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Fórum Jurídico. Fevereiro 2015 Direito Imobiliário INSTITUTO DO CONHECIMENTO AB. 1/8

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DECRETO–LEI N.º 10/2015, DE 16 DE JANEIRO – REGIME JURÍDICO DE ACESSO E EXERCÍCIO DE ACTIVIDADES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E RESTAURAÇÃO (RJACSR) Sónia Pascoal, Advogada, Abreu Advogados

O Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de Janeiro, procede à sistematização das regras reguladoras das diversas actividades de comércio, serviços e restauração, anteriormente dispersas por múltiplos diplomas. Na verdade, aquele decreto-lei procede à revogação de um vasto leque de legislação aplicável, nomeadamente aos mercados abastecedores, à actividade exercida em feiras e por feirantes, a agências funerárias, a sex shops e a venda por grosso e a retalho, estabelecendo um regime legal coerente de acesso às distintas actividades comerciais, de serviços e restauração. I. Alterações legislativas e aplicação no tempo

Para além da revogação de diversos diplomas legais e da aprovação do Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Actividades de Comércio, Serviços e Restauração (RJACSR), o Decreto-Lei n.º 10/2015, procede à transposição de legislação europeia para a ordem jurídica interna. Além disso, o diploma legal procede à alteração da legislação aplicável aos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, à Informação Empresarial Simplificada, ao regime das práticas comerciais com redução de preço nas vendas a retalho praticadas em estabelecimentos comerciais, ao regime de acesso e de exercício de diversas actividades económicas no âmbito do “Licenciamento Zero” e, por último, ao regime jurídico de utilização do GPL e do GN como combustível para automóveis.

Com o aludido diploma pretendeu o legislador pôr fim aos critérios diversos e nem sempre coerentes que regulavam as actividades de comércio, serviços e restauração, eliminar os diferentes pro-cedimentos, criando assim um único regime jurídico de acesso e exercício de actividades de comércio, serviços e restauração (RJACSR).

O RJACSR entra em vigor no dia 1 de Março de 2015. Excepcionalmente entraram em vigor no dia seguinte ao da publicação, ou seja, no dia 17 de Janeiro de 2015, as normas que consti-tuam habilitação para a aprovação de regulamentos administrativos, bem como os requisitos aplicáveis ao exercício da função de responsável técnico de actividade funerária.

Importa ainda fazer menção à aplicação do RJACSR no tempo, uma vez que o mesmo, regra geral, é aplicável também aos empresários que já tenham acedido às actividades de comércio, serviços e restauração antes do dia 1 de Março de 2015, mas apenas aos factos ocorridos após a data de entrada em vigor do diploma.

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Fevereiro

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2015

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Direito Imobiliário

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NSTITUTO DO

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ONHECIMENTO AB

A Livraria Almedina e o Instituto do Conhecimento da Abreu Advogados celebraram em 2012 um protocolo de colaboração para as áreas editorial e de formação. Esta cooperação visa a divulgação periódica de artigos breves e anotações nas plataformas electrónicas e digitais da Livraria Almedina. Para aceder, clique aqui.

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DECRETO–LEI N.º 10/2015, DE 16 DE JANEIRO – REGIME JURÍDICO DE ACESSO E EXERCÍCIO DE ACTIVIDADES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E RESTAURAÇÃO (RJACSR) (CONTINUAÇÃO)

a) Alteração da legislação aplicável aos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais

A legislação anterior (Decreto-Lei n.º 48/96, de 15 de Maio, alterado pelos Decretos lei n.os 126/96,

de 10 de Agosto, 111/2010, de 15 de Outubro, e 48/2011, de 1 de Abril) previa diferentes horários de funcionamento consoante os estabelecimentos comerciais em causa. Actualmente estabelece-se o princípio do horário de funcionamento livre para os estabelecimentos comerciais, ou seja, cada estabe-lecimento pode estipular o seu horário de funcionamento, sem qualquer imposição legal. De facto, com a legislação ora em análise passa a prever-se que os estabelecimentos de venda ao público, de presta-ção de serviços, de restaurapresta-ção e de bebidas, os espaços de restaurapresta-ção ou de bebidas com espaço para dança, ou onde se realizem de forma acessória actividades artísticas têm horário de funcionamento livre. Todavia, as câmaras municipais podem restringir os períodos de funcionamento, a vigorar durante todo o ano ou em épocas determinadas, em casos devidamente justificados e perante necessidades de segurança ou de protecção da qualidade de vida dos cidadãos, ouvidos os sindicatos, as forças de segurança, as associações de empregadores, as associações de consumidores e a respectiva junta de freguesia.

