Ementa e Acórdão
09/12/2016 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854 SÃO PAULO
RELATORA : MIN. ROSA WEBER
AGTE.(S) :PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE
RIBEIRÃO PRETO
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO EMENTA
DIREITO CONSTITUCIONAL. VINCULAÇÃO DOS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS LOCAIS À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS. INADMISSIBILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO MERECE TRÂNSITO. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/1973.
1. O entendimento da Corte de origem, nos moldes do assinalado na decisão agravada, não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal Federal, no sentido da inconstitucionalidade de vinculação dos subsídios devidos aos agentes políticos locais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores) à remuneração estabelecida em favor dos servidores públicos municipais.
2. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada.
3. Agravo regimental conhecido e não provido. ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234376.
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
Ementa e Acórdão
RE 892854 AGR / SP
Supremo Tribunal Federal em conhecer do agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma realizada entre 02 a 08 de dezembro de 2016, na conformidade da ata do julgamento.
Brasília, 09 de dezembro de 2016. Ministra Rosa Weber
Relatora
2
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SPSupremo Tribunal Federal em conhecer do agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora e por unanimidade de votos, em sessão virtual da Primeira Turma realizada entre 02 a 08 de dezembro de 2016, na conformidade da ata do julgamento.
Brasília, 09 de dezembro de 2016. Ministra Rosa Weber
Relatora
2
Supremo Tribunal Federal
Relatório
09/12/2016 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854 SÃO PAULO
RELATORA : MIN. ROSA WEBER
AGTE.(S) :PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE
RIBEIRÃO PRETO
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO
RELATÓRIO
A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão por mim proferida, pela qual negado seguimento ao recurso, maneja agravo regimental o Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto.
A matéria debatida, em síntese, diz com a impossibilidade de vinculação do reajuste anual dos agentes políticos municipais ao reajuste dos vencimentos dos servidores públicos.
O agravante ataca a decisão impugnada ao argumento de que a violação dos preceitos da Constituição Federal se dá de forma direta. Sustenta ofensa ao art. 37, X, da Lei Maior, pois “[...] não se trata, em
absoluto, de ‘reajuste’ que importe ‘aumento’ real do subsídio na mesma legislatura. Cuida-se, como o próprio dispositivo constitucional define com clareza solar, de mera ‘revisão’, visando repor a inflação dos doze meses anteriores, recuperando o poder de compra de salários e subsídios [...] e se o texto constitucional vigente instituiu um único e mesmo regime remuneratório para os agentes políticos federais, estaduais e municipais, não há como sustentar restrições ou diferenciações relativamente aos vereadores, sob pena de fraturar o princípio da igualdade das pessoas político-constitucionais que é da essência do regime constitucional brasileiro [...]” (doc. 04, fl. 08). Requer o provimento
do recurso.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou a controvérsia em decisão cuja ementa reproduzo:
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234377.
Supremo Tribunal Federal
09/12/2016 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854 SÃO PAULO
RELATORA : MIN. ROSA WEBER
AGTE.(S) :PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE
RIBEIRÃO PRETO
ADV.(A/S) :ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO
RELATÓRIO
A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra a decisão por mim proferida, pela qual negado seguimento ao recurso, maneja agravo regimental o Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto.
A matéria debatida, em síntese, diz com a impossibilidade de vinculação do reajuste anual dos agentes políticos municipais ao reajuste dos vencimentos dos servidores públicos.
