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Influência da aplicação de fungicidas e ceras na manutenção da qualidade do mamão 'Golden'

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Academic year: 2021

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Influência da aplicação de fungicidas e ceras na manutenção da qualidade

do mamão 'Golden'

1 2 3

Edmilson Igor Bernardo Almeida , Lucas Cavalcante da Costa , Hélder Horácio de Lucena ,

4 5

Wellington Souto Ribeiro , José Alves Barbosa

1

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Fitotecnia, Campus do Pici/Universidade Federal do Ceará - UFC (edmilson_i@hotmail.com)

2

Graduando em Agronomia na Universidade Federal da Paraíba - UFPB (lccostaymail.com) 3

Mestrando no Programa de Pós-Gradução em Agronomia: Fitotecnia, da Universidade Federal do Semiárido (UFERSA) 4

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, da Universidade Federal de Viçosa - UFV (wellingtisouto@yahoo.com.br) 5

Professor Associado do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais, CCA/UFPB (jotabarbosa2000@yahoo.com.br)

Resumo - O presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência da aplicação de fungicidas e ceras sobre algumas características físicas e físico-químicas de mamões 'golden' produzidos pela Empresa Frutas Doce Mel e armazenados à temperatura ambiente. Os mamões 'golden' foram colhidos na Fazenda Santa Teresinha 04, devidamente identificados quanto ao talhão e, posteriormente, direcionados ao packing-house da Fazenda Santa Teresinha 01 (Sede da Empresa Frutas Doce Mel), localizada no quilômetro 36 da BR 101, Município de Mamanguape-PB. Os frutos foram colhidos em estádio de maturação 1 e armazenados à temperatura ambiente durante intervalo de seis dias. Fizeram-se, a cada dia de armazenamento, análises que identificaram as características físicas e físico-químicas dos frutos. Os tratamentos T4 (Limpeza, aplicação de fungicida e aplicação de cera) e T6 (Limpeza, choque e aplicação de fungicida) utilizados de forma rotineira pela Empresa Frutas Doce Mel para frutos destinados à exportação denotaram boa eficiência na manutenção da perda de massa fresca e no acúmulo do teor de sólidos solúveis (amadurecimento lento).

Palavras-chave: Carica papaya, armazenamento, pós-colheita, produção, qualidade

Influence of fungicide application and waxes in maintaining quality

of 'Golden' papaya

Abstract - The aim of the present study was to evaluate the influence of fungicide and waxes upon the physical and some physical-chemical features of 'golden' papaya, produced by the Empresa Frutas Doce Mel Company, and kept at natural temperature. The golden papaya were harvested from Santa Teresinha 04 Farm, identified according to package and sent to the packing-house at Santa Teresinha 01 Farm (of the headquarters of Empresa Doce Mel), located at kilometer 36 of the BR 101 highway in the municipal district of Mamanguape, Paraíba, Brazil. The fruits were harvested at maturation stage 1 and stored at natural temperature. Analysis of the physical and physical-chemical characteristics of the fruit was performed each day during the storage period. The T4 (Cleaning, fungicide application and wax application) and T6 (Cleaning, shocking and fungicide application) treatments, normally used by Empresa Frutas Doce Mel for exported fruits, were efficient in maintaining fresh mass loss and in the accumulation of soluble solids (slow ripening).

Keywords: Carica papaya, storage, postharvest, production, quality

Introdução

O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma caricácea, originária da América Tropical. Consiste numa fruteira de crescimento muito rápido, de fácil cultivo e que produz fartamente, durante todo o ano. O fruto do mamoeiro, o mamão, é uma baga carnosa, esférica, lisa, presa na parte superior do tronco, na axila das folhas, às vezes reunidas em número tão grande que se comprimem umas às outras alterando-lhes a forma e o volume (Gomes, 2007).

A aparência dos frutos é o atributo de qualidade que mais afeta a aceitação do produto no mercado, sendo caracterizada pelo tamanho, forma, coloração, condição e ausência de defeitos, causados por uma série de fatores na pré-colheita, tais como: fatores biológicos (patológico, entomológico, animal),

fisiológicos (desordens fisiológicas, desequilíbrio nutricional, maturação), ambientais/culturais (clima, tempo, solos, relações hídricas, intensidade luminosa), danos mecânicos, causas estranhas (crescimento médio, matéria vegetal, resíduos químicos), variações genéticas e aberrações (Kays, 1999).