Importa ainda fazer referência à obrigação de as Câmaras Municipais procederem à adaptação dos seus regulamentos municipais relativos aos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais à nova legislação. Todavia, não são determinados prazos para esta obrigação nem quaisquer coimas ou consequências para a falta de concretização desta norma, o que poderá suscitar problemas na eventualidade de incumprimento.

Procede-se ainda à alteração das entidades com competência para a fiscalização das normas relativas aos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais. Na verdade, passam a ser competentes para a fiscalização a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e o município territorialmente competente, entidades essas que no âmbito de uma fiscalização poderão determinar o encerramento imediato do estabelecimento que se encontre a laborar fora do horário de funcionamento.

Note-se que a competência para a instrução de processos de contra-ordenação, para aplicação de coimas e sanções acessórias continua a ser exclusiva do presidente da câmara municipal da área em que se situe o estabelecimento comercial, à semelhança do que previa a legislação anterior. O produto das coimas pertence também ao município onde se localize o estabelecimento comercial.

(continuação na página seguinte)

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DECRETO–LEI N.º 10/2015, DE 16 DE JANEIRO – REGIME JURÍDICO DE ACESSO E EXERCÍCIO DE ACTIVIDADES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E RESTAURAÇÃO (RJACSR) (CONTINUAÇÃO)

b) Alteração da legislação aplicável às práticas comerciais com redução de preço nas vendas a retalho praticadas em estabelecimentos comerciais

As práticas comerciais com redução de preço nas vendas a retalho praticadas em estabelecimentos comerciais, com vista ao escoamento das existências, ao aumento do volume de vendas ou a promover o lançamento de um produto não comercializado anteriormente pelo agente económico eram reguladas pelo Decreto-lei n.º 70/2007, de 26 de Março, alterado agora pelo Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de Janeiro.

Note-se que as práticas comerciais com redução de preço integram, exclusivamente, as modalidades de vendas em saldos, das promoções e da liquidação de produtos.

Nesta sede importa realçar os seguintes aspectos:

i) A legislação relativa a estas práticas comerciais aplica-se agora também às vendas a retalho efectuadas à distância, ao domicílio, ou por outros métodos fora dos estabelecimentos, conferindo-se nesta sede uma maior protecção aos consumidores.

ii) Altera-se a noção legal de “saldos” passando agora a prever-se que os saldos podem realizar-se em qualquer altura do ano desde que não ultrapassem, no total, a duração de quatro meses por ano.

O comerciante está adstrito a uma obrigação de comunicação prévia, a efectuar com a an-tecedência mínima de cinco dias úteis, através do Balcão do Empreendedor, ou qualquer outro meio legalmente admissível, à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). A declaração do comerciante terá de conter, necessariamente, os seguintes elementos:

- Identificação e domicílio do comerciante ou morada do estabelecimento; - Número de identificação fiscal;

- Indicação da data de início e fim do período de saldos em causa.

iii) O comerciante está também adstrito, no caso da venda sob forma de liquidação a uma declaração dirigida à ASAE, através do Balcão do Empreendedor ou através de qualquer outro meio legalmente admissível, da qual constem os seguintes elementos:

- Identificação e domicílio do comerciante ou morada do estabelecimento; - Número de identificação fiscal;

- Factos justificativos da liquidação; - Identificação dos produtos a vender;

- Indicação da data de início e fim do período da liquidação, que não deve exceder 90 dias. iv) A competência para a aplicação das coimas cabe ao inspector-geral da ASAE e o produto destas reverte para o Estado (60%) e para a ASAE (40%). Note-se que a competência para a fiscalização do cumprimento das normas aplicáveis continua a pertencer à ASAE.

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c) Alteração ao regime de acesso e de exercício de diversas actividades económicas no âmbito da iniciativa “Licenciamento Zero”

O apregoado “Licenciamento Zero” foi instituído pelo Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de Abril, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 141/2012, sendo mais uma vez alterado pelo diploma ora em análise.

Uma vez que o Decreto-Lei n.º 10/2015 institui o RJACSR, revoga as disposições do Decreto-Lei n.º 48/2011 relativas ao procedimento administrativo de licenciamento e de autorização. Consequentemente, o Decreto- Lei n.º 48/2001 prevê apenas o regime de ocupação de espaço público, a afixação e inscrição de mensagens publicitárias de cariz comercial, podendo referir-se a título meramente exemplificativo o caso das esplanadas abertas e a colocação de toldos. Note-se: é de aplicação a qualquer estabelecimento onde se realize qualquer actividade comercial.

