2,5) TOTAL 88 (24,3) 85 (23,5) 100 (27,6) 89 (24,6)

N – número absoluto; % - valor em porcentagem; M – Masculino; F – Feminino. Fonte: Autoria própria.

A análise da relação entre o diagnóstico de anemia e o grupo de comorbidades associadas ou não a ela mostrou que o sexo masculino apresentou uma maior frequência de doenças do fígado, doenças do sistema digestório, doenças do sistema respiratório e neoplasias. Enquanto o grupo de doenças neurológicas, doenças sanguíneas e o lúpus eritematoso disseminado foram mais proeminentes, em número absoluto, no sexo feminino.

CONCLUSÕES

A partir da realização deste estudo foi possível constatar que no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí houve uma elevada prevalência de anemia, principalmente a do tipo normocítica. Constatou-se ainda uma maior correlação da anemia com as doenças hepáticas, renais, doenças do sistema circulatório e doenças sanguíneas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLACKWELL, S.; HENDRIX, P. C. Common anemias: What Lies Beneath - Anemias Comuns Clinician Reviews. Medscap 2001; 11(3): 53-62.

BRASIL. MINSTÉRIO DA SAÚDE, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, Anemia em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica. Portaria SAS/MS n o

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226, de 10 de maio de 2010. (Retificada em 27.08.10) [acesso em 06 de maio

de 2017]. Disponível em:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_anemia_irc_alfaepoetina_livr o_2010.pdf.

CAMPOS GUERRA, C. C.; CAMPOS GUERRA, J. C. Anemias carenciais.

Revista Brasileira de Medicina 1997; 53(3): 78-112.

CORRÊA, M. et al. Prevalência das anemias em pacientes hospitalizados. Arq

Catarin Med. 2004; 33 (1) 36-41.

GRUSON, K. I. et al. The relationship between admission hemoglobin level and outcome after hip fracture. J Orthop Trauma 2002; 16(1): 39-44.

GUARALNIK, J. et al. Prevalence of anemia in persons 64 years and older in the United States: evidence for a high rate of unexplained anemia. Blood 2004 104 (8): 2263-2268.

HOFFBRAND, A. Essential Haematology. Chapter 3 – Hypochromic Anemias.

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LEVIN, A. Anemia and left ventricular hypertrophy in chronic kidney disease populations: A review of the current state of knowledge. Kidney Internacional 2002; 61(80): 35-8.

LORENZI, T. F. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) (Ed.). Worldwide prevalence of anaemia 1993–2005: WHO Global Database on Anaemia. Espanha: Who

Press, 2008.

PRICE, R. et al. Anemia in tge elderly: introduction. Semin Hematol 2008 45 (4): 207-209.

SILVERBERGER, D. S.; WEXLER, D.; BLUM, M. et al. The correlation of anemia in severe resistant heart failure with erytropoietin and intravenous iron prevents the progression of both the heart and the renal failure and markedly reduces hospitalization. Clinical Nephrology 2002; 58(11): 37-45.

SMEKTALA, R.; ENDRES, H. G.; DASCH, B. et al. The effect of time-to-surgery on outcome in elderly patients with proximal femoral fractures. BMC

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