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MODELO DE IMPUGNAÇÃO EM AÇÃO DE NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.docx

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(1)

Excelentíssimo Dr. Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de Excelentíssimo Dr. Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de ...

...

(deixar

espaço)

(deixar

espaço)

FULANO DE TAL

FULANO DE TAL

- já devidamente qualificado no processo de nº

- já devidamente qualificado no processo de nº

xxxxxxxxxx - em que contende com Banco FULANO DE TAL

xxxxxxxxxx - em que contende com Banco FULANO DE TAL

 – 

 – 

vem,

vem,

com o devido acatamento, à presença de Vossa Excelência,

com o devido acatamento, à presença de Vossa Excelência,

MANIFESTAR acerca da contestação de fls. ..., o que faz nos

MANIFESTAR acerca da contestação de fls. ..., o que faz nos

seguintes

termos:

seguintes

termos:

PRELIMINARMENTE, requer de V. Exa., seja julgado o presente feito

PRELIMINARMENTE, requer de V. Exa., seja julgado o presente feito

à revelia, tendo em vista a intempestividade da contestação apresentada

à revelia, tendo em vista a intempestividade da contestação apresentada

 pelo requerido. O

 pelo requerido. O Requerido recebeu a c

Requerido recebeu a citação no dia ..

itação no dia ...,

...,

juntada aos

juntada aos

autos no dia ... (conforme doc. fl. 40), portanto seu prazo para

autos no dia ... (conforme doc. fl. 40), portanto seu prazo para

contestar iniciou-se no dia ... Ocorre Exa., que o requerido

contestar iniciou-se no dia ... Ocorre Exa., que o requerido

somente protocolou sua contestação no dia ... (doc. fls. 42).

somente protocolou sua contestação no dia ... (doc. fls. 42).

Logo, a teor do artigo 319 do Código de Processo Civil, esta

Logo, a teor do artigo 319 do Código de Processo Civil, esta

caracterizada a revelia, pela apresentação da contestação fora do prazo.

caracterizada a revelia, pela apresentação da contestação fora do prazo.

Se assim, não for o entendimento de V. Exa., passamos a impugnar a

Se assim, não for o entendimento de V. Exa., passamos a impugnar a

contestação.

contestação.

Impugnamos a defesa da requerida in totum, tendo em vista que os

Impugnamos a defesa da requerida in totum, tendo em vista que os

 pedidos

 pedidos

formulados

formulados

pelo

pelo

requerido

requerido

em

em

sua

sua

defesa

defesa

não

não

devem

devem

ser 

ser 

acatados por esse douto Juízo, já que é perfeitamente cabível a ação

acatados por esse douto Juízo, já que é perfeitamente cabível a ação

indenizatória intentada pelo autor, matéria pacífica

indenizatória intentada pelo autor, matéria pacífica nos Tribunais, dotado

nos Tribunais, dotado

assim o autor de interesse de agir, bem como dos requisitos para

assim o autor de interesse de agir, bem como dos requisitos para

admissibilidade.

admissibilidade.

O requerido alega que não há o que se falar em pedido indenizatório,

O requerido alega que não há o que se falar em pedido indenizatório,

haja vista que, o acordo estipulado entre as partes, não havia sido

haja vista que, o acordo estipulado entre as partes, não havia sido

cumprido, pois tal fato só ocorreria com o efetivo levantamento dos

cumprido, pois tal fato só ocorreria com o efetivo levantamento dos

valores depositados judicialmente. Ocorre Excelência, que o

valores depositados judicialmente. Ocorre Excelência, que o

levantamento do valor deu-se em 20/08/2008 (data da intimação do

levantamento do valor deu-se em 20/08/2008 (data da intimação do

requerido para retirada dos autos do alvará judicial)

requerido para retirada dos autos do alvará judicial)

 – 

 – 

doc. Anexo. Que

doc. Anexo. Que

conforme se vislumbra no andamento processual, em anexo, não havia

conforme se vislumbra no andamento processual, em anexo, não havia

sido

feito

até

a

data

de

02/06/2008.

(2)

O acordo foi efetivamente cumprido em 20/08/2008, pois o alvará estava

O acordo foi efetivamente cumprido em 20/08/2008, pois o alvará estava

à disposição do requerido, que por negligência não foi retirá-lo.

à disposição do requerido, que por negligência não foi retirá-lo.

Cumpre acrescentar que a negativação do autor deu-se em 20/09/2008,

Cumpre acrescentar que a negativação do autor deu-se em 20/09/2008,

data posterior a homologação judicial do acordo firmado entre as partes

data posterior a homologação judicial do acordo firmado entre as partes

(31/07/2008), e, também, da data em que o valor, depositado

(31/07/2008), e, também, da data em que o valor, depositado

 judicialmente,

 judicialmente,

foi

foi

posto

posto

a

a

disposição

disposição

do

do

requerido

requerido

(20/08/2008).

(20/08/2008).

O autor cumpriu todas as condições do acordo, e, ainda, teve sua moral

O autor cumpriu todas as condições do acordo, e, ainda, teve sua moral

abalada ao tentar efetivar uma compra e ser informado sobre a

abalada ao tentar efetivar uma compra e ser informado sobre a

negativação

irregular

de

seu

nome.

negativação

irregular

de

seu

nome.

A Requerida CULPOSAMENTE não preservou o nome do autor;

A Requerida CULPOSAMENTE não preservou o nome do autor;

deixando por total desleixo e maus procedimentos internos ser injusta e

deixando por total desleixo e maus procedimentos internos ser injusta e

ilegal a punição do autor com a inscrição de seu nome no rol dos

ilegal a punição do autor com a inscrição de seu nome no rol dos

"caloteiros" e "maus pagadores”.

"caloteiros" e "maus pagadores”.

 Neste sentido tem

 Neste sentido tem-se manifestados noss

-se manifestados nossos Tribunais, senão vejam

os Tribunais, senão vejam

os:

os:

CONSUMIDOR. DANO MORAL. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.

CONSUMIDOR. DANO MORAL. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. QUANTIFICAÇÃO.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. QUANTIFICAÇÃO.

Sendo indevida a negativação procedida pela operadora de telefonia, já

Sendo indevida a negativação procedida pela operadora de telefonia, já

que desconforme ao acordo judicial vertido em processo anterior no

que desconforme ao acordo judicial vertido em processo anterior no

sentido de desconstituição de débito e

sentido de desconstituição de débito e cancelamento de linha, responde a

cancelamento de linha, responde a

ofensora pelo dano moral puro decorrente. Quantificação da indenização

ofensora pelo dano moral puro decorrente. Quantificação da indenização

que se revela até mesmo inferior aos parâmetros adotados pela Turma

que se revela até mesmo inferior aos parâmetros adotados pela Turma

 para

 para

situações

situações

de

de

negativação

negativação

indevida,

indevida,

tornando

tornando

impossível

impossível

a

a

redução

redução

 postulada.

 postulada.

Sentença

Sentença

confirmada

confirmada

pelos

pelos

próprios

próprios

fundamentos.

fundamentos.

Recurso desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71001625698,

Recurso desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71001625698,

Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: João Pedro

Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: João Pedro

Cavalli

Junior,

Julgado

em

05/06/2008)

Cavalli

Junior,

Julgado

em

05/06/2008)

AÇÃO

DE

INDENIZAÇÃO.

NEGATIVAÇÃO

INDEVIDA.

AÇÃO

DE

INDENIZAÇÃO.

NEGATIVAÇÃO

INDEVIDA.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. DANO MORAL

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. DANO MORAL

PURO

CONFIGURADO.

MODIFICAÇÃO

DO

QUANTUM

PURO

CONFIGURADO.

MODIFICAÇÃO

DO

QUANTUM

INDENIZATÓRIO.

INDENIZATÓRIO.