O agravante ataca a decisão impugnada ao argumento de que a violação dos preceitos da Constituição Federal se dá de forma direta. Sustenta ofensa ao art. 37, X, da Lei Maior, pois “[...] não se trata, em
absoluto, de ‘reajuste’ que importe ‘aumento’ real do subsídio na mesma legislatura. Cuida-se, como o próprio dispositivo constitucional define com clareza solar, de mera ‘revisão’, visando repor a inflação dos doze meses anteriores, recuperando o poder de compra de salários e subsídios [...] e se o texto constitucional vigente instituiu um único e mesmo regime remuneratório para os agentes políticos federais, estaduais e municipais, não há como sustentar restrições ou diferenciações relativamente aos vereadores, sob pena de fraturar o princípio da igualdade das pessoas político-constitucionais que é da essência do regime constitucional brasileiro [...]” (doc. 04, fl. 08). Requer o provimento
do recurso.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou a controvérsia em decisão cuja ementa reproduzo:
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234377.
Relatório
RE 892854 AGR / SP
“I - Ação Direta de Inconstitucionalidade. Resolução n° 96 de 28 de março de 2014, bem como da expressão ‘aplicando-se o disposto no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal’, constante do art. I 0 da Resolução n° 223, de 25 de abril de 2012, editadas pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Disposição sobre a majoração dos subsídios de vereadores durante a própria legislatura Vinculação ao reajuste do funcionalismo público. Inadmissibilidade.
II - Segundo a regra da legislatura (princípio da anterioridade), o subsídio dos vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente.
III - Revisão conferida exclusivamente aos servidores públicos titulares de cargos de provimento efetivo Violação aos artigos 111 , 115, XI e XV, e 144, todos da Constituição do Estado São Paulo. TV - Inconstitucionalidade configurada. Ação procedente.” (Doc. 01, fl. 224.)
Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 1973.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SP“I - Ação Direta de Inconstitucionalidade. Resolução n° 96 de 28 de março de 2014, bem como da expressão ‘aplicando-se o disposto no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal’, constante do art. I 0 da Resolução n° 223, de 25 de abril de 2012, editadas pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Disposição sobre a majoração dos subsídios de vereadores durante a própria legislatura Vinculação ao reajuste do funcionalismo público. Inadmissibilidade.
II - Segundo a regra da legislatura (princípio da anterioridade), o subsídio dos vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente.
III - Revisão conferida exclusivamente aos servidores públicos titulares de cargos de provimento efetivo Violação aos artigos 111 , 115, XI e XV, e 144, todos da Constituição do Estado São Paulo. TV - Inconstitucionalidade configurada. Ação procedente.” (Doc. 01, fl. 224.)
Agravo manejado sob a vigência do Código de Processo Civil de 1973.
É o relatório.
2
Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. ROSA WEBER
09/12/2016 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854 SÃO PAULO
VOTO
A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo regimental e passo ao exame do mérito.
Nada colhe o agravo.
Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo:
“Vistos etc.
Contra o acórdão prolatado pelo Tribunal de origem, maneja recurso extraordinário, com base no art. 102, III, da Lei Maior, o Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Aparelhado o recurso na afronta aos arts. 18, 30, I, 29, VI, e 37, X, da Constituição Federal.
É o relatório. Decido.
Preenchidos os pressupostos extrínsecos.
Da detida análise dos fundamentos adotados pelo Tribunal de origem, por ocasião do julgamento do apelo veiculado na instância ordinária, em confronto com as razões veiculadas no extraordinário, concluo que nada colhe o recurso.
O entendimento adotado no acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal, razão pela qual não se divisa a alegada ofensa aos dispositivos constitucionais suscitados. Nesse sentido:
‘CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. VEREADORES. SUBSÍDIO. AUMENTO, DE FORMA RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 29, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou entendimento no sentido de que a remuneração de Prefeito, de Vice-Prefeito e de Vereadores
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Supremo Tribunal Federal
09/12/2016 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854 SÃO PAULO
VOTO
A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Preenchidos os pressupostos genéricos, conheço do agravo regimental e passo ao exame do mérito.
Nada colhe o agravo.
Transcrevo o teor da decisão que desafiou o agravo:
“Vistos etc.
