• Nenhum resultado encontrado

FICHA TÉCNICA. Que água consumimos? Diretor do curso: Professor Fernando Pereira. Coordenador do Projeto FEUP: João Bastos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FICHA TÉCNICA. Que água consumimos? Diretor do curso: Professor Fernando Pereira. Coordenador do Projeto FEUP: João Bastos"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

0

QUE ÁGUA CONSUMIMOS?

P

ARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS DA ÁGUA NA REDE PÚBLICA

Mestrado Integrado em Engenharia do Ambien-te

Turma: 103 Equipa: 2

(2)

1

FICHA TÉCNICA

Diretor do curso: Professor Fernando Pereira Coordenador do Projeto FEUP: João Bastos

Professora da Unidade Curricular: Margarida Bastos Supervisor: António Vilanova

Monitor: Fábio Bernardo Alunos: Ana Raquel Flávio

Ana Rita Martinho Francisco Carneiro Inês Silva

Maria Inês Rego Sara Rodrigues

(3)

2

CONTEÚDO

Ficha técnica ... 1 Resumo ... 4 Introdução ... 4 Definição ... 5 Legislação ... 7 As Águas Portuguesas ... 7 Tratamento... 9

Perigo da E. Coli para a saúde ... 12

Presença da Escherichia Coli na água da rede pública ... 13

Materiais e Métodos ... 16

Resultados e Discussão ... 18

Conclusão ... 20

(4)

3 redes de distribuição, fontanários, cami-ões ou navios-cisterna, reservatórios e água utilizada na indústria alimentar (Decreto-Lei 306/2007, anexo I, parte I). Abe-lho, M. (MANUAL DE MONITORIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA AMBIENTAL). ... 7 Tabela 2 - Cumprimento dos valores paramétricos, por parâmetro, na torneira do

consumidor ... 8 Tabela 3 -Vantagens e desvantagens da filtração por membrana Abelho, M. (2010)

Manual de monitorização microbiológica ambiental ... 17 Tabela 4 - Observações resultantes da atividade experimental ... 18

Figura 1 - Escherichia Coli ... 6 Figura 2 - Qualidade da água na torneira do consu-midor em Portugal Continental em 2014 Legenda : verde: % ≥ 99 (meta); amarelo: 95 ≤ % < 99; vermelho: % < 95 ... 8 Figura 3 - Pontos de passagem da água desde que é recolhida até que retorna à sua origem ... 14 Figura 4 – Formação de biofilme nos reservatórios ... 15

(5)

4

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a presença da bactéria E.Coli na água da rede

pública através de experiências laboratoriais que permitiu verificar a presença

de colónias da referida bactéria em 6 amostras de água em que cada uma foi

re-colhida na área do Porto, permitindo ter uma ideia geral da percentagem de

con-taminação.

Identificou-se as amostras de água e as duas placas de Petri com os meios

seletivos; e através de filtrações e da utilização de objetos estéreis e flamejados

incubou-se finalmente as amostras de acordo com temperaturas já estipuladas ao

nosso grupo e conservadas durante 1 semana (7 dias) em refrigeração.

No final deste procedimento laboratorial foi possível observar que em

apenas uma das amostras se encontrava uma quantidade relativamente pequena

de E.Coli o que permitiu concluir que a água da rede pública na zona do Porto

não possui um elevado risco à saúde humana visto que a quantidade existente

continha um baixo grau de contaminação segundo o Decreto-Lei 306/2007.

INTRODUÇÃO

No âmbito da unidade curricular Projeto FEUP foi-nos proposto a realização de um trabalho de investigação e pesquisa cujo tema é “Parâmetros microbiológicos da água na rede pública”. Uma vez que é um assunto abrangente este foi restringido apenas à apuração da presença de uma bactéria específica na água, a Escherichia Coli, para tal foi necessário investigar o seu desenvolvimento, como pode surgir na rede pública, as formas de trata-mento e combate e mesmo a consulta da legislação relativamente à presença E.Coli.

Hoje em dia, a sociedade em geral tem acesso facilitado a água potável, a maior parte das casas encontra-se ligada à rede de distribuição pública pelo que para consu-mir água basta abrir uma torneira. No entanto, este bem essencial à vida percorre vários postos desde o local onde é colhida até estar limpa e cumprir todos os requisitos para que seja qualificada de água própria para consumo humano. Ao longo de todo o proces-so, a água encontra-se sujeita a diversos perigos, sendo o de maior interesse tratado neste trabalho, o risco de contaminação pela bactéria referida anteriormente.

