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Boletim Informativo: Antecipando os números oficiais da Arrecadação Federal: resultados preliminares para julho de 2016

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Boletim Informativo:

Antecipando os números oficiais da Arrecadação

Federal: resultados preliminares para julho de 2016

19 de agosto de 2016

Contenção em ritmo menor e com viés de melhora

José Roberto Afonso

1

e Vilma da Conceição Pinto

2

Introdução

Esta nota analisa o desempenho da arrecadação tributária federal em julho de 2016 com

base nas informações escrituradas na contabilidade pública e extraídas em 11 de agosto

último da plataforma do Tesouro Gerencial, gerido pela STN.

O objetivo é antecipar as tendências a serem reveladas nos boletins gerenciais da Receita

Federal do Brasil (RFB), respeitada as diferenças metodológicas entre as duas fontes. É

importante chamar a atenção que não se espera coincidência de valores, até porque

conceitos, meios e prazos de apuração são relativamente diferentes. Os dados contábeis,

porém, permitem antecipar tendências em termos de evolução real do que será divulgado

pela Receita Federal nos próximos dias.

Esta nota está assim estruturada: (i) análise do resultado de julho de 2016, destacando

os principais pontos que justificam os resultados observados; (ii) conclusão da nota.

A análise em termos reais nesta nota considera a variação do IPCA.

Principais Tendências

Comparados os resultados da arrecadação tributária federal em julho vis-à-vis os

apurados nos meses anteriores, é possível notar uma melhora considerável em termos de

tendência. Embora o desempenho ainda siga apresentando taxas negativas, nos últimos

meses passou a decrescer em ritmo menos intenso. Esta evolução recente não autoriza maior

otimismo – afinal, ainda segue uma involução.

Ao se abrir a estrutura da arrecadação federal, chama-se a atenção que são observadas

tendências radicalmente opostas de um para outro tributo. De um lado, a redução da

* As opiniões expressas neste ensaio são exclusivamente dos autores e não expressam necessariamente as da FGV/IBRE. Os autores são particularmente gratos ao apoio de José Ricardo Lima Guimarães Junior.

1 Doutor em Economia pela UNICAMP; Pesquisador da FGV/IBRE e Professor do IDP.

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desoneração da folha salarial é o principal fator indutor da arrecadação, assim como uma

surpreendente expansão na incidência sobre lucros. De outro lado, segue muito ruim a

variação do arrecadado sobre importações e produção industrial, que seguem mergulhando

no último mês mais do que no período mais longo. Já tributos sobre vendas, finalmente

passarão a cair no mês menos do que decrescem em períodos mais longos.

Enfim, parece um respiro, mas sem suspender a queda. A tendência, no geral, seria de

que diminuiu a velocidade de queda, mas, sempre lembrando, esta ainda continua em curso,

de modo que parece a arrecadação de tributos ainda sofrer um desempenho pior do que o

da economia como um todo. Uma hipótese importante para explicar porque ainda se mantém

esse desempenho tão diferenciado seria a crise de crédito. Com dificuldades para conseguir

capital de giro e com taxas de juros civilizadas, o contribuinte pode estar optando por declarar

o devido, mas não recolher efetivamente o tributo, até porque multas e juros de mora pelo

atraso no recolhimento podem vir a constituir um custo inferior ao dos juros de mercado,

sem contar que foram recorrentes os refinanciamentos nos últimos anos.

Os resultados de julho da arrecadação federal, considerada apenas a da RFB, mostraram

decréscimo contra igual mês do ano anterior (-3.3%), mas abaixo das fortes quedas antes

observadas, até a primeira metade do ano. Essa queda no mês ficou aquém da registrada no

acumulado do ano (-6.8%) e nos últimos doze meses (-7.5%). Foi repetida a mesma

observação comparativa de junho: as taxas de variação em relação ao mesmo mês do ano

anterior e a de média móvel em sete meses foram melhores que a média móvel em doze

meses – isto significa que, doravante, haverá um melhor desempenho anualizado.

Se computadas outras receitas, o total da arrecadação federal teve um maior recuo:

-4.4% entre julho de 2016 e de 2015. Mas, comparando com os resultados de janeiro a julho

de 2016 com o mesmo período de 2015, o mesmo total caiu 7.4%. E se considerados os

últimos doze meses, contra igual período do ano anterior, a queda foi de 8.1%. De novo,

repetida mesma tendência de que no prazo mais curto o desempenho foi melhor do que no

mais longo.

