Laboratório de Biotecnologia Farmacêutica
http://farmacia.ufrj.br/mauricio/
CQPB FFM-001
Polipeptídeos
Luís Maurício T. R. Lima
2
Caracterização de Proteínas
Objetivo:
Fundamentos quimicos e métodos fisico-químicos,
estruturais e funcionais de caracterização de proteínas e
peptídeos que permitam a inserção no estado da arte e o
estudo posterior de casos particulares da prática
Polipeptídeos - Substâncias
Substâncias
•
Substância – entidade molecular única ou mistura de
entidades moleculares individuais que são isoladas juntas ou
o resultado do mesmo processo sintético ou extrativo.
•
Qualquer matéria (possui massa e ocupa espaço) que
possui existência discreta (visão Aristotélica)
– Entidade química bem-definida
– Misturas (isoladas juntas) de naturência natural ou sintética
– Material bruto natural homogêneo estruturalmente diverso.
•
Cinco grupos de elementos empregados para descrever
substâncias únicas.
– Monodisperso
• Químico
• Proteinas
• Ácidos nucleicos
– Polidisperso
• Polímeros (polisacarídeos e polímeros sintéticos)
• Substâncias diversas estruturalmente
Polipeptídeos - Substâncias
5
6
Polipeptídeos - Substâncias
Reflexão:
- Cloreto de zinco
- Ácido clorídico
- Gene de insulina humana
- Insulina humana
- Monômero
- Dímero
- Hexâmero
- Agregado
- Insulina humana – zinco
- EPO
Enovelamento de Proteínas
O Paradoxo de Levinthal
Quantos graus de liberdade há numa cadeia polipeptídica
contendo 150 amino ácidos?
2000 átomos X 3[x, y, z] = 6000 graus de liberdades ?
150 X 2[f,y] + 150X[cadeias laterais] = 450 ?
Quantas conformações do esqueleto peptídico são possíveis ?
[+/- 36
o
de acurácia] 10
300
Enovelamento de Proteínas
O Experimento de Anfinsen com RNase
“...toda a informação necessária para
especificar a estrutura completa de uma
proteína reside em sua seqüência
primária.”
Anfinsen, C.B. (1973) Science,
181:223
12
Interações que estabilizam a estrutura protéica
•
Ligação de hidrogênio;
•
Interações salinas;
•
Interações dipolo-dipolo;
•
Interações de van der Waals;
•
Interações hidrofóbicas;
•
Ligações disulfeto;
Interações fracas
4 – 30 KJ/mol
Ligação covalente
200 – 460 KJ/mol
Ligação de
hidrogênio
•
átomos doadores
e receptores de
elétrons;
Em pH 7.0
Interações salinas
•
Grupos carregados com cargas opostas formam
pares iônicos;
Arg
249Asp
2,89
Interações dipolo-dipolo
– hélices possuem um
grande momento
dipolo-dipolo;
Direção do dipolo:
Interações de van der Waals
•
Resíduos aromáticos interagem
entre si com grande interação de
van der Waals;
Interações hidrofóbicas
•
Resíduos hidrofóbicos
tendem a ocupar o interior
da proteína para evitar
cisteína
cistina
Ligações disulfeto
•
Ligações disulfeto estabilizam covalentemente a estrutura
da proteína
Ângulos internos
f
e
y
•
A conformação da
cadeia principal de cada
resíduo é determinada
pelos ângulos
f
e
y
;
•
Algumas combinações
de
f
e
y
levam a
conformações não
permitidas (impedimento
estérico);
Diagrama de Ramachandran
•
As duas grandes regiões
correspondem a
-hélice e
folha-
b
48
Esquerda - serina-protease subtilisina, determinada à resolução de 0.78Å (código no PDB: 1GCI). A presença de um resíduo em regiões não-permitidas (em branco) pode indicar, por exemplo, uma distorção causada por uma interação forte.
Já quando há um grande número de resíduos em tais regiões, é mais provável que o modelo tenha sido construído de forma errônea, ou, no caso de uma estrutura experimental, que o mapa de densidade eletrônica tenha sido mal interpretado.
Folhas-
b
f
= -139
oY
= 135
o•
Fitas paralelas e
antiparalelas
f
= -119
oY
= 113
oEstruturas Supersecundárias
•
Interações entre
-hélices e folhas-
b
próximas em
seqüência;
1958 e 1960 Primeiras estruturas de proteínas resolvidas
Princípios gerais importantes:
•Interior hidrofóbico
•Superfície hidrofílica
Formação de estruturas secundárias regulares
no interior da proteína com formação de
Estrutura terciária de proteínas
Mioglobina
Mioglobina
Triosefosfa
to
Isomerase
Estrutura terciária de proteínas
Estruturas com domínios
b
Aspartato
transcabomila
se
Flavodoxina
Plastocianina
Estrutura terciária de proteínas
Domínios protéicos
Triosephosphate isomerase
Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase de
59
60
Structure, Vol. 11, 915–926, August, 2003, 2003 Elsevier Science Ltd.DOI 10.1016/S0969-2126(03)00149-7
62
64
Inhibition of insulin amyloid formation by small stress molecules
65
Fibra Amilóide de Amilina
R.P.R. Nanga, et al., Structure and membrane orientation of IAPP in its natively amidated form at physiological pH in a membrane environment , Biochim. Biophys. Acta (2011),
66
Fibra Amilóide de Amilina
69
Casting Metal Nanowires Within Discrete Self-Assembled Peptide Nanotubes Science 300, 625 (2003);
DOI: 10.1126/science.1082387
70
Casting Metal Nanowires Within Discrete Self-Assembled Peptide Nanotubes Science 300, 625 (2003);
DOI: 10.1126/science.1082387
L. Smeller, BBActa, 1595, 1-2 , p 11-29, 2002.
Protein folding ... and misfolding.
