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Bactérias de interesse clínico transmitidas por alimentos

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Academic year: 2021

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Profa. Vânia Lúcia da Silva

Bactérias de interesse clínico

transmitidas por alimentos

Microrganismos patogênicos causadores

de doenças

/C. perfringens / Shigella

Principais patógenos bacterianos veiculados por alimentos:

Clostridium botulinum Clostridium perfringens Bacillus cereus Staphylococcus aureus Escherichia coli (patotipos) Salmonella

Shigella

Listeria monocytogenes Yersinia enterocolitica Vibrio cholerae

(2)

1. Solo

2. Água

3. Plantas

4. Utensílios

5. TGI de homens e animais

6. Manipuladores de alimentos

7. Ração animal

8. Pele dos animais

9. Ar e poeira

FONTES DE CONTAMINAÇÃO

FONTES DE CONTAMINAÇÃO

FONTES DE CONTAMINAÇÃO

FONTES DE CONTAMINAÇÃO

(3)

Rota fecal-oral de transmissão de

patógenos entéricos

BOCA

FEZES

DEDOS INSETOS ÁGUA

PEQUENOS

OBJETOS UTENSÍLIOS ALIMENTOS

Mecanismos de defesa



Nem todo alimento que alberga um ou mais microrganismos

patogênicos causará necessariamente uma doença se for consumido.

Isto só ocorrerá se forem derrotados os mecanismos naturais de

defesa dos hospedeiros.

Acidez estomacal; Mucosa intestinal; Ácidos biliares; Motilidade intestinal; Fagocitose;

(4)

Intoxicação alimentar causada por

bactérias esporuladas

Gram-positivas

Clostridium botulinum

Características:

Bacilos Gram positivos formadores de esporos, móveis anaeróbios obrigatórios agente etiológico do botulismo

Linhagens de C. botulinum são classificadas em 4 grupos (I a IV), de acordo com o tipo de toxina que produzem (A a G)

Amplamente distribuido na natureza => solo e ambiente aquático.

Animais têm papel na distribuição dos

esporos Surtos de botulismo têm envolvido produtos cárneos contaminados, conservas

(5)

Características do microrganismo



Crescimento vegetativo não ocorre em pH < 4,5;



Temperatura de crescimento entre 12 e 50º C => a produção da

toxina ocorre próximo dos 26º C;



Aw mínima > 0,94;

Toxina A é a mais potente. Toxinas são termossensíveis

e

NÃO SÃO

inativadas por enzimas proteolíticas.

Podem ser absorvidas pela corrente sanguínea através

das mucosas respiratória e do TGI

Em alimentos processados a vácuo, as células vegetativas são destruídas, mas os esporos bacterianos podem sobreviver

Em um ambiente com baixa concentração de oxigênio e sem microrganismos competidores, o esporo pode germinar. Em alimentos pouco ácidos, como carnes, aves e frutos do mar, esporos de C. botulinum podem germinar, crescer e produzir toxinas.

O palmito, ao natural, apresenta acidez em torno de 5,6 - 6,2. Portanto, para inibir o crescimento de C. botulinum, a salmoura da conserva deve permanecer com pH abaixo de 4,3 (ácido cítrico) e deve ser feito o tratamento térmico adequado (água fervente para fazer o vácuo e esterilização comercial).

(6)

Salmoura de espera: NaCl, ácido cítrico e água

Processamento de palmito na indústria

Corte, lavagem, classificação do palmito

Envase do palmito em vidros e padronização do peso

Salmoura ácida: NaCl, ácido cítrico e água

Processamento de palmito na indústria

Exaustão: banho-maria ou túnel de vapor (vácuo, realçar a cor do palmito)

Esterilização comercial dos vidros de palmito (30-50 minutos a 100ºC)

(7)

Características da doença



Botulismo => Botulus (salsicha – doença no século XVIII)



3 formas de botulismo são conhecidas:

Botulismo clássico => ingestão de alimentos com a toxina

Botulismo de lesão => proliferação do microrganismo em lesões e liberação de toxina - (toxi-infecção)

Botulismo infantil => ingestão de esporos de C. botulinum -(toxi-infecção)

 O botulismo clássico de origem alimentar é uma intoxicação causada pela ingestão de toxinas pré-formadas nos alimentos.