(6)

5

DEFINIÇÃO

A Escherichia Coli, mais conhecida por E. Coli, é uma enterobactéria

baci-lar

1

, cujo tamanho varia entre 1.1-1.5

µm por 2.0-6.0µm,

que pertence à família

enterobacteriaceae. As bactérias que constituem esta família partilham entre si

muitas caraterísticas comuns e são as mais utilizadas em laboratório para as mais

variadas experiências. A E. Coli, em particular, parece ser a bactéria de eleição

entre os microbiologistas (Willey et al. 2008).

As bactérias pertencentes a família enterobacteriaceae não libertam esporos e

têm gram-negativo

2

, múltiplos flagelos em volta da célula, necessidades

nutrici-onais simples e processos metabólicos idênticos. Todas elas são anaeróbicas

fa-cultativas. Aquando da degradação de açúcares, produzem grandes quantidades

de gases e um complexo capaz de degradar o ácido pirúvico resultante da

fer-mentação, sendo os produtos finais desse processo, maioritariamente, a lactose e

o acetato com formação de H

2

ou CO

2

e etanol.

A E. Coli é, então, dos poucos seres vivos capazes de produzir todos os

componentes que entram na sua constituição. Têm um crescimento ótimo em

condições aeróbias a 37ºC e são capazes de o fazer individualmente ou em pares.

Sabe-se, ainda que, o seu genoma tem quase 5 milhões de pares de bases

azota-das codificando mais de 4000 proteínas, sendo esta uma azota-das bactérias mais

usa-das em engenharia genética.

O habitat natural desta bactéria é o intestino de certos animais de sangue

quente, entre os quais o Homem. Podem ser inofensivas e até estimular o sistema

imunológico ao impedir o desenvolvimento de outras bactérias nos intestinos,

mas também podem ser prejudiciais à saúde humana, dependendo da sua

locali-zação, quantidade e estirpe. É devido à sua presença no intestino humano que

estas fazem parte de um grupo de bactérias que se denomina coliformes que são

os principais indicadores microbiológicos de análise e controlo da qualidade da

água, pois a presença de E.Coli na água induz a contaminação da mesma com

fezes. Para além disso, são outros os fatores que fazem desta bactéria um

indica-dor importante de contaminação fecal da água: se existirem microrganismos

pa-togénicos na água, a sua presença é certa; a sua concentração na água é

propor-cional ao nível de poluição de origem fecal; é uma das bactérias mais bem

estu-dadas; as técnicas de identificação desta bactéria são de fácil execução, rápidas,

inequívocas e aplicáveis a todos os tipos de água (Willey et al. 2008).

1 Bactérias bacilares ou bacilos são bactérias em forma de bastonetes.

(7)

6

As bactérias pertencentes a família enterobacteriaceae não

libertam esporos e têm gram-negativo

3

, múltiplos flagelos

em volta da célula, necessidades nutricionais simples e

processos metabólicos idênticos. Todas elas são

anaeróbi-cas facultativas. Aquando da degradação de açúcares,

produzem grandes quantidades de gases e um complexo

capaz de degradar o ácido pirúvico resultante da

fermen-tação, sendo os produtos finais desse processo,

maioritari-amente, a lactose e o acetato com formação de H

2

ou CO

2

e

etanol.

A E. Coli é, então, dos poucos seres vivos capazes de produzir todos os

componentes que entram na sua constituição. Têm um crescimento ótimo em

condições aeróbias a 37ºC e são capazes de o fazer individualmente ou em pares.

Sabe-se, ainda que, o seu genoma tem quase 5 milhões de pares de bases

azota-das codificando mais de 4000 proteínas, sendo esta uma azota-das bactérias mais

usa-das em engenharia genética.

O habitat natural desta bactéria é o intestino de certos animais de sangue

quente, entre os quais o Homem. Podem ser inofensivas e até estimular o sistema

imunológico ao impedir o desenvolvimento de outras bactérias nos intestinos,

mas também podem ser prejudiciais à saúde humana, dependendo da sua

locali-zação, quantidade e estirpe. É devido à sua presença no intestino humano que

estas fazem parte de um grupo de bactérias que se denomina coliformes que são

os principais indicadores microbiológicos de análise e controlo da qualidade da

água, pois a presença de E.Coli na água induz a contaminação da mesma com

fezes. Para além disso, são outros os fatores que fazem desta bactéria um

indica-dor importante de contaminação fecal da água: se existirem microrganismos

pa-togénicos na água, a sua presença é certa; a sua concentração na água é

propor-cional ao nível de poluição de origem fecal; é uma das bactérias mais bem

estu-dadas; as técnicas de identificação desta bactéria são de fácil execução, rápidas,

inequívocas e aplicáveis a todos os tipos de água (Willey et al. 2008).

