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Gabriel Leal de Barros

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Academic year: 2021

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Um Conceito de Renda Ampliada em Bases Mensais

para a Economia Brasileira e suas Aplicações

Rodrigo Leandro de Moura

Gabriel Leal de Barros

Pesquisadores de Economia Aplicada do IBRE/FGV

(2)

Um Conceito de Renda Ampliada em Bases Mensais para a

Economia Brasileira e sua aplicação

Rodrigo Leandro de Moura Gabriel Leal de Barros

Pesquisadores de Economia Aplicada do IBRE/FGV

Entre as motivações para construir um indicador de rendimentos de alta frequência que incorpore a necessidade de ir além dos rendimentos tradicionais provenientes da renda do trabalho e das regiões metropolitanas figura a de ter-se um diagnóstico mais abrangente das condições de emprego e renda na economia brasileira.

Em paralelo, a sinergia advinda deste esforço acaba por gerar externalidades positivas no tocante à mensuração da capacidade de consumo das famílias, bem como dos limites ao seu endividamento pelo crédito. Diante da significativa expansão dos gastos com proteção social e benefícios previdenciários do governo central no âmbito da política de transferência de renda às famílias, a construção de um conceito ampliado de renda não poderia deixar de considerá-los, além, obviamente, dos rendimentos provenientes do trabalho. Contudo, para a expansão deste último à dimensão nacional é utilizado um fator multiplicativo calculado através das relações entre a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) e a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD).1 Nesse sentido, esta seção amplia e atualiza metodologia desenvolvida pelo Banco Central e divulgada em seus Relatórios de Inflação pelo cálculo da Massa Salarial Ampliada (MSA).

1

Mais detalhes metodológicos podem ser obtidos a partir do partágrafo Um pouco mais sobre a Metodologia do Indicador de Massa Salarial Ampliada (MSA).

(3)

Tabela 1: Média da Massa Salarial Ampliada e seus Componentes, em Termos Reais para o período de 2003 a 2012 (Em R$ Milhões e Deflacionado pelo INPC de Maio de 2012)

Fonte: PME/IBGE, STN e Senado Federal Elaboração: IBRE/FGV

Gráfico 1: Taxa de Crescimento Média dos Componentes da MSA para diferentes períodos (Deflacionado pelo INPC de Maio de 2012)

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 2007 x 2003 2011 x 2007 2011 x 2003

Programas de Proteção Social Benefícios Previdenciários Massa de Rendimentos do Trabalho Massa Salarial Ampliada (MSA)

Fonte: PME/IBGE, STN e Senado Federal Elaboração: IBRE/FGV

2011 2012 Var. %

Programas de Proteção Social (BPS) 1.801 2.372 3.142 3.871 4.508 4.866 5.771 6.312 6.743 6.335 5.746 6.335 10,3

Bolsa Família (BF) 123 255 706 866 992 1.132 1.290 1.475 1.594 1.635 1.501 1.635 9,0

BPC (LOAS + RMV) 587 932 1.087 1.325 1.551 1.646 1.852 2.068 2.173 2.439 2.165 2.439 12,7

Abono e Seguro Desemprego (SD) 1.092 1.184 1.349 1.680 1.965 2.089 2.628 2.769 2.976 2.261 2.080 2.261 8,7

Benefícios Previdenciários (BP) 15.909 17.442 21.191 23.642 25.344 25.952 28.075 30.252 31.294 31.008 29.196 31.008 6,2

RGPS 14.118 15.605 17.147 18.850 20.247 20.470 21.968 23.680 24.528 24.635 22.955 24.635 7,3

RPSP 1.791 1.837 4.045 4.792 5.097 5.482 6.106 6.572 6.766 6.373 6.241 6.373 2,1

Total de Transferência de Renda (TR) 17.710 19.814 24.333 27.514 29.852 30.818 33.845 36.564 38.037 37.342 34.942 37.342 6,9 Massa de Rendimentos do Trabalho (MRA) 56.912 58.269 61.276 65.043 69.155 74.154 76.396 82.788 86.834 88.197 82.640 88.197 6,7

Massa Salarial Ampliada (MSA) 74.622 78.082 85.609 92.557 99.007 104.972 110.241 119.352 124.871 125.539 117.582 125.539 6,8 até maio

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

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A Tabela 1 mostra a média da MSA e de seus componentes. Destacam-se os benefícios de proteção social (BPS), que passaram de uma média de mais de R$ 1,8 bilhões em 2003 para quase R$ 6,75 bilhões em 2011. De acordo com o Gráfico 1, este foi o componente que apresentou o maior crescimento médio no período, de 17,9%. Por sua vez, dentro dessa rubrica, o Bolsa Família (BF) foi o que mais cresceu (em média, 37,8%), devido a expansão do número de benefícios concedidos, do valor pago e do limite para ser elegível ao programa. Já o Benefíco de Prestação Continuada (BPC) cresceu a uma taxa média anual de 17,8%, devido, principalmente, a forte valorização do salário mínimo, ao qual está vinculado. O volume médio dispendido com seguro desemprego e abono salarial também cresceu bastante (13,4%), principalmente a partir de 2006. Isso se deve ao fato de este gasto crescer também em períodos de crescimento econômico – principalmente entre 2003 e 2007 – ao contrário do que ocorre na maioria dos países, onde tende a ser anticíclico. Quando consideramos os primeiros cinco meses de 2012 ante 2011 (última coluna), o crescimento destes componentes se manteve forte.

