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XV ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 19 a 23 de outubro de 2015

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XV ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

Universidade de Fortaleza

19 a 23 de outubro de 2015

PRODUÇÃO

CIENTÍFICA

BRASILEIRA

SOBRE

SAÚDE

DO

TRABALHADOR: ANÁLISE DE DISSERTAÇÕES E DE TESES

Sabrina de Souza Gurgel* (PG)1, Maria Iracema Capistrano Bezerra (PQ)1, Érica Oliveira Matias (PG)2, Ires Lopes Custódio (PG)2, Francisca Elisângela Teixeira Lima (PQ)3

1

Residência Integrada em Saúde. Escola de Saúde Pública do Ceará. Fortaleza-Ce 2

Mestrado em Enfermagem. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-Ce 3

Doutorado em Enfermagem. Professora Adjunto do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-Ce

Email: sabrina_gurgel@yahoo.com.br

Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Educação de pós-graduação em enfermagem. Indicadores de produção científica.

Resumo

Introdução: no contexto da enfermagem, as atividades de pesquisa foram cruciais para o desenvolvimento

científico da profissão e entre seus inúmeros temas estudados tem-se a saúde do trabalhador. A evolução na quantidade de produção científica brasileira sobre essa temática demonstra o potencial de crescimento da área. Objetivo: analisar os estudos desenvolvidos acerca da Saúde do Trabalhador pela Enfermagem brasileira nos cursos de mestrado e doutorado de 2009 a 2013. Método: estudo descritivo, documental, quantitativo, a partir dos catálogos do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem, das dissertações e teses das universidades brasileiras. Resultados: detectou-se 153 estudos desenvolvidos acerca da saúde do trabalhador, predominando: dissertações (73,85%), realizados na Região Sudeste (63,4%), em hospitais (70,6%); cujos sujeitos do estudo foram a equipe de enfermagem (51,6%). Conclusão: há estudos contínuos sobre saúde do trabalhador ainda que se evidenciem disparidades regionais no processo de produção desse conhecimento.

Introdução

A partir da pesquisa científica são realizados estudos sobre os mais variados temas e feitas des-cobertas que contribuem para o desenvolvimento científico e tecnológico das profissões. As universidades desempenham importante papel neste desenvolvimento formando recursos humanos e produzindo conhecimento por meio de seus pesquisadores, principalmente aqueles que fazem parte dos programas de pós-graduação stricto sensu (FRANÇA et al., 2011). No contexto da enfermagem, as atividades de pesquisa foram cruciais para o desenvolvimento científico da profissão e entre seus inúmeros temas estudados tem-se a saúde do trabalhador.

A saúde do trabalhador está inserida na Constituição Federal de 1988 como atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1988)e surgiu como uma área da Saúde Coletiva em que se estudam as relações entre o trabalho, a saúde e o ambiente. Esta lei foi introduzida desde a promulgação da Lei 8.080/90, a qual dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde do trabalhador, com a preocupação em incluírem-se estratégias e ações visando a qualidade de vida do trabalhador no ambiente de trabalho (BRASIL, 1990).

Observa-se que há evolução na quantidade de produção científica brasileira sobre saúde do trabalhador, uma vez que está seguindo a tendência das demais áreas do conhecimento. Dessa forma, o

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potencial de crescimento da área (BEZERRA; NEVES, 2010). Além disso, devido à busca incessante pela realização de diferentes atividades, há um aumento das cargas laborais no homem, levando ao aparecimento de doenças físicas, psíquicas e emocionais, o que leva à busca de evidências científicas sobre as formas de adoecimento pelo trabalho, bem como as formas para o enfrentamento e prevenção ao adoecimento e acidentes de trabalho (RIBEIRO et al., 2012).

Diante dessas considerações, é importante que os enfermeiros realizem estudos sobre saúde e meio ambiente como uma integração aos temas vida, saúde e trabalho. Dessa forma, questiona-se: Que regiões brasileiras publicaram pesquisas científicas acerca da saúde do trabalhador? Que instituições de saúde estão sendo contempladas? Quem são os sujeitos estudados nessas instituições?

Diante do exposto, a análise da produção científica em Saúde do Trabalhador, desenvolvida por enfermeiros, a partir de suas teses e dissertações, desperta a reflexão sobre a prática da Enfermagem e a construção de conhecimento nesse setor, estruturada nos distintos Programas de Pós-Graduação em que enfermeiros realizam sua formação. Assim, justifica-se a importância do estudo bibliométrico de produtos científicos dessa natureza, pois, através dele, é possível compreender os direcionamentos do setor de Saúde do Trabalhador, suas fortalezas e fragilidades, suas interfaces e possibilidades de avanços.

