José Nelio Monteiro Corsini
TECNOLOGIA SOCIAL DO MICROCRÉDITO
PRODUTIVO
APRESENTAÇÃO
1. ECONOMIA DA POBREZA E MICROCRÉDITO
2. PEQUENOS EMPREENDIMENTOS E MICROCRÉDITO 3. ELEMENTOS HISTÓRICOS
4. MICROCRÉDITO E POBREZA 5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
É um esforço de compreensão da economia informal urbana e da pobreza, apoiado na tese dos dois circuitos da economia (Milton Santos (2004), em que o circuito inferior abriga as atividades da população pobre, em relação de dependência com o circuito superior dominado pelas grandes empresas.
1. ECONOMIA DA POBREZA E MICROCRÉDITO
O circuito superior, originado da modernização tecnológica e representado pela
grande empresa com capacidade de influenciar a organização social e econômica do espaço.
O circuito inferior, representado pelas atividades econômicas de pequena dimensão, cujas relações são vinculadas às populações pobres e enraizadas na região é
1. ECONOMIA DA POBREZA E MICROCRÉDITO
A informalidade é uma trama de homogeneidade na baixa escolaridade, na baixa produtividade e na pobreza, consistindo na essência daquilo que une e aproxima os seus atores, a “economia da pobreza”, ou seja, um
ambiente social onde, antes de tudo, prevalece a lógica da sobrevivência e a dependência da economia moderna.
Pobreza e circuito inferior são sinônimos, diz Milton Santos (2004). Esta presente, em toda parte, na rede urbana.
1. ECONOMIA DA POBREZA E MICROCRÉDITO
Santos (2000): “ser pobre não é apenas ganhar menos que uma soma arbitrariamente fixada; ser pobre é participar de uma situação estrutural, com uma posição relativa inferior dentro da sociedade ...”.
Demo (1998, apud ONU): “O maior problema das populações pobres não é propriamente a fome, mas a falta de cidadania que os impede de se tornarem sujeitos de história própria ...”.
Sen (2005): “a pobreza deve ser vista como a privação de capacidades básicas em vez de meramente como baixo nível de renda, que é o critério tradicional de identificação da pobreza”.
1. ECONOMIA DA POBREZA E MICROCRÉDITO
O Brasil tem o maior bolsão de pobreza das Américas, em torno de 40% da população pobre do país encontra-se no Nordeste(Rocha, 2006).
A pobreza brasileira é um fenômeno social urbano.
2. PEQUENOS EMPREENDIMENTOS E MICROCRÉDITO
IBGE (2005), “as unidades do setor informal caracterizam-se pela produção em pequena escala, baixo nível de organização e pela quase inexistência de separação entre capital e trabalho, enquanto fatores de produção”.
Brasil: 10.525.954 empreendimentos e 14.000.000 pessoas ocupadas, IBGE (2003).
Microcrédito Produtivo: financiamentos de valores relativamente pequenos destinados ao fortalecimento de atividades produtivas.
3. ELEMENTOS HISTÓRICOS – Referências pioneiras
Accion International apoia UNO (1973). Desenvolveu metodologia para conceder crédito e capacitar a pequenos empreendedores focada em empreendedore(a)s da área urbana.
Gramen Bank (Yunus): Bangladesh, banco das aldeias, iniciada em 1976. Concentrado em comunidades rurais pobres, milhões de clientes, quase totalidade mulheres.
3. ELEMENTOS HISTÓRICOS – Convergências
Metodologia, fundamentada nas relações sociais e proximidade geográfica, implicando em alto relacionamento entre clientes e agentes de crédito.
Valorização das relações de confiança existentes entre pessoas com histórias de vida e convivências no cotidiano.
Relância à capacidade empreendedora de mulheres e homens socialmente e economicamente marginalizados.
3. ELEMENTOS HISTÓRICOS – Convergências
Estratégia do atendimento focada na regionalidade dos empreendimentos e na residência dos clientes.
Existência de negócios comercialmente capazes de pagar juros positivos e reembolsar crédito compatível com as características das iniciativas
econômicas.
Vencer o desafio da visão bancária tradicional e criar oportunidades de acesso a crédito e formação empreendedora aos clientes.
3. ELEMENTOS HISTÓRICOS – Convergências
Na ausência dos bancos as organizações da cooperação Internacional, Unicef, Accion International, Visão Mundial, Banco da Mulher e o BID, iniciaram apoio a programas de microcrédito no país.
Estratégia de combate à pobreza, implementação de políticas do Estado mínimo, foco das políticas neoliberais dos anos 1980/90.
4. MICROCRÉDITO E POBREZA - Impactos
Segundo Marcelo Neri, as chances de sair da pobreza são de 60% com a utilização do
microcrédito.
Evidências de que o microcrédito, nas regiões subdesenvolvidas, promove melhoria das
4. MICROCRÉDITO E POBREZA - Impactos
Fortalecimento dos empreendimentos: diversificação dos estoques, aumento da clientela, das vendas realizadas, no faturamento e na
estabilidade do negócio;
Favorecimento do aprendizado na realização de negócios, desenvolvendo habilidades empreendedoras;
Incremento na renda, possibilitando acesso a bens ou serviços considerados essenciais;
Melhoria nas condições de vida – atendimento de necessidades de alimentação, saúde, educação, conforto da moradia, presentes na superação da pobreza.
4. MICROCRÉDITO E POBREZA - Limites
O microcrédito tem relevantes potencialidades, mas apresenta
limites frente à dura realidade social representada pela pobreza.
4. MICROCRÉDITO E POBREZA - Limites
Contribui na qualidade da ocupação de pessoas e regularidade na renda, mas tem limitações na criação de novos empregos ou ocupações.
Grande potencialidade do mercado - número limitado de clientes atendidos – o grande desafio.
Superar o “pecado original” do isolamento do microcrédito nas estratégias de superação da pobreza, raí das políticas neoliberais.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
CONTRIBUIÇÕES PARA A REFLEXÃO E O ENFRENTAMENTOS DOS DESAFIOS DA INCLUSÃO FINANCEIRA
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
Superar a tendência dos programas de microcrédito no distanciamento da motivação social das suas origens em ajustamento ao mercado.
Implementar políticas públicas que representem avanço na concepção do relacionamento institucional, na democratiazação de oportunidades, na
atualização do marco legal e no financiamento às Oscips de microcrédito.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
Implementar políticas de fomento ao desenvolvimento institucional das organizações sem fins lucrativos:
Marco legal.
Novas metodologias.
Sistemas de informação adequados.
Desoneração de encargos sociais e tributos. Formação de pessoal.
Fundos para alavangem institucional. Redução dos riscos das operações.
Redução de custos dos serviços bancários.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
A tecnologia social do microcredito requer repensar o processo de financiar pequenos empreendimentos com maior capacidade de inserção no mercado, produtividade, redução dos custos e riscos das operações...
Que seja uma tecnologia capaz de possibilitar o desenvolvimento de empreendedores e empreendedoras como seres humanos, fomentando o sucesso das iniciativas, incentivando a autonomia e a realização pessoal e, integrado no progresso da comunidade.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
O desafio de “dar vez e voz” na representação política, do fomento ao conjunto das oportunidades de negócios e da expressão própria dos
atores sociais que vivem na informalidade.
Apoio financeiro às atividades produtivas informais em sinergia com ações simultâneas ou complementares de serviços não financeiros,
incluindo a formação empreendedora.
Incorporar a natureza familiar dos pequenos empreendimentos na
formulação das políticas públicas – formação, inovação, tributação, etc.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
Refletir sobre as iniciativas exitosas de ONGs, Oscips, cooperativas, Bancos Públicos e privados.
Extrair lições de programas de inclusão financeira que sucumbiram ao longo da história recente sejam Oscips, SCMs, públicos ou privados...
Lembranças - BRB Trabalho (DF), Banco Popular (BB), Programas de Governos Estaduais e Municipais.
5. CAMINHOS E OPORTUNIDADES
PARABÉNS !
MUITO OBRIGADO
José Nelio Monteiro Corsini