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Capítulo 2 Doutorados e doutores titulados no Brasil:

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Academic year: 2021

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Eduardo Baumgratz Viotti

Consultor legislativo do Senado Federal (licenciado) e professor adjunto da School of International and Public Aff airs (SIPA) da Columbia University

Carlos Duarte de Oliveira Jr.

Analista de Sistemas e Assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

Renato Baumgratz Viotti

Coordenador-Geral substituto da Coordenação-Geral de Indicadores (CGIN) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

Roberto Dantas de Pinho

Analista em Ciência & Tecnologia da Coordenação-Geral de Indicadores (CGIN) do MCT

Sofi a Daher

Analista em Ciência e Tecnologia do CNPq e Assessora Técnica do CGEE

Roberto Vermulm

Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP)

(2)
(3)

Sumário

Introdução



.. Evolução dos programas de doutorado



2.1.1. Evolução do número de programas

63

2.1.2. Evolução dos programas por área do conhecimento

65

2.1.3. Avaliação dos programas

67

2.1.4. Programas de instituições federais, estaduais e particulares

71

2.1.5. Distribuição regional dos programas

77

.. Doutores titulados no Brasil



2.2.1. Evolução do número de titulados

82

2.2.2. Titulados por área do conhecimento

85

2.2.3. Titulados e a avaliação dos programas

87

2.2.4. Titulados em programas de instituições federais, estaduais e particulares

92

2.2.5. Distribuição regional dos titulados

94

2.2.6. Titulados por sexo

101

Referências



Anexo — Resultados estatísticos



A.2.1. Evolução dos programas de doutorado

109

(4)
(5)

Brasil, 1998-2008

65

Tabela 2.1.2. Número e percentagem de programas de doutorado por região, Brasil, 1998-2008

77

Tabela 2.1.3. Número e percentagem de programas de doutorado por unidade da federação,

Brasil, 1998-2008

79

Tabela 2.1.4. Número e distribuição percentual dos programas

de doutorado de cada grande área do conhecimento pelas regiões, Brasil, 2008

81

Tabela 2.1.5. Número e distribuição percentual dos programas de doutorado

de cada região pelas grandes áreas do conhecimento, Brasil, 2008

81

Tabela 2.1.1. Número de doutores titulados no Brasil por grande área do conhecimento, 1996-2008

85

Tabela 2.2.2. Número de doutores titulados no Brasil por conceito atribuído pela avaliação da

Capes ao programa onde se deu a titulação, 1998-2008

88

Tabela 2.2.3. Número de doutores titulados no Brasil por região, 1996-2008

94

Tabela 2.2.4. Número e percentagem de doutores titulados no Brasil por unidade da federação,

1996-2008 96

Tabela 2.2.5. Número e percentagem dos doutores titulados no Brasil em cada região por grande

área do conhecimento, 2008

98

Tabela 2.2.6. Número e percentagem dos doutores titulados no Brasil

em cada grande área do conhecimento por região, 2008

100

Anexo — Resultados estatísticos

Tabela A.2.1.1. Número de programas de doutorado por grande área do conhecimento, Brasil,

1998-2008 109

Tabela A.2.1.2. Taxa de crescimento percentual do número de programas

de doutorado por grande área do conhecimento, Brasil, 1998-2008

110

Tabela A.2.1.3. Distribuição percentual do número de programas de doutorado

por grande área do conhecimento, Brasil, 1998-2008

111

Tabela A.2.1.4. Número de programas de doutorado

(6)

Tabela A.2.1.7. Número de programas de doutorado por região e unidade da federação,

Brasil, 1998-2008

118

Tabela A.2.1.8. Taxa de crescimento percentual do número de programas de doutorado

por região e unidade da federação, Brasil, 1998-2008

119

Tabela A.2.1.9. Número de programas de doutorado por região e unidade da federação

de acordo com a natureza jurídica das instituições, Brasil, 1998-2008

120

Tabela A.2.1.10. Número de programas de doutorado

por grande área do conhecimento e região, Brasil, 1998-2008

125

Tabela A.2.1.11. Número de programas de doutorado

por região e grande área do conhecimento, Brasil, 1998-2008

127

Tabela A.2.1.12. Índices de especialização das regiões em programas de doutorado

por grandes áreas do conhecimento em relação à média nacional, Brasil, 1998-2008

129

Tabela A.2.1.13. Número de programas de doutorado

por região, unidade da federação e grande área do conhecimento, Brasil, 1998-2008

131

Tabela A.2.2.1. Número de doutores titulados no Brasil por grande área do conhecimento, 1996-2008 139

Tabela A.2.2.2. Taxa de crescimento percentual do número de doutores titulados no Brasil

por grande área do conhecimento, 1996-2008

140

Tabela A.2.2.3. Distribuição percentual do número de doutores titulados no Brasil

por grande área do conhecimento, 1996-2008

141

Tabela A.2.2.4. Número de doutores titulados no Brasil por grandes áreas e áreas do

conhecimento, 1996-2008

142

Tabela A.2.2.5. Número de doutores titulados no Brasil por conceito atribuído

pela avaliação da Capes ao programa onde se deu a titulação, 1996-2008

145

Tabela A.2.2.6. Número de doutores titulados no Brasil por grande área do conhecimento e

conceito atribuído pela avaliação da Capes ao programa onde se deu a titulação, 1996-2008

146

Tabela A.2.2.7. Número de doutores titulados no Brasil por grande área do conhecimento e

natureza jurídica das instituições às quais estão vinculados os programas de doutorado,

1996-2008 149

Tabela A.2.2.8. Número de doutores titulados no Brasil por região e unidade da federação, 1996-2008 151

(7)

Tabela A.2.2.11. Índices de especialização das regiões na titulação de doutores

por grande área do conhecimento em relação à média nacional, Brasil, 1996-2008

155

Tabela A.2.2.12. Número de doutores titulados no Brasil

por unidade da federação e grande área do conhecimento, 1996-2008

157

Tabela A.2.2.13. Número de doutores titulados no Brasil

por grande área do conhecimento e unidade da federação, 1996-2008

164

Tabela A.2.2.14. Número de doutores titulados no Brasil pela natureza jurídica das instituições

às quais estão vinculados os programas de doutorado e grande área do conhecimento,

1996-2008 170

Tabela A.2.2.15. Número de doutores titulados no Brasil

por grande área e área do conhecimento, distribuição percentual por sexo, 1996-2008

171

Tabela A.2.2.16. Número de doutores titulados no Brasil

(8)

Gráfi co 2.1.2. Distribuição percentual do número de programas de doutorado por grande área do

conhecimento, Brasil, 1998 e 2008

66

Gráfi co 2.1.3. Número de programas de doutorado por conceito recebido na avaliação da Capes

Brasil, 1998-2008

68

Gráfi co 2.1.4. Distribuição percentual do número de programas de doutorado por conceito

recebido na avaliação da Capes, Brasil, 1998 e 2008

69

Gráfi co 2.1.5. Distribuição percentual dos programas de doutorado por conceito recebido na

avaliação da Capes por grande área do conhecimento. Brasil, 1998

70

Gráfi co 2.1.6. Distribuição percentual dos programas de doutorado por conceito recebido na

avaliação da Capes por grande área do conhecimento. Brasil, 2008

71

Gráfi co 2.1.7. Número de programas de doutorado por natureza jurídica das instituições. Brasil,

1998-2008 72

Gráfi co 2.1.8. Distribuição percentual dos programas de doutorado por natureza jurídica das

instituições.

Brasil, 1998 e 2008

73

Gráfi co 2.1.9. Distribuição percentual dos programas de doutorado nas grandes áreas do

conhecimento por natureza jurídica das instituições. Brasil, 2008

74

Gráfi co 2.1.10. Número de programas de doutorado de instituições particulares por unidades da

federação, Brasil, 1998 e 2008

75

Gráfi co 2.1.11. Número de programas de doutorado de instituições públicas estaduais por

unidades da federação, Brasil, 1998 e 2008

75

Gráfi co 2.1.12. Mapa de árvore representativo da distribuição percentual dos programas de

doutorado por natureza jurídica das instituições por regiões e unidades da federação,

Brasil, 2008

76

Gráfi co 2.1.13. Distribuição percentual dos programas de doutorado por regiões, Brasil, 1998 e 2008

78

Gráfi co 2.1.14. Distribuição percentual dos programas de doutorado por unidades da federação.

