Prof. Carlos Cezar I. S. Prof. Carlos Cezar I. S. OvalleOvalle
VALVOPATIAS
VALVOPATIAS
O funcionamento do sistema circulatório depende da unidirecionalidade do fluxo sangüíneo.
Há dois tipos de disfunções:
Fechamento – ESTENOSE: restrição ao fluxo de sangue Abertura – INSUFICIÊNCIA: ocorre o refluxo do sangue
As valvas cardíacas podem apresentar: estenose, insuficiência ou uma combinação das duas (mista).
ESTENOSE: ocorre redução progressiva do orifício valvar e a câmara cardíaca fica submetida a um regime de trabalho aumentado.
INSUFUCIÊNCIA: ocorre aumento progressivo do orifíci, com um fluxo retrógrado turbulento.
Disfunções da Válvula Mitral
Disfunções da Válvula Mitral
Estenose Mitral Caracteriza‐se pela presença de obstáculo ao livre fluxo de sangue entre o AE e o VE. Etiologia: Congênita: pouco freqüente – 85% morre antes dos 2 anos de idade. Adquirida: 90% doença reumática Forma de instalação: início lento, evolução crônica. Forma de instalação: início lento, evolução crônica. Valva mitral = 4 a 6cm2– transtornos hemodinâmicos ocorrem após 50% de obstrução.
Disfunções da Válvula Mitral
Disfunções da Válvula Mitral
Dados clínicos: Estenose mitral reumática: sexo F 20‐40 anos Principal sintoma: Dispnéia – grandes médios ou pequenos esforços esforços Sintomas: EAP, arritmias, embolia sistêmica(15‐30%), cerebral, extremidades e renal,Hemoptise e escarro hemoptoico e fadiga (fase terminal). Exame: Exame: Aumento da intensidade da 1ª bulha RX: aumento do AE evoluindo pára cardiomegalia, congestão pulmonar.Disfunções da Válvula Mitral
Disfunções da Válvula Mitral
TratamentoClasse funcional I e II – clínico III e IV – cirúrgico Comissurotomia: estenose
Troca valvar: biológica / metálica
Disfunções da Válvula Mitral
Disfunções da Válvula Mitral
Insuficiência mitral
•É a condição na qual existe a passagem anômala de quantidade de
d VE AE d í l i l
sangue do VE para o AE durante a sístole ventricular.
•O volume de sangue que regurgita é subtraído do volume sistólico (VS) – (circulação sistêmica e DC) e somado ao AE, podendo ocorrer sinais de congestão pulmonar.
•Na próxima diástole o VE receberá mais sangue ocorrendo sua dilatação e hipertrofia.
Etiologia:
Congênita: rara, geralmente associada a outros defeitos congênitos. Adquirida: grupo mais freqüente – insuficiência mitral reumática.
Disfunções da Válvula Mitral
Disfunções da Válvula Mitral
Quadro clínico: Grave: comprometimento geral e sinais de ICC, cardiomegalia e sopros Comum: progressão lenta, sexo F, fadiga ao esforço, palpitações e tardiamente dispnéia Insuficiências não reumáticas: idosos, traumas, pós IAM.Disfunções da Válvula Aórtica
Disfunções da Válvula Aórtica
Estenose aórtica
•Presença de obstrução valvar do fluxo de sangue do VE para a aorta.
•Há sobrecarga de trabalho do VE (hipertrofia e dilatação) – depressão contrátil – diminuição da fração de ejeção e do DC. Etiologia:
Congênita: má formação que raramente determina obstrução logo ao nascer (< 30 anos)
ao nascer (< 30 anos).
Reumática: secundária a processo inflamatório (> 30 anos). Degenerativa: idoso – fibrose e calcificações com perda da mobilidade (>60 anos).