3 Bactérias de gram-negativo têm na membrana celular lipopolisacarídeos (LPS).

FIGURA 1-ESCHERICHIA

(8)

7

LEGISLAÇÃO

Na legislação portuguesa está estipulado, no Decreto-Lei 306/2007, anexo

I, parte I, que a presença de E. Coli na água fornecida por redes de distribuição,

fontanários, camiões ou navios-cisterna, reservatórios e água utilizada na

indús-tria alimentar, deve ser nula, isto é, o valor estipulado na lei para a presença de

E. Coli para consumo humano é 0 UFC (unidades formadoras de colónias) por

100mL.

TABELA 1-PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS E VALORES PARAMÉTRICOS PARA A ÁGUA FORNECIDA POR REDES DE DISTRIBUIÇÃO, FONTANÁRIOS, CAMI-ÕES OU NAVIOS-CISTERNA, RESERVATÓRIOS E ÁGUA UTI-LIZADA NA INDÚSTRIA ALIMENTAR (DECRETO-LEI 306/2007, ANEXO I, PARTE I).ABE-LHO,M.

(MA-NUALDEMONITORIZAÇÃOMICROBIOLÓGICAAMBIENTAL).

Parâmetro Valor paramétrico Unidade

Escherichia coli (E.Coli) 0 Número/100mL

Enterecocos 0 Número/100mL

De modo a determinar se a legislação relativamente aos valores

regula-mentados para a presença de E. Coli estava ou não a ser cumprida e se a água da

rede pública é segura para consumo humano, fizemos a análise de algumas

amostras.

AS ÁGUAS PORTUGUESAS

Apresentando uma grande diversidade de adaptação ao meio, a E.Coli

ha-bita normalmente no intestino humano e no de alguns animais ruminantes,

aju-dando maioritariamente o corpo na digestão e no absorver de vitaminas

impor-tantes. Em alguns casos pode ocorrer a infeção pela E.Coli quando esta se

multi-plica no intestino chegando ao trato urinário. A E.Coli reproduz-se rapidamente

(sendo esta maioritariamente por divisão celular), uma vez que esta bactéria

co-loniza recém-nascidos logo após o seu próprio nascimento, facto que foi

verificá-vel aquando do seu estudo. Face ao seu desenvolvimento, a E.Coli possui dois

processos evolutivos fundamentais: a mutação e a transferência horizontal.

A combinação das mutações e das transferências horizontais têm vindo a moldar

em geral os grupos filogénicos e as respetivas linhagens constituintes dentro das

quais

as

diversas

variantes

patogénicas

têm

emergido.

(9)

8 TABELA 2-CUMPRIMENTO DOS VALORES PARAMÉTRICOS, POR PARÂMETRO, NA TORNEIRA DO

CONSUMIDOR

Em Portugal, devido ao acréscimo controlo

que se tem tido, a distribuição da água tem sofrido

uma evolução positiva, obtendo-se valores

excecio-nais. Em 2013, a Entidade Reguladora dos Serviços

de Águas e Resíduos referiu que “98,2 % da água

que sai das torneiras é controlada e de boa

qualida-de”. Em 2014 esse mesmo valor subiu para 98.41 %.

O Mapa 1 mostra a qualidade da água na troneira do

consumidor em Portugal Continental em 2014. A

meta é indubitavelmente chegar aos 99%, e que,

comparando com os relatórios de 1993 Portugal está

num bom caminho: já que nessa data apenas 50%

era definida como de qualidade. Deste modo, foi

possível eliminar as doenças transmitidas pela água

da rede pública nestes últimos 20 anos.

No relatório mais recente que a ERSAR

disponi-bilizou, também é verificável uma grande evolução

face á água distribuída desde 2010 até 2014. O

cum-primento dos valores paramétricos na torneira do

consumidor tem vindo a subir, como mostra a seguinte tabela:

Vê-se então que o aumento do cumprimento dos valores estabelecidos é

também fruto do maior controlo que se tem tido ao longo do tempo.

FIGURA 2-QUALIDADE DA ÁGUA NA TORNEIRA DO CONSU-MIDOR EM PORTUGAL CONTINENTAL EM 2014 LEGENDA : VERDE:%

≥99(META); AMARELO:95≤%

(10)

9

TRATAMENTO

A bactéria E.Coli é facilmente eliminada da água por processos de desinfeção química (por exemplo: Cloro, Dióxido de Carbono, Ozono, Cloro) e física (por exemplo: ultravioleta, ultrafiltração, filtração rápida). Os fatores principais em qualquer dos pro-cessos de desinfeção são o tempo de contacto e a concentração de desinfetante aplica-da.

ETAR

Estações de Tratamento de Águas Residuais mais conhecias por ETAR, são esta-ções que tratam as águas residuais de origem doméstica e industrial com o objetivo de serem escoadas para o mar ou rio com um nível de poluição inofensivo para o meio am-biente recetor.