Tal como acontecia na versão anterior a este novo diploma legal, o comerciante deve declarar através do Balcão do Empreendedor a intenção de proceder à ocupação do espaço público, sendo a regra geral a da comunicação prévia. Contudo, em determinadas situações legalmente estipuladas exige-se que o comerciante requeira a autorização, pondo-se fim à figura da comunicação prévia com prazo. No procedimento de autorização as notificações entre requerimento e entidade administrativa competente são também efectuadas através do Balcão do Empreendedor, sendo que aquela entidade tem o prazo de 20 dias para se pronunciar, sob pena do pedido ser considerado tacitamente deferido.

No que concerne à fiscalização do cumprimento e à instrução dos processos contra-ordenacionais, a competência é exclusiva dos municípios, sendo, por sua vez, competentes para a aplicação das coimas os presidentes dos municípios.

Uma última nota para o aumento substancial das coimas, que passam para o dobro, revertendo o seu produto em exclusivo para os municípios.

II. Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Actividades de Comércio, Serviços e Restauração (RJACSR)

Para além das alterações legislativas supra referidas, o decreto-lei institui o novo regime jurídico de acesso e exercício de actividades de comércio, serviços e restauração, pondo cobro à manta de retalhos que era o regime jurídico destas actividades comerciais.

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a) Âmbito de aplicação

O RJACSR, estatuído no já mencionado Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de Janeiro, é aplicável a um enorme elenco de actividades, serviços e restauração, mormente:

a) Exploração de estabelecimentos de comércio e de armazéns, onde se inclui nomeadamente os supermercados e hipermercados;

b) A exploração de estabelecimentos de comércio e retalho que pertençam a uma empresa que utilize uma ou mais insígnias ou estejam integrados num grupo, que disponha, a nível nacional, de uma área de venda acumulada igual ou superior a 30 000 m2, nos casos em que

isolada-mente considerados tenham uma área de venda inferior a 2 000 m2 e não estejam inseridos em

conjuntos comerciais, e de estabelecimentos de comércio a retalho com área de venda igual ou superior a 2 000 m2 inseridos em conjuntos conjuntos comerciais;

c) Exploração de estabelecimentos de comércio e de armazéns para alimentos para animais; d) Exploração de grandes superfícies comerciais e de conjuntos comerciais;

e) Exploração de estabelecimentos sex shop;

f) Exploração de mercados abastecedores e mercados municipais;

g) Comércio a retalho não sedentário exercido por feirantes e vendedores ambulantes; h) Comércio a retalho não sedentário exercido em feiras;

i) Organização de feiras por entidades privadas;

j) Exploração de oficinas de manutenção e reparação de veículos automóveis, motociclos e ci-clomotores, oficinas de adaptação e reparação de veículos automóveis utilizadores de GPL e GN; k) Exploração de lavandarias, com excepção das lavandarias sociais exploradas por IPSS ou entidades equiparadas;

l) Exploração de centros de bronzeamento artificial;

m) Exploração de estabelecimentos de colocação de piercings e tatuagens; n) Actividade funerária;

o) Exploração de estabelecimentos de restauração ou de bebidas; p) Actividade de restauração ou de bebidas não sedentárias.

Note-se que os requisitos gerais de exercício de actividades de comércio, serviços e restauração estatuídos são também aplicáveis, com as necessárias adaptações, ao comércio e à prestação de serviços por via electrónica, atenta a forma de prestação e no caso de prestadores não estabelecidos em território nacional.

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b) Procedimento administrativo

Em matéria de procedimento administrativo concernente ao acesso às actividades de comércio, serviços e restauração, pretende o RJACSR alcançar a simplificação e agilização dos mesmos, estipulando procedimentos mais simples, com prazos mais curtos e de tramitação electrónica. Repare-se que, de acordo com o novo regime, o qual entrará em vigor no dia 1 de Março, os procedimentos administrativos são tramitados no Balcão Único Electrónico, designado de “Balcão do Empreendedor”.

O acesso às actividades de comércio, serviços e restauração está sujeito à mera comunicação prévia, à obtenção de autorização do município territorialmente competente ou autorização conjunta, consoante a actividade em causa.

Necessitam de autorização do município territorialmente competente as actividades elencadas no artigo 5.º do RJACSR, designadamente:

a) A exploração de estabelecimentos de comércio por grosso e de armazéns de géneros alimentícios de origem animal que exijam condições de temperatura controlada;

b) A exploração de estabelecimentos de comércio, por grosso e a retalho, e armazéns de alimentos para animais, a título principal ou secundário;

c) A exploração de estabelecimentos de restauração ou de bebidas, nos casos de dispensa de determinados requisitos legais aplicáveis àqueles estabelecimentos.

Por seu turno, estão dependentes de autorização conjunta ou seja, autorização do presidente do município territorialmente competente, do director geral da Direcção Geral das Actividades Económicas e do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) a instalação ou a alteração significativa de grandes superfícies comerciais não inseridas em conjuntos comerciais e de conjuntos comerciais com área bruta locável igual ou superior a 8000 m2.

