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Fatores determinantes para a reprovação de projetos hidrossanitários: o caso da Vigilância Sanitária de São José - SC

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Academic year: 2021

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ÍCARO GOMES DE SOUZA MARIA EDUARDA DUARTE DA SILVA

FATORES DETERMINANTES PARA A REPROVAÇÃO DE PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS: O CASO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE SÃO JOSÉ - SC

Palhoça Ano 2018

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ÍCARO GOMES DE SOUZA MARIA EDUARDA DUARTE DA SILVA

FATORES DETERMINANTES PARA A REPROVAÇÃO DE PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS: O CASO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE SÃO JOSÉ - SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Paulo Roberto May, MSc.

Palhoça Ano 2018

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Dedicamos este trabalho às nossas famílias, amigos e professores que nos auxiliaram para o sucesso desse trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ícaro Gomes de Souza

Agradeço primeiramente à minha mãe Izabel Gilda Gomes de Souza que me gerou e sempre incentivou. Aquela que mais que prover meus estudos e conforto material, foi aconchego, exemplo e alicerce a caminhada. Ela é exemplo de pessoa que corre atrás dos seus sonhos e luta pela sua felicidade.

Em especial ao meu pai Ilson Antônio de Souza, que sempre compartilhou comigo sua sabedoria e seus argumentos, seu apoio, seu incentivo, sua disciplina e sua compreensão foram indispensáveis para a vida.

Ao meu irmão, Israel Gomes de Souza, que sempre foi muitas funções ao mesmo tempo: amigo, professor, aluno, psicólogo, mas principalmente irmão.

Agradeço à minha companheira de trabalho e namorada, Maria Eduarda Duarte da Silva por dividir comigo a sua experiência, sua paciência, seu amor, e por servir de inspiração de ser humano e profissional, sempre ajudando a me tornar uma pessoa melhor.

Não poderia fazer meus agradecimentos sem lembrar dos amigos da faculdade. Ao meu professor orientador Paulo Roberto May, que não mediu esforços para auxiliar na conclusão deste trabalho, me tranquilizou e dividiu seu conhecimento comigo.

Agradeço à empresa Vigilância Sanitária de São José por permitir a elaboração deste trabalho e fornecimento dos dados essenciais para a conclusão deste estudo

Parabenizo e agradeço a todos os professores e a UNISUL, por todo apoio oferecido e ensinamento compartilhado durante esta caminhada.

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Maria Eduarda Duarte da Silva

Agradeço primeiramente a Deus, pelas oportunidades que depositou em minha vida possibilitando tamanho aprendizado.

Agradeço ao meu pai Ronaldo Duarte da Silva, que sempre incentivou meus estudos e nunca desacreditou do meu potencial.

Em especial à minha mãe Jânia Lucia de Pinho que me gerou e me deu muito amor e carinho. Ela é exemplo de determinação e foco nos objetivos que almeja.

A minha irmã, que sempre quando eu não me encontrava em um dia bom me fazia rir, ela é a certeza de que sempre terei a quem recorrer nas dificuldades.

Agradeço ao meu namorado e companheiro de trabalho, Ícaro Gomes de Souza, que aceitou realizar esse desafio comigo e que é meu parceiro de vida. Sem ele nada disso seria possível, obrigada por tanto amor e paciência.

Agradeço aos meus amigos que compreenderam a ausência nesses últimos meses devido a dedicação aos estudos.

Ao meu professor orientador Paulo Roberto May, que sempre esteve disponível para qualquer dúvida, oferecendo seu conhecimento e tranquilidade durante a execução deste trabalho.

Agradeço à Vigilância Sanitária de São José por permitir a elaboração deste trabalho e fornecimento dos dados essenciais para a conclusão deste estudo, principalmente à Engenheira Mayara Vieira e Vieira que me ensinou tudo o que sei sobre instalações hidrossanitárias.

Aos professores e a UNISUL meus agradecimentos por todos os ensinamentos durante o curso de graduação.

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“Passar por problemas, lutas e dores, faz parte da caminhada, mas é você que decide se vai vencê-los, ou deixar eles vencer você” (AUGUSTO CURY).

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RESUMO

Os projetos hidrossanitários quando realizados dentro das normativas técnicas e das legislações vigentes no local onde será implementado, possuem menos chances de apresentarem patologias devido ao projeto. Um dos grandes problemas para os projetistas é o atraso na aprovação dos projetos, e este prazo está diretamente relacionado com as correções necessárias solicitadas pelos órgãos de análise das prefeituras. Assim, este trabalho buscou analisar os principais motivos que levam a reprovação dos projetos. O trabalho realizado mostra a descrição da análise de projetos hidrossanitários na Vigilância Sanitária de São José – SC. Foi elaborada uma comparação dos procedimentos entre prefeituras da Grande Florianópolis buscando analisar quais os erros mais recorrentes cometidos por engenheiros e/ou arquitetos quando realizam um projeto hidrossanitário. Os resultados apresentados foram comparados entre si para subsidiar as propostas de melhoria sugeridas para a Vigilância Sanitária de São José. Os dados fornecidos pelo setor de engenharia da Vigilância Sanitária possibilitaram uma análise quantificativa e qualificativa.

Palavras-chave: Projeto hidrossanitário. Patologias. Vigilância Sanitária de São José. Grande Florianópolis.

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ABSTRACT

Hydrosanitary projects carried out within the rules when techniques and of the laws in force in the place where it will be implemented, have less chances of diseases due to the project. One of the major problems for the designers is the delay in the approval of projects, and this period is directly related with the necessary corrections requested by analysis of the prefectures. Thus, this study sought to analyze the main reasons that lead to rejection of the projects. The work shows the description of the analysis of projects on health surveillance of hydrosanitary São José-SC was an elaborate comparison of procedures among prefectures of Grande Florianópolis seeking to analyze what are the most recurrent errors committed by engineers and/or architects when carrying out a project hydrosanitary. The results were compared with each other to support the proposals suggested improvement to the Health Department of São José. The data provided by the engineering sector of sanitary surveillance has enabled quantitative analysis and any qualifying.

Keywords: Hydrosanitary project. Pathologies. Health Surveillance of São José. Grande Florianópolis.

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QUADROS

Quadro 1: Comparação dos procedimentos para análise de projetos hidrossanitários nas Prefeituras da Grande Florianópolis ... 67 Quadro 2: Comparação dos erros mais comuns nas prefeituras da Grande Florianópolis

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GRÁFICOS

Gráfico 1 - Projetos hidrossanitários pendentes x aprovados no período de janeiro a junho de 2018. ... 66 Gráfico 2 - Habite-ses sanitários pendentes x aprovados no período de janeiro a junho de 2018. ... 66

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TABELAS

Tabela 1 – Quantificação das atividades realizadas no Setor de Análise de Projetos da Vigilância Sanitária de São José no período de janeiro a junho de 2018. ... 65

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Curvas em tubulações de esgoto ... 33