Brasil, 1998 e 2008

80

(9)

Gráfi co 2.2.4. Distribuição percentual do número de doutores titulados no Brasil por conceito

atribuído pela avaliação da Capes ao programa onde se deu a titulação, 1996 e 2008

88

Gráfi co 2.2.5. Distribuição percentual do número de doutores titulados no Brasil no ano de 1998

por grande área do conhecimento e por conceito atribuído pela avaliação da Capes ao

programa onde se deu a titulação

89

Gráfi co 2.2.6. Distribuição percentual do número de doutores titulados no Brasil no ano de 2008

por grande área do conhecimento e por conceito atribuído pela avaliação da Capes ao

programa onde se deu a titulação

90

Gráfi co 2.2.7. Participação percentual do número de doutores titulados no Brasil em programas

que receberam conceito 7 na avaliação da Capes por grande área do conhecimento,

1998 e 2008.

90

Gráfi co 2.2.8. Número de doutores titulados no Brasil por natureza jurídica das instituições,

1996-2008 92

Gráfi co 2.2.9. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil pela natureza jurídica dos

programas de doutorado, 1996 e 2008

93

Gráfi co 2.2.10. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil nas grandes áreas do

conhecimento pela natureza jurídica dos programas de doutorado, 2008

93

Gráfi co 2.2.11. Número de doutores titulados no Brasil no período 1996-2008 por região

95

Gráfi co 2.2.12. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil por regiões, 1996 e 2008

95

Gráfi co 2.2.13. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil por unidades da federação,

1996 e 2008

97

Gráfi co 2.2.14. Índices de especialização das regiões na titulação de doutores por grandes áreas do

conhecimento em relação à média nacional dos doutores titulados no Brasil no período

1996-2008 99

Gráfi co 2.2.15. Distribuição dos doutores titulados no Brasil por sexo, 1996-2008

101

Gráfi co 2.2.16. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil por sexo nas regiões, 1996

e 2008

102

Gráfi co 2.2.17. Distribuição percentual dos doutores titulados no Brasil por sexo nas grandes áreas

(10)
(11)

2. Doutorados e doutores titulados no Brasil:

1996-2008

Introdução

Este capítulo apresenta um panorama estatístico dos programas de doutorado existentes no Brasil

e dos doutores titulados nesses programas. As informações sistematizadas sobre os programas de

doutorado reúnem séries históricas que cobrem o período de  a . No caso dos titulados em

programas de doutorado foi possível incluir mais dois anos nas séries históricas e, com isso, as

infor-mações sobre os titulados cobrem o período  a . A importância e o signifi cado do processo

de crescimento, diversifi cação, consolidação e desconcentração regional da formação de doutores

no Brasil emerge de maneira inequívoca dos resultados aqui divulgados.

A fonte original dos dados

¹

é o sistema de coleta de informações sobre a pós-graduação brasileira

organizado e mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

órgão que possui entre suas atribuições a responsabilidade de subsidiar o Ministério da Educação

(MEC) na formulação e condução da política brasileira de pós-graduação. Esse sistema de

informa-ções, chamado de Coleta Capes

²

, é permanentemente alimentado online pelos próprios programas

de pós-graduação como requisito e insumo necessário para seu credenciamento, avaliação e a

even-tual obtenção de bolsas e outros auxílios ao ensino e à pesquisa. Essa é uma das razões que fazem

com que a base de dados do Coleta Capes possa gerar informações estatísticas de alta qualidade.

Como indicado na introdução do livro, esse capítulo é basicamente um relatório estatístico. Seus

autores entenderam que prestariam melhor serviço se divulgassem rapidamente esse cuidadoso e

amplo mapeamento estatístico, em vez de retardar sua publicação com o objetivo de buscar

regis-trar suas possíveis opiniões ou análises sobre os resultados encontrados. Entendem essa publicação

1 Os responsáveis pela elaboração deste capítulo agradecem a inestimável colaboração recebida para sua realização por parte da Capes, em especial, de seu presidente, Professor Jorge Almeida Guimarães, e do assessor de planejamento e estudos da presidência, Sr. Sérgio Oswaldo de Carvalho Avellar.

(12)

como um insumo importante e um convite à comunidade de interessados para desenvolver análises

sobre rumos, tendências, problemas e oportunidades da formação de doutores no Brasil. Esperam

que esse capítulo, assim como os demais trabalhos divulgados nesse livro, possam contribuir para a

defi nição de melhores políticas públicas e estratégias institucionais voltadas para o aperfeiçoamento

da formação de doutores no Brasil.

O capítulo está constituído por duas partes. Na primeira, os principais resultados estatísticos são

apresentados e analisados de maneira sintética com base em gráfi cos e um reduzido número

ta-belas. Tais análises, tabelas e gráfi cos estão baseados em um grande número de tabelas estatísticas

detalhadas que aparecem no anexo que divulga os resultados estatísticos propriamente ditos do

estudo realizado.

A primeira parte do capítulo está organizada em duas seções. A primeira trata dos programas de

doutorado e a segunda dos titulados. Ambas seções seguem uma sequência similar de temas nos

quais é tratada inicialmente a evolução do número de programas ou titulados em geral ou por cada

uma das grandes áreas do conhecimento. Depois são tratados os resultados da avaliação dos

pro-gramas realizada pela Capes em termos dos propro-gramas propriamente ditos ou dos titulados em

programas que receberam cada um dos conceitos daquela avaliação. Em seguida, são analisados os

programas ou os titulados nos programas públicos federais, públicos estaduais e particulares.

Segue-se a análiSegue-se da distribuição espacial no território brasileiro de programas ou de titulados. A

partici-pação de homens e mulheres no número de doutores titulados é ainda o último objeto de análise

da seção que trata dos titulados.

(13)

2.1. Evolução dos programas de doutorado

2.1.1. Evolução do número de programas

³

Em , quando foi regulamentada a pós-graduação no Brasil, foram reconhecidos apenas

 programas de doutorado no País, dez anos depois, o número dos doutorados chegava a 

(Balbachevsky , p. ). Vinte e três anos depois, em , já existiam  programas de

douto-rado, um número mais de cinco vezes maior do que o de . A expansão dos programas de

dou-torado continuou avançando no período entre  e . Durante aqueles  anos ocorreu um

crescimento de , no número total de programas. Tal crescimento é resultado de um

proces-so de evolução e amadurecimento da pós-graduação no país que é, em grande parte, resultado de

uma política bem sucedida de formação de recursos humanos de alto nível. O fato de essa política

haver se mantido de forma consistente ao longo de mais de quatro décadas, independentemente

de mudanças de governos e até de regimes políticos, permite caracterizá-la como uma verdadeira

política de estado.

Os programas de doutorado têm assumido um peso e importância progressivamente maiores na

pós-graduação brasileira, enquanto que os programas de mestrado têm visto sua importância

rela-tiva perder espaço. Em algumas atividades, como é o caso de docentes universitários e

pesquisado-res, o doutorado tem se tornado um patamar mínimo de formação, quase que uma condição

ne-cessária exigida dos profi ssionais que pretendem ingressar nessas atividades. Mesmo nos casos em

que o doutorado não é requisito necessário, a titulação neste nível é extremamente valorizada nas

contratações para uma crescente variedade de postos de trabalho. O próprio sistema nacional de

pós-graduação é parte desse ambiente nacional que valoriza os programas de doutorado na medida

em que a expansão da pós-graduação gera uma demanda de profi ssionais, que se dedicam

integral-mente às atividades de ensino e pesquisa, dos quais a exigência de titulação em nível de doutorado

é hoje essencial.

