26 de novembro de 2015
À
Comissão de Valores Mobiliários – CVM
At.: Gerente de Acompanhamento de Empresas-1 - Sra. Nilza Maria Silva de Oliveira Cópia para: gre@bvmf.com.br
Ref.: Ofícios nº 480/2015/CVM/SEP/GEA-1 e nº 481/2015/CVM/SEP/GEA-1 – Solicitação de Esclarecimentos sobre notícia
Prezados,
BANCO BTG PACTUAL S.A. e BTG PACTUAL PARTICIPATIONS LTD (em conjunto, “Companhias”), em atendimento aos Ofícios nº 480/2015/CVM/SEP/GEA-1 e nº 481/2015/CVM/SEP/GEA-1, abaixo transcritos, que solicitam manifestação acerca de notícia veiculada no site da Revista Veja (em conjunto, “Ofícios”), e complementando as informações divulgadas no fato relevante das Companhias divulgado em 25 de novembro de 2015 (“Fato Relevante”), servem-se do presente para:
- assim como todo o mercado, as Companhias foram surpreendidas pela decretação da prisão temporária do Sr. André Santos Esteves na manhã do dia 25 de novembro de 2015 e, até a abertura do pregão em tal data, não detinham elementos concretos e compreensão suficiente para a divulgação de um fato relevante. No decorrer do dia, após terem acesso a informações oficiais a respeito dos acontecimentos e, ainda, em razão da relevância das decisões tomadas no âmbito da reunião do Conselho de Administração do Banco BTG Pactual S.A. realizada no período da tarde de tal dia, as Companhias optaram por divulgar tais decisões imediatamente por meio do Fato Relevante;
- quanto à menção feita na referida notícia a temas relacionados à Derivados do Brasil S.A. (“DVBR”), as Companhias esclarecem que a DVBR se trata de um investimento proprietário da BTG MB Investments, LP (“BTG MB”). A BTG MB é uma estrutura pertencente exclusivamente aos sócios integrantes do Partnership das Companhias, e não é consolidada na estrutura societária e nas demonstrações financeiras das Companhias;
- no tocante à menção feita na referida notícia a temas relacionados ao Sr. Marcelo Odebrecht e à Sete Brasil, as Companhias informam que: (i) nunca receberam qualquer comunicação oficial sobre o teor do documento mencionado na referida notícia, bem como sobre as razões que motivaram a citação do Sr. André Esteves em tal contexto, tendo ciência a respeito da existência do documento em questão tão somente pela mídia, assim como o mercado em geral; (ii) as Companhias não possuem participação societária direta na Sete Brasil – o Banco BTG Pactual S.A. e certos veículos de investimentos geridos pelo Banco BTG Pactual S.A. e/ou suas controladas (“Veículos BTGP”) possuem, assim como os demais investidores participantes do projeto “Sete Brasil”, participação no FIP Sondas, veículo de investimento gerido e administrado pela Caixa Econômica Federal, que, por sua vez, detém participação direta na Sete Brasil. As Companhias esclarecem que as participações detida pelos Veículos BTGP e pelo Banco BTG
- as Companhias esclarecem que possuem plena capacidade de prosseguir normalmente com suas operações e cumprir com suas obrigações;
- as Companhias continuam à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e prestar quaisquer esclarecimentos necessários;
- não obstante o disposto acima e conforme antecipado no Fato Relevante, além de melhor detalhado no comunicado ao mercado das Companhias que responde o Ofício nº 491/2015/CVM/SEP/GEA-1, também divulgado na presente data, as Companhias reiteram que o Sr. Persio Arida assumiu, de forma interina, as funções de CEO das Companhias;
As Companhias manterão os reguladores e o mercado em geral informados acerca dos temas em questão.
João Marcello Dantas Leite Diretor de Relações com Investidores do
Ofício nº 480/2015/CVM/SEP/GEA-1
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2015 Ao Senhor
JOÃO MARCELLO DANTAS LEITE
Diretor de Relações com Investidores do BANCO BTG PACTUAL S.A.
Praia de Botafogo, nº 501, 6º andar - Botafogo CEP: 22250-040 Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3262-9600 Fax: (21) 3262-8600 E-mail: ri@btgpactual.com c/c: gre@bvmf.com.br
ASSUNTO: Solicitação de Esclarecimentos sobre notícia
Senhor Diretor,
1. Reportamo-nos à matéria veiculada nesta data, no site da revista Veja, sob o título: “Polícia Federal prende senador Delcídio Amaral e o Banqueiro André Esteves”, na qual constam as seguintes afirmações sobre o Sr. André Esteves, Presidente do Conselho de Administração e Diretor Presidente da companhia:
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. A ação foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de que o senador estivesse obstruindo as investigações sobre o escândalo do petrolão. Também foram presos o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do petista. A PF ainda cumpre mandados de busca no Congresso Nacional como desdobramento das investigações da Lava Jato. Os policiais atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Mato Grosso do Sul
[...]
André Esteves - O nome do banqueiro André Esteves apareceu nas investigações do petrolão a partir de um depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo. Youssef disse às autoridades que recebeu a informação de que a compra da rede de postos de gasolina Derivados do Brasil (DVBR) teria sido consolidada após pagamento de propina a operadores da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A transação teria contado com atuação direta de Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, ex-ministro do governo Fernando Collor.