Figura 2 – Reservatório de água com tubulação de aviso ... 33

Figura 3 – Território Santa Catarina – Município de São José ... 41

Figura 4 – Localização da Prefeitura Municipal de São José ... 41

Figura 5 – Sede da Prefeitura Municipal de São José ... 42

Figura 6 – Vigilância Sanitária de São José ... 42

Figura 7 – Entorno da Vigilância Sanitária ... 43

Figura 8 – Sede da Vigilância Sanitária ... 43

Figura 9 – Setores da Diretoria Geral em Vigilância Sanitária ... 44

Figura 10 – Triagem do processo ... 45

Figura 11 – Processo de análise do projeto hidrossanitário... 47

Figura 12 – Procedimento de Abertura de Processos de Análise PHS ... 54

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 15 1.1 OBJETIVO GERAL ... 16 1.1.1 Objetivos Específicos... 16 1.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO ... 16 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 METODOLOGIA ... 18 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

3.1 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E SAÚDE ... 21

3.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS SANITÁRIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL... 22

3.2.1 Leis ... 22

3.2.2 Normas ... 27

3.3 HISTÓRICO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 29

3.3.1 Histórico Vigilância Sanitária de São José ... 31

3.4 PROBLEMAS ENCONTRADOS NAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ... 32

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ... 38

4.1 PERFIL DA PREFEITURA DE SÃO JOSÉ ... 38

4.1.1 Localização da Prefeitura de São José ... 40

4.1.2 Vigilância Sanitária de São José ... 42

4.2 ANÁLISE DO PROCEDIMENTO ... 44

4.2.1 Análise de Projeto Hidrossanitário e Habite-se Sanitário ... 45

4.2.2 Análise de Projeto Hidrossanitário e Habite-se Sanitário Simplificado ... 48

4.2.3 Habite-se Sanitário ... 48

4.2.4 Habite-se Sanitário Simplificado ... 49

4.2.5 O Processo de Análise de Projetos na Prefeitura de São José ... 50

4.2.6 O Processo de Habite-se Sanitário na Prefeitura de São José... 52

4.3 O PROCESSO DE ANÁLISE DE PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS NA GRANDE FLORIANÓPOLIS ... 52

4.3.1 A Vigilância Sanitária de Florianópolis ... 53

4.3.2 A Vigilância Sanitária de Biguaçu ... 60

4.3.3 A Vigilância Sanitária de Palhoça ... 62

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5 CONCLUSÃO ... 72

5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ... 72

REFERÊNCIAS ... 73

ANEXOS ... 78

ANEXO A – DECRETO Nº. 24.980, DE 14 DE MARÇO DE 1985 ... 79

ANEXO B – REQUERIMENTO PARA ABERTURA DE PROCESSOS ... 82

APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO PARA USO DO NOME DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE SÃO JOSÉ ... 85

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente os recursos naturais estão sendo cada vez mais degradados devido as diversas atividades humanas. Buscando uma qualidade do meio ambiente e de vida o saneamento se torna indispensável, promovendo a saúde do meio em que é instalado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exerceram ou podem exercer efeitos deletérios, sobre seu bem-estar físico, mental e social. (FARIA, 2018).

No Brasil a expressão Saneamento Básico é conhecida por tratar de problemas relacionados a abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e destinação de resíduos sólidos. O saneamento promove a saúde pública uma vez que o bom funcionamento dos seus quatro componentes expostos acima afasta da população importantes agentes degradadores da saúde, como a ingestão de água contaminada e a proliferação de vetores. Tais fatores provocam o aumento da vida média da população gerando hábitos higiênicos, reduz o número de horas perdidas com doenças além de estimular a economia do país com melhorias na educação, no setor turístico e na valorização dos imóveis, tornando o país desenvolvido. (TRATA BRASIL, 2018).

Segundo Brasil (2016), a população brasileira em 2016 era de 207,7 milhões de habitantes e conforme os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – ano base 2016) somente 166 milhões de pessoas eram atendidas por abastecimento de água e 103 milhões por esgotamento sanitário. Isso significa que o caminho para que o saneamento básico e seus benefícios cheguem a todos os brasileiros ainda é grande.

Para suprir tal desafio, conforme Santa Catarina (2018), a Vigilância Sanitária tem um papel de extrema relevância pois atua, por meio de educação e fiscalização, na eliminação, diminuição ou prevenção de riscos à saúde e na intervenção de problemas decorrentes ao meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse a saúde.

Tendo em vista maior agilidade na análise e aprovação de projetos hidrossanitários pela Vigilância Sanitária é imprescindível projetos com melhor qualidade técnica, assim, otimizando a rotatividade dos processos e o tempo dos engenheiros analistas, resultando em uma maior quantidade de habitantes assistidos por saneamento básico.

Diante dos diversos erros encontrados nos projetos hidrossanitários analisados pela Vigilância Sanitária de São José – SC buscou-se avaliar quais os mais comuns e porque

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ocorrem com tanta frequência dentre a enorme gama de engenheiros e arquitetos que realizam projetos no município.

Com isso, buscou-se analisar os fatores determinantes para a reprovação de projetos hidrossanitários na Vigilância Sanitária de São José – Santa Catarina, a fim de responder a seguinte pergunta: Quais os erros mais comuns em projetos? Como resolver estes erros afim de aprovar o projeto na primeira análise?

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é:

Descrever o processo de análise projetos hidrossanitários e os fatores de reprovação, na Vigilância Sanitária de São José – SC.

1.1.1 Objetivos Específicos

- Analisar as legislações pertinentes ao assunto em estudo; - Descrever a organização objeto do estudo;

- Estudar o processo de análise dos projetos hidrossanitários dentro da organização;

- Avaliar as condições técnicas, funcionais e legais do processo de análise dos projetos hidrossanitários na organização em estudo;

- Descrever, estudar e analisar os fatores de reprovação dos projetos; - Propor, se necessário, melhorias.

1.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

Por ter sido realizado numa organização específica, esse estudo de caso diz respeito à realidade enfrentada por essa organização, assim os métodos e técnicas em estudo, novas aplicações, bem como, generalizações merecem um maior aprofundamento para serem aplicados em outras organizações.

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A organização onde foi realizado o estudo também trata de assuntos relacionados a controle e qualidade da água fornecida ao município onde está localizada, porém o mesmo não será abordado neste trabalho assim como a fiscalização de denúncias de saneamento básico, limitando-se apenas as instalações prediais. As estações de tratamento de esgoto (ETE) são analisadas pela instituição, porém não competem as atribuições de engenheiro civil, sendo uma atividade apenas para engenheiros sanitaristas.

Outra dificuldade está relacionada à compatibilização da terminologia acadêmica com as práticas da indústria, o que exigiu do autor um esforço para interpretação das informações recebidas. Tal posicionamento desestimula os profissionais a buscar por inovações na construção civil devido ao processo árduo para entender e fazer entender os métodos e soluções propostas a diversas situações. Uma linguagem única que abranja a terminologia academia com a industrial proporciona um maior envolvimento dos profissionais na área, repercutindo em melhores resultados em toda a indústria da construção.

Também deve ser considerado o envolvimento pessoal dos autores nos processos de implantação destes métodos, fator este que sempre terá influência mesmo com todos os cuidados tomados em buscar uma postura o mais isenta possível na análise e apresentação dos fatos.

A expansão deste estudo para os demais processos poderá ser realizada em fases posteriores a conclusão desde Trabalho de Conclusão de Curso.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso foi dividido de forma a facilitar o entendimento do tema proposto, como segue:

 Capitulo 1 – introdução e justificativa, problema, objetivos geral e específicos, limitações da pesquisa; estrutura do TCC.