3 As tabelas A.2.1.1 a A.2.1.4, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

4 A esse respeito, Balbachevsky (2005, p. 276) afi rma que “[Os resultados alcançados] colocam a pós-graduação brasileira entre

as mais importantes do mundo. Além do tamanho alcançado, a pós-graduação brasileira também impressiona pela qualidade. Desde o fi nal dos anos 1960, nossa pós-graduação vem sendo submetida a um conjunto consistente de políticas que lhe permitiu crescer e, ao mesmo tempo, manter qualidade.”

(14)

O governo federal é o grande promotor desse ambiente por ter sido tanto o responsável direto pela

criação e manutenção da maior parte das instituições de ensino e pesquisa de nível superior em

geral e da pós-graduação em particular, como por ser o regulador e defi nidor dos parâmetros de

credenciamento e avaliação dessas instituições, assim como também por ser o maior promotor e

fi nanciador da política de formação de recursos humanos de alto nível e da pesquisa em instituições

públicas e particulares. Governos estaduais, especialmente o do estado de São Paulo, também têm

um peso de grande relevância nessa área, enquanto que o setor privado, apesar de ter menos

tradi-ção, é o segmento que mais cresce.

Gráfi co 2.1.1. Evolução do número de programas de doutorado, Brasil, 1998-2008

1.400 1.300 1.200 1.100 1.000 900 800 700 600 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 782 789 802 912 923 942 1.058 1.097 1.185 1.245 1.320

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

A tendência de aumento do número de programas de doutorado no Brasil não foi igualmente

dis-tribuída ao longo do período analisado. O crescimento do número de programas de doutorado

foi signifi cativamente mais intenso na segunda metade do período do que havia sido na primeira.

Entre  e , houve um crescimento de  do número total de programas de doutorado

no Brasil, enquanto que entre  e  o crescimento foi de . Em outras palavras, a

segun-da metade do período sob análise apresentou uma taxa de crescimento duas vezes mais intensa

do que a primeira.

(15)

2.1.2. Evolução dos programas por área do conhecimento

O crescimento observado no período como um todo também não foi igualmente distribuído entre

as grandes áreas de conhecimento.

Tabela 2.1.1. Número de programas de doutorado por grande área do conhecimento, Brasil, 1998-2008

Grande área 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total 782 789 802 912 923 942 1.058 1.097 1.185 1.245 1.320

Ciências agrárias 82 86 88 111 110 112 131 137 147 155 165

Ciências biológicas 99 99 99 113 116 120 138 143 152 145 150

Ciências da saúde 203 201 207 206 211 221 229 242 257 257 271

Ciências exatas e da terra 103 105 106 117 116 117 125 129 134 143 150

Ciências humanas 105 104 104 131 131 134 144 146 163 173 186

Ciências sociais aplicadas 50 50 51 64 64 64 84 86 94 103 109

Engenharias 79 81 81 91 93 94 114 117 127 130 133

Linguística, letras e artes 51 51 51 58 58 58 60 61 68 70 73

Multidisciplinar 10 12 15 21 24 22 33 36 43 69 83

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

O fato mais marcante do período foi a rápida expansão de programas de doutorado de natureza

multidisciplinar, que cresceram  durante o período. Esta característica está certamente

associa-da à recente evolução associa-da ciência que tem integrado áreas tradicionais do conhecimento científi co,

aumentado a densidade de conhecimento científi co na fronteira do desenvolvimento tecnológico

e ampliado as zonas de fertilização mútua onde, muitas vezes, é difícil distinguir tanto os limites das

disciplinas tradicionais, quanto as fronteiras entre aquilo que é considerado rigorosamente científi co

e aquilo que é essencialmente tecnológico. Há diferenças de grau, mas a tendência à integração de

áreas não é específi ca de uma ou outra área apenas e parece afetar de maneira mais ou menos forte

um grande número delas. Os doutorados multidisciplinares hoje existentes foram classifi cados

prin-cipalmente nas áreas de meio ambiente, biotecnologia, materiais, ciências sociais e humanidades.

Havia apenas  programas de doutorado na grande área do conhecimento multidisciplinar (,

do total) em  e esse número saltou para  programas (, do total) em . Essa pode ser

considerada uma mudança estrutural na formação de recursos humanos em nível de doutorado

ocorrida recentemente no Brasil.

5 As tabelas de A.2.1.1 a A.2.1.3, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema. A classifi cação de áreas conhecimento aqui adotada pode ser acessada em http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabela-de-areas-de-conhecimento.

(16)

Gráfi co 2.1.2. Distribuição percentual do número de programas de doutorado por grande área do

conhecimento, Brasil, 1998 e 2008

0 5 10 15 20 25 30

Multidisciplinar Sociais aplicadas Ling., letras e artes Engenharias Agrárias Biológicas Exatas e da terra Humanas Saúde 1,3 6,3 6,4 8,3 6,5 5,5 10,1 10,1 10,5 12,5 12,7 11,4 13,2 11,4 13,4 14,1 26,0 20,5 1998 2008

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Outras duas grandes áreas apresentaram crescimento muito signifi cativo durante o período tanto

em termos absolutos, quanto em termos de participação relativa no número total de programas de

doutorado. Essas áreas foram as ciências sociais aplicadas, que cresceram , e as ciências agrárias,

que cresceram . No caso das ciências sociais aplicadas, o número de programas existentes em

 (apenas ) constituía uma base relativamente reduzida a partir da qual o surgimento de 

novos programas representou um crescimento percentual muito expressivo.

O caso das ciências agrárias, no entanto, é relativamente distinto na medida em que o número de

programas de doutorado existentes em ,  programas, já era relativamente elevado, o que não

impediu a criação de  novos programas no período. A participação percentual dos programas das

ciências agrárias no total dos doutorados era de , em  e chegou a , em . As

ciên-cias agrárias representam um claro caso de destaque brasileiro. O Brasil é um dos países que mais

titula doutores nessa área no mundo (Viotti e Baessa , pp. -)

e os indicadores bibliométricos

também mostram que as ciências agrárias correspondem à área do conhecimento na qual o Brasil

tem a maior participação relativa na produção mundial de artigos científi cos indexados (Leta e Cruz

, tabela , p. ).

6 A título de exemplo, vale a pena indicar que os EUA titularam 1.201 doutores em Agricultural Sciences/Natural Resources no ano de 2008 (NSF 2009, Table 5. Major fi eld of study of doctorate recipients: Selected years, 1978–2008, p. 31), enquanto que o Brasil titulou 1.315 doutores no mesmo ano na grande área do conhecimento de ciências agrárias (Tabela A.2.2.1).

(17)

As ciências da saúde também apresentam uma evolução diferenciada durante o período. Essa área

se destaca de maneira inequívoca como a maior de todas, mas seu crescimento no período foi

mui-to menor do que o das demais áreas do conhecimenmui-to e, por isso, ela perdeu participação relativa

no total de programas de doutorado, passando de , do total em  para , em .

Outras três grandes áreas do conhecimento, duas das quais com grande tradição em programas de

doutorado no País, também perderam participação relativa no total do número de programas,

ape-sar de também terem apresentado crescimento signifi cativo durante o período. O número de

pro-gramas de doutorado da área de linguística, letras e artes, que representava , do total em ,

passou para , em . No caso das ciências exatas e da terra, essa proporção caiu de , para

, e nas ciências biológicas, de , para ,. As ciências humanas cresceram um pouco mais

do que a média das áreas, enquanto que as engenharias cresceram quase que exatamente como as

demais áreas e, por isso, mantiveram sua participação relativa no número dos programas de

douto-rado em  do total.