É uma mudança muito importante. Depois de meses e anos, pela primeira vez a curva mensal passou a superar a acumulada em quatro meses, e ambas ficaram acima da anualizada. Esta diferença é um fato muito importante para consolidar a leitura de que se parou de afundar, mas, por ora, se está muito longe de voltar a crescer, quanto mais voltar ao patamar em que se já esteve na arrecadação federal até há dois ou três anos atrás.

Como se pode ver no Gráfico 1, desde o final de 2014 que não ocorria duas curvas de variações mais curtas ficarem acima da mais longa como em junho e se repetiu em julho agora. É possível que nos próximos meses ainda siga em torno dessa taxa, mas diminuirá a sua curva, ainda que deva seguir negativa, até o final do ano.

Esta diferença de taxas significa que, na medida em que o ano e o período avançar, agora é certo que será atenuada a queda da arrecadação. Fora que a base de comparação, os últimos doze meses,

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já tinham apresentado um mal desempenho da receita, o que significa que se está retraindo até mesmo em relação a uma base ruim.

Gráfico 1 – Taxa de Crescimento Real das Receitas Administradas pela RFB.

Fonte: Tesouro Gerencial – MF/STN. Elaboração FGV-Ibre.

Cabe cautela na leitura dos números. Na verdade, o desempenho segue ruim, com decréscimos reais e talvez até mais acentuados que PIB (ainda que haja o problema do descolamento do deflator implícito do produto em relação ao IPCA). Mas, por certo, já tinha sido bem pior até há poucos meses.

Traços principais do desempenho em julho

De acordo com o contabilizado no Tesouro Gerencial, o volume global arrecadado em julho de 2016 girou em torno dos R$ 106.5 bilhões, o que representa uma queda real de 4.4% em relação a igual mês de 2015, cujo valor real foi da ordem de R$ 111.4 bilhões.

A arrecadação federal seguiu sofrendo mais que o PIB em julho, como já dito. A queda se deu m cima de uma base que já era muito ruim, isto é algo que vai além do efeito cíclico, porém é possível que nos próximos meses ela venha a cair menos, como já vem acontecendo, seguindo, assim para uma reversão em alguns tributos. Cumpre destacar que o crescimento em meio a uma base fraca ainda é insuficiente para o tamanho do ajuste que precisa ser feito.

Vale reforçar que para que possa ser iniciar um processo de recuperação da arrecadação, é necessário que a taxa mensal e também a quadrimestral deva se manter superior a taxa anualizada, e isso já vem acontecendo desde o mês passado.

A maior novidade em julho foi o surpreendente e acelerado crescimento do IRPJ/CSLL, como se pode observar no Gráfico 2, de 11.0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De fato, essa arrecadação já vinha em nos últimos quatro meses - de 5.6%. A tributação sobre o lucro certamente

-15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00

Média móvel em 12 meses Média móvel em 4 meses

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se recuperará nos próximos meses porque as duas curvas de variação real no prazo mais curto passaram a correr por cima da curva anualizada, desde início do ano, mas agora passando a apresentar crescimento real. De qualquer forma, o Gráfico 2 deixa claro que por todo o período a arrecadação anualizada esteve decrescendo em termos reais e com quedas abruptas, em um desempenho muito pior do que o da receita administrada federal como um todo.

No último boletim publicado pela RFB, quando aberto o recolhido por estimativa mensal (que reflete a situação mais presente dos contribuintes), tem impressionado a forte expansão nas instituições financeiras (+52.6% até junho) que compensa uma queda também expressiva nas demais empresas do lucro real (-21.4%). É fato que os primeiros passaram a pagar CSLL com alíquota majorada e que os juros reais devem estar gerando ganhos importantes com as tesourarias mas fica a dúvida se só isso explicaria desempenho tão surpreendente. Uma hipótese a examinar seria a eventual reversão de provisões que tenham sido exageradas no passado.

Gráfico 2 – Taxa de Crescimento Real do IRPJ/CSLL

Fonte: Tesouro Gerencial – MF/STN. Elaboração FGV-Ibre.

