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Suínos e Aves RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE TECNOLOGIA GERADA PELA EMBRAPA SUÍNOS E AVES

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1 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE TECNOLOGIA GERADA PELA

EMBRAPA SUÍNOS E AVES

Nome da tecnologia: REUTILIZAÇÃO DA CAMA PARA AVIÁRIOS DE CORTE

Ano de Avaliação da Tecnologia: 2011 Unidade: Embrapa Suínos e Aves

Equipe de Avaliação:

João Dionísio Henn

Jonas Irineu dos Santos Filho

Marcos Novaes Joel Antônio Boff

Luizita Salete Suzin Marini Márcia Mara Tessmann Zanotto

Concórdia, SC, Março de 2011 Suínos e Aves

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2 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS

PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Reutilização da Cama para Aviários de Corte

1.2. Objetivo estratégico PDE/PDU

X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio

X Inclusão da Agricultura Familiar

X Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde

Sustentabilidade dos Biomas Avanço do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta - Reutilização da Cama para Aviários de Corte

A tecnologia avaliada consiste de uma série de procedimentos que foram estudados pela Embrapa, a fim de confirmar a segurança sanitária da prática da reutilização da cama em aviários de corte. O processo de reutilização da cama para aviários, caracterizada neste relatório como tecnologia em avaliação, trouxe expressivos benefícios para a cadeia produtiva da carne de frango, atestando a segurança sanitária do procedimento de reutilização da cama, bem como, economia com redução de custos para o elo produtivo.

A reutilização da cama de aviário para mais de um lote de frangos é praticada em muitos países, inclusive no Brasil. Entretanto, aspectos relativos ao potencial risco sanitário associado a esta prática têm sido discutidos, tornando-se eventualmente um limitante para o comércio internacional da carne de frangos, devido à necessidade de demonstrar equivalência e equidade dos processos de produção praticados entre países exportadores. Neste contexto, a Embrapa assegura sobre a condição sanitária de reutilização da cama em pelo menos seis lotes consecutivos, se forem obedecidos os períodos de vazio sanitário, desinfeção do aviário e, utilizadas práticas comuns de esterilização do material da cama (vassoura de fogo e fermentação).

Por outro lado, a substituição total de cama a cada lote de frangos, embora possa ser considerada ideal sob o aspecto de preservação da saúde animal e humana, resulta em grande impacto ambiental, tanto pelo volume de produção de substrato (maravalha ou outros) para troca a cada criada, quanto pelo destino deste resíduo na natureza. Além disso, a troca de cama a cada lote de aves representa ônus significativo ao custo da produção avícola. Ressalta-se ainda que, independentemente do destino da cama usada, seja a reutilização para lotes subseqüentes de frangos ou como fertilizante agronômico, é imprescindível a adoção de algum tipo de tratamento voltado à inativação e/ou redução da carga de bactérias indesejáveis, visando minorar riscos à saúde humana e animal.

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3 1.4. Ano de Lançamento: 2008

1.5. Ano de Início de Adoção: 2008

1.6. Abrangência

A reutilização da cama em aviários de corte, mesmo antes do estudo sanitário realizado pela Embrapa (2007-2008), já era de ampla utilização pela avicultura industrial. O processo de reutilização da cama defendido pela Embrapa confirmou a prática estudada como sanitariamente segura. Tendo este estudo favorecido diretamente o Distrito Federal e 8 Estados exportadores de carne de frango, também produtores, bem como, indiretamente, todos os demais Estados produtores desta carne.

O processo de reutilização da cama de aviário tem abrangência (em 2011) e afeta diretamente a maior parte das granjas produtoras de frango de corte em pelo menos 8 Estados Brasileiros e no Distrito Federal, sejam eles: Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Goiás; Minas Gerais; São Paulo; Paraná, Santa Catarina e; Rio Grande do Sul.

1.7 Beneficiários

Os principais beneficiários da tecnologia avaliada são pequenos, médios e grandes produtores rurais, patronais ou familiares, criando frangos em sistemas confinados e inseridos na avicultura industrial. Acrescenta-se aí, os Estados exportadores de carne de frango e cadeia produtiva como um todo. Neste contexto, o modelo de produção é o de integração vertical, onde a produção é tecnificada e existe um arranjo contratual entre os agentes da cadeia produtiva. Cada “elo” tem suas atribuições gerenciados pela agroindústria, a montante e a jusante, e parte dos riscos da atividade produtiva, transporte, comercialização, entre outros, é transferido para a integradora. Temos ainda como beneficiários da reutilização da cama de aviário recomendada pela Embrapa, os demais elos da cadeia produtiva, agroindústria, consumidores, freteiros e etc..

1.8 Metodologia e fonte de dados

A metodologia para confecção deste relatório de avaliação de impactos, consistiu de entrevistas a nível de campo e levantamento de dados estatísticos, amparadas por um roteiro elaborado e discutido com a equipe de avaliação. A primeira etapa das entrevistas tinha como foco caracterizar a opinião dos beneficiários avicultores que reutilizam a cama em lotes subsequentes. Também foram registradas a opinião de especialistas na tecnologia avaliada.

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4 1.8.1 Referencial para Análise dos Impactos Econômicos

Para análise dos impactos econômicos da tecnologia Embrapa, utilizamos a metodologia do excedente, comparando-se a tecnologia Embrapa com uma tecnologia substituta. Para fins deste trabalho, a tecnologia avaliada é a reutilização da cama para aviários, por pelo menos 6 lotes subsequentes, configurando-se como tecnologia Embrapa onde, comparou-se a situação de renovação total da cama, lote após lote, configurando-se como tecnologia substituta.