As demais actividades estão adstritas à mera comunicação prévia, tais como, a exploração, a título principal ou secundário, de comércio e de armazéns, onde se incluem os hipermercados e os supermercados. De notar ainda que o encerramento deste tipo de estabelecimentos ou a cessação das actividades devem também ser comunicadas até 60 dias após a verificação do facto.

Importa referir que, salvo os procedimentos inspectivos e sancionatórios, os procedimentos administrativos, numa óptica de simplificação e agilização, são tramitados no Balcão do Empreendedor.

c) Exercício das actividades de comércio, serviços e restauração

Os comerciantes ou operadores económicos estão adstritos a um conjunto de obrigações vertidas em diversos diplomas legais, nomeadamente:

a) Regime jurídico que proíbe as práticas individuais restritivas do comércio; b) Regime jurídico aplicável aos pagamentos nas transacções comerciais;

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a) Regime jurídico que proíbe as práticas individuais restritivas do comércio; b) Regime jurídico aplicável aos pagamentos nas transacções comerciais; c) Código do IVA e legislação concernente à emissão de facturas;

d) Regime Jurídico dos bens em circulação objecto de transacções entre sujeitos passivos de IVA; e) Regime jurídico da publicidade;

f) Normas que lhe sejam aplicáveis no que concerne à gestão de resíduos;

g) Normas relativas às prescrições mínimas de segurança e saúde nos locais de trabalho; h) Regime jurídico de segurança contra incêndios;

i) Regulamento Geral do Ruído;

j) Regime Jurídico aplicável à certificação energética dos edifícios;

k) Regime Jurídico aplicável à acessibilidade aos edifícios e estabelecimentos que recebem público. O diploma cria normas específicas para cada um das actividades incluídas no seu âmbito de aplicação. d) Regime sancionatório e preventivo

Com o presente diploma cria-se um único regime sancionatório e preventivo para um elenco de actividades alargado, pondo-se cobro às discrepâncias legislativas que existiam nesta sede.

Estatui-se a possibilidade, de forma cautelar e sempre que esteja em risco a segurança ou a saúde das pessoas, de as forças de segurança pública, a ASAE e as autoridades de saúde determinarem a suspensão imediata do exercício da actividade e o encerramento provisório do estabelecimento comercial. Cabe recurso da aplicação das medidas cautelares para o tribunal judicial territorialmente competente.

Finalmente, estatui-se um regime sancionatório com coimas elevadas, bem como a possibilidade de aplicação de sanções acessórias, nomeadamente:

a) Perda a favor do Estado de mercadorias e equipamentos utilizadas na prática da infracção; b) Privação dos direitos a subsídios ou benefícios outorgados por entidades ou serviços públicos; c) Interdição do exercício da actividade por um período até dois anos;

d) Encerramento do estabelecimento ou armazém por um período até dois anos;

e) Suspensão de autorizações ou outras permissões administrativas relacionadas com o exercício da respectiva actividade.

A instauração dos processos contra-ordenacionais é da competência da ASAE e dos municípios, sendo a competência para aplicação das coimas e eventuais sanções acessórias da competência do director-geral da ASAE e do presidente do município. O produto das coimas reverte a favor do Estado (60%), da entidade autuante (10 %) e da ASAE (30%). Se a coima for aplicada pelo presidente do município reverte 90% para o município e 10% para a entidade que levanta o auto.

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DECRETO–LEI N.º 10/2015, DE 16 DE JANEIRO – REGIME JURÍDICO DE ACESSO E EXERCÍCIO DE ACTIVIDADES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E RESTAURAÇÃO (RJACSR)

III. Conclusões

Quais os principais traços da nova legislação?

a) A revogação e alteração de inúmera legislação aplicável ao exercício de actividades comerciais, aos serviços e restauração.

b) A criação de um único regime jurídico de acesso e exercício de actividades de comércio, serviços e restauração, pondo cobro à manta de retalhos que era o regime jurídicos destas actividades comerciais. c) A simplificação e agilização dos procedimentos administrativos, nomeadamente no que concerne às comunicações prévias e pedidos de autorização.

d) A fixação da tramitação electrónica dos procedimentos administrativos, desburocratizando-se o acesso às actividades compreendidas no âmbito de aplicação do diploma.

e) As alterações nas competências relativas à fiscalização, instauração de procedimentos contra-ordenacionais e aplicação de coimas e sanções acessórias.

f) O aumento dos montantes das coimas aplicáveis.

Este Fórum Jurídico contém informação e opiniões de carácter geral, não substituindo o recurso a aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos. Para mais informações, por favor contacte-nos através do email apdc@abreuadvogados.com

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