2.1.3. Avaliação dos programas

A Capes realiza desde o ano de  um trabalho cuidadoso e sistemático de avaliação dos

progra-mas de pós-graduação no Brasil. A avaliação serve não só como uma ferramenta de aferição da

qua-lidade dos programas de pós-graduação, como tem tido profunda infl uência no estímulo ao

aper-feiçoamento da qualidade dos programas brasileiros de mestrado e doutorado (Balbachevsky ,

p. ). Nesse caso também a política de pós-graduação brasileira pode ser considerada um exemplo

que se destaca entre as demais políticas públicas por duas razões em particular. A primeira é que existe

um sistema efi ciente de avaliação associado à política de pós-graduação e esse está em

funcionamen-to contínuo há mais de três décadas. A segunda razão, é que esse sistema de avaliação está associado

a mecanismos efi cazes de punição e estímulo que condicionam de maneira inequívoca os resultados

da política. O desempenho dos programas de mestrado ou doutorado no sistema de avaliação

condi-ciona a concessão pelas agências ofi ciais de bolsas para estudantes de mestrado e doutorado, de

au-xílios ou fi nanciamentos a projetos de pesquisa, assim como o apoio à construção e ao equipamento

da infraestrutura de pesquisa. Além disso, o próprio credenciamento ou descredenciamento dos

pro-gramas de pós-graduação depende do mesmo sistema de avaliação.

7 As tabelas A.2.1.4 e A.2.2.5, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

(18)

A metodologia de avaliação atualmente em vigor foi adotada em .

Os resultados da avaliação

realizada naquele ano tornaram-se referência para o triênio -. A avaliação seguinte ocorreu

no ano de  e serviu de referência para o período de  a  e assim sucessivamente foram

realizadas novas avaliações nos anos de  e , com os seus resultados vigorando no ano da

avaliação e nos dois anos imediatamente subsequentes. É possível, no entanto, a emergência de

no-vos programas credenciados pela Capes no intervalo entre as avaliações periódicas. Esses nono-vos

pro-gramas permanecem com o conceito recebido no credenciamento até a segunda avaliação trienal

que vier a ocorrer após o momento em que se deu o credenciamento do programa. As estatísticas

mostram um reduzido número de programas de doutorado que transitoriamente aparecem como

não tendo conceito defi nido, mas estes se referem a casos que, em razão de seu desempenho na

avaliação, encontram-se em processo de extinção ou fusão com outros programas. Os conceitos 

e  são considerados insatisfatórios e os programas que recebem essas avaliações passam a fi car

im-pedidos de receber novas bolsas e matricular novos alunos. Somente são credenciados programas

que recebem conceito igual ou superior a .

Gráfi co 2.1.3. Número de programas de doutorado por conceito recebido na avaliação da Capes

Brasil, 1998-2008 600 500 400 300 200 100 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 274 276 278 274 265 262 307 307 309 368 378 387 400 366 406 406 415 486 479 480 483 551 105 105 105 96 97 105 145 145 145 155 156 108 111 113 93 93 93 81 77 77 82 82 48 48 62 62 62 48 48 48 24 24 24 3 4 5 6 7

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Somente são credenciados programas que recebem conceito igual ou superior a 3, por isso, não foram incluídos nesta tabela os 31 programas que aparecem nas estatísticas do período com conceitos inferiores a 3 que se encontravam em processo de extinção ou fusão.

(19)

O número de programas que receberam o conceito  declinou durante o período -, sendo

que o número de programas classifi cados em cada uma das demais categorias cresceu. Cresceram

de maneira muito acentuada o número de programas com conceitos  e . No ano de ,

ape-nas  programas de doutorado obtiveram o conceito , que é considerado de excelência

acadê-mica. No ano de  já existiam  programas com conceito . Houve uma signifi cativa redução

da proporção de programas que receberam o conceito  na avaliação. Em , esses programas

representavam  do total e, em , sua participação havia se reduzido a apenas ,. Grande

parte desses programas deve ter conseguido melhorar sua qualidade avançando para o conceito ,

que representava , do total em  e passou a abranger , em . Evolução signifi cativa

também ocorreu no número de programas que receberam a mais elevada avaliação. A proporção

de programas que receberam o conceito  dobrou no período, passando de , para ,.

Gráfi co 2.1.4. Distribuição percentual do número de programas de doutorado por conceito recebido na

avaliação da Capes, Brasil, 1998 e 2008

0 10 20 30 40 50 3 4 5 6 7 1998 14,0 3,6 33,9 41,7 35,4 36,6 3,1 6,2 13,6 11,8 2008

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Somente são credenciados programas que recebem conceito igual ou superior a 3, por isso, não foram incluídos nesta tabela os 9 programas existentes em 1998 com conceitos inferiores a 3 que se encontravam em processo de extinção ou fusão. Não havia nenhum programa com conceitos menores do que 3 no ano de 2008.

Quatro grandes áreas não tinham nenhum programa com conceito  no ano de : ciências

so-ciais aplicadas; engenharias; multidisciplinar e ciências da saúde. No ano de , as grandes áreas

multidisciplinar e ciências sociais aplicadas continuavam sem programas com conceito . As

en-genharias deram um salto signifi cativo passando de nenhum programa com conceito  para ser

(20)

a segunda área com maior proporção de programas com avaliação  no ano de , passando a

contar com quase  de seus programas nessa categoria de excelência. Outra área que apresentou

uma evolução muito signifi cativa na avaliação da Capes durante o período foi a das ciências exatas

e da terra, na qual , dos programas possuíam conceito  em  e, em , essa proporção

atingiu ,, a mais elevada proporção de todas as áreas.

Gráfi co 2.1.5. Distribuição percentual dos programas de doutorado por conceito recebido na avaliação da

Capes por grande área do conhecimento. Brasil, 1998

8,0 22,0 48,0 10,1 22,0 24,1 40,5 25,3 11,1 88,9 26,0 26,5 35,2 42,9 4,6 9,5 6,8 34,0 13,4 33,3 20,7 41,5 17,1 17,5 4,8 4,9 5,8 5,9 6,1 5,9 39,2 35,9 37,8 19,5 41,2 33,7 13,3 7,8 9,2 Sociais aplicadas Engenharias Multidisciplinar Saúde Agrárias Humanas Exatas e da terra Ling., letras e artes Biológicas

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

3 4 5 6 7

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Notas: Somente são credenciados programas que recebem conceito igual ou superior a 3, por isso, não foram incluídos nesta tabela os 9 programas existentes em 1998 com conceitos inferiores a 3 que se encontravam em processo de extinção ou fusão. As grandes áreas do conhecimento aparecem ordenadas da menor para a maior percentagem de programas que receberam o conceito 7.

(21)

Gráfi co 2.1.6. Distribuição percentual dos programas de doutorado por conceito recebido na avaliação da

Capes por grande área do conhecimento. Brasil, 2008

3,6 Sociais aplicadas Engenharias Multidisciplinar Saúde Agrárias Humanas Exatas e da terra Ling., letras e artes

Biológicas 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 3 4 5 6 7 63,9 31,3 1,2 37,6 0,9 46,8 14,7 0,0 39,7 47,9 10,7 42,1 3,0 2,7 9,6 7,7 0,6 36,5 49,1 35,8 9,1 5,5 2,2 35,3 41,4 38,2 11,3 7,0 6,7 31,3 17,3 9,3 9,8 4,5 40,6 29,3 15,8 15,3 13,3 27,3 42,7 1,3

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Não havia nenhum programa com conceitos inferior a 3 no ano de 2008. As grandes áreas do conhecimento aparecem ordenadas da menor para a maior percentagem de programas que receberam o conceito 7.

2.1.4. Programas de instituições federais, estaduais e particulares

O número de programas de doutorado tanto de instituições públicas federais, quanto estaduais e

privadas cresceu no período -, mas esse crescimento se deu de maneira muito

diferencia-da. O número de programas estaduais cresceu apenas  no período e, com isso, teve sua

parti-cipação reduzida de  do total em , para  em . O número de programas de

douto-rado vinculados a instituições federais cresceu  no período, tendo sua participação relativa no

total passado de  para . Com isso, o governo federal consolidou seu papel preponderante na

formação de doutores no Brasil.