Caso em que a parte autora teve o seu nome inscrito pela ré em órgãos

Caso em que a parte autora teve o seu nome inscrito pela ré em órgãos

restritivos de crédito após acordo homologado judicialmente. A parte

restritivos de crédito após acordo homologado judicialmente. A parte

autora adimpliu sua parte do acordo, enquanto a

autora adimpliu sua parte do acordo, enquanto a ré não honrou cumprir a

ré não honrou cumprir a

sua, evidenciando a ilegitimidade da negativação e o conseqüente dever 

sua, evidenciando a ilegitimidade da negativação e o conseqüente dever 

(3)

O acordo foi efetivamente cumprido em 20/08/2008, pois o alvará estava

O acordo foi efetivamente cumprido em 20/08/2008, pois o alvará estava

à disposição do requerido, que por negligência não foi retirá-lo.

à disposição do requerido, que por negligência não foi retirá-lo.

Cumpre acrescentar que a negativação do autor deu-se em 20/09/2008,

Cumpre acrescentar que a negativação do autor deu-se em 20/09/2008,

data posterior a homologação judicial do acordo firmado entre as partes

data posterior a homologação judicial do acordo firmado entre as partes

(31/07/2008), e, também, da data em que o valor, depositado

(31/07/2008), e, também, da data em que o valor, depositado

 judicialmente,

 judicialmente,

foi

foi

posto

posto

a

a

disposição

disposição

do

do

requerido

requerido

(20/08/2008).

(20/08/2008).

O autor cumpriu todas as condições do acordo, e, ainda, teve sua moral

O autor cumpriu todas as condições do acordo, e, ainda, teve sua moral

abalada ao tentar efetivar uma compra e ser informado sobre a

abalada ao tentar efetivar uma compra e ser informado sobre a

negativação

irregular

de

seu

nome.

negativação

irregular

de

seu

nome.

A Requerida CULPOSAMENTE não preservou o nome do autor;

A Requerida CULPOSAMENTE não preservou o nome do autor;

deixando por total desleixo e maus procedimentos internos ser injusta e

deixando por total desleixo e maus procedimentos internos ser injusta e

ilegal a punição do autor com a inscrição de seu nome no rol dos

ilegal a punição do autor com a inscrição de seu nome no rol dos

"caloteiros" e "maus pagadores”.

"caloteiros" e "maus pagadores”.

 Neste sentido tem

 Neste sentido tem-se manifestados noss

-se manifestados nossos Tribunais, senão vejam

os Tribunais, senão vejam

os:

os:

CONSUMIDOR. DANO MORAL. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.

CONSUMIDOR. DANO MORAL. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. QUANTIFICAÇÃO.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. QUANTIFICAÇÃO.

Sendo indevida a negativação procedida pela operadora de telefonia, já

Sendo indevida a negativação procedida pela operadora de telefonia, já

que desconforme ao acordo judicial vertido em processo anterior no

que desconforme ao acordo judicial vertido em processo anterior no

sentido de desconstituição de débito e

sentido de desconstituição de débito e cancelamento de linha, responde a

cancelamento de linha, responde a

ofensora pelo dano moral puro decorrente. Quantificação da indenização

ofensora pelo dano moral puro decorrente. Quantificação da indenização

que se revela até mesmo inferior aos parâmetros adotados pela Turma

que se revela até mesmo inferior aos parâmetros adotados pela Turma

 para

 para

situações

situações

de

de

negativação

negativação

indevida,

indevida,

tornando

tornando

impossível

impossível

a

a

redução

redução

 postulada.

 postulada.

Sentença

Sentença

confirmada

confirmada

pelos

pelos

próprios

próprios

fundamentos.

fundamentos.

Recurso desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71001625698,

Recurso desprovido. Unânime. (Recurso Cível Nº 71001625698,

Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: João Pedro

Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: João Pedro

Cavalli

Junior,

Julgado

em

05/06/2008)

Cavalli

Junior,

Julgado

em

05/06/2008)

AÇÃO

DE

INDENIZAÇÃO.

NEGATIVAÇÃO

INDEVIDA.

AÇÃO

DE

INDENIZAÇÃO.

NEGATIVAÇÃO

INDEVIDA.

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. DANO MORAL

DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. DANO MORAL

PURO

CONFIGURADO.

MODIFICAÇÃO

DO

QUANTUM

PURO

CONFIGURADO.

MODIFICAÇÃO

DO

QUANTUM

INDENIZATÓRIO.

INDENIZATÓRIO.

Caso em que a parte autora teve o seu nome inscrito pela ré em órgãos

Caso em que a parte autora teve o seu nome inscrito pela ré em órgãos

restritivos de crédito após acordo homologado judicialmente. A parte

restritivos de crédito após acordo homologado judicialmente. A parte

autora adimpliu sua parte do acordo, enquanto a

autora adimpliu sua parte do acordo, enquanto a ré não honrou cumprir a

ré não honrou cumprir a

sua, evidenciando a ilegitimidade da negativação e o conseqüente dever 

sua, evidenciando a ilegitimidade da negativação e o conseqüente dever 

(4)

de

indenizar.

Dano

in

re

ipsa.

de

indenizar.

Dano

in

re

ipsa.

Dano moral deferido em valor não adequado aos parâmetros da Turma

Dano moral deferido em valor não adequado aos parâmetros da Turma

 para

 para

casos

casos

análogos,

análogos,

comportando

comportando

majoração.

majoração.

Recurso

Recurso

da

da

demandante

demandante

 provido.

 provido.

Recurso

Recurso

da

da

desprovido.

desprovido.

Unânime.

Unânime.

(Recurso

(Recurso

Cível

Cível

71001337633, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,

71001337633, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,

Relator: João Pedro Cavalli Junior, Julgado em 16/08/2007)

Relator: João Pedro Cavalli Junior, Julgado em 16/08/2007)

De outra banda, é de bom alvitre esclarecer que o Código de Defesa do

De outra banda, é de bom alvitre esclarecer que o Código de Defesa do

Consumidor foi editado para proteger pessoas como o autor, parte mais

Consumidor foi editado para proteger pessoas como o autor, parte mais

fraca,

dos

abusos

cometidos

pelo

contestante.

fraca,

dos

abusos

cometidos

pelo

contestante.

Pelo exposto, requer digne-se V. Exa., em julgar totalmente procedente a

Pelo exposto, requer digne-se V. Exa., em julgar totalmente procedente a

 presente

 presente

ação,

ação,

nos

nos

termos

termos

postulados

postulados

na

na

inicial,

inicial,

devido

devido

aos

aos

infundados

infundados

fundamentos

lançados

pelo

requerido

em

sua

defesa.

fundamentos

lançados

pelo

requerido

em

sua

defesa.

 Nestes

 Nestes

termos,

termos,

pede

pede

deferimento.

deferimento.

Cidade

-

UF,

00/00/0000.

Cidade

-

UF,

00/00/0000.

FULANO

DE

TAL

FULANO

DE

TAL

OAB/XX ...

OAB/XX ...

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...,..., ESTADO DO ...

ESTADO DO ... AUTOS Nº ... AUTOS Nº ...

..., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ..., portador (a) do CIRG ..., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ..., portador (a) do CIRG n.º ... e do CPF n.º ..., residente e d

n.º ... e do CPF n.º ..., residente e domiciliado (a) na Rua ..., n.º ..., Bairroomiciliado (a) na Rua ..., n.º ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante ..., Cidade ..., Estado ..., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório

procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito àprofissional sito à Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., onde recebe notificações e Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que contende com

intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que contende com ..., à..., à presença de Vossa Excelência propor

presença de Vossa Excelência propor IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DAS PRELIMINARES DA DEFESA

DAS PRELIMINARES DA DEFESA 1.Direi em proêmio que: "SE A

1.Direi em proêmio que: "SE ALGUM DIA VOCÊS FOREM SURPREENDIDOS PELALGUM DIA VOCÊS FOREM SURPREENDIDOS PELA INJUSTIÇA OU PELA INGRATIDÃO, NÃO DEIXEM DE CRER NA VIDA, DE

INJUSTIÇA OU PELA INGRATIDÃO, NÃO DEIXEM DE CRER NA VIDA, DE ENGRANDECÊ-LA PELA DECÊNCIA, DE CONSTRUÍ-LA PELO

(5)

Queiroz)

2.Para a autora, esses mandamentos, calham, como uma luva, na presente quaestio, que ora é submetida ao sábio e ao justo exame desse digno Juízo. 3.As razões trazidas a pretório pela Ré, jamais poderão prosperar, uma vez que destituídas do mínimo suporte fático ou legal e/ou documental, foram lançadas no único escopo de procrastinar a demanda em detrimento da Autora, não ofertando nenhuma prova, tentando em vãs alegações mascarar a responsabilidade que está "in re ipsa".

Com efeito, a qualquer que se faça da peça contestatória pois mais superficial que seja, nota-se a sua fragilidade, e inconsistência, tendo a Ré se limitado a negação  justa postulares da Autora, sem no entanto apresentar qualquer prova em relação

as suas mendazes assertivas, não carreando ao bojo do processado NENHUM documento, conforme se verifica.

DO MÉRITO

5) NA OCASIÃO DA SUSPENSÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

Os autos revelam que a conta de energia elétrica estava completamente quitada na data do vencimento, não havendo qualquer motivo para que "automaticamente" os sistemas que controlam a cobrança das faturas de consumo de energia elétrica da ré procedessem a emissão de via "on line" ordem para a equipe de rua da região efetuarem a suspensão no fornecimento de energia elétrica.

Nesse passo, o que é importante ressaltar, é que NENHUM DOCUMENTO foi trazido a baila para comprovar a realidade dessas absurdas alegações, posto que nenhum documento poderia existir diante da real circunstância de que a conta de energia elétrica estava rigorosamente paga.

Tão aberrante é a pretensão da Demandada que argumenta estapafúrdias alegações tecidas em caráter totalmente protelatório de queda de consumo

energia, tornando-se todavia incontroversas as argumentações de defesa, visto que se realmente ocorresse a Demandante estaria com fornecimento de energia

comum, contrário do que realmente ocorre. Mais uma vez, não é verdade a assertiva de defesa, contribuindo para as afirmações contidas no petitório defensorial restarem escoteiras, sem qualquer adminículo probatório.

S.m.j. quem está agindo, literalmente, de forma ardilosa, tentando modificar a realidade dos fatos para, certamente, protelar a demanda, é a Ré. Sim, porquanto alegar que ".. que os atos praticados pela Ré são legítimos...". É mister relembrar, que a empresa é uma prestadora de serviço(Ré) devendo previamente 72 horas, avisar a Autora sobre a possibilidade de interrupções do fornecimento de energia, conforme consta em Capítulo VI, 1.2, das Condições Gerais de fornecimento e Contrato de Fornecimento de Energia Elétrica acostado aos autos, é esquecer-se com que amnésia tivesse, ter em contrato elaborado e assinado por esta r.

Instituição prestadora de serviço o sua primordial responsabilidade. Não pode a Autora deixar de consignar seu inconformismo com o procedimento da Ré.

(6)

Efetivamente, não. Contrariamente, está se omitindo, o que não se admite. Diante disso, ocasionou danos de grande monta e um enorme prejuízo para sua reputação em relação ao mercado, denegrindo e abalando a imagem e a honra perante clientes, funcionários e fornecedores que ali encontravam-se.

Conspira, por fim, em prol da causa de pedir, a prova inequívoca documental dos cálculos criteriosamente elaborado com base na Portaria 466/97 do DNAEE, da Ré, para eximir-se de sua Responsabilidade ou por documentos de queda de consumo de energia, o que na realidade jamais conseguirá, pois se o principal não existe o que se dirá do acessório.????

6.DO CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA COMO NORMA LEGAL IMPERATIVA No que tange ao argumentado em defesa, mente a contestante, pelos seus próprios documentos, pois como tecido supra, a Ré OBRIGATORIAMENTE como consta em contrato de prestação de serviço deveria comunicar com antecedência de 72 horas o corte de energia, o que não ocorreu.

Nada obstante, para rechaçar as inverdades proferidas na defesa, refuta-se a Ré de sua obrigação lançando jurisprudência atípica ao caso em tela, tentando em total desespero de causa inverter o ônus probatório, não se robustecendo por nenhum adminículo probatório documental, ao contrário da Autora ampara-se legalmente e declina documentos comprobatórios ao seu direito lesado injustamente. Contudo, não pode ela sofrer os efeitos da lesão jurídica causada pela conduta desconexa da Ré, que foge de qualquer normal comportamento antijurídico-comercial.

Eis a contradição!

Inobstante isto, acresce notar que a Contestante colaciona como caso idêntico ao sub-judice "fraude em relógio medidor da ... S/A", equivocando-se em suas assertivas de defesa, uma vez que a autora é uma empresa com produção e comércio de pneus, com cabine primária de energia, sendo assim o acesso é restrito ao relógio medidor pela própria empresa prestadora de serviço possuindo em sua posse exclusiva as chaves desse acesso. E assim sendo, JAMAIS poder-se-ia falar em fraude em relógio medidor por parte da Autora.

De mais a mais, a lei presume, entretanto, a participação exclusiva do fornecedor na causação do dano, restringindo a ele a responsabilidade perante o consumidor, nos casos do fornecimento de produtos "in natura", Isto significa que ao fornecedor , no mercado de consumo, a lei impõe um dever de qualidade dos produtos e

serviços que presta. Descumprido este dever surgirão efeitos contratuais

(inadimplemento contratual ou ônus de suportar os efeitos do dano), de reparar os danos causados ao consumidor do produto ou do serviço contratado.

7.DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS

A propósito desse assunto, ao ventilar os princípios gerais e Constitucionais que regem essa matéria, afirmou um Ministro do Supremo Tribunal Federal que:

(7)

"A reparabilidade do dano moral e material tem fundamento no inciso X do artigo 5º da Constituição. As pessoas ali referidas, explica-se, não são, necessariamente, pessoas físicas. Isso posto, entende-se que o patrimônio moral e material, em qualquer hipótese, merece tutela civil e penal, inclusive para reparação".

DA JURISPRUDÊNCIA: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Recurso Especial N º 000772/90. Relator:Ministro WALDEMAR ZVEITER e Ministro EDUARDO RIBEIRO. EMENTA: Responsabilidade civil - Indenização - Dano Moral e Material. Se existe dano material e dano moral, ambos ensejando indenização, esta será devida como ressarcimento de cada um deles, ainda que oriundo do mesmo fato. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Recurso Especial Nº 0008768 Relator:Ministro Barros Monteiro EMENTA: Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos entendimentos e nos afetos de uma pessoa, confira-se o dano moral, passível de indenização. Recurso Especial conhecido e provido.

INDENIZAÇÃO - Dano moral. Reparação que independe da existência de seqüelas somáticas. Inteligência do art. 5 º, V, da CF e da Súm.37 do STJ. Ante o texto

constitucional novo é indenizável o dano moral, sem que tenha a norma (art. 5º, V) condicionado a reparação à existência de seqüelas somáticas. Dano moral é moral. (1 º TACSP - EI 522.690/8-1 - 2 º Gr. Cs - Rel. Juiz Octaviano Santos Lobo - j. 23.06.94) (RT. 712/170)

"DANO MORAL - indenização - Pessoa Jurídica - Admissibilidade - inteligência da Lei 5.250/67 - Verba devida - voto vencido -"

"O dano simplesmente moral existe pela ofensa e dela é presumida. Basta a ofensa para justificar a indenização.