Este processo de tratamento divide-se em diferentes etapas:

Pré-tratamento ou tratamento preliminar

As águas são sujeitas a processos de separação dos sólidos de maiores dimen-sões, como a gradagem que pode ser composto por grades de elevada espessura, gra-des finas e/ou peneiras rotativas e o gra-desengorduramento nas chamadas caixas de gordu-ra ou em pré-decantadores.

Tratamento primário

Depois do pré-tratamento, as águas residuais possuem as suas características po-luidoras quase inalteradas visto que o pré-tratamento é apenas um processo físico.

A matéria poluente é separada da água por sedimentação. No entanto, neste pro-cesso, exclusivamente de ação física, podem, em alguns casos, serem adicionados quí-micos que através de uma coagulação/floculação possibilitam a obtenção de matéria poluente de maiores dimensões que permite decantá-los mais facilmente.

Tratamento secundário

O tratamento secundário consiste num processo biológico, onde a matéria orgâ-nica, os poluentes, é consumida por microrganismos em reatores biológicos. Estes rea-tores normalmente encontram-se em tanques com grande quantidade de microrganis-mos aeróbios4, havendo por isso a necessidade de promover o seu arejamento.

Os microrganismos sofrem posteriormente um processo de sedimentação nos de-signados sedimentadores (decantadores) secundários.

Finalizado o tratamento secundário, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível de poluição por matéria orgânica, podendo na maioria dos casos, serem despejadas no meio ambiente recetor.

A eficiência de um tratamento secundário pode ultrapassar os 95%.

(11)

10

Tratamento terciário

Normalmente é necessário proceder à desinfeção das águas para a remoção dos organismos patogénicos ou, em alguns casos, à remoção de determinados nutrientes, como o azoto e o fósforo, que podem desenvolver a eutrofização5 das águas.

São utilizados diversos métodos como por exemplo a cloração, que também tem contribuído significativamente na redução de odores em estações de tratamento de es-goto, a ozonização, que é bastante dispendiosa e a radiação ultravioleta, que não é apli-cável a qualquer situação.

A E.Coli é facilmente eliminada da água por processos de desinfeção química (por exemplo: Cloro, Dióxido de Carbono, Ozono, Cloro) e física (por exemplo: ultravio-leta, ultrafiltração, filtração rápida). Os fatores que determinam a eficácia de tratamento em qualquer dos processos de desinfeção são o tempo de contacto e a concentração de desinfetante aplicada.

Cloro

A cloração é um dos métodos mais utilizados na purificação e desinfeção de águas para consumo humano.

Neste processo é muito frequente a utilização do ácido hipocloroso (HCIO) como agente de cloração. Este ácido resulta da hidrólise do Cloro (Cl2), em meio aquoso. O ácido hipocloroso e o ião hipoclorito são os principais responsáveis pela oxidação da matéria orgânica poluente e pela inibição do crescimento bacteriano. A soma das suas concentrações é conhecida como cloro residual livre. Para a eliminação da bactéria E.Coli deve ser garantida uma concentração de cloro residual livre igual ou superior a 0.5 mg/L durante pelo menos 30 minutos de contacto, a pH menor que 8.0. Este valor deve ser encarado como um valor guia para água com turvação6 inferior a 0.5 UNT7.

Ultravioleta

O sistema de desinfeção por ultravioleta (UV) consiste na transferência de ener-gia eletromagnética de uma lâmpada de arco de mercúrio para um organismo que con-tém material genético (DNA e RNA), neste caso a bactéria E.Coli. Quando a radiação ul-travioleta incide na parede celular de um organismo destrói a capacidade reprodutora da célula, ou seja, incide no material genético dos microrganismos retardando assim a

sua capacidade reprodutora.

5 Eutrofização - fenómeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fós-foro ou nitrogénio) numa massa de água, provocando um aumento excessivo de algas. A maior parte destas algas acabam por morrer. No entanto, a decomposição destas remove o oxigénio existente na água originado a morte da maioria dos peixes e outros organismos aeróbios. Além disso, algumas espécies de algas produzem toxinas que contaminam as fontes de água potável. 6 Turvação: água com presença de partículas coloidais e/ou suspensão.

7 UNT: Unidade de Turvação Nefelométrica – unidade de turvação calculada em termos de per-centagem de luz refletida pelas partículas contidas numa amostra de água.

(12)

11

Ultrafiltração

As membranas de ultrafiltração são compostas por filamentos ocos e porosos de PVDF (Fluoreto de polivinilideno), um termoplástico8 que é altamente inerte e é obtido através da polimerização do difluoreto de vinilideno, com poros microscópicos na sua superfície, que são milhares de vezes menores em diâmetro do que um cabelo (0,02 mi-crómetros), e têm como função constituir uma barreira física para as partículas em sus-pensão e para os microrganismos como bactérias, protozoários e vírus, obtendo-se as-sim água própria para consumo humano.

Prevenção

No nosso dia-a-dia podemos adquirir hábitos simples e fáceis que permitem a diminuição da probabilidade de infeção da bactéria E.Coli, alguns desses hábitos de segurança são:

 Lavar com frequência as mãos utilizando água e sabão desinfetante;

 Lavar bem os alimentos que são consumidos crus, nomeadamente os legumes e a fruta, desinfetando-os com água;

 Preparar a carne em separado, não reutilizando os recipientes ou talheres uma vez que poderão estar contaminados;

 Consumir preferencialmente águas de rede pública visto que têm um elevado grau de controlo o que diminui drasticamente a probabilidade de existência da bactéria.

 No processo de refrigeração dos alimentos deve-se ter em conta as temperaturas adequadas para evitar reprodução e proliferação da E.Coli.

8 Termoplástico é um plástico (polímero artificial) que, a uma dada temperatura, apresenta alta viscosidade podendo ser conformado e moldado.

(13)

12

PERIGO DA E. COLI PARA A SAÚDE

Devido à falta de cuidado e de higiene que hoje em dia se tem perante

re-cursos naturais como a água criam-se condições para o desenvolvimento de

bac-térias. Uma exemplo de uma bactéria extremamente perigosa é a E.Coli que

pos-sui um elevado risco à saúde do ser humano podendo causar diversos danos ao

organismo como: diarreia, dor abdominal e dor de estômago. Este tipo de

bacté-ria encontra-se principalmente em águas e alimentos contaminados.

A maior parte dos sintomas que são provocados pela E.Coli estão

relacio-nados com o sistema urinário como por exemplo: dor ou sensação ardente ao

urinar acompanhada de uma frequente vontade de urinar, vómito e em certos

casos se houver uma infeção nos rins também há um aumento de temperatura

podendo chegar aos 38/39 ºC de febre.

Estes sintomas são explicados pelo facto de esta bactéria se alojar nos

in-testinos e produzir toxinas com um grande grau de nocividade que causam

prin-cipalmente a referida diarreia. É de referir que uma das razões pela qual a taxa

de mortalidade das infeções provocadas pela E.Coli é razoavelmente alta

(prin-cipalmente nas crianças com idade inferior a 5 anos) deve-se ao facto de estes

sintomas serem semelhantes a outros menos perigosos e contagiosos.

Temos também variados tipos da bactéria E.Coli, em que cada um

apre-senta sintomas diferentes como por exemplo:

- E.Coli enteropatogénica (EPEC) caracterizadas por colonizarem o intestino e

criarem lesões;

-E.Coli enterotoxigénica (ETEC) principais responsáveis pelas doenças nas

crian-ças;

-E.Coli enteroinvasiva (EIEC) caracterizadas por criarem úlceras nos intestinos;

-E.Coli enterohemorrágica (E.Coli O157:H7) que foi a causa do surto de colite

he-morrágica em 1982, assim como a EPEC também colonizam o intestino.

(14)

13

PRESENÇA DA ESCHERICHIA COLI NA ÁGUA DA

REDE PÚBLICA

A água que entra na rede pública é recolhida em nascentes, minas, rios, albufei-ras, poços e furos. De seguida é submetida a diversos tratamentos químicos, biológicos e físicos. Neste trabalho, o tema analisado é a presença de uma bactéria na água da rede pública, a Escherichia coli, ou seja, o foco será as formas de infeção por parte destes mi-crorganismos.

Após a captação da água nas fontes, esta é reencaminhada para as Estações de Tratamento de Águas (E.T.A.) e submetida a uma desinfeção inicial, mais especificamen-te, a uma pré-oxidação que poderá ser realizada com as seguintes substâncias, por exemplo: ozono, dióxido de ozono, cloro… Este passo tem como objetivo a oxidação da matéria orgânica e consequentemente a eliminação de alguns microrganismos presentes na água. De seguida, sofre floculação9, flotação10 e filtração11 e, finalmente, uma desinfe-ção final realizada com cloro (sob a forma de hipoclorito de sódio, dióxido de cloro…) cujo pressuposto é garantir a qualidade microbiológica da água.

Seguidamente aos tratamentos a que foi exposta a água é enviada por adução12, para grandes reservatórios. Posteriormente, a água destes reservatórios irá abastecer outros existentes na Rede, ou é lançada diretamente para a rede de distribuição dos edi-fícios.