9 As tabelas A.2.1.6 e A.2.1.9, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

(22)

Gráfi co 2.1.7. Número de programas de doutorado por natureza jurídica das instituições. Brasil, 1998-2008 600 500 400 300 200 100 0 700 800 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Estadual Federal Particular

401 406 412 481 489 505 590 608 665 706 755 315 316 321 354 356 356 368 387 402 405 416 66 66 68 76 78 81 100 102 118 133 147

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Não havia nenhum programa de doutorado em instituições municipais no ano de 1998. No ano de 2008, havia dois programas municipais.

Contudo, há um fenômeno relativamente recente que é o crescimento da importância de

insti-tuições particulares na formação de doutores. O número de programas de doutorado vinculados

a essas instituições cresceu  no período e sua participação relativa passou de ,, em ,

para , no ano de . É importante notar que o maior crescimento dos programas federais

foi simultâneo ao dos programas particulares e que os programas desses dois tipos de naturezas

jurídicas tiveram crescimento mais acentuado a partir de . Ademais, é preciso registrar que os

programas de instituições privadas também recebem forte apoio das agências federais e estaduais

de fomento à C&T.

(23)

Gráfi co 2.1.8. Distribuição percentual dos programas de doutorado por natureza jurídica das instituições. Brasil, 1998 e 2008 0 10 20 30 40 50 60 1998 2008 Particular Estadual Federal 8,4 11,2 40,3 31,6 51,3 57,3

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Não havia nenhum programa de doutorado em instituições municipais no ano de 1998. No ano de 2008, havia dois programas municipais.

No ano de , os programas de doutorado de instituições públicas federais eram mais

numero-sos do que os de instituições públicas estaduais e os das particulares em todas as áreas do

conheci-mento. Os programas de instituições públicas estaduais tinham participação importante em todas

as áreas, especialmente nas de ciências da saúde; linguística, letras e artes e das ciências agrárias. Os

números de programas estaduais nessas áreas representavam respectivamente ,, , e ,

dos totais das áreas. Em algumas poucas grandes áreas do conhecimento é bastante importante a

presença de programas de doutorado de instituições particulares. Esse é o caso, por exemplo, das

ciências sociais aplicadas e das ciências humanas nas quais respectivamente , e , dos

pro-gramas de doutorado existentes em  são de instituições particulares. O investimento

relativa-mente baixo em infraestrutura física e laboratorial requerido pelos programas de doutorado nessas

áreas talvez esteja associado à maior facilidade com que as instituições privadas expandiram seus

programas de doutorado nelas.

(24)

Gráfi co 2.1.9. Distribuição percentual dos programas de doutorado nas grandes áreas do conhecimento por

natureza jurídica das instituições. Brasil, 2008

44,1 Sociais aplicadas Engenharias Multidisciplinar Saúde Agrárias Humanas Exatas e da terra Ling., letras e artes

Biológicas 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 35,2 9,0 9,3 44,1 23,1 21,5 38,2 15,7 27,7 11,0 1,2 9,6 34,7 62,7 62,7 6,7 27,3 21,1 2,7 46,7 47,9 49,1 60,6 55,4 66,0 69,9 Estadual Federal Particular

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Notas: As áreas do conhecimento foram ordenadas pela proporção da participação das instituições públicas federais no total de programas de cada área. No ano de 2008, havia 2 programas em instituições públicas municipais, que não foram considerados nesse gráfi co.

Havia, em , apenas  programas de doutorado em instituições particulares e essas

distribuíam-se por apenas quatro unidades da federação,  delas estavam no estado do Rio de Janeiro,  em

São Paulo,  no Rio Grande do Sul e uma em Minas Gerais. No ano de , o número de

progra-mas de doutorado em instituições particulares havia saltado para  e esses distribuíam-se por 

unidades da federação. Em São Paulo localizavam-se  dos programas,  no Rio Grande do

Sul,  no Rio de Janeiro e os demais  distribuíam-se por Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina,

Goiás, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco e Ceará.

(25)

Gráfi co 2.1.10. Número de programas de doutorado de instituições particulares por unidades da federação, Brasil, 1998 e 2008 RS: 16 MG: 1 RJ: 26 SP: 23 SP: 50 PR: 11 SC: 3 RS: 35 GO: 3 DF: 3 CE: 1 PE: 1 BA: 2 MG: 7 RJ: 31 1998 2008

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

As instituições públicas estaduais com programas de doutorado localizam-se principalmente na

re-gião Sudeste e, mais especifi camente, no Estado de São Paulo. Em ,  dos programas de

dou-torado mantidos por instituições públicas estaduais localizavam-se no estado de São Paulo. Entre

 e , aquela proporção baixou um pouco e atingiu , mas os doutorados de instituições

públicas estaduais continuaram extremamente concentrados nas universidades paulistas.

Gráfi co 2.1.11. Número de programas de doutorado de instituições públicas estaduais por unidades da

federação, Brasil, 1998 e 2008 AM: 1 RJ: 9 SP: 296 SP: 352 PR: 7 SC: 1 CE: 3 PE: 3 BA: 4 RJ: 32

1998

2008

PR: 22 PE: 1

(26)

No ano de , havia  unidades da federação sem nenhum programa de doutorado. Em ,

em apenas  unidades da federação – Acre, Roraima e Tocantins – ainda não haviam sido criados

tais programas. Todos os programas que foram criados nas  unidades da federação, que não

ti-nham doutorado em  e que passaram a contar com ao menos um programa de doutorado

em , eram de instituições públicas federais de ensino. Onze unidades da federação contavam

apenas com programas de doutorado federais tanto em , quanto em , apesar de a

com-posição dessas haver se alterado durante o período. Essas são indicações claras do papel

desempe-nhado pelo governo federal no processo de desconcentração regional da pós-graduação brasileira.

Gráfi co 2.1.12. Mapa em árvore representativo da ordem de grandeza referente ao número de doutores

titulados no Brasil no período 1996-2008, por regiões, unidades da federação e instituições de ensino

Centro-Oeste DF UnB GO Nordeste BA UFC UFBA PB UFPB UFPE PE UFRN RN Outras Norte AM PA UFRJ MG UFLA UFMG UFV RJ Outras UERJ UFF P U C -RIO FI O C R U Z Outras UFSCAR PUC/SP UNESP UNICAMP UNIFESP Outras USP SP Sudeste Outras SC UFSC UFRGS PUC/RS RS UFPR PR Ou tr as Sul CE

(27)

2.1.5. Distribuição regional dos programas

¹⁰

Ocorreu uma signifi cativa desconcentração espacial no território brasileiro dos programas de

dou-torado de todas as naturezas jurídicas durante o período -.

Tabela 2.1.2. Número e percentagem de programas de doutorado por região, Brasil, 1998-2008

Região 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Total 782 100,0 789 100,0 802 100,0 912 100,0 923 100,0 942 100,0 1.058 100,0 1.097 100,0 1.185 100,0 1.245 100,0 1.320 100,0 SE 564 72,1 567 71,9 573 71,4 634 69,5 639 69,2 649 68,9 691 65,3 716 65,3 753 63,5 769 61,8 797 60,4 S 116 14,8 118 15,0 122 15,2 141 15,5 144 15,6 148 15,7 186 17,6 190 17,3 209 17,6 222 17,8 242 18,3 NE 71 9,1 72 9,1 75 9,4 91 10,0 92 10,0 95 10,1 113 10,7 121 11,0 140 11,8 156 12,5 172 13,0 CO 20 2,6 21 2,7 21 2,6 32 3,5 33 3,6 34 3,6 47 4,4 48 4,4 58 4,9 66 5,3 74 5,6 N 11 1,4 11 1,4 11 1,4 14 1,5 15 1,6 16 1,7 21 2,0 22 2,0 25 2,1 32 2,6 35 2,7

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: As regiões foram colocadas em ordem de participação decrescente.