A imagem e a boa fama não são atributos exclusivos das pessoas físicas.

A Lei 5.250/67 consagra a indenização por danos morais; desta sorte, também a pessoa jurídica pode pleitear reparação por dano exclusivamente moral"

(TJDF,AP36.177/95, 4ªTurma,J.04.03.96, Rel.Des.Carmelita Brasil, RT 733/297). DOUTRINA: " O interesse em restabelecer o equilíbrio moral e patrimonial violado pelo dano é a fonte geradora da responsabilidade civil. Na responsabilidade civil são a perda ou a diminuição verificadas no patrimônio do lesado e o dano moral que geram a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor da lesão ou pelo risco".(MARIA HELENA DINIZ, apud, INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ob. cit). "...A responsabilidade civil cinge-se, portanto, à reparação do dano moral ou

patrimonial causado, garantindo o direito do lesado à segurança, mediante o pleno ressarcimento do prejuízo, restabelecendo-se na medida do possível do statu quo ante. Na atualidade, o princípio que domina a responsabilidade civil é o da restitutio in integrum, ou seja, da completa reposição da vítima à situação anterior à

lesão".(idem) "Quando a vítima ou o lesado indireto reclama reparação pecuniária em virtude do dano moral que recai, por exemplo, sobre a honra, imagem, ou nome profissional não está pedindo um preço para a dor sentida, mas a penas que lhe outorgue um meio de atenuar em parte as conseqüências do prejuízo,

(8)

dor ao propiciar alguma sensação de bem estar, pois, injusto e imoral seria deixar impune o ofensor ante as graves conseqüências provocadas pela sua falta. Na reparação do dano moral, o dinheiro não desempenha função de equivalência, como no dano patrimonial, porque não se pode avaliar economicamente valores dessa natureza, por isso, tem,, concomitantemente, a função satisfatória e a de pena".(obra acima citada). Reitera-se da Exordial

DOS PEDIDOS

Pelo supra-exposto, faz-se, concessa venia, a forma replicante que sobretudo se estagna pela procedência da inicial a qual, por esta proficiente lavra, estabelecer-se-á integralmente correspondida em seu desiderato; assim espera a promovente. Que advenha toda a plenitude requestada! Justiça é desejo firme e contínuo de dar a cada um o que lhe é devido(Justiniano)

Nesses Termos, Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

MODELO DE IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO JESP

CÍVEL

EXMA. Sr.ª. Dr.ª. JUIZA DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PARACATU - M.G.

 Autos nº

---Secretaria do Juizado Especial Cível

---, já qualificado nos autos supra, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de V. Exa.,IMPUGNARa contestação, nos seguintes termos:

(9)

PRELIMINARMENTE , cumpre salientar que na Contestação apresentada de fls. 12/19 alega o Demandado a ilegitimidade passiva“ad causam” e o interesse de agir.

Quanto à ilegitimidade “ad causam” cumpre salientar que o veículo foi adquirido diretamente e

pessoalmente do Sr. Sebastião Pereira Bueno, conforme descrito na síntese no pedido inicial, recebendo do mesmo todos os documentos necessários na transação comercial. Salienta-se que a ex-proprietária, conforme informado pelo demandado, no ato da transação comercial é amasia do demandado.

Consta na contestação onde o próprio Demandado se contraria no item “1.2 Interesse de Agir”, vindo alegar que “que o ora réu não apresentara a sua pretensão inclinando-se ao desfazimentodo negócio”.

Desta forma Exa., caracterizado esta a contradição plena entre a alegação de ilegitimidade e a de interesse de agir, vindo desta forma demonstrar e provar que a realização do negócio foi feita entre ambas as partes do presente processo.

No que se refere ao valor da causa cumpre ratificar a apresentação dos documentos fls. 05/07, onde o menor valor dos três orçamentos apresentados é o mesmo valor requerido na inicial.

O pedido inicial em momento algum contraria os termos previstos em nossa lei adjetiva processual.

Quanto ao pedido contraposto, cumpre informar que nenhum documento foi apresentado pelo Demandado referente ao alegado no referido pedido.

Que o autor em momento algum no ato da aquisição foi informado sobre os defeitos no veículo adquirido.

Desta forma verifica-se que a negociação do veiculo foi realizada entre o Autor e o Demandado, sendo este inteiramente responsável pela falta de informação e ocultação dos danos do veículo devendo o mesmo arcar com o pagamento do débito para o conserto do veículo.

Isto posto, o autor Impugna todos os fatos da Contestação e considerando os fatos supra, e estando devidamente provado a responsabilidade do demandado, o autor da inicial requer à V. Exa.,que seja designado Audiência de Instrução e Julgamento, caso necessário, onde se provará todos os fatos alegados na inicial, requerendo desde já a procedência do pedido inicial, nos termos legais, por ser de direito e Justiça.

(10)

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, depoimento pessoal do Demandado, que desde já se requer, sob pena de confesso, bem como, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas que comparecerão em audiência, caso designada, independente de intimação, juntada de documentos, etc.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Paracatu, -- de --- de 2.010.

 ADVOGADO

OAB/MG

EX: DE PETIÇÃO CONTRA O MERCADO LIVRE.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL CIRCUNSCRIÇAO JUDICIARIA DE SAMAMBAIA.

XXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, Brigadista, portador da cédula de identidade RG nº XXXXXXX/SSP-DF, e do CPF XXXXXXXXX, residente na Quadra:XXX, Conj: XX Casa XX. Recanto das Emas, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., propor a presente neste D. JUIZO.

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face de, MERCADOLIVRE.COM ATIVIDADES DE INTERNET LTDA., inscrita no CNPJ sob o nº 03.361.252/0001-34, com endereço na Avenida. Yojiro Takaoka, n° 4350, conjunto 5 A, Bairro Alphaville, Santana do Parnaiba- SP, CEP: 06541-038, pelos motivos de fato e de direito que, articuladamente, passa a expor:

DOS FATOS

Eu ofereci um produto (vídeo game) para venda no site http://www.mercadolivre.com.br/ no valor de R$ 1.OOO (Mil reais). No dia 10 de junho de 2010, recebi um e-mail do mercado livre, me informado que já poderia efetuar a postagem com segurança para a usuária, pois Segunda a EMPRESA RÉ, recebeu o valo R$1.150.00 (Mil sento e cinqüenta reais). Incluindo R$ 150.00 (Cento e cinqüenta reais). de custo de envio, e que a RÉ ficaria com o dinheiro ate que o comprador confirme o recebimento.(documento em anexo).

Recebi um e-mail da compradora confirmando que já tinha feito o pagamento. Enviei o produto no dia 10/06/2010. Pelo Sedex 10, foi cobrado uma taxa de R$ 80.00 (oitenta reais). Chegando no local no dia 11/06/2010. (Em anexo).

(11)

Depois que foi confirmado o recebimento entrei em contato com RÉ, para libera o dinheiro, pois o envio já tinha sido feito. Que me oriento a entra em contato novamente, pela minha área restrita. (Em anexo). Seguindo as orientações RÉ, entrei novamente em contato, fui informado que em meu cadastro não foi identificado nenhuma transação (Em anexo).

Por diversas vezes tentei resolver este impasse de forma amigável, no entanto nunca teve êxito. Mandei vários e-mails com o código de rastreamento do produto, no entanto a Ré me respondeu que o código que mandei constava invalido no site dos correios, (em anexo) no outro dia enviei o mesmo código, e desta vez fui informado que o código constava válido e que a empresa Ré estaria analisando a mensagem que eu recebi.(doc. Em anexo).

No dia 21 de junho de 2010, fui informado que a empresa Ré tinha analisado o e-mail que recebi e constatou que o este, não tinha sido enviado por ela, informou ainda que o valor não seria ressarcido (em anexo) .