A situação das receitas da previdência social continuou apresentando uma melhora no resultado mensal, com queda de 3.7% contra julho de 2015, diante dos decréscimos de 8.6% no acumulado em doze meses. Como o desemprego segue batendo recordes e não deve estar ocorrendo aumentos salariais expressivos em meio ao atual cenário, essa menor queda da arrecadação previdenciária é explicada pela reversão parcial dos benefícios da desoneração da folha (o que compensa os efeitos negativos da redução da massa salarial). Houve uma clara e profunda mudança de tendência na trajetória dessa contribuição de modo que a curva de prazo mais curto se tornou muito melhor que a de prazo mais longo, como já transparência em meses anteriores.

Como STN mudou forma de classificação e divulgação dessa receita no Tesouro Gerencial há uma preocupação de que tal dado possa ser alterado por aspecto metodológico. Mas se não houver uma,

-40,00 -30,00 -20,00 -10,00 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00

Média móvel em 12 meses Média móvel em 4 meses Mês contra mesmo mês do ano anterior

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digamos, distorção estatística, é importante destacar que esse resultado da contribuição previdenciária passou a ser decisivo para a tendência antes apontada da receita agregada ter parado de afundar. É paradoxal que justamente quando a taxa de desemprego bate recordes históricos, e os reajustes salariais seguem baixos, a arrecadação do principal tributo sobre folha salarial tenha um desempenho melhor que o dos demais tributos. A explicação só pode estar no enorme custo que antes representava o benefício da desoneração da folha salarial, que, aliás, fica cada vez mais claro que falhou no objetivo de gerar e até de sustentar o nível de emprego.

Os ganhos financeiros em geral seguem também respondendo pela única variação positiva e importante dentre as receitas federais. Em particular, o IR retido na fonte sobre rendimentos de capital cresceu 12.0% entre julho passado e anterior, mas já indicando alguma perda de fôlego em relação a variação anualizada de 13.4%. Esta é uma das poucas bases tributárias que segue crescendo no meio da recessão econômica e até poderia ser a candidata natural ou óbvia para sofrer um novo aumento de carga tributária. Porém, como o governo é o grande devedor e pagador de juros na economia não há muito o que comemorar nesse resultado, porque significa que entra no seu cofre, pelo lado do IR, parte (pequena) do que saiu do mesmo cofre, na forma de juros da dívida pública. Reduzir a taxa básica de juros teria um efeito líquido para as contas públicas muito melhor do que subir o imposto sobre os pagamentos dos mesmos juros.

O que ainda preocupa é o desempenho dos tributos incidentes sobre vendas, produção e importação, que, ao contrário da tendência geral da arrecadação, está ocorrendo o fenômeno inverso ao antes retratado: o decréscimo mensal está maior do que no semestre e no anualizado.

Mesmo com valorização cambial, o imposto de importação sofreu um tombo de 37.0% entre julho de 2016 e de 2015, e o IPI sobre mesma base recuou 24.3%. Isto coincide com comentários de autoridades fazendárias estaduais sobre recuo muito forte no ICMS sobre as compras vindas do exterior e também nas vendas internas – sendo o ICMS muito dependente de bens industrializados.

Melhor sorte teve o fisco federal com as contribuições sociais. O maior dos tributos indiretos, a COFINS, retrocedeu 5.0% em julho passado contra igual mês do ano anterior, porém, passou a ser essa uma taxa menos ruim do que a observada no acumulado do ano (-6.5%) ou anualizada (-6.8%). A mesma tendência foi observada no PIS/PASEP – em que a perda mais longa era pior, talvez influenciada pelas receitas governamentais decrescentes (que contribuem para o PASEP).

De qualquer forma, não há muito que comemorar. Essas menores retrações foram observadas sobre bases que já eram muito ruins, mas parecem em linha com os indicadores físicos recentemente divulgados. É interessante comparar o desempenho de vendas no Gráfico 3, inclusive de serviços, que pesam proporcionalmente mais na COFINS, justamente que segue muito mal – relativamente aos tributos sobre lucros e salários. Já no caso das importações, a retração geral da economia deve estar pesando mais que o câmbio.

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Gráfico 3 – Tributos Vinculado a Vendas x PMC - Taxa de Crescimento Real móvel em 12 meses

Fonte: IBGE e STN. Elaboração própria dos autores.

O diferencial entre economia e fisco também reforça a hipótese de inadimplência tributária como alternativa para falta de oferta bancária. Aliás, uma boa evidência desse efeito se dá pelo IOF: como sempre, salvo outro problema estatístico, é surpreendente que tal imposto tenha decrescido em (10.8%) entre julho passado e do ano anterior, com variação muito pior do que (9.7%) na variação acumulada no ano e (4.6%) na anualizada – ou seja, como não se mudou as alíquotas, a base crédito e câmbio está derretendo literalmente.