A vitalidade do processo de desconcentração espacial dos programas de doutorado ocorrida no

período fi ca evidente a partir da análise das taxas de crescimento por região. Nesses  anos, o

nú-mero de programas de doutorado no Sudeste, região que primeiro desenvolveu e consolidou a

pós-graduação no Brasil, cresceu . No entanto, nas demais regiões, onde a implantação e o

desenvol-vimento da pós-graduação é mais recente, as taxas de crescimento foram muito mais expressivas,

o que obviamente foi facilitado pelo fato de serem muito reduzidos os números de programas que

nelas existiam no início do período. Com exceção do fato de ter havido uma inversão da posição

relativa das regiões Norte e Centro-Oeste, a desconcentração favoreceu mais as regiões de menor

desenvolvimento relativo na pós-graduação. Enquanto a média de crescimento nacional foi de ,

a região Centro-Oeste cresceu , a Norte cresceu , a Nordeste  e a Sul .

Dessa forma, as quatro regiões de menor participação relativa no número de programas de

douto-rado aumentaram sua participação no total de programas. A região Sudeste, que detinha  dos

programas de doutorado no ano de , cresceu apenas  no período e, por isso, teve sua

parti-cipação reduzida para  do total de programas no ano de . Essa queda de  pontos

percen-tuais da região Sudeste distribuiu-se de forma diferenciada durante o período. Na primeira metade

10 As tabelas de A.2.1.7 a A.2.1.13, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

(28)

deste, entre  e , aquele índice de concentração caiu apenas  pontos percentuais, enquanto

que no restante do período a queda foi três vezes superior.

Gráfi co 2.1.13. Distribuição percentual dos programas de doutorado por regiões, Brasil, 1998 e 2008

0 10 20 30 40 50 60 70 80 Norte Centro-Oeste Nordeste Sul Sudeste 1,4 2,7 2,6 5,6 9,1 13,0 14,8 18,3 72,1 60,4 1998 2008

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

O estado de São Paulo foi o que menos cresceu e que mais participação relativa cedeu para esse

processo de desconcentração. O número de programas de doutorado no estado de São Paulo

cresceu apenas , entre  e , período no qual o crescimento do País foi de ,. Com

isso a participação de São Paulo caiu de , em  para , em . Além de São de Paulo,

apenas o estado do Rio de Janeiro, o segundo de maior participação no número de programas de

doutorado no Brasil, cresceu menos do que a média nacional e perdeu participação relativa. O Rio

cresceu , no período sob análise e teve sua participação relativa reduzida de , para ,

entre esses anos. Todas as demais unidades da federação cresceram signifi cativamente acima da

média nacional.

(29)

Tabela 2.1.3. Número e percentagem de programas de doutorado por unidade da federação, Brasil, 1998-2008 UF 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Total 782 100,0  789 100,0  802 100,0  912 100,0  923 100,0  942 100,0  1.058 100,0  1.097 100,0  1.185 100,0  1.245 100,0  1.320  100,0 SP 372 47,6 372 47,1 375 46,8 396 43,4 398 43,1 403 42,8 425 40,2 440 40,1 449 37,9 457 36,7 472 35,8 RJ 127 16,2 129 16,3 131 16,3 147 16,1 148 16,0 149 15,8 164 15,5 171 15,6 183 15,4 184 14,8 191 14,5 RS 73 9,3 74 9,4 77 9,6 83 9,1 85 9,2 87 9,2 111 10,5 112 10,2 121 10,2 126 10,1 132 10,0 MG 62 7,9 63 8,0 64 8,0 86 9,4 88 9,5 92 9,8 97 9,2 100 9,1 116 9,8 121 9,7 127 9,6 PR 24 3,1 25 3,2 26 3,2 38 4,2 38 4,1 39 4,1 45 4,3 45 4,1 54 4,6 59 4,7 67 5,1 PE 29 3,7 28 3,5 29 3,6 34 3,7 34 3,7 36 3,8 43 4,1 45 4,1 48 4,1 50 4,0 55 4,2 DF 19 2,4 20 2,5 20 2,5 26 2,9 26 2,8 27 2,9 36 3,4 36 3,3 43 3,6 45 3,6 51 3,9 SC 19 2,4 19 2,4 19 2,4 20 2,2 21 2,3 22 2,3 30 2,8 33 3,0 34 2,9 37 3,0 43 3,3 BA 14 1,8 14 1,8 15 1,9 16 1,8 16 1,7 16 1,7 18 1,7 23 2,1 30 2,5 36 2,9 39 3,0 CE 10 1,3 10 1,3 10 1,2 13 1,4 13 1,4 13 1,4 16 1,5 18 1,6 19 1,6 23 1,8 28 2,1 PB 8 1,0 9 1,1 10 1,2 14 1,5 15 1,6 16 1,7 18 1,7 18 1,6 20 1,7 23 1,8 23 1,7 PA 7 0,9 7 0,9 7 0,9 10 1,1 10 1,1 10 1,1 13 1,2 13 1,2 14 1,2 17 1,4 18 1,4 RN 7 0,9 8 1,0 8 1,0 10 1,1 10 1,1 10 1,1 13 1,2 12 1,1 16 1,4 17 1,4 18 1,4 GO 1 0,1 1 0,1 1 0,1 5 0,5 6 0,7 6 0,6 8 0,8 8 0,7 10 0,8 15 1,2 16 1,2 AM 4 0,5 4 0,5 4 0,5 4 0,4 5 0,5 6 0,6 8 0,8 8 0,7 9 0,8 13 1,0 15 1,1 ES 3 0,4 3 0,4 3 0,4 5 0,5 5 0,5 5 0,5 5 0,5 5 0,5 5 0,4 7 0,6 7 0,5 MS - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 3 0,3 3 0,3 4 0,3 5 0,4 5 0,4 SE - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 2 0,2 2 0,2 4 0,3 AL 3 0,4 3 0,4 3 0,4 2 0,2 2 0,2 2 0,2 3 0,3 3 0,3 3 0,3 3 0,2 3 0,2 MT - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 2 0,2 RO - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 AP - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 MA - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 1 0,1 PI - - - 1 0,1 1 0,1 1 0,1 AC - - - -RR - - - -TO - - -

(30)

Gráfi co 2.1.14. Distribuição percentual dos programas de doutorado por unidades da federação. Brasil, 1998 e 2008 AM: 0,5 RJ: 16,2 SP: 47,6 SP: 35,8 PR: 3,1 SC: 2,4 CE: 1,3 PE: 3,7 PB: 1,0 RJ: 14,5 BA: 3,0 SC: 3,3 RS: 9,3 MG: 7,9 DF: 2,4 BA: 1,8 PA: 0,9 RN: 0,9 GO: 0,1 RS: 10,0 MG: 9,6 PR: 5,1 DF: 3,9 CE: 2,1 PB: 1,7 PA: 1,4 RN: 1,4GO: 1,4 AM: 1,1

1998

2008

PE: 4,2

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: Este gráfi co representa as 15 unidades da federação com maior participação relativa no total de programas de doutorado. As 12 unidades da

federação não representadas no gráfi co sediavam 6 (0,9%) programas no ano de 1998 e 25 (1,9%) no ano de 2008.

É óbvio que não existe precedente histórico e nem razões sólidas que justifi quem a busca de uma

perfeita e total desconcentração espacial da pós-graduação brasileira. Contudo, apesar da

impor-tância do processo de desconcentração verifi cado nos últimos anos, a estrutura de programas de

doutorado hoje existente no Brasil ainda está muito longe de apresentar perfi l adequado tanto às

necessidades do desenvolvimento do País e de suas regiões, como às oportunidades apresentadas

pela nossa diversidade.

A distribuição desigual dos programas de doutorado nas regiões brasileiras também se manifesta

sob a perspectiva das grandes áreas de conhecimento. Mesmo depois do processo de

desconcen-tração ocorrido no período -, a grande área do conhecimento de ciências da saúde ainda

apresentava mais de  dos programas localizados apenas na região Sudeste. A área

multidiscipli-nar apresentava em  a mais equilibrada distribuição regional com apenas , dos programas

localizados na região Sudeste. É signifi cativo notar, ademais, que a maior participação relativa da

região Norte se dá nas ciências biológicas. Ali estão localizados , dos programas de doutorado

brasileiros dessa área, o que vem a ser uma participação mais de três vezes superior à média de ,

alcançada pela região Norte em todas as áreas.