1.8.2 Referencial para Análise dos Impactos Sociais e Ambientais

Quanto a avaliação dos impactos social e ambiental, utilizamos o Sistema de Avaliação de Impacto Social e Ambiental da Inovação Tecnológica Agropecuária (Sistema Ambitec e Ambitec-Social) em análise comparativa da reutilização da cama para aviários, por pelo menos 6 lotes subsequentes, configurando-se como tecnologia Embrapa onde, comparou-se a situação de renovação total da cama, lote após lote, configurando-se como tecnologia substituta.

1.8.3 Referencial para Análise dos Custos com Pesquisa

- 100% dos projetos correlacionados;

- 5% dos gastos com o técnico, analista ou pesquisador responsável pelo acompanhamento e gestão do projeto para fins de transferência de tecnologia e;

- 10% (rateio) das despesas com difusão e transferência de tecnologias (TT/MKT).

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, com mais de 11,4 milhões de toneladas produzidas contra 16,3 milhões dos Estados Unidos em 2011. Mas quando se trata de exportações de carne de frango, o Brasil lidera o ranking mundial com 3,35 milhões de toneladas exportadas contra 2,94 milhões toneladas dos Estados Unidos em 2011 (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA, 2011). Garantir o status sanitário da avicultura brasileira no cenário mundial tem uma importância estratégica para a cadeia produtiva desta carne. Neste enfoque, os estudos sobre a reutilização da cama para avicultura de corte, em lotes subsequentes, desenvolvidos e defendidos pela Embrapa, atestam e garantem o status sanitário desta prática, evitando-se desta forma barreiras sanitárias e protecionistas, que poderiam gerar grandes prejuízos econômicos, ambientais e sociais para o brasil.

Foram cerca de 410 mil toneladas exportadas para Europa somente em 2011, cerca de 3,6% de toda produção nacional. Entretanto, em meados de 2007, organizações ligadas as boas práticas agrícolas levantaram questionamentos sobre a segurança sanitária desta prática de reutilização da cama em aviários, procedimento amplamente utilizado na produção do frango de corte, no Brasil e no Mundo. A União Européia através do GLOBALGAP (Good Agricultural Practices), antes conhecida como EUREPGAP - Uma organização privada que estabelece normas voluntárias para a

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certificação de produtos agrícolas em todo o mundo – pressionou os organismos

responsáveis pela exportação de carne de frango no Brasil, a fim de que atestassem a segurança do procedimento de reutilização da cama, afirmando que a retirada total desta cama, lote após lote, seria uma prática mais segura e aceitável.

O empasse, se tivesse o desfecho conforme a recomendação sugerida pelo GLOBALGAP / EUREPGAP, teria gerado um ônus de cerca de 57 milhões de reais para toda cadeia produtiva desta carne, acumulados de 2008 até 2010. Mas afetaria especialmente o elo produtivo e os agentes envolvidos com exportação. Este valor seria atribuído a um maior consumo e utilização da cama de aviários (maravalha ou cepilho de madeira no Sul do Brasil, casca de arroz ou outros materiais em outros Estados). Observando-se que o estudo de impacto foi realizado somente sob o escopo da produção (3,6%) e exportações específicas destinadas à Europa, região que imporia as possíveis barreiras. Vale destacar ainda que é arbitrário prevê o total de prejuízos que

esse procedimento provocaria, podendo afetar toda a cadeia produtiva,

interrompendo-se as exportações para aqueles países, mas também podendo impactar diretamente nas cadeias de insumos como a do milho e da soja.

No entanto, a Embrapa convocada pelo Ministério da Agricultura, interveio na discussão e realizou diversos experimentos que atestaram a segurança sanitária da prática de reutilização da cama para aviários, em igualdade de condições com a renovação total do material conforme o lote. As respostas e atestados levantados pela Embrapa a respeito do assunto, foram aceitas pela outra parte, trazendo desta forma, grande economia para a sociedade brasileira, garantindo as relações comerciais entre Brasil e Europa, estabilizando as transações comerciais da carne de frango com a União Européia, preservando ou poupando grande quantidade de recursos naturais brasileiros (vegetação nativa, terra, água, silvicultura, etc.) que seriam despendidos para que se fizessem os ajustes necessários conforme sugerido pelo EUREPGAP. Por fim, o impacto econômico, social e ambiental teriam sido de grande importância e este trabalho tenta relatar os fatos.

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS - METODOLOGIA DO EXCEDENTE ECONÔMICO

Os indicadores de Expansão da Produção para Novas Áreas, Agregação de Valor ou Incremento de Produtividade, não se aplicam a tecnologia avaliada. Portanto, o único benefício econômico identificado para a técnica/prática de reutilização da cama para aviários foi a Redução de Custos para os produtores, isto porque com esta prática proposta pela Embrapa, em se considerando os custos variáveis, implica na redução de gastos quando comparado a prática substituta, renovação total da cama para aviários.

Para avaliação comparativa dos impactos econômicos gerados pela “reutilização da cama”, por 7 lotes (1)

, utilizando-se a metodologia do excedente econômico, a tecnologia, técnica ou prática substituta foi a “não reutilização da cama”, por lote (2)

, com renovação total da mesma, lote após lote de frangos. Destaca-se que a prática

substituta foi defendida pelo Euro Retailer Produce Working Group – EurepGap, como

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reutilização da cama de aviário, por lotes seguidos, comprometeria o status sanitário da produção.