 Período de incubação: 12 a 72 horas.

 Problemas gastrintestinais => náuseas, vômitos e diarréia. Fadiga e fraqueza muscular após o início da ação da toxina => problemas de visão, secura da boca, dificuldade de deglutição e controle da língua, paralisia da musculatura respiratória => morte em 3 a 5 dias.

Patogenicidade

 A toxina tem ação neurotóxica, bloqueando a liberação do neurotransmissor nas junções musculares.

 O mecanismo compreende 3 etapas: ligação da toxina aos sítios receptores na membrana pré-sináptica, internalização da toxina e o bloqueio da liberação do neurotransmissor nas junções neuromusculares.

(8)

Tratamento, medidas de controle



Soroterapia, na qual se neutraliza a toxina com anti-soro.



Remoção da toxina do estômago => lavagem gástrica.



Restabelecimento da função respiratória.



Impedir que a toxina se forme nos alimentos, impedindo a

germinação e multiplicação => tratamento térmico elevado.



Utilização de nitritos e nitratos.



Aquecimento a 80

o

C por 10 -30’ destrói as neurotoxinas.

Clostridium perfringens

Características:

Bacilos Gram positivos formam esporos, imóveis anaeróbios obrigatórios mesófilos (20 a 45º C) causa intoxicação alimentar

Linhagens de C. pefringens são classificadas em 5 grupos (A a E), todos produtores de toxina, sendo os tipos A e C produtores de enterotoxinas.

Capazes de multiplicar em altas temperaturas (linhagens são termoresistentes).

A esporulação e a produção de toxina não ocorre em pH < 5,5

Carne de frango e bovina têm sido os principais causadores de toxi-infecção alimentar => surtos em estabelecimentos institucionais.

(9)

Epidemiologia

Amplamente distribuido na natureza => solo, água, alimentos,

poeira, especiarias e conteúdo intestinal do homem e outros

animais;

2 a 6% da população alberga o microrganismo noTGI;

Facilmente isolado de alimentos crus e processados;

Clostridium perfringens é transmitido para as carnes diretamente

pelo abate ou pela contaminação posterior por utensílios,

manipuladores ou poeira.

Por ser formador de esporo, resiste à condições ambientais

adversas.

Características da enterotoxina



A enterotoxina do tipo A é uma proteína esporo-específica

(produção ocorre junto com a esporulação);



Condições que favorecem a esporulação favorecem a produção da

toxina;



A toxina é termolábil a 60º C por 10’;



As células vegetativas esporulam no TGI e também em uma ampla

variedade de alimentos (ingestão da toxina pré-formada)

(10)

Características da doença



Tipo A => intoxicação alimentar clássica

A intoxicação ocorre quando são ingeridos alimentos com elevado número de células viáveis, que esporulam no intestino e liberam a toxina. A toxina é citotóxica e liga-se aos receptores nas microvilosidades, e interage com a membrana causando o surgimento de poros => inibição da absorção de glicose.

Diarréia e dores abdominais agudas. Período de incubação: 8 a 12 horas.



Tipo C => enterite necrótica

Rara.

Dores abdominais agudas, diarréia sanguinolenta, inflamação necrótica do intestino delgado.

Associado ao consumo de carne de porco mal cozida.

Medidas de controle



Alimentos envolvidos: pratos a base de carne preparados em

um dia, armazenados inadequadamente e consumidos no

outro.



Sintomas são brandos e auto-limitados.