Contra o acórdão prolatado pelo Tribunal de origem, maneja recurso extraordinário, com base no art. 102, III, da Lei Maior, o Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Aparelhado o recurso na afronta aos arts. 18, 30, I, 29, VI, e 37, X, da Constituição Federal.
É o relatório. Decido.
Preenchidos os pressupostos extrínsecos.
Da detida análise dos fundamentos adotados pelo Tribunal de origem, por ocasião do julgamento do apelo veiculado na instância ordinária, em confronto com as razões veiculadas no extraordinário, concluo que nada colhe o recurso.
O entendimento adotado no acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada no âmbito deste Supremo Tribunal Federal, razão pela qual não se divisa a alegada ofensa aos dispositivos constitucionais suscitados. Nesse sentido:
‘CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. VEREADORES. SUBSÍDIO. AUMENTO, DE FORMA RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 29, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou entendimento no sentido de que a remuneração de Prefeito, de Vice-Prefeito e de Vereadores
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Voto - MIN. ROSA WEBER
RE 892854 AGR / SP
será fixada pela Câmara Municipal para a legislatura subsequente, em conformidade com o art. 29, V, da Constituição Federal. 2. Caso em que inobservado o art. 29, V, da Carta Magna, pois os vereadores majoraram, de forma retroativa, sua remuneração. 3. Agravo regimental desprovido.’ (RE 458413 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJE de 22-08-2013 – destaquei)
‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO. SUBSÍDIOS DE PREFEITO E VEREADORES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Fixação para legislatura subsequente. Princípio da anterioridade. Precedentes. 2. O Tribunal a quo não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição da República. Inadmissibilidade do recurso pela alínea c do art. 102, inc. III, da Constituição da República. Precedente.’ (RE 484307 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma,
DJE de 08-04-2011 – destaquei)
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - VINCULAÇÃO DOS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS LOCAIS À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS - INADMISSIBILIDADE - EXPRESSA VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL (CF, ART. 37, XIII) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Revela-se inconstitucional a vinculação dos subsídios devidos aos agentes políticos locais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores) à remuneração estabelecida em favor dos servidores públicos municipais. Precedentes.’ (RE 411156 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJE de 19-12-2011 – destaquei)
Nesse sentir, não merece seguimento o recurso
2
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SPserá fixada pela Câmara Municipal para a legislatura subsequente, em conformidade com o art. 29, V, da Constituição Federal. 2. Caso em que inobservado o art. 29, V, da Carta Magna, pois os vereadores majoraram, de forma retroativa, sua remuneração. 3. Agravo regimental desprovido.’ (RE 458413 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJE de 22-08-2013 – destaquei)
‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO. SUBSÍDIOS DE PREFEITO E VEREADORES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Fixação para legislatura subsequente. Princípio da anterioridade. Precedentes. 2. O Tribunal a quo não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição da República. Inadmissibilidade do recurso pela alínea c do art. 102, inc. III, da Constituição da República. Precedente.’ (RE 484307 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma,
DJE de 08-04-2011 – destaquei)
‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO - VINCULAÇÃO DOS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS LOCAIS À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS - INADMISSIBILIDADE - EXPRESSA VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL (CF, ART. 37, XIII) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Revela-se inconstitucional a vinculação dos subsídios devidos aos agentes políticos locais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores) à remuneração estabelecida em favor dos servidores públicos municipais. Precedentes.’ (RE 411156 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJE de 19-12-2011 – destaquei)
Nesse sentir, não merece seguimento o recurso
2
Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. ROSA WEBER
RE 892854 AGR / SP
extraordinário, consoante também se denota dos fundamentos da decisão que desafiou o recurso, aos quais me reporto e cuja detida análise conduz à conclusão pela ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República.
Nego seguimento ao recurso extraordinário (CPC, art.
557, caput).”
Irrepreensível a decisão agravada.