No entanto, experimentos realizados pela Embrapa Suínos e Aves, liderados pela Pesquisadora Virgínia Santiago Silva, demonstraram que a reutilização da cama, dentro de certos critérios é perfeitamente viável do ponto de vista sanitário. Por fim, a proposta da Embrapa foi aceita pelas autoridades no assunto e, desta forma, a descrita intervenção trouxe benefícios para exportação brasileira de carne de frango, bem como, também uma importante economia com custos variáveis para os avicultores e que, por vez, se estende por toda cadeia produtiva avícola.

Para análise dos ganhos unitários, chega-se a um valor médio favorável para a

reutilização da cama (Tabela 1 – B, recomendação da Embrapa), de aproximados R$

49,30 poupados para cada 1.000 Kg de carne de frango produzidas em 2011, em detrimento da técnica substituta (Tabela 1 – A). Esta economia foi obtida da diferença de custos variáveis entre a tecnologia/técnica da Embrapa (B) e a tecnologia/técnica substituta (A), sendo estes custos referentes à obtenção da cama para aviário

(maravalha). Tomando-se como base um aviário de 1.200 m2, com altura da cama de 6

cm, temos então um consumo 141 m3 de maravalha/ano para a técnica/ recomendação

da Embrapa, contra 576 m3 de maravalha/ano para a técnica substituta, proposta pelo

EurepGap, permitindo desta forma, não só um grande impacto econômico, bem como social e ambiental.

Tabela 1. Ganhos Unitários de Redução de Custos com Reutilização da Cama para

Aviários (Embrapa). Ano medida – UM* Unidade de

Custo da tec. substituta R$/UM (A) Custo da tec. Embrapa R$/UM (B) Economia Obtida R$/UM C=(A-B) 2008 60,00 21,07143 38,92857 2009 1 ton carne de 64,00 20,95238 43,04762 2010 frango 70,00 22,91667 47,08333 2011 76,00 26,69048 49,30852 2012* 79,00 28,25000 50,75000 * projeção.

A descrição dos ganhos unitários na redução dos custos no decorrer dos anos (2008-2011), foi realizada com base nos custos de produção publicados pela Embrapa/CONAB, referentes ao preço do metro cúbico de maravalha praticado principalmente nos Estados do Sul. Para que se tenha os ganhos unitários (por UM) de cada uma das tecnologias, multiplicou-se a quantidade consumida de material para

cama, seja ela, 141 m3 de maravalha/ano para a técnica recomendada pela Embrapa,

contra 576 m3 de maravalha/ano para a técnica substituta, pelo preço médio da

maravalha conforme o ano.

Para análise do benefício econômico a nível nacional, extrapolou-se então os ganhos por unidade de medida, dimensionando-se a encomia obtida com aquisição de maravalha/1.000 kg de carne, para o total de toneladas de carne de frango exportadas

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para a Europa, volume este sob inspeção do EurepGap, com cerca de 411 toneladas em 2011, Tabela 2. A estimativa é que esse volume total de carne exportada para a Europa estaria sendo produzido com cama de aviário nova/ lote, sem reutilização como foi proposto pela Embrapa. Desta forma, temos um benefício econômico de mais de 17 milhões de reais economizados pela cadeia produtiva no que diz respeito a exportação da carne de frango para Europa. Com cerca de 41,9 milhões de reais economizados ao longo dos três últimos anos.

Tabela 2 - Benefícios Econômicos Gerados pela Embrapa para toda a Cadeia Produtiva. Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho líquido Embrapa – R$/UM E=(CxD)/100 Área de adoção: Unidade de medida - UM Área de Adoção/UM (F) Benefício Econômico R$ - G=(ExF) 2008 25 9,732143 523.710,00 30% 1.529.046,1 2009 25 10,761905 495.000,00 60% 3.196.285,7 2010 25 11,770833 420.750,00 70% 3.466.804,7 2011 25 12,327381 276.000,0 70% 2.381.650,0 2012* 25 12,687500 289.800,00 70% 2.573.786,3 *projeção.

Conforme entrevistas realizadas com especialistas, estima-se que a participação efetiva da Embrapa no desenvolvimento e prospecção da proposta de reutilização da cama para aviários - com segurança sanitária - seja de 50% de todos os esforços empregados. Observando-se que a adoção deste procedimento de reutilização da cama tem variações conforme a agroindústria ou região, que podem apresentar diferenças na quantidade utilizada do material para cama, tipo de material, bem como, no número de lotes em que a cama será reutilizada, entretanto, o ponto central da análise é a questão sanitária que envolve esta reutilização e as barreiras comerciais que foram superadas com o aval da Embrapa. Por fim, estima-se que, em 2011, cerca de 70 % da avicultura industrial utilizaram o procedimento recomendado e avaliado, gerando uma economia de aproximados 2,57 milhões de reais, atribuídos à Embrapa.

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS - Metodologia AMBITEC-Social 4.1. Aspecto Emprego

O indicador “Capacitação” apresenta coeficiente de impacto no valor de 5,00, conforme entrevistas realizadas com especialistas, observando-se que não foram realizadas entrevistas com produtores. Os especialistas entrevistados explicam que na ocasião da discussão a respeito das práticas de utilização da cama de aviários, houve uma intensa troca de informações entre os técnicos da Empresa e especialistas de algumas agroindústrias que, por vez, recomendaram as instruções e manejo para os avicultores integrados. A Embrapa também divulgou a técnica e sua condição de prática sanitariamente correta, através de documentos diversos e programas especializados na mídia.

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Não foram identificados impactos referentes aos indicadores “Oportunidade de Emprego Local Qualificado”, “Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador” e “Qualidade do Emprego”.