Ora, MM. JUIZ, na minha área restrita do mercado livre consta que meu produto foi vendido e quando abro o e-mail essa informação é confirmada. E a empresa Ré me manda e-mail querendo que eu qualifique a venda. (em anexo).

DA LEGITMIDADE PASSIVA AD CAUSAM

Neste tocante, registre-se a necessidade de que figurem ambos os Réus no pólo passivo da demanda, eis que, porquanto o primeiro veicula a publicidade do Segundo e esta última desrespeita todos os princípios basilares da relação de consumo, incide a disposição do Parágrafo Único do art. 7° do Código de defesa do Consumidor, nos seguintes

termos:Parágrafo Único.

“Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo"

“A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos’; (inciso VI do art. 6° do CDC)

DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Por se tratar de relação de consumo, aplicam-se ao caso dos autos todos os dispositivos legais elencados no Código de defesa do Consumidor, razão ante a qual, devem ser destacadas as seguintes considerações. Há de se frisar a responsabilidade objetiva de ambos os

demandados, em que pese a inteligência do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, dispondo o que segue.

"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos." "Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer  forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utiliza e ingressa o contrato que vier a ser  celebrado."

Tomando por base a dicção desse artigo, nota-se que a intenção do legislador foi tão somente ajustar as ofertas publicitárias ao principio de boa-fé, se vincule à prestação dos serviços. Também nesse diapasão, a legislação consumerista assegura a possibilidade de exigir a restituição imediata da quantia que fui lesado.

Não menos importante, destaca-se que o ônus de provar a adimplência de tudo quanto exposto em mensagem publicitária.

"Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina."

Por tudo quanto exposto, verifica-se a presença de todos os elementos que garantem a mim a restituição do valor que fui lesado.

DOS DANOS MORAIS

Hodiernamente, encontra-se pacificado e sumulado o entendimento de que são cumuláveis os pedidos de indenização por danos morais e materiais, pelo que, tornam-se despiciendos

quaisquer outros comentários acerca da matéria.Sob este mesmo vértice, vide a Súmula n° 37 do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:

(12)

mesmo fato."

Esclareça-se, também, que os constrangimentos de que veio sofrendo não representam aborrecimentos naturais do cotidiano, posto que, conforme vastamente demonstrado, assim, não se pode admitir que um consumidor, vendo-se privado do seu patrimônio, não mereça ser  ressarcido pelo constrangimento sofrido, em que pese o caráter punitivo da condenação por  danos morais, visando-se, assim, a evitar que os Réus reeditem o desrespeito observado no caso dos autos, pelo que, o valor da condenação deve ser suficiente para esse fim específico.  A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento por uma

satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente punitivo no tocante ao causador do dano, que vendo doer em seu mais sensível "órgão" (o bolso), certamente refletirão melhor  antes veicular ofertas que não estão aptos a cumprir.

Isto tudo revela que o ser humano tem uma esfera de valores próprios que são postos em sua conduta não apenas em relação ao Estado, mas, também, na convivência com os seus

semelhantes. Respeitam-se, por isso mesmo, não apenas aqueles direitos que repercutem no seu patrimônio material, de pronto aferível, mas aqueles direitos relativos aos seus valores pessoais, que repercutem nos seus sentimentos, postos à luz diante dos outros homens.  Assim sendo, restam fartamente configurados os danos morais sofridos por mim, razão ante a

qual requer-se a condenação dos RÉUS de forma solidária. DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

Que sejam citados a Ré, por via postal, no endereço inicialmente declinado, para que, querendo, apresentem resposta, sob pena de confissão e revelia;

No mérito, seja a Ré condenada a ressarcir o valor R$1.080 (Mil e oitenta reais) que fui lesado, sejam condenados a indenizá-lo pelos danos morais experimentados, em valor pecuniário equivalente R$ 6.800,00 (Seis mil e oitocentos reais).

Requer que seja prestada assistência judiciária, nos termos do artigo 9.I, da lei n° 9.099/95. Protesta-se, por fim, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção, inclusive o depoimento pessoal dos representantes legais do Demandado, sob pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ 7.880,00 (Sete mil oitocentos e oitenta reais). Nestes termos, pede deferimento. SAMAMBAIA/DF 30/xx/xxxx. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. http://www.e-commerce.org.br/modelo_de_negocio.php http://www.veja.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1063

(13)

https://www.google.com.br/#q=modelo+de+impugnacao+contra+mercado+pago&hl=pt&ei=h c5ZUYT2EZGz0QHEh4DQDQ&start=10&sa=N&bav=on.2,or.r_qf.&bvm=bv.44442042,d.eWU&f  p=86e2488c9e148150&biw=1280&bih=600 http://www.igf.com.br/blog/modelos-de-documentos/Peticao/Civil-e-processo- civil/Impugnacao-a-contestacao-em-acao-de-indenizacao-sob-alegacao-de-ma-fe-da-seguradora-refutando-se-os-pedidos-de-pagamento-do-seguro-pelo-valor-de-mercado

Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça

2ª Câmara Cível

Data de distribuição:30/05/2007 Data de julgamento:25/07/2007 100.001. Apelação Cível

Origem: 00120060167610 Porto Velho/RO (6ª Vara Cível, Falência e Concordata)

 Apelante: Mercadolivre.Com Atividades de Internet Ltda.

 Advogados: Marcos Antônio Metchko (OAB/RO 1.482) e outros  Apelado: Rodrigo Reis Ribeiro

 Advogado: Rodrigo Reis Ribeiro (OAB/RO 1.659)

Relatora: Juíza Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres Revisor: Desembargador Miguel Monico Neto

RELATÓRIO

Trata-se de apelação cível interposta por Mercadolivre.com Atividades de Internet Ltda. objetivando a reforma da sentença proferida pelo juízo da 6ª Vara Cível, Falência e Concordata de Porto Velho, que julgou procedentes os pedidos articulados em ação de indenização por danos materiais e morais, em virtude da ausência de entrega de produto adquirido por meio do portal eletrônico mantido pelo apelante na internet.

A sentença consignou que se a empresa oferece produto em seu site, promove a intermediação do negócio e ainda recebe comissão pela transação efetuada, de modo que lhe incumbe ressarcir eventuais prejuízos aos consumidores. Alude ainda que existiu, no presente caso, relação de consumo entre as partes, e, neste caso, a responsabilidade do fornecedor independe de culpa.

Rememorando os fatos com vistas a possibilitar maior conhecimento sobre a matéria nova nesta Câmara, narra o apelado que adquiriu, em 7/2/2006, um aparelho Pen Drive/MP3 Player - 512MB 5X1 pelo site www.mercadolivre.com.br, no valor de R$150,00.

(14)

sendo que o apelante recebeu inclusive comissão em razão da venda realizada. Em sua contestação e na ocasião do apelo, o apelante argüiu preliminar de ilegitimidade passiva. Quanto ao mérito, defende a inaplicabilidade doCDC e a impossibilidade de ser responsabilizado por fato de terceiro, visto que não houve sua intervenção na compra realizada com terceiro, agindo tão-somente como veículo pelo qual tomou conhecimento da oferta realizada pela vendedora Aline Machado.

Argumenta ainda que cumpria ao comprador a observância de determinadas

cautelas ao negociar. Esclarece que veicula uma série de orientações àqueles que acessam o site, a fim de garantir uma contratação segura. Pugna pelo

desacolhimento da pretensão inicial, consignando ainda que não é fornecedora de produtos adquiridos e não firmou contrato de compra e venda, sequer assumiu obrigação de entregar o produto.

O apelado discorre inicialmente sobre as atividades do apelante e dos termos e condições gerais do uso do site.

Preliminarmente, suscita sua ilegitimidade passiva.