Conforme consignado, o entendimento adotado no acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal Federal, razão pela qual não há falar em afronta aos preceitos constitucionais invocados no recurso, a teor da decisão que desafiou o agravo. Nesse sentido, além dos precedentes citados na decisão impugnada, cito:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Inconstitucionalidade de Lei Municipal. 3. Impossibilidade de vinculação do reajuste anual dos agentes políticos municipais ao reajuste dos vencimentos dos servidores públicos. 4. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 866.736-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJE de 05.11.2015.)
Acerca da declaração de inconstitucionalidade da lei municipal pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, oportuna a transcrição parcial do voto do Min. Celso de Mello, proferido no RE 411.156-AgR/SP, julgado pela Segunda Turma desta Suprema Corte:
“Com efeito, não se revela acolhível a pretensão recursal ora em exame, no ponto em que a parte agravante sustenta, sem razão, a constitucionalidade da vinculação dos subsídios dos agentes políticos locais aos vencimentos dos servidores públicos municipais, pois o Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar-se sobre tal matéria, já deixou assentado o
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SPextraordinário, consoante também se denota dos fundamentos da decisão que desafiou o recurso, aos quais me reporto e cuja detida análise conduz à conclusão pela ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República.
Nego seguimento ao recurso extraordinário (CPC, art.
557, caput).”
Irrepreensível a decisão agravada.
Conforme consignado, o entendimento adotado no acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal Federal, razão pela qual não há falar em afronta aos preceitos constitucionais invocados no recurso, a teor da decisão que desafiou o agravo. Nesse sentido, além dos precedentes citados na decisão impugnada, cito:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Inconstitucionalidade de Lei Municipal. 3. Impossibilidade de vinculação do reajuste anual dos agentes políticos municipais ao reajuste dos vencimentos dos servidores públicos. 4. Ausência de argumentos suficientes a infirmar a decisão recorrida. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (ARE 866.736-AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJE de 05.11.2015.)
Acerca da declaração de inconstitucionalidade da lei municipal pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, oportuna a transcrição parcial do voto do Min. Celso de Mello, proferido no RE 411.156-AgR/SP, julgado pela Segunda Turma desta Suprema Corte:
“Com efeito, não se revela acolhível a pretensão recursal ora em exame, no ponto em que a parte agravante sustenta, sem razão, a constitucionalidade da vinculação dos subsídios dos agentes políticos locais aos vencimentos dos servidores públicos municipais, pois o Supremo Tribunal Federal, ao pronunciar-se sobre tal matéria, já deixou assentado o
3
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Voto - MIN. ROSA WEBER
RE 892854 AGR / SP
entendimento de que, ressalvadas as exceções constitucionais, viola o art. 37, XIII, da Constituição da República qualquer regramento vinculativo que venha a ser estabelecido em tema de estipêndio funcional no âmbito do serviço público, não importando se no plano da União Federal, dos Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Municípios (ADI 396/RS, Rel. p/ o acórdão Min. GILMAR MENDES – ADI 2.840/ES, Rel. Min. ELLEN GRACIE - ADI 4.001/SC, Rel. Min. EROS GRAU - ADI 4.009/SC, Rel. Min. EROS GRAU, v.g.): ‘(...) 2. Equiparação de vencimentos no âmbito do serviço público. Vedação prescrita no inciso XIII do artigo 37 da Carta Federal. Alteração superveniente do dispositivo constitucional que não implicou modificação essencial do seu conteúdo, mantido o princípio que obsta a referida vinculação. Proibição que atinge situações anteriores à Constituição de 1988 (artigo 17 do ADCT/88). Ação conhecida em parte e, nesta parte, julgada procedente.’ (ADI 305/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – grifei) ‘(...) - A Lei Maior impôs tratamento jurídico diferenciado entre a classe dos servidores públicos em geral e o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais. Estes agentes públicos, que se situam no topo da estrutura funcional de cada poder orgânico da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são remunerados, exclusivamente, por subsídios, cuja fixação ou alteração é matéria reservada à lei específica, observada, em cada caso, a respectiva iniciativa (incisos X e XI do art. 37 da CF/88). - O dispositivo legal impugnado, ao vincular a alteração dos subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado às propostas de refixação dos vencimentos dos servidores públicos em geral ofendeu o inciso XIII do art. 37 e o inciso VIII do art. 49 da Constituição Federal de 1988. Sobremais, desconsiderou que todos os dispositivos constitucionais versantes do tema do reajuste estipendiário dos agentes públicos são manifestação do magno princípio da Separação de Poderes. Ação direta de inconstitucionalidade procedente.’ (ADI 3.491/RS, Rel. Min. AYRES BRITTO – grifei).”