Disfunções da Válvula Aórtica
Disfunções da Válvula Aórtica
Sintomas:Tonturas e síncopes (esforço físico) Dor precordial
Dispnéia – tardiamente Exames:
ECO: permite o diagnóstico CATE: nível e gravidade da estenose RX e ECG: podem ser normais Ausculta: sopro sistólico Tratamento: Clínico ou cirúrgico
Disfunções da Válvula Aórtica
Disfunções da Válvula Aórtica
Insuficiência aórtica •Fechamento imperfeito da Valva Ao permitindo o refluxo de diá l sangue na diástole. •Pode ocorrer por alterações dos folhetos valvares ou da parede da aorta. Etiologia: ( ) •Congênita: associada a outras anormalidades (CIV e aneurisma) •Adquirida: febre reumática, Lupus, sífilis, HAS, infecção bacteriana.
Disfunções da Válvula Aórtica
Disfunções da Válvula Aórtica
Dados Clínicos: Incidência maior no sexo M (20‐40 anos) Assintomáticos por muitos anos Dispnéia, dor precordial (coronariopatia), síncopes (arritmias). Exames: RX: tamanho do VE CATE: regurgitação da aorta para o VE Tratamento: Clínico: prevenção endocardite, diuréticos Cirúrgico: troca valvar.Miocardiopatias
Miocardiopatias
•Constituem um grupo de doenças freqüentemente de etiologia
d h id i f t i i t t é l i t
desconhecida, nas quais o fator mais importante é o envolvimento do próprio músculo cardíaco.
•Não resultam de doenças isquêmicas, hipertensivas, valvulares, congênitas ou pericárdicas. Classificação: 1. Anátomo‐funcional 2. Etiopatogênica
Miocardiopatias
Miocardiopatias
Anátomo‐funcional •Miocardiopatia dilatada •Miocardiopatia Restritiva •Miocardiopatia HipertróficaMiocardiopatias
Miocardiopatias
Etiopatogênica 1. Inflamatórias: a. Infecciosas: virais, bacterianas, parasitárias, , p b. Não infecciosas: colagenoses 2. Metabólicas: a. Nutricionais b. Endócrinas (Acromegalia, disfunção de tireóide) 3. Tóxicas ex. álcool, cobalto, quimioterápicos, insetos, cobras, cocaína 4. Infiltrativas ex. sarcoidose, neoplasia 5. Fibroplásticas: ex. endomiocardiofibrose Etiopatogênica 6. Hematológicas ex. leucemia, anemia falciformeMiocardiopatias
Miocardiopatias
, 7. Hipersensibilidade ex. drogas, rejeição a transplante 8. Genética ex. MCP hipertrófica, Doenças neuromusculares 9. Agentes físicos ex. frio, taquicardia, radiação 10. Miscelânea ex. MCP pós‐parto, obesidade 11. IdiopáticaCaracterística:
•Dilatação e hipocontratilidade ventricular
•Aumento cardíaco e disfunção sistólica de um ou ambos ventrículos
Miocardiopatia
Miocardiopatia Dilatada Idiopática
Dilatada Idiopática
•Aumento cardíaco e disfunção sistólica de um ou ambos ventrículos. •Função global do VE reduzida •Paredes com espessura normal Achados Secundários: •Insuficiência mitral funcional •Excursão reduzida das cúspides valvares •Cavidades atriais aumentadas •VD aumentado Ocorrência: •É a miocardiopatia mais comum
Miocardiopatia
Miocardiopatia Dilatada Idiopática
Dilatada Idiopática
•Mais frequente em pacientes de meia idade •5‐8 casos/100.000. 3:1 negros e homens Clínica: •Insuficiência cardíaca congestiva progressiva •Arritmias, tromboembolismo, morte súbita •Muitos pacientes têm mínima sintomatologia •Mortalidade média de 11‐13% / ano. •Pequena porcentagem melhoram espontaneamente. Exame: •B3, sopro sistólico apical, arritmias ventriculares
Miocardiopatia
Miocardiopatia Dilatada Idiopática
Dilatada Idiopática