9 Floculação: processo no qual a água é doseada com sulfato de alumínio conjuntamente com um floculante.

10 Flotação: os flocos formados na etapa da floculação são arrastados para a superfície da água devido à injeção de bolhas de ar que empurram os flocos para cima.

11 Filtração: local no qual a água entra diretamente no filtro constituído por areia e antracite. 12 Adução: processo que se baseia na derivação e/ou condução de águas pelo sistema de distri-buição (abastecimento de águas).

(15)

14 FIGURA 3– PONTOS DE PASSAGEM DA ÁGUA DESDE QUE É RECOLHIDA ATÉ QUE RETORNA À SUA ORIGEM

No entanto, ao longo de todo o processo, existem falhas e eventualmente uma das consequências poderá ser o aparecimento agentes microbiológicos indesejáveis na água da rede pública. Entre estes microrganismos destaca-se aqui a bactéria E.Coli, in-dicador de contaminação. Desde da captação até ao tratamento nas E.T.A.R.’s13, a água está sujeita à contaminação por parte da bactéria referenciada.

Fatores e condições que potenciam o aparecimento de E.Coli Captação

 Recolha de água em fontes contaminadas.

E.T.A.

 Falta de desinfeção adequada a uma desinfeção primordial.

 As partículas poderão não ser totalmente removidas ou não seres comple-tamente depositadas após os tratamentos a que é submetida.

Adução

 Existências de fissuras ou rutura na rede e nos tubos.

 Em casos raros: contaminação devido à utilização de materiais e areias não desinfetadas para consertar os tubos e arranjar a canalização.

13 E.T.A.R.’s: Estações de Tratamento de Águas Residuais Captação E.T.A. Adução Reservatório Reservatório Distribuição E.T.A.R.

(16)

15

 Formação constante de biofilmes14 microbia-nos.

 Este local reúne todas as condições propícias ao alojamento da E.Coli nas zonas onde se ve-rifica a variação do nível de água15. Conse-quentemente poderá ocorrer o desenvolvi-mento de colónias.

Distribuição

 Existências de fissuras ou rutura na rede e nos tubos.

 Em casos raros: contaminação devido à utilização de materiais e areias não desinfetadas para consertar os tubos e arranjar a canalização.

 Já nas habitações, poderá ocorrer retrocontaminação16.

E.T.A.R.’s

 Falta de desinfeção adequada.

14 Biofilme microbiano: associação de células microbianas fixadas à superfície, bióticas ou abióti-cas, envolvidas numa complexa matriz extracelular de substâncias polimerias, juntamente com os nutrientes capturados para a formação de matriz.

15 O biofilme aparece na faixa onde se verifica a variação de nível de água e pode ter uma origem química e/ou biológica.

16 Retrocontaminação:

FIGURA 4–FORMAÇÃO DE BIOFILME NOS RESERVATÓRIOS

(17)

16

MATERIAIS E MÉTODOS

P

ROCEDIMENTO DE RECOLHA

As amostras de água da rede pública utilizadas foram todas recolhidas na área do Gran-de Porto.

Para recolher a água, seguimos um procedimento estipulado, que consiste nos seguintes passos:

-Marcar um frasco esterilizado de modo a identificar a amostra. -Flamejar a torneira.

-Deixar a água correr durante alguns segundos. -Abrir o frasco, mantendo a tampa virada para baixo. -Recolher a amostra de água, 200mL.

-Colocar a tampa e fechar bem.

P

ROCEDIMENTO LABORATORIAL

"1. Identificaram-se duas placas de Petri contendo o meio de

cultura seletivo LSA (Lauryl Sulfate Agar)

2. Colocou-se o funil de filtração estéril na rampa de filtração.

3. Colocou-se a membrana filtrante estéril (0,45 μm de

poro-sidade e 47 mm de diâmetro) com a ajuda de uma pinça

es-patulada flamejada (isto é, mergulhada em álcool etílico e

le-vada à chama do bico de Bunsen).

4. Agitou-se a amostra e adicionaram-se 100 mL de amostra

ao funil com a torneira fechada.

5. Ligou-se a bomba de vácuo e filtrou-se a amostra abrindo

a torneira da rampa de filtração.

6. Depois do processo de filtração, fechou-se novamente a

torneira e, com a pinça espatulada flamejada, retirou-se a

membrana e colocou-se sobre a superfície do meio de cultura

(Nota: a membrana deverá aderir bem em toda a superfície ao

meio de cultura, caso contrário não haverá crescimento

nes-sas zonas).

(18)

17 hidrólise enzimática realizado por proteínas selecionadas do leite; lactose, açúcar pre-sente no leite; extrato de levedura, produto resultante da fermentação realizada por fun-gos, nomeadamente, leveduras; lauriléter sulfato de sódio, um desengordurante;

vermelho de fenol, um indicador de pH e agarose bacteriana, um açucar em gel extraído de algas marinhas.