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Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SPentendimento de que, ressalvadas as exceções constitucionais, viola o art. 37, XIII, da Constituição da República qualquer regramento vinculativo que venha a ser estabelecido em tema de estipêndio funcional no âmbito do serviço público, não importando se no plano da União Federal, dos Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Municípios (ADI 396/RS, Rel. p/ o acórdão Min. GILMAR MENDES – ADI 2.840/ES, Rel. Min. ELLEN GRACIE - ADI 4.001/SC, Rel. Min. EROS GRAU - ADI 4.009/SC, Rel. Min. EROS GRAU, v.g.): ‘(...) 2. Equiparação de vencimentos no âmbito do serviço público. Vedação prescrita no inciso XIII do artigo 37 da Carta Federal. Alteração superveniente do dispositivo constitucional que não implicou modificação essencial do seu conteúdo, mantido o princípio que obsta a referida vinculação. Proibição que atinge situações anteriores à Constituição de 1988 (artigo 17 do ADCT/88). Ação conhecida em parte e, nesta parte, julgada procedente.’ (ADI 305/RN, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – grifei) ‘(...) - A Lei Maior impôs tratamento jurídico diferenciado entre a classe dos servidores públicos em geral e o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais. Estes agentes públicos, que se situam no topo da estrutura funcional de cada poder orgânico da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, são remunerados, exclusivamente, por subsídios, cuja fixação ou alteração é matéria reservada à lei específica, observada, em cada caso, a respectiva iniciativa (incisos X e XI do art. 37 da CF/88). - O dispositivo legal impugnado, ao vincular a alteração dos subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado às propostas de refixação dos vencimentos dos servidores públicos em geral ofendeu o inciso XIII do art. 37 e o inciso VIII do art. 49 da Constituição Federal de 1988. Sobremais, desconsiderou que todos os dispositivos constitucionais versantes do tema do reajuste estipendiário dos agentes públicos são manifestação do magno princípio da Separação de Poderes. Ação direta de inconstitucionalidade procedente.’ (ADI 3.491/RS, Rel. Min. AYRES BRITTO – grifei).”
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Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. ROSA WEBER
RE 892854 AGR / SP
(DJE de 19.12.2011.)
As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à conformidade entre o que decidido no acórdão recorrido e a jurisprudência desta Corte.
Agravo regimental conhecido e não provido. É como voto.
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Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Supremo Tribunal Federal
RE 892854 AGR / SP(DJE de 19.12.2011.)
As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à conformidade entre o que decidido no acórdão recorrido e a jurisprudência desta Corte.
Agravo regimental conhecido e não provido. É como voto.
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Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12234378.
Extrato de Ata - 09/12/2016
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854
PROCED. : SÃO PAULO
RELATORA : MIN. ROSA WEBER
AGTE.(S) : PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO ADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA (35351/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo
regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. 1ª Turma, Sessão Virtual de 2 a 8.12.2016.
Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin.
Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma
Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 892.854
PROCED. : SÃO PAULO
RELATORA : MIN. ROSA WEBER
AGTE.(S) : PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO ADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA (35351/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo
regimental e negou-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora. 1ª Turma, Sessão Virtual de 2 a 8.12.2016.
Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin.
Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma