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Tendência temporal da mortalidade por melanoma cutâneo no Brasil no período de 2001 a 2013

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TENDÊNCIA TEMPORAL DA MORTALIDADE POR MELANOMA CUTÂNEO NO BRASIL NO PERÍODO DE 2001 A 2013

TEMPORAL TREND OF MORTALITY BY CUTANEOUS MELANOMA IN BRAZIL FROM 2001 TO 2013.

Mariana Mendes Campos da Costa ¹ Paulo Fontoura Freitas² Flavio Magajewski3

¹ Discente do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. E-mail: marianaccosta@yahoo.com.br

² Epidemiologista. Docente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. E-mail: pfreitas.epidemio@gmail.com 3 Médico do Trabalho e Pediatra. Docente do curso de Graduação em Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL - Campus Pedra Branca - Palhoça (SC) Brasil. E-mail:

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Resumo: Fundamentos: O melanoma maligno de pele é o tumor cutâneo mais agressivo e de maior mortalidade. Objetivo: Analisar a tendência histórica da mortalidade por melanoma maligno cutâneo no Brasil no período de 2001 a 2013. Método: Estudo observacional ecológico. Dados coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade do DATASUS. Análise estatística a partir de uma regressão linear simples. Aprovado pelo CEP-UNISUL. Resultados: No período analisado ocorreram 16.759 óbitos por melanoma cutâneo no Brasil. Ocorreu tendência de aumento da mortalidade pela doença no país com Taxa média de 0,679 e um incremento médio anual de casos para 100.000 habitantes (Beta) de 0,017. Houve tendência ascendente da mortalidade pela doença em ambos os sexos, mais expressiva entre os homens (taxa média=0,78 Beta 0,023). Apenas a população acima de 80 anos teve tendência de aumento da mortalidade (tx= 8,62 e Beta=3,59). A população entre 21 e 40 anos teve uma tendência de redução da mortalidade no período. As demais faixas etárias apresentaram tendência estacionaria. Em todas as regiões do Brasil teve tendência de aumento da mortalidade. A região Sul obteve a maior notoriedade no desfecho analisado (tx= 1,61 e Beta= 0,045). A população caucasiana mostrou maior destaque (tx=1,17 e Beta= 0,037) quando comparada as raças preta e parda. (tx= 0,21 Beta= 0,006 e Tx= 0,15 Beta= 0,011, respectivamente). Conclusão: Houve maior tendência ascendente da mortalidade por melanoma entre os indivíduos do sexo masculino, população caucasiana, acima de 80 anos e residentes da região Sul do Brasil.

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BACKGROUND: Malignant melanoma of the skin is the most aggressive cutaneous

tumor of higher mortality. Objective: To analyze the historical trend of mortality due to cutaneous malignant melanoma in Brazil from 2001 to 2013. Method: Ecological observational study. Data collected in the DATASUS Mortality Information System. Statistical analysis from a simple linear regression. Approved by CEP-UNISUL. Results: In the analyzed period, there were 16,759 deaths due to cutaneous melanoma in Brazil. There was a tendency to increase mortality due to the disease in the country with an average rate of 0.679 and an average annual increase of cases to 100,000 inhabitants (Beta) of 0.017. There was an upward trend in mortality due to the disease in both sexes, more significant among men (mean rate = 0.78 Beta 0.023). Only the population older than 80 years had a tendency to increase mortality (tx = 8.62 and Beta = 3.59). The population aged between 21 and 40 had a tendency to reduce mortality in the period. The other age groups showed a steady trend. In all regions of Brazil there was a tendency to increase mortality. The South region was the most notorious in the analyzed outcome (tx = 1.61 and Beta = 0.045). The Caucasian population showed greater prominence (tx = 1.17 and Beta = 0.037) when compared to the black and brown races. (tx = 0.21 Beta = 0.006 and Tx = 0.15 Beta = 0.011, respectively). Conclusion: There was a higher upward trend in melanoma mortality among males, Caucasians, older than 80 years, and residents of the southern region of Brasil.

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INTRODUÇÃO

O melanoma cutâneo é uma neoplasia maligna originada nos melanócitos, células produtoras de melanina na camada basal da epiderme, e participa com cerca de 4% de todos os tumores da pele. Apesar de sua baixa incidência no Brasil, o melanoma apresenta pior prognóstico em relação aos outros tipos de câncer cutâneo1-3.

É uma neoplasia que merece atenção médica e de saúde pública, pois pode mostrar-se muito agressivo, tendo alta capacidade de evoluir para metástases linfáticas e hematogênicas 3,4.

Com relação a mortalidade por este tumor cutâneo, em 2012 a estimativa mundial foi de 55.488 óbitos, e no Brasil um total de 1.952. Para 2020 a estimativa mundial é 1,22% maior e a brasileira 1,26% 5.