Temperaturas de 60

o

C inativam rapidamente as células

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Bacillus cereus

Características:

Bacilos Gram positivos grandes formadores de esporos, móveis aeróbios, mesófilos

causa gastrenterites (síndrome diarréica e síndrome emética)

Produz toxinas diarréicas e toxinas eméticas

Amplamente distribuído na natureza => solo, poeira, água

Contamina arroz, vegetais, carne bovina, suína e de frango, e também laticínios

Microbiota fecal transitória de

indivíduos normais As síndromes só manifestam quando umalimento contém número elevado de células viáveis.

Características da doença



A toxina diarréica é uma enterotoxina termolábil, que age estimulando a

adenilciclase da mucosa intestinal



Período de incubação: 8 a 16 h



Sintomas: náusea, diarréia intensa, dores abdominais, tenesmos.

Semelhante a intoxicação por C. perfringens.



Associada a ingestão de vegetais crus e cozidos, cereais, produtos

cárneos, leite, sorvete.



A toxina emética não é tão conhecida; resistente ao pH ácido, enzimas

proteolíticas e aquecimento.



Período de incubação curto: 1 a 6 h



Sintomas: náuseas, vômitos e mal estar geral

(12)

Medidas de controle



Doença é branda e autolimitada.



O consumo de alimentos recém preparados não oferece

risco.



O cozimento em vapor sob pressão, fritura e assar em forno

quente destrói células vegetativas e esporos.

Gram positivos não formadores de

esporos

Intoxicação alimentar

estafilocócica

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Staphylococcus aureus

Características:

Cocos Gram positivos, mais de 35 espécies conhecidas

não formador de esporos, imóveis,

anaeróbios facultativos causa intoxicação alimentar

S. aureus, S. hyicus, S. delphini, S. intermedius (espécies coagulase positivas) e espécies coagulase negativas (S. chromogens, S. hycus, S. cohnii) => apresentam interesse em alimentos.

Linhagens produtoras de enterotoxinas (A a E; G a I)

Tolerantes a alta concentração de NaCl e a nitratos

Leite, cremes, tortas com creme, salada de batata, frango, atum e presunto são agentes comuns de intoxicação estafilocócica.

Epidemiologia

Homem (cavidade nasal) e animais (gado leiteiro) =>

reservatório de S. aureus, S. lentus, S. caprae, S. cohnii, S. hycus

Portadores nasais e manipuladores de alimentos =>

importantes fontes de contaminação

Pode-se esperar a presença de estafilococos em quase todos

os alimentos de origem animal ou naqueles manipulados (a

não ser que tenha sido aplicado tratamento térmico adequado

ou que o manipulador tenha cuidados)

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Necessidades nutricionais e ambientais



Mesófilos, crescem entre 7 a 45º C, e as enterotoxinas são

produzidas entre 10 e 45º C;



Pode multiplicar em concentrações de até 20% de sal;



Tolera faixa de pH entre 4 e 9,8, mas o ótimo é entre 6 e 7.



Pode crescer em aw abaixo de 0,83 (limite: 0,80)

Propriedades das enterotoxinas (SE)



SEA, SEB, SEC, SED, SEE, SEG, SEH, SEI;



Proteínas simples



Resistentes a enzimas

proteolíticas, como tripsina,

quimiotripsina, renina e papaína;



Resistentes ao calor => inativação é atingida a 80º C por 3’

ou a 100º C por 1’;



A produção das SE tende a ser favorecida em condições

ótimas de crescimento (pH, temperatura, aw e outros);

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Características da doença

 S. aureus provoca intoxicação pela ingestão de alimento contendo toxinas pré-formadas. O node células de S. aureus necessários para produzir a SE varia com

o susbtrato (104 a 108). Quantidade mínima de toxina: 20 ng.  Toxinas apresentam ação emética e diarréica.

 Os sítios de reação localizam-se no intestino. O estímulo é transferido através dos nervos vago e simpático ao centro do vômito (SNC), que induz a retroperistalsia do estomago e do intestino.

 A ação diarréica é o sintoma muito comum, e uma provável explicação seria a ativação de um mecanimo secretor de Na e Cl => perda de água.

 Período de incubação: 1 a 6 h.