 Capítulo 2 – Metodologia.

 Capítulo 3 – Fundamentação Teórica.

 Capítulo 4 – Apresentação e Discussão dos Resultados.

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2 METODOLOGIA

Este trabalho de conclusão de curso é uma pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa, sendo que, em relação ao objetivo ela é explicativa, utilizando-se de procedimentos documentais e de estudo de caso. As técnicas utilizadas para coleta e análise de dados foram a Análise documental e a Observação Participante.

De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p.65),

Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Portanto, o embasamento teórico e metodológico existe para dar sustentação ao trabalho científico.

Segundo Marconi; Lakatos (2010, p.177), a observação participante “Consiste na participação real do pesquisador na comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste”.

A coleta de dados dessa pesquisa foi efetuada por meio da observação participante do autor que inseriu-se no grupo a ser pesquisado e passou a fazer parte dele. Tem como finalidade, identificar os problemas, realizar uma análise crítica e buscar soluções adequadas (GIL, 2010).

Quando utilizado o método de estudo de caso deve se levar em consideração a compreensão de todos envolvidos no assunto e investigar todos os aspectos que estão relacionados ao caso.

Conforme Yin (2001) em um estudo de caso a principal intenção é atrair esclarecimentos pelo qual mostre motivos para definir quais decisões serão tomadas em um conjunto de motivos, quais resultados foram obtidos e quais decisões foram tomadas e implementadas.

De acordo com que diz Campomar (1991):

O estudo intensivo de um caso permite a descoberta de relações que não seriam encontradas de outra forma, sendo as análises e inferências em estudo de casos feitas por analogia de situações, respondendo principalmente às questões por quê? E como?

Os cuidados nas coletas de dados e no seu planejamento devem ser redobrados ao se desenvolver uma pesquisa de estudo de caso. Visando identificar possíveis problemas ou

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fatores que afetam ou possam vir a afetar alguns objetos a serem questionados, foi instituído o propósito do estudo de caso. (GIL 2008).

Para Godoy (1995) um estudo de caso equivale a analisar profundamente o tipo de pesquisa onde o objetivo é detalhar um ambiente em uma situação particular. Nessa definição enquadram-se os estudos realizados em empresas para responder o motivo de ocorrerem as mais determinadas situações. Os dados para a pesquisa de um estudo de caso são coletados pelo pesquisador podendo utilizar uma fonte primária ou secundária da própria observação do problema ou em entrevistas. Os dados devem ser coletados de forma qualitativa, podendo em alguns casos ser utilizada a pesquisa quantitativa.

Em um estudo de caso não se deve extrair nenhuma conclusão que extrapole da situação estudada e nem generalizar os resultados encontrados. Portanto, a pesquisa tem uma contribuição limitada para o avanço do conhecimento já que foi realizada em uma empresa com situações específicas. (BERTUCCI, 2009).

Além do estudo de caso foi, também, desenvolvida uma pesquisa bibliográfica e uma abordagem do problema que segundo Marconi; Lakatos (2010, p.166) estrutura-se a partir de:

Toda a literatura já tornada pública em relação ao tema pesquisado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, periódicos, livros, bases de dados etc. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

Fontes secundárias que abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, teses etc. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado tema.

Tal classificação de pesquisa consente que os pesquisadores criem novas teorias com base nas pesquisas já publicadas. Barros, et al, (2007, p.85), afirma que essa classificação de pesquisa gera:

a construção de trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e mesmo criar novas proposições de explicação e compreensão dos fenômenos das mais diferentes áreas do conhecimento.

Neste contexto, qualquer tipo de pesquisa acadêmica pode ser caracterizado como bibliográfica possuindo como vantagem para o investigador a cobertura de uma ampla gama de fenômenos, analisando sua profundidade, descobrindo-se desta forma as incoerências ou contradições.

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Trata-se também de uma pesquisa Documental, que segundo Marconi; Lakatos (2010), é fundamentada em documentos, escritos ou não, estabelecendo o que se denomina de fontes primárias. Podendo ser realizada no momento ou depois que o fato ou fenômeno ocorre.

Para desenvolver esse estudo foram utilizados os procedimentos da própria organização onde foi feito o estudo.

A pesquisa apresentada pode ser classificada como descritiva, pois segundo Triviños (2009), fornece ao investigador fontes para ampliar sua experiência em relação a um determinado problema. Assim, a referida pesquisa enquadra-se como descritiva por apresentar:

A descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, até mesmo, o estabelecimento de relação entre as variáveis, bem como, a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, dentre elas, a aplicação de questionários e a observação sistemática. (GIL, 2010, p. 42)

Trata-se também de uma pesquisa aplicada, que dá origem a conhecimentos e contextualiza-os com a realidade da empresa, visando ajudar na solução de problemas encontrados na mesma, neste estudo os fatores determinantes para a reprovação de projetos hidrossanitários na referida empresa. Feita a identificação dessa necessidade, a referida pesquisa é de cunho empírico e enquadra-se como descritiva.

De acordo com Lakatos (2010) o desenvolvimento da pesquisa pode ser realizado de maneira não estruturada, onde o entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada, como uma maneira de explorar de maneira mais ampla uma questão. Em geral as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversa informal. Quando realizada de maneira não dirigida, há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é ser inventivo, levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem, entretanto força-lo a responder.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Para o desenvolvimento de qualquer estudo é importante um consistente embasamento teórico. Com a apresentação de conceitos e opiniões de diferentes autores, da legislação pertinente ao assunto em estudo, foi possível construir uma base teórica para entender melhor como conceitos e a legislação são definidos e aplicados no caso em estudo.

Nesse Capítulo os principais conceitos necessários para a compreensão dos estudos são apresentados.

3.1 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E SAÚDE

O direito a saúde no Brasil só foi possível graças ao movimento Reforma Sanitária que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988. Com o SUS todo brasileiro tem direito a condições que lhe favoreçam saúde e bem-estar, mas para ter boa condição de saúde não bastam apenas hospitais, clínicas e postos de saúde, apesar de sua relevância. O meio em que o usuário se encontra o afeta diretamente, devendo assim estar em boas condições de habitação. (BRASIL, 1998).

Segundo Faria (2018) um local sujo, com esgotamento a céu aberto ou água parada acaba por contribuir na proliferação de animais transmissores de doenças, contaminando os habitantes e demais animais da região. O saneamento básico visa melhorar as condições de higiene da população e do meio ambiente, proporcionando menos horas perdidas com doenças, maior qualidade e expectativa de vida. Para que o saneamento se torne eficiente é necessária a conscientização de que todos devem fazer sua parte, a população tratando seu esgoto ou o ligando corretamente a rede coletora local, armazenando e descartando seu lixo de forma correta, realizando a ligação aos ramais de água e o poder público agindo por meio de educação e iniciativas para que todos tenham acesso ao saneamento.