No mérito, sustenta a inexistência de ato ilícito praticado, ao teor dos

arts. 186 e 927 doCC., e afirma que não lhe pode ser imposto o dever de indenizar  quer sobre a ótica cível ou no âmbito consumerista.

 Aduz inexistir danos de cunho moral, e alternativamente, pede a redução do quantum indenizatório.

Contra-razões às fls. 198/202 dos autos. É o relatório.

Quem atua no mercado de consumo ou presta um serviço específico, tal qual o apelante, deve cercar-se de mecanismos capazes de prevenir e coibir danos a consumidores.  Assentada a responsabilidade da ré, resta que se perquira sobre a eventual culpa

(15)

 Assim sendo, resta evidente a responsabilidade civil consumerista atribuída ao apelante. Neste sentido, a jurisprudência indicada pelo juízo a quo, originária do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é pontual em reconhecer a responsabilidade do Mercado Livre.

Extraio ainda notícia do site Consultor Jurídico informando a condenação do site Mercadolivre por não entregar produto, indicando que a decisão foi dada em primeira instância da 33ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, da lavra do Juiz José Antônio Braga, nos autos do Processo n. 024.04.423.387-2, senão vejamos:

Compra na rede

Site Mercado Livre é condenado por não entregar produto

O site de vendas Mercado Livre terá de ressarcir uma consumidora por não cumprir a promessa de entregar o produto que ela comprou. A decisão é do juiz da 33ª Vara Cível de Belo Horizonte, José Antônio Braga. O juiz julgou o pedido parcialmente procedente e condenou o site a indenizar a consumidora em R$ 205 por danos materiais. Cabe recurso.  A estudante comprou um mini gravador através do site de vendas no dia 15 de junho de

2004. Pagou pela mercadoria R$ 193, com preço do sedex incluso. Porém, em casa, o gravador apresentou problemas. As informações são do TJ-MG.

 A estudante entrou em contato com o site e com o vendedor. Foi combinado que ela enviaria o gravador para São Paulo e receberia de volta um produto novo, o que não aconteceu. Inconformada, a estudante entrou em contato novamente e descobriu que o vendedor foi desabilitado pelo site.

Sem alternativa, a estudante ajuizou Ação Redibitória cumulada com pedido de indenização contra o site e o vendedor.

Em sua defesa, o Mercado Livre alegou que apenas disponibiliza um espaço para oferta de bens e que a finalização do negócio é feita entre comprador e vendedor. Além disso, sustentou que fornece serviço e não produtos. Também disse que não recebeu nenhum lucro pelo negócio, não podendo figurar como réu no processo. Como o vendedor não foi encontrado, a empresa foi condenada ainda a pagar  custas processuais e os honorários advocatícios.

Para o juiz, "se há falhas e o serviço se torna defeituoso, não fornecendo a

segurança necessária e esperada pelos clientes, a empresa deve responder pelos danos causados, mormente em se tratando de serviço eletrônico". Os danos morais foram julgados improcedentes.

(16)

Para melhor explicitar o tema, há de se efetuar uma diferenciação dos caracteres jurídicos que permeia as relações de consumo celebradas pelo Mercadolivre de classificados

convencionais

[...] Em uma recente reportagem do Correio Braziliense, intitulada "Golpes nada virtuais", a comparação foi novamente utilizada por Stelleo Tolda, diretor-presidente do Mercado Livre. "Não vendemos e não recebemos dinheiro. Somos equivalentes ao classificado de  jornal", disse.

Mas as duas coisas são muito diferentes. Os sites de leilões são uma forma de comércio eletrônico típica dos tempos de Internet. Classificados de jornal normalmente têm alcance local. Comprador e vendedor costumam ser da mesma comunidade e se encontram

fisicamente para efetuar a transação.

Num site de leilões, o anúncio é feito na rede mundial de computadores. O vendedor pode estar no Amazonas e o comprador no Rio Grande do Sul (quando não em outros países).  A transação normalmente é feita por e-mail ou telefone, o que aumenta consideravelmente

o risco de fraudes. A reportagem do Correio Braziliense informa que os sites de leilões são "líderes absolutos em queixas nos EUA" e respondem por "42,8% das fraudes

registradas". [...]

 A primeira coisa que um comprador faz após ler um classificado que lhe interessa é ligar  para o vendedor e marcar um encontro para verificar a mercadoria, já que normalmente ambos moram na mesma cidade ou em cidades próximas.

Só depois de ver a mercadoria, o comprador faz uma oferta. Num site de leilões isto nunca acontece. A primeira coisa que o comprador interessado faz é uma oferta. Só depois de aceita sua oferta é que saberá quem é o vendedor. Normalmente, o comprador também não vê o produto antes de pagar por ele, já que muitas vezes as partes envolvidas moram em cidades distantes.

Um anúncio de jornal é estático. Toda a transação de venda é feita posteriormente entre as partes, fora do espaço do jornal. Um site de leilões é dinâmico. Boa parte da discussão sobre a venda é feita dentro do espaço do site. O que ocorre "do lado de fora" é apenas a parte final da venda, isto é, a entrega do dinheiro e da mercadoria.

Por tudo isto, é essencial que haja segurança nas transações e que os usuários confiem nos sites de leilões. Estes, por sua vez, comprometem-se a verificar se as informações fornecidas são verdadeiras. A responsabilidade de um site de leilões, portanto, é muito maior do que a de um jornal de classificados.

(Nota: este texto faz parte de uma série de reportagens publicadas em 2002 no site InfoGuerra, a respeito de fraudes ocorridas no iBazar/Mercado Livre, e foi enviado pelo autor a título de réplica ao artigo "Sites não são responsáveis pelos negócios que

(17)

Revista Consultor Jurídico, 1 de julho de

2004"(http://conjur.estadao.com.br/static/text/25886,1)

Não há ainda que se confundir os institutos da relação de consumo entre vendedor, o

Mercadolivre e o comprador ,com o instituto do contrato de corretagem, visto que possuem caracteres jurídicos inteiramente diferenciados.

Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, independentemente de mandato, de prestação de serviços ou outra relação de dependência, obriga-se a obter para outra um ou mais negócios, conforme instruções recebidas. (Art. 722 do CC)

Na corretagem, um agente transfere a outrem a obtenção de um resultado útil de certo negócio, de modo que o corretor somente aufere a remuneração quando o negócio se aperfeiçoa ou quando as duas partes se arrependem. (art. 725 do CC).

Na relação de consumo no qual o Mercadolivre intermedia, primeiro o vendedor  paga uma taxa de 1% do valor inicial do anúncio gerada no momento de

cadastramento do produto, mais a comissão por venda no valor de 4% da venda. Ao se estipular uma remuneração inicial independente do resultado útil da venda, a relação jurídica intermediada pelo Mercadolivre não pode ser tida como aleatória, posto que não condicionada a evento futuro e incerto.

E justamente uma das principais características do contrato de corretagem é ser ele aleatório.

Existe ainda no contrato do Mercadolivre assertiva indicando que a comissão deverá ser  paga também nos casos em que a negociação não se concretizar por responsabilidade do usuário vendedor, o que incorre na corretagem, quando a comissão depende

exclusivamente e tão-somente do sucesso da negociação.

 Acrescento ainda que o contrato de corretagem se trata de instituto civil previsto no Código Civil, ao passo que a relação jurídica entre vendedor, Mercadolivre e comprador é de

índole consumerista.

Efetivados esses raciocínios, a título de diferenciar os institutos jurídicos, para que não restem dúvidas, entendo que restou cristalinamente comprovado a necessidade de imputação de responsabilidade ao Mercadolivre.

No que concerne aos danos morais, por outro lado, não os vejo configurados.

A conduta tida como ilícito cinge-se ao descumprimento do contrato firmado entre as partes. Ocorre que, como decorrência desse fato, do qual não se nega emanarem aborrecimentos, o apelado não aponta terem decorrido maiores conseqüências, que não a própria frustração que lhe é inerente.