4.2. Aspecto Renda

O indicador “Geração de Renda no Estabelecimento” apresenta coeficiente com resultado médio no valor de 5,00. A partir da adoção/confirmação da técnica de reutilização da cama, os entrevistados (somente especialistas), identificaram forte impacto da técnica proposta pela Embrapa na economia das propriedades rurais. Uma vez que com a técnica substituta, gastaría-se 6 vezes mais com aquisição de material para cama de aviários (maravalha). Também identificou-se impacto no indicador “Diversidade de Fontes de Renda”, com valor médio de 1,33. Tendo sido apontada a reutilização da cama como geradora de subproduto (cama usada) na forma de adubo de qualidade para lavoura, com venda ou utilização própria, em detrimento da prática substituta, que gera muito resíduo, mas sem qualidade de fertilizante.

Não foram identificados impactos referentes ao indicador “Valor da Propriedade”.

4.3. Aspecto Saúde

Nos indicadores “Saúde Ambiental e Pessoal” e “Segurança e Saúde Ocupacional”, para produtores e especialistas, não foram percebidos impactos advindos da adoção do técnica de reutilização da cama. O impacto da tecnologia Embrapa sobre aspectos de insalubridade/doenças, emissão de poluentes atmosféricos e hídricos, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde do tratador, não puderam ser identificados ou confirmados pelos especialistas quando no manejo da cama.

O impacto no indicador “Segurança Alimentar”, a partir da adoção da técnica/ prática avaliada, é citada por apenas um dos entrevistados especialistas, com resultado médio do coeficiente, no valor de 0,60. Neste caso o entrevistado atribui à reutilização da cama a um impacto positivo na garantia da produção, com menor índice de patologias/ enfermidades/ mortalidade identificadas nas aves quando sobre camas reutilizadas, em detrimento de camas novas. Este fato pode estar relacionado a condição imunológica dos frangos que, por vez, adquirem mais resistência ao terem contato com camas usadas.

4.4. Aspecto Gestão e Administração

O indicador “Dedicação e Perfil do Responsável” apresenta impacto positivo a partir da adoção da reutilização proposta pela Embrapa, com valor geral médio de 1,39. Neste ponto, percebido de forma positiva, mas também negativa, a proposta da Embrapa em relação a proposta substituta é controversa, uma vez que as percepções são diferentes quanto as horas de permanência do tratador no estabelecimento. Alega-se que a renovação total, lote após lote é mais trabalhosa, porém se faz com o uso de maquinarias, mas ao contrário, quando no processo de reutilização, a reposição

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é uma operação manual, onde se alega maior dispêndio de tempo para o tratador, também da manutenção da cama, com eliminação de cascões na cama reutilizada.

Para o indicador “Condição de Comercialização” tem-se o impacto positivo geral com coeficiente de 1,29. Neste caso, em se tratando de variáveis de comercialização, os entrevistados identificaram certa influência da tecnologia avaliada especialmente no que diz respeito a venda direta antecipada e ao processamento local, mas também na variável de propaganda/ marca própria, sendo que estes impactos estariam restritos a unidade produtiva e influenciados pelas relações transacionáveis com as agroindústrias. Destacando-se que a variável de processamento local está relacionada a reutilização e reaproveitamento da cama usada na forma de adubo, com vantagem para proposta da Embrapa.

O indicador “Disposição de Resíduos” é percebido de forma ampla, por entrevistados especialistas, com resultado médio geral de 6,00. Sendo que os impactos são observados na variável de tratamento de resíduos da produção, tanto no reaproveitamento quanto na destinação ou tratamento final. A disposição e reciclagem de resíduos - cama usada em aviários, apresenta uma variação significativa quando se compara a proposta de reutilização defendida pela Embrapa, em relação a proposta substituta - renovação a cada lote. Quando se fala da reutilização da cama ou utilização da cama como adubo de qualidade, em comparação com a geração de resíduos improdutivos da proposta substituta, cerca de 6 vezes mais volume, temos então um ponto forte para tecnologia/ técnica da Embrapa.

Quanto ao indicador “Relacionamento Institucional”, com resultado positivo para a adoção da proposta/ técnica da Embrapa, apresenta coeficiente médio de impacto de 1,94. Percebido pelos entrevistados (especialistas), especialmente no que diz respeito as variáveis de utilização de assistência técnica e associativismo/ cooperativismo, onde os especialistas apontam uma melhora no relacionamento institucional entre o produtor e a Embrapa a partir da assistência técnica promovida para prospecção da prática de reutilização da cama. Tendo ainda, efeito positivo sobre as relações da Embrapa com cooperativas parceiras, agroindústrias e com toda a cadeia produtiva avícola.

4.5. Impacto Social - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos sociais referente ao ano de 2011, o índice geral de impacto social apresentou coeficiente com o valor de 1,81, Tabela 3. Sendo este é o primeiro ano de avaliação de impactos gerados pela reutilização da cama para aviários. Um ponto forte, cujos atributos foram mencionados de forma expressiva, refere-se ao aspecto renda, com grande impacto atribuído a tecnologia avaliada, principalmente porque a tecnologia, técnica ou prática proposta pela Embrapa chega a usar 1/7 do volume total de material utilizado como cama na técnica substituta. Outro ponto importante foi a respeito da capacitação e divulgação da técnica avaliada, com amplo apoio e acompanhamento por parte das agroindústrias interessadas. Temos ainda um forte impacto no que trata da disposição de resíduos, com economia e reaproveitamento dos mesmos, caracterizando a técnica proposta pela Embrapa como economicamente e socialmente viável.

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Os indicadores de diversidade de fontes de renda, segurança alimentar, condição de comercialização e relacionamento institucional também foram mencionados de forma positiva a partir da adoção da técnica da Embrapa. No caso do aspecto saúde, temos indicadores importantes, relacionados a segurança alimentar e que, foram identificados de forma restrita. É o caso da garantia da produção, relacionando a técnica/ tecnologia avaliada à questão sanitária, especialmente porque a técnica/ prática proposta pela Embrapa, vem garantir um status semelhante a técnica substituta, com pouca variação na questão zootécnica e patológica das aves. Por fim, um ponto que mostrou divergências foi quanto as horas de permanência no estabelecimento, com vantagem para a tecnologia Embrapa.

Tabela 3 – Impactos Sociais

Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 01 03 Total 04

Em 2011 Em 2011

1. Emprego

Capacitação 5,00 5,00

Oportunidade de emprego local

qualificado

Oferta de emprego e condição do trabalhador

Qualidade do emprego

2. Renda

Geração de Renda do estabelecimento 5,00 5,00

Diversidade de fonte de renda 1,33 1,33

Valor da propriedade

3. Saúde

Saúde ambiental e pessoal Segurança e saúde ocupacional

Segurança alimentar 0,60 0,60

4. Gestão e administração

Dedicação e perfil do responsável 1,39 1,39

Condição de comercialização 1,29 1,29

Disposição de resíduos 6,00 6,00

Relacionamento institucional 1,94 1,94

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11 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

O impacto da reutilização da cama por lotes subsequentes sobre a geração de empregos foi estimado tomando-se como base a elasticidade dos preços ou custos de produção de 1 quilograma de carne de frango e, a relação desta variável com a possível exclusão de produtores caso a tecnologia avaliada não estivesse disponível ao mercado. Para fins destes cálculos, a elasticidade de preço (Tab. 4 – A) foi considerada

de 0,723% (Pintos – Payeras, 2009). Também foram considerados: A variação/

diferença entre os custos de produção com adoção da tecnologia Embrapa e da situação substituta (Tab. 4 - B) e; Os empregos envolvidos com a atividade avícola, proporcionais a adoção da tecnologia (Tab. 4 – D).

A utilização da tecnologia substituta, ao invés do modelo Embrapa, aumentaria os

custos de produção, em percentual, conforme Tabela 4 – B. temos então a variação

percentual provocada na produção, a partir da adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 4 - C), sendo (C) = (A) x (B) e, por fim, temos o número de empregos atribuídos a adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 4 - E), sendo (E) = (C) x (D). A partir do exposto, conclui-se então que aproximadamente 73 empregos (E), foram mantidos ou gerados com a adoção da tecnologia, uma quantidade pouco expressiva que de fato não reflete os enormes ganhos econômicos, sociais e ambientais atribuídos a adoção desta tecnologia.

Tabela 4: Geração de empregos diretos pela incorporação da tecnologia no setor produtivo Ano 2011 Elasticidade Preço (A) Variação Custos (B) Variação Produção (C)=(A)x(B) Empregos Suinocultura % Adoção (D) Empregos Embrapa (E)=(C) x (D) Incremento Produtividade 0,723 0,030879447 0,02232584 3.279 73

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS - Metodologia AMBITEC

6.1. Alcance da Tecnologia

A tecnologia ou técnica avaliada, denominada “reutilização da cama em aviários”, foi desenvolvida inicialmente para resolver um impasse criado na exportação de carne de frango para Europa. A técnica defendida pela Embrapa mostrou que é possível reutilizar-se a cama de maravalha por vários lotes subsequentes, sem que isto venha a implicar na condição sanitária da própria cama. Este impasse ocorreu em 2007/2008 e, os resultados divulgados pela Embrapa foram rapidamente absorvidos pela cadeia produtiva, cerca de 30% dos exportadores/ Europa em 2008, 60% dos exportadores/

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Europa em 2009 e, se estabilizando em 70% dos exportadores/ Europa em 2011. Tabela 5.

Os Estados Exportadores de carne de frango e, que se beneficiaram da técnica proposta pela Embrapa, foram: Santa Catarina, com 27,14% das exportações gerais em 2009; Paraná, com 26,27% das exportações gerais em 2009; Rio Grande do Sul, com 21,19% das exportações gerais em 2009; São Paulo, com 7,51% das exportações gerais em 2009; Goiás, com 4,68% das exportações gerais em 2009; Minas Gerais, com 3,87% das exportações gerais em 2009; Mato Grosso, com 3,64% das exportações gerais em 2009; Mato Grosso do Sul, com 3,50% das exportações gerais em 2009 e; o Distrito Federal, com 1,74% das exportações gerais em 2009. Fonte ABEF.

6.2. Aspecto Eficiência Tecnológica

O indicador “Uso de Insumos Materiais”, apresenta o coeficiente de impacto no valor de 6,00, identificado pelos entrevistados (especialistas), onde são apontadas as variáveis de uso dos insumos veterinários, com redução na frequência, variedade e resíduo gerado. A tecnologia avaliada, com reutilização da cama por lotes subsequentes, participa como agente de transferencia imunológica, tendo sido comprovada a maior resistência a doenças por aquelas aves criadas sobre maravalha usada. Também temos menor utilização de desinfetantes e inseticidas, diferentemente do que ocorre na renovação da cama de aviário - lote após lote, uma vez que ao se retirar a cama por completa, deve-se fazer o vazio sanitário. A fermentação da cama é o recurso sanitário mais comumente utilizado para se esterilizar a cama em uso lote após lote.