A sobrevida desses pacientes está diretamente relacionada a uma detecção e tratamento precoces. Além disso, diversos trabalhos ao redor do mundo, com diferentes datas de seguimento, têm mostrado que a atenção a fatores prognósticos influencia de forma direta a sobrevida desses pacientes 2-4.

Os raios UV são um fator de risco conhecido para a ocorrência do melanoma cutâneo 6,7, e evitar a exposição faz parte das estratégias de prevenção primária da doença

7. No Brasil o excesso de exposição solar é visto como um hábito cultural, estando

inclusive relacionado às atividades de lazer. Assim, a fotoproteção ainda é muito desvalorizada, principalmente entre os adultos jovens 1,8,9.

Nos Estados Unidos, a partir da base de dados de Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais do Instituto Nacional do Câncer, uma pesquisa analisou pacientes com melanoma oral e a relação de diversas variáveis sociodemográficas e fisiopatológicas com a sobrevida da doença. Concluiu-se que a idade no diagnóstico, a década do diagnóstico, a extensão da doença, o tamanho do tumor e o nível socioeconômico foram os fatores prognósticos mais relacionados à sobrevivência deste tipo de melanoma maligno10 O esclarecimento da evolução temporal da mortalidade por câncer, hoje a terceira causa de mortalidade mais prevalente no país, pode contribuir para a avaliação das políticas de prevenção e controle em desenvolvimento e para o planejamento de novas estratégias que permitam a seleção de grupos etários e populacionais mais vulneráveis à doença e seus desfechos para atenção mais eficaz. O presente estudo teve como objetivo analisar a tendência histórica da mortalidade por melanoma maligno cutâneo no Brasil no período de 2001 a 2013.

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METODOLOGIA

Foi realizado um estudo observacional de tipo ecológico, no qual a população estudada foi a dos brasileiros residentes no Brasil com registro de óbitos por melanoma cutâneo- código C43 (CID -10ª Revisão) no período de 2001 a 2013.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Censo Demográfico 2010 quantificou a população brasileira em 190.732.694 pessoas.

A fonte de coleta de dados foi o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) gerenciado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), uma base de dados de domínio público com abrangência sobre toda a população brasileira.

Para o cálculo das taxas de mortalidade foi realizada a divisão do número de óbitos pela população exposta ao risco e usada a constante 100.000 habitantes. Foram utilizados os dados populacionais do censo do IBGE de 2000 e 2010, e as estimativas intercensitárias para os demais anos foram calculadas a partir desses valores pelo IBGE. Exceto em relação à distribuição da população segundo cor de pele, para a qual foi utilizada a taxa de crescimento entre os anos 2000 e 2010, calculada a partir da seguinte equação:

r = √

𝑃(𝑡) − 1

𝑃(0)

𝑡 Onde:

r é a taxa de crescimento da população

P(t) é a população final para se identificar a taxa de crescimento, ou seja população do ano 2010.

P(0) é a população inicial para se identificar a taxa de crescimento, ou seja, corresponde ao ano 2000

t é o tempo transcorrido entre a mensuração da população inicial e final.

As variáveis dependentes usadas neste estudo foram faixa etária, sexo, etnia, e grandes regiões do Brasil. A variável independente foi o ano de ocorrência do óbito.

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Os dados foram tabulados utilizando o software Windows Excel. A análise dos dados será realizada por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS). Version 18.0. [Computer program]. Chicago: SPSS Inc; 2009.

O projeto obedeceu aos preceitos éticos do Conselho Nacional de Saúde (CNS) estabelecidos pela Resolução 466/2012. CAAE: 70425417.8.0000.5369.

RESULTADOS

No período de 2001 a 2013 ocorreram 16.759 óbitos por melanoma maligno de pele no Brasil.

A taxa de mortalidade geral por melanoma no Brasil no período também apresentou tendência de crescimento com forte correlação estatística (p<0,001), elevado coeficiente de determinação (R²=0,958), e acentuada correlação entre o tempo e o desfecho (r= 0,978). (Tabela 1)

A partir do gráfico 1 observa-se que em relação ao sexo, houve tendência de crescimento nas taxas de mortalidade. A evolução do desfecho tanto no sexo feminino quanto no masculino teve forte significância estatística (p<0,001), porem o sexo masculino teve o dobro de incremento médio anual (βeta =0,023) comparado a população feminina (βeta =0,011). De acordo com a tabela 1 houve uma acentuada força da associação entre o tempo e a evolução das taxas (r) em ambos os sexos, estando acima de 90%. O coeficiente de determinação (R²), o qual demonstra o quanto o modelo explica o dado evento, foi elevado entre homens (0,904) e mulheres (0,813).