Em mamão, todos os procedimentos pós-colheita são realizados a temperatura ambiente. Na comercialização a granel a qualidade é comprometida por injúrias mecânicas que favorecem a infecção por patógenos, sendo muito sujeita a perdas, consequências também do manejo pré-colheita no campo, como adubação, desbaste, tratamento antifúngico, entre outros fatores (Fagundes, 2001; Trindade, 2000).

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência da aplicação de fungicidas e ceras sobre algumas das características físicas e físico-químicas de mamões 'golden' produzidos pela Empresa Frutas Doce Mel e armazenados à temperatura ambiente.

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Material e Métodos

Os mamões 'Golden' foram colhidos na Fazenda Santa Teresinha 04, devidamente identificados quanto ao talhão, e posteriormente direcionados ao packing-house da Fazenda Santa Teresinha 01 (Sede da Empresa Frutas Doce Mel), localizada no quilômetro 36 da BR 101, Município de Mamanguape-PB. O município está situado nas coordenadas geográficas 06º 50' 20'’ S e 35º 07' 33'’ O, a uma altitude de aproximadamente 30 m, distando 48 km da capital do Estado.

Os frutos foram colhidos, manualmente, em mamoeiros produzidos em sistema semi-convencional, sendo, portanto, expostos à ação de diferentes tipos de agroquímicos durante o cultivo, tais como: herbicidas; fertilizantes minerais (superfosfato simples, adubos formulados), adubos orgânicos; inseticidas, fungicidas, nematicidas, dentre outros.

Segundo a classificação de Walmart (2008), os frutos foram armazenados a temperatura ambiente e analisados quanto às suas características físicas e físico-químicas durante um intervalo de tempo pré-estabelecido.

No packing-house, os frutos de cada unidade produtiva passaram primeiramente pelas etapas de limpeza e sanitização e, posteriormente, por seleção e classificação em esteira rotativa, semelhantemente ao processo exercido para os frutos destinados à comercialização. Esses procedimentos possibilitaram, portanto, a escolha de frutos aparentemente sadios e de características físicas (comprimento, diâmetro, peso e cor) análogas, visando-se assim homogeneizar-se o lote direcionado ao armazenamento e obter resultados confiáveis.

Em seguida, os frutos foram submetidos a tratamentos e separados em lotes. Os tratamentos foram os seguintes: 1 - Controle

2 - Frutos apenas lavados e sanitizados;

3 - Imersão em fungicida (0,75 mL de Sportak 450 EC para cada 1 litro de água);

4 - imersão em fungicida e em solução de cera de carnaúba (6:1);

5 - Imersão em fungicida, secagem à temperatura ambiente e imersão em solução de cera;

6 - Choque térmico a 13 °C (choque térmico) e imersão em calda fungicida;

7 - Choque térmico, imersão em fungicida e banho de cera; 8 - Choque térmico, imersão em fungicida, secagem (temperatura ambiente) e imersão em solução de cera.

Não obstante, os mamões que constituíram o tratamento controle (T1) foram utilizados na sua forma natural de recepção à packing-house, enquanto que os frutos componentes do tratamento T2 foram apenas lavados e sanitizados.

As bandejas de poliestireno expandido utilizadas para o acondicionamento dos frutos de cada tratamento estudado foram posicionadas em prateleiras inseridas no Laboratório de Controle de Qualidade da Empresa Frutas Doce Mel.

Figura 1. Figura ilustrativa do modelo de organização dos

experimentos. A: Armazenamento dos frutos à temperatura ambiente, havendo a disposição em fileiras de três lotes, analisados, respectivamente aos 2, 4 e 6 dias.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com arranjo fatorial 8x6, composto por oito tratamentos, com duas repetições e dois frutos por bandeja, e analisados durante seis sucessivos dias.

Os resultados obtidos foram representados através regressão quadrática, sendo considerados apenas os

2

coeficientes R >0,60.

Os mamões armazenados a quente e a frio foram submetidos às seguintes análises físico-químicas:

Perda de massa fresca - Foi determinada, em balança

semi-analítica, pela diferença entre a massa fresca inicial e a massa fresca diária dos frutos. Os resultados foram expressos em g.

Cor - Foi analisada com base na carta de maturação, pragas e

doenças publicada pelo grupo Walmart (2008) para a cultura do papaya golden, considerando-se assim, cinco estádios de maturação: 1, 2, 3, 4 e 5.

Presença de doenças - Foi analisada comparando-se os

sintomas apresentados com os citados na carta de maturação, pragas e doenças publicada pelo grupo Walmart (2008) para a cultura do papaya golden.