Outro indicador percebido foi o “Uso de Energia”, com coeficiente médio no valor de 3,13. Tendo sido identificado por especialistas como um dos principais pontos da tecnologia avaliada, onde se observa a redução do uso de biomassa/ restos vegetais como cama para as aves, observando-se que mesmo não sendo utilizada como combustível, o combustível é consumido de qualquer forma. Considera-se ainda como impacto bem expressivo nesta variável, um menor uso de energia elétrica e combustíveis fósseis para a prática de reutilização da cama, seja no uso de tratores para remoção da cama ou na energia elétrica gasta no vazio sanitário, entre outros.

O indicador de “Uso de Recursos Naturais”, apresenta coeficiente médio no valor de 2,60. Tendo sido identificado por especialistas, nas variáveis de água para manejo e área para disposição de resíduos. O impacto positivo da variável água, está no fato que a tecnologia substituta utiliza até cerca de 6 vezes a mais de volume de água em

relação a tecnologia avaliada (Embrapa) – a cada retirada da cama na limpeza das

instalações. Também temos impacto na disposição dos resíduos, principalmente porque o volume gerado de resíduos pela técnica/ tecnologia substituta chega a seis vezes mais do que no caso da reutilização da cama, proposta pela Embrapa.

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13 6.3. Aspecto Conservação Ambiental

O impacto sobre o indicador “Atmosfera” é negativo, com valor de –1,57. O impacto neste caso está relacionado a maior produção de odores e a possível concentração do odor em ambientes de confinamento, também com concentração de gases de efeito estufa para o caso em que a cama de maravalha e reutilizada por lotes subsequentes. Outro impacto percebido foi no indicador de “Qualidade do Solo”, com valor do coeficiente em 1,33. Tendo sido apontados impactos positivos com a redução na geração de contaminantes tóxicos e erosão, associados ao menor volume utilizado pela recomendação Embrapa para reutilização da cama. A perda de matéria orgânica e perda de nutrientes associados a utilização da cama de maravalha na forma de fertilizante para o solo e lavouras também tiveram impacto positivo.

Quanto ao indicador “Qualidade da Água”, com valor do coeficiente em 1,27, temos que os entrevistados (especialistas), indicaram impacto positivo na redução das variáveis de geração de coliformes e sedimento/ assoreamento, bem como, melhora na demanda bioquímica de oxigênio, associados a redução de volume de resíduos de carbono e possíveis contaminações dos cursos d’água, a partir da adoção da proposta da Embrapa, em detrimento da proposta substituta. Por fim, temos também impacto indicado na “Biodiversidade”, com valor do coeficiente em 4,00, é apontado de forma expressiva pelos especialistas. Referente a perda de vegetação nativa, uma vez que a proposta da Embrapa reduz em até 6 vezes o consumo de maravalha, afetando positivamente quanto a conservação da cobertura vegetal nativa, direta ou indiretamente.

6.4. Aspecto Recuperação Ambiental

O indicador de “Recuperação Ambiental” sofre impacto positivo, valor do coeficiente em 1,33. Conforme entrevistas realizadas com especialistas, os aspectos afetados estão relacionados aos solos degradados. Com resultado modesto, a variável de recuperação dos solos poderia ter sido apontado de forma mais expressiva, uma vez que a prática substituta gera muito resido, entretanto, com pouco valor fertilizante/ bioquímico para o solo, sendo que a prática de reutilização da cama de aviários (maravalha), indicada pela Embrapa, gera muito menos resíduo, todavia, com qualidade bioquímica para o solo degradado.

6.5. Aspecto Bem-estar e Saúde Animal

O indicador de “Bem-estar Animal Sob Pastejo” não se aplica a tecnologia avaliada, uma vez que a tecnologia avaliada é direcionada para criação confinada. Quanto ao indicador “Bem-estar Animal Sob Confinamento”, temos neste caso um coeficiente com impacto modesto na Avaliação Ambiental, com valor positivo de 0,25. Este resultado se deve a pontos positivos e negativos das variáveis, sejam elas a segurança no recinto, envolvendo as questões sanitárias da reutilização ou não da cama, com impacto positivo para proposta da Embrapa, mas também a questão do conforto térmico no recinto, sendo apontada a proposta substituta de renovação da

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cama (lote após lote), como melhor para a ambiência, uma vez que a maravalha (cama) nova tem mais eficiência no controle da temperatura.

6.6. Aspecto Qualidade do Produto

O indicador de “Qualidade do Produto”, com aspectos relacionados a geração ou implementação de aditivos, resíduos químicos ou contaminantes biológicos no alimento produzido nos estabelecimentos - carne de frango. Não sofreram impacto com adoção da proposta da Embrapa ou este impacto não pôde ser percebido pelos entrevistados.

6.7. Capital Social

O aspecto “Capital Social” não se aplica uma vez que para fins deste trabalho o módulo utilizado tenha sido o Ambitec - Produção Animal.

6.8. Impacto Ambiental - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos ambientais referente ao ano de 2011, o índice geral de impacto ambiental apresentou coeficiente com o valor de 1,66, Tabela 5. Sendo este é o primeiro ano de avaliação de impactos gerados pela estufa para pintainhos na avicultura de corte. Um ponto forte, cujos atributos foram mencionados de forma expressiva, refere-se as variáveis de eficiência tecnológica, sendo que o para o uso de biomassa existe um impacto positivo bem acentuado, uma vez que a proposta da Embrapa consome 1/7 do volume total de maravalha utilizada como cama, se comparada com a proposta substituta. O consumo de combustíveis fósseis e de energia elétrica também é maior na proposta substituta, uma vez que existe todo um trabalho de desinfeção do ambiente, com retirada e renovação da cama. Por fim, a principal diferença ambiental que envolve as duas propostas (Embrapa x Substituta), está ligada ao volume de resíduos produzidos e, evidentemente ao consumo desses recursos. Sendo pontos negativos para adoção da proposta Embrapa, a questão da concentração de gases nocivos, devido a prolongação do uso da cama e, o controle da ambiência, com mais eficiência térmica para cama de maravalha nova.