(18)

civil extracontratual ou aquiliana, ainda que modernamente se perceba um declínio da importância da clássica distinção entre responsabilidade contratual e extracontratual.

Em se tratando de tema atinente à responsabilidade contratual, que compreende as hipóteses de mora, violação positiva do contrato, inadimplemento contratual, vícios

ocultos, a concessão de danos morais somente deve ser deferida em casos excepcionais, quando presentes circunstâncias concretas e especiais que indiquem violação de direitos da personalidade, ofensa à dignidade da pessoa humana, grave desconsideração para com a pessoa do outro contratante, ou ainda situações recorrentes (litígios de massa), a sugerir a invocação da função dissuasória da responsabilidade civil.

No presente caso, embora resta evidente que o apelado se viu frustrado e aborrecido pelo não recebimento do produto, nada obstante a quitação do preço, tenho que a situação não ultrapassa os meros inconvenientes e incômodos inerentes à vida cotidiana e, por isso, impassíveis de indenização por dano à esfera pessoal.

Esses aborrecimentos, são lamentáveis é bem verdade, entretanto não possuem a força suficiente para abalar os direitos subjetivos de personalidade do consumidor.

 Assim sendo, dou parcial provimento ao recurso para reformar a decisão recorrida quanto ao mérito para excluir a indenização por danos morais concedida ao apelado.

É como voto.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Tribunal de Justiça

2ª Câmara Cível

Data de distribuição:30/05/2007 Data de julgamento:25/07/2007 100.001. Apelação Cível

Origem: 00120060167610 Porto Velho/RO (6ª Vara Cível, Falência e Concordata)

 Apelante: Mercadolivre.Com Atividades de Internet Ltda.

 Advogados: Marcos Antônio Metchko (OAB/RO 1.482) e outros  Apelado: Rodrigo Reis Ribeiro

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Relatora: Juíza Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres Revisor: Desembargador Miguel Monico Neto

EMENTA

Danos materiais e morais. Consumidor aquisição de produto via site da internet. Mercadolivre. Pagamento. Entrega do produto. Ausência.

No âmbito do micro-sistema do Código de Defesa do Consumidor , o fornecedor é responsável por danos advindos da intermediação na compra e venda de produtos pelo portal eletrônico via internet, mormente porque aufere lucro advindo dos negócio jurídicos realizados no seu site.

Os danos morais somente podem ser reconhecidos quando há ofensa à dignidade da pessoa humana e aos seus direitos de personalidade, de modo que, em sede contratual, devem restar demonstrados aborrecimentos ou constrangimentos que ultrapassem a órbita do ilícito contratual em si mesmo.

 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Desembargadores da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, na conformidade da ata de

 julgamentos e das notas taquigráficas, em, POR UNANIMIDADE, REJEITAR A PRELIMINAR. E, NO MÉRITO, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO NOS TERMOS DO VOTO DA RELATORA.

100.001. Apelação Cível

Os Desembargadores Miguel Monico Neto e Roosevelt Queiroz Costa acompanharam o voto da Relatora.

Porto Velho, 25 de julho de 2007.

DESEMBARGADOR ROOSEVELT QUEIROZ COSTA PRESIDENTE

JUÍZA SANDRA APARECIDA SILVESTRE DE FRIAS TORRES RELATORA

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PROVEDOR DA INTERNET. SITE DE COMPRAS MERCADO LIVRE. CONSUMIDOR. AQUISIÇÃO DE CELULAR. INTEGRAÇÃO

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DA CADEIA DISTRIBUTIVA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. DEVER DE INDENIZAR PELOS PREJUIZOS DECORRENTES QUANTO AO RISCO DO EMPREENDIMENTO. DANO MORAL E MATERIAL CONFIGURADOS.

O fornecedor que oferta ao consumidor uma lista de sites indicados para compra, no qual constam produtos que esse deseja adquirir, integram a cadeia distributiva de fornecedores, os quais respondem solidariamente pelo fato do produto ou do serviço. Revela-se abusiva a cláusula que exime de sua responsabilidade por defeitos, nos termos do art. 25, § 1º doCDC. Recurso ao qual conheço, dando-lhe provimento para reformar a sentença, nos termos do art. 557, § 1º do CPC.

Acordão

TRATA-SE...CONHECO DO RECURSO, DANDO-LHE PROVIMENTO...PARA REFORMAR A SENTENCA...

RECURSO ESPECIAL Nº 1.195.642 - RJ (2010/0094391-6)

RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI

RECORRENTE : EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A EMBRATEL ADVOGADO : GUSTAVO MAGALHAES VIEIRA E OUTRO (S)

RECORRIDO : JULECA 2003 VEICULOS LTDA

ADVOGADO : VANESSA DE NOVAES PARRILHA E OUTRO (S)

EMENTA

CONSUMIDOR. DEFINIÇAO. ALCANCE. TEORIA FINALISTA. REGRA. MITIGAÇAO.

FINALISMO APROFUNDADO. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇAO. VULNERABILIDADE. 1. A jurisprudência do STJ se encontra consolidada no sentido de que a determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera destinatário final tão somente o

destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. 2. Pela teoria finalista, fica excluído da proteção do CDC oconsumo intermediário , assim entendido como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser considerado consumidor, para fins de tutela pela Lei nº 8.078/90, aquele que exaure a função econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma definitiva do mercado de consumo. 3. A jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação

previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando finalismo aprofundado, consistente em se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada à condição de consumidora, por  apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor.

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4. A doutrina tradicionalmente aponta a existência de três modalidades de vulnerabilidade: técnica (ausência de conhecimento específico acerca do produto ou serviço objeto de

consumo), jurídica (falta de conhecimento jurídico, contábil ou econômico e de seus reflexos na relação de consumo) e fática (situações em que a insuficiência econômica, física ou até mesmo psicológica do consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor). Mais

recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional (dados insuficientes sobre o produto ou serviço capazes de influenciar no processo decisório de compra).

5. A despeito da identificaçãoin abstractodessas espécies de vulnerabilidade, a casuística poderá apresentar novas formas de vulnerabilidade aptas a atrair a incidência do CDC à relação de consumo. Numa relação interempresarial, para além das hipóteses de

vulnerabilidade já consagradas pela doutrina e pela jurisprudência, a relação de dependência de uma das partes frente à outra pode, conforme o caso, caracterizar uma vulnerabilidade legitimadora da aplicação da Lei nº8.078/90, mitigando os rigores da teoria finalista e autorizando a equiparação da pessoa jurídica compradora à condição de consumidora. 6. Hipótese em que revendedora de veículos reclama indenização por danos materiais

derivados de defeito em suas linhas telefônicas, tornando inócuo o investimento em anúncios publicitários, dada a impossibilidade de atender ligações de potenciais clientes. A contratação do serviço de telefonia não caracteriza relação de consumo tutelável pelo CDC, pois o referido serviço compõe a cadeia produtiva da empresa, sendo essencial à consecução do

seu negócio. Também não se verifica nenhuma vulnerabilidade apta a equipar a empresa à condição de consumidora frente à prestadora do serviço de telefonia. Ainda assim, mediante aplicação do direito à espécie, nos termos do art.257 do RISTJ, fica mantida a condenação imposta a título de danos materiais, à luz dos arts. 186 e927 do CC/02 e tendo em vista a conclusão das instâncias ordinárias quanto à existência de culpa da fornecedora pelo defeito apresentado nas linhas telefônicas e a relação direta deste defeito com os prejuízos suportados pela revendedora de veículos.

7. Recurso especial a que se nega provimento.

ACÓRDAO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do (a) Sr (a). Ministro (a) Relator (a). Os Srs. Ministros Massami Uyeda, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Sidnei Beneti.