Comparando as taxas mensais, com as quadrimestrais e as em 12 meses por tributo, conforme evidenciado pelo gráfico 4, vemos que em grande parte dos tributos a queda da arrecadação têm suavizado na ponta. -20,0% -15,0% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

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Gráfico 4: Taxa de crescimento real da arrecadação da receita federal Mês de referência: julho.

Fonte: Tesouro Gerencial. Elaboração FGV-Ibre.

Outro aspecto interessante para análise é alargar o período, de modo a tratar não apenas a variação real no último ano, mas desde um ano mais antigo e em que a arrecadação ainda apresentava melhor desempenho. Pode ser interessante comparar com o último ano de carga tributária bruta global mais alta, antes de começar a cair.

A tabela 1 apresenta uma comparação dos principais tributos entre o arrecadado em julho de 2013 e no acumulado até julho de 2013 contra igual período de 2016. Sempre vale atentar que se usa a mesma fonte de informação básica (os dados extraídos dos sistemas da STN) para construir e analisar a série estatística. Foram recolhidos aos cofres federais em julho deste ano um décimo a menos do que o recolhido em julho de 2013, a preços constantes. Nos primeiros sete meses foram arrecadados 10.8% a menos do que em igual período há três anos atrás – e, diferente da comparação com o ano passado, a queda mensal está um pouco pior do que a acumulada no ano.

-40,0 -30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0

Administrada por outros Órgãos Receita Previdenciária Outras Receitas Administradas CPSS CSLL PIS/PASEP COFINS Contribuições IOF IRRF IRPJ IRPF IR Total IPI Total Imposto sobre Importação (II) Impostos Subtotal (Ex INSS) Administrada pela RFB Arrecadação Total

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Tabela 1: Arrecadação das Receitas Federais – comparação 2013 com 2016 R$ Milhões constantes

Fonte: Tesouro Gerencial MF/STN.

Tomando o acumulado nos sete primeiros meses de cada ano, é observado que a maior perda de receita se deu em torno dos tributos sobre lucros (-16%), seguidos de perto daqueles incidentes sobre vendas e produção 15%), enquanto menor queda se deu no caso da contribuição previdenciária (-9%), apesar dos efeitos da recessão e da desoneração da folha salarial.

Em conclusão, a reversão de queda para crescimento está longe de ocorrer, mas parar de afundar já foi um primeiro passo. Se está nadando de lado, mas lá embaixo, no fundo do poço. Comparado ao resto da economia, esse poço da arrecadação parece muito mais fundo e negro, com quedas que giram em torno do dobro dos decréscimos do PIB. É verdade que quando observada a absorção interna o tombo é mais forte e aí compatível com fortes decréscimos na arrecadação dos principais tributos sobre vendas, produção e importação, os mais atingidos entre todos tributos.

O desempenho aqui observado deixam claro o tamanho do desafio da Receita Federal, que, primeiro, precisa estancar a sangria, para depois percorrer um longo caminho de recuperação, para reduzir taxas negativas e esperar que algum dia voltem a ser positivas. Se nos últimos meses parece consolidada uma nova tendência, de menor desaceleração na arrecadação federal, por outro lado, ainda se está muito longe do nível que já se recolheu há anos atrás, antes da economia e do fisco mergulharem em crise aberta.

2016 2013 Variação (R$ Milhões) Variação (%) jul-16 jul-13 Variação (R$ Milhões) Variação (%) Arrecadação Total 100,0 732.749 821.813 -89.064 -10,8 106.518 120.400 -13.882 -11,5 Receita Previdenciária 29,0 212.558 232.980 -20.422 -8,8 30.420 33.868 -3.448 -10,2 IRPJ + CSLL 17,1 125.793 149.679 -23.886 -16,0 21.662 22.440 -778 -3,5

IPI + PIS + COFINS 24,4 178.692 209.119 -30.427 -14,6 25.172 30.218 -5.047 -16,7

Demais 29,4 215.706 230.035 -14.329 -6,2 29.265 33.874 -4.610 -13,6

Acumulado no ano (jan-jul) Valor Mensal

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Bibliografia

Afonso, J. R., Pinto, V. C., & Fajardo, B. (Abril de 2015). Arrecadação federal de março/15: antecipando os números oficiais. Fonte: Núcleo de Economia do Setor Público - FGV/IBRE: http://bit.ly/1PxaMtS