Por sua vez, o valor dos Benefícios Previdenciários (BP) cresceu a uma média de 8,8% no período, sendo que o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) apresentou destacado crescimento (18,1%), provavelmente pelo forte crescimento de aposentados no serviço público. No entanto, nos primeiros cinco meses de 2012, o Regime Geral (RGPS) apresentou um crescimento maior, principalmente pela quantidade de benefícios vinculados ao salário mínimo. De forma geral, a queda da taxa de fecundidade e da mortalidade infantil ao longo das últimas décadas, aliadas ao aumento da expectativa de vida da população, deverão pressionar ainda mais os gastos com beneficiários. Para se ter uma ideia, a proporção dos benefícios previdenciários em relação à MSA aumentou de 18% em 2002 para 23% em 2011, e tenderá a se elevar nos próximos anos. Por se tratar de uma renda estável e segura, a ampliação desta parcela poderá contribuir para o aumento das concessões de crédito consignado, elevando o consumo das famílias, mas também o comprometimento de sua renda.

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Por fim, a Massa de Rendimentos do Trabalho (MRA) cresceu apenas 5,4% entre 2003 e 2011. Isso se deve ao fato do montante ser bem maior quando comparado com as transferências de renda (TR). No entanto, nos primeiros meses de 2012 ante 2011 seu crescimento médio foi tão alto quanto o dos BP. Sua participação relativa na MSA caiu de 78%, em 2003, para 72%, em 2007, mas tem se mantido estável desde então devido, principalmente à forte expansão do emprego e da renda média, que devem ter compensado o crescimento das TR.

Assim, pelo Gráfico 1, em linhas gerais, observa-se uma desaceleração no crescimento médio das TR do primeiro subperíodo (de 2007 para 2003) para o segundo (de 2007 para 2011), enquanto a MSA apresentou um pequeno aumento.

Um pouco mais sobre a Metodologia do Indicador de Massa Salarial Ampliada (MSA)

Para a construção de uma medida de massa salarial ampliada foi utilizado como fundamento a metodologia básica desenvolvida pelo Banco Central em 20092 e aprimorada em relatórios posteriores.3 A MSA possui a seguinte composição:

MSA = MRA + BPS + BP,

em que, a Massa de Rendimentos Ampliada é formada pelo produto da População Ocupada pelos Rendimentos Médios (MRA=POxRM). Os benefícios de proteção social (BPS) e previdenciários (BP), ambos componentes da transferência de renda às famílias, possuem a seguinte composição, respectivamente: Programa Bolsa Família, Fundo de

2 “Massa Salarial Ampliada: Conceito e Evolução Recente”, publicado no Relatório de Inflação de

setembro de 2009.

3 “Massa Salarial Ampliada e Massa Salarial Ampliada Disponível: acurando o conceito e a evolução

comparativa recente”, publicado no Relatório de Inflação de junho de 2010 e “Endividamento e Comprometimento de Renda das Famílias com Dívidas Bancárias: revisão metodológica” publicado no Relatório de Estabilidade Financeira de Setembro de 2011.

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Amparo ao Trabalhador (FAT) e Benefício de Prestação Continuada (BPC).4 O termo BP representa o volume de Benefícios Previdenciários associados ao Regime Geral (RGPS) e Próprio (RPPS) de Previdência Social.

Para o cálculo da MRA foi utilizado um fator calculado através da razão entre a PO encontrada na PNAD em relação à da PME. Com o objetivo de suavizar o fator apurado entre 2002 e 2009, utilizamos as médias encontradas para as diferente pesquisas em seus respectivos períodos, de tal forma que:

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O mesmo procedimento foi aplicado à variável RM (Recebimentos Médios), obtendo-se um fator RM. Dessa forma, o fator que expande os rendimentos do trabalho, oriundos da PME, para todo o Brasil é obtido através do produto destas duas variáveis. A premissa utilizada para a expansão mensal esperada da MRA é de que a relação entre as pesquisas (PNAD e PME) mantém-se constante ao longo do tempo.

4 O BPC é composto pela Lei Orgânica de Assistencia Social (LOAS) e pela Renda Mensal Vitalícia

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