O estudo teve como objetivo analisar os estudos desenvolvidos acerca da Saúde do Trabalhador pela Enfermagem brasileira nos cursos de mestrado e doutorado de 2009 a 2013.

Metodologia

Trata-se de um estudo bibliométrico, descritivo e quantitativo, com análise retrospectiva documental, desenvolvido a partir dos cinco catálogos do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn), compreendendo os resumos das dissertações e teses de enfermagem desenvolvidas no período de 2009 a 2013 nas universidades brasileiras.

A detecção dos resumos com as referidas temáticas ocorreu da seguinte forma: acesso ao site da ABEn (www.abennacional.org.br); em seguida o link dos canais do CEPEn, no catálogo de teses e dissertações; e volumes dos catálogos: (volume XXVIII, 2009; volume XXIX, 2010; volume XXX, 2011; volume XXXI, 2012; volume XXXII, 2013).

Foram encontradas 2.396 dissertações (mestrado) e 790 teses (doutorado), que representaram o universo do estudo. A população foi composta de 153 estudos, os quais atenderam e apresentaram temáticas relacionadas à enfermagem do trabalho; saúde dos trabalhadores que trabalhavam nas instituições de saúde; acidente de trabalho; qualidade de vida, exposição a agentes biológicos e doenças ocupacionais. Excluíram-se estudos nos quais os sujeitos da pesquisa não eram trabalhadores da saúde.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro a abril de 2015. Para a seleção das teses e dissertações acerca da saúde do trabalhador, buscou-se pelos Descritores em Ciências da Saúde (DECS), cadastrados na Biblioteca Virtual em Saúde, os quais foram: saúde do trabalhador, enfermagem do trabalho, absenteísmo, acidentes de trabalho, condições de trabalho, doenças profissionais, esgotamento profissional, qualidade de vida e riscos ocupacionais.

Os resumos foram submetidos à leitura exploratória, seletiva e analítica, procurando identificar e responder os quesitos previamente determinados em um instrumento de coleta de dados produzido pelas autoras, tendo sido constatada, previamente, a adequação do mesmo para o alcance dos objetivos propostos. De posse da análise da produção mencionada, os resultados foram apresentados em tabelas,

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Os aspectos éticos e legais foram respeitados, dispensando-se o termo de consentimento dos sujeitos e avaliação do comitê de ética em pesquisa, já que as dissertações e teses analisadas são documentos públicos.

Resultados e Discussão

A partir da leitura e análise dos resumos encontrou-se o montante de 3.186 estudos produzidos por enfermeiros no Brasil entre os anos de 2009 a 2013. Desse total, 153 correspondem ao objeto de pesquisa “Saúde do Trabalhador”, compondo o total de 4,80% da produção nacional de enfermeiros. Desses, 113 (73,85%) referem-se às dissertações e 40 (26,15%), às teses. Atualmente, o registro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) indicou a existência de 67 programas de pós-graduação na área da Enfermagem, no Brasil, com um total de 98 cursos, sendo 50 de mestrado acadêmico, 15 de mestrado profissional e 33 de doutorado (CAPES, 2015). Assim, pode-se observar uma maior concentração de cursos de mestrado, o que explica o número superior de dissertações apresentadas neste estudo.

No tocante às áreas geográficas do estudo, verificou-se que a maioria procede da Região Sudeste (63,4%). A produção da Região Sul totalizou 22(14,4%) trabalhos entre teses e dissertações. Os estudos apresentados em outras áreas incluem: na Região Nordeste 21(13,7%) estudos, seguido da Região do Centro-Oeste com 12(7,8%) e da Região Norte com apenas 01 (0,7%) estudo.

A maioria dos grupos de pesquisa em Enfermagem cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico está localizada na Região Sudeste, seguida pela Região Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Esses dados refletem tanto o início do crescimento da Pós-Graduação em Enfermagem, quanto à concentração de maior número de Programas de Pós-Graduação em Enfermagem nas Regiões Sudeste e Sul do país, respectivamente (COSTA et al., 2014), revelando a supremacia da região Sudeste.

Em contrapartida, chama atenção a pequena produção científica na região Norte do país em que precisa investir no desenvolvimento de pesquisas a fim de compreender as nuances e as particularidades acerca da saúde do trabalhador (BACKES et al., 2013).