Sólidos solúveis totais (SST) - Foram retiradas duas

amostras da polpa em lados opostos da região de maior diâmetro do fruto. Posteriormente essas amostras foram prensadas e o suco resultante foi avaliado em refratômetro digital com correção automática de temperatura. Os resultados foram expressos em °Brix, considerando-se a média das duas repetições.

Resultados e Discussão Perda de massa fresca

Observa-se, na Figura 2, que a perda de massa fresca dos mamões armazenados aumentou ao longo dos dias, atingindo os 32 g (T8) no sexto dia de análises. Segundo Kader (1998), a perda de massa se relaciona à perda de água, sendo causa principal da deterioração, pois resulta em perdas quantitativas e qualitativas alterando negativamente a aparência, as qualidades texturais (amaciamento, perda de frescor e suculência) e a qualidade nutricional dos frutos,

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tornando-os pouco agradáveis para a comercialização e consumo.

A elevada temperatura média (28,5 °C) do meio onde foi realizado o armazenamento pode ter cooperado para a obtenção de resultados tão expressivos, de modo a inferir-se que a água constituinte dos tecidos dos mamões armazenados tendeu a vaporizar-se difusivamente para o meio com menor concentração de umidade.

Os resultados obtidos aos seis dias de armazenamento foram relativamente elevados, tendo em vista que os maiores valores encontrados foram aproximadamente 1,5 vezes superiores encontrados por Costa et al. (2010) em armazenamento refrigerado com tratamentos de 6 a 10 °C. Não obstante, apesar dos valores de perda de massa dos tratamentos refrigerados terem sido elevados é importante ressaltar-se que os frutos foram submetidos a uma situação de estresse térmico, onde o estímulo para a produção de etileno, amadurecimento e perda de água foi constante ao longo dos dias de análises, enquanto o experimento conduzido pelos autores citados anteriormente foi conduzido a baixas temperaturas, onde teoricamente os processos respiratórios dos frutos estudados têm uma tendência a permanecerem basicamente constantes em baixos intervalos de produção de etileno.

Dentre os resultados plotados na Figura 2, observou-se que o tratamento mais eficaz no controle da perda de massa fresca ao longo dos seis dias de análises, foi o tratamento T4 (imersão em fungicida e em solução de cera de carnaúba 6:1), seguido do tratamento T5 (imersão em fungicida, secagem à temperatura ambiente e imersão em solução de cera). A imersão dos frutos em cera de carnaúba pode ter credenciando a explicação para os resultados obtidos no tratamento mais eficaz no controle desse parâmetro estudado, pois de acordo com Chitarra & Chitarra (2005) os filmes e revestimentos comestíveis, dentre estes a cera de carnaúba, regulam as trocas gasosas do produto com o meio exterior e perda de vapor d'água, o que resulta em regulação da perda de massa, além de controlar a perda de voláteis que interferem sobre o sabor e aroma dos frutos. Os filmes comestíveis formam sobre o fruto, portanto, uma camada fina superficial, a qual interfere sobre os mecanismos respiratórios e difusivos.

A utilização, porém do choque térmico culminou em 5,5 g a mais de perda de massa para o tratamento T7 (choque térmico, imersão em fungicida e banho de cera), comparativamente ao tratamento T4 (imersão em fungicida e em solução de cera de carnaúba 6:1). Além disso, o tratamento T8 (choque térmico, imersão em fungicida, secagem (temperatura ambiente) e imersão em solução de cera), onde além de cera, fungicida e choque térmico foi adicionada uma secagem à temperatura ambiente, culminou na obtenção dos maiores intervalos numéricos de perda em massa fresca.

Provavelmente, a variação de temperatura (choque térmico + imersão em fungicida + secagem a temperatura ambiente + imersão em cera + armazenamento a temperatura ambiente), a qual os frutos constituintes do tratamento T8

foram expostos nas imersões em diferentes soluções utilizadas, acarretou maior estresse, e consequentemente, provocou elevação da produção de etileno e maior perda água por vaporização. Esse tratamento, não obstante poderá ser eficaz quando associado ao armazenamento refrigerado. É importante ressaltar que o brilho dos frutos, tão requerido pelo administrador geral do packing-house, nesse tratamento se fez mais presente comparativamente aos demais.

Em relação, ao menor valor de perda de massa observado para o tratamento controle em comparação aos tratamentos T2 (frutos apenas lavados e sanitizados), T3 (imersão em fungicida 0,75 mL de Sportak 450 EC para cada 1 litro de água), T5 (imersão em fungicida, secagem à temperatura ambiente e imersão em solução de cera), T7 (choque térmico, imersão em fungicida e banho de cera) e T8 (choque térmico, imersão em fungicida, secagem (temperatura ambiente) e imersão em solução de cera) e a sua semelhança com T6 (choque térmico a 13°C (choque térmico) e imersão em calda fungicida), pode ter sido causa da manutenção da serosidade natural de sua epiderme, tendo em vista, que os mesmos não foram submetidos aos procedimentos de lavagem e sanitização assim como os demais tratamentos. Em contrapartida, esses frutos podem ter devido ao contato com as sujidades de outros frutos colhidos, com a superfície das caixas plásticas, com os plásticos de colheita, com o meio de transporte utilizado no escoamento e com o ar (propagador potente de micro-organismos causadores de doenças) do meio de produção têm maior sensibilidade ao desenvolvimento de patógenos, no período de armazenamento, principalmente quando comparados aos frutos que foram imersos em calda fungicida.

Figura 2. Perda de massa fresca em mamões 'golden' armazenados a temperatura ambiente. 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 0 1 2 3 4 5 6 7

Perda de massa fresca (g)

Armazenamento (dias) 2 Y(T1) = 0,267x + 2,303x + 0,392 (R² = 0,981) 2 Y(T2) = 0,273x + 2,428x + 0,297 (R² = 0,973) 2 Y(T3) = 0,244x + 3,446x + 0,773 (R² = 0,973) 2 Y(T4) = 0,267x + 1,732x - 0,035 (R² = 0,985) 2 Y(T5) = 0,154x + 3,142x + 0,702 (R² = 0,972) 2 Y(T6) = 0,178x + 2,785x + 0,250 (R² = 0,982) 2 Y(T7) = 0,196x + 2,946x + 0,250 (R² = 0,984) 2 Y(T8) = 0,184x + 3,946x + 0,619 (R² = 0,979)

T1 - controle; T2 - lavados e sanitizados; T3 – limpeza e fungicida; T4 – limpeza, fungicida e cera; T5 – limpeza, fungicida, secagem e cera; T6 – limpeza, choque e fungicida; T7 – limpeza, choque, fungicida e banho de cera; T8 – limpeza, choque, fungicida, secagem e cera.

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Figura 3. Teor de sólidos solúveis totais de mamões 'Golden'

armazenados a temperatura ambiente.

Presença de sintomas visuais de doenças

Ao longo dos dias de armazenamento do mamão 'Golden' não foram observados sinais de desenvolvimento de fitopatógenos tanto na superfície quanto no interior dos frutos estudados e, consequentemente, os mesmos “preservaram” suas características estéticas durante o referido intervalo de tempo. Esse fato denotou a eficiência dos tratamentos de limpeza, sanitização e aplicação de fungicidas e ceras, efetuados na etapa de pós-colheita. Conforme Nisperos & Baldwin (1996), várias substâncias menos tóxicas como os potabilizadores de água, alguns fertilizantes, cera comestível, derivados de celulose e quitosana podem ser utilizados não só para a preservação fisiológica dos frutos, mas também para a redução da incidência de patógenos causadores de deterioração em pós-colheita.

Os resultados obtidos exprimiram a qualidade fitossanitária dos mamões produzidos na Fazenda Santa Teresinha, pois em caso de contaminações patogênicas no campo de produção, as frutas podem exteriorizar os sintomas, apenas na etapa de pós-colheita. O fato citado se enquadra plenamente à afirmativa de Ritzinger (2000). Segundo o autor, o controle de doenças pós-colheita deve ser iniciado ainda no campo, na fase de desenvolvimento dos frutos, para evitar a sua contaminação e posterior aparecimento de podridões. De acordo com Benato et al. (2001), vários métodos de controle se aplicam de forma única ou integrada, para atingir doenças de frutas pós-colheita, as quais, geralmente, são afetadas por mais de um patógeno.

Sólidos solúveis totais

Observa-se, na Figura 3, que o teor de sólidos solúveis totais elevou-se ao longo dos dias de armazenamento.