Diante da escassez hídrica em alguns estados do Brasil nos últimos anos, combater a poluição das águas se tornou quase um item obrigatório. O esgoto doméstico e os resíduos sólidos são grandes vilões dessa história, tanto que medidas sobre o assunto vem sendo tomadas por governantes, e em alguns estados está sendo proposto o fim da tributação para os investimentos em saneamento com o intuito de atrair recursos e aumentar o acesso a água tratada e esgotamento sanitário adequado a população. O cuidado com a preservação dos mananciais, tanto quantitativa quanto qualitativa, garante a plantação de alimentos, a geração

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de energia, a oferta de água potável para a população, sendo assim, todo cuidado para não poluir as águas é válido. Portanto, condições básicas de saneamento são extremamente necessárias não só para a saúde pública, mas também para a natureza e economia do país. (O GLOBO, 2018).

3.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS SANITÁRIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As leis que se aplicam a questões de saneamento foram criadas para que as condições sanitárias e de saúde estejam asseguradas e sejam difundidas, atingindo cada vez mais pessoas e melhorando sua qualidade de vida. As normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também são diretrizes a serem seguidas e fornecem amparo legal e segurança quando o projeto e a execução se enquadram na mesma.

3.2.1 Leis

Conforme Brasil (2007), a Lei Nº 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Conforme o Capítulo 1, o Art. 2 fundamenta os princípios dos serviços públicos prestados:

I - universalização do acesso;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;

IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes, adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; (Redação dada pela Lei nº 13.308, de 2016)

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;

X - controle social;

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XII - integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

XIII - adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água. [...]

Em seu Art. 52, a Lei Nº 11.445/2007 institui a criação do Plano Nacional de Saneamento Básico elaborado pelo Governo Federal em 2013 que contém:

a) os objetivos e metas nacionais e regionalizadas, de curto, médio e longo prazos, para a universalização dos serviços de saneamento básico e o alcance de níveis crescentes de saneamento básico no território nacional, observando a compatibilidade com os demais planos e políticas públicas da União;

b) as diretrizes e orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza político-institucional, legal e jurídica, econômico-financeira, administrativa, cultural e tecnológica com impacto na consecução das metas e objetivos estabelecidos; c) a proposição de programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas da Política Federal de Saneamento Básico, com identificação das respectivas fontes de financiamento;

d) as diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de especial interesse turístico e

e) os procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações executadas;

Segundo Brasil (2007), o Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab) serve para orientar o Estado na condução da política pública de saneamento básico e auxilia no planejamento de metas e estratégias para o setor nos próximos vinte anos, sendo revisado a cada quatro anos.

Regulamentando a Lei Nº 11.445/2007 surgiu o Decreto nacional Nº 7.217/2010 que fornece objetivos e diretrizes para os serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos e de águas pluviais urbanas. O referido decreto institui as funções dos órgãos e entidades de regulamentação e o planejamento do Plano Nacional de Saneamento Básico (PlanSab). Os órgãos e entidades de regulamentação alimentam o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS) disponibilizando indicadores, estatísticas e demais informações relevantes que caracterizem os serviços públicos de saneamento básico. Os dados coletados permitem avaliar os resultados e impactos das ações definidas no PlanSab. A fiscalização, acompanhamento e permissão ao acesso a informações sobre as prestações de serviços públicos regulados bem como editar normas técnicas, econômicas e sociais para a sua regulação, são funções das agências reguladoras. (BRASIL, 2010 - 1)

A Lei Municipal de São José nº 5.460/2014 autoriza o poder executivo a delegar competência a Agência Reguladora de Saneamento Básico de Santa Catarina (AGESAN) em consonância com as Leis Federais nº 11.445/2007 e 12.305/2010. (SÃO JOSÉ, 2014 - 2).

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Conforme Santa Catarina (2015), foi implantada a Lei estadual Nº 16.673/2015 que dispõe sobre a fusão da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (AGESC) com a AGESAN, criando a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) que tem por missão assegurar a prestação de serviços públicos relacionados à energia elétrica, recursos minerais, gás canalizado e saneamento básico.

Em São José, a ARESC fiscaliza a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN), concessionária que fornece água tratada e opera o esgotamento sanitário no município.

A Lei Nacional Nº 12.305/10 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos que tem como princípios a prevenção e precaução de doenças e poluições, incentivando padrões sustentáveis de acordo com Brasil (2010 -3). É regulamentada pelo Decreto Nº 7.404/10 onde são descritos: o plano nacional, os planos estaduais e municipais de resíduos sólidos, que possuem validade de vinte anos e devem ser revisados a cada quatro anos. O Decreto também institui a logística reversa, que são ações que viabilizam a coleta e a restituição dos resíduos ao setor empresarial, para reaproveitamento. (BRASIL, 2010 -2)

De acordo com Santa Catarina (2005) a Política Estadual de Saneamento é estabelecida pela Lei Nº 13.517/2005 e é definida como “conjunto de elementos de informação, diagnóstico, definição de objetivos, metas e instrumentos, programas, execução, avaliação e controle que consubstanciam, organizam e integram o planejamento e a execução das ações de saneamento”. A Lei citada é regulamentada pelos Decretos Nº 2.760/2009 e 3.253/2010.

Para Santa Catarina (1983), em caráter estadual a Lei Nº 6.320/1983 dispõe sobre normas gerais de saúde, estabelece penalidades e dá outras previdências. Tal Lei é regulamentada pelo Decreto Nº 24.980/1985 que estabelece as disposições preliminares para a aprovação de projetos hidrossanitários, bem como, especifica os itens que o projeto deve conter conforme apresentado no Anexo A, deste trabalho.

A Vigilância Sanitária de São José segue o Decreto Nº 24.980 de 1985, onde todos os projetos devem seguir tal padrão, facilitando o trabalho dos engenheiros e oferecendo um projeto de qualidade para o cidadão.

As normas de saúde em vigilância sanitária e penalidades (Código Sanitário Municipal de São José) são definidas por São José (1992), através da Lei municipal Nº 2.446/1992, que propõe normativas principalmente para o setor de fiscalização da vigilância sanitária de São José e aplica a descrição e valor das penalidades e infrações aplicadas caso não se corrijam as condições que comprometam a saúde pública.

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O Plano Diretor do município de São José é definido pela Lei Municipal Nº 1.605 de 1985 e faz referência as instalações sanitárias apenas nos seguintes artigos:

[...]

Art. 28 Áreas do Sistema de Saneamento e Energia são as áreas necessárias para assegurar a localização adequada dos seguintes equipamentos e serviços:

I - (ASE -1) Áreas para Tratamento e Abastecimento de Água Potável;

II - (ASE -2) Áreas para Tratamento e Disposição Final de Esgotos Sanitários e Águas Pluviais;

III - (ASE -3) Áreas para Disposição Final de Resíduos Sólidos; [...]

Art. 47 § 2º Os edifícios com mais de seis pavimentos em locais não servidos de rede de esgotos, deverão ter estação ou sistema de tratamento de efluentes (esgotos) próprios, aprovado pelo Departamento Autônomo de Saúde Pública - DASP e Fundação de Amparo a Tecnologia e ao Meio Ambiente - FATMA, ficando sob a responsabilidade dos proprietários a sua manutenção. (Incluído pela Lei nº 1.812 de 13.10.1987)

[...]

Art. 111 Os terrenos sobre os quais se pretende a constituição de condomínio residencial unifamiliar (CRU) deverão ser servidos por redes de abastecimento de água, energia elétrica, drenagem pluvial e esgoto sanitário, devendo tais serviços serem implantados e mantidos pelos condomínios mediante projetos técnicos elaborados pelos interessados e aprovados pelos órgãos competentes.