 Sintomas: náusea, vômito, dores abdominais, diarréia e sudorese, prostração, queda na temperatura corporal.

Fatores mais frequentes envolvidos

nos surtos de intoxicação



Refrigeração inadequada;



Alimentos preparados com muita antecedência;



Manipuladores infectados com higiene pessoal deficiente;



Cozimento ou processamento inadequado;



Alimentos mantidos sob aquecimento em temperaturas que

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Tratamento, medidas de controle



Prova da intoxicação estafilocócica => recuperação de estafilococos

enterotoxigênicos das sobras dos alimentos suspeitos;



Tratamento sintomático, com reposição de líquidos.



As enterotoxinas são termoresistentes => importante na indústria de

alimentos.



Aquecimento logo após a manipulação destrói os microrganismos e

ajuda na prevenção da intoxicação => mater o alimento acima de 60

o

C



Manter os alimentos susceptíveis sob refrigeração (4

o

C).



Ao controlar-se fatores que afetam o crescimento de S. aureus, a

produção da enterotoxina também será controlada.

Gastrenterites de origem alimentar

causada por Escherichia coli =>

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Gênero

Escherichia

Características:

Bacilos Gram negativos não esporulados anaeróbios facultativos fermentadores

agente etiológico de sepse, ITU, pneumonias, meningite neonatal e gastrenterites

As gastrenterites são causadas por linhagens patogênicas (EPEC, ETEC, EIEC, EHEC e EAEC)

E. coli é comumente isolada em água e alimentos em condições higiênicas insatisfatórias => indicador de contaminação fecal

E. coli Enterotoxigênica (ETEC)

• Contágio por alimentos ou água contaminada (108

a 1010 células).

• Causa “diarréia do viajante” em países subdesenvolvidos.

• Fímbrias denominadas fatores de colonização se aderem específicamente ao epitélio do intestino delgado.

• Toxinas ST (termoestáveis) e LT (termolábeis) • Estimulam o sistema adenilato ciclase intestinal, induzindo ao aumento de cAMP, o que leva a perda de fluidos e eletrólitos => diarréia aquosa.

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E . coli Enteroinvasiva (EIEC)

• Contágio por água e alimentos contaminados. • A bacteria se adere, invade e destrói as células epiteliais do cólon.

• Causa diarréia aquosa com sangue e leucócitos nas fezes (disenteria).

• Acomete crianças e adultos

E . coli Enterohemorrágica (EHEC)

• Contágio por alimentos contaminados. • Baixa dose infectante (<100 bacterias).

• Causa desde diarréias leves até colites hemorrágicas (diarréia sanguinolenta).

• Pode produzir SHU (síndrome hemolítico-urêmica), causando dano renal.

•Toxinas Stx1 e Stx2 => inibe síntese protéica • E. coli O157:H7=> alimentos mal cozidos

E. coli Enteropatogênica (EPEC)

• Contágio por alimentos e água contaminada. • Possuem plasmídeos com genes que codificam um fator de aderência => adesão à mucosa intestinal. •A bactéria se adere ao epitélio do intestino e destrói as microvilosidades (lesão A/E).

•A diarréia se produz geralmente em crianças pequenas, pela redução da absorção intestinal.

Escherichia coli

Lesão A/E

(ligação e desaparecimento)

E. coliEnteroagregativa (EAEC)

•Bactérias caracterizam-se por aglutinação,

tipo arranjo de parede de tijolo

• Formação de una biopelícula sobre as células epiteliais => mediada por fímbrias

• Lesão da mucosa, secreção de muco. • A diarréia se produz geralmente em crianças e é persistente (+ de14 dias).

• Não está claro se este patógeno é de origem alimentar

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Medidas de controle

Manutenção das boas condições higiênicas para reduzir o risco de exposição a linhagens que causam gastrenterites;

Comer alimentos bem cozidos, principalmente carnes de gado e frango, para reduzir o risco de infecções por estes microrganismos.

Referências

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