•Exames laboratoriais para afastar causas reversíveis •ECG: má progressão de ondas R, bloqueios de ramo •Cateterismo: dilatação difusa, com coronárias normais Possíveis causas da MCD 1 Família/genética (ex :D neuromusculares) 1. Família/genética (ex.:D. neuromusculares) 2. Inflamatórias Infecciosas: bacteriana, viral, parasitária (Chagas) Não infecciosas: auto‐imune, rejeição, 3. Tóxicas: álcool, quimioterápicos, cocaína 4. Metabólicas: nutricional, endócrina Tratamento Medidas Gerais
Peso sal álcool fumo exercício físico
Miocardiopatia
Miocardiopatia Dilatada Idiopática
Dilatada Idiopática
Peso, sal, álcool, fumo, exercício físico Drogas:
•Diuréticos, digoxina, vasodilatadores •Antiarrítmicos
•Anticoagulantes •Beta‐bloqueadores Beta bloqueadores
•Inotrópicos positivos (dobutamina, dopamina) Cirurgia:
•É a primeira causa de miocardiopatia dilatada secundária e não‐isquêmica
Miocardiopatia
Miocardiopatia Alcoólica
Alcoólica
•Abstinência pode evitar a progressão ou mesmo reverter a cardiopatia •Efeito direto do álcool / deficiência nutricional •Predisposição genética H id d •Homens, 30‐55 anos, consumidores pesados •Disfunção sistólica (redução da função do VE) e diastólica (aumento da rigidez das paredes miocárdicas) •FA paroxística é comum no início Características:
•Hipertrofia VE (e/ou VD), em geral assimétrica, envolvendo
Miocardiopatia
Miocardiopatia Hipertrófica
Hipertrófica
predominantemente o septo ventricular •Volume VE normal ou reduzido
•Contratilidade normal, função diastólica reduzida
Clínica:
M i i i t áti li i t áti •Maioria assintomáticos ou oligossintomáticos •Descoberta mais frequentemente na 4° ou 5° décadas
•Cardiopatia mais frequente nos atletas jovens sempre deve ser afastada Causa predominante: Genética Outras: Maior conteúdo de Ca++miocárdico Estimulação simpática aumentada
Miocardiopatia
Miocardiopatia Hipertrófica
Hipertrófica
Estimulação simpática aumentada Sintomas: •Dispnéia, angina, síncope •Dispnéia é o sintoma mais comum (90%) t úbit ( it i ?) •morte súbita ( arritmia ?) •Relação direta entre grau da hipertrofia e intensidade dos sintomas
•Exercício exacerba sintomas
Exame físico:
•Normal em assintomáticos e proeminentes naqueles em que há gradientes pressóricos
•B4
Miocardiopatia
Miocardiopatia Hipertrófica
Hipertrófica
4 •Sopro sistólico regurgitativo mitral •Íctus deslocado e propulsivo Evolução natural: •Variável, podendo permanecer estável por 5‐10 anos. •Mortalidade média de 3% em adultos e 6% em crianças. •Aparecimento de fibrilação atrial associada a intensificação dos sintomas. •Progressão para dilatação e disfunção sistólica do VE em 5‐10%. •Morte súbita
Tratamento
1 Beta bloqueadores
Miocardiopatia
Miocardiopatia Hipertrófica
Hipertrófica
1. Beta‐bloqueadores 2. Antiarrítmicos 3. Profilaxia da endocardite infecciosa 4. Cirurgia (redução do septo) 5. Marcapasso artificial 5. Marcapasso artificial Características: •Grupo de doenças raras
Miocardiopatia
Miocardiopatia Restritiva
Restritiva
•Grupo de doenças raras •Infiltração do endocárdio (fibrose) •IC direita predomina •Há restrição ao enchimento ventricular •Volume diastólico reduzido em um ou ambos ventrículosVolume diastólico reduzido em um ou ambos ventrículos •Função sistólica e espessura das paredes preservadas •Pode ou não ter obliteração das cavidades Quadro clínico: dispnéia, fadiga, edema, ascite
Miocardiopatia
Miocardiopatia Restritiva
Restritiva
Exame físico: Distensão jugular, B3 e/ou B4 Sopro sistólico se envolve valvas Exames complementares: ECG, ECO, TC, Cateterismo, Biópsia Conclusão •As doenças do Miocárdio não‐isquêmicas e não‐relacionadas a valvopatias ou hipertensão arterial formam um grupo heterogêneo.