Parágrafo Único: Quando nas proximidades dos condomínios residenciais unifamiliares não existir rede pública de esgoto sanitário, serão exigidas fossas sépticas ou outro tratamento tecnicamente adequado.

[...]

A prática da aplicação do Plano Diretor tem demonstrado a necessidade de ampliar as especificações referentes ao saneamento, por este motivo a área de Vigilância Sanitária de São José tem demonstrado sua preocupação com as alterações no novo Plano Diretor que está em elaboração.

Segundo São José (2014 - 3), o Projeto de Lei Nº 126/2014 rege o novo Plano Diretor do município de São José e encontra-se em fase de audiências públicas. Os representantes do processo de re-elaboração do Plano foram nomeados pelo Decreto Nº 3.363/2014, sendo que somente uma pessoa representa a Secretaria de Saúde do município, integrando o Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI). (SÃO JOSÉ, 2014 – 1)

A respeito dos recursos hídricos a Lei Nº 4.082/2003 institui no município de São José o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas edificações – PROAGUA. Tendo como objetivo alertar os usuários sobre a importância da conservação dos recursos hídricos e proporcionar medidas que induzam a conservação, uso racional e utilização de fontes alternativas para captação de água nas novas edificações visando o reaproveitamento de águas de chuva. (SÃO JOSÉ, 2003).

Já a Lei municipal Nº 4.625/2008 cria o sistema do reuso de água de chuva do município de São José para utilização não potável em edificações públicas, condomínios, clubes, entidades, conjuntos habitacionais e demais imóveis residenciais, industriais e

(27)

comerciais com área superior a 200,00 m², a fim de evitar o desperdício de água potável em locais onde não se faz necessária e reduzir o custo e consumo de água da rede pública. (SÃO JOSÉ, 2008).

Em 27 de fevereiro de 2015, conforme São José (2015 - 1) foi publicada a respeito do habite-se sanitário simplificado, a Lei Municipal Nº 5.468/2015. No Art. 11, estabelece a concessão do habite-se sanitário sem realização de vistoria em empreendimentos que necessitem de Autorização Ambiental ou que estejam dispensados da mesma, desde que:

[...]

I – Houver aprovação prévia do projeto hidro sanitário pelo órgão de vigilância sanitária competente;

II – For apresentada declaração firmada pelo responsável técnico e pelo proprietário da obra assegurando que a execução observou rigorosamente o respectivo projeto hidro sanitário aprovado pelo órgão de vigilância sanitária; e

III – Nas construções cujo sistema sanitário esteja ligado à rede coletora de esgotamento sanitário da concessionária de serviços de abastecimento de água e de saneamento básico, mediante declaração da concessionária acerca da regularidade dessa ligação.

[...]

Cinco meses após esta foi publicada a Lei Municipal Nº 5.496/2015, que altera o Art. 11 da Lei Nº 5.468/2015, estabelecendo que o habite-se sanitário simplificado pode ser concedido quando atender ao menos uma das condições citadas no referido artigo, dispensando a apresentação de todos os documentos. (SÃO JOSÉ, 2015 – 2)

No mês de setembro de 2015 São José (2015 – 3) instituiu a Lei Nº 5.503/2015 que altera a Lei Nº 5.468/2015 modificando o item 2 do Art. 11, redigido assim da seguinte forma:

[...]

II – For apresentada declaração firmada pelo responsável técnico e pelo proprietário da obra assegurando que a execução observou rigorosamente as normas técnicas aplicáveis aos projetos hidro sanitários; e”

[...]

A alteração deste item permite ao proprietário a concessão do habite-se sanitário simplificado sem aprovação do projeto hidrossanitário pela Vigilância Sanitária, desde que o proprietário juntamente com o responsável técnico, apresentem uma declaração de regularidade da obra.

Para todos os tipos de habite-se sanitário foi publicada, segundo São José (2015 - 4), a Portaria Nº 39/2015 que entrou em vigor em oito de abril de 2015 e retroage a dezembro de 2014 onde determina que o documento só é válido se assinado pelo Diretor Geral em Vigilância Sanitária, ou na sua ausência pelo Diretor da Vigilância Sanitária e por um engenheiro do setor de análise de projetos da Vigilância Sanitária.

(28)

Devido à grande quantidade de processos no setor de análise de projetos da Vigilância Sanitária referente aos anos de 2009 a 2015 e buscando otimizar a análise dos técnicos, foi criada a Portaria Nº 14/2017 que a partir da sua publicação estabeleceu o prazo de cento e vinte dias para que os requerentes manifestassem o interesse nos processos listados para que sejam analisados. Sendo assim, os processos sem manifestação foram indeferidos e arquivados, sem a possibilidade de desarquivamento (SÃO JOSÉ/2017).

3.2.2 Normas

As normas da ABNT são utilizadas como parâmetros na análise dos projetos afim de prevenir eventuais problemas ou solucioná-los, fornecem tanto dados para a elaboração de projetos e memoriais de cálculo, como para a execução e instalação de sistemas hidrossanitários. As instalações hidrossanitárias abrangem os sistemas de coleta e tratamento de esgoto, abastecimento de água fria e quente e coletas pluviais, cada item possui suas instruções normativas sendo apresentadas as mais recentes edições.

As seguintes normas regem as instalações de água fria:

 ABNT NBR 5626:1998 – Instalação Predial de Água Fria;

 ABNT NBR 5648:2010 – Tubos e conexões de PVC – U com junta soldável para sistemas prediais de água fria;

 ABNT NBR 5649:2006 – Reservatório de fibrocimento para água potável - Requisitos;

 ABNT NBR 8220:2015 – Reservatório de poliéster, reforçado com fibra de vidro para água potável para abastecimento de comunidades de pequeno porte – Especificação;

 ABNT NBR 10281:2015 – Torneiras – Requisitos e métodos de ensaio;  ABNT NBR 13210:2005 – Reservatório de poliéster reforçado com fibra

de vidro para água potável – Requisitos e métodos de ensaio; e

 ABNT NBR 14534:2015 – Torneira de boia para reservatórios prediais de água potável – Requisitos e métodos de ensaio;

Para instalações de água quente observa-se a seguinte norma:

 ABNT NBR 7198:1993 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente.

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Algumas das principais normas que amparam os Sistemas de Esgoto Sanitário são as seguintes:

 ABNT NBR 8160:1999 – Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução;

 ABNT NBR 9648:1986 – Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário – Procedimentos;

 ABNT NBR 7229:1997 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos;

 ABNT NBR 13969:1997 – Tanques sépticos – Unidade de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação;

 ABNT NBR 5688:2010 – Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisitos; e  ABNT NBR 12209:2011 – Elaboração de projetos hidráulico-sanitário de

estações de tratamento de esgotos sanitários.

Os Sistemas de Águas Pluviais são abrangidos por:

 ABNT NBR 10844:1989 – Instalações prediais de águas pluviais.

 ABNT NBR 15527:2007 – Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos.

 ABNT NBR 5688:2010 – Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisitos

O Desempenho das edificações é definido pela:

 ABNT NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais.

 ABNT NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 6: Sistemas Hidrossanitários.