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Tabela 5 – Impactos Ambientais

Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 00 03 Total 04

Em 2011 Em 2011

1. Eficiência Tecnológica

Uso de insumos químicos e ou materiais

6,00

6,00

Uso de energia 3,13 3,13

Uso de recursos naturais 2,60 2,60

2. Conservação Ambiental Atmosfera 1,57 1,57 Qualidade do solo 1,33 1,33 Qualidade de água 1,27 1,27 Biodiversidade 4,00 4,00 3. Recuperação Ambiental Recuperação Ambiental 1,33 1,33

4. Bem-estar e saúde do animal / Assepsia

Bem-estar animal sob pastejo

Bem-estar animal sob confinamento 0,25 0,25

5. Qualidade do Produto

Qualidade do produto

6. Capital Social Capital social

Índice de Impacto Social 1,66 1,66

7. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS

Os estudos sobre a reutilização da cama para avicultura de corte, em lotes subsequentes, desenvolvidos e defendidos pela Embrapa, atestaram e garantem as condições sanitárias desta prática, evitando-se desta forma um protecionismo que poderiam gerar grandes prejuízos econômicos, ambientais e sociais para o Brasil. A estimativa é que esse volume total de carne exportada para a Europa estaria sendo produzido com cama de aviário nova/ lote, sem reutilização como foi proposto pela Embrapa. Desta forma, temos um benefício econômico de mais de 17 milhões de reais economizados pela cadeia produtiva (2011) no que diz respeito a exportação da carne de frango para Europa. Com cerca de 41,9 milhões de reais economizados ao longo dos três últimos anos.

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Do ponto de vista social, o aspecto renda, aparece com grande impacto atribuído a adoção da tecnologia avaliada, principalmente porque a tecnologia ou prática proposta pela Embrapa, chega a usar 1/7 do volume total de material utilizado como cama na técnica substituta. Outro ponto importante foi a respeito da capacitação e divulgação da técnica avaliada, com amplo apoio e acompanhamento por parte das agroindústrias interessadas. Temos ainda um forte impacto no que trata da disposição de resíduos, com economia e reaproveitamento dos mesmos, caracterizando a técnica proposta pela Embrapa como economicamente e socialmente viável.

Os indicadores de diversidade de fontes de renda, segurança alimentar, condição de comercialização e relacionamento institucional também foram mencionados de forma positiva a partir da adoção da técnica da Embrapa. No caso do aspecto saúde, temos indicadores importantes, relacionados a segurança alimentar e que, foram identificados de forma restrita. É o caso da garantia da produção, relacionando a técnica/ tecnologia avaliada à questão sanitária, especialmente porque a técnica/ prática proposta pela Embrapa, vem garantir um status semelhante a técnica substituta, com pouca variação na questão zootécnica e patológica das aves. Por fim, um ponto que mostrou divergências foi quanto as horas de permanência no estabelecimento, com vantagem para a tecnologia Embrapa.

Para a avaliação de impactos ambientais um dos pontos fortes, cujos atributos foram mencionados de forma expressiva, refere-se as variáveis de eficiência tecnológica, especialmente quanto ao uso de biomassa, uma vez que, como foi dito anteriormente a proposta da Embrapa consome 1/7 do volume total de maravalha utilizada como cama, se comparada com a proposta substituta. O consumo de combustíveis fósseis e de energia elétrica também é maior na proposta substituta, uma vez que existe todo um trabalho de desinfeção do ambiente, com retirada e renovação da cama. Por fim, a principal diferença ambiental que envolve as duas propostas (Embrapa x Substituta), está ligada ao volume de resíduos produzidos e, evidentemente ao consumo desses recursos. Sendo pontos negativos para adoção da proposta Embrapa, a questão da concentração de gases nocivos, devido a prolongação do uso da cama e, o controle da ambiência, com mais eficiência térmica para cama de maravalha nova.

8. CUSTOS E RECEITAS DA TECNOLOGIA

Os gastos com pesquisa e desenvolvimento da técnica de reutilização da cama de maravalha em lotes subsequentes, estão concentrados no ano de 2007,

totalizando-se R$ 57.687,34. No período de 2006 – 2010 não temos custos de

transferência da tecnologia, uma vez que os esforços empregados em difundir e consolidar a técnica, ficam delegados as associações parceiras. Os custos da Embrapa com pessoal e administrativo somam o valor de R$ 113.010,97 no decorrer de 2006-2011, não existindo custos de depreciação. Em 2011 o total de gastos com pessoal e administrativo é de R$ 7.062,00. Tabela 6.

Não existem receitas com vendas diretas, ou outras, ou royalties correlacionadas a tecnologia. Entretanto, devemos considerar a economia proporcionada com redução

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de custos a partir da adoção da tecnologia avaliada. Somente em 2011, temos o valor de R$ 2.381.650,00 que a sociedade economizou com a utilização de cama em aviários. Vale destacar que o benefício econômico acumulado chega ao montante de R$ 13.147.572,80 referentes aos anos de 2006 até 2011. Se considerarmos os custos, então temos um superávit acumulado de R$ 12.920.888,50, referentes a redução de custos para a sociedade (2006-2011), conforme apresentado na tabela 7.

Tabela 6 – Demonstração dos custos reutilização da cama em aviários em lotes

subsequentes (Histórico 2006-2010).

Custos com Custos com Depreciação Custos de Custos de

Pessoal Pesquisa de Capital Administração Transf. de Tecn.

2006 16.927,36 - - - - 16.927,36 2007 10.174,41 54.687,34 - - 64.861,75 2008 42.469,20 - - - - 42.469,20 2009 26.226,00 - - - - 26.226,00 2010 10.152,00 - - - - 10.152,00 2011 7.062,00 - - - 662,35 7.724,35 Total 113.010,97 54.687,34 - - 662,35 168.360,67 ANO TOTAL

Tabela 7 – Reutilização da cama em aviários em lotes subsequentes - Demonstração

dos Resultados.

Reutilização da Cama ANO ANO Acumulado

(*) Projeção 2011 2012 * 2006-2011

Receitas (R$) - - -Custos Operacionais/ Pesquisa 7.062,00 - 226.021,94 Despesas Administrativas e de TT 662,35 - 662,35 Outras Despesas - - -Resultado - - (226.684,30) Benefício Econômico (R$) 2.381.650,00 - 13.147.572,80 Resultado com Benefício Econômico 2.373.925,65 - 12.920.888,50 Taxa Interna de Retorno (TIR) 6.180,44 %

Período (anos) 6

8.1 ANÁLISE BENEFÍCIO/CUSTO

Esta tecnologia proporcionou uma relação benefício/custo de R$ 308,33, no período avaliado, de 2001 até 2008.

No período de 6 anos de avaliação da tecnologia, a TIR foi de 6.180,44% (tabela 7).

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18 9. AÇÕES E PROJETOS SOCIAIS

Não foram desenvolvidas ações sociais relacionadas a esta tecnologia para fins do balanço Social da Empresa.

10. FONTE DE DADOS

A avaliação de impacto do programa baseou-se nas informações obtidas junto a pesquisadores e técnicos da Embrapa Suínos e Aves para caracterizar o trabalho realizado, seus benefícios e beneficiários e a área de abrangência. Dados secundários foram obtidos junto a fontes estatísticas oficiais e setoriais.

As entrevistas de coletas de dados e informações qualificados foram realizadas com os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, bem como com os profissionais das principais indústrias produtoras e processadores de produtos suínos (Tabela 8).

Tabela 8 - Número de consultas realizadas por município*

Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal Total

Pequeno Médio Grande Comercial

Videira SC 1 1

Xanxerê SC 1 1

Concórdia SC 1 1

Chapecó SC 1 1

Total 1 1 2 4

* As entrevistas foram todas feitas em SC, mas envolveram profissionais das principais agroindústrias e cooperativas que atuam nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Por fim, para as estimativas dos custos do programa foram realizadas consultas à área orçamentária da Unidade. Os seguintes gastos foram alocados para o programa:

- para os custos de pessoal alocou-se as despesas com pesquisadores,

analistas e técnicos envolvidos (ponderadas por sua dedicação ao programa, entre 15% e 70%);

- não foram considerados custos de depreciação;

- 15% do custeio de pesquisa a título de custos administrativos (padrão para

todos os projetos da Unidade);

- não foram considerados gastos específicos em transferência de tecnologia,

tendo em que a participação em eventos, congressos, simpósio, cursos e consultorias, as despesas foram de responsabilidade da instituição promotora do evento.

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19 11. EQUIPE RESPONSÁVEL

Nome Função Matrícula Correio Eletrônico

João Dionísio Henn

Impactos econômicos, ambientais e sociais

352639 joao.henn@cnpsa.embrapa.br

Jonas Irineu dos Santos Filho Impactos Econômicos 291785 jonas@cnpsa.embrapa.br

Marcelo Miele Impactos Econômicos 315775 mmiele@cnpsa.embrapa.br

Marcos Novaes Impactos econômicos

e custos 316819 mnovaes@cnpsa.embrapa.br Nelson Morés Especialista 220262 mores@cnpsa.embrapa.br Janice Reis Ciacci Zanella Especialista 296824 janice@cnpsa.embrapa.br Luizita Salete Suzin Marini Custos e receitas 311059 luizita@cnpsa.embrapa.br

Marcia Mara Tessmann

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20 12. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABEF - Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne de Frango. Estatísticas. Disponível em http://www.abef.com.br/. Acesso em fevereiro de 2011. AVILA, A. F. D., MAGALHÃES, M. C., VEDOVATO, G. L., IRIAS, L. J. M., RODRIGUES,

G. S. Impactos econômicos, sociais e ambientais dos investimentos na Embrapa. Revista de Política Agrícola, v. XIV, p. 86-101, 2005.

AVILA, A. F. D., RODRIGUES, G. S., VEDOVATO, G. L. (coord.) Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: metodologia de referência. Brasília, DF: Secretaria de Gestão Estratégica, 2006. 128 p.

JAENICH, F. R. F.; COLDEBELLA, A.; MACHADO, ABREU, P. G. de; ABREU, V. M. N.; SANTIAGO, V. Importância da higienização na produção avícola. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2004. 5 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 636).

Valdir Silveira de Avila; Valéria Maria Nascimento Abreu; Élsio Antônio Pereira de Figueiredo; Paulo Antônio Rabenschlag de Brum & Ubirajara de Oliveira. Valor

Agronômico da Cama de Frangos após Reutilização por Vários Lotes Consecutivos. Comunicado Técnico 466, Concórdia, SC, 2007.

Virgínia Santiago Silva; Daiane Voss; Arlei Coldebella; Nelanie Bosetti & Valdir Silveira de Avila. Efeito de Tratamentos Sobre a Carga Bacteriana de Cama de Aviário

Reutilizada em Frangos de Corte. Comunicado Técnico 467, Dezembro, 2007,

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