Brasília (DF), 13 de novembro de 2012 (Data do Julgamento) MINISTRA NANCY ANDRIGHI

Relatora

RECURSO ESPECIAL Nº 1.195.642 - RJ (2010/0094391-6)

RECORRENTE : EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A EMBRATEL ADVOGADO : GUSTAVO MAGALHAES VIEIRA E OUTRO (S)

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ADVOGADO : VANESSA DE NOVAES PARRILHA E OUTRO (S)

RELATÓRIO A EXMA. SRA. MINISTRA NANCY ANDRIGHI (Relator):

Cuida-se de recurso especial interposto pela EMPRESA BRASILEIRA DE

TELECOMUNICAÇÕES S.A. - EMBRATEL, com fundamento no art. 105, III, "a", da CF, contra acórdão proferido pelo TJ/RJ.

Ação: de indenização por danos materiais e morais, ajuizada por JULECA 2003 VEÍCULOS LTDA. em desfavor da recorrente.

Depreende-se dos autos que a recorrida contratou junto à EMBRATEL a prestação de serviços de telefonia, vindo estes a apresentar defeitos ao longo do mês de agosto de 2007, tornando precário o funcionamento das linhas telefônicas. A recorrida sustenta que o investimento por  ela feito naquele período com anúncios de jornal, objetivando incrementar suas vendas, teria sido severamente prejudicado, visto que não teve como atender as ligações de potenciais compradores. Diante disso, a recorrida pleiteou a devolução dos valores gastos com os referidos anúncios, bem como indenização por danos morais.

Sentença: julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais, para condenar a EMBRATEL ao pagamento de R$26.240,00 a título de reparação pelos danos materiais causados à

recorrida.

Acórdão: o TJ/RJ negou provimento ao apelo da EMBRATEL, nos termos do acórdão (fls. 165/174, e-STJ) assim ementado:

 Apelação Cível. Serviço de telefonia.

Comerciante de veículos. Consumidor final dos serviços prestados pela ré-apelante. Evidente relação de consumo a impor à prestadora dos serviços o ônus de demonstrar a inexistência dos defeitos demonstrados nas faturas que somente poderia ocorrer através da imprescindível perícia técnica, responsabilidade da qual a apelante não se desincumbiu. Danos materiais devidos e corretamente fixados, na forma da prova dos autos.

Danos morais que não foram concedidos por indevidos, já que não houve mácula ao nome da autora.

Desprovimento do recurso.

Embargos de declaração: interpostos pela EMBRATEL, foram rejeitados pelo TJ/RJ (fls. 183/186, e-STJ)

Recurso especial: alega violação dos arts. 333 e 535, II, do CPC; e 2º e 6º, VIII, do CDC.

Prévio juízo de admissibilidade: o TJ/RJ negou seguimento ao recurso especial (fls. 215/221, e-STJ), dando azo à interposição do Ag 1.271.768/RJ, provido para determinar a subida dos autos principais (fl. 259, e-STJ).

É o relatório.

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RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI

RECORRENTE : EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A EMBRATEL ADVOGADO : GUSTAVO MAGALHAES VIEIRA E OUTRO (S)

RECORRIDO : JULECA 2003 VEICULOS LTDA

ADVOGADO : VANESSA DE NOVAES PARRILHA E OUTRO (S)

VOTO

A EXMA. SRA. MINISTRA NANCY ANDRIGHI (Relator):

Cinge-se a lide a determinar a existência ou não de responsabilidade da EMBRATEL em indenizar a recorrida. Incidentalmente, cumpre verificar se a relação estabelecida entre as partes é de consumo, bem como se houve a correta aplicação do princípio de inversão do ônus da prova.

I. Da negativa de prestação jurisdicional. Violação do art. 535, II, do CPC.

Da análise do acórdão recorrido, nota-se que a prestação jurisdicional dada corresponde àquela efetivamente objetivada pelas partes, sem vício a ser sanado. O TJ/RJ se pronunciou de maneira a abordar a discussão de todos os aspectos fundamentais do julgado, dentro dos limites que lhe são impostos por lei, tanto que integram o objeto do próprio recurso especial e serão enfrentados adiante.

O não acolhimento das teses contidas no recurso não implica omissão, obscuridade ou

contradição, pois ao julgador cabe apreciar a questão conforme o que ele entender relevante à lide. O Tribunal não está obrigado a julgar a questão posta a seu exame nos termos pleiteados pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento, consoante dispõe o art. 131 do CPC. Por outro lado, é pacífico no STJ o entendimento de que os embargos declaratórios, mesmo quando manejados com o propósito de prequestionamento, são inadmissíveis se a decisão embargada não ostentar qualquer dos vícios que autorizariam a sua interposição.

Constata-se, em verdade, a irresignação da EMBRATEL com o resultado do julgamento e a tentativa de emprestar aos embargos de declaração efeitos infringentes, o que se mostra inviável no contexto do art. 535 do CPC.

Não se vislumbra, pois, violação do mencionando dispositivo legal.

II. Do dever de indenizar. Violação dos arts. 2º e 6º, VIII, do CDC; e 333 do CPC. (i) A natureza da relação estabelecida entre as partes.

Na ótica do TJ/RJ, "apesar de se tratar de lide entre duas pessoas jurídicas, tem-se por  configurada, na hipótese, a relação de consumo, posto que a autora-apelada, comerciante de automóveis, figura como consumidora final dos serviços prestados pela apelante" (fl. 166, e-STJ).

 A EMBRATEL contesta essa conclusão, afirmando que a recorrida não pode ser incluída no conceito de consumidor estabelecido no CDC, na medida em que "utiliza os serviços prestados

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pela recorrente como meio de fomento da atividade que desenvolve, e não como destinatária final" (fls. 195/196, e-STJ).

 Após alguma oscilação, a jurisprudência do STJ atualmente se encontra consolidada no

sentido de que a determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera

destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.

Confira-se, à guisa de exemplo, os seguintes julgados: AgRg nos EDcl no REsp 1.281.164/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe de 04.06.2012; AgRg no Ag 1.248.314/RJ, 3ª Turma, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe de 29.02.2012; AgRg no REsp 1.085.080/PR, 4ª Turma, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe de 20.09.2011; e REsp 1.014.960/RS, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJe de 02.09.2008.

Com isso, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser considerado

consumidor, para fins de tutela pela Lei nº 8.078/90, aquele que exaure a função econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma definitiva do mercado de consumo.

Em suma, o caráter distintivo da teoria finalista reside no fato de o ato de consumo não visar ao lucro tampouco à integração de uma atividade negocial.

 A despeito disso, a jurisprudência aí incluída o próprio STJ tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominandofinalismo aprofundado .

Com efeito, esta Corte tem "mitigado os rigores da teoria finalista para autorizar a incidência doCDC nas hipóteses em que a parte, embora não seja destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade" (REsp 1.027.165/ES, 3ª Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe de 14.06.2011. No mesmo sentido: REsp 1.196.951/PI, 4ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe de 09.04.2012; 1.190.139/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 13.12.2011; e REsp 1.010.834/GO, 3ª Turma, minha relatoria, DJe de 13.10.2010.

Cuida-se, na realidade, de se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada à condição de consumidora, por  apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade que, vale lembrar, constitui o princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa expressamente fixada no

art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor.

 A doutrina tradicionalmente aponta a existência de três modalidades de vulnerabilidade: técnica, jurídica e fática. Mais recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional.

 A vulnerabilidade técnica implica ausência de conhecimento específico acerca do produto ou serviço objeto de consumo. No sistema do CDC, ela é presumida no caso do consumidor não-profissional, mas pode, excepcionalmente, alcançar o consumidor não-profissional, nas hipóteses em que o produto ou serviço adquirido não tiver relação com a sua formação, competência ou área de atuação.

Referências

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