(30)

3.3 HISTÓRICO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Na concepção de Barros (2014 - 1), na idade antiga (até o século 5) o homem já havia desenvolvido diversos métodos para melhorar a qualidade de vida com medidas sanitárias, como técnicas de irrigação; construção de diques; canalizações superficiais e subterrâneas das águas. Na Grécia antiga, já se tinha o hábito de enterrar as fezes ou afasta-las das residências. Em Roma existiam ruas com encanamento que serviam de fontes públicas, com o intuito de evitar doenças as águas servidas eram separadas das águas de abastecimento para a população. Na Babilônia, em Nippur, iniciou-se a primeira construção de galerias de esgoto da história, já no Vale do Indo foram construídas ruas com canais de esgoto cobertos por tijolos, no qual banheiras e privadas lançavam seus dejetos.

Diversas vezes o homem já sofreu por causa da falta do saneamento básico, um grande exemplo disso foi a peste negra que matou cerca de 1/3 da população em geral e tendo seu auge no século 14, contaminando não só a Europa, mas também a Ásia e o Oriente Médio. No Brasil a primeira atitude tomada em relação ao saneamento foi em 1561, quando Estácio de Sá mandou escavar no Rio de Janeiro o primeiro poço para abastecimento da cidade. Em 1673 deu-se início a construção do primeiro aqueduto do país, que ficou pronto em 1723, e transportava as águas do rio Carioca para o chafariz, também conhecido hoje como Arcos da Lapa. Em São Paulo, na capital, foi construído o primeiro chafariz em 1744 e em 1842 haviam cinco. (BARROS, 2014 - 2).

No final do século XIX as concessões dos serviços de saneamento foram entregues a companhias internacionais, principalmente inglesas. O Governo de São Paulo após assinar o contrato com a empresa Achilles Martin D´Éstudens construiu o primeiro sistema de abastecimento de água encanada entre 1857 e 1877. No Rio de Janeiro a inauguração de uma estação de tratamento de água (ETA) foi pioneira ao usar o decantador Dortmund com seis filtros rápidos de pressão ar/água. (BARROS, 2014 - 2)

Segundo Barros (2014 - 2), no início do século XX o governo brasileiro estatizou os serviços de saneamento visto que as empresas estrangeiras ofereciam um serviço de baixa qualidade. Com isso, a partir da primeira metade do século XX, inicia-se a comercialização desses serviços juntamente com as autarquias e mecanismos de financiamento, influenciado pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) hoje conhecida como Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).

(31)

O setor de saneamento no Brasil passou por inúmeras dificuldades entre os períodos de 1969 a 2007, ficando um bom tempo em um “vazio institucional”. No ano de 2007 com a Lei Federal Nº 11.445 os caminhos do saneamento mudaram, como descrito por Barros (2014 - 2):

[...]

Em 13 de outubro de 1969, o Decreto Lei 949, autorizou que o Banco Nacional de Habitação (BNH) a aplicar nas operações de financiamento para o saneamento, além de seus próprios recursos, os do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em 1971, foi instituído o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), onde foram consolidados os valores que surgiram nos anos de 1950, autonomia e autossustentação, por meio das tarifas e financiamentos baseados em recursos retornáveis. As decisões passaram a ser concentradas, com imposições das companhias estaduais sobre os serviços municipais, e uma separação das instituições que cuidavam da saúde e as que planejavam saneamento.

Com a falência da PLANASA e a extinção do BNH, o setor de saneamento viveu um vazio institucional. Em 1991, a Câmara Federal iniciou debates com a tramitação do PLC 199, que dispunha sobre a política nacional de saneamento. Após quatro anos de discussões foi vetado integralmente o PLC 199, sob a justificativa do governo federal de que era incompatível com a Lei das Concessões. Em 1995, a Lei de Concessão nº 8.987 regulamentou o artigo 175 da Constituição Federal, que previu a concessão de serviços públicos e autorizou a outorga desses serviços. Foram tentadas estratégias de privatização com outros Projetos de Lei para o saneamento, como o PLS 266 que buscava transferir a titularidade dos serviços para o Estado, com um inter-relacionamento entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

O PL 4.147/2001 foi mais uma tentativa de tomar dos Municípios a titularidade dos serviços de saneamento. Todos os projetos foram negados no Congresso Nacional por iniciativa do movimento municipalista brasileiro, que batalhou pelo arquivamento definitivo de tais propostas. Em 2004, a Lei da PPP (Parceria Público-Privada), nº 11.079, definiu regras gerais para licitar e contratar parcerias público-privadas por parte dos governos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais, permitindo que fossem realizadas as primeiras concessões para companhias privadas. A resolução nº 518 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama e do Ministério da Saúde, estabeleceu normal e padrões de potabilidade da água para o consumo humano, iniciando a formação do marco legal do setor de saneamento no Brasil.

Em 2005, a Lei de Consórcio Público nº 11.107 definiu as condições para que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios estabelecessem consórcios públicos para desenvolver projetos de interesse comum. Após intensa luta dos Municípios pela titularidade dos serviços de saneamento, no dia 05 de janeiro de 2007, foi sancionada a Lei Federal nº 11.445, chamada de Lei Nacional do Saneamento Básico – LNSB, que teve vigência a partir de 22 de fevereiro do mesmo ano, estabelecendo as diretrizes nacionais para o saneamento básico no Brasil, determinando que a União elabore o Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB). Para usufruir dos benefícios estabelecidos por lei, os Municípios devem elaborar seus planos municipais definindo horizontes de universalização da prestação de serviços.

A Lei Federal nº 11.445 esclareceu e deu encaminhamento a várias questões que não estavam cobertas pela legislação até então, definindo diretrizes nacionais para a prestação de serviços de água e esgoto, fixando os direitos e obrigações da União de manter, estabelecendo regulação, inspecionando e planejando políticas para o setor. A lei determinou a criação de entidade reguladora específica em cada instância

(32)

governamental e estabeleceu objetivos para o planejamento municipal de saneamento e criou mecanismos legais e políticos de pressão para atingir metas. Após a aprovação do marco regulatório, em complemento a Lei nº 11.445, os municípios passaram a se estruturar como poder concedente. Desde então, tem sido crescente a participação de empresas privadas no setor de saneamento, chegando em 2014 com pouco mais de 10% do setor e a expectativa da ABCON (Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto) é de que a iniciativa privada atinja 30% do setor até o final de 2017, quando o marco regulatório completará 10 anos. [...]

Em Santa Catarina refletiram as situações nacionais, ficando até 2002 sem investimentos em saneamento, argumenta Lucena (2015):

[...]

Iniciou-se em 2002 o processo de municipalização e privatização do setor de saneamento. Motivados pela falta de investimentos, com o vencimento dos contratos de concessão e pela política desencadeada pelo governo do Estado, cerca de 20 municípios saíram do Sistema CASAN, muitos destes, grandes municípios, ocasionando fortes impactos negativos à CASAN.

A municipalização do saneamento em SC tem sido o caminho para a privatização, estando ligada, em diversos locais, a esquemas de corrupção. Vários sistemas municipalizados, como por exemplo: Içara, Garopaba, Palhoça, Lages, Porto Belo, Barra Velha, entre vários outros, tornaram-se casos de polícia, com denúncias de corrupção, ações no Ministério Público, prisões de gestores públicos, resultando inclusive na abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa. Içara, Porto Belo, Barra Velha, entre outros, retornaram ao Sistema CASAN.

[...]

3.3.1 Histórico Vigilância Sanitária de São José

No município de São José/SC nas décadas de 70 e 80 quem analisava e emitia o habite-se sanitário era o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), órgão da diretoria de Vigilância Estadual.

Em 1991 houve a assinatura do convênio entre o município de São José e a diretoria estadual de Vigilância Sanitária de Santa Catarina, criando a Vigilância Sanitária de São José, municipalizando as atividades de fiscalização em saneamento e alimentos. Na época localizava-se na praça do Centro Histórico e contava com três fiscais sanitários e um diretor, todos nomeados. Com o passar dos anos mais fiscais foram sendo chamados para a atividade.

Quando instituída a Vigilância Sanitária quem passou a analisar os processos e emitir os habite-ses era o setor da Secretaria de Obras de São José, após alguns anos a Secretaria de Obras encerrou todos os processos de análise e habite-se sanitário ficando a prefeitura sem nenhum parecer por um bom tempo. Nesta época a Prefeitura emitia o alvará de construção para as edificações sem o alvará sanitário (informação verbal)¹.

(33)

Em 2002, foi realizado o primeiro concurso público para o setor de fiscalização da Vigilância Sanitária, porém somente em 2004 os fiscais assumiram o cargo. Durante este período os fiscais emitiam habite-ses sanitários sem análise de projeto, somente com vistoria. Após 2004 foi instituído o Setor de Análise de Projetos com apenas uma funcionária, durante o passar dos anos houve uma grande rotatividade de engenheiros sendo que nos anos de 2009 a 2014 esporadicamente havia algum no setor. Devido à falta de profissionais houve um grande acumulo de processos nos referidos anos (informação verbal)1.

No final do ano de 2015 entraram para o corpo técnico do Setor de Análise de Projetos duas engenheiras sanitaristas concursadas e em 2016 ingressou o diretor de análise de projetos. Com um quadro de três engenheiros a partir de 2016 os processos começaram a ter vazão, porém o número de projetos recebidos ainda era acima da capacidade de atendimento dos profissionais contratados.

Devido à grande quantidade de processos referentes aos anos de 2009 a 2015 e buscando otimizar a análise dos técnicos, foi instituída a Portaria municipal Nº 14/2017 que permitiu a análise somente em processos que os requerentes manifestassem seu interesse.

Tal Portaria possibilitou que o setor de engenharia colocasse os processos em dia no segundo semestre de 2017, a partir desse período os projetos passaram a ser analisados por ordem cronológica em curto prazo.

3.4 PROBLEMAS ENCONTRADOS NAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

De acordo com o que cita Carvalho Júnior (2018), para o engenheiro Ercio Thomaz, patologia das construções é o “campo da ciência que procura, de forma metodizada, estudar os defeitos dos materiais, dos componentes, dos elementos ou da edificação como um todo, diagnosticando suas causas e estabelecendo seus mecanismos de evolução, formas de manifestação, medidas de prevenção e recuperação”. Quando encontradas patologias em construções as mesmas geram custos adicionais, ações jurídicas e a perda da confiança na empresa responsável pela estrutura. Os custos estimados com reparos chegam a 5% do valor total da obra.

Conforme o SINDUSCON-SP, cerca de 75% das patologias encontradas em uma obra são decorrentes das instalações prediais de água e esgoto sanitário. Tais instalações são

1 Informação coletada durante reunião com os funcionários da Vigilância Sanitária de São José, em 14 de março

(34)

de extrema importância, pois as mesmas ficam embutidas nas paredes, e quando não projetadas e executadas com material de qualidade e por bons profissionais podem causar transtornos durante a manutenção, onde será muitas vezes necessário quebrar pisos e paredes para se ter acesso as tubulações. (CARVALHO JÚNIOR, 2018).

Além das ações corretivas quando existem patologias, deve-se pensar nas ações preventivas durante a fase de projeto, como a utilização de conectores com ângulos internos centrais a 45º ao invés de joelhos e curvas a 90° nas tubulações de esgoto, melhorando o escoamento do efluente e permitindo maior facilidade de manutenção, como exemplificado na figura 1. Nos reservatórios é essencial a utilização de uma tubulação de aviso para indicar possíveis vazamentos na edificação, demonstrado na figura 2, desse modo se houver algum problema na chave/torneira boia a tubulação de aviso extravasará, em local visível, informando irregularidade no reservatório. (SILVA, 2018).

Figura 1 – Curvas em tubulações de esgoto

Fonte: Ebook Guia de boas práticas para projeto hidrossanitário, Alto Qi, 2018.

Figura 2 – Reservatório de água com tubulação de aviso

(35)

Para Moreira e Paula (2014), as patologias em instalações hidrossanitárias são muito comuns, seja por infiltração, odores, vazamentos, ruídos entre outros. Tais problemas na maioria dos casos podem ser resolvidos na fase de projeto e no acompanhamento durante a execução da obra. Os materiais empregados na construção também exercem um papel importante frente as patologias, a qualidade e a forma com que são executados tornam-se imprescindíveis para que não ocorram problemas. A ABNT NBR 15575:13 que aborda o desempenho das edificações habitacionais procura atender as necessidades do usuário, fazendo com que os materiais tenham uma resistência mínima quanto à durabilidade.

A tecnologia e oferta de materiais cresceram significativamente nos últimos anos, porém as técnicas construtivas não conseguiram avançar no mesmo ritmo. Falhas construtivas como infiltração, umidade e vazamentos acidentais nas redes de água, tem como origem principalmente a má qualidade da mão de obra sendo raras as empresas que investem em qualificação para seus operários, e as alterações constantes de projeto (tanto durante a fase de projeto como a de execução) também acabam causando falhas construtivas. (BRISOLARA, 2018).

Na visão de Carvalho Júnior (2018), entre todas as instalações presentes em uma edificação, as instalações hidrossanitárias são as que possuem maior interação com os usuários, afetando diretamente o dia-a-dia dos mesmos quando não está de acordo com a funcionalidade para que foi projetada.

Na hora de realizar um projeto hidrossanitário além do conhecimento sobre as normas técnicas, bibliografias e legislações é importante compatibilizar o projeto hidrossanitário com o os projetos elétrico, estrutural, de gás natural, de prevenção contra incêndios e afins, para não haver futuras modificações no traçado das tubulações durante a execução. Se o traçado de uma tubulação de água coincidir com uma viga e não for possível mudar a tubulação de local, o projetista estrutural deve ser avisado para recalcular a seção da viga, permitindo a passagem da tubulação e suportando a carga estipulada. A compatibilização de projetos permite a diminuição de atrasos no cronograma da obra e de custos adicionais com estruturas especiais afirma Silva (2018).

Silva (2018) acredita que as normas de Vigilância Sanitária do município onde está sendo realizado o empreendimento devem ser conhecidas pelo responsável técnico, além de toda a documentação necessária para se dar entrada em um pedido de aprovação. As documentações que levam mais tempo para serem fornecidas, como consultas de viabilidade

(36)

de fornecimento de água e de ligação de esgoto na rede coletora que dependem do órgão responsável por essa área, devem ser solicitadas antecipadamente.

Quando solicitada a aprovação, os defeitos encontrados em projetos devem ser mencionados pelos órgãos públicos responsáveis. No caso dos projetos hidrossanitários, no Setor de Análise de Projetos da Vigilância Sanitária de São José, os defeitos são enumerados e informados ao engenheiro projetista. Tal item reforça que a construção deva ser iniciada após a aprovação dos projetos, visando que todos os erros de projeto tenham sido sanados, assim evitando complicações futuras e retrabalho.

Em relação aos problemas encontrados nas instalações hidrossanitárias, segundo Gnipper e Mikaldo Jr (2007) os mais recorrentes são:

 Para as instalações de água fria:

 Tampas de acesso às câmaras do reservatório elevado executadas e instaladas de modo incorreto, com possibilidade de admissão de água contaminada em seu interior;

 Adoção de reservatório elevado e/ou cisterna com câmara única (sem septo separador);

 Ramais de distribuição de água fria e quente dos apartamentos formando sifões com possibilidade de segregação de ar em seus colos altos;

 Tubulações plásticas expostas ao tempo;

 Irregularidades na central redutora de pressão: ausência de meios para drenagem, exiguidade de espaço para instalação de filtros tipo Y e registros de fechamento;

 Barrilete elevado dividindo o mesmo espaço físico com a casa de máquinas de elevadores;

 Ausência ou insuficiência de folga das paredes laterais da cisterna com paredes limítrofes do subsolo, e da laje de fundo com o piso;

 Cisterna enterrada ou semi-enterrada impedindo esgotamento totalmente por gravidade;

 Insuficiência de espaço na casa de bombas de recalque para instalação de registros de fechamento adequados nas tubulações de sucção das bombas centrífugas;

 Casa de bombas em cota superior ao fundo da cisterna impedindo afogamento das bombas;

(37)

 Tampa da abertura de acesso à cisterna sem fechamento estanque e/ou de modo incorreto;

 Propagação de ruídos e vibrações das bombas de recalque a partir da casa de bombas;

 Existência de eletrodutos correndo aparentes dentro da cisterna ; e

 Formato alongado da cisterna, com zonas de estagnação, dificultando a renovação da água.

 Já para as instalações de água quente encontramos os seguintes equívocos:  Ramais de distribuição de água quente correndo dentro de enchimentos de

contrapiso das lajes; e

 Extensão insuficiente de braço de flexão em derivações de colunas de distribuição de água quente em edifícios com sistema de geração central, devido à exiguidade de espaço.

 Para os sistemas de esgoto sanitário

 Ligação direta e em nível de tubo ventilador secundário em coluna de ventilação sem a presença de alça de ventilação com altura adequada;  Ramais de descarga de máquinas de lavar roupa e louças

subdimensionados;

 Posicionamento de terminais de colunas de ventilação de esgoto e tubos ventiladores primários em locais inadequados na cobertura, em regiões de depressão quando da incidência de ventos fortes; e

 Sifão flexível de pia de cozinha instalado sem altura mínima de fecho hídrico.

 Falando em águas pluviais:

 Inexistência de redução excêntrica e redução da seção útil de ralos planos por manta de impermeabilização superficial da laje e de sua proteção mecânica;

 Empoçamento de águas pluviais em áreas externas e transbordamento para o interior do edifício quando ocorrem chuvas intensas; e

(38)

 Posicionamento de poço de drenagem sob vaga de garagem dificultando manutenção urgente.

As corretas tomadas de decisões fornecem a estrutura maior durabilidade, aumentando assim sua vida útil. Com atenção, utilizando as ferramentas disponíveis e cumprindo as normativas técnicas é possível que se diminua a quantidade e a gravidade de patologias consideravelmente, porém demanda tempo para a realização de um bom projeto e fiscalização se o mesmo está de acordo com o que está sendo executado in loco.

(39)

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Conforme a Anvisa e Idec (2007), no Brasil a Vigilância Sanitária está a cargo do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), que é coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), um órgão vinculado diretamente ao Ministério da Saúde e ao SUS.

De acordo com São José (2018), a Vigilância Sanitária promove e protege a saúde do meio e da população por meio de estratégias e ações de educação, através do poder pedagógico, e fiscalização, com o poder de polícia, exclusivo no Estado, aplicando intimações e infrações, interdições de estabelecimentos, apreensões de produtos e equipamentos entre outros. É a área da saúde pública responsável pela aplicação e cumprimento das normas sanitárias no que diz respeito aos estabelecimentos de acordo com a atividade exercida no local, pela verificação de sanidade de produtos comercializados e da higiene das instalações.

4.1 PERFIL DA PREFEITURA DE SÃO JOSÉ

O município de São José é o quarto mais antigo de Santa Catarina com 268 anos de fundação, possuindo 209.804 habitantes conforme os dados do IBGE (estimativa 2009). A Prefeitura de São José desde 2012 é governada por Adeliana Dal Pont, Engenheira Sanitarista, primeira mulher eleita para o cargo, que se encontra no segundo mandato. (SÃO JOSÉ, 2018). Segundo São José (2018), compondo a Prefeitura podemos encontrar os seguintes órgãos e secretarias e seus objetivos:

 Secretaria de Administração: Responsável pela formulação de diretrizes básicas para a política de organização, de modernização administrativa e de desenvolvimento dos recursos humanos, além de exercer outras atividades inerentes à administração.

 Secretaria de Assistência Social.

 Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação: Elaborar e coordenar a execução da política de fortalecimento das atividades econômicas, além da geração de oportunidades de trabalho e de renda, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida da população.

 Secretaria de Educação: Promover a oferta da educação básica, desenvolver o educando, assegurar-lhe as formações comuns

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indispensáveis para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e estudos posteriores.

 Secretaria Executiva de Comunicação Social.

 Secretaria de Finanças: Planejar e executar a administração financeira, o registro de todos os atos e fatos da administração municipal, bem como o planejamento orçamentário e seu acompanhamento.

 Secretaria de Infraestrutura: Administrar, coordenar e executar os serviços públicos inerentes ao sistema viário; limpeza pública; coleta de lixo; manutenção e reparos de vias e obras públicas.

 Secretaria da Receita: Empreender estudos e ações para maximizar a arrecadação e garantir o seu recolhimento aos cofres municipais.

 Secretaria de Segurança, Defesa Social e Transito: Oferecer maior consciência e corresponsabilidade da sociedade nas ações de proteção ao cidadão, reduzindo as violências urbanas, agindo de forma integrada nos focos causadores dos ilícitos e promovendo uma defesa ágil e solidária no município.

 Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos: Cumprir e fazer cumprir o Plano Diretor do Município, código de obras, código de postura e demais legislações que tratam da fiscalização e do licenciamento no âmbito do território municipal.

 Autarquia São José Previdência.

 Secretaria Executiva de Controle Interno e Transparência: Realizar auditoria interna nas atividades de todas as secretarias municipais e dos demais órgãos da administração direta e indireta.

 Fundação Municipal de Cultura e Turismo: Desenvolver projetos, políticas e normas relativas à cultura e ao turismo, assegurando a preservação, a recuperação do patrimônio histórico e o desenvolvimento do turismo como agente do desenvolvimento econômico, gerador de emprego, renda e melhor qualidade de vida.

 Fundação Municipal de Esporte e Lazer: Promover a prática de esportes, desenvolver talentos, incentivar a integração dos jovens a atividades saudáveis.

Referências

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