O meio utilizado, é classificado como meio selectivo pois permite apenas o

desenvolvimento de um tipo de bactérias. Assim, deve ser escolhido consoante o tipo de bactérias que queremos estudar. Para esta análise, escolhemos o LSA pois permite apenas o desenvolvimento de bactérias coliformes, como a E. Coli.

A utilização da membrana filtrante para este tipo de análise, veio substituir o método da inoculação de meio líquido em tubos múltiplos com leitura do Número Mais Provável (NMP), método de carácter apenas probabilístico. O método de filtração por membrana também tem vantagens e desvantagens, nomeadamente:

V

ANTAGENS E

D

ESVANTAGENS DA FILTRAÇÃO POR MEMBRANA

TABELA 3-VANTAGENS E DESVANTAGENS DA FILTRAÇÃO POR MEMBRANA ABELHO,M.(2010)MANUAL DE MONITORIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA AMBIENTAL

Vantagens Desvantagens

Tem boa reprodutibilidade.

As amostras com água muito turva

im-pedem a filtração de grandes

volu-mes.

Os resultados são relativamente

rápi-dos.

Quando existe grandes populações de

outras bactérias, o crescimento pode

ser demasiado elevado para permitir

a contagem.

Os filtros podem ser transferidos para

diferentes meios de cultura.

Se existirem metais e fenóis presentes

na amostra, podem adsorver aos

fil-tros e inibir o crescimento bacteriano.

Permite o processamento de grandes

volumes de amostra de forma a

au-mentar a sensibilidade do teste.

As filtrações podem ser efetuadas no

local de recolha da água.

É um método mais económico que o

(19)

18

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o tempo de incubação regulamentado pelo protocolo (18 horas), as amostras foram conservadas durante 7 dias em refrigeração a 4ºC, por impossibilidade de observar os resultados num intervalo de tempo mais curto, temperatura que conserva os resultados, visto não permitir o desenvolvimento das bactérias.

Em seguida, observámos os resultados em laboratório, recolhendo os seguintes dados:

TABELA 4-OBSERVAÇÕES RESULTANTES DA ATIVIDADE EXPERIMENTAL

U.F.C. U.F.C. de não coliformes

Amostra 1 0 0 Amostra 2 1 0 Amostra 3 0 1 Amostra 4 0 0 Amostra 5 0 0 Amostra 6 manto 0

A amostra utilizada como referência para controlo negativo é a número 1, controlo esse em que se observa que não se formaram colónias de bactérias.

A amostra utilizada como referência para controlo positivo é a número 6. Não é possível quantificar o número exato de unidades formadores de colónias, assim, é comum utilizar a expressão "manto" para situações em que toda a amostra se encontra coberto por manchas amarelas, machas estas que sugerem a existência de E. Coli na amostra em causa.

Na amostra 2 é possível identificar uma unidade formadora de colónias, através da observação da cor amarela, o que sugere a presença de E.Coli na referida amostra. Na amostra 3 é observável uma unidade de formação de colónias não coliformes, visível pela alteração de cor de vermelho para cor-de-rosa.

Na amostra 4 e 5 não se observa qualquer formação de colónias, a cor mantém-se a mesma em toda a amostra.

Fig. 1 - Amostra de controlo positivo

(20)

19

Fig. 3 – Amostra de controlo negativo

A presença de lactose no meio, permite às bactérias realizar fermentação. Os produtos resultantes da fermentação realizada por bactérias, E.Coli entre outras, são ácidos, o que provoca uma alteração do pH do meio. Alteração essa que é visível através da mudança de cor da amostra, graças à presença do vermelho de fenol, que passa de vermelho para amarelo quando se econtra em meios ácidos.

Assim, a observação da cor amarela nas amostras sugere a presença de E.Coli no meio. Partindo dos resultados obtidos através desta análise, podemos concluir que a água da rede pública na zona do Grande Porto está em conformidade com a legislação e é segura para consumo humano, pois apenas uma em quatro amostras de água analisadas se encontraram sinais de uma provavél contaminação pela E. Coli.

Na informação disponibilizada online pela empresa responsável pela distribuição da água da rede pública do Porto, Águas do Porto, encontram-se os valores de cada parâ-metro de controlo de qualidade da água definidos pela legislação e os respetivos

resultados da análise de variadas amostras de água recolhida da rede pública. Os dados relativos à presença de E. Coli indicam que esta bactéria não está presente na água, o valor encontrado no 1º e 2º semestre do ano que decorre, 2015, são ambos 0. Ou seja, o valor que indica a presença de E. Coli na água (0 UFC) está em conformidade com a lei, está dentro dos valores expectáveis e confirma os dados que obtivemos em laboratório. Sendo este mais um argumento para podermos afirmar que, analisando a presença de E. Coli, a água da rede pública do Porto é segura para consumo humano e está em

(21)

20

CONCLUSÃO

É do conhecimento geral que a segurança e potabilidade da água da rede pública deve ser assegurada ao mais elevado grau.

É de notar, que todos os tratamentos a que a água é sujeita antes de retornar à rede pública são eficazes pois, de acordo com os resultados, apenas uma das amostras continha vestígios de E.coli, vestígios estes de pouca importância e gravidade.

Assim, podemos concluir que, de facto, a água da rede pública é perfeitamente passível a consumo humano.

Por outro lado, há também outras formas de assegurar a qualidade da água, como por exemplo o uso de filtros de vários tipos. Todas estas medidas são em prol da segurança pública.

Assim deduzimos que a maior parte dos casos de contaminação de E. coli na água da rede pública não tem como origem uma deficiência no tratamento em si mas sim o contágio por uma outra entidade já contaminada pela bactéria.

BIBLIOGRAFIA

Ministério da Saúde, Administração Regional de Saúde do Norte.

2004-2015. Significado dos parâmetros incluído na vertente analítica do

Progra-ma de Vigilância Sanitária da Água para Consumo HuProgra-mano. Disponível em

http://portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Conte%C3%BAdos/Sa%C3%BAde

%20P%C3%BAblica%20Conteudos/Agua_Consumo_tabela.pdf

(22)

21

chia Coli. Disponível em

http://www.quali.pt/microbiologia/478-escherichia-coli

Pinheiro, Pedro. 14 de Julho de 2015. Diarreia pela bactéria Escherichia

Coli (E.coli). MD.Saúde. Disponível em

http://www.mdsaude.com/2011/06/bacteria-escherichia-coli.html

Abelho, M. 20 de Outubro de 2010. Manual de monotorização

microbiológica da água. Qualidade microbiológica da água. Disponível em

http://www.esac.pt/Abelho/Monitor_ambiental/Manual%20parte%202.pdf

Organo Technie, source of life. Casein Peptones and hydrolysates.

Disponí-vel em

http://www.organotechnie.com/caseinpe.htm

Nunes, O. 2014. Manual de Laboratório de UC Laboratórios de

Ciências do Ambiente III – módulo Microbiologia Ambiental.

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

2015. Estação de tratamento de águas residuais. Disponível em

https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_de_trata

mento_de_%C3%A1guas_residuais

2015. Escherichia Coli. Disponível em

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_coli

Associação Portuguesa de Distribuição de Drenagem de Águas. 2012.

FT-BM 03 Escherichia Coli. Disponível em

http://www.apda.pt/site/ficheiros_eventos/201212041542-ft_mb_03__escherichia_coli.pdf

2014. Microaerófilo. Disponível em

https://pt.wikipedia.org/wiki/Microaer%C3%B3filo

Naturdata. 2011. Escherichia Coli. Informação adicional e observações

so-bre a espécie Escherichia Coli. Disponível em

http://naturdata.com/Escherichia-coli-39451.htm (acedido a 22-10-2015)

Willey, Joanne, Sherwood, Linda and Woolverton, Christopher. 2008.

Pres-cott, Harley and Klein’s Microbiology, McGraw-Hill. International edition

(7ªedição).

Referências

Documentos relacionados

End: Rua Desportista Aurélio Rocha, s/nº - Bairro dos Estados... METODISTA DE EDUC.E

É a quantidade de oxigênio consumido para a oxidação de matéria orgânica degradada pela ação de bactérias presentes em águas naturais em condições aeróbicas.. Parâmetro

Diante disso, este estudo teve como objetivos investigar a presença de parasitos patogênicos ao homem e de parasitos que são indicadores de contaminação fecal em amostras de

Activer et désactiver l’intercom entre deux Twiins ® : une fois que les deux Twiins ® sont associés et allumés, appuyez pendant deux secondes sur le bouton de contrôle (1b)

Determinada paradoxalmente pelo seu exterior, a vida social ali se desdobra pela apropriação de identidades e qualidades metafísicas alheias; e a pessoa tupi- guarani, em

observada, neste caso, a efetiva existência de receitas a pagar, sendo certo que, se não houver resultado de exploração comercial no período, deve ser enviado um

Para solucionar o problema da contaminação microbiológica da água e a flacidez da legislação brasileira em relação aos patógenos emergentes que inviabilizam o consumo humano

Os principais microorganismos indicadores de contaminação da água por poluição fecal são: Escherichia coli, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa, Leveduras e