(31)

Tabela 2.1.4. Número e distribuição percentual dos programas

de doutorado de cada grande área do conhecimento pelas regiões, Brasil, 2008

Grande área do conhecimento

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Total 35 2,7 172 13,0 797 60,4 242 18,3 74 5,6 1.320 100,0 Ciências agrárias 4 2,4 19 11,5 94 57,0 40 24,2 8 4,8 165 100,0 Ciências biológicas 13 8,7 15 10,0 87 58,0 27 18,0 8 5,3 150 100,0 Ciências da saúde 2 0,7 23 8,5 198 73,1 41 15,1 7 2,6 271 100,0 Ciências exatas e da terra 7 4,7 29 19,3 85 56,7 22 14,7 7 4,7 150 100,0 Ciências humanas 3 1,6 25 13,4 107 57,5 34 18,3 17 9,1 186 100,0 Ciências sociais aplicadas 1 0,9 16 14,7 59 54,1 24 22,0 9 8,3 109 100,0 Engenharias 2 1,5 22 16,5 80 60,2 22 16,5 7 5,3 133 100,0 Linguística, letras e artes - - 9 12,3 47 64,4 13 17,8 4 5,5 73 100,0 Multidisciplinar 3 3,6 14 16,9 40 48,2 19 22,9 7 8,4 83 100,0

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Tabela 2.1.5. Número e distribuição percentual dos programas de doutorado

de cada região pelas grandes áreas do conhecimento, Brasil, 2008

Grande área do conhecimento

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Total 35 100,0 172 100,0 797 100,0 242 100,0 74 100,0 1.320 100,0 Ciências agrárias 4 11,4 19 11,0 94 11,8 40 16,5 8 10,8 165 12,5 Ciências biológicas 13 37,1 15 8,7 87 10,9 27 11,2 8 10,8 150 11,4 Ciências da saúde 2 5,7 23 13,4 198 24,8 41 16,9 7 9,5 271 20,5 Ciências exatas e da terra 7 20,0 29 16,9 85 10,7 22 9,1 7 9,5 150 11,4 Ciências humanas 3 8,6 25 14,5 107 13,4 34 14,0 17 23,0 186 14,1 Ciências sociais aplicadas 1 2,9 16 9,3 59 7,4 24 9,9 9 12,2 109 8,3 Engenharias 2 5,7 22 12,8 80 10,0 22 9,1 7 9,5 133 10,1 Linguística, letras e artes - - 9 5,2 47 5,9 13 5,4 4 5,4 73 5,5 Multidisciplinar 3 8,6 14 8,1 40 5,0 19 7,9 7 9,5 83 6,3

(32)

Mudando-se o foco da análise, isto é, quando se focaliza cada região brasileira e se examina a

distri-buição dos programas de doutorado aí existentes por grandes áreas do conhecimento, verifi ca-se

que na região Sudeste, onde há maior tradição e maior número de programas de doutorado, a

distri-buição por área do conhecimento é relativamente mais equilibrada, no entanto, as ciências da saúde

concentram praticamente um quarto dos programas dessa região.

No extremo oposto, encontra-se a região Norte com o menor número de programas e com

desen-volvimento muito recente na pós-graduação. Nessa região a distribuição é muito concentrada em

duas grandes áreas, a de ciências biológicas, que concentra , do total, e a de ciências exatas e da

terra com , dos programas. Na região Sul, as ciências da saúde, com ,, e as ciências agrárias,

com ,, são as grandes áreas de maior peso na região. A região Nordeste também apresenta um

perfi l com distribuição de doutorados relativamente equilibrada em todas as áreas do

conhecimen-to. É nas ciências exatas e da terra que se encontra o maior número de programas de doutorado da

região (,). Por fi m, na região Centro-Oeste, há uma especialização relativa nas áreas de ciências

humanas, , dos programas, e em ciências sociais aplicadas, com ,.

2.2. Doutores titulados no Brasil

2.2.1. Evolução do número de titulados

¹¹

Mais de  mil pessoas obtiveram títulos de doutorado no Brasil no período -. O número

de titulados no ano de  foi  superior ao dos que titularam no ano de . Durante esses

 anos, a taxa média de crescimento anual foi de . Os  mil doutores, que serão objeto da

aná-lise desenvolvida neste e no próximo capítulo, correspondem a uma parcela muito signifi cativa do

total de doutores em atuação no Brasil. A importância atribuída a esse conjunto de doutores

baseia-se, primeiro, no fato de que a consolidação dos programas de doutorado no Brasil é um fenômeno

relativamente recente; segundo, na verifi cação de que, devido ao crescimento acelerado, o número

de pessoas que obtiveram título de doutorado nos anos observados é um múltiplo do daqueles que

se titularam nos anos que os precederam e, por último, nas evidências de que uma parcela hoje

re-11 Notar que a primeira seção deste capítulo refere-se ao período 1998-2008, enquanto que a segunda seção sobre os titulados em programas de doutorado refere-se ao período 1996-2008. As tabelas de A.2.2.1 a A.2.2.3, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

(33)

duzida dos doutores brasileiros obteve seus títulos no exterior ou mudou-se para o exterior depois

de completar seus doutorados. Por outro lado, conforme indicado na introdução deste livro, é

pos-sível realizar uma estimativa aproximada da população brasileira de doutores segundo os resultados

da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do ano de  e, com isso, pode-se inferir

estatisticamente a importância do conjunto de doutores sob análise neste capítulo. De acordo com

aquela estimativa, o número de doutores existentes no Brasil no ano de  é de aproximadamente

 mil indivíduos. Caso essa estimativa seja tomada como referência, apesar das limitações

estatís-ticas que essa inferência envolve, seria possível avaliar que os  mil doutores titulados nos  anos

sob análise representariam aproximadamente dois terços da população de doutores residentes no

Brasil no ano de .

Gráfi co 2.2.1. Número de doutores titulados no Brasil, 1996-2008

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1996 1997 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 9.000 10.000 11.000 12.000 2.830 3.472 3.797 4.7135.197 5.753 6.567 7.690 8.080 8.9829.364 9.913 10.705

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Mais de  mil pessoas obtiveram título de doutor no Brasil no ano de , um número que é

cer-ca de , vezes o daqueles que titularam em . O crescimento ocorrido nesse período foi, no

entanto, muito maior na primeira metade do período do que na segunda. Entre  e , houve

um crescimento de  no número de titulados, enquanto que, entre  e , o crescimento

foi de apenas . Uma parte dessa redução do crescimento deve estar relacionada com a própria

dinâmica do processo de expansão dos programas de doutorado. Como um doutor leva cerca de

quatro anos para concluir um curso de doutorado e o ritmo de criação de programas foi lento no

período -, como visto na seção anterior, é provável que esse fato tenha contribuído para

a queda recente no ritmo de crescimento do número de titulados. Em compensação, a aceleração

(34)

do processo de criação de novos programas de doutorado ocorrida nos anos mais recentes pode

estar sinalizando para uma possível aceleração da taxa de crescimento do número de titulados nos

próximos anos.

Por outro lado, o crescimento do número de titulados também tem a ver com a média de

douto-res titulados anualmente pelos programas de doutorado existentes. Essa média tem elevado-se na

medida em que cresce a consolidação dos programas de pós-graduação brasileiros e frutifi cam os

investimentos realizados nos programas de doutorado. A expansão dos recursos fi nanceiros

apli-cados na concessão de bolsas e no fi nanciamento a pesquisas pelas agências dos governos federal

e estaduais tem contribuído para a expansão e a consolidação dos programas de doutorado. Essa

consolidação tem contribuído para aumentar o número médio de doutores formados a cada ano.

A título de exemplo, é importante destacar que cada programa de doutorado existente em 

titulou em média cerca de  doutores naquele mesmo ano, enquanto que essa média foi de 

dou-tores por programa no ano de .