De acordo com Chitarra & Chitarra (2005), o teor de sólidos solúveis é indicativo da quantidade dos sólidos que se encontram dissolvidos no suco ou na polpa das frutas. Ainda, segundo esses autores, sabe-se que os valores em °Brix tendem a evoluir com o avanço da maturação. Bron (2006) citou que frutos colhidos em estádio de maturação mais avançado possuem teores de sólidos solúveis totais mais elevados do que aqueles colhidos em maturações iniciais, o que se deve provavelmente ao acúmulo de açúcares nos frutos amadurecidos resultante da transferência da seiva elaborada em direção aos drenos. Para Matsuura & Folegatti (1999), o mamão apresenta-se como uma fonte de nutrientes e a sua composição pode variar em função dos teores nutrientes do solo, da época do ano, da cultivar e do grau de maturação. O teor de sólidos solúveis totais do mamão varia, segundo a literatura, entre 7,0 e 13,5 °C.

Os índices encontrados para os mamões da Fazenda Santa Teresinha, foram semelhantes ou inferiores aos índices obtidos por outros autores em mamões golden produzidos em outras áreas comerciais do estado do Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Costa et al. (2010) encontraram em

mamões produzidos na Chapada do Apodi (RN) e armazenados a frio, valores variáveis entre 12,1 e 13,9 °Brix. Em contrapartida, Bron (2006) avaliou frutos oriundos de áreas produtivas de Linhares (ES) e armazenados a quente, encontrando teores variáveis entre 10,5 e 12,0 °Brix.

Observou-se que os frutos constituintes do Tratamento 2 (frutos apenas lavados e sanitizados) foram aqueles que obtiveram ao fim das análises, os menores graus médios de SST, o que pode está associado à maturação dos frutos, tendo em vista que analisando fisicamente a superfície dos mesmos, observou-se que eles apresentavam ainda características de transição de coloração. Todavia, os índices obtidos com o tratamento T1 (controle) foram os mais elevados. Os demais tratamentos apresentaram valores intermediários entre T1 e T2. Assim como observado quanto à análise do parâmetro anterior (perda de massa fresca), notou-se que a cera de carnaúba também exerceu papel fundamental na manutenção da maturação dos frutos, o que influi positivamente sobre suas características futuras de comercialização e consumo.

Pode-se concluir na análise desse parâmetro que à exceção de T1 e T8 (choque térmico, imersão em fungicida, secagem (temperatura ambiente) e imersão em solução de cera), os demais tratamentos foram eficientes na manutenção dos teores de sólidos solúveis totais, o que se correlaciona ao controle provisório dos mecanismos respiratórios e ao retardamento parcial da maturação dos frutos estudados. Do ponto de vista econômico os resultados encontrados para T2 (frutos apenas lavados e sanitizados) foram excelentes, porém T4 (imersão em fungicida e em solução de cera de

Armazenamento (dias)

Perda de massa fresca (g)

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 2 Y(T1) = -0,125x + 1,45x + 8,825 (R² = 0,971) 2 Y(T2) = -0,096x + 1,073x + 8,722 (R² = 0,998) 2 Y(T3) = -0,103x + 1,171x + 8,792 (R² = 0,975) 2 Y(T4) = -0,028x + 0,831x + 8,562 (R² = 0,958) 2 Y(T5) = -0,134x + 1,393x + 8,687 (R² = 0,999) 2 Y(T6) = 0,0281x + 0,3837x + 8,7675 (R² = 0,985) 2 Y(T7) = -0,0438x + 0,9325x + 8,665 (R² = 0,997) 2 Y(T8) = -0,1281x + 1,4163x + 8,8075 (R² = 0,976)

T1 - controle; T2 - lavados e sanitizados; T3 – limpeza e fungicida; T4 – limpeza, fungicida e cera; T5 – limpeza, fungicida, secagem e cera; T6 – limpeza, choque e fungicida; T7 – limpeza, choque, fungicida e banho de cera; T8 – limpeza, choque, fungicida, secagem e cera.

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Referências

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WALMART. Cartilha ilustrativa composta por

classificação do mamão 'Golden'. João Pessoa, 2008.

carnaúba 6:1) e T6 (choque térmico a 13 °C (choque térmico) e imersão em calda fungicida) também apresentaram resultados bem significativos.

Aos seis dias de análises todos os frutos estudados à exceção de T2, apresentavam superfície com coloração predominantemente amarela e estádio de maturação apto não senescente apto ao consumo.

Conclusão

Os tratamentos T4 (imersão em fungicida e em solução de cera de carnaúba 6:1) e T6 (choque térmico a 13 °C (choque térmico) e imersão em calda fungicida) utilizados, rotineiramente, pela Empresa Frutas Doce Mel para frutos destinados à exportação, denotaram boa eficiência na manutenção da perda de massa fresca e no acúmulo do teor de sólidos solúveis (amadurecimento lento).

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