Entre os trabalhos publicados no período considerado, 14 autores não especificaram no resumo o local em que foi realizada a coleta de dados. Entre os que citaram, a maioria das coletas ocorreu em hospital, sendo 108(70,6%), seguido por unidades básicas de saúde (11,8%), pelo SAMU (5,9%), unidades de pronto-atendimento e clínicas de diálise, ambos com 02 cada (1,3%). Tal interesse se deve ao fato de que no hospital os riscos e as vulnerabilidades estão relacionados aos acidentes de trabalho com material biológico, à resistência e ao uso inadequado de equipamentos de proteção individual, à sobrecarga de trabalho. Enquanto que, nas unidades básicas de saúde, estão relacionados, principalmente, à deficiência de recursos para realização do trabalho, à violência física e moral e ao desgaste emocional dado pelo contexto socioeconômico e cultural no qual o trabalho está inserido (SANTOS, 2012).

Quanto aos sujeitos, 79(51,6%) estudos envolviam a equipe de enfermagem, 40(26,1%) estudos abrangeram somente os enfermeiros, 21(13,7%) abordaram além do pessoal de enfermagem, outros profissionais da equipe multidisciplinar de saúde. Foram encontrados 05(3,3%) estudos desenvolvidos com socorristas e a mesma quantidade foi realizada com técnicos de enfermagem. Ainda foram encontrados 3 (2,0%) resumos desenvolvidos com técnicos e auxiliares de enfermagem.

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Conclusão

Após analisar os 153 resumos desenvolvidos acerca da saúde do trabalhador na pós-graduação

stricto sensu brasileira no período de 2009 a 2013, constatou-se que os aspectos teórico-metodológicos

predominantes foram: dissertações (73,85%), realizados na Região Sudeste (63,4%), em hospitais (70,6%); cujos sujeitos do estudo foram a equipe de enfermagem (51,6%). Quanto aos tipos de estudos predominaram: descritivo (45,7%), levantamento (75,2%) e qualitativo (43,8%).

Constatou-se que há estudos contínuos sobre saúde do trabalhador ainda que se evidenciem disparidades regionais no processo de produção desse conhecimento.

Dessa forma, esse estudo traz contribuições não só para a identificação do conhecimento produzido pela enfermagem sobre saúde do trabalhador, mas também fornece subsídios para os programas de pós-graduação no que se refere à análise das informações emitidas para futuras pesquisas.

Espera-se que no futuro venha a existir maior integração entre pesquisadores e gestores para que a pesquisa seja de fato aplicada, visando a melhor adequação das ações na perspectiva da melhoria das condições de trabalho, de vida e da saúde dos trabalhadores.

Referências

BACKES, V. M. S., et al. Teses e dissertações de enfermeiros sobre educação em enfermagem e saúde: um estudo bibliométrico. Rev bras enferm. [online]. Brasília, v. 66, n. 2, p. 251-6, 2013. Acesso em: 07 maio 2015. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000200015&lng=en.

BEZERRA, M. L. S.; NEVES, E. B. Perfil da Produção Científica em Saúde do Trabalhador. Saúde Soc., São Paulo, v. 19, n. 2, p. 384-94, 2010. Acesso em: 07 maio 2015. Disponível em:

http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/viewFile/29655/31525

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988, atualizada até a Emenda Constitucional nº 39, de 19 de dezembro de 2002. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

BRASIL. Lei No 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990.

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Relação de cursos

recomendados e reconhecidos. Brasília, DF, 2015. Acesso em: 29 abr.2015. Disponível em:

http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarAreaAvaliacao

COSTA, A.C.B. Perfil dos grupos de pesquisa de Enfermagem do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Rev Rene. Fortaleza, v.15, n. 3, p. 471-9, 2014. Acesso em: 06 maio 2015. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1672/pdf.

FRANÇA, I.S.X. et al. Ten years of the northeastern nursing network journal - Rev Rene: a dream come true.

Rev Rene., Fortaleza, v.12, n. 1, p. 11-17, jan-mar. 2011. Acesso em: 20 mar. 2015. Disponível em:

http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/688

RIBEIRO, R.P., et al. O adoecer pelo trabalho na enfermagem: uma revisão integrativa. Rev esc enferm

USP. São Paulo, v. 46, n. 2, p. 495-504,2012. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342012000200031&lng=en.

SANTOS, J.L.G., et al. Risco e vulnerabilidade nas práticas dos profissionais de saúde. Rev. Gaúcha

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Agradecimentos

Inserir os agradecimentos às pessoas, entidades e/ou agências de fomento ARIAL, 10) – Atenção para não ultrapassar as margens laterais.

Referências

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