Ademais e como será analisado no próximo capítulo deste livro, há uma crescente absorção dos

profi ssionais com doutorado no mercado de trabalho brasileiro e esse estímulo pelo lado da

deman-da também pode estar contribuindo para a elevação do número de doutores titulados a cademan-da ano

no Brasil. O crescimento da demanda por recursos humanos altamente qualifi cados começa a

tam-bém se manifestar no setor produtivo e privado na medida em que os investimentos são

retoma-dos depois de um longo período de relativa estagnação, mesmo que seja necessário reconhecer que

aquela demanda ainda é limitada em função das incipientes atividades tecnológicas realizadas

inter-namente às empresas e em cooperação com a infraestrutura científi ca e tecnológica local na média

das empresas brasileiras. Os setores que apresentam maior tradição na contratação de doutores

também têm dado mostras signifi cativas de valorização e interesse por esses profi ssionais altamente

qualifi cados. Por exemplo, a estruturação da carreira dos docentes das universidades federais e

es-taduais estabeleceu o doutorado como requisito necessário para a ascensão para os níveis mais

ele-vados da carreira e remunera de maneira especial os portadores de título de doutorado. Tudo isso

representa a existência de estímulos à busca por qualifi cação em programas de doutorado. Dessa

maneira, aspectos da demanda por esses profi ssionais altamente qualifi cados se somam na

explica-ção do aumento signifi cativo ocorrido na formaexplica-ção de doutores no Brasil durante os últimos anos.

(35)

2.2.2. Titulados por área do conhecimento

¹²

Tabela 2.2.1. Número de doutores titulados no Brasil por grande área do conhecimento, 1996-2008

Grande área 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1996 a 2008 Total 2.830 3.472 3.797 4.713 5.197 5.753 6.567 7.690 8.080 8.982 9.364 9.913 10.705 87.063 Ciências agrárias 301 364 439 479 545 664 758 1.005 972 1.121 1.160 1.217 1.315 10.340 Ciências biológicas 391 467 504 591 658 731 832 964 1.039 1.140 1.157 1.154 1.238 10.866 Ciências da saúde 545 654 733 1.010 1.003 1.064 1.386 1.491 1.467 1.681 1.731 1.797 1.959 16.521 Ciências exatas e da terra 457 516 536 638 707 716 697 871 904 963 951 988 1.132 10.076 Ciências humanas 422 613 639 749 876 1.004 1.106 1.239 1.327 1.495 1.503 1.689 1.861 14.523 Ciências sociais aplicadas 181 184 266 327 425 470 601 678 751 813 890 809 868 7.263 Engenharias 389 463 506 640 678 731 748 926 1.041 1.110 1.123 1.169 1.221 10.745 Linguística, letras e artes 141 202 158 235 251 315 367 409 452 496 616 710 696 5.048 Multidisciplinar 3 9 16 44 54 58 72 107 127 163 233 380 415 1.681

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Todas as grandes áreas do conhecimento apresentaram taxas signifi cativas de crescimento do

nú-mero de doutores titulados a cada ano no período -. Algumas diferenças marcam, no

en-tanto, as trajetórias recentes de expansão das diversas áreas. As grandes áreas que cresceram abaixo

da média (,) foram algumas das que têm maior tradição na formação de doutores. A área de

ciências exatas e da terra foi aquela que apresentou a menor taxa de crescimento no período. Com

uma taxa anual de crescimento de apenas ,, essa área reduziu signifi cativamente sua

participa-ção no total de titulados. No início do período, i.e. em , as ciências exatas e da terra foram

res-ponsáveis pela titulação de mais de , do total de doutores. No fi nal do período, i.e. em ,

essa participação tinha caído para apenas , do total de titulados. Sua posição caiu de segunda

área que mais titulava doutores para a sexta posição. Essa queda de participação relativa de quase

 pontos percentuais foi a mais signifi cativa entre as áreas. As ciências biológicas e as engenharias

cresceram um pouco menos do que a média de todas as áreas. As ciências da saúde apresentaram

crescimento similar ao da média e conseguiram preservar durante todo o período a posição de área

que titula o maior número de doutores.

12 As tabelas de A.2.2.1 a A.2.4, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema.

(36)

Gráfi co 2.2.2. Taxa de crescimento anual médio do número de doutores titulados no Brasil no período

1996-2008, por grande área do conhecimento (%)

0 10 20 30 40 50 60 Sociais aplicadas Engenharias Multidisciplinar Saúde Agrárias Humanas Exatas e da terra

Ling., letras e artes Biológicas Média 8,1 10,2 10,3 11,8 11,9 13,5 13,6 14,8 15,7 59,8

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

Nota: A média que aparece no gráfi co entre as grandes áreas do conhecimento corresponde à média do crescimento do número de doutores em todas as áreas.

Gráfi co 2.2.3. Participação percentual das grandes áreas do conhecimento no total de doutores titulados no

Brasil, 1996 e 2008 0 5 10 15 20 1996 2008 Multidisciplinar Sociais aplicadas Ling., letras e artes

Engenharias Agrárias Biológicas Exatas e da terra Humanas Saúde 0,1 3,9 5,0 6,5 6,4 8,1 16,1 10,6 13,7 11,4 13,8 11,6 10,6 12,3 14,9 17,4 19,3 18,3

Fonte: Coleta Capes (Capes, MEC), elaboração dos autores.

As demais áreas cresceram mais do que a média e, por isso, ganharam participação relativa na

for-mação de doutores. As ciências agrárias apresentaram crescimento médio anual de , e, com

isso, passaram da posição de sexta área que titulava mais doutores em  para terceira área em

. As ciências sociais aplicadas e as ciências humanas, crescendo respectivamente , e ,

(37)

em média ao ano, também ganharam participação relativa e galgaram posições entre as áreas que

mais titulam. A área de linguística, letras e artes foi a segunda área que mais cresceu, média anual de

crescimento de quase , apesar de ter sido uma das áreas de menor crescimento do número de

programas de doutorado.

No entanto, a performance mais destacada foi a da área multidisciplinar. O crescimento anual

mé-dio do número de titulados nessa área foi de quase . É bem verdade que a área praticamente

não existia em , quando apenas  doutores (, do total) obtiveram seus doutorados na área

multidisciplinar. Contudo, o fato de a área ter titulado  doutores (, do total) em  é

extra-ordinário e pode estar relacionado com o processo de mudança estrutural da ciência e tecnologia

no qual as fronteiras das áreas do conhecimento e da própria ciência em relação à tecnologia

pare-cem perder nitidez, como assinalado na primeira seção deste capítulo.

A tendência geral de crescimento mais acentuado das áreas do conhecimento menos tradicionais

e mais lento das áreas de maior tradição na pós-graduação é claramente compatível com a

trajetó-ria de diversifi cação, consolidação e amadurecimento que vem sendo percorrida pela formação de

doutores no Brasil.

2.2.3. Titulados e a avaliação dos programas

¹³

A análise da evolução do número de doutores classifi cados de acordo com os conceitos, que foram

recebidos na avaliação da Capes pelos programas nos quais a titulação foi obtida, apresenta um

comportamento similar ao da evolução da própria avaliação dos programas analisada na seção

an-terior do capítulo. O crescimento do número de titulados por conceito também é infl uenciado, no

entanto, pelo número médio de doutores titulados por programas e este apresenta grande variação

de acordo com os conceitos recebidos. Em linhas gerais, os programas mais bem avaliados

apresen-tam média mais elevada. No ano de , por exemplo, cada programa com conceito  titulou em

média , doutores; os que receberam conceito  titularam em média , doutores e os de

con-ceito ,  e  titulavam respectivamente ,; , e , doutores.

13 As tabelas A.2.2.5 e A.2.2.6, que aparecem no anexo estatístico deste capítulo, apresentam dados mais detalhadas sobre esse tema. Essas tabelas também incluem dados sobre o número de titulados nos anos 1996 e 1997 de acordo com a avaliação da Capes vigente naqueles anos, que, por serem resultado de metodologia muito diferente da que vigora desde o ano de 1998, não foram consideradas na análise desenvolvida aqui.

Referências

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