Possíveis referências a Esteves também haviam aparecido em um bilhete do empreiteiro Marcelo Odebrecht apreendido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Num trecho do texto, Odebrecht diz a seus defensores: "Destruir email sondas". Para os investigadores, o bilhete poderia representar uma ordem para a destruição de provas. Essa ordem seria motivo para que Odebrecht tivesse sua prisão estendida - pois seria uma tentativa de obstruir a investigação. Para os advogados do empresário, o uso de destruir era
balance, portanto ajudar Sete era visto como ajudar Petrobras". A Sete citada pelo empreiteiro é a Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para exploração do petróleo do pré-sal e implicada nas investigações da Lava Jato. 2. A propósito, solicitamos manifestação de V.S.a acerca: (i) das afirmações veiculadas na referida notícia; (ii) das razões pelas quais entendeu não se tratar de um fato relevante; e (iii) das providências que estão sendo tomadas pela Companhia a respeito do assunto.
3. Tal manifestação deverá ocorrer por meio do Sistema IPE, Categoria Comunicado ao Mercado, tipo Esclarecimentos sobre Consultas CVM/BOVESPA, Notícia Divulgada na Mídia, a qual deverá incluir referência a este ofício.
4. Cientificamos, para os devidos fins de direito, que o não atendimento à solicitação de informações, no prazo de até 1 dia útil sujeitará a Companhia, com fundamento no inciso II, do artigo 9º, da Lei n.º 6.385/1976, e no artigo 7º, combinado com o artigo 9º, da Instrução CVM n.º 452/2007, à aplicação de multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Atenciosamente,
NILZA MARIA SILVA DE OLIVEIRA
Gerente de Acompanhamento de Empresas-1 MLAWK
Ofício nº 481/2015/CVM/SEP/GEA-1
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2015 Ao Senhor
JOÃO MARCELLO DANTAS LEITE Representante Legal de
BTG PACTUAL PARTICIPATIONS, LTD
Praia de Botafogo, nº 501, 6º andar - Botafogo CEP: 22250-040 Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3262-9600 Fax: (21) 3262-8600 E-mail: ri@btgpactual.com c/c: gre@bvmf.com.br
ASSUNTO: Solicitação de Esclarecimentos sobre notícia
Senhor Representante Legal,
5. Reportamo-nos à matéria veiculada nesta data, no site da revista Veja, sob o título: “Polícia Federal prende senador Delcídio Amaral e o Banqueiro André Esteves”, na qual constam as seguintes afirmações sobre o Sr. André Esteves, Presidente do Conselho de Administração e Diretor Presidente da companhia:
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. A ação foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de que o senador estivesse obstruindo as investigações sobre o escândalo do petrolão. Também foram presos o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do petista. A PF ainda cumpre mandados de busca no Congresso Nacional como desdobramento das investigações da Lava Jato. Os policiais atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Mato Grosso do Sul
[...]
André Esteves - O nome do banqueiro André Esteves apareceu nas investigações do petrolão a partir de um depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo. Youssef disse às autoridades que recebeu a informação de que a compra da rede de postos de gasolina Derivados do Brasil (DVBR) teria sido consolidada após pagamento de propina a operadores da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A transação teria contado com atuação direta de Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, ex-ministro do governo Fernando Collor.
Possíveis referências a Esteves também haviam aparecido em um bilhete do empreiteiro Marcelo Odebrecht apreendido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Num trecho do texto, Odebrecht diz a seus defensores: "Destruir email sondas". Para os investigadores, o bilhete poderia representar uma ordem para a destruição de provas. Essa ordem seria motivo para que Odebrecht tivesse sua prisão estendida - pois seria uma tentativa de obstruir a investigação. Para os advogados do empresário, o uso de destruir era
balance, portanto ajudar Sete era visto como ajudar Petrobras". A Sete citada pelo empreiteiro é a Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para exploração do petróleo do pré-sal e implicada nas investigações da Lava Jato. 6. A propósito, solicitamos manifestação de V.S.a acerca: (i) das afirmações veiculadas na referida notícia; (ii) das razões pelas quais entendeu não se tratar de um fato relevante; e (iii) das providências que estão sendo tomadas pela Companhia a respeito do assunto.
7. Tal manifestação deverá ocorrer por meio do Sistema IPE, Categoria Comunicado ao Mercado, tipo Esclarecimentos sobre Consultas CVM/BOVESPA, Notícia Divulgada na Mídia, a qual deverá incluir referência a este ofício.
8. Cientificamos, para os devidos fins de direito, que o não atendimento à solicitação de informações, no prazo de até 1 dia útil sujeitará a Companhia, com fundamento no inciso II, do artigo 9º, da Lei n.º 6.385/1976, e no artigo 7º, combinado com o artigo 9º, da Instrução CVM n.º 452/2007, à aplicação de multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Atenciosamente,
NILZA MARIA SILVA DE OLIVEIRA
Gerente de Acompanhamento de Empresas-1 MLAWK