Ministério da Fazenda (MF). (07 de 2015). Relatórios do Resultado da Arrecadação Federal. Fonte:

Secretaria da Receita Federal (RFB):

http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/arrecadacao/relatorios-do-resultado-da-arrecadacao

Ministério da Fazenda (MF). (13 de julho de 2015). Tesouro Gerencial (SIAFI). Fonte: Secretaria do Terouro Nacional (STN): http://www.tesouro.fazenda.gov.br/siafi

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Anexos

Metodologia e precisão dos Dados

O ponto de partida do trabalho são os números da arrecadação das receitas federais

mensalmente divulgados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). O principal

objetivo é replicar os valores mensalmente divulgados de arrecadação de impostos e

contribuições administrados pela RFB, além de royalties e participações especiais, que

constitui a arrecadação das receitas administradas por outros órgãos.

Para fins de mensuração dos dados, é utilizado o Sistema Integrado de Administração

Financeira do Governo Federal (SIAFI), onde através do software conhecido como Tesouro

Gerencial são realizadas as consultas dos valores executados de receitas por natureza

tributária. Após a extração dos dados, é realizada uma limpeza na série, a fim de capturar

somente o componente que constitui a arrecadação do governo federal.

Para efeitos comparativos entre as séries extraídas pelo SIAFI e os números oficiais

divulgados pela RFB, os dados são apresentados com seus valores correntes. Já nas análises

posteriores são apresentados com valores deflacionados pelo IPCA mensal.

A Gráfico 3 apresenta uma comparação do valor oficialmente divulgado pela RFB e o valor

estimado utilizando os dados do SIAFI.

Gráfico 3 - Arrecadação Federal Total: Comparação mensal em R$ Bilhões Correntes (jun/16-jun/15)

Fonte: SIAFI; RFB. 80 90 100 110 120 130 140 R $ B ilh õ e s Co rr e n te s Arrecadação Total

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Embora no agregado nossos números sejam muito precisos, é importante alertar para

alguns aspectos particulares:

i.

A rubrica “Arrecadação administrada por Outros Órgãos” está sendo representada

apenas por receitas de Royalties e Participações Especiais.

ii.

As rubricas “Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ)”, “Imposto de Renda das

Pessoas Físicas (IRPF)” e “IPI – Outros” apresentaram elevados níveis de precisão em

toda a série, exceto em dezembro de 2014. Essa discrepância nas séries ainda está

em fase de análise metodológica.

iii.

O detalhamento acerca da composição da rubrica de “Outras Receitas

Administradas” e “receita administrada por outros órgãos” ainda está em fase de

consulta junto à RFB.

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Tabela 2 - Arrecadação das Receitas Federais em Valores Correntes.

Fonte: Tesouro Gerencial, MF/STN. Elaboração FGV-Ibre.

jul-16 jul-15 Variação

(R$ Milhões) Variação (%) 2016 2015 Variação (R$ Milhões) Variação (%) 2016 2015 Variação (R$ Milhões) Variação (%) 2016 2015 Variação (pp) Arrecadação Total 100,0 106.518 102.421 4.098 4,0 720.343 710.025 10.318 1,5 1.224.580 1.213.984 10.596 0,9 20,3 20,8 -0,56 Administrada pela RFB 98,4 103.485 98.394 5.091 5,2 708.827 694.203 14.625 2,1 1.204.703 1.186.301 18.402 1,6 19,9 20,3 -0,41

Subtotal (Ex INSS) 69,4 73.065 69.344 3.721 5,4 499.738 490.432 9.306 1,9 833.069 816.348 16.722 2,0 13,8 14,0 -0,22

Impostos 37,4 38.652 37.034 1.619 4,4 269.570 270.044 -474 -0,2 447.390 443.079 4.311 1,0 7,4 7,6 -0,20

Impos to s obre Importaçã o (II) 2,5 2.384 3.479 -1.094 -31,5 18.298 22.975 -4.677 -20,4 34.336 38.524 -4.188 -10,9 0,6 0,7 -0,09

IPI Total 3,5 3.279 3.982 -703 -17,7 25.043 28.464 -3.421 -12,0 45.425 50.574 -5.149 -10,2 0,8 0,9 -0,12

IPI Fumo 0,5 249 418 -169 -40,4 3.387 3.308 79 2,4 5.762 5.696 65 1,1 0,1 0,1 0,00

IPI Bebi da s 0,2 164 146 18 12,4 1.385 1.586 -202 -12,7 2.346 2.827 -480 -17,0 0,0 0,0 -0,01

IPI Automóvei s 0,2 202 371 -169 -45,5 1.652 2.438 -786 -32,2 3.264 4.502 -1.238 -27,5 0,1 0,1 -0,02

IPI Vi ncul a do à Importaçã o 1,1 1.009 1.535 -526 -34,3 7.782 9.906 -2.124 -21,4 14.697 16.483 -1.787 -10,8 0,2 0,3 -0,04

IPI Outros 1,5 1.655 1.512 143 9,4 10.838 11.226 -389 -3,5 19.356 21.066 -1.710 -8,1 0,3 0,4 -0,04

IR Total 28,7 30.120 26.602 3.519 13,2 206.478 198.625 7.853 4,0 331.982 319.973 12.009 3,8 5,5 5,5 0,01

IRPF 2,8 2.595 2.347 247 10,5 19.810 20.566 -755 -3,7 29.701 30.917 -1.217 -3,9 0,5 0,5 -0,04

IRPJ 10,9 13.746 11.757 1.990 16,9 78.191 75.764 2.426 3,2 115.837 119.019 -3.182 -2,7 1,9 2,0 -0,12

IRRF 15,1 13.779 12.498 1.282 10,3 108.477 102.295 6.182 6,0 186.445 170.036 16.408 9,6 3,1 2,9 0,17

IRRF Rendi mentos do Tra ba l ho 8,0 7.446 7.113 333 4,7 57.318 54.937 2.381 4,3 95.636 91.380 4.256 4,7 1,6 1,6 0,02

IRRF Rendi mentos de Ca pi tal 4,4 3.409 2.799 609 21,8 31.786 27.165 4.621 17,0 57.090 45.944 11.146 24,3 0,9 0,8 0,16

IRRF Rendi mentos de Res i dentes no Exteri or1,9 2.087 1.739 348 20,0 13.543 13.736 -193 -1,4 23.835 21.940 1.895 8,6 0,4 0,4 0,02

IRRF Outros Rendi mentos 0,8 838 846 -9 -1,0 5.829 6.457 -627 -9,7 9.884 10.772 -888 -8,2 0,2 0,2 -0,02

IOF 2,7 2.857 2.947 -90 -3,0 19.631 19.864 -233 -1,2 34.460 33.002 1.458 4,4 0,6 0,6 0,00 ITR 0,0 12 25 -13 -52,7 120 116 4 3,1 1.187 1.006 181 18,0 0,0 0,0 0,00 Contribuições 29,9 32.539 30.111 2.429 8,1 215.434 204.881 10.553 5,2 360.258 347.630 12.628 3,6 6,0 6,0 0,00 COFINS 16,5 17.351 16.790 561 3,3 118.841 116.085 2.757 2,4 204.454 199.927 4.527 2,3 3,4 3,4 -0,05 PIS/PASEP 4,4 4.542 4.399 143 3,3 31.821 31.339 481 1,5 54.269 53.450 819 1,5 0,9 0,9 -0,02 CSLL 6,3 7.915 6.197 1.718 27,7 45.226 40.602 4.624 11,4 66.012 64.980 1.032 1,6 1,1 1,1 -0,02

CIDE Combus tívei s 0,5 457 471 -14 -3,0 3.610 971 2.640 271,9 5.938 981 4.957 505,1 0,1 0,0 0,08

CPSS 2,2 2.275 2.255 20 0,9 15.936 15.884 52 0,3 29.584 28.291 1.293 4,6 0,5 0,5 0,00

Outras Receitas Administradas 2,0 1.873 2.200 -327 -14,8 14.734 15.507 -773 -5,0 25.421 25.639 -218 -0,8 0,4 0,4 -0,02

Receita Previdenciária 29,0 30.420 29.049 1.370 4,7 209.089 203.771 5.318 2,6 371.634 369.953 1.680 0,5 6,2 6,3 -0,20

Administrada por outros Órgãos 1,6 3.033 4.027 -993 -24,7 11.516 15.822 -4.306 -27,2 19.877 27.683 -7.806 -28,2 0,3 0,5 -0,15

Rubrica Peso

Referências

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