Com relação à evolução das taxas de mortalidade por melanoma segundo as faixas etárias, as taxas de mortalidade por melanoma apresentaram comportamento crescente conforme o aumento da idade. Entretanto ocorreu uma tendência estacionaria das taxas de mortalidade por melanoma na população entre 0 e 20 anos, 41 a 60 anos e 61 a 80 anos. Nos indivíduos entre 21 e 40 anos houve tendência de redução da mortalidade. Apenas na faixa etária maior que 80 anos houve tendência ao aumento. Os resultados obtidos apresentaram significância estatística apenas nas faixas etárias de 21 a 40 anos (p= 0,034) e entre os com mais de 80 anos (p<0,001). Os indivíduos com faixa etária acima de 80 anos apresentaram o maior incremento médio anual de óbitos, alcançando mais de 3 óbitos por 100.000 habitantes ao ano (β=3,598). (Tabela 1)

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Em relação às taxas de mortalidade por melanoma segundo a cor da pele, foram estudados os indivíduos de pele branca, preta e parda, desconsiderando-se assim a população indígena, amarela e os não declarados, devido aos dados terem valores insignificantes e inconsistentes ao longo do período. No período estudado ocorreu aumento da tendência da mortalidade por melanoma entre a população de cor branca e parda, enquanto a raça negra apresentou tendência estacionaria (Gráfico 2). A população caucasiana merece maior destaque devido à maior força de associação entre o tempo e as taxas obtidas (r= 0,971) e forte significância estatística (p<0,001). A população de pele de cor preta obteve os menores coeficientes de determinação (R² = 0,207) e e força de associação entre tempo e desfecho (r=0,454), além de não ter apresentado significância na análise de variância. A população de cor parda apresentou significância dos dados (p<0,001), com acentuado coeficiente de determinação (R²= 0,791), e forte associação linear entre tempo e desfecho (r=0,889). (Tabela 1)

Em todas as regiões do Brasil ocorreu a tendência de aumento da mortalidade por melanoma, e todos estes dados apresentaram significância estatística. Porém a tendência ao aumento na região Sul, além de ser a mais expressiva, também apresentou maior relação de determinação com o tempo (r = 0,977), seguida da região Nordeste (r= 0,967). A região Sudeste foi a que apresentou a menor força de associação linear entre tempo e o desfecho analisado (r= 0,830) e consequentemente menor coeficiente de determinação (R²= 0,689). (Tabela 1)

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Tabela 1. Tendência temporal da mortalidade por melanoma maligno cutâneo segundo as características sociodemográficas e macrorregiões do Brasil, 2001-2013.

Variáveis Tx r Βeta p-valor

ANOVA Tendência BRASIL 0,679 0,958 0,978 0,017 <0,001 Aumento Sexo Feminino 0,576 0,813 0,901 0,011 <0,001 Aumento Masculino 0,783 0,904 0,950 0,023 <0,001 Aumento Faixa Etária 0 - 20 anos 0,106 0,027 0,164 -0,001 0,589 Estacionária 21- 40 anos 2,014 0,348 0,589 -0,029 0,034 Redução 41- 60 anos 10,701 0,266 0,515 -0,072 0,071 Estacionária 61- 80 anos 33,252 0,287 0,535 0,227 0,059 Estacionária + 80 anos 86,218 0,794 0,891 3,598 <0,001 Aumento Cor da pele Branca 1,17 0,944 0,971 0,037 <0,001 Aumento Preta 0,218 0,207 0,454 0,006 0,118 Estacionária Parda 0,156 0,791 0,889 0,011 <0,001 Aumento Grande Região Sul 1,61 0,956 0,977 0,045 <0,001 Aumento Norte 0,15 0,752 0,867 0,010 0,003 Aumento Nordeste 0,272 0,937 0,967 0,018 <0,001 Aumento Sudeste 0,79 0,689 0,830 0,011 0,009 Aumento Centro-Oeste 0,465 0,777 0,881 0,017 0,002 Aumento Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)

Tx= Taxa média de mortalidade

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Gráfico 2: Tendência da mortalidade por melanoma segundo cor de pele entre 2001 e 2013 no

Brasil.

DISCUSSÃO

Esta é uma pesquisa original, que buscou analisar a tendência temporal da mortalidade por melanoma cutâneo no Brasil, no período de 2001 a 2013, com base no banco de dados disponíveis no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)

O presente estudo demonstrou uma tendência ascendente da mortalidade por melanoma cutâneo no Brasil no período analisado.

A maioria das variáveis estudadas apresentou evolução fortemente significativa sob o ponto de vista estatístico, com crescimento sistemático das taxas de mortalidade por melanoma maligno cutâneo no decorrer do período estudado.