José Nelson Onuchic, Nicholas D Socci, Zaida Luthey-Schulten, Peter G Wolynes
Folding & Design 13 Nov 1996, 1:441-450.
Doença Prevalência nos EUA em
2000
Proteína
envolvida Deposição protéica Doença de prion <1: 100.000 PrPSc Placas amilóides da proteína
do prion
Doença de
Alzheimer 1450: 100.000 Ab Placas amilóides do peptídio Ab Tau Filamentos helicoidais
pareados em entrelaçados neurofibrilares
Doença de
Parkinson 360: 100.000 -sinucleína Corpos de Lewy Demência
frontotemporal 14: 100.000 Tau Filamentos finos e filamentos pareados em hélice
Doença de Pick 2: 100.000 Tau Corpos de Pick
Paralisia progressiva supranuclear
5: 100.000 Tau Filamentos finos em
entrelaçados neurofibrilares
Esclerose lateral
amiotrófica 7: 100.000 Neurofilamento Agregados neuronais Doença de
Huntington 11: 100.000 Huntingtina Inclusões nucleares Ataxias
espinocerebelares 4: 100.000 Ataxina 1 Ataxina 2
Ataxina 3
Inclusões nucleares e citoplasmáticas
Tabela adaptada de Prusiner, 2001
Marcadores de agregados amilóides
- Inibição de agregação proteica
- Citotoxicidade
- Neurotoxicidade
- Resitência a digestão proteolítica
- Microscopia eletrônica
- Propriedades tintoriais
(ligação de tioflavina T e vermelho do congo)
- Difração de raios X por fibrilas
- Espectrometria de absorvância no infravermelho (FTIR)
Histopatologia da vCJD (x 460)
‘Many, perhaps most, proteins, are
capable of forming
self-propagating,
β-sheet (amyloid) aggregates.’
Toyama and Weissman, Annu. Rev. Biochem.
2011. 80:557–85
•considerando a ocorrência da epizootia de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em
países europeus;
•considerando a ocorrência de casos da variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob - vDCJ
em humanos, constatada em países europeus, e a forte suspeita de sua relação com a
encefalopatia espongiforme bovina;
•considerando os países de risco definidos pelo Escritório Internacional de Epizootias
-OIE;
•considerando os critérios definidos pelo Código Zoosanitário Internacional para
determinação do enquadramento de um país ou zona a respeito de encefalopatia
espongiforme bovina;
•considerando que diversos países adotam legislações restritivas acerca das
encefalopatias espongiformes transmissíveis (EETs);
•considerando a necessidade de adotar medidas para prevenir a população brasileira
contra as encefalopatias espongiformes transmissíveis;
•considerando a existência de evidências epidemiológicas que demonstram a relação
dessas enfermidades em seres humanos com o consumo de produtos cárneos e derivados,
elaborados de ruminantes infectados;
•considerando a possibilidade de transmissão de substâncias patogênicas a humanos por
produtos de origem animal utilizados em procedimentos de diagnóstico e tratamento;
•considerando o risco potencial de transmissão da doença pela utilização de tecidos e
órgãos humanos de pessoas de países onde a vDCJ vem se manifestando; ...
Art.1º
Ficam proibidos
, em todo o território nacional, enquanto
persistirem as condições que configurem risco à saúde, o
ingresso e a comercialização de matéria-prima e produtos
acabados, semi-elaborados ou a granel para uso em seres
humanos, cujo
material de partida
seja
obtido a partir de
tecidos/fluidos de
animais ruminantes
, relacionados às classes
de medicamentos, cosméticos e produtos para a saúde,
conforme discriminado (...)
PrP
C
PrP
Sc
Conversão estrutural PrP
C
PrP
Sc
J. Biol. Chem., Vol. 276, Issue 23, 19687-19690, June 8, 2001
Folding of Prion Protein to Its Native -Helical Conformation Is under Kinetic Control
*Ilia V. Baskakov
§, Giuseppe Legname
§, Stanley B. Prusiner
§¶, and Fred E. Cohen
¶**c, normalized transition of
the isoform (filled circles)
and the isoform (open
circles) as determined by
SEC (solid line) and by CD
(dashed line) against
varying concentrations of
urea.
d, free energy diagram for
the
and the
b
-isoform of
MoPrP determined at pH
3.6. U represents the
unfolded state.
An End to the Prion Debate? Don't Count on It
Science, Vol 305, Issue 5684, 589 , 30 July 2004
Synthetic Mammalian Prions
Science, Vol 305, Issue 5684, 673-676 , 2004
Tg9949 mice inoculated with
() RML prions,
seeded-amyloid
(▲) recMoPrP(89–230),
(▲) unseeded-amyloid
recMoPrP(89–230).
Amyloid fibrils were formed
upon incubation of
recMoPrP(89–230) (0.6
mg/ml) at 37°C in 3 M urea,
0.2 M NaCl, 50 mM sodium
acetate buffer, pH 5.0, as
described (11).
Science, Vol 305, Issue 5684, 673-676 , 2004