Corrobora com o estudo atual uma pesquisa realizada na Escócia que revelou que a mortalidade por melanoma entre 1979 e 2003 duplicou no sexo masculino, enquanto entre as mulheres manteve-se constante.11 Diversos estudos mostraram que a incidência também teve maior crescimento entre os homens. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) a incidência de melanoma cutâneo no Brasil no ano de 2016 foi de 5.670 casos, sendo 52,92% em homens e 47,08% em mulheres 12

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Estudo realizado no Oeste de Santa Catarina, Brasil, que analisou a sobrevida de pacientes com melanoma cutâneo, indicou que os pacientes do sexo feminino apresentaram melhor prognóstico (sobrevida de 59%) quando comparados ao sexo masculino (79,5%) ².

No presente estudo houve tendência de crescimento mais rápido na mortalidade por melanoma entre o sexo masculino quando comparado com o sexo feminino. A maior prevalência de casos e de óbitos no sexo masculino pode estar relacionado a um menor autocuidado com relação a exposição solar e o maior predomínio de homens nas ocupações em que a exposição ao sol é obrigatória.

É conhecida a influência dos raios ultra-violeta como fator de risco para a ocorrência de melanoma cutâneo 6,7, estando a proteção aos mesmos relacionada com as

estratégias de prevenção primaria 7. No Brasil a exposição solar é vista como um hábito cultural relacionado a atividades de lazer, e a fotoproteção ainda encontra-se desvalorizada, principalmente entre adultos jovens 1,8,9. Estudo brasileiro realizado em 2010 analisou os hábitos e informações sobre fotoexposição e fatores de risco para câncer de pele entre estudantes universitários, e observou-se que as mulheres protegem-se mais da exposição aos raios solares do que os homens. 8

Pesquisa realizada no ano de 2009 em Florianópolis-Santa Catarina avaliou o perfil sociodemográfico dos casos e óbitos por melanoma cutâneo no devido município entre 2002 e 2003, e encontrou como uma maior incidência da doença entre o sexo feminino, raça branca e idade média de 51,3 anos. Não obstante, a taxa de mortalidade por melanoma cutâneo foi maior entre os homens (11,1%) do que entre as mulheres (4,4%). 1

No que concerne a distribuição por faixa etária, estudo realizado no Rio Grande do Sul estimou a frequência e o perfil de pacientes com diagnostico de melanoma em um Centro de Referência local, foi encontrada uma maior prevalência no grupo entre 40 e 60 anos, resultando em uma média de 53,7 anos de idade.13 No estudo aqui apresentado, com dados de todo o país e com um período longo de treze anos de observação, as taxas de mortalidade por melanoma apresentaram comportamento crescente de acordo com o aumento da idade, sugerindo o efeito cumulativo e o longo tempo de latência da exposição ao sol e às radiações ultravioletas.

De acordo com dados do INCA os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina estão a frente quanto a prevalência de melanoma. Um estudo realizado em Taubaté-SP em 2016 analisou a mortalidade por melanoma com enfoque na região Sul

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do Brasil entre 2008 e 2012, devido as altas taxas existentes nesta região, usando como base de dados o DATASUS, e mostrou que as áreas que apresentavam maior prioridade para ações de intervenção se concentraram no Rio Grande do Sul.14

No que diz respeito à liderança da Região Sul nas taxas de mortalidade por melanoma, acredita-se que a maior proporção de caucasianos no total da população é a hipótese mais consistente para explicar estes resultados.

Sabe-se que a cor de pele tem forte importância na epidemiologia da doença. Pessoas com a pele mais clara estão mais sujeitas ao aparecimento de melanoma cutâneo quando comparadas a população de outras raças. 15,16 Indivíduos de pele branca têm menor quantidade de melanina nas células cutâneas, sendo esta essencial para proteção contra a ação cancerígena, nociva e mutagênica da radiação ultravioleta. 15

Embora o maior enfoque da literatura médica sobre melanoma esteja relacionado com a epidemiologia da doença na população caucasiana, um estudo americano contrapôs esta tendência demonstrando que apesar deste câncer de pele ser proporcionalmente mais predominante na população branca, o pior prognostico foi encontrado nos indivíduos afrodescendentes. Tal estudo sugere que um dos fatores para explicar este achado seja um possível diagnóstico e tratamento atrasados. 17

CONCLUSÃO

As taxas de mortalidade por melanoma no Brasil apresentaram tendência ascendente em ambos os sexos no período estudado, com maior prevalência no sexo masculino. A região Sul foi a que apresentou as maiores taxas de mortalidade, assim como a população caucasiana e os indivíduos com mais de 80 anos.

Conclui-se que estes grupos demandam de uma maior atenção do Estado a partir de políticas que englobem as estratégias de prevenção primaria do melanoma cutâneo, com enfoque na fotoproteção aos raios ultravioletas.

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Referências

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